BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE GOUVEIA ANO V N° 02 -MARÇO- ABRIL 2012 Editorial Raimundo Nonato de Miranda Chaves O Boletim Informativo da AFAGO continua evoluindo, sempre, em busca do melhor. Nesta edição há muita matéria que deve ser observada com o costumeiro interesse do leitor. Meu sentimento de avô me leva a comentar, de inicio, a mensagem de Carolina que, na ingenuidade dos seus sete anos, nos ensina: para ser feliz basta o essencial; existe força mesmo na fragilidade: “A Florzinha” tem apenas uma cor e o caule é pequeno, mas é feliz porque tem raiz. No Boletim há, também, poema de gente grande. E, que poema! Elza Pinto Alemão, poeta premiada, pede ajuda a Antônio de Castro Alves, ele que foi o arauto da luta contra a escravidão, falando diretamente com Deus. Elza pede ajuda, repito, para que o mensageiro fale com o Senhor que a escravidão continua. O demônio tem muitas faces, a escravidão restrita à raça negra, agora, transmudada em droga, violência, corrupção, pobreza, analfabetismo ... atinge a todas as raças. Nesta mesma linha, o artigo “A Ressurreição da Velhinha” de Adilson, no qual ele, Adilson, do alto da sua experiência se mostra desiludido frente ao demônio da Corrupção e da Desonestidade; seguindo na linha do sábio Rui Barbosa que falava na vergonha de ser honesto. Entenda a mensagem pessimista de Adilson como um alerta. Não se deve entregar a rapadura. Tem que se ir à luta. Neste ano realizarse-ão eleições municipais. Vote em gente sangue bom. Eu tenho estimulado gouveianos competentes a escrever para o Boletim e, assim, incrementar o corpo de redatores. O Boletim, então, não ficaria com a cara de José Moreira – como alguém já ironizou – , Nada contra a cara de Moreira, qualquer jornal neste nosso pais teria orgulho de ter esta cara de competência, sabedoria e dedicação. Maior do que a cara de Moreira só a cara de todos os gouveianos agindo em conjunto. A semente lançada na comunidade gouveiana, de reconhecida cultura, germinou e está crescendo. Nesta edição, Ivete escreve sobre seu pai Francisco Xavier de Oliveira, o Chiquinho de Nelo e Diva Maria, sobre sua mãe Maria Luiza Ferreira de Miranda. É isto aí! Vamos registrar a história de gouveianos lutadores do passado e do presente. Eu conheci a ambos e dou meu depoimento. Chiquinho, empreendedor dinâmico e corajoso, lembro-me de diversos encontros com ele, mas quero me referi especialmente à luta com sua frota de caminhões nas estradas, melhor, nos atoleiros. Solo argiloso, com umidade torna-se um visgo. Caminhão atola até no eixo. Presenciei, no córrego de Camilinho, carreiros de meu pai atrelarem dezesseis bois, para puxar cada caminhão – a frota era de quatro a cinco – era admirável ver aquele conjunto de animais agindo como um corpo, todos tracionando num esforço simultâneo, em resposta à ordem de comando. Devo esclarecer que bem próximo, coisa de 400 a 500 metros, há descida muito íngreme e, ali, antes de iniciar a descida, estava um caminhão parado impedindo a passagem. Chiquinho, ele mesmo guiando seu caminhão, salta e dialoga com o motorista: — Por que você está parado e impedindo minha passagem? — Seu Chiquinho, o caminhão não tem freio! — Por que não tem freio? — O burrinho de freio está sem fluido! — Ponha água! O motorista, pouca prática, cometeu a ironia de rir da sugestão de Chiquinho, que, agora, com raiva falou, num tom que não admitia dúvidas. — Menino, olha aqui seu m... eu nasci os dentes dentro de um caminhão. Ponha água e tira este embaraço da minha frente. Com o burrinho cheio de água restabeleceram-se as condições de frenagem. A respeito de Maria Luiza, lembro-me do dia que ela me falou: Você comemora seu aniversário no dia 20 de maio, mas você nasceu na madrugada do dia 21. Sua irmã nasceu antes de meia noite. Estou seguro que Maria Luiza assistiu e ajudou minha mãe naquela hora difícil de parto gemelar, quando houve até promessa para São Raimundo Nonato, protetor das parturientes. Essa era Maria Luiza, líder, dinâmica, dedicada, lutando contra os demônios da caxumba, da coqueluche, do sarampo, da catapora, das verminoses. Qualquer tosse persistente, diarréia e outro sintoma que merecesse cuidado, Dona Luiza era acionada e, no seu cavalo baio encerado com nome de “Tira Gosto”, num piscar de olho, estava junto do paciente. Cuidando da família, da igreja, e da política, enfim, da comunidade. Niquinho Miranda era pacífico, mas tinha o genro Pedro Ivo de Miranda e a nora Maria Luiza, ambos disputavam a liderança e, não raras vezes, batiam de frente. A comunidade tremia porque eram dois lutadores de muita garra, mas ambos se respeitavam e tudo acabava em paz. São lideranças do passado, no presente há, em Gouveia, três lideranças trabalhando com assistência social, que merecem destaque: Adauto, com estudantes carentes; Amauri com estudantes portadoras de deficiência mental e Marambaia, com idosos. Sugiro que leiam artigo de minha autoria sobre as três personalidades. Merece leitura, com atenção, o Relatório de Atividades da Afago apresentado à Assembléia Geral reunida em março. O relatório traduz o esforço de um grupo de associados que se dedica com muita garra para garantir a consolidação do sonho de Doutor Waldir de Almeida Ribas. Notícias & comentários Síntese das principais mensagens postadas no sítio WWW.afagouveia.org.br WWW.afagouveia.org.br está como novo visual: Vejam imagens flutuantes: Acesso ao Portal Gouveia Acesso ao Caminhos da Serra Mostra de Artesanato Revitalização da Praça Pe. José Machado Ponte Córrego Cedro Elza P. Alemão, poeta premiada APAE de Gouveia Comissão Mineira de Folclore Principais assuntos abordados em mensagens Quem é insubstituível? 25/02 Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Auxiliadora, a máxima de que ninguém é insubstituível soa falsa tanto quanto a outra de que “manda quem pode e obedece quem tem juízo”. A substituição às vezes se dá em qualidades pessoais muito aquém do substituído. O espaço, a vaga, são ocupados muitas vezes para que não esqueçamos, jamais, o anterior. Eu tive uma vida profissional ativa de quarenta e oito anos e em várias oportunidades me contrapus a determinações que não coadunavam com o meu pensamento e modo de ser. Algumas vezes, poucas, engoli sapo, mas na maioria delas cuspi o indigesto e sempre me dei bem. Sempre afirmei em palavras para estagiários e jovens executivos que “manda quem pode e obedece quem não tem argumentação”. Comentários de 25/02 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro - Curvelo 26/02 - Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas - MG. Substituição e Posse 27/02 - Guido Araujo - Belo Horizonte Estou gostando do debate sobre ser alguém “substituível” ou “insubstituível”, postado pelo levantador de lebre e Diretor da Afago, Adilson Nascimento. Como disse a Professora Ma. Auxiliadora “o bom do debate reside aí: não só na afinidade de ideias, mas, mormente no fato da contestação”. É isto: uns afirmam, outros contestam, e o resultado é sempre positivo para os leitores. E foi seguindo o desenrolar da querela que me dei com os costados na mensagem do Professor Raimundo Nonato, comunicando a eleição do nosso conterrâneo Dr. José Moreira de Souza para a presidência da Comissão Mineira de Folclore, em assembleia geral ordinária da Instituição, dia 25/02/12, na Sala Doutor Waldir de Almeida Ribas - sede da Afago. A posse será dia 05/03, no Palácio das Artes, com presença de autoridades do mundo político e cultural mineiro. Deixo ao Professor Moreira meu abraço feliz e orgulhoso de conterrâneo e votos do maior sucesso no período de sua presidência, de 2012 a 2014. A Comissão Mineira de Folclore abriga os expoentes dos estudiosos do folclore no Estado. A ela pertenceu o Professor Ayres da Mata Machado, diamantinense que prestou grandes serviços à Cultura mineira. Sob a batuta do Professor José Moreira volta a Boletim Informativo da AFAGO página 2 Comissão a trabalhar e produzir frutos, para orgulho de Gouveia e benefício do Estado de Minas Gerais. Onde entra o debate? Digo aos gouveianos todos e a Adilson, Auxiliadora e aos debatedores que a presença nossa no Palácio das Artes, dia 05/03/12, às 20 horas, é “insubstituível” Comentários de 27/02/Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro - Curvelo 05/03 - Erildo Antônio Nascimento de Jesus - Diamantina Hoje a AFAGO resgata a Comissão Mineira de Folclore. Minas Gerais deve principalmente a AFAGO esta inegável conquista.. Abraços Erildo Nascimento de Jesus 06/03 - José Moreira de Souza - Belo Horizonte 06/03 - Adilson do Nascimento -Belo Horizonte - MG 06/03 - Gilberto Francisco de Almeida ### Belo Horizonte 06/03 - João De Jesus Saraiva - Contagem 06/03 -Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas- Mg. 20/03 - Frei Flávio Silva Vieira - OFM Divinópolis -MG Autossuficiência 28/02 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Parece-me que foi em julho de 2004 quando eu estava formando um grupo de executivos, do banco em que eu trabalhava, para fazer uma espécie de MBA em gestão de negócios, em parceria com o IBMEC, uma entidade pertencente à Universidade Federal do Rio de Janeiro, e um diretor do banco graduado em administração de empresas, com mais de vinte anos de experiência profissional me disse que não se inscreveria, uma vez que não teria mais o que acrescentar ao seu vasto currículo profissional. Naquele momento eu, embora estarrecido, lhe disse que ele estava confirmando a máxima de que “ninguém é tão autossuficiente que não tenha o que aprender, nem tão ignorante que não possa ensinar”. Como o treinamento seria pago pelo banco e totalmente voltado para recebíveis, crédito e agronegócio, suas atividades específicas e, portanto, compulsório, eu não poderia deixá-lo de fora e o inscrevi. Moral da história: ele foi dos mais participativos, inclusive fazendo inúmeros questionamentos sobre temas de aplicação prática e que ele desconhecia. Alguém quer contestar a máxima acima? Comentários de 28/02 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro - Curvelo Mensagem Especial para Adilson: 28/02 - Otomano Menezes - Belo Horizonte Meu prezadíssimo orientador e guru Dr. Adilson do Nascimento, tenho acompanhado aqui neste site as suas mensagens de cunho pedagógico, inclusive sobre finanças públicas (dívida interna e externa) que o senhor declara desconhecer. Imaginem se conhecesse. Qual a razão pela qual o senhor não aceita fazer parte do corpo de orientadores da Newton, da PUC e da Estácio, onde o senhor já fez palestras, e compartilhar esse vasto rol (gostou do rol?) de conhecimentos adquiridos no campo do direito e da administração? Lembra que o senhor dizia que o conhecimento não deve ser individual e sim institucional? Eu até voltaria aos bancos escolares para ouvir o senhor falar sobre as diferenças e similitudes de uma gestão voltada para o relacionamento em confronto com outra voltada unicamente para resultado Comentários de 28/02/2012 - Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas- MG. Notícias & comentários Dia da Mulher 07/03 - Nilson Pereira Machado - Cidade dos Lagos EncantadosMG. Estamos em plena era da comunicação em massa, e no país que acaba de conquistar a posição de sexta economia do mundo, neste momento o congresso acaba de aprovar e a Presidenta, sanciona uma lei que obriga patrões e empregadores a não diferenciar salário, simplesmente por causa do sexo, ou seja a mulher ocupando cargo semelhante ,tem direito ao mesmo salário que um homem, naquela posição.Vergonhoso do ponto de vista cultural. É vergonhoso um país que é mais um emaranhado de leis, criada para justificar o paraíso que se tornou o congresso nacional, pois o Senado já o é desde os tempos de Darci Ribeiro, que ao tomar posse, disse em alto e bom tom: “ Acabo de entrar no paraíso sem morrer” Por que a humanidade, é tão frágil do ponto de vista de igualdade, de condições, de opção sexual, de sexo, de cor, de grau de instrução, por que a riqueza do mundo é tão mal distribuída,por que ainda há fome e miséria, por não surge mais os ídolos sonhadores com igualdade, por tantas religiões, seitas, crenças se o homem mais se afasta do essencial, “Amar o próximo como a ti mesmo”. É tão simples, e tão complexo.Eu me perco nas perguntas. Por que criar o dia Internacional da mulher, se todos os dias é o dia da mulher, essa mártir, pisoteada, triturada, e tão esquecida pelos homens. Por que Lei para proteger especificamente a mulher, que não protege nada, bastava apenas que a justiça fosse ágil, e segura, que os agentes do judiciários,não aceitassem tantas aberrações, alegando que está dentro da lei. A Lei existe é para fazer valer ações corretivas aos infratores, no entanto, o que se vê é um comércio desenfreado, onde os recursos legais, coincidem com os recursos financeiros do infrator. Meu Deus, quando não teremos que marcar uma data para comemorar, o dia dos pais, o dia das mães, dos professores, o dia dos...dos... dos... Pra que se todos os dias, é um dia para respeitar, e nada melhor que o respeito para homenagear, mas a sociedade assim determina e quer, com fundo comercial e nuances. Mas, em sendo assim só me resta abraçar a multidão e caminhar nas primeiras filas e comemorar o Dia da Mulher, A minha Mãe, a Minha Esposa e todas as mulheres do mundo e especificamente as mulheres gouveiana, desejos-lhes dias melhores, dias de respeitos, dias de compreensão e reconhecimento,que a salvação do mundo está nas mãos da mulher. Comentários de 08 e 12/03 - Guido Araujo - Belo Horizonte 08/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Equiparação salarial 09/03- Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Essa história de equiparação salarial entre homens e mulheres por meio de Medida Provisória soa para mim tão falsa quanto uma nota de três reais. No Brasil as leis são feitas em sua maioria para serem descumpridas. A Bíblia do direito do trabalho, no Brasil, chama-se CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – criada pelo então presidente Getúlio Vargas, através do Decreto Lei n. 5.452, de 1º. de maio de 1943. Naquele instrumento legal, em seu artigo 461, atualmente com redação dada pela Lei n. 1.723, de 8 de novembro de 1952, vamos encontrar a seguinte redação: “sendo Boletim Informativo da AFAGO página 3 idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá salário igual, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade”. & 1º. – “trabalho de igual valor, para fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviços não seja superior a 2 (dois) anos”. Ora, presentes os pressupostos da Lei torna-se um direito a igualdade dos salários. Isso, hoje, é muito bem administrado pelos sindicatos das categorias profissionais quando estabelecem nas convenções coletivas (entre os sindicatos profissionais e os sindicatos patronais) ou pelos acordos coletivos (entre o sindicato profissional e a empresa), os pisos salariais e suas implicações, quando, na hipótese de não terem suas reivindicações acatadas, acionam o Ministério do Trabalho, na via administrativa ou a Justiça do Trabalho, na via judicial. Empresas com várias filiais em vários Estados da Federação têm às vezes que responder por ações na justiça reivindicando equiparações, por exemplo, de uma operadora de máquinas que trabalha em Maceió com um paradigma que presta serviço em São Paulo. Essa ação a empresa só perderá se o seu advogado tiver frequentado a faculdade apenas para namorar e comer a merenda. No entanto se os dois empregados prestarem seus serviços, por exemplo, em Contagem, a ação não passará do nível administrativo do sindicato e, na hipótese de que seja descumprida, não passará da primeira instância do judiciário. Portanto, não vejo qualquer objetividade na Medida Provisória que está sendo proposta, para fazer foguetório no dia de ontem e que hoje já foi retirada da pauta do Senado. Ainda bem! Comentário de 09/03 - José Moreira de Souza - Belo Horizonte 09/03 - Adilson do Nascimento Belo Horizonte - MG Reunião ordinária da assembleia geral da AFAGO 09/03- Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG O Presidente da AFAGO – Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia – está convidando os gouveanos, associados ou não, residentes em Belo Horizonte, Gouveia, Sete Lagoas, Curvelo, Grande BH, Tóquio, Londres, Nova York, Catar etc. para dois grandes eventos da associação: 1) reunião ordinária da assembleia geral, por exigência do Estatuto Social; 2) reunião de congraçamento de gouveanos, por direito de nascença ou de afeição. Ambas serão realizadas no próximo dia 17 de março (sábado) , a partir de 16 horas, no Restaurante PizzabaR que fica na Avenida do Contorno, 1.636 – Floresta (próximo à Igreja). A assembleia geral deverá apreciar o relatório da diretoria e a prestação de contas do exercício de 2011, além de opinar sobre o programa de trabalho da associação para o ano de 2012. O convite está sendo enviado por email e pela via postal. Provavelmente ele o confirmará aqui neste espaço, mas estou alertando, principalmente aos meus seguidores, para que sejam meus multiplicadores, de forma que tenhamos uma reunião bastante concorrida e, sobremaneira, florida com a presença do público Notícias & comentários feminino. Para aqueles que desejarem permanecer no local após o encerramento do encontro, a partir de 19 horas haverá uma “roda de samba”. As reuniões da AFAGO são uma ótima oportunidade de rever amigos e conterrâneos e aqueles que não estão presentes acabam se tornando o “assunto” dos comentários São Roberto 09/03. - Elizabete Guimarães - Carmo do Rio Claro-Minas Gerais Tenho seguido vocês no Afagouveia. apenas lendo as trocas de mensagens. E tem me dado muita saudades da nossa terra, como a gente era feliz, mas achava muito pouco.Talvez nem se lembre de mim, mas me lembro, de muita gente boa, e as ruins tento esquecer. Queria participar da próxima reunião, mas infelizmente estou bem longe. Tenho em B.H. na casa do meu pai fotos antigas. Banda de música, onde meu pai tocava clarinete, casamento na roça em São Roberto, time de futebol dos anos 50,etc. e gostaria de compartilhar com vocês. Gostaria de saber se posso envia-las, e como proceder. Gostaria de receber noticias e trocar mensagens com gouveianos e amigos de Gouveia, principalmente de São Roberto. Temos muita coisa boa a ser lembrada. Comentários de 09/03 - Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas MG. 09/03 - Raimundo Nonato de Miranda Chaves - Belo Horizonte 10/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG 10/03 - João De Jesus Saraiva - Contagem 17/03 - Fabio Alves Pinto - Itauna - MG 17/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG 17/03 - Guido Araujo - Belo Horizonte 17/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG 17/03 - Nilson Pereira Machado. - Sete Lagoas-MG. 19/03 - Afranio Gomes Paulino de Miranda - Gouveia-MG 20/03 - Guido Araujo - Belo Horizonte 20/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Cultura em São Roberto 17/03 - Elizabete Guimarães - Carmo do Rio Claro-Minas Gerais Adilson do Nascimento, tenho lembrado de vários fatos ocorridos em São Roberto: Grupo de teatro dirigido por Eloi Vieira, ¨BODAS DE SANGUE¨voce fazia o papel principal, era o noivo, eu era sua mãe,Tião Gouveia era o mordomo, Aparecida a noiva, José Vieira etc...Acho muito gratificante ter tantas coisas simples para serem relembradas, valeu a pena 18/03 - Adilson do Nascimento Belo Horizonte - MG Betinha, não faz mal que seja em doses homeopáticas; o importante é se fazer presente. Veja bem, você relembra fatos e pessoas marcantes de uma era de ouro de uma vila que tinha vida própria em todos os sentidos. Faltava em São Roberto apenas um colégio. Se tivesse, nós nem iríamos à cidade. Lembra de quando encenamos “O Auto da Compadecida”? Também levamos uma peça de minha autoria que eu depois que mudei para Ipatinga e BH acabei perdendo os originais. Recordo que tinha você, Toninho Amorim, Jovita etc. A fábrica vem passando por sucessivas crises e hoje não é mais aquele portento econômico dos nossos tempos, mas tem lutado para sobreviver. A indústria têxtil, de uma maneira geral, sofre diretamente a influência da globalização, principalmente com a importação de tecidos e roupas do mercado asiático. A ABIT – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção – que é presidida pelo meu amigo e ex-estagiário da Boletim Informativo da AFAGO página 4 Fábrica São Roberto Aguinaldo Diniz Filho (irmão do Antonino), vem reclamando com governo federal a desoneração da folha de pagamento, mas a “garganta” do governo central é muito profunda e, mesmo perdendo receita com a redução da produção, prefere manter as altas taxas de impostos. A balança comercial do segmento têxtil, em 2011, apresentou um déficit da ordem de quatro bilhões e oitocentos milhões de dólares. Bom, mas isso não é assunto para nós. Nosso assunto é “Gouveia Remember”. Fico feliz pelas manifestações de apoio que tenho recebido para que o médico Pérsio Monteiro Prado seja homenageado pela Afago. Não concordo quando você diz que NÃO faz parte da AFAGO. Claro que faz! Você apenas AINDA não é sócia. Mas para fazer parte da AFAGO são necessários dois requisitos: ser FILHO da terra, ou ser AMIGO dela. Os dois você possui. Homenagens 11/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG 21 de abril está chegando e certamente iremos presenciar a Assembleia Legislativa do Estado concedendo a Medalha da Inconfidência a prefeitos cujo “mérito” foi distribuir merenda às escolas municipais, utilizando verba federal. Essa história de concessão de Honra ao Mérito deveria ser tão rigorosa que o agraciado ao recebê-la se sentiria “honrado” e não “envergonhado”. Entendo ser uma falta de propósito designar um orador para saudar o homenageado e esse não ter o quer dizer que não seja atributos pessoais do tipo honesto, trabalhador, bom filho, bom pai e por ai afora. Se você perguntar: me diz um “troço” desse “cara” ai, haverá um silêncio constrangedor. Existe na AFAGO um projeto corrente, de autoria do Diretor Social Geraldo Augusto Silva (Dingo de Vavá de Ozório), para homenagear gouveanos – natos ou adotados – que tenham contribuído decisivamente para o progresso e o desenvolvimento do município e da sua gente. Gostaria de sugerir publicamente o nome de um gouveano, por adoção, de nome PÉRSIO MONTEIRO PRADO. Ai alguém me dirá: qual foi a obra desse “cara” para o progresso do município? A pergunta certamente virá no sentido de quais as escolas ele criou? Quais as indústrias ele implantou? Quais ruas ou avenidas ele abriu? Quantas praças criou? Construiu pontes, praça de esporte, rede de água e esgoto, calçamento poliédrico? E eu: diria: não! Mas salvou vidas! Inúmeras! De crianças e de adultos! Batalhou sempre por uma melhor condição de vida da população. Reclamava com veemência de córregos de água potável que corriam a céu aberto, cobrando dos prefeitos a sua canalização. Brigou bravamente pela construção de rede de esgoto. Nesse mundo mercantilizado visitava enfermos na zona rural usando seu próprio meio de transporte e nada recebia. Dava consultas grátis e fornecia medicamentos aos necessitados que batiam à sua porta e sabidamente não tinham condições de arcar com os custos. Trabalhava sem contar com um mínimo de condições técnicas para o exercício da profissão, tendo, quando da realização de cirurgias, como assistente e instrumentadora uma enfermeira e como anestesista um Notícias & comentários farmacêutico. Foi médico da fábrica, do posto, do hospital e do INSS, tirando desses salários o sustento da sua família. Em sua clínica particular não exercia a medicina. Ali ele exercia o sacerdócio. Atualmente as suas atividades, em razão das suas fragilidades físicas (uma pena) estão bastante reduzidas, mas fico imaginando os mais novos sempre querendo saber dele: como? Por quê? Quando? Assim como prefeitos não gostam de construir esgotos que ficam embaixo da terra e ninguém vê, a sua obra do ponto de vista físico é invisível, mas para sermos justos teremos que enxergar além do visível, do palpável. Pérsio, com certeza, poderá ser inscrito no Livro de Ouro do município, com toda JUSTIÇA Comentários de 11/03 - Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas. MG Gouveano e Gouveiano 12/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Eu venho postando minhas mensagens neste espaço sempre com a intenção de estar provocando a sensibilidade das pessoas para se associarem ou discordarem delas. Tem dado certo. Porém as discussões ficam restritas a uma meia dúzia de gouveanos – Zé de Flora, eu continuo escrevendo gouveano, sem o “i” de Gouveia, em razão de uma lei da câmara municipal (que não é de minha autoria) que estabeleceu essa grafia e que se não é conhecida, também não foi revogada – No íntimo eu gostaria que esse leque fosse ampliado com outros internautas, da própria cidade – que contassem histórias da terra – e de outras paragens, até mesmo de fora do país que pudessem contar suas peripécias de conviverem com outras culturas e outras formas de vida. Um, em especial, que iria ilustrar “ao vivo e a cores” este espaço seria HAROLDO ANTÔNIO RIBAS, cirurgião dentista, filho de João Ribas e de Dona Vitalina. Dias atrás eu estava em dúvida se o nome Camilinho era assim ou seria Camelinho. Ai ele me garantiu que era com “i” de CAMILO, um personagem folclórico (olha ai Zé de Flora) existente na comunidade em tempos idos. A cada encontro com Haroldo eu me surpreendo com os seus vastos conhecimentos da nossa etnologia, buscando laços familiares desde os nossos antepassados de Portugal, até os dias de hoje. Ele conhece todas as famílias de Gouveia e suas ramificações. Haroldo descobre fatos de uma profundidade impressionante como a história da família PENNA que de tanto ter o nome escrito à mão com as letras mais variadas passou a ser conhecida como família LIMA. Especial 14/03 - Nilson Pereira Machado - Cidade dos Lagos Encantados- MG. Pé de briga. Você em pé de guerra, Chama-me de pé de chumbo. Olhando os seus pés de galinha, Retruco, dizendo que sou o pé de boi. Você contra argumenta: que sou pé de valsa. Resignado mas, em pé de igualdade. Aceito no pé do ouvido que eu seja, Um pé de cana, ou um pé de chinelo. Boletim Informativo da AFAGO página 5 E que mereço um pé na bunda, Mas, cuidado, sou um pé de vento Competente com pé na tábua, E possuindo um pé de Coelho. Posso no instante colocá-la no pé da página, Mas, doce, sou um pé de moleque. Não tenho pé chato, não tenho pé torto. De posse de um pé de cabra E ainda com um pé de pato, Vou esperar o pé d’água junto. Com o pé de vento, passar, E levá-la para o pé de serra. E com o pé nas costas, Sem pé de atleta. Serei o seu pé de apoio. Ou então, o seu pé de valsa. E neste pé de briga, fique com um pé atrás. Pois faremos na cama alguns “pezinhos”. Antes que eu pegue o meu pé de borracha. E coloque o pé na estrada, Pois não sou um pé de lã. Sou mesmo é um pé de botas. Noslin Arierep Odacham, 13/03/12. Olá Adilson, para seu dicionário estou completando ou melhor “brincando com as expressões” que você postou , quando seu neto o perguntou “ se pé serve apenas para chutar bola”, vê se você gosta da brincadeira, dá o “feed back “ meu passatempo é escrever. E mais para aumentar sua coleção” pé de lã” se diz que é aquele que comete adultério assim como no sul “ pé de bota “ designa soldado. EM TEMPO Noslin Arierep Odacham é o anagrama de Nilson Pereira Machado Piadinhas do Adilson do Nascimento 16/03 -A professora sempre orientava os seus alunos do primeiro ano fundamental para que eles ficassem longe do álcool, do fumo e dos jogos de azar. Certo dia, em uma enquete, ela perguntou para o Arthur: - depois do número quatro qual o quem vem? – Cinco. – E depois do cinco? – Seis. – E depois do seis? – Sete. – Muito bem Arthur, nota dez. Ai perguntou para o Lucas: - depois do número sete qual o que vem? – Oito. – E depois do oito? – Nove. – E depois do nove? – Dez. – Muito bem Lucas, nota dez. Chegou, então, a vez do Joãozinho e ela perguntou: Depois do número dez qual o que vem? O Joãozinho (que não é Saraiva) pensou... pensou... e respondeu: depois do dez vem o ... VALETE! 16/03 - Em uma cidadezinha do interior (cidadezinha não é Gouveia) um sapateiro comentava com o seu vizinho: - acabei de vender um par de botinas para o Bastião e ele vai me pagar no próximo mês. O vizinho, assustado, lhe falou: - você ficou maluco? O Bastião não paga suas contas, nem morto. O sapateiro, então, rindo da sua “esperteza”, disse: - não faz mal, eu vendi para ele pelo dobro do preço. 22/03 - Zezinho chegou da escola chorando e dizendo para a mãe que os seus colegas o haviam apelidado de “CABEÇÃO”. A mãe, muito Notícias & comentários carinhosa, mostrou a ele que aquilo era inveja dos colegas, por ele ser bonito e bom de bola, portanto, com um futuro brilhante pela frente. Em seguida pediu ao Zezinho que fosse ao Sacolão, da esquina, e comprasse 4 cocos e 2 abóboras. Zezinho, imaginando o tamanho da compra, perguntou se poderia levar o carrinho, no que sua mãe lhe disse – não, meu filho, você consegue trazer tudo no seu “bonezinho” 22/03 - Certa noite eu jantava em um restaurante – não sei se foi em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, ou foi em Cuiabá –, quando um garçom perguntou-me de onde eu era. Eu disse a ele que era de Minas Gerais. Ele, então, não contente com a resposta perguntou-me ainda: de qual cidade? E eu imaginando facilitar para que ele identificasse a minha origem disse-lhe: de Diamantina, terra de JK. Ele, para minha surpresa, disse-me meio decepcionado: - eu também sou mineiro, de Ipatinga. Diamantina eu não conheço, mas já estive ali perto, em GOUVEIA, quando lá havia uma festa espetacular que eles chamavam de “Festa do Alho”. Ainda bem que o gerente do banco, que jantava comigo, não percebeu o meu constrangimento. 23/03 Elizabete Guimarães - Carmo do Rio Claro-Minas Gerais Adilson, aconteceu comigo uma história igual a sua ano passado, só que eu estava mais longe MANAUS. Estava no supermercado na fila do caixa e comparava com minha amiga que é amazonense, as diferenças culturais entre Minas e Amazonas Um Sr. logo atrás na fila me perguntou.Você é mineira? de que cidade?.Para economizar explicações disse que era de Diamantina, e ele respondeu- Sou de Uberaba, então você conhece GOUVEIA? DATAS? E eu respondi meia constrangida: a verdade nasci em uma Vila Chamada SÃO ROBERTO. E ele respondeu, tem uma fábrica de tecidos. Então explicou que era vendedor e quando visitava cidades lá perto tinha preferência pelo hotel de Osvaldo Patrício.Jurei nunca mais renegar nossa GOUVEIA. E faço questão de dizer SÃO ROBERTO. Eu moro no sul de Minas e alguns fazendeiros que conheci aqui, refere a Gouveia como ¨CAPITAL DO ALHO¨e me perguntam porque não é mais. Mas não sei responder, Você sabe o por que? 18/03 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro Curvelo HOMENAGEM! É hábito meu contemplar o firmamento. Foi então que da janela do apartamento, quis com as estrelas dialogar. Porém, o céu belorizontino se vestiu totalmente de negro e fugidias, as estrelas não povoaram com o seu brilho o espaço sideral. Insone, no leito a rolar, me pus a declamar o poema de Olavo Bilac, a seguir: “Ora direis, ouvir estrelas... Certo! Perdestes o senso! Eu vos direi, no entanto, Que para ouvi-las, Muitas vezes desperto E me debruço à janela, Mudo de espanto!” ( Perdoe-me, Olavo Bilac, quaisquer incorreções de minha parte e as tribute ao horário(madrugada) e à falha de memória)! Hoje se você, Bilac, aqui estivesse, contar-lhe-ia que apesar das nuvens espessas e sombrias da noite, pude sim ver, ouvir e tocar uma estrela. -Loucura? -Não! Em perfeita sanidade mental, explicar-lhe-ia que se trata de uma estrela diferente. Esta estrela, neste momento dorme placidamente a meu lado e como as outras emite luz, fazendo-o através do brilhantismo de seu QI, da determinação de seu caráter e do carisma de seu ser. Bebê recém-nascido aos 47 anos de idade, estou a embalálo com canções e preces de agradecimento a Deus pela dádiva de seu renascer, já que salvo pela fé no Senhor da Vida e pela competência e dedicação de uma equipe médica. Estrela de primeira grandeza, bravamente lutou pela vida e numa volta inédita e surpreendente, chega vencedor a se inserir forte e orgulhoso no Universo de Amor dos corações paternos, dos quais ele jamais sairia. Num passe de mágica, valente e carinhoso, ele volta para afagar o coração materno que sempre acreditou na vitória de sua luta. A minha estrela está aqui, bem juntinho Boletim Informativo da AFAGO página 6 de mim, a me acarinhar os momentos, incentivando-me sempre. É você, meu filho, Wilson Júnior, dos meus três humanos astros, a minha primeira estrela cadente. Veja a vida lá fora. Ouça o doce gorjear dos pássaros. Sinta a brisa a lhe afagar o rosto. Contemple o astro-rei que, rasgando o horizonte, pinta de púrpura o azul-anil do céu. Novo dia renasce. E... Com o dia, para júbilo de seus pais, familiares e amigos, você renasce também. Que Deus seja louvado agora e sempre! Casos acontecidos: Superstição e assombrações 13/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Joãozinho, eu não ligo para superstição. Tanto que já comi (literalmente) gato preto; passo por debaixo de escada e ponho qualquer pé no batente da porta da rua. Mas, já vivi situações bastante inusitadas com relação a isso. Certa feita eu ia viajar com um colega, que pela primeira vez iria andar de avião. Quando chegamos em Confins o “marmanjo” descobriu que era sexta-feira 13 e “amarelou” com medo de o avião cair e ele ir encontrar São Pedro antes da hora. Eu fui só. Ao chegar a São Paulo fui informado que o meu amigo havia saído do aeroporto e ficado ali na beira da estrada que vem de Belo Horizonte e quando o “nosso” avião passou acima de sua cabeça ele foi andando de costas admirando o fundo daquele “pássaro de fero” e sem perceber entrou na pista de rolamento sendo apanhado por um carro em alta velocidade, morrendo no local. 13/04 - Guido Araujo - Belo Horizonte Superstição todo mundo tem, creio eu. Certos atos são superstição para uns e não são para outros. Caveira de boi espetada nos mourões de cerca ou de curral, ferraduras e vassouras atrás das portas, pé de coelho, não andar de costa, benzer-se ao entrar em campo de futebol ou outros lugares, ler horóscopo, etc., tudo isso muita gente faz sem sentir. Quando pegos, dizem “no creo en brujas, mas que las hay, las hay”. O noivo de uma amiga minha, não andava de ônibus dia nenhum. Perto de se aposentar e de casar, por insistência da noiva, foi de Diamantina a Belo Horizonte, de onde iria com ela conhecer o mar numas férias em Guarapari. Até Belo Horizonte, sua primeira viagem de ônibus deu muito certo. Mas a ida para Guarapari acabou para os dois no viaduto das almas. Foi azar? Força do pensamento? Uns casos assim reforçam a superstição popular. Se há uma pessoa supersticiosa, esta é o garimpeiro. Sorte é sonhar com merda, com criança, com moça bonita. Azar é sonhar com gato preto, urubu e padre. Conheci um garimpeiro que, no dia da apuração, saia de casa mais tarde, com algodão no ouvido e roupa limpa. Sexta feira 13 é uma data em que o azar sai do controle do supersticioso. Daí o medo maior. 15/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Vou fazer aqui um desafio aos poetas, mensageiros, colunistas, romancistas e curiosos gouveanos, mineiros e de além mares para escreverem sobre vivência ou experiência com fantasma e começo dando o meu testemunho: certa noite descia eu de Gouveia para São Roberto, como sempre a pé, e lá do alto da Serrinha eu vislumbrei, ali naquela pedra, do “curtume”, que servia de descanso para caixões de defunto, uma “alma Notícias & comentários penada” totalmente coberta com um lençol branco e segurando uma vela acesa, na altura do peito. A minha primeira reação foi voltar, mas daí eu me perguntei: vou voltar e fazer o que? Depois eu não acredito em assombração e se por acaso for um, vai ser uma experiência única. Prossegui no meu caminho e ao chegar bem perto eu, que havia adquirido um revólver INA 32 do Natalino, de Louro Pereira, saquei o “berro” e gritei: vou botar uma “azeitona” bem no meio dessa sua careca. Ai a assombração deu um pulo e descobrindo-se foi dizendo: - que é isso “minino” sou eu Expedito (de Paula); eu estava tentando dar um susto no Joãozinho Paneleiro e não esperava que você viesse primeiro. Nós dois descemos juntos o resto do caminho e assombração para mim é isto; se você averiguar encontrará uma solução real para o “fantasma”.. 15/04 - Guido Araujo - Belo Horizonte Adilson, já que você contou sua história de assombração, também vou contar a minha. Umas duas vezes por ano eu ia a Gouveia com minha familia para as cerimônias da Semana Aanta ou Festa do Divino. Numa destas vezes, eu descia a estrada para São Roberto, e cortei um atalho descendo a Serrinha. Ao atingir a estrada novamente, perto do “Curtume”, vi assentada na mesma pedra, que agora sei que era descanso de defunto, outra alma penada. Ao aproximar-me, vi que era uma mulher, nua, de bikini, descalça. “Gente!!” pensei, “esta deve ser da pá virada. Deve estar fugindo da eternidade com muita pressa, pois esqueceu até de pegar os chinelos”. Comecei a me apavorar e arrepiar, quando atinei que ela estava sem a cabeça. “Perdeu a cabeça também”, pensei. Como não sou medroso, continuei andando. Num piscar de olhos, o lençol voou para o meio da estrada, por onde eu ia passar. Aí, eu gritei: “que que é isto, alma penada!!” Acho que assustei a alma, pois o lençol virou uma bola de neve e a mulher se levantou e deslizou para dentro dela. Só sei que a bola foi rolando na minha frente estrada abaixo. Apertei o passo e a bola se apressava também. Queria ver como era dentro. Comecei a correr e a bola a correr na frente. Quando chegou numa ponte, perto da fábrica, a bola foi parando com medo da água e eu atravessei a bola, com tanta velocidade que eu estava, e fiquei na frente. Começou, então, a soprar um vento leve que foi empurrando a bola para trás, de volta. Como eu não tinha visto a mulher dentro da bola, comecei a subir a estrada atrás dela para examinar. Passei por umas mulheres desmaiadas na beira da estrada. Devia ser funcionárias que iam para a fábrica, para a troca de turno. Quando cheguei novamente no lugar onde ela tinha aparecido, veio uma voz de dentro ca bola e falou: “cansei” e a bola parou. A mulher saiu de dentro dela e deitou na pedra novamente. Cobriu-se com um lençol puxado do ar. Eu disse: fique aí, abantesma, para assombrar outro. Acho que ela obedeceu, pois de vez em quando alguém conta que viu uma alma por aquelas bandas. Encontro 19/03 - João De Jesus Saraiva Contagem Ida ao Pizza bar.Motivo - Encontro dos Gouveanos que fazem parte da (AFAGO)ASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE GOUVEIA,data,17(dezessete de março)motivo do encontro: reunião ordinária assembleia geral e congraçamento de Boletim Informativo da AFAGO página 7 gouveanos,por direito e nascença ou de afeição, e homenagem digna e mais do que justa ao nosso grande amigo da Afago Jose Moreira,grande no saber e grande na estatura,como amigo dispensa comentários.Fomos dar a ele aquele abraço apertado e afetivo e cumprir com nossa obrigação de gouveanos que somos,saudar o presidente da (comissão mineira de folclore).Lá passamos horas agradáveis onde encontrei amigos que há muito tempo não encontrava com Irene Vieira,Ilda Vieira Haroldo Ribas;e os amigos da AFAGO,que estes eu encontro mais vezes na ocasião das reuniões.Como é bom aquela roda de amigos,agente sente em casa e sente uma sensação de liberdade,e conforto ao está no meio deste nosso povo.Ao rever nossos amigos o nossos pensamentos vão longe,e através do nosso papo amigo que nós tínhamos lá na nossa cidade,nas tardes de final de semana,e que na cidade grande nós não temos este privilégio,foi assim que eu senti no sábado passado no encontro da AFAGO.Espero que nos próximos encontros que venham mais gouveanos para participar e sentir esta sensação gostosa que eu senti.Não percam minha gente este encontro,valeu a pena!(ESTES ENCONTROS É PARA TODOS GOUVEANOS) 13/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Ontem, 12 de abril, em reunião conjunta da Diretoria Administrativa e Conselho Fiscal da AFAGO – Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia –, realizada na Sala Doutor Waldir de Almeida Ribas, tivemos dois momentos que me deixaram por demais apreensivo: PRIMEIRO - o meu colega de Diretoria Professor e Sociólogo José Moreira de Souza disse da sua preocupação pela ausência de participação de gouveanos, tanto da capital quanto da cidade, no desenvolvimento dos trabalhos e nas finalidades da AFAGO de promover periodicamente reuniões sociais, culturais, recreativas e outras que visem estimular o relacionamento, o espírito comunitário e de solidariedade mútua entre os membros da colônia gouveana. Em razão desse distanciamento colocou-se à disposição para patrocinar a próxima reunião de congraçamento em sua chácara, nos arredores do Convento de Macaúbas, em Santa Luzia, como fizeram, ano passado, os irmãos Manoel e Milton Miranda. Apesar desse desprendimento e boa vontade surgiu a dúvida quanto à melhor forma de se comunicar com os pouquíssimos associados quites com as suas mensalidades, de forma a que alcancemos todos eles. Foi quando eu propus fazer um chamamento neste espaço no sentido de atualizar todos os endereços, eletrônicos ou postais, incluindo CEP e telefones, desses associados, daqueles que mesmo não estando quites desejarem se atualizar, ou de quem, embora não seja associado, desejar se associar. As fichas de inscrição estarão disponíveis durante o encontro. As remessas de endereços, sejam eletrônicos ou postais poderão ser feitas para [email protected] que é o meu endereço eletrônico, ou para a Rua Capitão Leonídio Soares, 285 – Planalto – 31720-590 – Belo Horizonte – MG que é o meu endereço postal. SEGUNDO – quando se discutia a definição e premiação do Prêmio Afago de Literatura para alunos dos cursos fundamental e médio das escolas públicas de Gouveia, um dos diretores dizendo que alguns associados imaginam que a AFAGO está “nadando” em dinheiro, embora a minha prestação de contas pela segunda vez na assembleia geral, com pouquíssimos presentes, tenha demonstrado que estamos no vermelho, propôs a solução de bancar com seus próprios recursos, mais uma vez, o ônus da premiação (não vou citar nome por não estar autorizado e entender que não seria ético), reconhecendo que não teríamos recursos disponíveis para arcar com os custos da premiação. Afinal, não temos patrocínio, não recebemos verbas públicas e o valor trimestral das mensalidades é consumido com despesas postais, material de expediente, condomínio, hospedagem do site, telefone, tarifas bancárias, energia elétrica, IPTU, alvarás e taxas da prefeitura e da receita federal. Você que está lendo esta mensagem e sabe que o seu colega e amigo não tem acesso a este meio de comunicação, dê um toque nele; assim, no próximo encontro, vocês dois terão oportunidade de se reverem e de encontrarem antigos amigos de infância e adolescência. Você que é associado traga um amigo para se associar. Notícias & comentários Lembranças 19/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Eu me considero um privilegiado pelo fato de haver nascido em meados do século passado. Presenciei uma evolução tecnológica sem igual. Quando nasci, na Vila Operária da Fábrica São Roberto, em 1947, Gouveia não passava de um simples distrito do município de Diamantina, do qual se emancipou em 1954. O que havia de modernidade ali no distrito e depois no município se resumia à luz elétrica; água encanada em poucas casas; relógio (inclusive despertador) que funcionava movido por “cordas de aço”; máquina de costura, acionada por pedal; uns três ou quatro carros de origem americana – um dos quais de Geraldo Pereira e que era usado como “carro de praça” –; telefone público no posto da cidade e particular no escritório da fábrica; cinema, com filmes americanos em preto e branco e aparelhos de rádio. Esses, em quase toda casa havia um. Ouvir rádio fazia parte do cotidiano das famílias e os aparelhos eram uns caixotes pesados, que funcionavam apenas em ondas curtas (não havia FM), com recepção por meio de válvulas (uma espécie de garrafinhas de vidro) que queimavam frequentemente e cuja reposição dependia do fornecimento de casas especializadas existentes geralmente em São Paulo. Os rádios ficavam sintonizados na Rádio Mayrink Veiga, ou Tupi, ou Nacional, todas do Rio de Janeiro, então capital federal. Por elas se ouvia jogos de futebol, principalmente do Vasco, Flamengo, Fluminense e Botafogo; as notícias do executivo, do legislativo e do judiciário, através da “Voz do Brasil” – que naquele tempo se justificava –; as notícias em geral, pelo “Repórter Esso”; e, religiosamente, a novela “O Direito de Nascer”. Eu já tinha uns seis anos de idade quando pela primeira vez vi uma geladeira, no refeitório da fábrica. Parecia mais um guarda roupas, de madeira, cheia de portas. Depois foram surgindo, até chegar aos dias de hoje, talvez não nesta ordem: ferro elétrico (substituto do ferro à brasa), fogão a gás (substituto do fogão à lenha), liquidificador, cafeteira elétrica, batedeira de bolo, disco de vinil, toca disco, bicicleta, motocicleta, automóvel de fabricação nacional, aparelho de TV com imagem preta e branca, rede de telefonia domiciliar (cada residência tem o seu), telefone sem fio, caneta esferográfica, máquina de somar, rádio-relógio digital elétrico, máquina de lavar roupas, máquina de lavar louças, purificador de água, videogames, videocassete, CD, aparelho de CD, TV em cores; de plasma, LCD e wide screen, inclusive por assinatura, microondas, freezer, condicionador de ar, aspirador de pó, ventilador de mesa e de teto, calculadora científica, DVD, aparelho de DVD, home theater, GPS, computador, microcomputador, notebook, netbook, internet, IPAD, IPOD, tablet, celular, MP3, MP4, MP5, pen driver, modem, câmera e filmadora digitais, caixa eletrônico, satélites para conquista do espaço e das comunicações, cartão magnético (que eliminou o cheque e gradativamente eliminará a moeda de papel) etc.etc. Além disso, acompanhamos a evolução de muitos aparelhos e equipamentos que já existiam, a exemplo dos aviões, dos refrigeradores, do próprio rádio, dos veículos automotores etc. Será que ainda vamos ver alguma modernidade? Com certeza, sim! Não sou futurista, nem tecnólogo, mas espero ver, por exemplo, os aparelhos domésticos de uma residência se comunicando com o mundo externo através da transmissão de dados em alta velocidade, utilizando a tecnologia da internet e de aparelhos celulares. Já imaginou a sua geladeira comunicando ao serviço de dellivery do supermercado o que está faltando para ser reposto? Pode imaginar! Nada é impossível para a mente humana. Nem para o bem, nem para o mal. Boletim Informativo da AFAGO página 8 FREI FLÁVIO SILVA VIEIRA 20/03 - Frei Flávio Silva Vieira - OFM - DIVINÓPOLIS -MG Foi uma grata surpresa conhecer o site da AFAGO. É Sempre bom lembrar de nosso torrão natal e sua gente! Quanta gratidão e saudade! Aproveito para parabenizar o nobre conterrâneo José de Flora (que nunca tive a honra de conhecer) pelo trabalho na Comissão Mineira de Folclore onde estão alguns dos meus confrades. Na última reunião Fr.Leonardo me trouxe um kobu que foi degustado com muito prazer! Bom, vejo que alguns conterrâneos meus também vivem nessas paragens do centro oeste mineiro. Se algum quiser me dar o prazer de sua visita ficarei muito honrado. Estou servindo com muita alegria ao povo de Divinópolis, onde a comunidade franciscana tem marcado presença há quase um século. A todos os gouveianos meu fraternal abraço. Comentário de 20/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG 22/03 - João De Jesus Saraiva - Contagem 22/03 - Frei Flávio - Divinópolis 22/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG 22/03 - Guido Araujo - Belo Horizonte 23/03 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro - Curvelo 23/03 - Fr. Flávio - OFM - Divinópolis 23/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG 23/03 - Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas -MG. 26/03 - Fr. Flávio - Divinópolis. 27/03 - Elizabete Guimarães - Carmo do Rio ClaroMinas Gerais Gouveia e Datas 24/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Estava lendo o “Carranca” – Órgão Informativo da Comissão Mineira de Folclore – e ali há um artigo do meu amigo Zé de Flora intitulado “Cobu da Gouveia: sapato sem meia” onde ele, entre outras considerações brilhantes, como sempre, faz alusão à rivalidade existente em tempos idos entre Gouveia X Datas, ou Datas X Gouveia. Vivi, na pele (literalmente) um pouco essa história. Haveria no domingo à tarde um jogo de futebol entre o time de Datas e o Guarani, de Gouveia. Quando chegamos a Datas fomos informados de que o vigário, Padre João Maria Poirier, um francês, havia feito uma homilia toda voltada para o futebol e a rivalidade entre as duas cidades. Pediu para que os datenses fossem cordiais e que o futebol deveria ser um elo de ligação entre as duas comunidades. Lembro que quando o João Antônio “de Asteris” nos informou disso o Hugo Ribas teria dito: - isso vale até quando eles começarem a tomar um “chocolate” nosso. Em dado momento do jogo eu recebi uma bola na lateral direita do campo, parti para a linha de fundo e cruzei para a área. O Hugo, com toda aquela sua habilidade, dominou e... “saco”. 3 X 0 para o Guarani. Pouco tempo depois alguém esticou uma bola para que eu fosse à linha de fundo e cruzasse. Quando eu arranquei ouvi o padre, ali na beira do campo, dizer para o lateral: - “pau nele”! Ato contínuo eu me estatelei naquele cascalho do qual era composto o “gramado” Notícias & comentários do campo e tive que merecer os cuidados do massagista Jofre (daí o literal). Ao ficar de pé eu disse para o padre: pô, seu padre, o senhor mandando bater? E ele com a maior cara de pau: - vocês pensam que vão nos humilhar? Enquanto eu joguei contra Datas, fosse lá, em Gouveia ou em São Roberto, sempre havia uma rixa, apesar dos esforços do Bolivar, do Armando e outros datenses assíduos frequentadores de Gouveia, ou moradores lá. Praça Padre José Machado 03/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Gostaria de externar os meus cumprimentos ao prefeito Geraldo de Fátima pelas reformas que estão sendo realizadas na Praça Padre José Machado, em Gouveia. 03/04 - Afrânio Gomes - Gouveia-MG ÉTICA 08/04 - Afrânio Gomes - Gouveia-MG 26/03/2012 - ADILSON DO NASCIMENTO - Belo Horizonte MG A exemplo da Revista Veja, da Editora Abril, o programa dominical “Fantástico”, da Rede Globo de Televisão tem prestado consideráveis serviços à sociedade brasileira denunciando esquemas de corrupção em vários órgãos públicos. Apareceu primeiro um hospital público, do Rio de Janeiro e ontem uma prefeitura do nordeste. Em dado momento da reportagem do domingo, dia 18 passado, uma diretora de uma empresa investigada informa que “isso é a ética do mercado”. ÉTICA, senhora? Santo Antônio da Gouveia!!! Aonde vamos chegar? Sem chegar a tanto, porém, sabe-se que esse tipo de procedimento é a regra geral dos negócios públicos, principalmente quando se trata de prestação de serviços. As investigações poderão se estender às Secretarias de Estado, às Câmaras, aos Ministérios, aos Tribunais, até chegar ao Congresso Nacional. Ali, teríamos a reedição daquela história do marido que tendo pilhado a mulher com o vizinho, no sofá da sala... vendeu o sofá. Isso porque, na hipótese de que se chegue à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal, provavelmente os políticos... tirarão o Fantástico do ar. Turismo em Gouveia- Pontos Turísticos Paisagens Mineiras 27/03 - Hermes Nascimento da Silva - Nova serrana Estranho. O concurso Paisagens Mineiras do Estado de Minas,encerrou a votação no dia 28/02/2012.Colocarão na página,” em breve divulgaremos o vencedor. Ate hoje não divulgaram 06/04 - Guido Araujo - Belo Horizonte Gouveia.com: www.gouveia.com.br 29/03- Hermes Nascimento da Silva - Nova Serrana Hoje, pude entrar em mais um site de Gouveia e nele observar algumas coisa novas para mim que fui a Gouveia no principio de Dezembro de 2011. Se Alguem não tiver conhecimento ai está: www.gouveia.com.br. Tem informações da Prefeitura de Gouveia, de alguns parceiros de site, etct. Gostei do que pude observar, por isso estou passando o endereço. Comentários de 29/03 - Elizabete Guimarães ### Carmo do Rio ClaroMinas Gerais 30/03 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Boletim Informativo da AFAGO página 9 03/04 - Afrânio Gomes - Gouveia-MG CACHOEIRA DO MELO - Em 1997 comecei a catalogar pontos que poderiam ser atrativos da atividade eco turismo. A Cachoeira do Melo era totalmente desconhecida dos habitantes do núcleo do Município de Gouveia , com a ajuda do Murilo, proprietário de terras ás margens do Rio Capivara, consegui chegar no alto daquela cachoeira. Fiquei impressionado com a altura e volume de água que desabava em uma queda livre. Chovia muito naquela tarde de domingo e já era bem tarde. Em uma segunda visita chegamos ao pé daquela cortina de água e assim se sucederam várias visitas e muitas fotos. A distancia da cachoeira até a sede do município e aproximadamente 40 km e a visitação depende de autorização do proprietário das terras onde ela se encontra Páscoa e Judas 05/04 - João De Jesus Saraiva - Contagem Há dois mil anos atrás,um homem veio ao mundo disposto a ser o maior exemplo de amor e verdade que a humanidade conhecia.Sua proposta de vida não foi entendida por muitos e,então,condenaram este homem e crucificaram-no ignorando todos os seus propósitos de um mundo melhor.Houve dor,angústia e escuridão.Por três dias,o sol se recusou a brilhar,a lua se negou a iluminar a terra,até que no terceiro dia algo extraordinário aconteceu.Houve a ressurreição,a páscoa existe para lembrar deste espetáculo inigualável chamado ressurreição(PÁSCOA) ressurreição do SORRISO, ressurreição da ALEGRIA de viver,ressurreição do AMOR, ressurreição da AMIZADE,ressurreição da vontade de ser FELIZ,ressurreição dos SONHOS,das lembranças e de uma verdade que está acima dos ovos de chocolate.Cristo morreu,mas ressuscitou e fez isso somente para nos ensinar a matar os nossos piores defeitos,e ressuscitar as maiores virtudes sepultadas no íntimo de nossos corações.(QUE ESTA SEJA A VERDADE DE NOSSA PÁSCOA)Feliz páscoa a todos AFAGUENANOS.Um grande abraço Comentários de 06/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG 07/04 - Pe. Silvio Augusto Moreira - Três Marias 08/04 - Afrânio Gomes - Gouveia-MG 08/04 - Nilson Pereira Machado. - Sete Lagoas-Mg. 08/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG 08/04 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro - Curvelo 08/04 - Adilson do Nascimento - Belo Horizonte - MG Notícias & comentários Cemitério do Peixe 08/04 - Raimundo Nonato de Miranda Chaves - Belo Horizonte Guido Araújo comentou, neste livro de mensagens, a questão de legalização de terras no Cemitério do Peixe através do direito de usucapião. Informo às pessoas interessadas que Antônio Francisco Pinto, vulgo Canequinha, fez doação de terras para as Almas do Cemitério do Peixe, especificou as divisas e ressaltou que, a área media 80 litros de terra incluindo 20 litros de direito dos Vieras, portanto, nem toda a área limitada no documento passaria a ser propriedade das Almas. O documento está registrado em Cartório de Conceição do Mato Dentro, com data de 1940. O problema é que as Almas do Cemitério do Peixe não têm personalidade jurídica e, por isso, não podem ser proprietárias de imóveis. As terras, então, são consideradas devolutas. A solução encontrada, sob a orientação do advogado Luiz Dumont e a liderança de Luiz Rodrigues, foi criar a Associação dos Amigos do Cemitério do Peixe. Dita associação, já formada com estatutos registrados, tem personalidade jurídica e reivindica a propriedade das terras que ainda não foram ocupadas. Eu tive o prazer de almoçar com Luiz Rodrigues na sua fazenda às margens do Rio Congonhas, ele me mostrou todos os documentos e me garantiu que a área disponível é plenamente suficiente para a realização do Jubileu. As áreas ocupadas, na periferia, eram usadas como pasto de tropas, portanto, de pouca utilidade hoje. A Associação é dirigida por Luiz Rodrigues (presidente), Antônio Geraldo Moreira (vice), Anita Pinto Rodrigues (secretária), João de Vininho (tesoureiro), Luiz Dumont (assessor jurídico). Além da diretoria há o Conselho Fiscal. O Cemitério do Peixe continua assim em boas mãos e o Jubileu garantido. São Miguel e as Almas são poderosos. Deixei, com Luiz, meu pedido de inclusão no corpo de associados. Comentário de 09/04 -Guido Araujo -Belo Horizonte Análise 16 abril - José Moreira de Souza – Hoje, resolvi fichar todas as mensagens postadas do dia 25 de fevereiro até a presente data. 16 de abril. Suprimi algumas e preenchi 44 páginas. Na análise destacou-se como tema recorrente: “A Gouveia vista de São Roberto”. Dá um livro. Vejam: o teatro em São Roberto. Adilson, o dramaturgo, a sociabilidade do espaço operário, a educação, o imaginário, os assombrações e os Judas e tem muito mais. Terei um trabalho imenso para condensar isto em duas páginas no Boletim da AFAGO edição 02_12 em preparação. Parabéns ao Adilson que tem coordenado essas conversas. Tenho um título para o livro: “Cobu versus biscoito queimado”. O maestro José Maria de Souza, ao se tornar regente da banda de São Roberto, brincava de chamar os moradores de Gouveia de cobu. Ele mesmo ficou conhecido como “Zé Maria-Cobu”. Entretanto, as pessoas de Gouveia, também por brincadeira, diziam: “agora você é biscoito queimado”. Certa vez, perguntei a minha tia Chica: e quem mora em Diamantina, o que é? Ela respondeu: “Pão duro”. Assim temos: Gouveia, cobu; Datas: broa rachada; São Roberto: biscoito queimado, alusão ao forno e à chaminé da caldeira; e Diamantina: pão duro. Palha de Milho Celebra um ano de fundação 14 e 15 de abril de 2012 com muita festa, na comunidade Jardim em Mateus Leme. Parabén ao Gil Martins e companheiros. Revitalização da Praça Padre José Machado Raimundo Nonato de Miranda Chaves Quem entra na cidade de Gouveia pelo acesso norte, quando paralelo à Matriz de Santo Antônio, assusta-se com os tapumes da praça e questiona: Que estão fazendo com a principal praça de Gouveia? Praça denominada dos Diários Associados, hoje, praça Padre José Machado, onde tantos romances se iniciaram, onde tantos discursos foram pronunciados, onde houve, tempos atrás, grande viveiro de colibris, os internos, prisioneiros, eram de Assis Chateubriand; os externos, livres, eram de Efigênio? Eram dos gouveianos? Não! Eram de ninguém! Viviam e voavam livremente. Os coqueiros e as árvores mais altas podem ser vistos, intactos, por cima do tapume, mas a figura do padroeiro, o busto de Efigênio Paixão, as pedras de moinho serão preservados? A curiosidade, normalmente, leva o interessado a voltear em torno da praça, mas a visão que se tem quando em frente ao Restaurante Piccolino é só tapume. Completando a volta vêse, na face norte da praça, grande portão fechado com cadeado. Então, a curiosidade continua. Eu não estaria redigindo este texto se não pudesse esclarecer as dúvidas. Eu vi o outro lado do tapume e ciceroneado por nada menos do que o Senhor Prefeito Municipal. Eu compunha o grupo constituído por Geraldo Sérgio, da comunidade de Camilinho; Geraldo Miranda, de Ribeirão de Areia e José Mendes de Água Parada que foram recebidos, em audiência, pelo Senhor Prefeito para tratar de assuntos daquelas comunidades. O prefeito, após a audiência, deixou de lado o chapa de bronze, e, ele mesmo dirigindo, usou um chapa branca e nos mostrou, com entusiasmo, os trabalhos de revitalizaçao, que serão executados pela Construtora Strada do empresário Chiquinho Moura de tradicional família de fazendeiros da região de São José do Galheiro. Na praça, os canteiros serão repaginados, número de bancos e as áreas livres serão acrescidos, tanque de carpas e tartarugas substituído por uma fonte, com bancada em semicírculo no lado sul. Na área da fonte será elevada de modo a reduzir a inclinação do terreno na metade norte da praça. REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA PADRE JOSÉ MACHADO Consultando o dicionário a palavra revitalizar agrega em si todo o sentido do que será feito na praça Padre José Machado a tão querida e conhecida pracinha para os gouveianos. Revitalizar tornar a vitalizar insuflar nova vida ou vigor em revigorar, reviver, revivificar, revitalizar as energias. Supomos esta prática como um intento muito mais do que físico e estético um intento afetivo, porque a praça Padre José Machado remete-nos à nossa velha infância com colibris despertando Boletim Informativo da AFAGO página 10 o nosso imaginário de beleza, tartarugas e cágados com a sua Notícias & comentários letárgica calma a nos hipnotizar minutos e minutos a observá-los, flores coloridas árvores e coqueiros serenos, o pinheiro cheio de lâmpadas coloridas no natal despertando a magia da época, a pedra “de moinho” testemunho histórico de tantas vidas passadas e presente em nosso cotidiano ainda. A praça Padre José Machado é o oásis de Gouveia nela tudo passa e tudo alcança um estado de paz envolvidos em sua serena presença. Faceira como só, a pracinha é a dona alcoviteira conhecida por varias gerações cenário de olhares, de suspiros e sorrisos os “foot” dos fins de semana que afundam o seu chão a espera por alguém que naquele dia não vem, os encontros inesperados, as conversas descontraídas, as alegrias das conversas amigas, as festas, as serestas, tudo ela convida e aplica a gentileza da boa anfitriã. Os seus bancos são os seus ajudantes fieis sempre disponíveis para agregar amigos ou enamorados ou mesmo aqueles cansados das correrias rotineiras que sobremaneira ali encontram o descanso e o encanto da natureza que inaugura na alma de quem nela se encontra a esperança traduzida em poesia de cores e vida. E como noiva sempre em festa, a fonte em seu seio com seus fios de prata a cobrir o ar de leveza e frescor, a água que acalma e que pacífica. Agora esta bela dona será repaginada como toda senhora de bom gosto que dá para si o devido valor. Augustos e altivos serão os seus retoques, não como aquelas cirurgias invasivas que tudo modifica e que extrai a essência, serão retoques e detalhes para acender com maestria a vida que nela pulsa. A intenção de revitalizá-la é uma forma de agradecimento a tantos momentos de beleza e de alegria que ela sempre fez-se cenário, mas sumariamente, para valorizar a nossa cidade e a cada um de nós, como cidadãos gouveianos que prezam pelo bem estar da população e pala divulgação de uma cidade acolhedora e bonita. Torcer para que praça fique bela convidativa não é só dever como cidadão mas direito que cada cidadão gouveiano que honra com os seus compromissos e que merece um lugar aprazível para divertir junto a seus amigos e familiares. Abracemos com animo esta mudança, abasteçamo-nos com a alegria do belo somente, isso é o que mais importa [crônica nos foi entregue pela dinâmica Secretária Municipal de Cultura, senhora Giselle Dória.] O Senhor Prefeito, também nos mostrou a unidade básica de saúde, já recebendo equipamentos médicos e mobiliario: ultrassom, raio-X, cadeiras e equipamentos odontólogos montados em três consultórios. Local para recolhimento do descarte hospitalar. Visitamos, também, as instalações da Farmácia de Minas. Acabamento dos préditos, equipamentos e mobiliário, tudo, de primeira linha. Ambiente agradável para pacientes e acompanhantes, com plantas, sempre que possível. Loja de Artesanato - Arte das Montanhas Local para ser visitado, em Gouveia: “Show room” do Núcleo de Artesanato de Gouveia. A loja – Arte das Montanhas –, situada à Rua Prefeito Efigênio Gomes Pereira, 26, apresenta bela e rica mostra de trabalhos em tricô de linha e de barbante; arranjos florais secos, especialidade de artesãos de Cuiabá; pinturas, em tela e em cerâmica; criativos trabalhos em cabaça: oratórios, bonecas, santos, salientando o trabalho em cabaça e palha de milho das “meninas do Requeijão”. Compram-se bonecas e levam a história de presente. Boletim Informativo da AFAGO página 11 Requeijão é uma comunidade próxima de Cuiabá e as meninas – adultas –, foram alfabetizadas pela mãe, na sala da própria residência, onde apresentavam-se uniformizadas e comportavam como se estivessem na sala da aulas.Determinação da exigente mãe-professora. O conhecido Samburá – cesta tecida em palha de milho – de artesãos da Comunidade Quilombola do Espinho; Santos e Oratórios entalhados em cedro pelo artista Gonzaga. A loja é mantida pela Prefeitura Municipal e administrada pela Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo. A gerência é de responsabilidade de Ceule do Rosário Brandão, funcionária da Prefeitura, que atende no horário 8:00 às 11:00 e 13:00 ás 17:00. Ceule recebe, expõe e vende os trabalhos de qualquer artesão e, ela mesma, faz o acerto com o expositor, retira 10% do valor para despesas com embalagens. Telefones para contato: 38 3543-2249 – Secretaria Municipal de Cultura 38 9998-1167 A coleção “Arte das Montanhas” está pronta para ser exibida em Belo Horizonte, o que pode render bons resultados para os artesãos. Também, é uma boa oportunidade para o trabalho em parceria, envolvendo as entidades: Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo - CELT; A Comissão Mineira de Folclore – CMFL e a Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia - AFAGO. [Textos e fotos de responsabilidade de Raimundo Nonato de Miranda Chaves ] ARTIGOS Comemoração dos 64 anos e posse da diretoria da Comissão Mineira de Folclore Raimundo Nonato de Miranda Chaves O saber popular é um imensurável conjunto de conhecimentos que vem sendo transmitido de geração a geração, no tempo darwiniano, desde que o chimpanzé conseguiu caminhar ereto e transmitir aos filhos a sua experiência. Este conhecimento está em vias de se perder porque, grande parte dele, está mantido na memória das pessoas e desaparecerá com morte. O principal órgão responsável pela organização, registro e divulgação deste conhecimento é a Comissão Mineira de Folclore – CMFL. A CMFL foi fundada em 1948 por um grupo de intelectuais mineiros e vem prestando serviços, durante 64 anos, à causa da cultura. O trabalho resultante é mais ou menos intenso, dependendo da ação de seus diretores. No momento, a posse na presidência, do Sociólogo Gouveiano José Moreira de Souza gerou grande expectativa pela conhecida dinâmica, dedicação e sabedoria dele. A solenidade de posse ocorreu no dia 5 de março na Sala Juvenal Dias, Palácio das Artes, Belo Horizonte com a presença de grande número de folcloristas do estado, intelectuais, políticos, diretores de empresas e de órgãos públicos. Sob a presidência da Senhora Secretária de Estado da Cultura a posse da nova diretoria foi prestigiada também com a presença do Senhor Prefeito de Gouveia, Geraldo de Fátima Oliveira que se fez acompanhar da Senhora Secretária Municipal de Cultura, Giselle Dória e do Senhor Secretário de Assuntos Administrativos, Roberto Cezar. Presente, também, significativo número de associados da Afago que, naquela solenidade, foi homenageada por serviços prestados à CMFL. Ponto alto da solenidade, pronunciamento do Senhor Presidente Moreira sobre Cobu da Gouveia, sapato sem meia. Afago é Amiga Minas Gerais José Moreira de Souza Na cerimônia comemorativa dos sessenta e quatro anos de fundação da Comissão Mineira de Folclore, o governo de Minas pode aquilatar a importância das associações locais que reúnem comunidades de residentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A AFAGO foi exemplo do potencial dessas associações. Boletim Informativo da AFAGO página 12 Com efeito, a Comissão Mineira de Folclore, fundada no dia 19 de fevereiro do ano de 1948, vivia grave crise, pela qual o governo do estado era também responsável. Vale recordar e sublinhar a importância da contribuição da AFAGO para Minas Gerais. Vivia-se os anos do pós Segunda Guerra Mundial. A Organização das Nações Unidas – ONU – havia sido fundada para garantir a paz entre as nações. Dentro dessa organização surge a UNESCO, dedicada à Educação, à Ciência e à Cultura. Era ministro das Relações Exteriores, no ano de 1947, Renato Almeida. O qual funda, no Brasil, a Comissão Nacional do Folclore como interface do Instituto Brasileiro da Educação Ciência e Cultura – IBECC -, órgão da Unesco. Minas Gerais é a primeira a responder à proposta de Paz Mundial ao fundar a Comissão Mineira de Folclore. A Comissão Nacional, juntamente com as comissões Estaduais, tinha como objetivo lembrar constantemente ao Estado e seus governos a responsabilidade no que se refere ao respeito ao Folclore entendido como síntese das tradições que fundam uma nação. Tradições que garantem a identidade de um povo. As comissões não eram autarquia, não tinham vínculo com o Estado, não eram remuneradas, nem garantidas pelo Estado. Eram apenas o que veio a ser conhecido já nos anos 90 do século passado como Sociedade Civil Organizada. Todos os intelectuais contribuíram sem jamais receberem qualquer remuneração. Sempre trabalho voluntário. Em Minas Gerais, os membros publicaram centenas de livros, milhares de artigos e desenvolveram projetos de estudos e de pesquisa por conta própria. O primeiro reconhecimento da importância da Comissão Mineira de Folclore veio do Governador Juscelino Kubitschek, em 1954, seguido pelo governador Magalhães Pinto, em 1965. Note-se que Juscelino era PSD e Magalhães UDN. O que significa que as comissões em seus respectivos estados não tinham qualquer vínculo partidário. Lutavam para que os governos, quaisquer que fossem, estivessem atentos para seu Povo e os processos tradicionais que lhes garantiam identidade. O que é tradição? Muitas pessoas acreditam que tradição é uma dança – a quadrilha, o samba, o lundu -, ou uma peça de artesanato – carro de boi por exemplo -, ou uma encenação – o carnaval. Não é bem isto. É tradição tudo aquilo que é passado de uma pessoa para outra sem ajuda dos meios modernos de comunicação. Trata-se da tradição oral. Tradição não é o produto, mas o processo. Se você prepara um cobu tendo à frente uma receita publicada, não há tradição oral, mas se você faz o cobu que aprendeu com a vovó, aí está presente a tradição. Em Gouveia, a tradição mantém a memória de que Tiradentes se hospedou na casa que existia no Pé do Morro. Esta memória é tradicional. Há uma tradição (recente) de que Maria Gouveia tinha escravos cobu. Isto não está em livro nenhum, nem há documentos que abonem esta tradição, embora venha sendo sustentada nas páginas de abertura dos sites da Prefeitura, do Portal Gouveia, da Gouveia e até na Wikipédia. ARTIGOS Tradição é um processo educacional externo às escolas, ao ensino formal. Externo ou pouco valorizado. Com efeito, as escolas são espaço onde reinam processos plenamente tradicionais. As relações dos professores com os alunos, dos alunos entre si e dos professores entre si são plenamente tradicionais. Dá-se, porém, que a tradição cultivada na escola pode estar em conflito com as tradições orais externas à vida escolar. Fiquemos por aí. O que interessa de tudo isto merece um exemplo para o caso de Gouveia. Nós tivemos uma intensa atividade de lapidação de diamante. As primeiras lapidações tiveram início no ano de 1876 e se mantiveram até o ano de 1970. Essas lapidações foram mantidas por processos tradicionais. Nas propriedades rurais, as pessoas sabiam fabricar azeite de mamona. Isto era baseado em relações tradicionais. O fabrico de rapadura ou de queijo se conserva pela tradição em Gouveia. Do ponto de vista da Comissão Mineira de Folclore, o governo do Estado com apoio do governo municipal teria obrigação moral de garantir essas tradições. Não se trata de se multiplicarem indústrias de lapidação, ou de, em cada propriedade rural, haver uma fábrica de azeite de mamona, ou de queijo, ou de rapadura. Trata-se de manter a memória viva dessas tradições para que as pessoas possam conhecer as origens de seu saber local. Isto poderia ser mantido pela criação de museus, ou por um Centro de Memória. Se for museu, teremos o ambiente morto dos processos tradicionais; no Centro de Memória, haverá laboratórios ou oficinas mantenedoras da tradição como laboratório. O resultado de tudo isto é a manutenção na memória do que Gouveia, ou cada cidade, vila, ou povoado de Minas, do Brasil ou do mundo poderam fazer em dado momento de sua história, o saber que se mantém ou o que favoreceu o desenvolvimento para o estádio atual. Nós assistimos a frequente criação de museus. Muito são belíssimos. As modernas técnicas de museologia garantem estéticas de primeira linha. O museu é o depósito dos descartes. Carros de bois, carroças e carruagens, engenhos, tamboretes, porteiras, panelas, potes, bilhas, oratórios. Tudo sem uso, lembrando um passado morto. O Centro de Memória, diferentemente, exibe o artefato e seu uso; artefato vinculado ao saber fazer. O assim chamado “Turismo de Vilarejo” tem o propósito de instituir centros de memória. Pois bem, a Comissão Mineira de Folclore, ao longo de sua existência acumulou estudos, museus de artes e artesanato popular e necessitou de espaço. No ano de 2001, no governo Itamar Franco, o então secretário de Estado de Cultura, Ângelo Osvaldo, regulamentou um decreto do governo Magalhães Pinto que criava o Centro de Tradições Mineiras. Nesse Centro haveria espaço para abrigar documentos e o acervo da Comissão Mineira de Folclore. Com a criação da Cidade Administrativa o dito espaço foi desativado e a Comissão ficou sem abrigo. Não bastasse isto, nos últimos anos, a Comissão viveu crises de identidade. Aí entra a Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia. Seu presidente, professor doutor Raimundo Nonato de Miranda Chaves, prontamente, tornou disponíveis as instalações da Boletim Informativo da AFAGO página 13 AFAGO para reuniões que favoreceram a regularização plena da Comissão Mineira de Folclore, segundo a legislação vigente. Não bastasse isto, convocou toda a diretoria a apoiar a reorganização da Comissão. O doutor Manoel Ferreira de Miranda, diretor jurídico, prontamente, se dispôs a examinar todos os livros de atas, estatutos e de escrituração. Resultado, Gouveia, através de sua Associação de Amigos se tornou a amiga maior de toda as Minas Gerais. Na sessão comemorativa do aniversário da Comissão Mineira de Folclore, Gouveia mostrou o quanto pode. Estiveram presentes todos os membros da diretoria, inúmeros associados, juntamente com o senhor prefeito municipal de Gouveia, Geraldo de Fátima Oliveira, o qual se fez acompanhar pela Secretária de Cultura Gisele Dória e e Secretário de Assuntos Administrativos, Roberto Cezar. Em nome da Comissão Mineira de Folclore agradeço esse gesto que é superior a todos os códigos que presidem as gentilezas. A isto chamamos de elevado espírito público. ARTIGOS José Maria de Souza; muito mais do que maestro José Moreira de Souza [O presente atigo foi elaborado em atenção às mensagens coordenadas por Adilson do Nascimento, relativas à vida social em São Roberto] Era o ano de 1968. Natal. José Maria regeu o coral que cantou na missa da meia noite celebrada pelo jovem padre Serafim Fernandes de Araújo. Após a missa, recolheu-se em casa. Não respondeu aos apelos dos amigos para brindar o natal tanto a seu gosto. No dia 26 de dezembro, o grande maestro viu sua pressão cair vertiginosamente. O hospital doutor Aureliano Brandão havia sido inaugurado há poucos anos. Os equipamentos de socorro deslocaramse para sua casa. Os filhos, Zezé e Walmir, então residentes em Curvelo e Belo Horizonte deslocaram-se apressados, convocados por telefone - novidade. José Maria agonizava consciente de estar convocado para reger coros angélicos. Seguramente, entoou: Do trono em que reinais, Ouvi-nos por piedade! Era a canção preferida e continuamente executada nas missas dominicais em São Roberto. Dona Neida ao harmônio e José Maria na regência. Cantou em silêncio o solo: De nosso coração, Sois a doce esperança. O vosso nome é grande, O vosso braço é forte. Nossa alma vos pertence, Em vós terá confiança, Em vós pelejará E terá até a morte, Em vós perseverança. Em vós, per-se-ve-ran-ça. Calou-se, após entoar “em vós perseverança”. Precisava dar atenção à multidão que acorria para visitá-lo, abraçá-lo, dar-lhe confiança. Suava frio, constantemente abanado pela esposa, dona Mimi, a todos ele respondia: Não vou morrer hoje. Vou aguardar o ano novo. Eu quero saudar o1969. Assim, no dia 1 de 1989, José Maria voou para o alto como um passarinho!!! Um rouxinol! Os quatro filhos, Walmir, Zezé, Nico e Adinho seguiram a vida entoando cânticos do pai-mestre. Nesse mesmo ano de 1968, eu havia procurado José Maria de Souza para ele me conceder uma entrevista sobre a atividade musical em Gouveia. Entrevistei-o no início do ano, juntamente com Geraldo Abreu, Tiano Miranda, Zezé Paulino, Manuel Soares da Luz, José de Juca e Chico de Sá Bernardina. Uma das perguntas que lhe fiz dizia respeito à “música de grade”, composições eruditas do período barroco conservadas em Gouveia. Na semana santa, gravei os ensaios da banda na ampla sala da casa de José Paulino e Dona Etelvina Miranda. Depois, a verônica e os coros dos “EOS”. Conversamos sobre a visita que o pesquisador alemão, Francisco Curt Lange, lhe havia feito e as peças encontradas. A Missa em Mi Bemol de José Joaquim (Lobo de Mesquita), a Missa do Padre Café, os compositores locais e sua aprendizagem com Xisto no início do século XX. Sobre a possibilidade de recuperação da orquestra e coro das peças clássicas, José Maria foi peremptório: “Não há mais clima para isto. Nem gente.” Contudo, o maestro firmou uma tradição de “Arias ao Pregador” que se fixaram na memória local. Não apenas isso, mas os belíssimos cânticos da comunhão, herdados da música romântica do Boletim Informativo da AFAGO página 14 século XIX. Vi gouveianos em visita a Gouveia, chorarem ao ouvir: “O céu inteiro está na hóstia/que adoramos neste altar”. Ou “Ó Jesus, doce amigo de minh’alma.” Ou “Saudemos, saudemos” ou o que foi executado na festa de Santo Antônio no ano de 1983 – Coro masculino de Vicente Cassimiro e Serafim Antônio de Souza, Sebastião Abreu, ao harmônio: “Eu quisera, Jesus adorado/ Teu sacrário de amor rodear.” Gouveia preservou cânticos sacros numa obra conhecida como “Livro da Capa Preta”, edição de 1858. Além disso, proliferaram compositores locais de lundus, valsas, quadrilhas, “Shotices”, dobrados, modinhas. “É a ti flor do céu” é de autoria de Modesto Antônio Ferreira, gouveiano da gema. Juntamente com isto, os músicos se correspondiam. Os circos ou “Companhias de Cavalinhos” foram responsáveis pela disseminação de músicas de diferentes lugares, até mesmo da Europa, como as marchas da paixão conhecidas como número 2 e número três, trazidas por Américo e João Victor Foureaux. Esta família de origem francesa animava as festas do Divino no Campo de Santana ou da Aclamação no Rio de Janeiro nos período do Império, tendo se fixado em Lagoa Santa e depois dissolvido o circo em Diamantina. No sábado da aleluia, visitei Geraldo Abreu e lhe mostrei a gravação das músicas executadas no dia anterior. Geraldo, imediatamente, discou para o companheiro de serestas: Oi, Zé, escuta aqui as porqueiras que vocês tocaram ontem! Linguagem de músico e de amizade. Qualquer pessoa externa à roda poderia se assustar com essa forma carinhosa de expressão. Em seguida, Geraldo tomou o violão, reuniu em torno de si as filhas Terezinha e Irene. Solou “Se esses olhos falassem” e comandou o coro: “É a ti flor do céu.” E a noite ficou pequena. Geraldo e Zé Maria eram amigos do coração. Digo com isto que eles eram afinados até a nota sensível. Na escala musical distinguem-se a tônica, a dominante, a subdominante e a sensível. Sensível é a nota que se for mal executada traz como consequência a mudança de tom. Aplicada à vida, quando a gente discorda é porque uma das partes desafinou. A desafinação muda o tom da conversa ou da convivência. Geraldo tinha Zé Maria como o amigo que não desafinava nunca. Foram amigos. Nas serestas, cada um com seu violão ou clarineta. Não era apenas no violão, nem na clarineta que eram parceiros. José Maria era também alfaiate, embora não exercesse a profissão há muitos anos. No ano de 1953, José Maria se ofereceu para confeccionar um dos ternos que eu teria de levar como parte do enxoval para o seminário. Sem possuir mais a máquina, ele se valeu do atelier de Geraldo e atualizou sua prática abandonada. José Maria tinha o ouvido preparado para a música. Nenhuma desafinação lhe passava despercebida. Exatamente por isso, sabia preparar as crianças para a entonação adequada. Esteve sempre pronto para criar e reiniciar. Era presença necessária e voluntária nos ensaios e festas do grupo escolar Aurélio Pires. Com ele as meninas aprenderam bailados; “Canta, canta, cigana./ O teu olhar engana./ Tira, tira a sorte adivinha,/ pelo ARTIGOS mundo caminha.” Canto orfeônico, o Canto do pajé de Vila Lobos; El toque de l’ave Maria; Barcarola, Canção de Ninar. Ensaiou, certa vez, com todos os alunos do grupo a missa de Angelis, em gregoriano, celebrada com absoluto sucesso na velha matriz de Santo Antônio. José Maria cantava e compunha. Na comemoração dos oitenta anos do sogro, Tiano Miranda, os músicos de reuniram em total congraçamento. Walmir, o filho, no acordeon, Irajá Aguiar, no piston, Chico de Sá Bernardina, no bombardino e Zé Maria na Clarineta. Tiano não deixou por menos, com os oitenta anos, no baixo tuba. Aí, Zé Maria cantou, e cantou e cantou: “Eu sou o poeta/ e tu és a lira”. Mil aplausos. José Maria transbordava o “dom de si”. Efigênio era um de seus maiores admiradores. Quando nasceu a primeira filha do amigo – Luci – segundo relato de dona Mimi – Maria Madalena de Miranda – a esposa, José Maria pensou: “não tenho nada para oferecer. Vou compor uma valsa.” Passou a mão no papel e... pronto. Criou uma nova Luci. A valsa. José Maria era maestro da banda de São Roberto, com direito a sala para guarda de arquivos e ensaio dos músicos. Ali floresceram Francisco Vieira e os filhos, Jair e José, Eli, João Antônio de Jota, Chico de Sá Bernardina, Samuel, entre outros. A fábrica, principalmente, com a direção de Alexandre Mascarenhas, tornouse o que se chama de “instituição total”, local de trabalho, estudo, lazer, residência. Cinema, teatro, escola, convento, residências, restaurante, lactário, capela, bar, praça de esportes, farmácia, armazém; enfim, vida urbana completa. Os biscoitinhos queimados rivalizavam em tudo com os cobu da Gouveia. José Francisco das Chagas – Chico de Sá Bernardina – exímio no bombardino, também seguiu a lição. Quando nasceu minha primeira filha, Nícia, Chico compôs: “16 de maio”. O Dom se si é a tônica dos músicos verdadeiros. Não é à toa que, às orquestras não profissionais, se dá o nome de “filarmônicas”, quer dizer “amigas da harmonia”. O músico que é músico doa sua arte. Se alguém perguntar aos músicos verdadeiros quanto vale: a resposta certa seria: vale você e seu gosto. A música do músico não tem preço. [Neste dois mil e doze José Maria celebraria 110 anos] Elza Pinto Alemão. Medalha e Diploma: 2º lugar Nacional, Concurso Casa do Poeta Maçon do Brasil/S.P. CASTRO ALVES, CADÊ SEU GRITO? Contra a escravidão negra Castro Alves escreveu em verso. Gritou aos simples e poderosos, também ao Arquiteto do Universo! Deus o ouviu com certeza! Mandou à Terra o recado: “Ame aos outros do jeito que você quer ser amado”! Porém o homem irreverente, valorizando a corrupção, inventou novas formas de escravizar o próprio irmão: O funcionário incompetente mata o outro no documento, pra lhe tirar a aposentadoria sem sofrer constrangimento. O traficante ou usuário pela droga aniquila os inocentes cidadãos que entram na sua fila. Veja o que ocorreu, Castro Alves, com seu grito por dias melhores: nossa riquíssima Pátria amada criou escravidões maiores! Ah! Meu Castro poeta, que está ante meu Deus, peça pelos novos escravos, sussurrando aos ouvidos seus! Fotos: 1 - José Maria de Souza - clarinete - e o irmão João Antônio de Souza requinta. 2. José Maria de Souza - bumbo - e Lucigênio Gomes Pereira - tarol. Boletim Informativo da AFAGO página 15 Relatório Relatório da Diretoria da AFAGO - 2011 1. Eleições Dois mil e onze ficará marcado na Afago: primeiro ano sem a presença de Doutor Waldir de Almeida Ribas na sua direção. A criatura deveria continuar sem o direcionamento de seu criador. Doutor Waldir compareceu, no inicio de 2011, à reunião conjunta do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, já muito debilitado pela doença que o acometera; quando, então, declarou-se, fisicamente, impossibilitado de continuar presidindo a Associação. Considerando a realidade inquestionável, os conselheiros aceitaram a saída do então presidente como fato consumado; e, o vice-presidente: Raimundo Nonato de Miranda Chaves, com o apoio dos conselheiros, assumiu a presidência interina da Afago. O presidente, seguindo ao que determina o Estatuto, convocou eleições gerais, para renovação dos Conselhos da entidade. No dia vinte e sete de março de 2011, conforme edital de convocação, reuniu-se, ordinariamente a Assembleia Geral e elegeu, por aclamação, a chapa única assim composta: a. Conselho de Administração i. Presidente – Raimundo Nonato de Miranda Chaves ii. Vice-Presidente – Haroldo Antônio Ribas iii. Secretário – Guido de Oliveira Araújo iv. Tesoureiro – Adilson do Nascimento v. Diretor de Comunicação – José Moreira de Souza vi. Diretor Jurídico – Manoel Luiz Ferreira de Miranda vii. Diretor Social e Cultural – Geraldo Augusto Silca b. Conselho Fiscal i. Milton Maria Ferreira de Miranda ii. Geraldo da Consolação Miranda iii. Cleuber Alves Monteiro iv. Maria Hilda de Miranda Paixão (suplente) Os associados eleitos foram declarados empossados, pelo Presidente da Assembleia, e assumiram, desde então, seus cargos para o próximo triênio: 2011 a 2013. 2. Revisão do Estatuto O presidente interino da Afago apresentou à Diretoria proposta de Revisão do Estatuto, justificando a necessidade de redução do número de cargos eletivos; eliminação do Conselho Consultivo por ser absolutamente desnecessário; eliminação da exigência de Regimento Interno, considerando que o Estatuto já era suficientemente detalhado. Da discussão da proposta, surgiram novas sugestões, como a criação do cargo honorifico: Presidente de Honra, que deveria ser ocupado por Doutor Waldir e o mandato dos conselheiros alterado de dois para três anos. Os Conselhos de Administração e Fiscal analisaram todas as propostas e acordaram transferir ao conselheiro Manoel Luiz Ferreira de Miranda a tarefa de dar forma ao novo Estatuto, incorporando as propostas aprovadas. O Estatuto, submetido à Assembleia Geral, em reunião ordinária, no dia vinte e sete de março, foi aprovado com as modificações sugeridas. Salientando: a. Número de cargos eletivos: reduzidos de 20 para 11; b. Conselho consultivo: eliminado; c. Mandato dos conselheiros: Alterado de dois para três anos; d. Presidente de Honra: Aprovado e ocupado, por aclamação, por Doutor Waldir de Almeida Ribas. e. Artigo 1º. Incisivo: objetivo maior é promover a integração da comunidade gouveiana da RMBH fortalecendo os laços de união com Gouveia e propugnar pelo desenvolvimento do município. 3. Regularização de Documentos: A contabilidade da Afago, assim como outras atividades relacionadas à sua regularização legal foram realizadas, desde a criação da entidade, pelo Diretor Jurídico: Advogado Cleuber Alves Monteiro. Cleuber prestou relevantes serviços e gozava do respeito e da admiração de Doutor Waldir, presidente da Afago, pelo trabalho realizado quando da implantação da instituição. Considerando que a Afago deve resultar da ação de todos os seus associados e que o esforço deve ser distribuído. Considerando que Cleuber, durante quatro anos, tenha exercido esta importante função, aceitamos a oferta do Conselheiro Milton Miranda de assumir toda a tarefa relativa à contabilidade e regularização da entidade. A Organização Miranda de propriedade do Advogado Milton M. Ferreira de Miranda processou toda a contabilidade, desde janeiro de 2011, e gerou o relatório a seguir: LEGALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS EM 2011. A AFAGO é uma ASSOCIAÇÃO e apesar de gozar de isenção de IRPJ não está isenta de cumprir com as obrigações acessórias. A AFAGO estava devidamente registrada em Cartório como determina a legislação e já possuía o CNPJ 08.905.090/0001-71, mas não vinha cumprindo com as obrigações acessórias, as quais não cumpridas no prazo legal estão sujeitas a multas. Obrigações não cumpridas nos prazos legais e que foram feitas posteriormente: 1-INSCRIÇÃO NA PREFEITURA para obter o Alvará de Localização 2-ENTREGA DAS DECLARAÇÕES DE IRPJ 3-DACON-DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS 4- DCTF DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TIBUTÁRIOS FEDERAIS 5- RAIS – RECIBO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS Hoje a AFAGO encontra-se em dia com a escrituração contábil e com todas as suas obrigações fiscais e para comprovar tal fato anexamos à presente as CERTIDÕES NEGATIVAS TAIS COMO: 1- SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL 2-SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL REFERENTE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS 3- SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA DE MINAS GERAIS 4- PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE Boletim Informativo da AFAGO página 16 Relatório 5- CAIXA ECONÔMICA FEDERAL REGULARIDADE DO FGTS Todos os documentos acima referidos estão, à disposição, nos arquivos da Secretaria da Afago. Registro o interesse e dedicação demonstrados pela gouveiana Eunice Alves – filha de Júlio Alves – funcionária da Organização Miranda que cuidou especialmente de documentos junto à Receita Federal. Registro, também, que todos os trabalhos realizados pelos advogados: Cleuber e Milton – por eles ou por suas organizações – foram totalmente gratuitos. 4. Publicações a. Boletim Informativo - BI, órgão oficial de informação da Afago, continua sendo o ponto alto da Associação. Em 2011 foram distribuídos seis edições ordinárias, mantendo assim a periodicidade bimestral, e uma edição extraordinária dedicada a Doutor Waldir de Almeida Ribas que falecera em três de junho. O editor do BI, professor Moreira, mantém a mesma linha desde as primeiras edições. Divulgar Gouveia, pode-se dizer, é o lema. Escreve-se sobre gente: Efigênio, Theodulo, João Baiano, José Moreira, Marilia Gomes, Maria Gouveia, Tiburtina e mulheres do Vale. Escreve-se sobre gente jovem: Victor Augusto, Sabrina Guedes, vencedores do prêmio Afago, vencedores das olimpíadas estudantis, vencedores de concurso na E.E. Ciro Ribas. Escrevem-se sobre acontecimentos: Jubileu do Cemitério do Peixe, Centenário da Casa Comercial Mário, Queimadas em Camilinho, Turismo de Vilarejo de Cuiabá, Ecoturismo e Reinvindicação da Zona Rural. Escrevem-se artigos de opinião: Gouveia cidade educógena, A Comunidade é passiva, Projeto Gouveia uma sugestão, Administração do Bolsa Família, Educação e Folclore. O BI é distribuído de forma personalizada – entrega pelo correio –, para associados, autoridades municipais, comércio e escolas. b. Repouso iluminado Livreto com 12 páginas, impressão a cores, contendo mensagens, fotos e poesias. Editado pelo professor Moreira, homenagem póstuma a Doutor Waldir de Almeida Ribas e distribuído durante a missa rezada por intenção dele, no sétimo dia do falecimento. c. Testamento Livreto com 16 páginas, impressão a cores, 3000 cópias, contendo o Testamento Particular de Dom Paulo Lopes de Faria – Arcebispo Emérito de Diamantina - , assim como Declaração daquele prelado indicando a destinação de seus bens, após sua morte. Editado pelo professor Moreira, atendendo a pedido do senhor cônego Paulo Nicolau de Almeida Neto do Prado Franco – Vigário da Paróquia de Santo Antônio de Gouveia. Esta publicação como as anteriores foram impressas com recursos de doação. Pode-se verificar pela Prestação de Contas que não foram alocados recursos oriundos de contribuições dos associados. 5. Site www.afagouveia.org.br segundo órgão de informação da Afago está disponível desde maio de 2010, portanto, com menos de dois anos de vida. O site da Afago vem prestando serviços de divulgação de Gouveia; oferecendo espaço gratuito a órgãos da administração pública, a escolas e a organizações da sociedade civil para divulgação de fatos que interessam ao público. Quase sempre temos buscado a notícia e, na maioria das vezes, redigido as reportagens. Temos produzido informações sobre comunidades rurais: Engenho da Bilia, Engenho da Raquel, Espinho e Pedro Pereira; sobre projetos: Trilha Verde da Maria Fumaça, Turismo de Vilarejo de Cuiabá, Centenário da Casa Comercial Mário Maria, Jubileu do Cemitério do Peixe, Concurso de redação na E.E. Ciro Ribas da Vila Alexandre Mascarenhas. Disponibilizamos, para consultas, toda a legislação básica do município: Código de Postura, Código Tributário, Estrutura Administrativa, Lei do Meio Ambiente, Lei Orgânica de 1990, Lei Orgânica de 2011 e Lei de Parcelamento do Solo. Muito importante, o Livro de Mensagens que vem, a cada dia, se firmando na missão de: a. estimular o contato entre gouveianos; b. oferecer a cada gouveiano o espaço para que ele possa explicitar sua opinião, suas ideias e suas reivindicações. 6. Reuniões de Congraçamento Conforme editorial do Boletim Informativo IV, número 04, de Julho-Agosto de 2011, num pré-balanço dos seis primeiros meses de atividades da AFAGO, sob a sua presidência, o Professor Raimundo Nonato de Miranda Chaves afirma, considera as reuniões de congraçamento: “acontecimento relevante porque marca a hora do encontro, do abraço, da confraternização, quando se fala de Gouveia, quando se relembra dos tempos da mocidade ali vividos, Normalmente se fazem duas reuniões por ano.” Em 2011 foram realizados dois encontros de congraçamento. O primeiro realizou-se nos salões do PizzaBar, Avenida do Contorno, no. 1636 juntamente com Assembleia Geral e ordinária; para aprovação da reforma do Estatuto e apresentação do relatório de atividades, prestação de contas e posse do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal. Em seguida se deu a confraternização dos associados, suas famílias e amigos convidados. Ausente, por motivo de enfermidade, Dr. Waldir de Almeida Ribas, foi homenageado com uma placa entregue por uma comissão de três senhoras em sua residência, como fundador e de então em diante presidente de honra da Afago. A música ficou a cargo do Engenheiro artista Adalberto Alves Balsamão. As fotos e reportagem se encontram no Site da Afago. O segundo encontro de Congraçamento se deu em 17 de setembro de 2011, no sitio denominado “Nossa Casa”, de propriedade do Doutor Manoel Luís Ferreira de Miranda, Diretor Jurídico, co-patrocinada pelo Doutor Milton M. Ferreira de Miranda, também Conselheiro da Afago. A dupla Miranda recepcionou os membros da Afago, suas famílias e amigos convidados com um almoço /churrasco. O ambiente foi animado pela boa música executada pelo gouveiano Lucigênio Gomes Pereira. Alegria, boa prosa, descontração foram a tônica de toda a reunião. As fotos e reportagem se encontram no Site da Afago. Este congraçamento foi acontecimento relevante para o encontro, o abraço e a confraternização dos gouveianos e seus amigos e confirmou o esquema da Afago para seus dois encontros anuais de congraçamento: o primeiro a acontecer num ambiente fechado, facilitando a realização de assembleia, e o segundo em ambiente aberto, ao ar livre. 7. Prêmio Afago: O Prêmio Afago de Literatura lançado em 2010 teve sua segunda edição ampliada, no ano de 2011 , para incluir também as Escolas Rurais do Município de Gouveia, procurando atingir as seis escolas que têm ciclo final do ensino fundamental, intencionando com isto maior participação dos alunos. Para seleção dos melhores trabalhos foi nomeada pelo Presidente uma comissão de cinco senhoras, membros da afago, especializadas em Educação, Literatura e Língua Portuguesa. Os prêmios foram equalizados, diante da mínima diferenciação qualitativa das redações vencedoras. Os trabalhos concorrentes já foram selecionados Boletim Informativo da AFAGO página 17 Relatório e a distribuição dos prêmios aguarda a definição de data por parte da Secretaria Municipal de Educação, parceira da Afago neste projeto 8. Sala Doutor Waldir: O Conselho Administrativo e o Conselho Fiscal, por proposta do Diretor Adilson do Nascimento, aprovaram por unanimidade denominar a sala sede da Afago com o nome de Doutor Waldir de Almeida Ribas, como homenagem a seu fundador e presidente de honra e como forma de perpetuar-lhe a memória. Em seção solene da Diretoria da Afago, em 15 de setembro de 2011, dona Elena Berenice Brum Ribas, viúva do homenageado, descerrou a placa que a partir de então nomeia a sala de reunião com o nome de DOUTOR WALDIR DE ALMEIDA RIBAS. Em discurso panegírico, o Diretor Adilson do Nascimento afirmou: “Nossa placa não visa homenagear o médico competente e caridoso (...), visa homenagear o fundador e primeiro presidente de nossa entidade.” A reportagem e fotos encontram-se no Boletim Informativo 05/11. 9. Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Paraúna – SCBH Paraúna O Subcomitê, durante a primeira metade do ano, esteve acéfalo e inoperante. Quando, graças a uma espécie de intervenção branca do Comitê da Bacia do Rio das Velhas, o grupo se reuniu, reorganizou o subcomitê, selecionou os novos membros e seus representantes, constituindo o colegiado de 12 membros titulares e seus suplentes com um terço de membros, respectivamente, representando poder público, usuários e organizações da sociedade civil. A Afago continua como membro titular, sendo seu representante Raimundo Nonato de Miranda Chaves. Também, eleito e empossado, na mesma oportunidade, o coordenado geral: representante da Estamparia São Roberto, senhor Marcos. Deve ser registrado que, desde 2010, o Estado vem cobrando taxas pelo uso da água. Parte da arrecadação deverá ser aplicada na recuperação e manutenção das bacias hidrográficas. O subcomitê é um colegiado consultivo e propositivo, portanto não pode executar projetos. Então, com a participação de corpo técnico do CBH Velhas, está elaborando projeto que, aprovado pelo CBH Velhas, será executado por empresa contratada. Problemas na bacia do Paraúna são assoreamentos provocados por mineração, pastoreio excessivo, estradas vicinais sem planejamento; são voçorocas; são áreas degradadas por diversas causas. Caracterizado o problema tem-se, agora, que dimensiona-lo e propor soluções. O projeto do Subcomitê objetiva a contratação de empresa para executar as ações de localização, dimensionamento, intensidade de danos atual e potencial e proposição de soluções. 10. Registro Especial a. Sede da Afago: Agradecimento especial da Afago à Senhora Elena Berenice Brum Ribas e ao Senhor Marcus Brum Ribas pela manutenção, em Regime de Comodato, do conjunto de salas No. 1709 do Edifício Caxias, em poder da Afago, a custo zero. b. Biblioteca Doutor Waldir A Senhora Elena Berenice doou a biblioteca de Doutor Waldir para Gouveia. A Afago intermediou esta operação, contatou a professora Maisa de Fátima Nascimento Dória, Secretária Municipal de Educação e acordou com ela que aquela doação se constituiria em Coleção Especial de Livros, disponíveis na Biblioteca Pública de Gouveia. Com a concordância de Dona Elena, fechou-se o acordo e a Afago providenciou a embalagem e a lista dos livros, que já estão em Gouveia. Boletim Informativo da AFAGO página 18 Relatório Prestação de contas e congraçamento no PizzabaR Boletim Informativo da AFAGO página 19 ARTIGOS Chiquinho da Gouveia: um registro da História Ivete de Oliveira Rezende Todos nós somos e seremos sempre os protagonistas da História, tecendo caminhos que pouco a pouco desenham o traçado de nossas vidas. Há homens que deixam marcas de sabedoria e generosidade, que precisam ser lembrados. É o caso de Francisco Xavier de Oliveira, conhecido como Chiquinho da Gouveia ou de Nelo, menino pobre, que na infância já trabalhava para sustentar pais e irmãos. Sua vida foi totalmente ligada a Gouveia, embora tenha nascido em Palmital. Esta terra o acolheu como filho, e ele a amou como se fosse sua. Mudou-se para Gouveia e se tornou sacristão do vigário Pe. José da Mata Machado, que afeiçoou-se ao menino assim que o conheceu em Datas, onde já trabalhava como sacristão. Foram seis anos de trabalho com o vigário, que logo percebeu a vivacidade, a determinação e a coragem daquele jovem; e não poupou esforços para encorajá-lo nos seus sonhos. Quando não estava com o padre, trabalhava na sua oficina de sapateiro e fazia quaisquer biscates. Sempre foi econômico e tinha uma reserva de tudo que conseguia ganhar em suas atividades. Com isso, comprou um caminhão a meia com Antônio Ribas. Os veículos numa cidade do interior eram raros, representavam um instrumento de trabalho, ou eram luxo, como uma “baratinha” de propriedade do Coronel Sica. Chiquinho teve sorte e transformou seu primeiro caminhão em um negócio rentável, conseguindo adquirir mais cinco caminhões com o trabalho. Sua família mudou-se para Gouveia e ele empregou seus irmãos, que se tornaram, como ele, responsáveis pelos caminhões. O seu contador, Afonso Souto, aconselhou-o a formar uma sociedade com os irmãos, e nela foi incluído Theódulo Prado. Assim abriu uma oportunidade de ajudar os irmãos e o Theódulo, a quem Boletim Informativo da AFAGO página 20 ele trouxe de Barão do Guaicuí e o acolheu como um irmão. Todos entraram apenas com o trabalho, sem nenhum capital, surgindo a Empresa Xavier de Transportes Ltda. Ele ajudou pessoas que conhecia pouco, estendendolhes as mãos e encaminhando-os na vida. Dava muita oportunidade àqueles que queriam trabalhar. Ter uma empresa de transportes na época era uma façanha porque as estradas eram precárias e de terra. Gastava-se um dia, ou mais de viagem a Belo Horizonte. Quando chovia, o caminhão atolava, tinhase de dormir na estrada, às vezes sem comida, para honrar os compromissos de entregar as cargas no dia combinado. Nesta época, a fábrica de São Roberto foi à falência sendo arrematada em leilão por dr. Alexandre Mascarenhas, fato que acarretou muitos benefícios para Gouveia. A partir daí, o principal cliente da empresa era esta fábrica, juntamente com outras firmas: Irmãos Duarte (fábrica de tecidos do Rio Grande em Diamantina), Fábrica de tecidos de Biribiri, os Irmãos Coelho. Chiquinho conseguiu com Geraldo Simões, proprietário da empresa de transportes Minas Gerais, o tráfego mútuo. A empresa Xavier passou a ter escritório em Belo Horizonte e todas as mercadorias que chegavam de São Paulo e outros estados ela as transportava para Diamantina e regiões vizinhas, até Salto da Divisa. A empresa cresceu, passou a contar com 16 caminhões, sendo seis para transportar combustíveis da Texaco. Assim o nome de Gouveia era divulgado por toda a região. Chiquinho era um homem comunicativo, alegre, descontraído, brincalhão, de um porte altivo, e impressionava a todos com seu sorriso largo. O dever estava em primeiro lugar, ele procurava atender a todos que necessitavam de uma viagem urgente, a qualquer hora, onde quer que fosse. Desprezava a saúde, o sono, para enfrentar o frio, o vento, a chuva e a escuridão das péssimas estradas para ajudar as pessoas. Fazia transportes em carro de passeio, ou numa “jardineira” para Diamantina diariamente, que depois foi substituída por um caminhão de duas boleias com carroceria. Além deste trajeto, atendia o transporte para Serro e adjacências. Nessas andanças conheceu sua futura esposa, a serrana Elgita Guerra, que durante toda a vida foi dedicada companheira. Na ausência do marido garantia a administração da casa e educação dos sete filhos. Na época da Segunda Guerra Mundial a gasolina e os pneus eram racionados. A gasolina na bomba não estava disponível fora do horário estipulado pelo ARTIGOS governo e havia falta no mercado. A solução encontrada foi usar o álcool, antes mesmo destes programas pró-álcool, Chiquinho tornou-se agropecuarista e proprietário no fabrico de cachaça, continuava sendo um homem visionário. Ele era exigente e queria mais inovações e melhores resultados. Mas como a saúde não o ajudava, ele vendeu a empresa e passou a se dedicar apenas às suas propriedades rurais, colocando os preceitos do trabalho em primeiro lugar. Morreu jovem com 59 anos, mas deixou um legado para nós e para a sua querida Gouveia. Muitas vezes esquecemos fatos importantes de nossa vida que estão intrinsecamente ligados às nossas origens. Mas quem somos nós, sem memória, sem História? Tornamo-nos seres sem referência, sem alma, sem vida. Nós somos sujeitos dela, e a mesma caminha sem pressa. Mas os nossos vínculos com o passado são indestrutíveis. “O tempo é o tecido de nossas vidas.” (Antônio Candido) etanol, que vinha de Ponte Nova em tambores, no trem de ferro para Diamantina. Foi político atuante, esteve na vanguarda de iniciativas que objetivavam a emancipação política de Gouveia. Com o timbre político foi eleito vereador pelo antigo PSD (na época a função pública não era remunerada), e foi Presidente da Câmara de Vereadores. Viu a oportunidade de alçar novos vôos e adquiriu fazendas nos municípios de Diamantina e Curvelo. Uma delas pertencera ao avô de Juscelino Kubitschek, e quando este se tornou Presidente da República, foi visitá-la em companhia de sua mãe, Júlia Kubitschek. Chiquinho era um homem destemido, pois para chegar à fazenda de carro teve de desbravar e construir estradas, mata-burros, o que fez com a ajuda dos empregados. O transporte naquela época era o trem de ferro, e como não podia ficar dependendo de seus horários, os quais oscilavam bastante, teve a ousadia de abrir caminhos para atravessar os sertões. As primeiras viagens de carro para a fazenda eram um verdadeiro “rally”, nem trilha existia. Com ajuda de algumas prefeituras ele conseguiu a manutenção das Fotos: 1. Chiquinho: motorista do padre José da Mata estradas e construção de pontes. Com isso, muitos 2. Chiquinho e Elgita: Reinado de Nossa Senhora do Rosário fazendeiros que o criticavam compraram carros e passaram 3. Abertura da estrada Gouveia a Diamantina, nos anos 30 a cabo de a usá-los para irem às suas fazendas. Logo em seguida, o enxada governo desativou o ramal de trem de ferro de Diamantina Arquivo Afonso Ferreira Brasil, recuperado por José Moreira de Souza, por recomendação de Afonsinho, cedido por Osvaldo Brasil a Corinto. Boletim Informativo da AFAGO página 21 ARTIGOS A RESSURREIÇÃO DA “VELHINHA” Adilson do Nascimento É comum ouvir alguém dizer que os tempos mudaram. Eu discordo. Para mim o que mudou foram as pessoas. Vendo tanta lama podre escorrendo para dentro das nossas casas através do noticiário diário de jornal, rádio e televisão, eu perguntei ao meu amigo Zé de Flora: Zé, como é que fica a consciência dessas pessoas? E ele me respondeu taxativamente: - “essas pessoas não têm consciência”! Interessante é que eu tenho um vizinho, meu amigo, que vive me criticando por eu dizer e até escrever que considero os políticos profissionais corruptos e interessados unicamente em desfrutar dos altos salários que recebem sem contrapartida de prestação de serviço, além dos inúmeros benefícios adicionais que, embora imorais, são constitucionalmente legais, acrescidos de inúmeros outros, imorais, Já convivi muito diretamente com política e com político, profissional e amador. Como político amador, considero aquele que exerce um cargo público apenas com a finalidade de prestar serviço ao bem comum e à comunidade, uma vez que profissionalmente ganha a vida honestamente em outra atividade. Nessa categoria eu poderia citar Efigênio Gomes Pereira. Talvez outros, muito mais, que eu não atreveria relacionar aqui, para não ser traído pela memória e cometer injustiças irreparáveis e danosas. Hoje, esse tipo de político já não se faz presente no cenário nacional, seja em que instância for. Já participei ativa e diretamente da vida política quando, premido pela vontade dos meus colegas da Fábrica São Roberto, fui eleito o vereador mais votado na eleição de 1970, em Gouveia. Naqueles tempos o vereador não percebia qualquer remuneração, nem ajuda de qualquer natureza. No entanto, em 1977, quando o mandato já era remunerado, embora simbolicamente, eu deixei a fábrica e a cidade no final de outubro e renunciei no início de novembro, deixando o cargo de presidente da câmara para o meu vice Popô e a vaga de vereador para o primeiro suplente de que não lembro o nome, apesar de que a câmara se reunia apenas algumas vezes por ano. O meu vizinho diz com toda sonoridade das letras que não acredita que aqueles “patriotas” que alardeiam estarem contribuindo com os seus esforços e dedicando parte das suas “vidas” em benefício do bem comum, estejam interessados unicamente em fazer fortuna a qualquer custo, sem se preocuparem com a origem e a qualidade dos seus ganhos, nem com o bem estar daqueles seus eleitores que não fazem parte das suas famílias ou da “tropa de choque”, embora de tempos em tempos voltem às suas origens prometendo, de público, todos aqueles benefícios, não cumpridos, da eleição passada como: posto de atendimento médico, hospital, colégio, ginásio esportivo, indústria, rua asfaltada, asilo, pontes, rede de água e esgoto e no particular cumprem apenas as promessas de um par de chinelos, uma bola de futebol, uma dentadura etc. Aqui talvez resida a maior razão pela qual os governantes não se preocupam em proporcionar aos jovens uma educação de qualidade, pois, qualificados, os jovens passarão a reivindicar maior atenção dos governantes e não repetirão seus votos naqueles que prometem, nada cumprem e somem, voltando somente às vésperas de nova eleição. Dizer que a corrupção seja um “dom” apenas da classe política pode soar como discriminatório. A corrupção se instalou também no meio empresarial, trabalhador, sindical, estudantil, artístico, judicial, esportivo, religioso e outros. Quando eu digo “políticos profissionais” eu não estou me referindo única e exclusivamente aos que se elegem às custas da ignorância do povo para cargos públicos. Existem aqueles que ocupam cargos ditos técnicos, em empresas públicas, órgãos de administração direta e indireta. A corrupção atinge, hoje, muito diretamente profissões anteriormente tidas como incorruptíveis, a exemplo do pessoal do judiciário. Quando eu Boletim Informativo da AFAGO página 22 fazia o curso científico no Colégio Comercial Diamantinense, em Diamantina, nos idos de 1970, havia um professor cujo respeito que a sua figura impunha era tão impressionante que até mesmo a sua ausência era respeitada. No horário em que a próxima aula seria dele (história), aquela turma de adolescentes já se mantinha em completa harmonia e silêncio, ainda que ele não estivesse presente. Assim que ele adentrava a sala todos se postavam de pé e aguardavam a sua ordem para assentarem. Nos dias de prova até mesmo aqueles alunos mais relapsos que somente prosseguiam seus estudos à custa de “cola” dos colegas iam para a aula com a matéria “na ponta da língua”, pois sabiam que não haveria a menor possibilidade de se pedir uma “ajuda” e, muito menos, de consegui-la. Embora ele não ficasse “passeando” pela sala, como se fiscalizasse a conduta dos alunos, ninguém se arriscava a burlar a sua vigilância. Tudo era fruto do respeito que ele impunha em razão da sua condição de alto funcionário público, ocupando um dos cargos de maior respeitabilidade da cidade e da comarca, ou seja, Juiz de Direito. Seu nome: Benedito Starling. Um arauto da moralidade, da decência e da ética. Uma espécie de divindade. Hoje, a corrupção grassa substancialmente nesse meio, alcançando promotores, juízes, desembargadores, ministros de tribunais etc. Meu vizinho acredita que a corrupção será extinta, assim como a inflação, a miséria, o analfabetismo. Acredita que a saúde, a educação e a segurança, no Brasil de amanhã, terão padrões internacionais, do tipo dos países do primeiro mundo. Meu vizinho acredita que o salário mínimo dará ao trabalhador poder aquisitivo para “atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene e previdência social”. Acredita que todos aqueles que forem pilhados em delitos, sejam por corrupção, furto, roubo, estupro, assassinato, indiferente das suas posições na sociedade, serão devidamente punidos e no caso de corrupção devolverão ao erário os valores surrupiados, com juros e correção monetária. Meu vizinho, embora seja produtor rural, não acredita em “laranjas”. Há alguns dias eu lhe disse que no congresso nacional se alguém gritar “pega ladrão” somente ficarão no recinto aqueles que forem mortos, pisoteados por não haverem conseguido ultrapassar as portas de saída dos prédios e ele disse que eu sou um “sonhador”. Meu vizinho entende ser perfeitamente decente e correto que a defesa do senador Demóstenes Torres ingresse no Supremo Tribunal Federal com um pedido de anulação do processo que corre contra ele, alegando que as provas foram obtidas de forma ilegal, com autorização apenas da polícia federal, quando o senador, por ter direito a foro privilegiado somente poderia ter suas escutas telefônicas autorizadas pelo Supremo. Quer dizer: deixa de ser bandido aquele que confessa seus próprios crimes em uma mesa de bar? Meu vizinho é a ressurreição daquela personagem de tempos passados criada pelo escritor Millor Fernandes, para a “Revista Veja”: A VELHINHA DE TAUBATÉ, que acreditava em Papai Noel, Saci Pererê, E.T de Varginha e honestidade na política brasileira. ARTIGOS Adauto, Amauri e Marambaia três gouveianos solidários Raimundo Nonato de Miranda Chaves adolescentes, voluntários: Glenda e Tais, estudantes do Comunidade significa, conforme nos ensina mestre José Moreira de Souza, com unidade. Unidade, no contexto, é um grupamento de pessoas ligadas pelo sentimento de cooperação, sentimento de ajuda mutua; obedecem ao lema: uma mão lava a outra. A coesão do grupo é fortalecida pelo sentimento de solidariedade, quando muitas pessoas auxiliam outras mais frágeis. Esta ajuda coletiva, normalmente, resulta da ação de um líder que motiva e organiza o processo; ele mesmo, um elemento catalizador, presta grande ajuda ao se dispor a administrar o movimento em prol dos mais frágeis. segundo grau, são instrutoras. Outros três trabalham no Projeto Reciclagem: coleta, em toda a extensão da cidade, e classificação de todo material que possa ser reciclado. A receita da venda do material ajuda a pagar: parte do aluguel, internet, telefone e outras pequenas despesas. A Escola do Adauto, situada à rua Comandante Jair Faria, 1415ª bairro Capelinha, fone: (38) 3543-1673, conta com ajuda da Prefeitura Municipal para pagamento de parte do aluguel; com ajuda da CONAB para merenda, que é também fornecida à turma da noite; com ajuda do comércio e de doações avulsas. Neste artigo, registro as ações de três gouveianos que desenvolvem trabalho admirável de liderança, canalizando os esforços da comunidade para auxilio de subgrupos fragilizados. Os três, iguais em dedicação e arrojo, são por ordem alfabética de nomes: Adauto atende a estudantes carentes; Amauri, a estudantes com deficiência mental e João Antônio atende a pessoas idosas. Na sala da entrada, emoldurado, na parede, o diploma que acompanha a Medalha Alexandre Mascarenhas; concedida a Adauto em 2008, em reconhecimento pela sua atividade cidadã. Adauto é membro e parceiro da Associação para Pessoas Carentes e Pobres – ASPEC, atualmente presidida por Aguinaldo Veloso. Adauto Aparecido de Almeida solteiro, funcionário da Fábrica de Tecido São Roberto, filho de Zé Branco, neto de Joaquim Pequeno e Das Dores, bisneto de Tão e Benedita, trineto de Chico Teles e Lota. Conheci a todos na comunidade de Camilinho. Amauri Ribas, 45 anos, funcionário da COPASA, presidente da APAE, abandonou os estudos no sexto ano e retornou aos bancos escolares aos 40 anos, frequentou o EJA – Educação de Jovens e Adultos – completou o primeiro grau e depois, o segundo grau, no Programa Educação Profissional - PEP EJA. Adauto estuda na Faculdade de Serviços Sociais da Unopar, em Diamantina. Criou a Associação dos Amigos Solidários – ADAS e coordena a escola da associação, conhecida como Escolinha do Adauto. Contando cerca de 70 estudantes, funciona, em condições humildes, no segundo piso de uma construção inacabada, com três expedientes diários. Nas manhãs e tardes são recebidos estudantes do primeiro grau e lhes são prestadas ajudas para reforço escolar e revisão de deveres – os para casa –, além de palestras sobre alcoolismo, drogas , saúde e outros temas de interesse. À noite o espaço é cedido ao Projeto Cidadão Nota Dez, sob a responsabilidade do Idene/Diamantina - autarquia vinculada à Secretaria de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas. Adauto conta com ajuda de cinco Boletim Informativo da AFAGO página 23 Informações detalhadas da Escolinha do Adauto, texto e fotos, encontram-se no site www.afagouveia.org.br Casado com Rejane, que lhe deu três filhas: Caroline, universitária de direitos na PUC/Serro; Leticia, préuniversitária; Fernanda, estudante do segundo grau. Amauri é filho de Antônio Carlos e neto de Cupertino Ribas – família de doutor Waldir. Assumiu a presidência da APAE em janeiro de 2011 e em agosto, com determinação e coragem, decidiu encarar um grande projeto: A construção da sede própria para a APAE, quatrocentos metros de área construída. Primeiro passo – contrato de Cessão de Uso por vinte anos –, terreno de quatro mil metros quadrados, pertencente ao patrimônio da União, situado no bairro Capelina, área central de Gouveia. Segundo passo – doação do BMG – valor de R$100.000,00. Registra-se a inestimável ajuda da gouveiana Sueli Aparecida Oliveira, funcionária do banco. ARTIGOS Terceiro passo – livro de ouro – onde são registradas as doações: material de construção e/ou dinheiro. Cada doador contribui como pode: variando de um a duzentos sacos de cimento, esta última é doação de Ivo Andrade. Sebastião Antônio dos Santos doou toda a lage de cobertura. Faço um parêntese para falar de Sebastião, conhecido como Tião de Neco, filho de Neco Teles e Terezinha. Quando jovem encarou a cidade grande e venceu. Hoje, investe no município, formando uma grande fazenda de gado nas localidades de Feijoal, Moinho Velho e Garrafa. A fazenda recebeu o nome de Três Rios. Eis ai um empreendedor de bom coração na classificação de Amauri. Consta, também, doação de material de construção recebida da Central Geral do Dízimo Pró-Vida (CGD), entidade com fins não econômicos, é uma instituição beneficente de utilidade pública que realiza doações a entidades assistenciais; Registro, também, a doação de Kombi pelo deputado estadual Dr. Viana. Amauri, batalhador dinamico – na foto com Adalenes, funcionária da Prefeitura responsável pela secretaria da APAE –, conseguiu da juiza da comarca a determinação para que multas pecuniárias sejam pagas em material de construção. Visitamos a obra, agora, com toda a estrutura pronta, inclusive telhado e terraço de 400 m2 com bela visão da Serra de Santo Antônio. Dalí o sonhador Amauri mostra o amplo terreno onde ele pretende construir quadra poliesportiva comunitária, horta para produção de verduras destinadas a seus estudantes e, principalmente, local para a prática de equoterapia utilizando cavalos de sitiantes do municipio. Nas precárias instalações atuais a APAE trabalha tão somente com a alfabetização, mas pretende alcançar o ensino fundamental quando transferida para as novas; a implantação de trabalhos manuais, com montagem e colagem de peças é um projeto da entusiasta supervisora Elizabete. No momento são atendidos 59 estudantes, número que deve ser aumentado porque muitos pais consideram as condições atuais deficientes e não permitem a presença de seus filhos. Registro a reação de grande alegria com que os estudantes recebem Amauri quando ele pentra em qualquer das salas de aulas. A APAE é filiada à Federação Nacional das APAEs e à Federação das APAEs do Estado de Minas Gerais. Informações detalhadas sobre suas atividades no site www.gouveia.apaebrasil.org.br Informações detalhadas sobre a construção da sede, as instalações e as condições atuais da APAE encontram-se no site www.afagouveia.org.br João Antônio de Azevedo, o Marambaia filho de Raimundo Carlota, da Chácara Santo Antônio. Com dezesseis anos decidiu peitar o mundo e iniciou sua travessia: Barão de Guaicui, Corinto, Belo Horizonte e São Paulo. Deu o passo maior do que as pernas, não suportou o rojão e, logo depois, voltou à Gouveia. Reabasteceu, recarregou as baterias e tentou novamente. Em São Paulo – capital –, chegou, viu e venceu. Montou cinescopio na Philips até se aposentar. Marambaia é viuvo com quatro filhos: Sandra, administradora de empresas, funcionáira da Superintendencia Regional de Ensino, em Diamantina; Célia, química textil, reside em Cachoeira da Prata (SP); Fernanda, enfermeira, reside em Belo Horizonte; Eduardo, estudante. Boletim Informativo da AFAGO página 24 Na foto, com Amanda – secretária executiva do Lar dos Idosos – orgulhosa do filho que vai nascer no meio do ano. O Marambaia aposentado retornou a Gouveia quando iniciava as fundações para construção do Lar dos Idosos. Em Gouveia assumiu a presidencia da Vila Vicentina, durante quatro anos; vicepresidente do Lar dos Idosos assumiu a presidencia devido a renuncia do presidente, completou o mandato e foi eleito por mais dois mandatos de quatro anos cada. Atualmente, ocupa a vice-presidencia por exigencia do estatuto, mas certamente, será reconduzido à presidencia nas próximas eleições. Marambaia continuou e terminou a construção do Lar dos Idosos, incluindo, o auditório de 300m2, Centro de Eventos Dom Paulo Lopes de Faria, usado prioritariamente para lazer dos internos e, eventualmente, alugado para a realização de eventos. As instalações, com capacidade para 40 internos, abrigam 22, de ambos os sexos, distribuidos em apartamentos de dois e de tres pesssoas. O Lar dos Idosos assume total responsabilidade pelo bem estar e pela saude física e mental do interno. Mantido com recursos provenientes das aposentadorias; convênio com o Estado de Minas, recursos equivalente ao custo de um funcionário; Secretaria Municipal de Saude providencia assistência médica e psicologica; CONAB contribui com alimetos e mais, as doações de particulares. O Lar dos Idosos é vinculado à SSVP – Sociedade São Vicente de Paula cuja estrutura administrativa envolve diferentes niveis hierarquicos, desde o Conselho Internacional até a Conferência Vicentina, a unidade de menor nível. O Conselho Nacional do Brasil é o maior nível no país e representa a SSVP. Os Vicentinos mantêm e administram creches, asilos, hospitais, educandários, abrigos e outros. ARTIGOS Maria Luiza Ferreira de Miranda Diva Maria de Miranda Fraternidade e Saúde Pública é o tema da Campanha da Fraternidade 2012, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e tem como lema um versículo do livro do Eclesiástico: “QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A TERRA.” E o que isso tem a ver com a história de vida e o exemplo de Maria Luiza Ferreira de Miranda? A Campanha da Fraternidade deseja, assim, sensibilizar a todos sobre a dura realidade das pessoas, principalmente das mais pobres, as quais não têm acesso à assistência de saúde pública condizente com suas necessidades e dignidade. É uma realidade que clama por ações transformadoras. Ninguém escolhe ficar doente. A doença se impõe. Além de não respeitar nossa liberdade, ela também tolhe nosso direito de ir e vir. A doença é, por isso, um forte convite à reconciliação e à harmonização com nosso próprio ser e com Deus, fonte de vida. A doença é também um apelo à fraternidade e à igualdade, pois não discrimina ninguém. Atinge a todos: ricos, pobres, crianças, jovens, adultos e idosos. Diante de tal realidade, a atitude mais lógica é a da FRATERNIDADE E DA SOLIDARIEDADE. Por falar nessas atitudes, lembro-me de uma pessoa inesquecível que teve a coragem de assumir a solidariedade fraterna em favor dos irmãos que sofriam: MARIA LUIZA FERREIRA DE MIRANDA. Brasileira, natural do povoado de Palmital, no município de Diamantina, nasceu no dia 10 de Outubro de 1910. Era filha de Luiz Ferreira de Abreu e de Maria Laudelina Gomes Ferreira. Ela morou em Diamantina, onde estudou e concluiu o antigo Curso Normal de Magistério na Escola Nossa Senhora das Dores. Em 1930, foi nomeada professora na Escola Rural de Camilinho. Lecionou para as três primeiras séries. Naquela época as aulas eram ministradas em uma única sala, com todos os alunos juntos. Era o único espaço físico. A escola não possuía sede própria. Casou-se em 1933, com Antônio Augusto de Miranda, natural e residente em Camilinho. Era filho de Manoel Pinto de Miranda e de Amélia Augusta de Miranda. Ali, na comunidade de Camilinho, Maria Luiza pôde acolher e cuidar – atitudes cristãs aprendidas na família. Ela sempre teve o apoio do esposo, meu pai, que a ajudou no desenvolvimento do seu trabalho, principalmente na área da saúde. Foram anos de dedicação e trabalho às pessoas necessitadas e à família.Viajava léguas e léguas a cavalo,atravessando rios cheios,enfrentando as intempéries do tempo para atender as parturientes e outras pessoas que precisassem de sua ajuda. Como gratidão os pais a convidavam para ser a madrinha de seus filhos. Ela ficou sendo comadre de grande parte dos moradores da redondeza. Foi uma mulher de fibra e muito versátil. Por exemplo, organizava as festividades de Camilinho e vizinhança, tais como: Boletim Informativo da AFAGO página 25 casamentos, carnavais, festas religiosas, juninas. Também preparava discursos quando Bispos, Padres e Políticos visitavam o vilarejo. Dinamismo, facilidade de expressar-se, solidariedade, fraternidade eram algumas de suas características mais marcantes, além de carisma e muita competência. Foi uma semente que germinou em terra boa. Tenho certeza que muitos sonhos que ela tinha se perderam, algumas vezes a deixaram abater, mas desanimar nunca! Tanto que ao enfrentar as oposições de políticos, figuras públicas e profissionais da saúde – que se incomodavam com seu trabalho assistencial –, ela não desistiu. Sua intenção de servir e de ajudar as pessoas era maior. Seu grande ideal humanitário a inspirava. Tinha muita coragem, tantas vezes à prova. Procurava conduzir sempre o seu trabalho no caminho da verdade, do amor e da paz. Tinha um coração muito humano, compreensivo e bom. Hoje, sabemos o quanto é importante estimular a comunidade para o acompanhamento das ações da gestão pública referente à saúde. Nós leigos também somos representantes de nossa comunidade e temos o direito e o dever de participarmos das decisões referentes às políticas públicas de saúde. Podemos participar dos conselhos municipais, conselhos locais, discutindo a saúde da população e sugerindo propostas para a resolução dos problemas. E naquela ocasião, o que podia fazer a “dona Maria Luiza?” Não tinha como participar de algum conselho ou serviço de saúde pública no distrito onde morava. Não existia. Mesmo assim, com as armas que possuía, graças a Deus, teve sabedoria para ver, compadecerse, aproximar-se, dispor de seu tempo e cuidar; atitudes que são difíceis de serem concretizadas hoje. E ela, com muita coragem e determinação, pôde realizar várias ações na comunidade de Camilinho. Hoje, atuando como voluntária da Pastoral da Saúde da minha comunidade, eu vejo o quanto foi importante o trabalho voluntário da minha mãe. Uma atuação múltipla e abrangente. Hoje precisamos tanto daquelas informações e experiências práticas que ela passava, a fim de poder ajudar a promover a esperança, a felicidade e a saúde de crianças, adolescentes, adultos e idosos. Que surjam voluntárias como dona Maria Luiza para que a “SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A TERRA.” Em 1946, mudou-se para Diamantina com a família para que todos os filhos pudessem continuar os estudos. Em 1954, saiu de Diamantina e foi morar em Belo Horizonte, para que os filhos pudessem continuar os seus estudos e trabalhar. Faleceu em 13 de Setembro de 1994, deixando cinco filhos: Edson, Jadir, Milton, Manoel Luiz, Valdir e uma filha Diva Maria. Quando ela morreu, já havia perdido dois filhos: Jair e Laudelino. Deixou também vinte e três netos, uma neta e dois bisnetos. Foi uma grande educadora e pessoa humana. Foi uma grande mulher, orgulho para a toda a família. Ensinou-nos que a sabedoria é dom que está dentro de nós. E que o êxito está na vontade de vencer. Compartilhou com a família alegria e dificuldades. Os filhos cresceram naquele convívio, aprendendo a respeitar as pessoas em suas limitações e admira-las em seus acertos. Seu amor incondicional e os valores ensinados foram e são para nós, filhos, exemplos de uma verdadeira professora da vida. Tivemos sorte de tê-la como mãe. Mas a lembrança de sua presença, do seu olhar, do som de sua voz, sopra suave em nossa memória e traz saudades... perpetuamos sua memória por todo o tempo, pois quando uma árvore morre, deixa dentro de seus frutos a semente de sua vida. Estará sempre em nossos corações. ARTIGOS Saúde em Gouveia José Moreira de Souza A questão da saúde sempre preocupou os moradores de qualquer aldeia, povoado, vila ou cidade. No caso de Gouveia, já no ano de 1736, comparece o nome de Ozde(?) Bernardino de Távora o qual prestava serviços ao povoado e região “com sua botica pequena”. No final desse mesmo século, com a chegada dos serviços da Real Extração, multiplicaram-se os “cirugiões” para atender aos escravos e feitores que trabalhavam na mineração do diamante, nos serviços do Chiqueiro e da Cachoeira. No ano de 1831, o Censo Provincial registrou a presença do “Licenciado Antonio Gomes dos Santos” que vivia da profissão de “cirurgia e botica”, ou seja era médico e farmacêutico. Quando toda a região se alarmou com a possibilidade de um surto de cholera morbus, por volta de 1855, o vigário da paróquia redigiu um relatório sobre as condições de atendimento á saúde dos moradores. Merece destaque o seguinte trecho: “Cumprinos tão bem communicar a VV. SSas. que a sermos invadidos do mal a primeira e indispençavel medida será a vinda de pelo menos hum Medico para esta Feguesia durante o mal assim como de todos os remedios precisos para a povoação das Dattas e todo o Este da Freguesia, pois neste Arraial há Botica que comquanto não esteja completa seos donnos se offereceram afornecela todos os medicamentos que forem necessarios. ... Gouveia, 9 de dezembro de 1855”. Este momento deve ser fixado por anunciar a elevada importância política de um médico na localidade. Como, a epidemia de cólera ficou apenas no litoral, Gouveia também não foi contemplada com a presença de médico. Apenas licenciados e entendidos socorriam a população. Os nomes mais recentes, a partir dessa época foram os de José Prudente do Nascimento, Luiz Ponciano de Souza, Joaquim Alves Ferreira Taioba e João Damásio Baracho. José Prudente, conhecido com Juca Prudente, tinha sua moradia na chácara do Lava-pés. Luiz Ponciano de Souza residia ao lado da igreja matriz, Joaquim Taioba foi o fundador da Farmácia Auxiliadora nos anos de 1880 e João Damásio veio ter à Gouveia por volta de 1930. Será a partir da epidemia conhecida como “Gripe Espanhola” que possibilitará à Gouveia a presença de um médico residente. Zózimo Ramos Couto é nome de que Gouveia não poderá esquecer. Formado em 1918, no ano de 1919 passou a residir em Gouveia, permaneceu na vila até o ano de 1923. Sua saída se deu por motivos políticos. O doutor Zózimo tinha uma concepção muito mais ampla de saúde: queria a emancipação de Gouveia. Foi o primeiro a pensar num hospital. Esse estabelecimento ocuparia uma das casas pertencentes ao patrimônio da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário. A ideia manteve-se viva com o Doutor Policarpo Teixeira, o Doutor Adalto para vingar no início dos anos 50 com o doutor Jurandir Esteves. A construção do hospital, a partir de 1951, possibilitou a ampliação da rede de água e deu nova força ao movimento de emancipação. A construção e inauguração do hospital, antes da emancipação se tornou um monumento para mostrar o de que Gouveia era capaz ao se tornar cidade e sede de município. “Leve em sua memória para o resto de sua vida, as coisas boas que surgiram, no meio das dificuldades. Elas serão uma prova de sua capacidade em vencer e lhe darão confiança na presença divina, que nos auxilia em qualquer situação, em qualquer tempo diante de qualquer obstáculo” “HOSPITAL DE GOUVÊA- NOSSO LEGADO Tem 58 anos de fundação o “hospital de Gouvêa”. Luta incansável e sem fim de alguns cidadãos Gouveianos, que desde sua construção empenharam esforço, amor, tempo e dinheiro para sua sobrevivência. Boletim Informativo da AFAGO página 26 Para tanto se constituiu uma sociedade de caráter civil, de utilidade publica, sem fins lucrativos, caritativa, beneficente e de assistência à saúde, a “Associação Mantenedora do Hospital e Maternidade Dr. Aureliano Brandão”, que possui personalidade Jurídica e foi fundada com o objetivo principal de prestar atendimento médico, hospitalar e ambulatorial à todos quantos buscarem seus serviços, sem distinção de idade, nacionalidade, raça, credo, religião opinião política ou qualquer outra condição. Ela presta assistência gratuita aos doentes carentes de recursos, de acordo com as suas possibilidades e o estabelecido na legislação em vigor, e poderá para isso firmar Convênios ou contratos com entidades privadas, públicas, órgãos estaduais ou paraestatais, para prestação de serviços de assistência à saúde, como consta do seu Estatuto. Fica tão fácil entendermos o funcionamento deste Hospital quando nos deparamos com esse conceito tão claro e objetivo, mas é tão difícil viver sua realidade! Estamos diante de um sonho sonhado por dezoito valentes cavalheiros, representantes de todas as famílias gouveianas, que em janeiro de 1951, quanto nossa cidade era denominada de “Vila de Gouvêa”, Município de Diamantina, perceberam a necessidade e a falta que um hospital vinha fazendo na Vila, e ousaram erguer “um hospital que seria construído às expensas de donativos contados pela boa vontade de todos”. No final de abril deste mesmo ano, recebem uma verba de R$200.000 cruzeiros do Dr. Aureliano Brandão diretor do Ministério da Educação e Saúde para esse fim e no inicio de maio em reunião na casa do Dr. Jurandy Esteves, é “declarado a crise do abastecimento de água no lugar, e manifesta a impossibilidade do funcionamento do Hospital sem o precioso líquido”, e estes homens então, constroem a nova rede de abastecimento de água no valor de 451.705,80 (quatrocentos e cinquenta e um mil setecentos e cinco cruzeiros), canalizada do Amarelo e que até hoje abastece Gouveia. “ A Diretoria do Hospital de Gouvêa, reunida em 30 de novembro do ano 1954, entrega à Prefeitura Municipal a nova adutora de abastecimento de água da cidade que passará desta data em diante a pertencer ao patrimônio da mesma”. Desde os primeiros anos o hospital vem passando por terríveis crises, porque ele não tem fins lucrativos, não tem dinheiro, não tem uma verba ou recursos financeiros próprios e constantes, sobrevive da caridade “as expensas de donativos”, de cidadãos caridosos, de parcerias e convenio com as prefeituras que repassam recursos do sus, de verbas ARTIGOS população das cidades vizinhas de Congonhas do Norte, Presidente Kubitschek, Datas, e Conceição Mato Dentro (Capitão Felizardo), que participam com referências pelos serviços prestados. Foi-nos deixada essa bela Instituição, que já nos acolheu, nos amparou, e que está sempre triste, doente e precisando de nós. Vamos nos unir e ajudar o hospital de Gouveia. de parlamentares e da boa vontade de alguns que pedem, e, de outros que doam. Pois bem, essa é nossa intenção. Conscientizar, abrir o coração e dialogar com os gouveianos. Toda família gouveiana já precisou ou poderá precisar deste hospital. O hospital não tem um dono. Não é responsabilidade somente das diretorias que lutaram e lutam por mantê-lo. Ele precisa do apoio e da doação de todos. Todos nós temos consciência da importância deste hospital em nossa cidade. Ele foi construído para atender ao povo de Gouveia e de alguns anos para cá o hospital vem prestando atendimento a “Tu, que viestes pra que todos tenham vida, cura teu povo dessa dor em que se encerra; que a fé nos salve e nos dê força nessa lida, e que a saúde se difunda sobre a terra! Ah! Quanta gente que, ao chegar aos hospitais, fica a sofrer sem leito e sem medicamento! Olha, Senhor, a gente não suporta mais, filho de Deus com esse indigno tratamento! Ah! Não é justo, meu Senhor, ver o teu povo em sofrimento e privação, quando há riqueza! Com tua força, nós veremos mundo novo, com mais justiça, mais saúde, mais beleza!” ALBERIS DE OLIVEIRA Provedor do Hospital No Roseiral da Esperança Abril Denis Alexandre de Oliveira Cordeiro – 01 Renata Xavier Vieira Ribas – 02 Antônio Ramos de Miranda - ? Maria Eduarda Xavier Vieira Medeiros – 10 Ernane José Campos - 10 Geraldo Miranda Ribas- (Guarda) – 10 Lucas Alves Edmundo Gomes – 18 Raquel Vieira Nascimento - 18 Cilse Maria Ribas - 19 Camila Ribas Oliveira - 19 Vitor Ribas Regis - 19 Maria Alice de Aguiar - 20 Pamela Moreira Costa – 21 Maristela Duque – 21 Marcelo Ribas Fonteneli – 22 Gustavo Albuquerque Oliveira - 25 Eder Antônio Monteiro – 26 Laerte José Silva Pereira - 26 Boletim Informativo da AFAGO página 27 Vinicius Sebastian Machado – 26 Simone Pereira da Silva - 28 Ivanice Araújo - 28 Fernando Gomes – 29 Renato Franco – 30 Maio Maria da Conceição Matos Sãozinha de Vavá - 01 Maria de Lourdes Gomes – 01 Aristeu de Oliveira - 09 Gabriela Ribas Oliveira - 09 Elena B. Brum Ribas – 10 Ilda Monteiro Prado - 10 Lucíola Gomes Rocha – 10 Luiz Fernando V. Trópia - 10 Jorge Luiz Batista - 10 Naly Ribas Oliveira - 10 Orlando Silva – Xeripe – 10 Cléuber Alves Monteiro – 11 José Mário Gomes Pereira – 13 Alisson Miranda Ribas 15 Liliane Moreira – 15 Lindeia Ribas de Oliveira - 16 Nícia Raies Moreira de Souza – 16 Nilson Santos - 16 -Nilberto Rocha- 16 Valdene da Conceição Ribas - 16 Leonardo de Oliveira Paula – 20 No Roseiral da Esperança Raimundo Nonato Miranda Chaves – 20 Walison Aparecido Brandão - 22 Ailton Ribas – 23 Fred. Fonteneli de Freitas - 26 Franco Zaghen - 30 Ione Maria Ribas - 31 Giorgio Zaghen - 31 A florzinha Carolina Chaves Molck Era uma vez uma flor que tinha só uma cor. Ela era bela, mas era magrela. O caule era pequeno, mas tinha veneno. Ela vivia feliz, pois tinha raiz. Carol, neta de Raimundo Nonato, estudante do Colégio Anchieta de Nova Friburgo (RJ), com sete anos de idade, é da equipe de natação do colégio. Diversas medalhas conquistadas para a sua escola em torneios das cidades Serranas incluindo Juiz de Fora. Olhem, gente. Poesia está no sangue. Boletim da AFAGO Órgão Informativo da Associação do Filhos e Amigos de Gouveia Ano V – N ° 02-12 - MARÇO- ABRIL2012. Diretor Responsável – Raimundo Nonato de Miranda Chaves Editoração Gráfica: José Moreira de Souza Crédito das Fotos: Raimundo Nonato de Miranda Chaves, Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro, Arquivo de Afonso Ferreira Brasil, Paulo Vieira e José Moreira de Souza. Diretoria da AFAGO Presidente de Honra: Waldir de Almeida Ribas in Memoriam Presidente: Raimundo Nonato de Miranda Chaves Secretário: Guido de Oliveira Araújo Diretor de Finanças: Adilson Nascimento Patrocinadores: Diretores da AFAGO Comissão Editorial Guido de Oliveira Araújo. José Moreira de Souza Raimundo Nonato de Miranda Chaves IMPRESSO REMETENTE AFAGO - Associação dos Filhos e Amigos da Gouveia Avenida Amazonas 115 - sala 1709 CEP: 30.180 - 000 - BELO HORIZONTE - MG