10/08/2008
CORREIO BRAZILIENSE
Economia
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Trabalho
Capacitar: a melhor saída para as
empresas
Objetivo é ampliar produtividade dos funcionários
Marcelo Tokarski
Da equipe do correio
Paulo de Araujo/CB/D.A Press - 22/7/08
José de Souza, carpinteiro: curso de qualificação oferecido pelo Sine
poderá render um emprego
Diante da carência de mão-de-obra qualificada, muitas
empresas precisam investir na capacitação de seus próprios
profissionais. Apesar do tempo e dos custos envolvidos, essa
acaba sendo a melhor saída. Nas grandes corporações, a
prática é hoje bastante comum. “Uma empresa, na hora de
investir, precisa saber exatamente que tipo de profissional
está buscando. E qualificar esse profissional já faz parte da
rotina”, diz Alba Duarte, professora do Ibmec-RJ. “Como
nosso nível educacional é muito ruim, a base dos profissionais
segue essa mesma tendência”, explica.
O fenômeno não é uma particularidade dos setores mais
desenvolvidos da economia, onde o apagão de mão-de-obra é
mais latente. Um exemplo claro da generalização desse
processo é a construção civil.
Nos canteiros de obras por todo o país, faltam profissionais de
baixa capacitação, como pedreiros e carpinteiros. Em Palmas,
Tocantins, a empresa que está construindo um shopping na
cidade precisou fazer uma parceria com o Sine para realizar
cursos de qualificação profissional. Há turmas para
carpinteiros e armadores, funções onde há carência de mãode-obra em todo o estado.
O curso de formação está dando oportunidades a vários
desempregados. É o caso de José Nilson de Sousa, 33 anos.
Ele conta que já trabalhava como carpinteiro desde 2000, mas
não conseguiu ser selecionado para a obra do shopping.
Jornais & Revistas – matéria retirada da Internet
www.videoclipping.com.br
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Como estava desempregado havia um ano, decidiu fazer o
curso oferecido pelo Sine. “Só estudei até a 6ª série e nunca
fiz um curso de qualificação. Agora, acho que vai ser mais
fácil conseguir empregos”, acredita.
Desempregado há três meses, George Deuzani, de 28 anos,
está matriculado na turma para pedreiros. Apesar de já ter
trabalhado como ajudante de obras, ele acredita que o curso
abrirá portas. “Na carteira (profissional), só tenho
comprovação como ajudante. Com o curso, posso conseguir
empregos melhores”, sonha. “Esse é o motivo de eu estar
aqui”, diz George.
De acordo com o economista-chefe da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, a situação
é ainda mais grave nos setores com uso intensivo de
tecnologia.
“Em uma economia dinâmica, as mudanças tecnológicas
impactam na demanda por profissionais bem preparados”,
afirma. “Nos níveis mais superiores, você leva até três anos
para formar um bom profissional. Com isso, as empresas
acabam tendo que investir para formar os profissionais. Esse
é um custo que se carrega”, diz.
Cursos gratuitos
Para acelerar a capacitação, o governo costurou um acordo
com o Sistema S, mantido pela indústria e pelo comércio com
o dinheiro recolhido da contribuição de 2,5% sobre a folha
salarial das empresas. Em cinco anos a partir de 2009, 66%
dos recursos destinados ao sistema deverão financiar cursos
gratuitos para pessoas de baixa renda.
Significa dizer que, dos R$ 3,2 bilhões que hoje iriam para
custear a capacitação profissional, dentro de cinco anos irão o
equivalente a R$ 2,1 bilhões para bancar cursos gratuitos.
(MT)
Jornais & Revistas – matéria retirada da Internet
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