O sistema de Administração de Recursos Humanos (ARH) de empresas brasileiras que atuam no Mercosul Autoria: José de Jesus Previdelli e Vilma Meurer Resumo Este artigo tem por objetivo analisar comparativamente o sistema de Administração de Recursos Humanos (ARH) de um conjunto de seis empresas brasileiras que se internacionalizaram no Mercosul. O foco principal está centrado no estudo das principais semelhanças e divergências em relação à administração de recursos humanos praticada por empresas brasileiras, no Brasil, em relação às suas filiais nos países do Mercosul. Para que os objetivos propostos fossem alcançados, realizou-se uma pesquisa junto às empresas Weg, Duas Rodas, Gerdau, Renner, Pluma e Cartrom, que forneceram dados e informações a respeito da administração de recursos humanos de suas empresas, tanto na matriz brasileira, quanto na filial de atuação no país do Mercosul em que se encontrava instalada. Observou-se que as diferenças e similaridades do sistema de ARH das filiais são muito próximas das praticadas pelas matrizes brasileiras. Há empresas que centralizam a ARH na matriz brasileira, enquanto que outras agem de forma diferenciada, de acordo com a legislação, conjuntura econômica e mercado de trabalho do país que a hospeda. Os resultados obtidos apresentam um elevado grau de importância para o conhecimento da ARH e o avanço da Administração dentro da esfera de abrangência do Mercosul. Introdução Da mesma forma como os processos de globalização e abertura econômica influenciaram direta e indiretamente as pessoas e a sociedade que as abriga, as empresas, e conseqüentemente os países, sentiram a necessidade de transformar suas estruturas e suas atividades a fim de tornarem-se competitivos frente aos novos desafios apresentados pela nova dinâmica que rege os mercados mundiais. Uma das formas de buscar esta competitividade e desenvolver o potencial de crescimento econômico de um país baseia-se na integração econômica entre estes, através da formação de blocos econômicos, como é o caso do Mercosul. Este bloco surgiu como forma de atrair investimentos internacionais, como capital e tecnologia, a fim de ampliar os mercados nacionais, além de fortalecer e acelerar o desenvolvimento econômico dos seus integrantes através de mecanismos de complementaridade econômica, produtiva e estrutural. Além de benefícios para os países membros, o Mercosul visa proporcionar condições de ganhos de escala de produção e aumento da competitividade para as empresas participantes do processo de integração econômica, já que estas terão condições favoráveis para aumento do seu mercado de atuação em função dos acordos estabelecidos nos tratados que legitimam o surgimento de blocos econômicos. Frente a essa nova realidade econômica, na qual as empresas brasileiras buscam a internacionalização de suas atividades, surge a necessidade de se estudar aspectos específicos dos processos administrativos e decisórios, como é o caso da Administração de Recursos Humanos (ARH). Tendo como referência estes objetivos, o presente trabalho está estruturado de forma a delinear superficialmente o fenômeno da globalização e o surgimento do Mercosul, para posteriormente, abordar, junto às empresas brasileiras que se internacionalizadas neste bloco, os seguintes tópicos de administração de recursos humanos: (a) a relação entre mercado de 1 recursos humanos e mercado de trabalho nos países de implantação; (b) os meios de recrutamento utilizados para suprir as necessidades de candidatos; (c) as técnicas de seleção desses candidatos; (d) as causas da rotatividade de pessoal na empresa; (e) as causas do absenteísmo; (f) o modelo de desenho de cargos; (g) a descrição e análise dos cargos; (h) a responsabilidade pela avaliação de desempenho; (i) o treinamento oferecido pela empresa; (j) a política salarial das empresas; (k) os benefícios sociais oferecidos aos seus funcionários e (l) as políticas e relações trabalhistas. O fenômeno da globalização e a formação do Mercosul O processo de globalização tem influenciado direta ou indiretamente a vida das pessoas e das sociedades, englobando tanto os aspectos econômicos quanto os políticos, culturais e sociais. No entanto, de acordo com Ventura (1994:23), “os aspectos de natureza econômica continuam sendo as relações mais importantes entre as nações, já que foram responsáveis pela aproximação dos povos, desde os primórdios da civilização, e mais recentemente tem sido a principal causa do crescimento das economias capitalistas no pósguerra”. Na visão de Florêncio e Araújo (1996:80), “a globalização se dá na medida em que os fluxos de comércio mundiais crescem de forma mais acelerada que as economias, de tal modo que a exportação e importação representam uma fatia cada vez mais significativa do PIB de cada país”. Portanto, sob a ótica destes autores, a globalização é um fenômeno com ênfase no processo produtivo, no movimento de capitais e dos fluxos do comércio. Através do processo da globalização, mesmo algumas parcelas mais distantes da sociedade foram expostas à produtos e serviços do mundo todo e, hoje, cada indivíduo vive em uma sociedade mundial, onde algumas das fronteiras foram totalmente erradicadas. Conseqüentemente, é impossível pensar em viver isoladamente em seu espaço, já que as pessoas se alimentam, se comunicam, se vestem, são transportadas e se divertem, por meio de bens e serviços mundiais, que utilizam mercadorias produzidas nos mais variados países. Diante do fenômeno da globalização, o mundo encontra-se regionalizado e internacionalizado e as fronteiras estão desaparecendo para as empresas que, cada vez mais, estão associando capital e força de trabalho com empresas de outros países. Esse processo visa tornar seus produtos ou serviços competitivos, com o intuito de concorrer com igualdade junto às empresas dos demais países. Canals (1994) afirma que a globalização dos mercados é, simultaneamente, a causa e a conseqüência do fenômeno universal da internacionalização das empresas. Dessa forma, em meio ao cenário de grande competitividade mundial, devido ao fato da globalização e regionalização das economias, os países vêem na formação de blocos econômicos uma alternativa para buscarem competitividade em âmbito mundial. O processo de integração econômica pode ser classificado em diversos tipos, de acordo com o grau de profundidade dos vínculos que se pretende criar entre os países envolvidos no processo. De acordo com Florêncio e Araújo (1996:87) existem cinco níveis de integração econômica, a saber: • Zona de Preferência Tarifária (ZPT): tem por objetivo assegurar níveis tarifários preferenciais para o conjunto de países pertencentes ao a referida zona; 2 • • • • Zona de Livre Comércio (ZLC): consiste na eliminação de barreiras tarifárias e não-tarifárias que incidem sobre o comércio entre os países; União Aduaneira (UA): consiste em uma zona de livre comércio dotada de uma Tarifa Externa Comum (TEC); Mercado Comum (MC): livre circulação de bens, serviços e fatores de produção, capitais e mão-de-obra; União Econômica e Monetária (UEM): ocorre quando existe uma moeda única e uma política monetária inteiramente unificada. No entanto, a classificação dos níveis de integração pode variar de acordo com cada autor. Para Almeida (1998), as fases de integração se resumem em Zona de Livre Comércio, União Aduaneira, Mercado Comum e União Econômica e Monetária. No que diz respeito ao alcance dos níveis de integração, Previdelli (1996:13) contribui com a seguinte afirmação: “O processo de criação de um mercado comum é constituído por uma evolução lenta e gradual: primeiramente surge uma ‘zona de livre comércio’ entre as nações signatárias do acordo; posteriormente e desde que haja vontade política esta se transforma em área de ‘união aduaneira’; finalmente, o estado último desse processo integrativo é o nascimento de um ‘mercado comum’, onde a integração se manifesta em toda sua potencialidade”. Quanto aos países da América Latina, várias foram as tentativas de integração econômica, política e cultural. No entanto, todas as iniciativas de integração enfrentaram vários obstáculos, principalmente de natureza econômica, como recessão, estagnação e instabilidade econômica e diferenças nas políticas macroeconômicas entre suas economias. Dessa forma, não conseguiram alcançar um nível de resultados satisfatórios, levando estas iniciativas ao insucesso. As tentativas de integração que mais se destacaram e que tiveram contribuição para a formação do Mercosul foram a ALALC (Associação Latino-Americana de Livre-Comércio) e a ALADI (Associação Latino-Americana de Integração), ambas com o objetivo de estabelecer o livre comércio entre os países signatários das mesmas. A partir de março de 1991, com a assinatura do Tratado de Assunção, iniciou-se o período de transição do Mercosul, que se estendeu até 31 de dezembro de 1994, com a consolidação da União Aduaneira. O período de transição pode ser dividido em três fases, a saber: a) Esta fase teve início com o Tratado de Assunção e foi até o Cronograma de Las Leñas (março de 1991 até julho de 1992), que foi um período de absorção da idéia de formação do bloco pelos setores empresariais e pela sociedade civil. Nesta fase foi colocado em prática o programa de liberalização comercial, que consistiu em uma redução semestral de 7% nas tarifas que incidiam sobre os produtos comercializados nos quatro países, a partir de uma redução inicial de 47%, salvo para os produtos pertencentes à lista de exceção de cada país. b) A segunda fase inicia-se a partir do Cronograma de Las Leñas, terminando com a Reunião de Colônia (julho de 1992 até janeiro de 1994), onde foram tomadas várias decisões, e que, de acordo com Praxedes e Piletti (1994:52) visavam: • Criação de um mecanismo para proibir as práticas desleais de comércio. Assim, qualquer empresa localizada num dos quatro países do MERCOSUL, ao se sentir prejudicada por práticas desleais de comércio, poderá fazer a denúncia junto à seção nacional do Grupo Mercado Comum; 3 • • • Declaração pelos presidentes dos países que a democracia política, com eleições livres, voto direto e secreto, liberdade de opinião e de reunião e liberdade de imprensa é condição fundamental para o desenvolvimento do MERCOSUL; Aprovação de um plano para o setor educacional, proposto pelos Ministros da Educação dos quatro países; Elaboração de uma declaração demonstrando o interesse do Conselho de Mercado Comum no futuro ingresso da Bolívia no MERCOSUL. Nesta fase, a partir de várias negociações, foi implantada a Tarifa Externa Comum (TEC), que representa uma tarifa única adotada por todos os países pertencentes a um Bloco Econômico. A TEC passou a vigorar em janeiro de 1995. c) A terceira e última fase inicia-se a partir da Reunião de Colônia até a entrada em vigor da União Aduaneira (janeiro de 1994 até janeiro de 1995). Nessa fase, com a reunião de dezembro em Ouro Preto, foi assinado o Protocolo de Ouro Preto, que decidiu os últimos itens problemáticos relacionados com a TEC e aprovou a nova estrutura institucional do Mercosul, que o deu identidade jurídica e o transformou numa entidade de Direito Internacional, permitindo que ele negocie com outros blocos de forma independente. Foi estabelecido também um regime de origem entre os países do Mercosul, a fim de determinar os produtos que podem ser considerados procedentes do Mercosul. Para ser considerado produto do Mercosul e beneficiado com tarifa alfandegária zero para o comércio intrazonal, a mercadoria deve possuir no mínimo 60% dos seus insumos produzidos localmente. Para os bens de capital, o índice será de 80% até o ano de 2001. Entretanto, não é necessário aplicar os critérios do regime de origem a todos os produtos que circulam no Mercosul, já que o controle de origem só será necessário quando o produto em questão figurar em alguma lista de exceções da TEC. Em 1o de janeiro de 1995, o Mercosul consolidou-se como União Aduaneira. Nesta etapa desapareceram as tarifas incidentes sobre o comércio dos quatro países, que resultou na entrada em vigor da TEC para o comércio com os demais países do mundo, e no regime de origem, para certificar que o produto é originário do Mercosul. No entanto, esta foi apenas mais uma etapa alcançada pelo Mercosul, já que seu objetivo final é consolidar-se como Mercado Comum. No entanto, para alcançar a etapa de Mercado Comum, torna-se necessário o estabelecimento de uma coordenação de políticas macroeconômicas, que se apresenta como o estágio mais difícil no processo de consolidação do MERCOSUL, devido às dimensões dos problemas econômicos nos países membros. As diferenças no nível de desenvolvimento de cada país também representam dificuldades para coordenar essas políticas. A política macroeconômica de um país é dividida em três esferas principais: a política cambial (taxa de câmbio da moeda nacional em relação ao dólar ou a um padrão de referência externa), a política monetária (taxas de juros e quantidade de moeda a ser emitida) e a política fiscal (controle dos recursos a serem arrecadados e gastos pelo Estado). Dessa forma, torna-se necessário a definição de uma paridade cambial duradoura, a fim de evitar os desequilíbrios comerciais, pois, quanto mais avançar o processo de integração, mais necessária será a coordenação macroeconômica. Essa coordenação requer iniciativa governamental e decisões supranacionais, apoiadas em sólidas estruturas democráticas. No entanto, acredita-se que, com o passar do tempo, os países irão entrar em consenso a respeito de todos os pontos pendentes e, tanto o bloco quanto os países participantes irão desfrutar de bons resultados. 4 Atualmente o Mercosul é uma realidade, apesar das dificuldades encontradas pelas economias dos países integrantes, como é o caso específico da Argentina. Portanto, é importante que a sociedade, principalmente os empresários e o governo, se conscientizem da importância da harmonização entre as políticas dos países membros e dos resultados positivos que o Mercosul pode oferecer para os países participantes. Metodologia da pesquisa A importância do método utilizado na pesquisa é fundamental para a validação e entendimento das informações apresentadas nas divulgações que se faz dos resultados da mesma. Na medida em que o fundamento do estudo é eminentemente empírico e quando se busca integrar uma resposta ao problema dentro de um quadro conceitual, torna-se perfeitamente legítimo desenvolver estudos comparativos, como é o caso desta pesquisa. Observando-se os princípios da pesquisa científica tal qual são propostos na literatura, o presente trabalho enquadra-se na categoria de estudos exploratórios, pois o campo de observação do mesmo não tem tido grandes contribuições, haja visto os resultados obtidos nas buscas efetuadas. Os estudos exploratórios são utilizados com o objetivo de oferecer uma visão aproximada, preliminar, sobre um determinado fenômeno. A observação junto aos agentes (no caso, as empresas brasileiras que se internacionalizaram no Mercosul), é uma das formas utilizadas com elevada freqüência pelas pesquisas exploratórias e se constituem na primeira fase de uma investigação mais profunda. A escolha deste método justifica-se em função dos objetivos estabelecidos para o estudo, ou seja, a pesquisa pretendida procura analisar comparativamente o sistema de Administração de Recursos Humanos (ARH) de um conjunto de seis empresas brasileiras que se internacionalizaram no Mercosul. Ainda dentro deste raciocínio, este método apresenta adequação metodológica, uma vez que os estudos exploratórios também tem como finalidade proporcionar uma visão genérica sobre um determinado fenômeno. Na maioria das vezes, os trabalhos de cunho exploratório procuram criar o alicerce para uma futura investigação, mais profunda, mais consistente. A constituição da amostra foi uma fase relativamente difícil, uma vez que inexistem registros sistematizados sobre as empresas brasileiras que internacionalizaram suas operações. A busca foi intensa e, graças a ADEBIM (Associação Brasileiras de Empresas Internacionalizadas no Mercosul), com sede em São Paulo, foi possível identificar um conjunto de empresas que atuam nos países-membros do Mercosul. A partir desta listagem, passou-se às fases seguintes que foram: (a) identificação dos países, dentro do Mercosul, que aquelas empresas operavam; (b) determinação de critérios operacionais para seleção das empresas; (c) desenvolvimento de um roteiro para coleta de dados; (d) pré-teste do questionário, uma vez que os mesmos foram remetidos via Internet; (e) envio do questionário pré-testado, com todas as informações necessárias para seu preenchimento, e (f) recebimento, sistematização e tratamento dos dados para posterior análise. Mais especificamente, a metodologia de coleta de dados serviu-se de um questionário estruturado e dirigido aos escalões superiores das empresas selecionadas. A elaboração do questionário obedeceu aos preceitos do TDM (Total Design Method) proposto por Dillman em 1978. Por sua vez, o tratamento dos dados foi determinado pelos objetivos e pelas características das variáveis envolvidas. Basicamente utilizou-se da estatística descritiva, buscando identificar as informações e contribuições mais significativas que pudessem 5 responder ao problema inicialmente estabelecido, ou seja, analisar comparativamente os procedimentos da ARH das filiais de empresas brasileiras operando nos países do Mercosul. Administração de Recursos Humanos Uma vez oferecida uma rápida visão do processo de globalização e surgimento do Mercosul, é possível a partir de agora, introduzir o tema que é objeto de estudo do presente trabalho. A Administração de Recursos Humanos (ARH) surgiu como disciplina autônoma na década de sessenta, partindo do princípio de que o trabalho das pessoas deve ser planejado e administrado pela organização ou por um órgão central da ARH. No entanto, com o advento da modernidade imposta pelas rupturas conceituais próprias do terceiro milênio, da globalização da economia e de um mundo fortemente competitivo, houve a necessidade de não mais administrar recursos humanos ou as pessoas, mas sim, administrar com as pessoas. Neste contexto, a Administração de Recursos Humanos está representada pelas organizações e pelas pessoas que nelas participam. Dessa forma, a interação entre as organizações e as pessoas é extremamente necessária, já que as organizações dependem das pessoas para atingir seus objetivos e cumprir sua missão e estas dependem da organização para alcançar muitos dos seus objetivos pessoais. A ARH é contingencial e situacional, pois é uma área sensível à mentalidade predominante na organização e depende da cultura e da estrutura organizacional nela existente. Depende, ainda, das características do contexto ambiental, do negócio predominante na empresa, de suas características internas, das funções e processos pelos quais ela responde e de diversas outras variáveis exógenas e endógenas. De acordo com Chiavenato (1997:168), “a Administração de Recursos Humanos consiste no planejamento, na organização, no desenvolvimento, na coordenação e no controle de técnicas capazes de promover o desempenho eficiente do pessoal, ao mesmo tempo em que a organização representa o meio que permite às pessoas que com ela colaboram alcançar os objetivos individuais relacionados direta ou indiretamente com o trabalho.” O mesmo autor ainda menciona que “os objetivos da ARH derivam dos objetivos da organização inteira. No entanto, ao lado dos objetivos organizacionais, a ARH deve considerar os objetivos pessoais dos participantes”, entre os quais se destacam: • Criar, manter e desenvolver um contingente de pessoas com habilidade e motivação para realizar os objetivos da organização; • Criar, manter e desenvolver condições organizacionais de aplicação, desenvolvimento e satisfação plena das pessoas, e alcance dos objetivos individuais; e • Alcançar eficiência e eficácia através das pessoas. Na visão de Carvalho e Nascimento (1997), os objetivos de recursos humanos podem ser classificados em: objetivos societários, ao proporcionar à empresa um sentimento de responsabilidade frente aos desafios e necessidades da sociedade; objetivos organizacionais, para que o sistema de recursos humanos torne-se um instrumento de integração organizacional, já que é um dos recursos que a empresa possui para atingir os fins; objetivos funcionais, a fim de manter num nível adequado seus procedimentos em função das necessidades efetivas de mão-de-obra plenamente treinada, consciente e responsável; e 6 objetivos individuais, com o intuito de dar assistência aos funcionários na execução de suas metas individuais. A organização deve adotar políticas de recursos humanos que sejam adequadas à sua filosofia e necessidades, com o intuito de definir os procedimentos que deverão ser adotados no que diz respeito às ações para orientar o desempenho das operações e atividades, tendo-se em vista os objetivos da organização. Dessa forma, de acordo com Chiavenato (1997), o Sistema de Administração de Recursos Humanos (SARH) pode ser dividido nos seguintes subsistemas de recursos humanos: provisão (recrutamento e seleção), aplicação (desenho de cargos, descrição e análise de cargos e avaliação de desempenho), manutenção (administração de salários, planos de benefícios sociais, higiene e segurança no trabalho, relações trabalhistas), desenvolvimento (treinamento e desenvolvimento de pessoal e desenvolvimento organizacional) e monitoração (banco de dados e sistemas de informações e auditoria de recursos humanos). Flannery et al. (1997:228), subdividem o sistema de recursos humanos em cinco processos, entre eles, finalidade organizacional; critério de recompensadas; gestão de desempenho; processo de seleção e desenvolvimento de pessoal; e planejamento do trabalho. Percebe-se que o sistema de administração de recursos humanos está presente em todas as empresas, mesmo que indiretamente, sem a presença de um departamento de pessoal. É válido afirmar que a administração de recursos humanos varia de acordo com a empresa e com o administrador responsável pelo seu departamento ou setor de RH. Entretanto, vários subsistemas estão presentes nas organizações, a fim de que as mesmas possam suprir as necessidades de recursos humanos, desenvolver e aplicar os colaboradores para desempenhar com sucesso suas atividades, manter os mesmos em seu cargo e, ainda, monitorar e controlar os funcionários para que tenha o melhor desempenho possível em relação às atividades de seu cargo. Todas as empresas, independentemente de seu tamanho, ramo de atividades e local de atividade, utiliza-se destes subsistemas para administrar o que há de mais importante em sua estrutura, as pessoas. Análise comparativa da gestão de ARH das empresas no Mercosul Através da análise dos dados obtidos com a pesquisa realizada junto às empresas da amostra, pôde-se verificar que a relação entre o mercado de recursos humanos e o mercado de trabalho dos quatro países do Mercosul apresenta algumas desigualdades entre si. A análise confirmou a situação de desemprego vivida no Brasil, assim como nos demais países do Bloco, já que todas as empresas apontaram que a oferta do mercado de recursos humanos é maior que a oferta de trabalho. Quanto ao meio de recrutamento utilizado pelas empresas, percebe-se que a Renner e a Cartrom realizam o recrutamento através do método misto nos países onde atuam, assim como a Weg e a Duas Rodas brasileiras. Já as empresas Weg argentina, Gerdau brasileira e uruguaia e Pluma brasileira e paraguaia, utilizam-se do recrutamento externo. Apenas a Duas Rodas argentina utiliza-se do recrutamento interno como meio de suprir as necessidades de recursos humanos para o processo de seleção de pessoal. Percebe-se que a maioria das empresas brasileiras realiza o recrutamento de candidatos pelo método misto. Já na Argentina, das três empresas analisadas, cada uma realiza de maneira diferente o recrutamento de pessoal. Para o processo de seleção de pessoal, constatou-se que, em todos os países de atuação, a Duas Rodas e a Gerdau, assim como a Weg brasileira, utilizam-se dos métodos de entrevistas, testes de conhecimentos, testes psicométricos e testes de personalidade para 7 decidir-se dentre os candidatos recrutados, aqueles que melhor se adaptam às exigências do cargo. As empresas Cartrom brasileira e argentina, Renner brasileira e Weg argentina, utilizam-se de entrevistas e testes de conhecimentos. A Renner paraguaia é a única empresa a utilizar apenas a entrevista de seleção para a escolha do melhor candidato para os cargos existentes. No entanto, a Pluma é a única empresa que combina um maior número de técnicas de seleção para o processo de decisão de seus candidatos recrutados. Em ambos os países, a Pluma utiliza-se de entrevistas, testes de conhecimentos, testes psicométricos, testes de personalidade e técnicas de simulação. No que diz respeito à rotatividade de pessoal, apenas na Weg brasileira e na Pluma, as causas da mesma relacionam-se a fatores externos e internos à organização. Na Weg, os motivos estão relacionados com a oferta e procura de recursos humanos, conjuntura econômica, política salarial, benefícios sociais e oportunidade de crescimento, condições físicas e ambientais de trabalho, política disciplinar da empresa, supervisão e relacionamento humano na organização. Na Pluma, por sua vez, as causas estão relacionadas à oferta e procura de recursos humanos e conjuntura econômica, política salarial, benefícios sociais e oportunidade de crescimento e política disciplinar da empresa. Nas demais empresas observadas, as causas relacionam-se somente a fatores externos, como a oferta e procura de recursos humanos e conjuntura econômica. No entanto, em relação às causas do absenteísmo, na maioria das empresas analisadas o fato está relacionado com o motivo “doença”, seja do funcionário ou de seu familiar. Apenas na Renner brasileira e na Pluma brasileira e paraguaia, as causas referem-se, além da doença, aos motivos de razões familiar ou financeira. Quanto ao modelo de desenho de cargos, a Weg, Renner e Cartrom, em ambos os países, apresentam seus cargos desenhados de acordo com o modelo clássico, através de tarefas simples, repetitivas e facilmente treináveis. Apenas a Duas Rodas argentina utiliza-se do modelo humanístico, procurando dar maior ênfase às pessoas. A Weg, nos dois países onde atua, utiliza-se do modelo contingencial, dando ênfase ao enriquecimento dos cargos e no modelo baseado em equipes de trabalho. A Duas Rodas e a Pluma brasileiras desenham seus cargos de acordo com os modelos clássico e contingencial, enfatizando o enriquecimento dos cargos. Além disto, a Pluma utiliza-se ainda do modelo humanístico para desenhar alguns dos cargos oferecidos pela empresa. É válido salientar que, das empresas brasileiras, apenas a Gerdau não utiliza o modelo clássico para desenhar seus cargos, enquanto que este modelo está presente nas demais empresas brasileiras. Para a descrição e análise dos cargos, constatou-se que a maioria das empresas utilizase do método da observação direta para enumerar as atividades, funções e responsabilidades exigidas pelo cargo, assim como os requisitos qualificativos que o ocupante do cargo deve possuir. Já a Weg brasileira, a Gerdau brasileira e uruguaia e a Pluma brasileira e paraguaia, realizam a descrição e análise de cargos através do método misto, composto pela observação direta, questionário e entrevista. Quanto à responsabilidade pela avaliação de desempenho, na Weg brasileira e na Gerdau brasileira, esta responsabilidade fica a cargo do gerente e do funcionário. Apenas na Weg argentina a responsabilidade é diretamente do funcionário, que se auto-avalia durante o exercício de suas atividades. Nas demais empresas, a responsabilidade é delegada apenas ao gerente. Os métodos utilizados para a avaliação de desempenho são bastante variados entre as empresas analisadas. O método das frases descritivas é encontrado na Weg brasileira e na Duas Rodas brasileira e argentina. Na Weg argentina identificou-se ainda, o método dos incidentes críticos. A Gerdau brasileira e a Renner paraguaia utilizam-se do método das escalas gráficas, enquanto que a Renner brasileira, a Pluma e a Cartrom, em todos os países, 8 utilizam-se do método misto. A Gerdau uruguaia e a Weg brasileira não se utilizam de nenhum método para avaliar o desempenho de seus funcionários, já que as mesmas o fazem apenas pela observação dos seus resultados. Com relação ao treinamento, necessário quando percebido o baixo desempenho dos funcionários, apenas a Cartrom brasileira não oferece treinamento, no entanto, em sua filial argentina, este treinamento é oferecido apenas em nível administrativo, aos funcionários promovidos. Nas demais empresas, o treinamento é oferecido em todos os níveis hierárquicos, para os novos funcionários, os funcionários promovidos e para aqueles que apresentam baixo desempenho. A Duas Rodas e a Renner não se manifestaram a respeito deste aspecto do treinamento. A realização do treinamento pelo responsável de recursos humanos, órgão especializado e gerente é encontrada na Weg brasileira, Duas Rodas brasileira e Pluma. Na Weg argentina, apenas o gerente é quem realiza o treinamento para os subordinados. Na Duas Rodas argentina e na Gerdau, a realização do treinamento fica a cargo de um órgão especializado e do gerente. A Renner brasileira realiza o treinamento através do responsável de recursos humanos e por um órgão especializado em treinamento. Na Renner paraguaia, a realização do treinamento fica a cargo do responsável de recursos humanos, enquanto que na Cartrom argentina, sua realização fica por conta de um órgão especializado. Quanto à política salarial das empresas analisadas, na maioria delas a política é definida pela própria empresa, sem a participação da concorrência ou do sindicato da categoria. Somente na Weg argentina e na Renner paraguaia é que a política salarial é definida de acordo com as normas do sindicato. Apenas na Renner brasileira, a política é definida pela empresa e sindicato, enquanto que na Pluma a política salarial é definida com a participação da empresa, normas sindicais e concorrência. No que se refere aos benefícios sociais, estes são percebidos em todas as empresas. No entanto, a Cartrom brasileira oferece apenas os benefícios legais aos seus funcionários. Já a Renner paraguaia dispõe aos seus colaboradores os benefícios legais e espontâneos, enquanto que na Weg argentina são percebidos os benefícios legais e planos assistenciais. Os benefícios legais, espontâneos, planos assistenciais e recreativos são oferecidos pela Weg brasileira, Duas Rodas e Gerdau, em ambos os países e pela Renner brasileira. A Cartrom argentina oferece os benefícios legais, planos assistenciais e recreativos. Somente a Pluma, em ambos os países, oferece a maior complexidade de benefícios aos seus funcionários, que incluem os benefícios legais, espontâneos, planos assistenciais, recreativos e supletivos. No que diz respeito às políticas de relações trabalhistas, nota-se que quase todas as empresas apresentam a mesma política para a matriz e para a filial estrangeira, como a Weg e a Gerdau, com a política participativa; a Renner, com a política paternalista; a Pluma com as políticas de reciprocidade e participativa; e a Cartrom, com a política de reciprocidade. Apenas a Duas Rodas adota a política de reciprocidade para a empresa brasileira e as políticas de reciprocidade e participativa para a Argentina. Diante do exposto e de acordo com as informações apresentadas no quadro abaixo, é válido afirmar que cada empresa possui uma maneira específica de administrar os recursos humanos presentes em sua organização, já que apresentam políticas, filosofia e missão diferentes. Dessa forma, cada empresa formula políticas de recursos humanos que vão de encontro com as políticas globais da empresa e que visam não se distanciar da missão estabelecida pela mesma. Quanto às empresas internacionalizadas, percebe-se que a administração de recursos humanos tende a ser centralizada na matriz nacional, ou em casos específicos, cada empresa possui um departamento próprio no país em que se encontra instalada. A administração destas empresas pode apresentar-se de maneira idêntica nos países 9 onde atuam, como é o caso da Pluma, ou apresentar apenas alguns aspectos semelhantes e outros que se diferenciam, de acordo com as normas de cada país ou da filosofia de cada empresa. 10 Quadro 1: Síntese das observações sobre ARH das empresas analisadas Empresas ARH Relação MRH/MT Meio de recrutamento Técnicas de seleção Weg Duas Rodas Brasil Argentina Brasil Argentina MRH > MT MRH > MT MRH > MT Misto Externo Misto Gerdau Renner Pluma Cartrom Argentina Brasil Uruguai Brasil Paraguai Brasil Paraguai Brasil MRH > MT MRH > MT MRH > MT MRH > MT MRH > MT MRH > MT MRH > MT MRH > MT MRH > MT Interno Externo Externo Misto Misto Externo Externo Misto Misto Entrevistas; Entrevistas; Entrevistas; Entrevistas; Testes de: Entrevistas; Teste de: Teste de: Teste de: - conhecimento; Teste de - conhecimento; - conhecimento; - conhecimento; - psicométrico; conhecimento - psicométricos; - psicométricos; - psicométricos; - personalidade. - personalidade. - personalidade. - personalidade. Entrevistas; Teste de: - conhecimento; - psicométricos; - personalidade. Entrevistas; Teste de conhecimento. Entrevistas. Entrevistas; Teste Entrevistas; Teste de: de: - conhecimento; - conhecimento; Entrevistas; Entrevistas; - psicométricos; - psicométricos; Teste de Teste de - personalidade; - personalidade; conheci-mento. conheci-mento. Técnicas de Técnicas de simulação. simulação. Oferta e procura de RH; Conjuntura econômica; Política Salarial, Oferta e procura de Oferta e procura de de benefícios RH; RH e conjuntura sociais; Oferta e Oferta e procura de Oferta e procura Oferta e procura de Oferta e procura de Oferta e procura de Oferta e procura Conjuntura econômica; Oferta e procura Oferta e procura Oportunidades procura de RH; de RH; RH; RH; RH; de RH e econômica; Política salarial, de de RH e de RH e crescimento; RH; Conjuntura Conjuntura Conjuntura Conjuntura Conjuntura conjuntura Política salarial, de benefício sociais e conjuntura conjuntura Causas da econômica. econômica. econômica. econômica. econômica. econômica. benefícios sociais; oportunidade de Econômica. Econômica. rotatividade Condições físicas e Conjuntura ambientais de econômica. Oportunidades de crescimento; trabalho; crescimento; Política disciplinar Política disciplinar Política disciplinar da empresa. da empresa; da empresa. Supervisão e relacionamento humano. Doença; Doença; Doença; Causas do Doença Doença Doença Doença Doença Doença Razões familiar ou Doença Razões familiar ou Razões familiar ou Doença Doença absenteísmo financeira. financeira. financeira. Modelo clássico; Contingencial Contingencial Modelo clássico; Modelo clássico; Contingencial enfatizando o enfatizando o Humanístico; Humanístico; Modelo enfatizando o Modelo enriquecimento dosenriquecimento dos contingencial contingencial Modelo de Modelo clássico clássico enriquecimento de humanístico cargos; cargos; Modelo clássico Modelo clássico enfatizando o enfatizando o Modelo clássico Modelo clássico desenho de cargos Baseado em Baseado em enriquecimento dosenriquecimento dos cargos equipes de equipes de cargos. cargos. trabalho. trabalho. Observação Observação Observação Observação Observação Descrição e Método misto direta Observação direta direta Método misto Método misto Observação direta direta Misto Misto direta direta análise de cargos 11 ResponsabiFuncionário e lidade pela gerente avaliação de desempenho Métodos de Incidentes críticos; avaliação de Frases descritivas. desempenho Todos os níveis Treinamento hierárquicos Novos funcionários; Funcionários Políticas de promovidos; treinamento Funcionários com baixo desempenho. Realização do treinamento Política salarial - Funcionário Gerente - - Frases descritivas - - Responsável de RH; Órgão especializado; Gerente. Definida pela Definida pelo empresa sindicato Funcionário e gerente Gerente Gerente Gerente Gerente Gerente Gerente Gerente Escalas gráficas - Mistos Escalas gráficas Mistos Mistos Mistos Mistos Não oferece treinamento Em nível administrativo Não oferece treinamento Funcionários promovidos Todos os níveis Todos os níveis Todos os níveis Todos os níveis Todos os níveis hierárquicos hierárquicos hierárquicos hierárquicos hierárquicos Novos Novos Novos funcionários; funcionários; funcionários; Funcionários Funcionários Funcionários promovidos; promovidos; promovidos; Funcionários com Funcionários com Funcionários com baixo desempenho. baixo desempenho. baixo desempenho. Gerente Órgão especializado; Gerente. Órgão especializado; Gerente. Órgão especializado; Gerente. Definida pela empresa Definida pela empresa Definida pela empresa Definida pela empresa Benefícios legais, Benefícios legais, espontâneos; Benefícios espontâneos; Planos legais; Planos assistenciais, Planos assistenciais, recreativos. assistenciais. recreativos. Benefícios legais, espontâneos; Benefícios Planos sociais assistenciais, recreativos. De reciprocidade De Políticas de Participativa Participativa reciprocidade; relações Participativa. trabalhistas Fonte: Pesquisa desenvolvida pelos autores (novembro de 2000). Responsável de RH; órgão especializado. Definida pelo sindicato e pela empresa. Benefícios legais, Benefícios legais, Benefícios legais, espontâneos; espontâneos; espontâneos; Planos Planos Planos assistenciais, assistenciais, assistenciais, recreativos. recreativos. recreativos. Participativa Participativa Paternalista Todos os níveis hierárquicos - Responsável de RH. Todos os níveis hierárquicos Novos Novos funcionários; funcionários; Funcionários Funcionários promovidos; promovidos; Funcionários com Funcionários com baixo desempenho. baixo desempenho. Responsável de Responsável de RH; Órgão RH; Órgão Não oferece especializado; especializado; treinamento Gerente Gerente Definida pelo Definida pela Definida pela Definida pela sindicato. empresa, sindicato empresa, sindicato empresa e concorrência. e concorrência. Benefícios legais, Benefícios legais, Benefícios espontâneos; espontâneos; legais, Planos Planos Benefícios espontâneos. assistenciais, assistenciais, legais recreativos, recreativos, supletivos. supletivos. De reciprocidade; De reciprocidade; De Paternalista Participativa Participativa. reciprocidade Órgão especializado Definida pela empresa Benefícios legais, assistenciais, recreativos. De reciprocidade 12 A análise dessas empresas permitiu identificar alguns aspectos comuns a quase todas, como é o caso das causas do absenteísmo, ligadas ao motivo de doença; e pelo fato de que quase todas oferecerem treinamento aos seus funcionários, com exceção da Cartrom brasileira. No entanto, vários aspectos apresentaram-se de forma diferente entre as empresas. A maioria das empresas brasileiras administra de maneira diferente sua filial no exterior. Apenas a Pluma apresenta seu sistema de administração de recursos humanos idêntico ao da filial paraguaia. Quanto às outras empresas, além de apresentarem diferenças em relação às demais empresas do mesmo país, apresentaram também, algumas divergências quanto à administração de recursos humanos de sua filial. Dessa forma, pode-se dizer que, assim como em outras áreas funcionais da empresa, a administração de recursos humanos também é administrada de acordo com a filosofia, missão e políticas definidas pela empresa e pelos responsáveis pelo departamento em questão. De qualquer forma, os resultados obtidos permitem extrair novos ensinamentos, pois é possível, pela observação efetuada, que a compreensão das razões das diferenças e similaridades identificadas no conjunto de empresas observadas são resultantes de um conjunto importante de variáveis internas e externas às mesmas. É necessário ressaltar que os resultados encontrados não podem ser generalizados, sob pena de se introduzir graves vieses na compreensão do processo de administração de recursos humanos. Ao contrário, é preciso ter o cuidado e a lisura intelectual e científica que os resultados restringem-se somente ao conjunto das seis empresas utilizadas na pesquisa. Entretanto, a contribuição deste estudo exploratório é inegável, na medida em que o mesmo abre caminhos para a continuidade das investigações, exigindo um aprofundamento da análise dos problemas aqui identificados. Referências bibliográficas ALMEIDA, Elizabeth Accioly Pinto de. Mercosur & Unión Europea: estructura jurídicoinstitucional. Curitiba: Juruá, 1998. AQUINO, C. P. Administração de recursos humanos: uma introdução. 1a ed. São Paulo: Editora Atlas, 1992. CANALS, J. La Internacionalización de la empresa: como evaluar la penetración en mercados exteriores. Barcelona-Madrid: McGraw-Hill, 1994. CARVALHO, A. V. e NASCIMENTO, L. P. Administração de recursos humanos. v.1. 2a ed. São Paulo: Pioneira, 1997. CARVALHO, A. V. e SERAFIM, O. C. G. Administração de recursos humanos. v. 2. São Paulo: Pioneira, 1995. CHIAVENATO, I. Recursos humanos. 4a ed. São Paulo: Editora Atlas, 1997. DILLMAN, D. A. Mail and Telephone Survey: the Total Design Method. New York: John Wiley & Sons, Inc., 1978. 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