ESTUDO DOS BENEFÍCIOS DO TRATAMENTO DE MELASMA POR INTERMÉDIO DO ÁCIDO KÓJICO ASSOCIADO AO ÁCIDO GLICÓLICO. 1 Vanessa Cristiane dos Santos Martins ,Silvia Patricia de Oliveira 2. 1 Acadêmica do curso de Pós-graduação em MBA em Estética Clínica Avançada e Cosmetologia da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2 Fisioterapeuta. Prof. Msc. Universidade Tuiuti do Paraná. Endereço para correspondência: Vanessa C.S.Martins, [email protected] ____________________________________________________________________________ RESUMO: O melasma é uma hiperpigmentação caracterizada por lesões marromacastanhada em regiões expostas ao sol, justifica-se pelo aumento na produção de melanina, e pode ser desencadeada por fatores hormonais, ambientais (exposição a radiação ultravioleta) e hereditários. O objetivo desta pesquisa é verificar a eficácia do tratamento do melasma utilizando o ácido kójico associado ao ácido glicólico onde o primeiro é um despigmentante que realiza a inibição da tirosinase, enzima responsável pela produção da melanina, enquanto que o segundo é um alfa-hidroxiácidos com capacidade esfoliante. Palavras-chave: melasma, ácido kójico, ácido glicólico. ______________________________________________________________ ABSTRACT: Melasma is a hyperpigmentation characterized by brown-brown lesions in areas exposed to the sun, is justified by the increased production of melanin, and can be triggered by hormonal, environmental factors (exposure to ultraviolet radiation) and hereditary. The purpose of this research is to verify the effectiveness of melasma treatment using kojic acid with glycolic acid where the first is a depigmentation performing the inhibition of tyrosinase, responsible for the production of melanin enzyme, while the second is an alpha-hydroxy acids with exfoliating capacity. Keywords: melasma, kojic acid, glycolic acid. INTRODUÇÃO Atualmente a busca por um padrão de beleza é crescente visando tratamento para as alterações inestéticas como as discromias. Onde a pele clara, desprovida de manchas e rugas leva as mulheres cada vez mais a consultórios dermatológicos e clínicas de estética, sendo as discromias a terceira causa de procura á esses profissionais, cerca de 8,5% no Brasil. As hipercromias podem ser congênitas, com diferentes padrões de herança genética, ou adquiridas por fatores ambientais, hormonais, doenças sistêmicas, dentre outros. (CESTARI,2014) Segundo MAIO o melasma é uma hiperpigmentação adquirida, caracterizado por máculas de coloração marrom-acastanhada, é uma patologia crônica, acomete ambos os sexos e todas as raças. A etiopagenia do melasma não é completamente esclarecida e seu tratamento tem por objetivo inibir a produção de melanina que esta aumentada. (TEDESCO,2006; MAIO,2004; HENDEL,2014) O ácido kójico é obtido por fermentação do arroz, é considerado um potente despigmentante, atua inibindo a produção da tirosinase, enzima fundamental para a produção de melanina. Por não apresentar característica irritativa e não ser citotóxico é usado como substituto da hidroquinona em caso de sensibilidade a mesma, seu efeito é potencializado quando associado ao ácido glicólico. (BORGES,1010; GONCHOROSK,2005). O ácido glicólico é o representante mais utilizado dos alfa-hidroxiácidos, é derivado da cana-de-açúcar, em baixas concentrações tem efeito hidratante e em concentrações mais altas torna-se esfoliante. Por afinar o estrato córneo e diminuir a coesão entre os corneócitos, é indicado para o tratamento de hipercromias, principalmente quando associado à despigmentantes. (GONCHOROSK,2005) O objetivo desse trabalho é avaliar os benefícios do tratamento de melasma utilizando a associação do ácido kójico ao ácido glicólico. DISCROMIAS Discromia é um termo empregado para alterações de pigmentação do tecido cutâneo, normalmente relacionado à quantidade de melanina, ou a outros pigmentos endógenos como a bilirrubina e exógenos dentre eles a tetraciclina e cloroquina entre outros. As discromias podem ser classificadas como acromias (ausência de melanina), hipocromias (diminuição da melanina), hipercromias (aumento da melanina) leucomelanodermias (associação de hipocromias e hipercromias). (AZULAY,2011) As hipocromias (vitiligo) e as acromias (albinismo), bem como a hiperpigmentação podem ser hereditárias, congênitas ou adquiridas, dentre as principais hipercromias estão as manchas mongólica, efélides (sardas), lentigo (lentingens), fitofotodermatite, hiperpigmentação pós-inflamatória e o objeto de estudo deste artigo o melasma. (AZULAY,2011;HENDEL, 2014) MELASMA A origem da palavra melasma vem do grego, sendo “melas” traduzido como preto e refere-se a sua apresentação clínica acastanhada, enquanto que o termo cloasma ainda utilizado por muitos, deriva do grego “clorós” e significa esverdeado, sendo, portanto a terminologia melasma mais adequada a essa hiperpigmentação. (Im S - HANN SK,2002; HENDEL,2014) O melasma é uma hipermelanose adquirida que acomete as áreas fotoexpostas da pele, principalmente face, e em menor grau de ocorrência, colo e antebraço. Tal melanose é caracterizada por apresentar maculas simétricas de cor castanhas escuro, contornos irregulares, mas com limites nítidos. (Im S HANN SK, 2002; HENDEL,2014) Mesmo podendo ocorrer em ambos os sexos, acomete em sua maioria mulheres em idade fértil, entre 30 e 55 anos, em cerca de 90% dos casos. Pode ocorrer em todas as raças e fototipos, porém estudos epidemiológicos relatam maior ocorrência em fenótipos com maior pigmentação, fototipo IV–VI segundo Fitzpatrick, como os asiáticos, indianos, árabes, hispano-americanos e brasileiros, regiões onde com maior incidência de radiação solar. (HENDEL, 2014; MAIO,2004; MIOT,2009) Histológicamente o melasma pode ser classificado segundo a localização da melanina como dérmico, epidérmico ou misto, para avaliar a localização da melanina utiliza-se a lâmpada de Wood (340 a 400nm) que baseia-se na absorção dos raios ultravioletas pela melanina e salienta a diferença na pigmentação da pele afetada, onde no padrão epidérmico que acomete 70% dos casos, há um aumento do contraste da cor, enquanto que no dérmico não há alteração do contraste. (LEITE,2004) Outros métodos de avaliação clínicas também podem ser utilizados como dermatocospia, biópsia e colorimetria. (HANDEL,2014; GONCHOROSK,2005) O melasma clinicamente considerado dérmico possui coloração variável do castanho ao azulado, em razão do aumento da melanina dos macrófagos da derme, já a hipermelanose epidérmica apresenta aumento da melanina nos melanócitos e queratinócitos da epiderme, conferindo coloração castanha. (LEITE,2204; FIGUEIRÓ,2008) Segundo a distribuição clínica a melanose facial pode ser classificada como centrofacial (as lesões são predominantes no centro da face, em região glabelar, frontal, nasal, zigomática, lábio superior e queixo), periférico (neste tipo as maculas concentram-se em áreas mandibulares fronto temporal e pré-auriculares) e o tipo misto, sendo no Brasil o tipo centrofacial o mais comum, que acomete 51,7% das mulheres afetadas, seguido por melasma misto com 43,4% dos casos. (HANDEL,2014) A etiopatogenia do melasma ainda não está completamente elucidada, existem vários fatores que contribuem para o seu desenvolvimento, tais como exposição à radiação ultravioleta, pré-disposição genética, envelhecimento, alteração hormonal (uso de contraceptivos oral e injetável, gestação, menopausa), drogas fotossensibilizantes, distúrbios endócrinos, cosméticos derivados do petróleo e estresse. (STEINER,2009; STEINER,2009; CESTARI,2014; COSTA,2014; ARMELIM,2004) Entre as teorias, a mais aceita é a de que a radiação ultravioleta cause a peroxidação dos lipídeos da membrana celular, formando radicais livres que por sua vez estimulam os melanócitos a produzir melanina excessivamente, formando o melasma. Quanto à teoria hormonal sua justificativa se deve ao fato de grande parte das gestantes e usuárias de anticoncepcionais, bem como mulheres em fase de menopausa (que fazem reposição hormonal) apresentar hipermelanoses, percebe-se ainda níveis elevados de hormônio luteinizante (LH) e baixos níveis de estradiol sérico. Por fim a herança genética, pois a maioria dos pacientes portadores de melasma relatam a existência de familiares com a mesma hipercromia. (STEINER,2009; COSTA,2014; GONCHOROSKI,2005) Para compreender a fisiopatologia do melasma, é necessário entender o papel da melanina na pigmentação da pele. A melanina é um biopolímero heterogênio, produzida por células especializadas, conhecidas como melanócitos que são encontrados na pele, olhos e bulbo folicular, sendo responsável, portanto pela cor da pele, cabelos e olhos. Possui importante ação na pigmentação cutânea (bronzeado) e na fotoproteção, pois difrata ou reflete a radiação ultravioleta, após essa irradiação os melassomas sofrem um reagrupamento em torno do núcleo protegendo o material genético celular. Mesmo tendo grande importância na proteção contra radiação solar sua produção desordenada pode ocasionar hiperpigmentação. (MIOT,2009.; NICOLETTI,2002) A melanogênese ocorre nos melanócitos, que são células dotadas de dentritos que se desenvolvem lateralmente e para cima, embriologicamente derivados de melanoblastos, são fenotipicamente importantes, responsáveis pela pigmentação e pela proteção direta aos danos acarretados pela radiação ultravioleta, tendo seu número de células diminuído com a idade e em pacientes com pele normal (livre de hiperpigmentação) está situada na camada basal. (MIOT,2009) A melanogênese é controlada pela enzima tirosinase, sintetizada inicialmente no retículo endoplasmático rugoso, sendo então transferida para o complexo de golgi, associada ao lisossoma. Um pré- melanossoma liberado pelo complexo de golgi une-se á vesícula para formar o melanossoma. Dentro desse melanossoma será produzida a melanina através da oxidação enzimática L-tirosinase, a L-dopa e a dopaquinona, em seguida espontaneamente a dopaquinona se transforma em dopacromo e leucodopacromo, levando a reações bioquímicas, que resultam na produção de eumelanina um grupo de pigmentos pardos, marrom ou negro, insolúveis, que resultam da polimerização oxidativa de compostos derivados da DOPA, além da pigmentação marrom tem como função absorver e dispersar a luz ultravioleta atenuando sua penetração no tecido cutâneo reduzindo os efeitos nocivos do sol, por isso indivíduos com maior pigmentação (fototipos IV,V,VI) bronzeiam com maior facilidade que as peles mais claras. Enquanto que a feomelanina responsável por pigmentos amarelos e vermelho-marrom, resulta da união de dopaquinona, cisteína ou glutadiona, que após diversas transformações resultam em cisteinidopa e glutationildopa, possui grande potencial de gerar radicais livres em resposta a exposição de radiação ultravioleta, causando danos no DNA, o que explica o fato de indivíduos com fototipos mais claros (fototipos I,II E III) terem a maior propensão a danos epidérmicos, inclusive neoplasias decorrentes da fotoexposição. (MIOT,2009; GONCHOROSK,2005; NICOLETTI,2002; OLIVEIRA,2013) A melogenese pode ser influenciada por fatores genéticos, hormonais e pela ação dos raios ultravioleta. A influência dos fatores genético ocorre pois todos os estágios da formação da melanina estão sujeitos a controle genético, enquanto que os hormônios estrogênio e a progesterona são responsáveis pela hiperpigmentação facial e genital e o hormônio MSH (Melanocyte Stimulating Hormone) hormônio hipofisário estimula a melanogênese. A influência dos raios ultravioleta UV-A oxida e escurece a melanina promove pigmentação direta, ou seja, sem eritema, já a radiação UV-B multiplica os melanócitos ativos, estimula a tirosinase, promove a produção de eritema actínico. (NICOLLETI,2002) Sendo o melasma uma hiperpigmentação adquirida, com recidivas, que resulta de um aumento na produção de melanina em todas as camadas da epiderme e um número aumentado de melanossomas maduros, na derme há um infiltrado mononuclear moderado com aumento de vascularização e elastose, seu tratamento que normalmente dura meses, visa clarear essas máculas de cor marrom-acastanhada, com reduzidos efeitos adversos. (STEINER,2009) DESPIGMENTANTES A terapêutica do melasma visa retardar a proliferação dos melanócitos, inibir a formação de melanossomas e aumentar a degradação destes, evitando assim a produção despigmentantes são excessiva substâncias de que melanina. atuam (FREITAG,2007) diretamente na Os região hiperpigmentada, mas antes de escolher o despigmentante correto deve-se considerar o fototipo, o fotoenvelhecimento, fatores hormonais, a idade da paciente e o padrão do melasma que pode ser dérmico ou epidérmico, pois o melasma epidérmico possui melhor resposta ao tratamento, ainda assim independente do despigmentante escolhido o tratamento será ser longo e após suspenso a pele esta sujeita a recidiva da lesão pois não existe despigmente de efeito definitivo independente do mecanismo de ação. (FREITAG,2007; MODELLE,2014; BORGES,2010) Atualmente no mercado existem diversos despigmentantes com mecanismos de ação diferentes, porém todos relacionados a produção ou transferência de pigmentos, dentre os principais destaca-se a destruição seletiva de melanócitos, inibição da biossíntese de tirosinase, inibição da formação de melanina, inibição na formação de melanossomas e alteração de sua estrutura, alteração química da melanina, degradação de melanossomas e queratinócitos. (GONCHOROSKI,2005) Os despigmentantes estão disponíveis em diversas fórmulas farmacêuticas como pomadas, cremes, loções, evanescentes e géis, podem ser combinados a produtos cosméticos ou a outros ativos como esfoliantes, proporcionando além do clareamento da hiperpigmentação a renovação celular. Dentre os principais ácidos com ação despigmentantes temos o ácido fítico, ácido kójico, a hidroquinona, o biowhite, nano white, o licore PT 40, a arbutina e o ácido glicólico que é um alfa-hidroxiácido muito eficaz associado a outros despigmentantes. Devido as características próprias de cada despigmentante deve-se escolher o adequado para cada fototipo cutâneo e tipo de hiperpigmentação, levando em conta as características físicas, químicas, terapêuticas, microbiológicas e toxicológicas.(LEITE,2004; GONCHOROSK,2005; HERNANDES,1999) ÁCIDO KÓJICO O ácido kójico foi isolado pela primeira vez no Japão em 1907, é chamado de 5-hidróxi-2-hidroximetil-4H-piran-4-ona, possui fórmula molecular C6H604, apresenta-se como um pó cristalino branco amarelado, seu pka é de 7.9 a 8.03, é um metabólito fúngico obtido a partir da fermentação do arroz pelas espécies Aspegillus orizae, Flavus tamorii e Aspergillus esporulantes. (GONCHOROSK,2005) É considerado um potente despigmentante e tem como vantagens ser solúvel em água, etanol e acetona, não citotóxico, não irritante e não fotossensibilizante, reconhecem-se vários níveis de atuação do ácido kójico no processo de hiperpigmentação, como a conversão de tirosina em dopa, desta em dopaquinona, por inibição parcial da ação enzimática da tirosinase, tal inibição pode ser revertida por acetato de cobre; outro mecanismo de ação se dá pela inibição da enzima tirosinase por meio da quelação de íons de cobre no sítio ativo da enzima suprimindo a tautomerização do dopacromo 5-6dihidroxiindol-2-ácido carboxílico, inibi ainda a conversão da o-quinonas, norepinefrina e dopamina para a forma correspondente de melanina, promove a diminuição da eumelanina e seu monômero percursor; e por fim como tem sido demostrado atualmente por métodos bioquímicos é capaz de inibir a conversão do 5,6-di-hidroxindol-2-carboxílico em melanina. GARCIA,2004) Como desvantagens tem-se a instabilidade de coloração, torna-se gradativamente amarelo ou marrom devido a quelação com íons metálicos e sua fácil oxidação. Tal problema evita-se adicionando a fórmula um quelante ou um antioxidante, mantem-se o pH entre 3 e 5 e a temperatura deve ser menor que 70°. (GONCHOROSK,2005; BORGES, 2010; GARCIA,2004) Os efeitos do ácido kójico são percebidos em cerca de duas semanas de uso diário, por pelo menos seis meses, os resultados dependem do fototipo, do tipo de pele e da localização do melasma, a concentração usual indicada é de 1 à 3% em veículos como cremes, emulsões fluidas nãoiônicas, géis, géis-cremes e loções aquosas. (GONCHOROSK,2005) Devido a suas características anti-irritante e não fotossensível, utiliza-se o ácido kójico como substituto da hidroquinona, este torna-se mais eficiente quando associado a outros ativos como o ácido glicólico. (BORGES,2010) Segundo ensaios clínicos realizados com ácido kójico nota-se ausência de efeitos adversos, percebe-se apenas uma maior sensibilidade em pacientes que fizeram uso diário do despigmentante por mais de um ano.(GARCIA,2004) Quanto ao dipalmitato kójico ainda não tem seu mecanismo de ação elucidado completamente, porém este é mais estável que o ácido kójico no tocante a oxidação e coloração. ÁCIDO GLICÓLICO Estruturalmente é o alfa-hidroxiácido mais simples, permite penetração cutânea superior, sua maior concentração disponível sem precipitação é 70%, apresenta pH de 0.5 (na potência máxima não deve ser aplicado na pele com esse pH, por risco de queimadura), seu potencial irritativo principalmente por uso crônico é corrigido quando se ajusta o pH, ponto de ebulição de 112°C, ponto de fusão é de 10°C, possui odor leve de açúcar queimado, é encontrado na forma liquida com coloração levemente âmbar, é estável, não se decompõe ou polimeraliza. (GARCIA,2004) Pode ser o obtido por fonte vegetal quando extraído da cana de açúcar, beterraba, alcachofra e uva ou sintética por meio da liberação de monóxido de carbono a partir do formaldeído, seu mecanismo exato de ação ainda é desconhecido, é responsável pela diminuição da coesão dos corneócitos, em baixas concentrações de 2% apresenta efeito hidratante, concentração de 810% aumentam a produção de colágeno (queratolítico) e em altas concentrações de 6-20% apresenta efeito esfoliante e descamativo. As concentrações de 70% são usadas para realizar peeling químico e dependendo do tipo de pele e da espessura da camada córnea pode levar a epidermólise. (GONCHOROSK,2005; MENÊ,2004) No tratamento do melasma o ácido glicólico se torna eficaz devido ao seu efeito esfoliante que reduz a pigmentação excessiva na área acometida pela hipermelogenese, afinando o estrato córneo e alisando a superfície cutânea sem comprometer diretamente a melanina. (GONCHOROSK,2005; MENÊ,2004) Utiliza-se ácido glicólico, (também conhecido como ácido universal) para realizar peeling químico superficial que visa atingir a camada córnea, usa-se a concentração de 40% a 50%, para peeling médio ou profundo, realizado por médicos, objetiva-se a estimulação dos vasos da derme papilar. É indicado para todos os tipos de pele e em qualquer região do corpo, apresenta efeitos positivos no tratamento de estrias, ceratoses actinicas, melasma, acne, lesões de fotoenvelhecimento e rugas finas. Como complicações adversas tem-se herpes labial, eritema persistente sensibilidade ao sol e hiperpigmentação pós-inflamatória. (BORGES) METODOLOGIA ou Este trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica no período de 1999 à 2014, em base de dados como Sielo, Pubmed, além de revistas científicas e livros, utilizando os seguintes descritos: melasma, ácido kójico e ácido glicólico. DISCUSSÃO Discromias são consideradas alterações pigmentares da pele, podem ser denominadas como acromias, hipocromias e hipercromias dependendo do acumulo de melanina existente na lesão. As hipercromias são lesões ocasionadas por aumento na produção de melanina. Melasma apresenta-se como manchas simétricas, cor marrom-acastanhadas, simétricas, histológicamente pode ser classificada segundo sua localização, pode ser dérmico, epidérmico e misto, sua etiopatogenia precisa ainda é desconhecida, mas sabe-se que existem alguns fatores desencadeantes como a exposição a radiação solar, gestação, reposição hormonal, uso de contraceptivos e a ingestão de medicamentos fotossensibilizantes. (AZULAY,2011;HENDEL,2014) Vários autores têm relatado resultados satisfatórios no tratamento do melasma associando o ácido kójico ao ácido glicólico. O ácido kójico é um despigmentante potente, hidrossolúvel, seu mecanismo de ação se da pela inibição da tirosinase, por não ser citotóxico, irritativo e fotossensibilizante é utilizado como primeira escolha quando o paciente apresenta sensibilidade a hidroquinona ( potente e tradicional despigmentante com alto poder irritativo e citotóxicos). Porém estudos demostram que seu efeito clareador torna-se mais semelhante ao da hidroquinona quando esta associado ao ácido glicólico, que por sua vez é um alfa-hidroxiácido com ação esfoliante e descamativa, afina o estrato córneo, diminuindo a hiperpigmentação da lesão. (GARCIA,2004; GONCHOROSK,2005; BORGES,2010) Esta associação é coerente pois segundo vários autores é a combinação mais eficaz no combate a hipermelanose, principalmente quando o paciente possui intolerância a hidroquinona, a concentração ideal para o tratamento do melasma é de 8% para o ácido kójico e 6% para o ácido glicólico. (GONCHOROSK,2005) Segundo Borges (2010) a eficácia da associação de despigmentante com alfa-hidroxiácido ocorre pois o ácido glicólico diminui a camada córnea, amolece o cimento celular , aumentando a permeação do despigmentante, potencializando seu efeito clareador sobre a lesão.(BORGES,2010; CESTARI,2014) CONCLUSÃO Com base no mecanismo de ação do ácido kójico que inibi a ativação da tirosinase, pode-se verificar a eficaz ação despigmentante. Tendo como benefícios o controle e o clareamento do melasma bem como os efeitos hidratantes, esfoliante e queratolítico do ácido glicólico que afina o estrato córneo sem comprometer a melanina e reduz a pigmentação da lesão. Pois analisando através das bases pesquisadas verifica-se que a eficácia da associação do ácido kójico ao ácido glicólico no tratamento do melasma se dá com concentrações de 8% de ácido kójico e 6% de ácido glicólico, porém mais estudos práticos devem ser realizados para maiores evidências da ação combinada de tais ácidos. (GARCIA,2004) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ARMELIN, J.H. Tratado de Medicina Estética. 1ª edição. V.1, São Paulo, editora Roco Ltda; cap 13; pp 177 – 184; 2004. 2. AZULAY, Rubem D.; AZULAY, Luana A. Dermatologia; 5ª edição; Editora Guanabara Koogon; pp 104-112; 2011. 3. BORGES, Fabio dos Santos. Dermato-funcional Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2° edição; Editora Phorte, 327-351; 2010. 4. CESTARI, Tânia F; DANTAS, Lia P; BOZA, Juliana C; Educação Médica Continuada; Anais Brasileiro de Dermatoogia; v.1; Rio de Janeiro; Jan/Fev; 2014. 5. COSTA, Adilson; et al; Associação de emblica, licorice e belides como alternativa à hidroquinona no tratamento cliníco do melasma. RJ; Disponível em http://www.sciello.br acesso em 13/12/2014 às 13:26h. 6. FIGUEIRÓ, T.L.; FIGUEIRÓ-FILHO, E.A; COELHO, L.K; Pele e gestação aspectos atuais dos tratamentos e comumente utilizados. Feminina; 36(8); pp 511-521; 2008. drogas 7. 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