ESPAÇO AZ
GAZETA DO SUL • QUARTA-FEIRA 10 DE DEZEMBRO DE 2008
23
[email protected]
Sindicatos se reúnem atrás
de saída para crise da Ulbra
NEIVA MARIA GRAZIADEI *
SAÚDE > HOJE, MAIS DOIS HOSPITAIS DA INSTITUIÇÃO DEVEM PARAR
[email protected]
A falta de condições para o
atendimento e a paralisação no
Hospital da Ulbra, em Tramandaí,
foram pauta de uma assembléia
ontem à noite do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers)
e do Sindicato dos Trabalhadores
em Saúde (Sindisaúde). A reunião
ocorreu no hospital. Enfermeiros e
técnicos estão parados, e os médicos reforçam que não há estrutura
para garantir a assistência à população do Litoral Norte. Falta até
mesmo antiséptico para as cirurgias, sendo que os procedimentos
eletivos já foram cancelados na
instituição.
“Os médicos já fizeram contato
com o Ministério Público, pois a situação está ficando cada vez mais
difícil”, afirma o presidente do
Simers, Paulo de Argollo Mendes.
Além do hospital de Tramandaí,
nesta terça-feira os trabalhadores
deflagraram paralisação também
no Luterano, na Capital. Hoje é a
vez do Independência, em Porto
Alegre, e do Universitário, em
Canoas.
Assim como os médicos, a
reivindicação é o pagamento dos
salários e da remuneração (prestadores de serviço) de setembro
e outubro e a primeira parcela
do 13º salário. “O Simers apóia
a mobilização e reforça que, sem
esses profissionais, o trabalho
dos médicos fica impossibilitado”, explica Argollo. A entidade
está mobilizada para encontrar
alternativas à crise na Ulbra, para
garantir a manutenção do ensino
com qualidade e o atendimento à
população (SUS e Ulbra Saúde).
QUALIFICAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO
As inscrições para os cursos
gratuitos do Plano Territorial de
Qualificação Profissional (PlanTeQ), desenvolvido pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação
Social (FGTAS), podem ser feitas
até hoje na agência do Sine. É
necessário apresentar carteira de
trabalho PIS/Pasep ou o número
de identificação social (NIS).
Em Santa Cruz do Sul serão
oferecidas vagas para pedreiro
e carpinteiro. Em todo o Estado
a previsão é qualificar 2.242 pessoas, e as aulas deverão começar
ainda neste mês. As cidades
onde vão ocorrer os cursos foram
definidas a partir de critérios
estabelecidos pela FGTAS e pela
Comissão Estadual Tripartite e
Paritária de Emprego (CTPE/RS).
Esses municípios têm população
economicamente ativa acima de
20 mil habitantes e agências do
Sine.
Os cursos do Planteq contam
este ano com R$ 1,5 milhão, sendo R$ 1,3 milhão proveniente do
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e R$ 266 mil do governo do Estado. As cidades foram
incluídas por meio de demandas
das Comissões Municipais de
Emprego. Na região, em Venâncio
Aires serão oferecidas aulas de
corte e costura, soldador – eletrodo revestido, Tig, Mig-Mag e
Oxiacetileno.
Somos todos latino-americanos
Uma data: 12 de outubro de 1492. Um fato: o descobrimento da América. A
conseqüência: a condição de sermos, todos, latino-americanos.
Para começar, quem chegou primeiro ao que chamamos América, seja latina
ou anglo-saxônica, foi um estrangeiro supostamente veneziano, (hoje em
dia já existem outras teorias sobre a origem de Colón). Oito anos mais tarde,
Pedro Álvares Cabral, cumprindo um projeto da Coroa Portuguesa, seguiu
seus passos e aportou no que se chamou Brasil. Então, as três Américas são
o produto de uma ação sociopolítica e econômica levada a cabo em 12 de
outubro de 1492.
A partir do descobrimento da América, a duras penas e longos processos de
aculturação, o idioma castelhano foi-se incorporando e impondo-se como
língua de poder nos territórios ocupados pelos espanhóis, em detrimento
das línguas indígenas até então faladas. Menos mal que, a partir do século
20, passou-se a valorizar e a ensinar nas aldeias dos altiplanos e “llanuras del
sur”, as línguas dos mayas, aztecas, náhualt, chibchas, mapuches, quéchuas e
guaraníes, num claro reconhecimento às cidadanias e identidades desses
povos importantes para a formação de culturas das quais herdamos costumes e palavras tais como canoa, batata, e muitas outras.
Por sua vez, o Brasil, em 22 de abril de 1500, passou a existir como colônia
portuguesa, herdando um novo idioma, o português, que também devido
à colonização foi imposto à toda população, inclusive aos índios, que tiveram de abdicar, a partir de 1750, da língua geral, então em uso por jesuítas,
bandeirantes e indígenas, em seus contatos interculturais.
Acontece que neste caldo de cultivo, em especial na América Central e
América do Sul, além das línguas dos nativos e dos negros – que passaram
a integrar a população desses países por obra e graça do escravismo –,
tanto o idioma espanhol quanto o português aportaram como línguas de
domínio, e, sendo ambas derivadas do latim, a denominação América Latina
decorreu naturalmente. Portanto, meus caros, nós brasileiros somos, antes de
mais nada, latino-americanos! Assim, nossa música, nossa literatura, nossas
culturas, são latino-americanas também.
DIVULGAÇÃO/GS
Cursos grátis
inscrevem até
esta quarta
CONSULTAS
O problema já foi levado ao
secretário estadual da Saúde,
Osmar Terra; à governadora Yeda
Crusius; aos ministérios públicos
Estadual e Federal; Ministério da
Educação; deputados federais
e senadores e ao Ministério da
Saúde.
Também foram repassadas
informações há três semanas para
a Agência Nacional de Saúde
(ANS), solicitadas pelo próprio
órgão, que fiscaliza o serviço
dos planos de saúde. Diversos
usuários entre os mais de 80 mil
beneficiários reclamam que não
conseguem agendar consultas e
procedimentos, em desrespeito
aos seus direitos.
Nesta sexta-feira, às 14h30,
o Sindicato dos Professores do
Ensino Privado (Sinpro) sedia um
encontro com a comissão externa
da Câmara dos Deputados que
está acompanhando a crise da
Ulbra. A reunião tem o objetivo
de reunir as entidades de trabalhadores da universidade para
que exponham aos parlamentares
percepções sobre as origens e causas da crise, bem como propostas
para resolver o problema.
UNIVERSO
DAS LETRAS
CERIMÔNIA está marcada para começar às 19 horas, no auditório
Faculdade Dom Alberto
forma turma no sábado
Neste sábado acontece a segunda formatura da Faculdade
Dom Alberto para o curso de
Administração. A colação de grau
começa às 19 horas, no auditório.
Os formandos são André Kohl,
Angelo Aristides Flores, Aline Michelle Fernandes, Caroline Franco
Poeckel, Jaqueline Schulz, Maikel
Werner, Bruna Becker, Elisa Mara
Corrêa Souza, Cinara Hirsch, Patrícia Haas e Jeane de Lima.
anúncio fúnebre
Homenagem de
7.º Ano de Falecimento
Dirce Liris Bauer
† 10/12/2001
Apesar da saudade sem fim, sabemos
que está ao lado do nosso Senhor.
Lembranças dos filhos, nora genro
e netos.
Mas por que lhes recordo todas essas coisas? Por um motivo crucial. Estamos
prestes, a partir de 2010, por conta da lei 11.161./05, assinada em agosto
de 2005, de ter aulas de língua espanhola em todas as escolas do País. A
implantação da lei decorre do fato de tanto o espanhol como o português
serem línguas oficiais do Mercosul (Mercado Comum do Sul). E, aqui, um
breve parênteses: esse tratado não se restringe ao comércio, mas também à
educação. Desde 1991, a partir do Tratado de Assunção, já se previa o ensino
de ambos os idiomas – espanhol e português – nos países participantes,
o que ocorre no Uruguai e na Argentina com as licenciaturas em Língua
Portuguesa lá desenvolvidas, e aqui no Brasil nas licenciaturas em Língua
Espanhola. Porém, por aqui, os brasileiros em geral, além de pensarem que
o espanhol provém da Espanha e o castelhano, da Argentina, orgulham-se
de usar o “portunhol” e pensam dar conta da comunicação considerando o
espanhol, por ser similar ao português, uma língua fácil. Ledo engano. Como
a lingüística já explicitou suficientemente, não há língua mais fácil ou mais
difícil. Os sistemas podem ser semelhantes, mas cada língua expressa a visão
de mundo do grupo social que a utiliza, não havendo nenhuma língua igual
à outra. Prova disso é a pergunta: O que significa“ ¿Me puedes dejar tres duros?
Mañana te los doy.”? Quem se habilita a respondê-la?
No Brasil, existem licenciaturas de Língua Espanhola desde os anos 90, e até
anteriormente. Aos poucos, esse idioma vai-se incorporando à nossa cultura.
O castelhano é a segunda língua mais falada no mundo dos negócios em
todo o planeta. E, para completar, os EUA, desde o primeiro mandato de Bill
Clinton, tem um projeto de lei garantindo o ensino obrigatório do castelhano como língua oficial estrangeira no país, o qual Barak Obama pretende
transformar em lei.
Resta dizer que o comentário feito até aqui tem um único objetivo que é o de
destacar a importância da língua espanhola em termos culturais e políticos
no mundo e, também, o de colocar abaixo alguns preconceitos gerados pelo
desconhecimento de questões lingüísticas atinentes às relações identitárias
dos grupos sociais. Queremos ser latino-americanos ou não? Será que estamos escondendo de nós mesmos algum viés preconceituoso? Ainda bem
que aqui, em Santa Cruz do Sul, além do Tudo bem, como vai? do Alles gut!
Do Are you fine? temos, também, a possibilidade do Hola!¿qué tal?
Até uma próxima!
* Mestre em Letras e docente do Departamento de Letras
Download

Sindicatos se reúnem atrás de saída para crise da Ulbra