Discurso de Posse do Prof. Dr. Silvio José Rossi, Diretor Acadêmico da FPB (19/06/2013) Cumprimentos... Inicialmente, permitam-me expressar alguns agradecimentos que, para mim, são de grande significado, pois que, no contexto de uma caminhada profissional – e de vida –, estão intimamente relacionados com o objetivo desta solenidade, da qual somos todos protagonistas. Em primeiro lugar, à generosa Paraíba e a sua lindíssima e calorosa João Pessoa, que, 33 anos atrás, acolheram de braços abertos um ainda jovem sertanezino-ribeirãopretano – caipira do interior paulista –, de origens simples, porém sempre cultuadas, que escolhera, conscientemente, este pedaço primoroso do Nordeste brasileiro para viver e crescer profissionalmente. Agradecer, também, e de forma muito especial, à Universidade Federal da Paraíba, instituição reconhecida nacionalmente, por meio da qual foi possível trilhar o tão desejado percurso do ensinar-aprender-fazerser, sempre acompanhado de companheiros e companheiras, caminhantes solidários. Permitam-me destacar, nessa caminhada, duas pessoas, educadores de fato, responsáveis diretos pelas oportunidades que se me abriram desde então: Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque, hoje fisicamente não mais presente entre nós, que, sonhando-realizando, abriu portas para que tal caminhada, no novo percurso escolhido, efetivamente começasse. E meu grande amigo, Neroaldo Pontes de Azevêdo, também ex-reitor da UFPB, hoje secretário de educação do município de Santa Rita, que, concedendo-me o prazer e a alegria de integrar sua laboriosa (ainda hoje lembrada) equipe de reitorado, escancarou-me outras perspectivas de atuação profissional, contribuindo significativamente para o aumento do ângulo de análise das questões relacionadas à educação – e como esta se relaciona com as demais demandas da sociedade –, ângulo este que, até então, restrito ao acadêmico-científico, pouco contribuía para o encontro das desejadas e verdadeiras respostas. Por fim, a duas outras cidades paraibanas: Campina Grande, que, além de ser o palco, numa das noites do Maior São João do Mundo, onde cruzei olhares com Maria do Socorro, minha grande companheira há 24 anos, é a cidade da inovação, de novas oportunidades, onde fortes e sólidas amizades foram construídas e continuam sendo prazerosamente vivenciadas, e a partir da qual adentrei sertão afora. E a Santa Cruz, 450 km de JP, Alto Sertão Paraibano, origem de minha família paraibana, que não nos deixa esquecer que a vida pode, sim, ser vivida de maneiras diferentes, a depender das escolhas que fazemos, onde é possível nos deleitarmos com banhos de açude, de água de chuva caindo da bica, com a pesca de piau, com gostosas conversas nas calçadas em noites enluaradas/estreladas, em cadeiras de balanço, esperando a chegada da refrescante brisa do Aracati. Apreciem, sem moderação! Dizem que, dentre outras conquistas, três são indispensáveis à vida de uma pessoa que se deseja feliz, realizada: tenha filhos, escreva livros, plante árvores. Acrescentaria a quarta: construa verdadeiras amizades e vivencie-as no dia-a-dia. A generosidade desta terra e de sua gente concedeu-me oportunidades, todas aproveitadas, para essas quatro conquistas. Assim devemos compreender a Educação, na sua dimensão mais ampla: por um lado, esta não faz sentido sem que se queira viver plenamente, em paz consigo mesmo, solidário com as pessoas e zeloso com a natureza. Por outro, o que seria da vida, do planeta, sem a Educação? O que estaria por trás, por exemplo, das históricas/seculares mazelas do nosso País – desigualdades socioeconômicas, graves problemas na área da saúde etc. etc. etc. –, cujas soluções, quando aparecem, acontecem com velocidade muito aquém do necessário ou, muitas vezes, ainda beirando ao assistencialismo? E o que poderia explicar a explosão (no sentido figurado) das manifestações que vêm acontecendo, em escala ascendente, nas principais cidades brasileiras, extraindo-se destas (legítimas) aquelas não manifestas publicamente, e covardemente a elas misturadas? Uma análise profunda dessa situação (histórica e atual) – e muitos já o fizeram (estamos aqui apenas nos acostando a essas vozes) – indicaria que, em termos de Educação (no sentido mais amplo do termo), ainda há muito, MUITO MESMO, a ser feito no País. Já ouvimos a afirmação: se quiseres um País muito melhor dentro de 30-40 anos, comeces apostando – e agindo –, hoje, na educação das crianças, dos jovens, dos adultos. Sem trégua. Sem limites. Da conquista deste que é o maior patrimônio da humanidade virão outras, naturalmente. Isso é o que nos move. E é com esse espírito que acrescento mais um especial agradecimento: à FPB Faculdade Internacional da Paraíba, que nos abre novas portas, permitindo-nos que a caminhada continue; sem trégua, sem limites. Aos diretores nacionais e regionais da rede internacional de universidades Laureate, à direção geral da FPB, aos novos e aguerridos companheiros e companheiras de caminhada solidária – demais diretores, coordenadores, professores, colaboradores técnicos e administrativos, estudantes. Juntos, tenhamos certeza, construiremos novas oportunidades, dentre as já existentes, aos jovens (e aos não tão jovens) paraibanos, ampliando-lhes as possibilidades de acesso a um ensino superior de qualidade e, mais do que isso, neles provocar/potencializar o desejo de se transformarem em protagonistas de um processo educacional ao longo da vida, indispensável à construção de uma nova realidade social, econômica e ambiental, que, verdadeiramente, traga felicidade às pessoas sem a destruição do planeta, cuidadosa e generosamente concebido e instalado pelo grande arquiteto do Universo. Antes do compromisso, há hesitação, a oportunidade de recuar; uma ineficácia permanente. Em todo ato de iniciativa (e de criação) há uma verdade elementar cujo desconhecimento destrói muitas ideias e planos esplêndidos. No momento em que nos comprometemos de fato, a Providência também age. Ocorre toda espécie de coisas para nos ajudar; coisas que de outro modo nunca ocorreriam. Toda uma cadeia de eventos emana da decisão, fazendo vir em nosso favor todo tipo de encontros, de incidentes e de apoio material imprevistos, que ninguém poderia sonhar que surgiriam em seu caminho. Começa tudo o que possas fazer; ou que sonhas poder fazer. A ousadia traz em si o gênio, o poder e a magia. Goethe Aos senhores e senhoras (e a Bia) que aqui compareceram, muitíssimo obrigado pelo carinho e generosidade de vossas presenças. Que Deus continue nos abençoando, a todos.