IMPRESSO N.º 17 - Outubro/Dezembro/2012 MENTES BRILHANTES Profissionais e acadêmicos de todo o País se reúnem no Estado para discutir temas relevantes da economia Páginas Gestão 4 e Mercado de trabalho Fortalecimento da Autarquia marca ações de 2012 Página Os desafios no ES e no Brasil 3 Página 8 5 Editorial Um ano de realizações José Antônio Resende Alves - Presidente do Corecon/ES Desafios não impediram resultados positivos de 2012 Informativo do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon/ES) • 17.ª Região Rua Alberto de Oliveira Santos, 42 - Sala 1904 Ed. Ames - Vitória/ES - Cep 29010-250 Tel.: (27) 3233-0618 www.corecon-es.org.br DIRETORIA Presidente: José Antônio Resende Alves Vice-presidente: Tyago Ribeiro Hofmann CONSELHEIROS DO 1.º TERÇO Efetivos: José Emílio Zambom da Silva, Leticia Pitanga Bertocchi, Robson Antônio Grassi Suplentes: Sebastião Demuner, Laudeir Frauches, Ricardo Ramalhete Moreira CONSELHEIROS DO 2.º TERÇO Efetivos: Mauricio Cezar Duque, Gradiston C. da Silva, Matheus Albergaria de Magalhães Suplentes: Gilson Domingues Cardoso, Sebastião José Balarini e Ednilson Silva Felipe CONSELHEIROS DO 3.º TERÇO Efetivos: Tyago Ribeiro Hofmann, Alexandre Ottoni Teatini Salles, José Antônio Rezende Alves Suplentes: José Jorge de Araujo Júnior, Erika de Andrade Silva Leal, Maron Simão Padilha CONSULTORIA Jurídica: Magda Barreto Contábil: Valzemir Soares Peres ADMINISTRAÇÃO Gerente Executiva: Josiane Tavares Assistência ao Economista: Ademilson Gonçalves da Rocha Estagiário: Alcenir Montovanelli Jr. ASSESSORIA DE IMPRENSA Companhia de Comunicação - (27) 3315-3037 [email protected] PRODUÇÃO DO FATOR ECONÔMICO Companhia de Comunicação - (27) 3315-3037 Jornalistas responsáveis: Cileide Zanotti - MTb(ES) 463/89 Lygia Sarlo - MTb (ES) 409/88 EDITORAÇÃO Comunicação Impressa - (27) 3319-9062 FOTOGRAFIA Ailton de Assis IMPRESSÃO / TIRAGEM Gráfica Lisboa / 1.200 exemplares 2 CORECON/ES O ano de 2012 foi marcado pelas incertezas nos mercados regional e mundial. Em âmbito global, a crise europeia, por vezes, ameaçou refletir neste outro lado do Atlântico. Felizmente, seus impactos não geraram consequências profundas no cenário econômico brasileiro. Em âmbito local, experimentamos as incertezas com relação ao futuro da economia capixaba a partir da extinção do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) e das mudanças na metodologia de distribuição dos royalties do petróleo. Nesse contexto de projeções de perdas, de elaboração de estratégia alternativa e de avaliações do comportamento dos agentes econômicos, constatamos, com imensa satisfação, como a sociedade reconheceu a importância do conhecimento do profissional de Economia para a realização de projeções a partir de análises do passado e do presente. Vimos como o trabalho de nossa categoria é primordial nas trilhas construídas rumo a um estado mais igualitário. Percebemos, ainda, a dedicação dos economistas à busca de informações que subsidiem suas atividades. Isso, aliás, ficou bem evidente durante os eventos promovidos pelo Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES) no último trimestre deste ano. Na terceira edição do Encontro de Economia do Espírito Santo – em 2012 realizada em conjunto com o II Encontro de Economistas da Região Sudeste – mentes brilhantes de todo o País debateram assuntos pertinentes aos mais variados ramos da economia, com o intuito único de buscar e trocar informações que resultem em cenários menos turbulentos para a economia regional, nacional e mundial. E nós, à frente do Corecon-ES, tivemos o prazer de contribuir para o crescimento profissional que esses eventos – em conjunto com uma série de outras ações realizadas pela Autarquia em 2012 – proporcionaram aos nossos associados. Nesta edição do Fator Econômico, registramos os principais momentos dos encontros de economistas e as estratégias implementadas no exercício de 2012 pelo Corecon-ES, na certeza de termos concluído mais um ciclo dessa Autarquia com a sensação de dever cumprido. Esperando que 2013 seja bem mais tranquilo e próspero para todos, desejamos a você, leitor, uma boa leitura! Somos quase 1.000! O Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES) registrou mais dez economistas no último trimestre de 2012. Com estes, a Autarquia passou a ter 984 associados ativos, que unem seus esforços aos dos demais para projetar a profissão para a sociedade. Confira, a seguir, os nomes dos novos associados e seus respectivos números de registro. w Amilcar José Carvalho – 1.644 w Carolina Zabin Batista – 1.636 w Elaine Delpupo – 1.638 w Ludmila Machado dos Anjos – 1.639 w Luiz Antônio Monteiro Caetano – 1.635 w Matheus Henrique de Paula Moreira – 1.643 w Priscila Matina Figueiredo Aguiar Martins – 1.642 w Raquel Ferrari Passamani – 1.637 w Rodrigo Onofre Loyola – 1.641 w Soraya Ambrozine – 1.640 Gestão Ações de 2012 projetam Corecon-ES no cenário capixaba Iniciativas do Conselho atraíram novos associados e contribuíram para a valorização da categoria O ano de 2012 contabilizou, para o Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), resultados bastante satisfatórios, dignos de comemoração. Na avaliação do presidente da Autarquia, José Antônio Resende Alves, a gestão do exercício foi pautada na intensificação de estratégias que vinham sendo desenvolvidas em períodos anteriores e na busca de mecanismos que viabilizassem uma projeção maior da categoria perante a sociedade capixaba. Não foram poucas as ações desenvolvidas em prol da valorização da categoria. Por iniciativa do Conselho, foram inseridas, por exemplo, vagas para economistas no concurso público promovido pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) para as unidades de Cariacica e de Vila Velha e, ainda, no realizado pelo Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo para a contratação de profissionais para o cargo de Auditor de Controle Externo. Também em decorrência de solicitação formulada pelo Corecon-ES, houve a retificação do edital do concurso público para o preenchimento de cargos na Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (confira a matéria na página 6). O Convênio firmado entre o Conselho e a Junta Comercial do Estado do Espírito Santo (Jucees) foi renovado por mais dois anos, possibilitando o acompanhamento das atividades pertinentes à categoria nas empresas que possuem a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAEs). “Essas ações contribuíram para valorizar o profissional de Ciências Econômicas no mercado de trabalho e para destacar a importância do economista no contexto político e socioeconômico”, afirmou José Antônio. Eventos destacaram a importância do economista As estratégias desenvolvidas em prol do profissional de Ciências Econômicas ao longo de 2012 contemplaram a manutenção dos principais eventos que vinham sendo promovidos pelo Corecon-ES e que passaram a compor a agenda política e socioeconômica do Estado. São eles o Prêmio Espírito Santo de Economia e o Encontro de Economia do Espírito Santo. O primeiro, em sua décima sétima edição, premiou, na ocasião das comemorações do Dia do Economista, os melhores artigos de economistas e as melhores monografias desenvolvidas por estudantes de Ciências Econômicas em instituições capixabas de ensino. Também homenageou os economistas de destaque nos setores acadêmico, público e privado: Arlindo Villaschi Filho, Guilherme Henrique Pereira e José Eugênio Vieira. Já o Encontro de Economia do Espírito Santo teve sua terceira edição realizada em conjunto com o II Encontro de Economistas da Região Sudeste, reunindo, em outubro, no Estado, acadêmicos, pesquisadores e profissionais de Ciências Econômicas de todo o País (veja matéria principal desta edição). O presidente do Corecon-ES, José Antônio Resende Alves, destacou que esses eventos têm projetado os profissionais do Estado no cenário nacional e mundial, principalmente neste ano, em que o III Encontro de Economia do Espírito Santo foi realizado em conjunto com o II Encontro de Economistas da Região Sudeste. Resende acrescentou que os resultados obtidos neste ano não seriam possíveis sem o apoio e a colaboração do presidente e da gerente de Apoio do Conselho Federal de Economia (Cofecon), Hermes Zapeline e Aline Talles, respectivamente; do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes S.A.); do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes); do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN); do Sindicato dos Economistas do Estado do Espírito Santo; dos conselheiros, dos servidores e, ainda, aos associados do Corecon-ES. CORECON/ES 3 Prêmio Economia em debate Eventos são palco de intercâmbio de informações E conomistas dos principais centros do País debateram em Vitória questões fundamentais para o desenvolvimento brasileiro e os impactos da crise econômica da Europa para o Brasil, durante a terceira edição do Encontro de Economia do Espírito Santo, realizada, neste ano, em conjunto com o II Encontro de Economistas da Região Sudeste. Nos eventos, promovidos em outubro pelo Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), foram apresentados vários trabalhos com temática específica, como micro e macroeconomia, inovação, crédito, comércio internacional, política econômica, economia agrícola, meio am- biente e energia, mercado de trabalho e economia regional e urbana. O III Encontro de Economia do Espírito Santo superou, em número de inscrições de artigos, o total apresentado nas duas primeiras versões do evento. Foram apresentados 54 na última edição. A lista completa pode ser acessada no site www.encontroeconomiaes.com. Os eventos contaram com a parceria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), da Fucape Business School, da Universidade Vila Velha (UVV), do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças – Espírito Santo (Ibef-ES) e do ES em Ação. De acordo com o presidente do Corecon-ES, José Antônio Resende Alves, “como economistas, estamos exercendo o nosso papel, que é dar à sociedade condições para formular suas ações. Por isso, no Encontro de Economia, debatemos temas que foram estudados e que vêm ocupando a mente dos profissionais que analisam o ambiente socioeconômico. Temos certeza de que, assim, estamos contribuindo para quem queira compreender as implicações das ações das políticas públicas sobre as empresas, o governo ou as famílias”. Os graves riscos do curtoprazismo A necessidade de elaboração de uma política de longo prazo para a retomada do crescimento econômico no Brasil foi o foco da abertura dos eventos, realizados nos dias 18 e 19 de outubro no Quality Hotel Aeroporto. Na ocasião, o economista João Paulo de Almeida Magalhães, presidente do Corecon do Rio de Janeiro e professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), abordou o tema “A necessária e urgente estratégia de longo prazo para o desenvolvimento brasileiro – os graves riscos do curtoprazismo”. O tema é resultado de um estudo, que será lançado pela UFRJ, mostrando que a economia brasileira corre um grave risco de se especializar em commodities agrícolas e industriais, estando, no médio e no longo prazo, condenada ao semidesenvolvimento, a menos que sejam implementadas medidas para evitar a desindustrialização em curso e uma política industrial que permita conferir competitividade internacional a setores de tecnologia avançada. Magalhães, referindo-se a análises sobre a realidade econômica brasileira realizadas pelo Instituto de Economia Aplicada (Ipea), explicou que a indústria nacional enfrenta atualmente um dos maiores desafios da história. Por um lado, tem de “produzir de forma competitiva, em um contexto de determinantes adversos, sobre os quais não tem controle, pois derivados de decisões do governo: taxas de juros elevadas, altas cargas de impostos, custos elevados de serviços de infraestrutura e, sobretudo, uma taxa de câmbio sobrevalorizada. De outro lado, tem de competir com países extremamente competitivos, inclusive por usarem taxas de câmbio desvalorizadas, como é o caso dos Estados Unidos, e altamente desvalorizadas, como é o caso da China”. A política brasileira, baseada na produção de commodities agrícolas e industriais, mostra-se “altamente insatisfatória, diante dos maus resultados em termos de crescimento econômico registrados em 2011 e previstos para 2012”. Segundo Magalhães, trata-se de um setor de baixo valor adicionado por trabalhador e, portanto, incapaz de proporcionar produto por habitante do nível do registrado nos países desenvolvidos. “A atual crise europeia torna ainda mais preocupante esse quadro. Para se livrar dela, os países da região tendem a fechar seus mercados às exportações brasileiras e a usar todos os meios para penetrar em nosso mercado, substituindo o produtor nacional. Essa situação vai se tornar ainda mais séria no caso do colapso do euro, que será inevitavelmente seguido por desvalorização das moedas nacionais dos países da União Europeia”, advertiu Magalhães. Na avaliação de Magalhães, é preciso fazer com que a política econômica não seja comandada pelas metas da inflação, mas que tenha como base o crescimento econômico e, sem dúvida, dê o papel central à industrialização. Para ele, a responsabilidade do economista brasileiro, nesse contexto, passa por duas ações: corrigir a visão curtoprazista e pensar macroeconomicamente. Os desdobramentos da crise europeia do crédito. Quando há reunião de Os efeitos dos chopessoas diferentes, os proques nos chamados países blemas, quando surgem, do PIIGs (Portugal, Irlanda, levam a uma grande crise. Itália, Grécia e Espanha) Esse foi o ponto principal são, de acordo com Licha, da mesa redonda com os a taxa de crescimento da palestrantes Luiz Antônio Para Alejandra, a crise demanda agregada e do Licha e Maria Alejandra europeia ocorre devido à interdependência da nível de atividade, o aqueCorporale Madi, ambos conexão financeira cimento da economia com com longa experiência acao crescimento realimentandêmica. Ele, professor do Departamento de Economia da Univer- do a inflação, a inflação apreciando a sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), taxa de câmbio real do país e, com isso, e ela, conselheira do Corecon de São criando um problema de competitividade Paulo e professora do Departamento de e, consequentemente, se manifestando Economia da Universidade de Campinas no aumento do déficit da conta-corrente, além do aumento da arrecadação fiscal (Unicamp). A União Europeia (UE), com a reu- – o que pode gerar crescimento de gasnião monetária de países diferentes, já tos públicos sem gerar grandes déficits indicava, segundo Licha, uma possível cri- fiscais e o aumento dos preços dos ativos se. Mas nem sempre é possível evitar um financeiros. Este último, inclusive, pode conflito, mesmo previsto. As distinções acarretar uma bolha especulativa em dos ciclos econômicos dos países da UE alguns dos mercados dos PIIGs e, logo, podem resultar de choques diferencia- fazer caírem os prêmios de risco. E não dos, como na demanda agregada e no há pior crise do que a de crédito. Para Maria Alejandra Corporale nível de atividade, na taxa de inflação, nos preços e nos prêmios de risco dos ativos Madi, um novo padrão de acumulação financeiros, como também na expansão de capital surgiu. Ele é fruto da liberaliza- ção e da desregulamentação, que formou uma nova configuração da riqueza, com um ciclo econômico comandado pelo financeiro. A crise europeia atual, ocorre devido à interdependência da conexão financeira. Os bancos se tornaram muito conectados financeiramente. Atualmente, há um crescimento instável na Zona do Euro. “Nem todos os países sofrem forte impacto financeiro, mas sim um impacto, uma crise de confiança. Apesar de existir um Banco Central Europeu, foram os estados que saíram na frente para gerir a crise e socorrer seus bancos”, esclareceu ela. A saída são os pacotes de reestruturação da dívida soberana e isso parece estar sendo articulado, uma vez que os países da Zona do Euro estão participando de reuniões para discutir o assunto. Mas tudo caminha para uma política austera. “Estamos em um profundo momento de desequilíbrio financeiro e a tendência é de que teremos recessão. Crise econômico-financeira gera também uma crise social com o aumento da informalidade e do desemprego”, avalia a economista. Baixa capacidade de poupança limita crescimento O crescimento da economia do País está ameaçado pelos baixos níveis de poupança e de investimento. O alerta foi feito pelo presidente da Ordem dos Economistas do Brasil, Manuel Enriquez Garcia, durante a palestra “Os limites do crescimento econômico brasileiro”, proferida no encerramento dos encontros. Segundo Garcia, que também é presidente do Corecon de São Paulo e professor do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo (USP), o governo federal vem adotando desde 2008 uma série de medidas, a exemplo da concessão de incentivos como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), para manter crescentes os gastos das famílias com bens de consumo duráveis. Contudo, ao trilhar por esse caminho, está abrindo mão de receita tributária e, como açando a existência futura consequência, promovende fontes de financiamento do uma retração cada vez voltadas a investimentos. maior sobre a capacidade Como agravante, Garde poupança e também cia destacou que essa polísobre a capacidade de intica não tem sido pontual. O governo está abrindo vestimento. “Não foi uma política que mão de receita tributária, “Se não há poupanveio e que foi rapidamente na avaliação de Garcia ça, não há como crescer substituída por outra. Cono médio e no longo prazo, porque o meçou a ser implementada em 2008. crescimento de um país está fortemente Estamos em 2012 e ainda essa estratégia alicerçado nos gastos de investimentos continua sendo mantida, ainda que se das empresas e nos gastos com infraesmostre ineficaz. E tanto o é que caminhatrutura por parte do governo”, advertiu mos para um aumento de apenas 1,5% Garcia. O professor explicou que essa do Produto Interno Bruto (PIB) neste política gera, de um lado, a queda da ano – quando a expectativa era de 5% – e receita tributária de um governo que para um desaquecimento de 2,5% a 3% tem capacidade muito baixa de poupar do setor industrial. Hoje temos leite para e, de outro lado, o endividamento da nossos netos, mas, permanecendo essa família brasileira no longo prazo, amepolítica, não o teremos daqui a dez anos.” CORECON/ES 5 Ceteris Paribus Pelo fortalecimento da profissão Conselho atua em defesa de economistas registrados D evido à manifestação do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), o Edital 37/2012, do concurso público a ser realizado pela Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger), foi corrigido e passou a exigir o registro profissional dos candidatos da área de Ciências Econômicas, o qual não fazia parte das condições de habilitação para os interessados em disputar uma das vagas disponíveis. O concurso se destina à contratação de profissionais de nível superior de diversas áreas. São 25 vagas para a de Administração, seis para a de Ciências Econômicas, seis para a de Ciências Contábeis e dez para a de Direito. Também está prevista a formação de um cadastro de reserva. O salário é de R$ 3.687,00, para uma jornada de trabalho de 40 horas semanais. As provas estão programadas para o dia 17 de fevereiro de 2013, em Vitória. Novas visões para a economia J Dez análises sobre a economia capixaba á está disponível gratuitamente no portal www.encontroeconomiaes.com o segundo livro produzido a partir dos debates do Encontro de Economia do Espírito Santo. Com o título “A Economia do Espírito Santo: Novas Visões”, a publicação reúne, em 212 páginas, dez artigos apresentados na segunda edição do evento e organizados pelos economistas Matheus Albergaria de Magalhães e Victor Nunes Toscano. De acordo com o professor de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alexandre Rands Barros, autor da Apresentação do livro, os artigos inseridos no segundo volume permitem entender melhor a economia do Espírito Santo, podendo tornar mais efetivas as ações dos agentes públicos e privados do Estado. Confira, no quadro a seguir, os artigos inseridos no livro “A Economia do Espírito Santo: Novas Visões”, resultado dos debates do II Encontro de Economia do Espírito Santo, realizado em novembro de 2011, na Universidade Vila Velha (UVV), pelo Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES), com o apoio do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Fucape Business School, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), do Movimento Espírito Santo em Ação, do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo (Ibef-ES), do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGEco-Ufes) e da UVV. Artigo Autor(es) Abertura, concentração e volatilidade: uma análise do comércio exterior do Espírito Santo ao longo do período 1996-2010 Matheus Albergaria de Magalhães / Victor Nunes Toscano Avaliação da eficiência técnica e de escala de talhões de café no Estado do Espírito Santo Vladimir Faria dos Santos / Norberto Martins Vieira / Alan Figueiredo de Arêdes / José Luís dos Santos Rufino Avaliação de impacto ex-ante de uma política de transferência de renda no Espírito Santo Tatiana Kolodin Ferrari / Jaqueline Severino da Costa / Lorena Zardo Trindade / Antônio Ricardo Freislebem da Rocha Crédito e crescimento econômico: o caso dos municípios do Espírito Santo Sávio Bertochi Caçador / Edson Zambon Monte Crédito rural no Espírito Santo (2001-2010) e a participação do Bandes Claudeci Pereira Neto / Paulo Sérgio Vieira Desigualdades regionais e distribuição fundiária no Espírito Santo: uma abordagem estruturalista Rodrigo Straessli Pinto Franklin Desvendando o ajuste fiscal no Espírito Santo Paulo José Noia / Arilton Carlos Campanharo Teixeira Especialização setorial, vantagens comparativas e competitividade dos municípios do Espírito Santo Leonardo de Magalhães Leite Interações globais e conexões locais: elementos para um debate da economia capixaba Ednilson Silva Felipe / Arlindo Villaschi / Ueber José Oliveira Políticas públicas de combate à criminalidade no Espírito Santo: situação atual e perspectivas de mudanças André Luiz Greve Pereira / Robson Antônio Grassi Diretoria Sou Economista! Paulo Henrique da Costa Corrêa Renovação do Segundo Terço Novos conselheiros tomam posse em janeiro T rês economistas passarão a integrar a Diretoria do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES) a partir de janeiro. São eles: Celso Bissoli Sessa, Eduardo Reis Araújo e Maria Celeste Ribeiro Pupa. Eles fazem parte da chapa Progresso, eleita para o Segundo Terço de conselheiros para o mandato 2013-2015, juntamente com Gradiston Coelho da Silva, Sebastião José Balarini (efetivos) e Ednilson Silva Felipe (suplente). Estes três já compunham o Segundo Terço no triênio anterior. Os novos conselheiros vão tomar posse na primeira reunião plenária do Corecon-ES, agendada para 8 de janeiro, quando haverá a eleição do presidente e do vice-presidente da Autarquia para o exercício de 2013. Ênfase no apoio à ascensão profissional Bissoli quer contribuir para a realização de atividades de cunho acadêmico Eduardo vai apoiar ações voltadas à capacitação profissional O novo conselheiro efetivo do Segundo Terço, Celso Bissoli Sessa, que fez a graduação e o mestrado em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), instituição da qual é atualmente professor, explicou que se viu motivado a compor a chapa Progresso para fomentar o fortalecimento da categoria no Estado e para fiscalizar o exercício da profissão. Em conjunto com seus pares, Bissoli pretende estimular a realização de atividades de cunho acadêmico. Da mesma forma, Eduardo Reis Araújo, também mestre em Economia pela Ufes, tem o propósito de apoiar ações que visem à capacitação técnica dos associados e à continuidade e à ampliação do Prêmio Espírito Santo de Economia e do Encontro de Economia do Espírito Santo. Maria Celeste atua na área de descentralização da gestão da saúde, na Sesa Consultor do Tesouro estadual e subgerente de Regularidade Fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Eduardo Araújo considera importantes as iniciativas do Corecon-ES voltadas a divulgar o desempenho dos economistas no mercado de trabalho, uma vez que permite mostrar à sociedade capixaba a importância da atuação da categoria, principalmente nas áreas de finanças públicas e privadas e nas atividades de pesquisa, de consultoria e de estudos setoriais. Maria Celeste Ribeiro Pupa, graduada pela Ufes, tem MBA em Gestão de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas e, no momento, atua na coordenação do Núcleo de Apoio à Descentralização da Gestão em Saúde, na Gerência de Planejamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Com especialização e mestrado em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Henrique da Costa Corrêa é sócio-diretor da Valor Investimentos, grupo que congrega cinco empresas no Estado e cujo principal negócio reside na distribuição de produtos financeiros e de investimentos que vão desde aplicações de renda fixa a operações no mercado de ações. Para dirigir o grupo, especialmente no que tange à atuação no mercado financeiro, Paulo teve de desenvolver a capacidade crítica e analítica dos impactos dos acontecimentos nos preços dos ativos. Já no que se refere à área de finanças corporativas, construiu seu conhecimento com ferramentas de econometria e de finanças. Saulo Henrique Pimentel Moreira Sócio-proprietário da Pimentel & Araújo Peritos e Associados, Saulo Henrique Pimentel Moreira é graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Atuando há 15 anos em perícias e cálculos judiciais nas áreas cível, previdenciária e trabalhista, pública e privada, Saulo recorre com frequência à Matemática Financeira e ao Direito para realizar seu trabalho e dar cursos sobre o assunto, que, devido à sua dinâmica, requer atualização constante. CORECON/ES 7 Artigo de Opinião Mercado de trabalho no Brasil e no ES: desafios rumo ao desenvolvimento Alexandre Ottoni Teatini Salles* U ma das questões teóricas mais controversas da Ciência Econômica é a diferenciação entre crescimento e desenvolvimento econômico. Uma enorme literatura foi produzida sobre esse assunto, principalmente depois do fim da Segunda Guerra Mundial. As conclusões são as mais diversas. O ponto de vista que defendemos é de que taxas de crescimento positivas do Produto Interno Bruto (PIB) não necessariamente conduzem a economia a superar problemas fundamentais como pobreza aguda, analfabetismo, desigualdade social, saúde pública e habitação. Em outras palavras, desenvolvimento econômico é um conceito que implica levar em conta outras dimensões além do crescimento do produto agregado. Um elemento essencial a ser examinado no estudo do desenvolvimento socioeconômico de um país é seu mercado de trabalho. Neste aspecto, uma das fontes mais confiáveis de dados no Brasil é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), publicada pelo IBGE. Os dados da PNAD oferecem inúmeras formas de avaliar o mercado de trabalho brasileiro. Diante da análise da taxa de ocupação dos trabalhadores segundo sua escolaridade, no Brasil e no Espírito Santo, no período de 2001 a 2011, os dados revelam características tanto intrigantes quanto preocupantes acerca do perfil do trabalhador brasileiro, em especial do capixaba. As boas notícias são que ao longo da década houve uma elevação consistente no nível de emprego formal e um aumento na escolaridade dos trabalhadores em geral. Contudo, observada em mais 8 CORECON/ES Um elemento essencial a ser examinado no estudo do desenvolvimento socioeconômico de um país é seu mercado de trabalho detalhe, esta melhoria inspira maior atenção. Em 2001, 28,7% das pessoas empregadas no Brasil tinham de 4 a 7 anos de estudo, ou seja, apenas o ensino fundamental incompleto. No Espírito Santo, esse número era ainda maior: 33,5%. Isso significa que, em termos percentuais, esse grupo representava a maioria das pessoas empregadas no País e em nosso Estado. A segunda categoria com maior representatividade era a de trabalhadores com ensino médio completo e superior incompleto (11 a 14 anos de estudo). Em 2001, esse segmento representava 22,3% no Brasil – o mesmo percentual no Espírito Santo. Esse indicador representa o perfil técnico/profissional do trabalhador (e, por consequência, de sua remuneração média), um aspecto importante que identifica o nível de desenvolvimento econômico de um país. As implicações dos dados apresentados anteriormente são muitas. Contudo, pode-se salientar que esse elevado percentual de trabalhadores com reduzida escolaridade significa uma baixa geração e incorporação de conhecimento ao processo produtivo, incompatível com o elevado padrão de competitividade internacional da economia mundial e com o desenvolvimento social de nossa economia. Na década seguinte, o mercado de trabalho passou por uma expressiva mudança. Em 2011, a participação de pessoas com 4 a 7 anos de estudo caiu para 19,6% e 21,1% no Brasil e no ES, respectivamente. Por outro lado, trabalhadores com 11 a 14 anos de escolaridade passaram a representar, do pessoal ocupado, 35% no Brasil e 35,7% no ES. Portanto, pode-se dizer que, atualmente, a maioria das pessoas empregadas possui pelo menos curso superior incompleto. Além disto, que os trabalhadores com curso superior completo e pós-graduação (15 anos ou mais de estudo) no Brasil saiu de 8,1% no Brasil em 2001 para 12% em 2011. No ES, o crescimento foi de 6,9% para 11,7%, portanto, quase dobrou em 10 anos. Esses dados apontam para uma mudança estrutural no mercado de trabalho brasileiro e capixaba. Revelam que tem havido uma busca por maior escolaridade em função das exigências crescentes de qualificação, que se torna cada vez mais competitivo. Certamente o País precisa de mudanças ainda mais radicais, mas, nesta década, demos um passo importante na direção de um processo de desenvolvimento que brasileiros e capixabas tanto almejam. * PhD em Economia; professor da graduação e do mestrado em Ciências Econômicas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes); conselheiro do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES).