1 AUTOMEDICAÇÃO E AUTOPRESCRIÇÃO: UM ESTUDO PILOTO SOBRE O PERFIL E OS POSSÍVEIS AGENTES INFLUENCIADORES DOS CONSUMIDORES DE MEDICAMENTOS ALOPÁTICOS DA REGIÃO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO ALMEIDA, Adilson Rogerio de1 (UMESP). SANCHES, Marli Yukie Ariyoshi2 (UNESP) ROCHA, Nilberto Moratti Avilla3 (UMESP). Todas as substâncias são tóxicas. A dose correta é que diferencia um veneno de um remédio “·Paracelsus (1493 -1541)”. Resumo Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), ter saúde vai muito além do simples fato da ausência de doenças, para se ter saúde um indivíduo tem que contar, também, com bem-estar físico, mental e social. Infelizmente, no anseio de viver com mais saúde muitas pessoas buscam encontrar, na automedicação4, a solução para alguns dos problemas que, momentaneamente ou comumente, se colocam como obstáculos ao alcance deste seu bem estar. Ao “medicar a si mesmo”, num processo onde detecta seus sintomas, da seu próprio diagnostico e se trata, administrando medicamentos sem previa consulta ou prescrição medica, este indivíduo pode, ao mesmo tempo em que abranda ou extingui este sintoma, estar causando um mal maior a sua saúde, seja devido à possibilidade de intoxicação e interações medicamentosas causadas pela ingestão indevida do medicamento ou mesmo pelo “mascaramento” de sintomas que poderiam indicar uma doença grave. No sentido de proporcionar uma melhor reflexão sobre o assunto, os proponentes desta pesquisa realizaram um estudo piloto (através da aplicação de questionários5) entre moradores da região de São Bernardo do Campo (que efetivamente compraram medicamentos em drogarias sem receita médica) buscando, além de traçar um perfil deste público alvo e da sua percepção sobre o assunto, identificar quais foram os possíveis agentes influenciadores da opção pela automedicação/autoprescrição em detrimento a consulta a um especialista. 1 Bacharel em Comunicação, Pós Graduado em Educação, Mestrando em Comunicação Social pela UMESP. 2 Farmacêutica e Enfermeira, Pós Graduanda em Vigilância Sanitária pela UNESP de Rio Claro 3 Graduando em Biomedicina pela UMESP 4 A Port. n.º 3916/98 (Política Nacional de Medicamentos do Ministério da Saúde) define a utomedicação como sendo o “Uso de medicamento sem a prescrição, orientação e ou o acompanhamento do médico ou dentista” 2 Introdução: Diversos são os possíveis fatores que levam uma pessoa à auto medicar-se e/ou auto prescrever-se e dentre eles, pode-se citar desde a orientação de pessoas não qualificadas para tal (amigos, parentes, etc), a influência da mídia, os problemas econômicos, a tendência cultural, as prescrições anteriores, as recomendações dos funcionários de farmácias (balconistas, atendentes, farmacêuticos, etc.) ou, ainda, segundo a OMS, numa opção responsável deste indivíduo, uma automedicação considerada como parte das suas ações de “autocuidado6”, numa prática onde as pessoas assumem a responsabilidade sobre sua saúde, podendo tratar de seus problemas com medicamentos aprovados e disponíveis para serem adquiridos sem prescrição - quando indicados para “condições” auto-reconhecíveis e para algumas condições crônicas ou recorrentes (seguindo um diagnóstico médico inicial) sendo que, em todos os casos em que o indivíduo busca realizar esta “automedicação responsável”, através da compra e consumo de medicamentos, estes devem ser especificamente designados para o propósito, requerindo-se, para tal, doses e forma farmacêutica apropriadas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária7 (ANVISA) define esta automedicação responsável como uma Pratica pela qual os indivíduos tratam doenças, sinais e sintomas utilizando medicamentos aprovados para venda sem prescrição médica, sendo estes de eficácia e segurança comprovadas quando utilizados racionalmente. São requisitos para automedicação responsável: que os Medicamentos a serem utilizados tenham segurança, qualidade e eficácia comprovadas; serem medicamentos utilizados em algumas doenças crônicas ou recorrentes (seguidos de um diagnóstico médico inicial). Tais medicamentos, em todos os casos, devem ser especificamente destinados ao uso proposto, requerendo doses apropriadas. Devem conter as seguintes informações: modo de usar; efeitos e possíveis efeitos colaterais; como os efeitos do medicamento podem ser monitorados; possíveis interações medicamentosas; precauções e advertências; duração do tratamento e quando o profissional de saúde deverá ser procurado. (Definição extraída de: Report of the 4th Who - Consultative Group on the Role of the Pharmacist) Mesmo sendo comum no dia a dia de todos, esta automedicação ainda é um assunto polêmico devido, principalmente, ao fato de que a palavra “automedicação” (relacionada ao consumo de produtos isentos de prescrição, conhecidos mundialmente pela sigla OTC - over the counter – onde os analgésicos são a classe terapêutica que domina este mercado no Brasil) é erroneamente e comumente entendida e utilizada para definir o que seria na verdade "autoprescrição", que define o ato de consumir 5 Anexo I Segundo a OMS o “auto-cuidado é o que as pessoas fazem por si mesmas para estabelecer e manter a saúde, prevenir e lidar com a doença. É um conceito amplo, que abrange: higiene (geral e pessoa), nutrição (tipo e qualidade do alimento ingerido), estilo de vida (atividade física, lazer, etc); fatores ambientais (condições de vida, hábitos sociais, etc.); fatores sócio-econômicos (nível de renda, crenças culturais, etc.); automedicação.” 7 Consulta Pública n º 95, de 19 de novembro de 2001 (D.O. de 21/11/2001) que Dispõe sobre bula de medicamento 6 3 medicamentos tarjados sem a necessária orientação médica (neste caso se encaixam os antibióticos, tranqüilizantes, anti-hipertensivos e antiinflamatórios). A OMS alerta ainda que os principais riscos da automedicação são: diagnosticar a doença incorretamente; escolher uma terapia inadequada; retardar o reconhecimento da doença, com a possibilidade de agravá-la; tomar medicamentos de modo errado; usar uma dosagem insuficiente ou excessiva; utilizar o medicamento por período curto ou prolongado demais; tornar--se dependente do medicamento; possibilitar o aparecimento de efeitos indesejáveis graves; não reconhecer riscos farmacológicos especiais; desconhecer as possíveis interações com outros medicamentos; possibilitar o aparecimento de reações alérgicas. Segundo NASCIMENTO (2003) um outro fator facilitador da automedicação e da autoprescrição é proliferação de farmácias e remédios, aliada ao precário sistema público de saúde, ou seja, o paciente passa a se automedicar para economizar tempo e dinheiro. Espalhadas pelo território brasileiro há um total de 50 mil drogarias, ou seja, uma drogaria por 3,5 mil habitantes (quase o triplo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde - OMS) e, se não fosse mal distribuído, o número de médicos seria suficiente para atender as necessidades da população já que, dos 280 mil ativos cadastrados pelo Conselho Federal de Medicina, 73% se encontram nas regiões Sul e Sudeste. Indo de encontro a estas afirmações WEIDERPASS, BÉRIA, BARROS et.al (1998) também diz que este consumo de medicamentos é um indicador indireto de qualidade dos serviços de saúde, assim como da propaganda dirigida a médicos e populações e que o seu estudo pode ser utilizado também para identificar a necessidade de intervenções específicas como: esclarecimento à população quanto ao seu uso adequado; formação e educação continuada de profissionais da saúde para a prescrição racional; identificação de populações em risco de consumo crônico de medicamentos inadequados. Além disso, pode subsidiar a elaboração de políticas públicas para conter a venda e o uso de medicamentos desnecessários. Metodologia No caso específico desta pesquisa, o estudo piloto realizado, com a devida aplicação dos instrumentos de coleta de dados (questionário) buscou, dentre outros fatores: Verificar a validade do instrumento no tocante, a saber, se o mesmo era confiável quanto à realmente obter os dados, a medida ou categoria observada que neste caso específico se referiam a traçar um perfil do público alvo da pesquisa (moradores do município da cidade de São Bernardo do Campo) e da sua percepção sobre a questão da automedicação, bem como buscar identificar quais foram os possíveis agentes influenciadores da opção pela automedicação/autoprescrição em detrimento a consulta a um especialista; Verificar a fidedignidade do instrumento, procurando identificar se o questionário aplicado assegurava a precisão do dado levantado; 4 Realizar as reformulações necessárias, buscando tornar este instrumento de levantamento de dados melhor, assegurando, assim, uma maior validade e maior fidedignidade aos levantamentos de dados futuros; Apresentar os resultados alcançados no desenvolvimento do estudo piloto, a fim de melhor situar os pesquisadores acerca do assunto tratado; Neste estudo piloto realizou-se, além da validação de instrumentos, também o treinamento de pesquisadores e o desenvolvimento de orientações claras para futuros trabalhos na área. Para o alcance destes objetivos, num primeiro momento foi necessário realizar contatos telefônicos e pessoais com proprietários de drogarias do Município, a fim de se conseguir o consentimento destes para a aplicação dos questionários aos compradores de medicamentos alopáticos industrializados, imediatamente após a realização da compra8. Após os devidos contatos, explicações e consentimentos para aplicação dos questionários (num total de quatro drogarias) a realização da aplicação do questionário se deu, como já citado, logo após o cliente adquirir o medicamento. O período da aplicação da pesquisa foi de dois dias (21 e 22 de julho de 2003), nos quais foram aplicados 82 questionários9. 8 Esta fase foi muito difícil, já que a maioria dos proprietários, mesmo dizendo-se a favor da pesquisa, não autorizaram a realização do estudo em seus estabelecimentos, já que a venda de remédios tarjados (comumente consumidos pela população, num ato de autoprescrição) mesmo não podendo ser realizada sem a receita médica, é um fato comum neste tipo de estabelecimento comercial. 9 As compras de medicamentos sem receita médica foram muito superiores aos questionários aplicados já que diversas pessoas não quiseram responder ao questionário logo após a realização da compra, a maioria delas alegando falta de tempo... 5 Apresentação dos dados obtidos no estudo piloto Perfil do público alvo Após a realização da pesquisa com 82 pessoas que efetivamente compraram medicamentos alopáticos industrializados nas 04 drogarias que autorizaram a pesquisa, pode-se realizar uma definição do perfil deste público alvo que, com relação faixa etária (gráfico um) temos que 32% destes compradores estavam na faixa entre 26 e 35 anos, seguido por 24% que se encontrava entre 46 e 55 anos, 15% entre 15 e 25 anos, 10% entre 56 a 65 anos e apenas 5% estava acima de 66 anos. Um dado curioso é que apenas 2% das pessoas que compraram medicamentos estavam na faixa etária abaixo dos 15 anos Gráfico 1- faixa etária Seqüência1 4 ‰acima de 66 Anos 8 ‰de 56 a 65 Anos 12 ‰ de 46 a 55 Anos 10 ‰de 36 a 45 Anos 26 ‰ de 26 a 35 Anos 20 ‰ de 15 a 25 Anos ‰ abaixo de 15 Anos 2 0 5 10 15 20 25 30 Outra peculiaridade da pesquisa, facilmente percebida quando da aplicação dos questionários, foi à predominância de indivíduos do sexo masculino (76%) em detrimento ao sexo feminino (24%) como compradores de medicamentos sem receita médica. Com relação à situação profissional, 83% dos participantes da pesquisa declararam trabalhar atualmente, 10% deles estão desempregados, 5% atuam como donas de casa e 2% são aposentados por invalidez (gráfico 2). Dentre os entrevistados, mesmo os que estavam acima dos 65 anos, nenhum declarou estar aposentado por tempo de serviço. 6 Gráfico 2 - Atuação profissional 2% 0% 5% ‰Trabalha 10% ‰Desempregado ‰Aposentado por tempo de serviço ‰Aposentado por invalidez ‰Do lar 83% A grande maioria do público alvo declarou ter uma renda familiar (gráfico 3) de três a quatro salários mínimos, seguidos por 20% com renda familiar de cinco a seis salários, 17% acima de seis salários, 10% de um a dois salários mínimos e apenas 7% com renda familiar abaixo de um salário mínimo (10% não quiseram declarar suas rendas familiares). Gráfico 3 - Renda familiar 10% 7% 10% ‰ Abaixo de um salário mínimo ‰ De um a dois salários mínimo 17% ‰ De três a quatro salários mínimos ‰ De cinco a seis salários mínimos 20% 36% ‰ Acima de seis salários mínimos. não declarado A escolaridade dos indivíduos que compraram medicamentos sem receita medica, conforme pode ser observado no gráfico 4, foi de 30% entre pessoas que estavam do 1º ao 3º colegial, 24% de 5ª a 8ª série, 22% com nível superior incompleto, 17% com nível superior completo e apenas 7% da 1ª a 4ª série, neste caso específico o nível de analfabetos foi de 0%. 7 Gráfico 4 - Escolaridade ‰ Analfabeto 0% 7% 22% ‰ De 1ª a 4ª serie 30% ‰ De 1º a 3º colegial ‰ De 5ª a 8ª serie 17% 24% ‰ Nível superior completo ‰ Nível superior incompleto Quando questionados sobre o convênio médico, 61% dos participantes da pesquisa declararam ter convênio médico, 32% não tinham e 10% não declararam. Dados sobre a compra de medicamentos sem receita médica A compra de medicamentos sem receita médica é fator comum na vida dos participantes da pesquisa. Fato este que pode ser percebido quando se verifica que 93% deles declararam não ser esta a 1ª vez que se automedicam sendo que 68% compraram adquiriram os medicamentos para consumo próprio em detrimento de 32% que os compraram para uso de terceiros. Os medicamentos que necessitam de receita médica (tarjados) foram os mais vendidos (54%) enquanto que os de venda livre ficaram um pouco atrás, ocupando os outros (46%). Dentre os motivos que levaram a necessidade de aquisição de algum tipo de medicamento, 78% declararam que o surgimento de algum sintoma os levou a comprar medicamentos, sendo que, dentre esses sintomas os principais foram, em ordem de importância: 1. Dor de cabeça (26%) 2. Dores de estomago e dores musculares (22 % cada) 3. Inflamação da garganta (10%) 4. Vômitos, alergias e cólicas (5% cada). Com relação ao tempo de surgimento destes sintomas, conforme é mostrado no gráfico 5, 48% deles declaram ter detectado os sintomas de um a seis dias, 20% disseram que os sintomas que os levaram a compra dos medicamentos já se manifestaram a mais de um mês e 15% a mais de uma semana sendo que 46% admitiram ser estes sintomas recorrentes. 8 Gráfico 5 - Tempo de surgimento dos sintomas que levaram a compra dos medicamentos 17% 48% 20% ‰ de um a seis dias ‰ a mais de uma semana ‰ a mais de um mês. não soube dizer 15% Mesmo com 61% dos participantes da pesquisa possuindo convênio médico, 45% deles declarou não ter procurado ajuda médica quando da detecção dos sintomas, sendo que, como agentes motivadores da compra dos medicamentos em detrimento da busca do auxílio de um profissional, 33% declaram não considerar os sintomas motivos para consulta médica, 25% admitiram ser mais fácil comprar o medicamento direto na drogaria, 17% disseram que não procuraram um médico por falta de tempo, 17% consideram o sistema de saúde demorado e, por isso, decidiram pela compra direta do medicamento e 8% declaram ser os problemas econômicos que os levaram a optar pela automedicação/prescrição. Um dado curioso que chamou a atenção foi que nenhum dos participantes da pesquisa declarou ser a confiança no farmacêutico o motivo da compra do medicamento em detrimento a consulta com um médico (gráfico 6). 9 Gráfico 6 - Motivos de ainda não ter procurado cuidados médicos 17% Não considera o sintoma motivo para tal 0% 33% Problemas econômicos Não sabe qual profissional procurar O sistema de saúde é demorado É mais fácil comprar o remédio 25% Confia na opinião do farmacêutico 8% 17% falta de tempo 0% A utilização da bula Praticamente todos as pessoas que adquiriram algum medicamento sem a receita médica, seja ele de venda livre ou não, declararam ser de extrema importância à leitura da bula sendo que 78% disseram conhecer as indicações, contra indicações, dosagens e efeitos colaterais do medicamento que comprou. Dos medicamentos que foram adquiridos nestas drogarias durante a pesquisa, apenas 5% não continham bula sendo que todos eles eram os medicamentos de venda livre. Das 82 pessoas que participaram da pesquisa, 54% admitiram não saber se, nos medicamentos que adquiriram, havia alguma restrição ou contra indicação que as impedisse de utilizá-los. Destas 82 pessoas 27% disseram estar utilizando outros medicamentos no momento da realização da compra sendo que, 45% delas admitiram também não ter lido a bula destes outros medicamentos e, o pior de tudo, 85% não souberam informar se o medicamento que adquiriu pode ser administrado em conjunto com aquele que já está tomando. Possíveis agentes influenciadores Quando questionados sobre onde adquiriram as informações que os levaram a querer fazer uso daqueles medicamentos sem a devida receita médica, 27% apontaram as prescrições anteriores como agentes influenciadores da compra. Outros 27% disseram ter obtido estas informações junto a médicos enquanto que 17% apontaram os amigos, parentes e vizinhos como fornecedores destas informações. Para 17% as 10 informações foram adquiridas nas propagandas veiculadas em jornais, na televisão e rádio e apenas 12% disse ter tomado, sozinho, a decisão de comprar e tomar um determinado medicamento. Novamente, neste caso, o farmacêutico não foi citado como agente influenciador da compra dos medicamentos. Gráfico 7 - Possíveis agentes influenciadores Am igos, parentes, vizinhos, conhecidos 12% Um farm acêutico 17% 0% 17% 27% 27% Um m édico Prescrições anteriores Propagandas em jornais, televisão, radio Decisão própria Considerações finais: Este estudo piloto teve, como principais finalidades, verificar a aplicabilidade e fidedignidade do instrumento de levantamento de dados (orientando os pesquisadores acerca dos ajustes e alterações necessários para torná-lo melhor) e realizar o treinamento dos pesquisadores na busca destas informações. A realização de um trabalho com estes objetivos e características foi também uma excepcional oportunidade de se verificar o aceite e as resistências, tanto dos proprietários e funcionários de drogarias quanto dos consumidores, no que se refere a fornecer informações sobre a venda e a compra de medicamentos alopáticos industrializados sem a devida receita médica e para determinar um perfil deste público alvo, no que ser refere a essas práticas de consumo. Cabe ressaltar que todos os meios, medidas e resultados apresentados neste trabalho deverão ser analisados sempre à luz da característica base que esteve na origem do trabalho efetuado – Estudo Piloto. Nesse sentido, os resultados obtidos, quer a nível metodológico, quer em nível de conclusões e recomendações, deverão sempre obedecer e enquadrar-se nesse âmbito. Mais do que conclusões definitivas sobre uma avaliação exaustiva dos perfis e dos possíveis agentes influenciadores dos consumidores de 11 medicamentos alopáticos da região de São Bernardo do Campo, este estudo procura, através dos meios mobilizados e das estratégias implementadas, produzir informações que possam servir de “indicadores” e/ou “facilitadores” para pesquisas futuras que busquem, através de investigações e de avaliações mais abrangentes e aprofundadas, chegar a melhores análises sobre o assunto aqui abordado. Bibliografia: ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consulta Pública nº 95, de 19 de novembro de 2001. D.O. de 21/11. Disponível no site http://www.anvisa.gov.br/ acesso em 20/08/2003. BARROS, J. C. Propaganda de Medicamentos: Atentado à Saúde. São Paulo: Editora Hucitec, 1995. LOPES, Maria Imaculatta Vassalo de. Pesquisa de Comunicação. Formulação de um modelo metodológico. São Paulo; Loyola, 1990. EPSTEIN, Isaac. Comunicação e Saúde. In Revista Comunicação & Sociedade Programa de Pós Graduação em Comunicação Social: Universidade Metodista de São Paulo. Ano 22, nº 35, 2000. EPSTEIN, Isaac. A importância da comunicação na promoção da Saúde. Jornal do Cremesp. São Paulo, ano XVIII, nº 132, p. 4, 1998. MARQUES DE MELO, José. EPSTEIN, Isaac. SANCHES, Conceição. BARBOSA, Sérgio. Mídia e Saúde. Adamnatina: UNESCO/UMES/FAI, 2001. NASCIMENTO, Marilena Cabral do. Medicamentos: ameaça ou apoio à saúde? Rio de Janeiro. Editora Vieira&Lent, 2003. WEIDERPASS, E; BERIA, J; BARROS, F. C; VICTORIA, C. G; TOMASI, E; HALPERN, Rua Epidemiologia do consumo de medicamentos no primeiro trimestre de vida em centro urbano do Sul do Brasil. Revista de Saúde Pública. v 32; n 4; ago. 1998. 12 ANEXO I - O questionário aplicado AUTOMEDICAÇÃO E AUTOPRESCRIÇÃO: UM ESTUDO PILOTO SOBRE O PERFIL E OS POSSÍVEIS AGENTES INFLUENCIADORES DOS CONSUMIDORES DE MEDICAMENTOS ALOPÁTICOS DA REGIÃO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO Data: ___/___/___ Hora: ___: ___ Local da aplicação: ____ Nº do questionário: _____ 1) Faixa Etária: abaixo de 15 Anos de 15 a 25 Anos de 26 a 35 Anos de 36 a 45 Anos de 46 a 55 Anos de 56 a 65 Anos acima de 66 Anos 2) Sexo: Feminino Masculino 3) Situação Profissional: Trabalha Desempregado Aposentado por tempo de serviço Aposentado por invalidez Do lar 4) Renda Familiar: Abaixo de um salário mínimo De um a dois salários mínimo De três a quatro salários mínimos De cinco a seis salários mínimos Acima de seis salários mínimos. 5) Grau de escolaridade: Analfabeto De 1ª a 4ª serie De 5ª a 8ª serie De 1º a 3º colegial Nível superior incompleto Nível superior completo 6) Possui convenio medico? Sim Não 7) É a primeira vez que compra medicamentos sem receita médica? Sim Não 8) O medicamento que comprou é: para consumo próprio para terceiros 9) Com relação ao tipo, o remédio que comprou é: de venda livre necessita de receita médica (tarjado) 10) Comprou o medicamento devido ao surgimento de algum sintoma específico? Sim Não Não soube informar Se, sim, quais? Dores de cabeça Dores musculares Dores de estomago Enjôos Vômitos Alergias Outros ___________________________________ 11) Há quanto tempo sente tais sintomas? 13 de um a seis dias a mais de uma semana a mais de um mês Não soube informar 12) São sintomas recorrentes? Sim Não Não soube informar 13)Já procurou cuidados médicos devido a este sintoma? Sim Não Não soube informar Se sim: Qual foi o diagnóstico? ___________ Se não: Qual o motivo de ainda não ter procurado cuidados médicos? Não considera o sintoma motivo para tal Problemas econômicos Não sabe qual profissional procurar O sistema de saúde é demorado É mais fácil comprar o remédio Confia na opinião do farmacêutico falta de tempo Outros: _________________________________________ 14) Considera importante a leitura da bula antes do uso do medicamento? Sim Não 15) Conhece as indicações, contra indicações, dosagens e efeitos colaterais do medicamento que comprou? Sim Não Não sabe 16) O medicamento que comprou possui bula? Sim Não 17) Há, nas contra indicações do medicamento que adquiriu, alguma restrição na qual você se encaixe? Sim Não Não sabe 18) Está fazendo uso de outro medicamento no momento? Sim Não Não soube informar Se sim: a) Leu a bula do remédio que já está tomando? Sim Não b) Sabe dizer se o medicamento que está utilizando pode ser administrado em conjunto com o que acabou de adquirir? Sim Não 19) Decidiu fazer uso do medicamento baseado em informações obtidas junto a: Amigos, parentes, vizinhos, conhecidos Um farmacêutico um médico. Prescrições anteriores Propagandas em jornais, televisão, radio. decisão própria Outros: ____________________________________