A PROFICIÊNCIA LEITORA: INVESTIGANDO O DOMÍNIO DE HABILIDADES DE LEITURA NO ENSINO MÉDIO DANIELLE CRISTINE SILVA [email protected] Universidade Federal de Lavras A presente comunicação visa socializar resultados de uma pesquisa de cunho qualitativo que buscou analisar qual a percepção que os alunos do ensino médio de uma escola pública possuem sobre a leitura e quais habilidades de leitura dominam. Tradicionalmente, a leitura foi considerada como uma atividade mecânica de decodificar palavras e de garimpar sentidos prontos no texto (KLEIMAN, 1993). Hoje, já se sabe que a leitura é uma atividade complexa, em que o leitor produz sentidos a partir das relações que estabelece entre as informações do texto e seus conhecimentos. Na pesquisa em questão, parte-se do entendimento de que ler é uma atividade cognitiva, social e que está ligada às tecnologias disponíveis. Entende-se, ainda, que o ensino de Língua Portuguesa precisa estar ancorado em uma perspectiva que privilegie os gêneros textuais como objetos de ensino/aprendizagem e que a proficiência dos alunos na leitura dos mais diversos gêneros está intimamente ligada a um trabalho sistematizado por parte do professor. A análise baseou-se em um diagnóstico de leitura individualizada, do qual participaram trinta estudantes da rede pública de ensino. As atividades propostas contemplaram o gênero notícia e questões que buscavam verificar as habilidades de leitura concernentes à (ao) (i) reconhecimento do gênero textual, sua finalidade e estrutura; (ii) realização de inferências; (iii) compreensão global; (iv) construção e checagem de hipóteses e (v) identificação de informações explícitas). Na construção do quadro teórico foram utilizadas as contribuições de Bakhtin (1992), Marcuschi (2010), Solé (1998), Koch (2002) e Dionísio (2002). Os resultados indicam que os estudantes dominam as habilidades de construir uma representação global do texto e de localizar informações explícitas. Indicam a premência de um trabalho que contemple as demais habilidades elencadas. Observou-se, ainda, que a concepção de leitura que subjaz à percepção dos estudantes é a de que todos os sentidos se encontram prontos no texto.