IMPRESSO
N.º 17 - Outubro/Dezembro/2012
MENTES BRILHANTES
Profissionais e acadêmicos de todo o País se reúnem no Estado
para discutir temas relevantes da economia
Páginas
Gestão
4
e
Mercado de trabalho
Fortalecimento da Autarquia marca
ações de 2012
Página
Os desafios no ES e no Brasil
3
Página
8
5
Editorial
Um ano de
realizações
José Antônio Resende Alves - Presidente do Corecon/ES
Desafios não impediram
resultados positivos de 2012
Informativo do Conselho Regional de Economia do
Espírito Santo (Corecon/ES) • 17.ª Região
Rua Alberto de Oliveira Santos, 42 - Sala 1904
Ed. Ames - Vitória/ES - Cep 29010-250
Tel.: (27) 3233-0618
www.corecon-es.org.br
DIRETORIA
Presidente: José Antônio Resende Alves
Vice-presidente: Tyago Ribeiro Hofmann
CONSELHEIROS DO 1.º TERÇO
Efetivos: José Emílio Zambom da Silva, Leticia
Pitanga Bertocchi, Robson Antônio Grassi
Suplentes: Sebastião Demuner, Laudeir Frauches,
Ricardo Ramalhete Moreira
CONSELHEIROS DO 2.º TERÇO
Efetivos: Mauricio Cezar Duque, Gradiston C. da
Silva, Matheus Albergaria de Magalhães
Suplentes: Gilson Domingues Cardoso, Sebastião
José Balarini e Ednilson Silva Felipe
CONSELHEIROS DO 3.º TERÇO
Efetivos: Tyago Ribeiro Hofmann, Alexandre Ottoni
Teatini Salles, José Antônio Rezende Alves
Suplentes: José Jorge de Araujo Júnior, Erika de
Andrade Silva Leal, Maron Simão Padilha
CONSULTORIA
Jurídica: Magda Barreto
Contábil: Valzemir Soares Peres
ADMINISTRAÇÃO
Gerente Executiva: Josiane Tavares
Assistência ao Economista: Ademilson Gonçalves da Rocha
Estagiário: Alcenir Montovanelli Jr.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
Companhia de Comunicação - (27) 3315-3037
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PRODUÇÃO DO FATOR ECONÔMICO
Companhia de Comunicação - (27) 3315-3037
Jornalistas responsáveis:
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EDITORAÇÃO
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FOTOGRAFIA
Ailton de Assis
IMPRESSÃO / TIRAGEM
Gráfica Lisboa / 1.200 exemplares
2
CORECON/ES
O
ano de 2012 foi marcado pelas
incertezas nos mercados regional
e mundial. Em âmbito global, a crise
europeia, por vezes, ameaçou refletir
neste outro lado do Atlântico. Felizmente, seus impactos não geraram
consequências profundas no cenário econômico brasileiro. Em âmbito
local, experimentamos as incertezas
com relação ao futuro da economia
capixaba a partir da extinção do Fundo
de Desenvolvimento das Atividades
Portuárias (Fundap) e das mudanças
na metodologia de distribuição dos
royalties do petróleo.
Nesse contexto de projeções de
perdas, de elaboração de estratégia
alternativa e de avaliações do comportamento dos agentes econômicos,
constatamos, com imensa satisfação,
como a sociedade reconheceu a importância do conhecimento do profissional
de Economia para a realização de projeções a partir de análises do passado
e do presente. Vimos como o trabalho
de nossa categoria é primordial nas
trilhas construídas rumo a um estado
mais igualitário. Percebemos, ainda,
a dedicação dos economistas à busca
de informações que subsidiem suas
atividades.
Isso, aliás, ficou bem evidente
durante os eventos promovidos pelo
Conselho Regional de Economia do
Espírito Santo (Corecon-ES) no último
trimestre deste ano. Na terceira edição
do Encontro de Economia do Espírito
Santo – em 2012 realizada em conjunto
com o II Encontro de Economistas da
Região Sudeste – mentes brilhantes
de todo o País debateram assuntos
pertinentes aos mais variados ramos da
economia, com o intuito único de buscar e trocar informações que resultem
em cenários menos turbulentos para a
economia regional, nacional e mundial.
E nós, à frente do Corecon-ES,
tivemos o prazer de contribuir para
o crescimento profissional que esses
eventos – em conjunto com uma série
de outras ações realizadas pela Autarquia em 2012 – proporcionaram aos
nossos associados.
Nesta edição do Fator Econômico,
registramos os principais momentos
dos encontros de economistas e as
estratégias implementadas no exercício
de 2012 pelo Corecon-ES, na certeza de
termos concluído mais um ciclo dessa
Autarquia com a sensação de dever
cumprido. Esperando que 2013 seja
bem mais tranquilo e próspero para
todos, desejamos a você, leitor, uma
boa leitura!
Somos quase 1.000!
O
Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES) registrou mais dez economistas no último trimestre de 2012. Com estes,
a Autarquia passou a ter 984 associados ativos, que unem seus esforços
aos dos demais para projetar a profissão para a sociedade.
Confira, a seguir, os nomes dos novos associados e seus respectivos
números de registro.
w Amilcar José Carvalho – 1.644
w Carolina Zabin Batista – 1.636
w Elaine Delpupo – 1.638
w Ludmila Machado dos Anjos –
1.639
w Luiz Antônio Monteiro Caetano –
1.635
w Matheus Henrique de Paula Moreira
– 1.643
w Priscila Matina Figueiredo Aguiar
Martins – 1.642
w Raquel Ferrari Passamani – 1.637
w Rodrigo Onofre Loyola – 1.641
w Soraya Ambrozine – 1.640
Gestão
Ações de 2012 projetam Corecon-ES no
cenário capixaba
Iniciativas do Conselho atraíram novos associados e contribuíram para a valorização da categoria
O
ano de 2012 contabilizou, para o
Conselho Regional de Economia
do Espírito Santo (Corecon-ES), resultados bastante satisfatórios, dignos de
comemoração. Na avaliação do presidente da Autarquia, José Antônio
Resende Alves, a gestão do exercício
foi pautada na intensificação de estratégias que vinham sendo desenvolvidas
em períodos anteriores e na busca de
mecanismos que viabilizassem uma
projeção maior da categoria perante
a sociedade capixaba.
Não foram poucas as ações desenvolvidas em prol da valorização da
categoria. Por iniciativa do Conselho,
foram inseridas, por exemplo, vagas
para economistas no concurso público
promovido pelo Instituto Federal do
Espírito Santo (Ifes) para as unidades
de Cariacica e de Vila Velha e, ainda,
no realizado pelo Tribunal de Contas
do Estado do Espírito Santo para a
contratação de profissionais para o
cargo de Auditor de Controle Externo.
Também em decorrência de solicitação
formulada pelo Corecon-ES, houve a
retificação do edital do concurso público para o preenchimento de cargos
na Secretaria de Estado de Gestão e
Recursos Humanos (confira a matéria
na página 6).
O Convênio firmado entre o Conselho e a Junta Comercial do Estado do
Espírito Santo (Jucees) foi renovado
por mais dois anos, possibilitando o
acompanhamento das atividades pertinentes à categoria nas empresas que
possuem a Classificação Nacional de
Atividades Econômicas (CNAEs).
“Essas ações contribuíram para valorizar o profissional de Ciências Econômicas no mercado de trabalho e para
destacar a importância do economista
no contexto político e socioeconômico”, afirmou José Antônio.
Eventos destacaram a importância do economista
As estratégias desenvolvidas
em prol do profissional de Ciências
Econômicas ao longo de 2012 contemplaram a manutenção dos principais eventos que vinham sendo
promovidos pelo Corecon-ES e que
passaram a compor a agenda política e socioeconômica do Estado.
São eles o Prêmio Espírito Santo de
Economia e o Encontro de Economia
do Espírito Santo.
O primeiro, em sua décima sétima edição, premiou, na ocasião das
comemorações do Dia do Economista,
os melhores artigos de economistas
e as melhores monografias desenvolvidas por estudantes de Ciências
Econômicas em instituições capixabas
de ensino. Também homenageou os
economistas de destaque nos setores
acadêmico, público e privado: Arlindo
Villaschi Filho, Guilherme Henrique
Pereira e José Eugênio Vieira.
Já o Encontro de Economia do
Espírito Santo teve sua terceira edição realizada em conjunto com o II
Encontro de Economistas da Região
Sudeste, reunindo, em outubro, no
Estado, acadêmicos, pesquisadores e
profissionais de Ciências Econômicas
de todo o País (veja matéria principal
desta edição).
O presidente do Corecon-ES,
José Antônio Resende Alves, destacou
que esses eventos têm projetado os
profissionais do Estado no cenário
nacional e mundial, principalmente
neste ano, em que o III Encontro de
Economia do Espírito Santo foi realizado em conjunto com o II Encontro
de Economistas da Região Sudeste.
Resende acrescentou que os
resultados obtidos neste ano não
seriam possíveis sem o apoio e a
colaboração do presidente e da gerente de Apoio do Conselho Federal
de Economia (Cofecon), Hermes Zapeline e Aline Talles, respectivamente; do Banco do Estado do Espírito
Santo (Banestes S.A.); do Banco de
Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes); do Instituto Jones dos
Santos Neves (IJSN); do Sindicato
dos Economistas do Estado do Espírito Santo; dos conselheiros, dos
servidores e, ainda, aos associados
do Corecon-ES.
CORECON/ES
3
Prêmio
Economia em debate
Eventos são palco de intercâmbio de informações
E
conomistas dos principais centros do
País debateram em Vitória questões
fundamentais para o desenvolvimento
brasileiro e os impactos da crise econômica da Europa para o Brasil, durante a
terceira edição do Encontro de Economia do Espírito Santo, realizada, neste
ano, em conjunto com o II Encontro de
Economistas da Região Sudeste.
Nos eventos, promovidos em outubro pelo Conselho Regional de Economia do Espírito Santo (Corecon-ES),
foram apresentados vários trabalhos
com temática específica, como micro
e macroeconomia, inovação, crédito,
comércio internacional, política econômica, economia agrícola, meio am-
biente e energia, mercado de trabalho
e economia regional e urbana.
O III Encontro de Economia do
Espírito Santo superou, em número
de inscrições de artigos, o total apresentado nas duas primeiras versões
do evento. Foram apresentados 54 na
última edição. A lista completa pode
ser acessada no site www.encontroeconomiaes.com.
Os eventos contaram com a parceria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), do Instituto Jones
dos Santos Neves (IJSN), do Banco de
Desenvolvimento do Espírito Santo
(Bandes), da Fucape Business School,
da Universidade Vila Velha (UVV), do
Instituto Brasileiro de Executivos de
Finanças – Espírito Santo (Ibef-ES) e
do ES em Ação.
De acordo com o presidente do Corecon-ES, José Antônio Resende Alves,
“como economistas, estamos exercendo
o nosso papel, que é dar à sociedade
condições para formular suas ações.
Por isso, no Encontro de Economia,
debatemos temas que foram estudados e que vêm ocupando a mente dos
profissionais que analisam o ambiente
socioeconômico. Temos certeza de que,
assim, estamos contribuindo para quem
queira compreender as implicações das
ações das políticas públicas sobre as
empresas, o governo ou as famílias”.
Os graves riscos do curtoprazismo
A necessidade de elaboração de
uma política de longo prazo para a
retomada do crescimento econômico
no Brasil foi o foco da abertura dos
eventos, realizados nos dias 18 e 19 de
outubro no Quality Hotel Aeroporto.
Na ocasião, o economista João Paulo
de Almeida Magalhães, presidente do
Corecon do Rio de Janeiro e professor do Departamento de Economia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), abordou o tema “A necessária e
urgente estratégia de longo prazo para o
desenvolvimento brasileiro – os graves
riscos do curtoprazismo”.
O tema é resultado de um estudo,
que será lançado pela UFRJ, mostrando
que a economia brasileira corre um
grave risco de se especializar em commodities agrícolas e industriais, estando,
no médio e no longo prazo, condenada
ao semidesenvolvimento, a menos que
sejam implementadas medidas para
evitar a desindustrialização em curso
e uma política industrial que permita
conferir competitividade internacional
a setores de tecnologia avançada.
Magalhães, referindo-se a análises
sobre a realidade econômica brasileira
realizadas pelo Instituto de Economia
Aplicada (Ipea), explicou que a indústria
nacional enfrenta atualmente um dos
maiores desafios da história. Por um
lado, tem de “produzir de forma competitiva, em um contexto de determinantes adversos, sobre os quais não tem
controle, pois derivados de decisões do
governo: taxas de juros elevadas, altas
cargas de impostos, custos elevados de
serviços de infraestrutura e, sobretudo,
uma taxa de câmbio sobrevalorizada.
De outro lado, tem de competir com
países extremamente competitivos,
inclusive por usarem taxas de câmbio
desvalorizadas, como é o caso dos Estados Unidos, e altamente desvalorizadas,
como é o caso da China”.
A política brasileira, baseada na
produção de commodities agrícolas e
industriais, mostra-se “altamente insatisfatória, diante dos maus resultados
em termos de crescimento econômico
registrados em 2011 e previstos para
2012”. Segundo Magalhães, trata-se
de um setor de baixo valor adicionado
por trabalhador e, portanto, incapaz
de proporcionar produto por habitante do nível do registrado nos países
desenvolvidos.
“A atual crise europeia torna ainda
mais preocupante esse quadro. Para se
livrar dela, os países da região tendem
a fechar seus mercados às exportações
brasileiras e a usar todos os meios para
penetrar em nosso mercado, substituindo o produtor nacional. Essa situação
vai se tornar ainda mais séria no caso
do colapso do euro, que será inevitavelmente seguido por desvalorização
das moedas nacionais dos países da
União Europeia”, advertiu Magalhães.
Na avaliação de Magalhães, é preciso fazer com que a política econômica
não seja comandada pelas metas da
inflação, mas que tenha como base o
crescimento econômico e, sem dúvida,
dê o papel central à industrialização.
Para ele, a responsabilidade do economista brasileiro, nesse contexto, passa
por duas ações: corrigir a visão curtoprazista e pensar macroeconomicamente.
Os desdobramentos da crise europeia
do crédito.
Quando há reunião de
Os efeitos dos chopessoas diferentes, os proques nos chamados países
blemas, quando surgem,
do PIIGs (Portugal, Irlanda,
levam a uma grande crise.
Itália, Grécia e Espanha)
Esse foi o ponto principal
são, de acordo com Licha,
da mesa redonda com os
a taxa de crescimento da
palestrantes Luiz Antônio
Para Alejandra, a crise
demanda agregada e do
Licha e Maria Alejandra
europeia ocorre devido
à interdependência da
nível de atividade, o aqueCorporale Madi, ambos
conexão financeira
cimento da economia com
com longa experiência acao crescimento realimentandêmica. Ele, professor do
Departamento de Economia da Univer- do a inflação, a inflação apreciando a
sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), taxa de câmbio real do país e, com isso,
e ela, conselheira do Corecon de São criando um problema de competitividade
Paulo e professora do Departamento de e, consequentemente, se manifestando
Economia da Universidade de Campinas no aumento do déficit da conta-corrente,
além do aumento da arrecadação fiscal
(Unicamp).
A União Europeia (UE), com a reu- – o que pode gerar crescimento de gasnião monetária de países diferentes, já tos públicos sem gerar grandes déficits
indicava, segundo Licha, uma possível cri- fiscais e o aumento dos preços dos ativos
se. Mas nem sempre é possível evitar um financeiros. Este último, inclusive, pode
conflito, mesmo previsto. As distinções acarretar uma bolha especulativa em
dos ciclos econômicos dos países da UE alguns dos mercados dos PIIGs e, logo,
podem resultar de choques diferencia- fazer caírem os prêmios de risco. E não
dos, como na demanda agregada e no há pior crise do que a de crédito.
Para Maria Alejandra Corporale
nível de atividade, na taxa de inflação, nos
preços e nos prêmios de risco dos ativos Madi, um novo padrão de acumulação
financeiros, como também na expansão de capital surgiu. Ele é fruto da liberaliza-
ção e da desregulamentação, que formou
uma nova configuração da riqueza, com
um ciclo econômico comandado pelo
financeiro.
A crise europeia atual, ocorre devido
à interdependência da conexão financeira. Os bancos se tornaram muito conectados financeiramente. Atualmente, há
um crescimento instável na Zona do Euro.
“Nem todos os países sofrem forte impacto financeiro, mas sim um impacto, uma
crise de confiança. Apesar de existir um
Banco Central Europeu, foram os estados
que saíram na frente para gerir a crise
e socorrer seus bancos”, esclareceu ela.
A saída são os pacotes de reestruturação da dívida soberana e isso
parece estar sendo articulado, uma vez
que os países da Zona do Euro estão
participando de reuniões para discutir o
assunto. Mas tudo caminha para uma política austera. “Estamos em um profundo
momento de desequilíbrio financeiro e
a tendência é de que teremos recessão.
Crise econômico-financeira gera também
uma crise social com o aumento da informalidade e do desemprego”, avalia
a economista.
Baixa capacidade de poupança limita crescimento
O crescimento da economia do País
está ameaçado pelos baixos níveis de
poupança e de investimento. O alerta
foi feito pelo presidente da Ordem dos
Economistas do Brasil, Manuel Enriquez
Garcia, durante a palestra “Os limites do
crescimento econômico brasileiro”, proferida no encerramento dos encontros.
Segundo Garcia, que também é
presidente do Corecon de São Paulo e
professor do Departamento de Economia
da Universidade de São Paulo (USP), o
governo federal vem adotando desde
2008 uma série de medidas, a exemplo da concessão de incentivos como
a redução do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), para manter crescentes os gastos das famílias com bens
de consumo duráveis. Contudo, ao trilhar
por esse caminho, está abrindo mão de
receita tributária e, como
açando a existência futura
consequência, promovende fontes de financiamento
do uma retração cada vez
voltadas a investimentos.
maior sobre a capacidade
Como agravante, Garde poupança e também
cia destacou que essa polísobre a capacidade de intica não tem sido pontual.
O governo está abrindo
vestimento.
“Não foi uma política que
mão de receita tributária,
“Se não há poupanveio e que foi rapidamente
na avaliação de Garcia
ça, não há como crescer
substituída por outra. Cono médio e no longo prazo, porque o
meçou a ser implementada em 2008.
crescimento de um país está fortemente
Estamos em 2012 e ainda essa estratégia
alicerçado nos gastos de investimentos
continua sendo mantida, ainda que se
das empresas e nos gastos com infraesmostre ineficaz. E tanto o é que caminhatrutura por parte do governo”, advertiu
mos para um aumento de apenas 1,5%
Garcia. O professor explicou que essa
do Produto Interno Bruto (PIB) neste
política gera, de um lado, a queda da
ano – quando a expectativa era de 5% – e
receita tributária de um governo que
para um desaquecimento de 2,5% a 3%
tem capacidade muito baixa de poupar
do setor industrial. Hoje temos leite para
e, de outro lado, o endividamento da
nossos netos, mas, permanecendo essa
família brasileira no longo prazo, amepolítica, não o teremos daqui a dez anos.”
CORECON/ES
5
Ceteris Paribus
Pelo fortalecimento da profissão
Conselho atua em defesa de economistas registrados
D
evido à manifestação do Conselho
Regional de Economia do Espírito
Santo (Corecon-ES), o Edital 37/2012,
do concurso público a ser realizado
pela Secretaria de Estado de Gestão e
Recursos Humanos (Seger), foi corrigido
e passou a exigir o registro profissional
dos candidatos da área de Ciências
Econômicas, o qual não fazia parte
das condições de habilitação para os
interessados em disputar uma das vagas
disponíveis.
O concurso se destina à contratação de profissionais de nível superior de
diversas áreas. São 25 vagas para a de
Administração, seis para a de Ciências
Econômicas, seis para a de Ciências
Contábeis e dez para a de Direito. Também está prevista a formação de um
cadastro de reserva.
O salário é de R$ 3.687,00, para uma
jornada de trabalho de 40 horas semanais. As provas estão programadas para
o dia 17 de fevereiro de 2013, em Vitória.
Novas visões para a economia
J
Dez análises sobre a economia capixaba
á está disponível gratuitamente no portal
www.encontroeconomiaes.com o segundo livro produzido a partir dos debates do
Encontro de Economia do Espírito Santo.
Com o título “A Economia do Espírito Santo: Novas Visões”, a publicação reúne, em
212 páginas, dez artigos apresentados na
segunda edição do evento e organizados
pelos economistas Matheus Albergaria de
Magalhães e Victor Nunes Toscano.
De acordo com o professor de Economia
da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), Alexandre Rands Barros, autor da
Apresentação do livro, os artigos inseridos
no segundo volume permitem entender melhor a economia do Espírito Santo, podendo
tornar mais efetivas as ações dos agentes
públicos e privados do Estado.
Confira, no quadro a seguir, os artigos inseridos no livro “A Economia
do Espírito Santo: Novas Visões”, resultado dos debates do II Encontro
de Economia do Espírito Santo, realizado em novembro de 2011, na
Universidade Vila Velha (UVV), pelo Conselho Regional de Economia
do Espírito Santo (Corecon-ES), com o apoio do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), a Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Fucape Business School, da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), do Instituto
Jones dos Santos Neves (IJSN), do Instituto Federal do Espírito Santo
(Ifes), do Movimento Espírito Santo em Ação, do Instituto Brasileiro
de Executivos de Finanças do Espírito Santo (Ibef-ES), do Programa de
Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Espírito Santo
(PPGEco-Ufes) e da UVV.
Artigo
Autor(es)
Abertura, concentração e volatilidade: uma análise do comércio exterior do
Espírito Santo ao longo do período 1996-2010
Matheus Albergaria de Magalhães / Victor Nunes Toscano
Avaliação da eficiência técnica e de escala de talhões de café no Estado do
Espírito Santo
Vladimir Faria dos Santos / Norberto Martins Vieira / Alan Figueiredo de
Arêdes / José Luís dos Santos Rufino
Avaliação de impacto ex-ante de uma política de transferência de renda no
Espírito Santo
Tatiana Kolodin Ferrari / Jaqueline Severino da Costa / Lorena Zardo Trindade
/ Antônio Ricardo Freislebem da Rocha
Crédito e crescimento econômico: o caso dos municípios do Espírito Santo
Sávio Bertochi Caçador / Edson Zambon Monte
Crédito rural no Espírito Santo (2001-2010) e a participação do Bandes
Claudeci Pereira Neto / Paulo Sérgio Vieira
Desigualdades regionais e distribuição fundiária no Espírito Santo: uma
abordagem estruturalista
Rodrigo Straessli Pinto Franklin
Desvendando o ajuste fiscal no Espírito Santo
Paulo José Noia / Arilton Carlos Campanharo Teixeira
Especialização setorial, vantagens comparativas e competitividade dos
municípios do Espírito Santo
Leonardo de Magalhães Leite
Interações globais e conexões locais: elementos para um debate da economia capixaba
Ednilson Silva Felipe / Arlindo Villaschi / Ueber José Oliveira
Políticas públicas de combate à criminalidade no Espírito Santo: situação
atual e perspectivas de mudanças
André Luiz Greve Pereira / Robson Antônio Grassi
Diretoria
Sou Economista!
Paulo Henrique da
Costa Corrêa
Renovação do
Segundo Terço
Novos conselheiros tomam posse em janeiro
T
rês economistas passarão a integrar a Diretoria do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo
(Corecon-ES) a partir de janeiro. São
eles: Celso Bissoli Sessa, Eduardo Reis
Araújo e Maria Celeste Ribeiro Pupa.
Eles fazem parte da chapa Progresso,
eleita para o Segundo Terço de conselheiros para o mandato 2013-2015,
juntamente com Gradiston Coelho da
Silva, Sebastião José Balarini (efetivos)
e Ednilson Silva Felipe (suplente). Estes
três já compunham o Segundo Terço
no triênio anterior.
Os novos conselheiros vão tomar
posse na primeira reunião plenária
do Corecon-ES, agendada para 8 de
janeiro, quando haverá a eleição do
presidente e do vice-presidente da
Autarquia para o exercício de 2013.
Ênfase no apoio à ascensão profissional
Bissoli quer contribuir para
a realização de atividades de
cunho acadêmico
Eduardo vai apoiar ações
voltadas à capacitação
profissional
O novo conselheiro efetivo do
Segundo Terço, Celso Bissoli Sessa,
que fez a graduação e o mestrado
em Economia pela Universidade
Federal do Espírito Santo (Ufes),
instituição da qual é atualmente
professor, explicou que se viu motivado a compor a chapa Progresso
para fomentar o fortalecimento da
categoria no Estado e para fiscalizar
o exercício da profissão.
Em conjunto com seus pares,
Bissoli pretende estimular a realização de atividades de cunho acadêmico. Da mesma forma, Eduardo
Reis Araújo, também mestre em
Economia pela Ufes, tem o propósito de apoiar ações que visem à
capacitação técnica dos associados
e à continuidade e à ampliação do
Prêmio Espírito Santo de Economia
e do Encontro de Economia do Espírito Santo.
Maria Celeste atua na área
de descentralização da
gestão da saúde, na Sesa
Consultor do Tesouro estadual e subgerente de Regularidade
Fiscal da Secretaria de Estado da
Fazenda (Sefaz), Eduardo Araújo
considera importantes as iniciativas
do Corecon-ES voltadas a divulgar
o desempenho dos economistas no
mercado de trabalho, uma vez que
permite mostrar à sociedade capixaba a importância da atuação da
categoria, principalmente nas áreas
de finanças públicas e privadas
e nas atividades de pesquisa, de
consultoria e de estudos setoriais.
Maria Celeste Ribeiro Pupa,
graduada pela Ufes, tem MBA em
Gestão de Saúde pela Fundação
Getúlio Vargas e, no momento,
atua na coordenação do Núcleo
de Apoio à Descentralização da
Gestão em Saúde, na Gerência de
Planejamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
Com especialização e mestrado em Economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV),
Paulo Henrique da Costa Corrêa é sócio-diretor
da Valor Investimentos, grupo que congrega
cinco empresas no Estado e cujo principal
negócio reside na distribuição de produtos
financeiros e de investimentos que vão desde aplicações de renda fixa a operações no
mercado de ações.
Para dirigir o grupo, especialmente no
que tange à atuação no mercado financeiro,
Paulo teve de desenvolver a capacidade crítica
e analítica dos impactos dos acontecimentos
nos preços dos ativos. Já no que se refere à
área de finanças corporativas, construiu seu
conhecimento com ferramentas de econometria e de finanças.
Saulo Henrique Pimentel
Moreira
Sócio-proprietário da Pimentel & Araújo
Peritos e Associados, Saulo Henrique Pimentel
Moreira é graduado pela Universidade Federal
do Espírito Santo (Ufes).
Atuando há 15 anos em perícias e cálculos judiciais nas áreas cível, previdenciária e
trabalhista, pública e privada, Saulo recorre
com frequência à Matemática Financeira e ao
Direito para realizar seu trabalho e dar cursos
sobre o assunto, que, devido à sua dinâmica,
requer atualização constante.
CORECON/ES
7
Artigo de Opinião
Mercado de trabalho no Brasil
e no ES: desafios rumo ao
desenvolvimento
Alexandre Ottoni Teatini Salles*
U
ma das questões teóricas mais
controversas da Ciência Econômica
é a diferenciação entre crescimento
e desenvolvimento econômico. Uma
enorme literatura foi produzida sobre
esse assunto, principalmente depois
do fim da Segunda Guerra Mundial.
As conclusões são as mais diversas. O
ponto de vista que defendemos é de
que taxas de crescimento positivas do
Produto Interno Bruto (PIB) não necessariamente conduzem a economia a
superar problemas fundamentais como
pobreza aguda, analfabetismo, desigualdade social, saúde pública e habitação.
Em outras palavras, desenvolvimento
econômico é um conceito que implica
levar em conta outras dimensões além
do crescimento do produto agregado.
Um elemento essencial a ser examinado no estudo do desenvolvimento
socioeconômico de um país é seu mercado de trabalho. Neste aspecto, uma
das fontes mais confiáveis de dados no
Brasil é a Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (PNAD), publicada pelo
IBGE. Os dados da PNAD oferecem inúmeras formas de avaliar o mercado de
trabalho brasileiro. Diante da análise
da taxa de ocupação dos trabalhadores
segundo sua escolaridade, no Brasil e
no Espírito Santo, no período de 2001 a
2011, os dados revelam características
tanto intrigantes quanto preocupantes
acerca do perfil do trabalhador brasileiro, em especial do capixaba. As boas
notícias são que ao longo da década
houve uma elevação consistente no
nível de emprego formal e um aumento
na escolaridade dos trabalhadores em
geral. Contudo, observada em mais
8 CORECON/ES
Um elemento essencial a
ser examinado no estudo
do desenvolvimento
socioeconômico de um país é
seu mercado de trabalho
detalhe, esta melhoria inspira maior
atenção.
Em 2001, 28,7% das pessoas empregadas no Brasil tinham de 4 a 7 anos
de estudo, ou seja, apenas o ensino
fundamental incompleto. No Espírito
Santo, esse número era ainda maior:
33,5%. Isso significa que, em termos
percentuais, esse grupo representava
a maioria das pessoas empregadas no
País e em nosso Estado. A segunda categoria com maior representatividade era
a de trabalhadores com ensino médio
completo e superior incompleto (11 a
14 anos de estudo). Em 2001, esse segmento representava 22,3% no Brasil – o
mesmo percentual no Espírito Santo.
Esse indicador representa o perfil
técnico/profissional do trabalhador (e,
por consequência, de sua remuneração
média), um aspecto importante que
identifica o nível de desenvolvimento
econômico de um país. As implicações
dos dados apresentados anteriormente são muitas. Contudo, pode-se salientar que esse elevado percentual
de trabalhadores com reduzida escolaridade significa uma baixa geração
e incorporação de conhecimento ao
processo produtivo, incompatível com
o elevado padrão de competitividade
internacional da economia mundial e
com o desenvolvimento social de nossa
economia.
Na década seguinte, o mercado
de trabalho passou por uma expressiva mudança. Em 2011, a participação
de pessoas com 4 a 7 anos de estudo
caiu para 19,6% e 21,1% no Brasil e no
ES, respectivamente. Por outro lado,
trabalhadores com 11 a 14 anos de
escolaridade passaram a representar,
do pessoal ocupado, 35% no Brasil e
35,7% no ES. Portanto, pode-se dizer
que, atualmente, a maioria das pessoas
empregadas possui pelo menos curso
superior incompleto. Além disto, que
os trabalhadores com curso superior
completo e pós-graduação (15 anos ou
mais de estudo) no Brasil saiu de 8,1%
no Brasil em 2001 para 12% em 2011.
No ES, o crescimento foi de 6,9% para
11,7%, portanto, quase dobrou em 10
anos.
Esses dados apontam para uma
mudança estrutural no mercado de
trabalho brasileiro e capixaba. Revelam
que tem havido uma busca por maior
escolaridade em função das exigências
crescentes de qualificação, que se torna
cada vez mais competitivo. Certamente
o País precisa de mudanças ainda mais
radicais, mas, nesta década, demos
um passo importante na direção de
um processo de desenvolvimento que
brasileiros e capixabas tanto almejam.
* PhD em Economia; professor da graduação e do
mestrado em Ciências Econômicas da Universidade
Federal do Espírito Santo (Ufes); conselheiro do
Conselho Regional de Economia do Espírito Santo
(Corecon-ES).
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MENTES BRILHANTES - Corecon-ES