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AMERICANO, DOMINGOS MARINHO DE AZEVEDO
Outros nomes e/ou títulos:
DADOS PESSOAIS
Domingos Marinho de Azevedo Americano nasceu em 12 de fevereiro de 1813, em São Caetano
do Paraopeba, município de Queluz, da então província de Minas Gerais. Era filho de José
Marinho de Azevedo e de Anna Rosa da Cunha Azevedo. Casou-se, em 1845, com Maria
Benedicta da Silva Porto, filha do negociante João Alves da Silva Porto e de Jacintha Benedicta de
Almeida da Silva Porto, e teve três filhos.
Foi agraciado como Cavaleiro da Ordem de Cristo.
Faleceu, em São Caetano do Paraopeba (Minas Gerais), em 9 de junho de 1851 (ou 17 de junho),
vítima de afecção pulmonar.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
Domingos Marinho de Azevedo Americano fez seus primeiros estudos no Seminário de Congonhas
e no Colégio Caraça (Minas Gerais). Doutorou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina do Rio
de Janeiro, em 15 de dezembro de 1838, com a tese intitulada “Dissertação sobre a phrenologia”.
Na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro foi nomeado lente substituto da seção cirúrgica
(nomeado em 29/05/1839), e lente catedrático de partos, moléstias de mulheres pejadas e paridas
e de meninos recém-nascidos (1850-1851). Em 1840 foi enviado, por esta instituição, em viagem
de estudos à Europa, da qual retornou, em 28 de junho de 1844, na companhia do frei beneditino
Camilo de Montserrat, filólogo e futuro diretor da Biblioteca Nacional, e do editor B.L. Garnier, a
bordo da galera “Le Stanilas”. Ao retornar desta viagem publicou a “Memória sobre o estado actual
das instituições médicas em França, na Prussia e na Grã- Bretanha”.
Em 1844 realizou, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, um curso especial sobre doenças
do pulmão, cujas lições foram publicadas, em 1846, no periódico Archivo Medico Brazileiro. Luís
Vicente De Simoni, médico e um dos fundadores da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro,
apresentou, em relação a essas lições, “judiciosas observações com aplicação às linhas isotermas,
aos termômetros e aos meios de medir o calor além do grau de congelação do mercúrio”
(DOMINGOS, [s.d.] ) , e as publicou nos Annaes Brasilienses de Medicina.
Domingos Marinho de Azevedo Americano realizou estudos sobre a hipertrofia do coração com
dilatação levada ao ponto do punho do observador caber no ventrículo esquerdo, sobre o
aneurisma da aorta torácica, e sobre a anestesia produzida pela eterização praticada por ele no
Hospital Militar da Guarnição da Corte, na cidade do Rio de Janeiro, onde foi major médico (2º
médico) de 1846 a 1851.
Dirigiu, juntamente com Francisco de Paula Cândido, a Nova Casa de Saúde, localizada na Rua da
Pedreira da Candelária (atual Rua Bento Lisboa), na cidade do Rio de Janeiro.
Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)
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Domingos Marinho de Azevedo Americano foi membro de várias associações científicas, como o
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e a Academia Imperial de Medicina . Nesta última, obteve
o diploma de membro efetivo, em 28 de maio de 1846, com a apresentação de uma memória sobre
o Hospital Militar da Guarnição da Corte. Foi um dos redatores dos Annaes de Medicina
Brasiliense, periódico da Academia Imperial de Medicina, publicados sob esta denominação em
1845.
PRODUÇÃO INTELECTUAL
- “Dissertação sobre a phrenologia: these apresentada e sustentada perante a faculdade de
medicina do Rio de Janeiro a 15 de dezembro de 1838”. Rio de Janeiro, 1838. Tese
(Doutoramento) – Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 1838.
- “Dissertação inaugural sobre a lithotricia”. Rio de Janeiro, 1839. Tese (Concurso ao lugar de lente
substituto da seção cirúrgica) – Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 1839.
- “Historia da escutação: lição feita a 15 de setembro de 1844”. Archivo Medico Brazileiro, tomo 1º,
p.77-84, 1844.
- “Memoria sobre o estado actual das instituições médicas em França, na Prussia e na GranBretanha”. Rio de Janeiro: Tip. Nacional, 1845.
- “Lições geographico-meteorologicas, feitas em seu curso particular de molestias do peito”.
Archivo Medico Brazileiro, tomo 2º, p.37, 63, e 105; tomo 3º, p.14, 1846.
- “Exposição e observações sobre o estado actual do hospital militar, suas precisões e população
em 1845”. Rio de Janeiro : Paula Brito,1846.
- “Academia Imperial de Medicina. Discurso recitado na sessão solemne de 6 de novembro de
1848”. Rio de Janeiro: Tip. do Brasil, de J. J. da Rocha, 1848.
- “Relatorio annual dos doentes tratados durante o anno de 1848, pelo Dr. Domingos Marinho de
Azevedo Americano”. Rio de Janeiro: Tip. do Brasil, de J. J. da Rocha, 1849.
FONTES
- DOMINGOS Marinho de Azevedo Americano. Arquivo pessoal da Academia Nacional de
Medicina. [Rio de Janeiro]: [s.n.], [s.d.]. (ANM)
- BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de
Janeiro: Imprensa Nacional, 1893. v.2. (BCOC)
- MAGALHÃES, Fernando. O Centenário da Faculdade de Medicina 1832-1932. Rio de Janeiro:
Tip. A . P. Barthel, 1932. (BMANG)
- SANTOS FILHO, Lycurgo de Castro. História Geral da Medicina Brasileira. São Paulo:
HUCITEC/EDUSP, 1991. v. 2. (BCCBB)
- VELHO SOBRINHO, J.F. Diccionario Bio-Bibliográfico Brasileiro. Rio de Janeiro: [s.n.], 1937.
(BN)
FICHA TÉCNICA
Pesquisa - Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Redação - Maria Rachel Fróes da Fonseca.
Revisão – Francisco José Chagas Madureira.
Dicionário Histórico-Biográfico das Ciências da Saúde no Brasil (1832-1930)
Casa de Oswaldo Cruz / Fiocruz – (http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br)
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