Nº 159
Taguatinga/DF, 13 de abril de 2011.
Evangelho de Lucas – Mt. 27, 11- 54
A Boa Nova em Nossas Vidas
Pe.Tininho
Queridos irmãos e queridas irmãs. Neste domingo inicia-se a
celebração da semana mais importante de nossa fé. Nela somos
convidados e convidadas pela celebração de Ramos, a também
fazermos, com Jesus, a caminhada rumo à sua morte e ressurreição.
Essa caminhada é decisiva para todo homem e mulher, pois por ela a
humanidade inteira será acolhida no coração misericordioso do Pai.
“Quando eu for elevado à cruz, atrairei todos a mim, nos diz Jesus.
Jesus entra em Jerusalém aclamado por todo povo. Nele as
pessoas se sentem acolhidas e amadas. Por isso com gesto carinhoso e
festivo, lançam seus mantos e ramos de oliveira para que o burrinho
carregando o Mestre possa passar.
Mas de longe se encontram aqueles que se opuseram a Jesus. O
messianismo de Jesus se contrasta com que eles esperavam. Na
expectativa deles o Messias seria todo- poderoso. Aquele que não só
concentraria o poder, mas também levaria as pessoas a participarem da
lógica desse mundo que privilegia poucos às custas dos mais fracos.
Que oferecem aos seus os melhores lugares. Vemos também essa
compreensão até no meio de seus seguidores mais próximos. Uma mãe
vai a Jesus e pede que dê aos seus filhos um lugar à esquerda e o outro
à direita.
Jesus escolhe a condição de servo, denunciando toda forma de
dominação. No mundo em que vivemos, alguns procuram concentrar o
poder e os bens, rompendo com os princípios da igualdade, da justiça e
da fraternidade.
Espelhando-nos em Jesus, que veio para servir e não para ser
servido, nós, se queremos ser coerentes com o evangelho, devemos
também nos colocar como servidores e servidoras, pois é isso que o
mundo espera de cada um de nós. Nós, como discípulos missionários do
Senhor, recebemos a missão de denunciar todas as situações que
prejudicam a vida e escolhermos o serviço mútuo como o caminho de
transformação do mundo.
Essa caminhada que Jesus fez rumo à cruz não será frustrante; se
tornará realidade em sua vida e na de todos nós. A caminhada santa
que o Mestre caminhou é também solidariedade com todos e todas que
carregam suas cruzes pela vida. Ninguém carrega sozinho, pois o
crucificado se faz presente na caminhada dando um novo sentido ao
nosso caminhar. Sofrimento que é partilhado com outros se torna mais
fácil de ser vivido. E o gesto solidário de Cristo torna-se libertador.
Diante de tantas angústias, diante de tanta injustiça e sofrimentos
que os homens devem suportar, nós também nos sentimos levados ao
desanimo. Lembremo-nos dos brasileirinhos e brasileirinhas chacinados
em Realengo, na cidade do Rio de Janeiro. O evangelista São Mateus
nos lembra, porém, que o mundo novo já começou no momento da
morte e da ressurreição de Cristo, embora a sua plena manifestação
ainda esteja longe. Este mundo novo se aproxima toda vez que um
discípulo tem a coragem de dar a vida por amor, como fez Jesus.
Ao carregar nossos ramos na procissão para homenagear o Deus
de Jesus Cristo, lembremo-nos da responsabilidade que temos com a
mãe natureza tão devastada por causa de nossas ações. Que cada ramo
em nossas mãos nos leve a nos comprometermos de fato com o verde
que é a segurança de vida melhor. Segurança para cada um de nós e
para as futuras gerações que também merecem viver e se deliciar de
que tudo aquilo que a bondade de Deus nos proporciona na Terra,
colocando em nossos cuidados os bens da criação.
Rezemos então: Mestre, que tua Palavra nos torne de fato
homens e mulheres solidários a teu exemplo, que, pela tua cruz, deste
sentido à caminhada da humanidade. E que ao celebrarmos tua paixão e
morte sejamos revigorados pela tua ressurreição. Amém.
Download

A Boa Nova em Nossas Vidas 13