Desde 2011 blogdocirculo.blospot.com.br UM JORNAL PRODUZIDO PELOS ALUNOS DO COLÉGIO ESTADUAL CÍRCULO OPERÁRIO Diretora de Redação: Profa. Luana Cunha Xerém - Duque de Caxias/RJ Setembro – 2014 – nº11 FEIRA DE CIÊNCIAS Orientados por professores de Biologia, Química e Física, alunos fizeram exposições e experimentos científicos. VOTO AOS 16 ANOS É UMA BOA IDEIA? Voto aos 16 anos: a importância de uma decisão. Por Larissa Camelo Página 2 OLÍMPIADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA O texto da aluna Camila Assis, da turma 3002, foi o melhor do município. Página 9 e 10 APROVADOS Veja a lista de ex-alunos do Ceco que foram aprovados em universidades. Página 6 ENTREVISTA DOM CASMURRO: AMOR OU TRAIÇÃO? Será que Capitu realmente Bentinho? Por Daniel Cozendey Páginas 4 e 5 traiu 1 Diretor do Círculo Operário fala sobre escola, projetos e resultados. Página 7 e 8 PUBLICADO DESDE 2011 JORNAL DO CÍRCULO COLÉGIO ESTADUAL CÍRCULO OPERÁRIO Diretores: Antônio José Neto UM JORNAL PRODUZIDO PELOS ALUNOS DO CECO Rogéria Ferreira da Silva Elisabete Galdino Barbosa EDITORIAL Dias de sucesso Temos vivido dias de sucesso em nossa escola. Boas notícias têm chegado até nós para mostrar que a planta regada com nosso trabalho cresceu e deu frutos. São alunos premiados no Saerj, aprovados em boas universidades, contemplados em concursos. Para nós, todas essas realizações hasteiam uma bandeira: a da perseverança. Segundo o Dicionário Brasileiro Globo, perseverar significa persistir; manter-se firme e constante; continuar; permanecer; conservar -se firme e constante numa resolução. Como se pode ver, aquele que é perseverante não desiste de seu objetivo até conseguir alcançálo. Numa sociedade do ready, do instantâneo, como a que vivemos hoje, essa definição parece não se enquadrar. Muita gente objetiva passar em um concurso, ser aprovado no vestibular, ser selecionado para a vaga que Editora: Profa. Luana S. do Nascimento Cunha deseja. Uma das barreiras que tem impedido muita gente de alcançar sua meta é justamente o oposto da perseverança, a desistência. Vê-se sempre a empresa construída, nunca as dezenas de tentativas nas quais fracassou o empresário antes do sucesso. Vê-se o salário do doutor, mas não as horas de estudo, as dezenas de livros lidos ao longo da faculdade. Vêse o carrão daquele profissional, nunca as noites mal dormidas, as privações ao longo da vida para chegar àquela posição. Pode-se ver a bandeira da perseverança ao contemplar as vitórias. Não só as nossas, mas também as dos outros. Por meio dessas, constatamos que é possível, que nosso objetivo não é irrealizável. Espelhemo-nos naqueles que foram aprovados, premiados, que ganharam um concurso de redação. Motivemonos e sigamos seus passos rumo ao sucesso. 2 TEXTO DE OPINIÃO Voto aos dezesseis: a importância de uma decisão Propõe-se que jovens com mais de dezesseis anos façam parte de uma decisão: a escolha dos governantes de nosso país. Acredito que esse direito pode despertar o interesse dos jovens em relação à política, fazendo com que passem a acompanhar mais de perto as questões governamentais do Brasil. Isso pode cooperar para a formação do caráter do cidadão do futuro. O jovem poderá manifestar seu ponto de vista e revelar se concorda ou discorda com as visões apresentadas por candidatos. Na juventude, é preciso tomar muitas decisões, que não políticas. Ao votar, o jovem exercita a prática de escolha, pois diante diferentes opiniões, tem de escolher uma. Para tanto, deve medir os argumentos. Portanto, o voto aos dezesseis visa a conscientizar os jovens para que esses possam participar mais ativamente da sociedade em que vivem. O jovem de hoje será a população de amanhã. Ao votar, desenvolverá sua capacidade de decisão e formação de conceito. Larissa Soares turma 3004 Feira de ciências O Colégio Estadual Círculo Operário realizou, nos dias 19 e 20 de agosto, a Feira das Ciências. Os alunos desenvolveram trabalho ligados às seguintes disciplinas: Física, Química e Biologia. Cada turma, orientada por um professor, desenvolveu um tema científico. Foram realizadas exposições visando a explicitar o conteúdo pesquisado e a apresentar experimentos. A exposição foi visitada por funcionários de escola, pais e alunos. Todos tiveram experiências enriquecedoras. 3 Dom Casmurro: amor ou traição? Por Daniel Cozendey Publicado em 1900, o livro Dom Casmurro é uma grande obra do escritor realista Machado de Assis. A trama conta a história de amor vivida por Capitu e Bentinho. O romance é narrado em primeira pessoa, sob ponto de vista de Bentinho, que pretende "atar as duas pontas da vida", ou seja, contar sua história desde a infância até os dias da escritura do livro. Bentinho desde pequeno foi destinado à carreira ecle- siástica. Sua mãe, Dona Glória, o designara à carreira de padre em agradecimento a um milagre. À medida que o menino foi crescendo, surgiu um grande o problema: ele não queria tornar -se padre porque apaixonou-se por Capitu, sua vizinha. Desejava, então, se casar com ela, a menina que tinha os "olhos de ressaca". Como Dona Glória era muito religiosa, não aceitou descumprir a promessa. Enviou seu filho para o seminário. Apaixonado por Capitu e desejando livrar-se da situação, Bentinho acaba pedindo ajuda a José Dias. Este era amigo da família há anos e vivia na casa. Amante dos superlativos, as opiniões de José Dias variavam conforme os interesses da família que o acolhera. Bentinho chamava-o de “agregado”. Machado de Assis representa nesse personagem uma figura típica da sociedade escravocrata brasileira do século XIX: um homem branco, livre, sem bens ou fortuna que se insere em determinado grupo social, deixando sua identidade em troca de favores para sobreviver. Usufrui, assim, de certa posição na sociedade. Bentinho pediu-lhe que arranjasse um jeito de livrarlhe do seminário. Ele tenta fazer-lhe esse favor, mas é Escobar, melhor amigo de Bentinho, o qual conhecera no seminá- rio, quem tem a grande ideia: sugerir à dona Glória que adote um órfão a fim de oferecê-lo em lugar do filho a Deus. A ideia é bem aceita. Assim, Bentinho escapa do seminário. Algum tempo depois, Bentinho consegue casar-se com sua amada. Escobar casa-se com a melhor amiga de Capitu, Sancha. Os dois casais, amicíssimos, passam a estar sempre juntos. Inesperadamente, Escobar, ao mergulhar num dia de mar agitado, falece. Muita coisa acontece neste romance. O livro começa a ficar bastante interessante quando Bentinho começa a desconfiar da fidelidade de Capitu. 4 Antes de Escobar falecer, Capitu dá à luz a um filho: Ezequiel. Com o passar do tempo, Ezequiel foi crescendo e percebe-se que suas feições, aos olhos do narrador, se assemelham às de Escobar. Lembrou-se, então, Bentinho, de inúmeros fatos que antes não havia atinado. No enterro de Escobar, Capitu chorou mais do que Sancha. Tantos outros fatos recordados fizeram-no olhar para Capitu de outra forma. Passou então a tratar a esposa de forma fria e desinteressada. Chegou a pensar em suicidar-se. Di- ante de tantos conflitos, Bentinho acabou por mandar Capitu para a Suíça. Divorciaram-se. Pareceu a nós, leitores, que o amor acabou. Fonte: http://eduardoschloesser.blogspot.com.br/2010/07/dom-casmurro-capa.html Minissérie da TV Globo, Capitu Fonte: http://www.clicrbs.com.br/blog/fotos/127770post_foto.jpg Umas das características marcantes nesse romance, é o fato de que o narrador interage com o leitor. Muitas vezes, o narrador faz algumas perguntas que nos levam a refletir. Isso torna o livro cada vez mais interessante. Além disso, as descrições que Machado faz das personagens nos levam a adentrar no livro. É possível captar o estado íntimo das personagens diante de descrições como "olhos de ressaca", "olhos de cigana oblíqua e dissimulada", "olhos dorminhocos". Vale a pena destacar que em momento algum é possível perceber outros pontos de vista que não o do narrador. Isso nos impossibilita a chegar em um veredito final. Ficaremos sempre na dúvida. Capitu, a morena dos olhos claros, nariz reto e comprido, realmente traiu Bento, membro da elite carioca do século XIX? Será que Capitu era fiel? Sua amada o traiu ou não? Certamente não chegaremos a uma conclusão segura. Resta-me, convidar-lhe a ler esse incrível romance de um dos maiores autores do Brasil e tirar suas próprias conclusões. Sem dúvida, será uma boa leitura que lhe trará conhecimento e momentos muito prazerosos. Daniel Cozendey, turma 3002 5 Ex-alunos do CECO aprovados em universidades Amanda Marques Coutinho da Silva - Farmácia (UFRJ) Henrique Coelho Veiga—Farmácia (UERJ) Larissa de Souza Santana — Engenharia de Bioprocessos (UFRJ) Marcella Faria de Barros — Engenharia de Bioprocessos (UFRJ) Raphael da Cunha Mendonça— Nanotecnologia (UFRJ) Thiago Miguel Gomes da Silva — Ciências Biológicas (UFRJ) Aline Pereira de Azeredo — Ciências Biológicas (UFRJ) Isabella Florência Cruz da Silva — Engenharia (UFRJ) Douglas Melo da Fonseca — Química (IFQRJ) Lucas Santos da Silveira — Engenharia Mecânica (UFRJ) Ketlyn Araújo Fraga — Ciências Biológicas (UERJ) Michele Fernandes Lemos Ribeiro — Matemática (UERJ) Beatriz Cunha de Souza — Matemática (UFRJ) Matheus Amorim Constâncio — Matemática (UFRJ) Matheus Paulo Neves — Engenharia Mecânica (UCP) Thiago Ribeiro da Silva — Engenharia Mecânica (UCP) Yoná Basilio Zanirath — Engenharia Mecânica (UFRJ) Aldeir Santos de Souza — Ciências Biológicas (UFRJ) Anni Carolini Santos — Engenharia Química (UNIGRANRIO) Dayanny Prysylla D. M. e Silva — Engenharia de produção (IBMEC) e Química (UFRJ) Caroline Dias David — Odontologia (Unigranrio) Guilherme dos Santos Serafim — Ciências Biológicas (Unirio) Hanna Carolyne Reis Mozer — Arquivologia (UFF) Helaine Mafalda Santos de Lima—Psicologia (Estácio de Sá) Stephanie Barreira Mozer — Técnico em Informática (Estácio de Sá) Shayene Rodrigues da Silva — Ciências Biológicas (Unigranrio) A direção, a coordenação, os professores e os demais funcionários do Colégio Estadual Círculo Operário parabenizam todos os aprovados nas universidades. Desejamos aos ex-alunos sucesso nesta nova etapa! 6 Entrevista com o diretor Antônio Neto Por Beatriz Galhano Antônio José Neto é graduado em Física. Exerceu a função de professor por vinte e cinco anos. Há 20 anos trabalha na direção escolar. Nesta entrevista, ele fala sobre nossa escola, projetos e resultados. JC: No ano letivo, temos quatro eventos que envolvem toda a escola (Consciência Indígena, Sarau Literário, Feira de Ciências e Brasileirinho). Como você acha que esses eventos contribuem para a formação do aluno? ANTÔNIO: Eu acho que eles contribuem muito para que o aluno aprenda. Quando você oferece ao aluno a possibilidade de pesquisar dessa forma, o interesse do aluno é despertado. Isso contribui muito para o aprendizado. A única forma de aprender, e eu tenho essa experiência, é estudando, é pesquisando. Quando se cai no campo da pesquisa, se aprende muito. JC: O que você mais gosta e o que o senhor mudaria nesses eventos escolares? ANTÔNIO: Eu gosto muito de todos eles. Só o fato de envolver da maneira que envolvem o aluno é muito bom. Por exemplo, a feira das ciências é encantadora. Você vê ali que o aluno pesquisou, que ele aprendeu. O sarau possui belíssimas apresentações. São quatro projetos que são norteadores dentro do círculo operário. E nós cultivamos essas atividades para gerar um bom aprendizado. JC: Há alunos de nossa escola que foram aprovados em universidades. A que o senhor deve esta conquista? ANTÔNIO: Ao bom trabalho desenvolvido pela equipe pedagógica da escola. O corpo docente de nossa escola é muito dedicado e faz de tudo para que nosso aluno aprenda. Sem dúvida, eles contribuíram e têm contribuído significativamente para o nosso sucesso. JC: Atualmente o governo oferece muitos programas de estudos para os alunos, como PRONATEC, PROUNI. Você acha que esses programas são importantes para a vida dos estudantes? ANTÔNIO: Eu sempre defendi o seguinte: qualquer país que tem um sistema de educação avançado tem um sistema de educação em horário integral. No Brasil, quando as pessoas vem do exterior, principalmente os educadores, se surpreendem com essa forma de educação que temos. Temos escolas com três turnos. Quem viveu ou estudou no exterior fica pensando como conseguimos funcionar— e de certa forma, funcionar até bem— e ter resultados. É claro que ainda precisamos ainda melhorar muito. O ideal mesmo é que fosse horário integral. Isso faria a diferença. O curso técnico faz uma enorme diferença na vida do aluno porque vai além da matriz regular. É acrescentada ao aluno a parte técnica e isso pode deixá-lo mais confiante. Por ter mais disciplinas, o aluno estuda mais. Para esse 7 propósito, coopera o PRONATEC, por exemplo. A grande chave é estudar. Isso vale para todos os alunos, os do curso técnico e do regular. Eu tenho recebido esses dias os sessenta e sete alunos que foram premiados na prova do SAERJ do ano passado. É uma surpresa muito agradável quando desses sessenta e sete, praticamente sessenta estão dentro de uma universidade. Isso é um número fantástico para uma escola pública. Então, o que a gente espera é que isso continue. Apostamos em nossos alunos. JC: A aluna Camila da turma 3002 ganhou o primeiro lugar no concurso Jovem Escritor. Você acredita que essa vitória pode servir de incentivo para os outros alunos? ANTÔNIO: Toda a comunidade escolar ficou feliz com essa conquista. Camila é um exemplo. Ela é uma jovem que escreve muito bem, por isso foi agraciada com esse prêmio. Parabéns a Camila, à nossa escola e à professora Luana em especial, pois é uma grande incentivadora. Todos nós ficamos muito alegres quando vemos os bons resultados dos nossos alunos. Certamente os alunos se sentem mais motivados a participar de concursos, de seleções após verem que um deles conseguiu. Então, é possível a qualquer um que se dedique. Estou esperando ansiosamente o resultado do ENEM do ano passado, do IDEBE do ano passado e eu tenho quase certeza de que atingimos nossas metas. JC: Me diga alguém que fez diferença na sua carreira. ANTÔNIO: Meus professores JC: Me conte sobre a sua principal conquista. ANTÔNIO: Acho que foi, após quatro anos de gestão, a gente conseguir dar continuidade ao bom trabalho pedagógico de nossa escola. No ano passado, duas turmas foram 100% premiadas no Saerj. JC: Em que momento você esteve mais satisfeito com o seu trabalho? ANTÔNIO: Eu sou feliz em todos os momentos. Só em estar com vocês, já é uma coisa maravilhosa! Entrevista feita pela aluna Beatriz Galhano, da turma 3002. Publique no Jornal do Círculo O Jornal do Círculo está à sua disposição. Você pode publicar uma crônica, uma notícia, um poema, uma charge, uma tirinha e muito mais. Sua contribuição é muito importante. Para publicar, basta enviar um e-mail com o conteúdo para [email protected]. Para mais informações, procure a professora Luana Cunha. O Jornal do Círculo está no site da escola Entre em cecorj.org.br; clique em JC; e veja todas as matérias do Jornal do Círculo. Envie o link para seus amigos. 8 O texto de Camila Assis, enviado para as Olimpíadas de Língua Portuguesa, é o melhor de Duque de Caxias As Olimpíadas de Língua Portuguesa é um programa que busca aprimorar a prática didática de professores de Língua Portuguesa da rede pública em todo o Brasil com o objetivo de desenvolver competências de escrita nos alunos e contribuir com a qualidade do ensino. do para a comissão municipal da Olimpíadas de Língua Portuguesa. O objetivo dessa comissão era o de selecionar melhor texto de opinião do município. O texto de Camila foi selecionado. A escola foi notificada e no dia 29 de agosto, a aluna Camila. A professora Luana e a agente de leitura Eliane foram a uma solenidade no Colégio Pedro II receber um prêmio referente a esta etapa do concurso. A professora Luana Cunha desenvolveu esse projeto com a turma 3002. O texto escolhido para representar nossa escola foi o da aluna Camila Assis. Esse texto foi envia- 9 Compareceram à cerimônia, alunos, professores e agente de leitura. Antes da premiação, a plateia assistiu a peças de teatro e a espetáculos de música feitos por alunos de escolas da Rede Estadual. 10 Arte Se minha vida for ser um poema Quero longo e com belo tema Quero rima, métrica e muita emoção Que seja complicado como um soneto Pois mais belos são. Ah, se minha vida for ser um poema de amor Com vocabulário doce e calculado Longos versos pra um único amado Tente, por favor, não rimar com dor Mas se doer o meu amor Que eu me torne poeta E mesmo com a tristeza que for Que eu me levante em novo verso, nova meta E que tenha um fim digno de grandes poemas Que vá sem aviso, sem hora, sem forma, sem dia Mas que ecoe ainda nos que ficam A esperança É que eu amei É que chorei É que ainda choro Será que amar é tão errado Quando amei apenas recebi ódio E cada vez está mais distante E cada dia uma tortura nova Apenas olhar para ela me causa tristeza A falta de sua voz me causa um vazio Todos os dias sou tratado assim Mas não te odeio, não sinto raiva Apenas aprendo como viver com isso 11 Andressa Correa—Turma 2003 Jonathan Gonçalves—Turma 1002