ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA
MAURO DIAS DA SILVA
UNIFICAÇÃO NA PRODUÇÃO DA RAÇÃO OPERACIONAL
PARA AS FORÇAS ARMADAS:
uma proposta de integração
Rio de Janeiro
2011
MAURO DIAS DA SILVA
UNIFICAÇÃO NA PRODUÇÃO DA RAÇÃO OPERACIONAL
PARA AS FORÇAS ARMADAS:
uma proposta de integração
Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia
apresentada ao Departamento de Estudos da
Escola Superior de Guerra como requisito à
obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de
Política e Estratégia.
Orientador: Coronel Aviador R1 Carlos Alberto
Grassani
Rio de Janeiro
2011
C2011 ESG
Este trabalho, nos termos de legislação que
resguarda os direitos autorais, é considerado
propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE
GUERRA (ESG). É permitida a transcrição
parcial de textos do trabalho, ou mencionálos, para comentários e citações, desde que
sem propósitos comerciais e que seja feita a
referência bibliográfica completa.
Os conceitos expressos neste trabalho são de
responsabilidade do autor e não expressam
qualquer orientação institucional da ESG
Assinatura do autor
Biblioteca General Cordeiro de Farias
Silva, Mauro Dias da
Unificação na Produção da Ração Operacional para as Forças
Armadas: Uma Proposta de Integração / Coronel Intendente Aer
Mauro Dias da Silva. – Rio de Janeiro: ESG, 2011.
31 f.: il.
Orientador: Coronel Aviador R1 Carlos Alberto Grassani.
Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia apresentada ao
Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como
requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política
e Estratégia (CAEPE), 2011.
1. Ração Operacional. 2. Unificação. 3. Centro de Distribuição. I.
Título.
... ao meu querido Pai Mário por me ensinar o
quanto significa ser um homem honrado e o
valor do crescimento pessoal pelo estudo e
trabalho...
AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu orientador Coronel Aviador R1 Carlos Alberto Grassani, pelas orientações
seguras, educação e gentileza com que sempre me atendeu.
Especial agradecimento ofereço aos meus companheiros das Forças Armadas Brasileiras,
Contra Almirante (IM) Walter Lucas da Silva – Diretor do Centro de Controle de Inventários
da Marinha (CCIM), Capitão de Mar e Guerra (IM) Wagner Emygdio Ribeiro - Diretor do
Centro de Obtenção da Marinha no Rio de Janeiro (COMRJ), Capitão de Corveta (IM)
Sandro Pio da Silva - Encarregado da Divisão de Aquisição do COMRJ, Capitão de Fragata
(EN-RM1) Willy de Souza Lieberenz - Chefe do Departamento Técnico (DAbM), Capitão de
Corveta (IM) Marcelo JoséGerência de Subsistência do CCIM, Capitão Tenente (IM) Ornei
Pena Rocha Junior - Gerente de Material Comum do CCIM, Coronel Intendente (EB)
Elisiario Brito – Subdiretor de Abastecimento, Brigadeiro Intendente Eurico Jorge de Lima Subdiretor de Abastecimento da Diretoria de Intendência da Aeronáutica e Coronel
Intendente (FAB) Odilor da Silva Lopes - Diretor da Fazenda da Aeronáutica de
Pirassununga pela fundamental ajuda com as respostas completas ao questionário de
entrevista deste trabalho monográfico. Sem estes notáveis profissionais o trabalho não seria
realizado.
Ao meu coorientador o Maj Int Daniel Augusto Cavalcante, doutorando em Engenharia de
Alimentos na UNICAMP, pelo apoio e orientações corretas em todas as fases desta
monografia. A sua participação técnica foi decisiva para a realização deste trabalho.
Aos estagiários da melhor Turma do CAEPE, Turma "Segurança e Desenvolvimento", pelo
convívio harmonioso de todas as horas.
Enfim, a todos meu muito obrigado! RESUMO
As Rações Operacionais constituem-se por um conjunto de cardápios, previamente
elaborados por pessoal qualificado, processados e acondicionados, para prover o sustento
de uma pessoa, durante determinado período de tempo. No âmbito do Ministério da Defesa
não existe, atualmente, padronização das rações entre as Forças, uma vez que a definição,
aquisição e montagem dos “kits” são singulares a cada uma das instituições. O objetivo
deste trabalho foi discutir a unificação e, consequente, padronização da produção,
montagem e distribuição das Rações Operacionais do Ministério da Defesa, respeitando as
peculiaridades de cada Força. Para isto foram realizadas entrevistas com oficiais superiores
das três Forças, responsáveis pela coordenação e planejamento das aquisições dos
insumos e/ou kits, propriamente ditos, das Rações Operacionais. Observou-se que não
existem diferenças significativas entre a composição das rações operacionais de mesmo
emprego entre as Forças, assim como, os produtos não apresentam diferenças calóricas.
São produzidas 765 mil rações anualmente, ao custo, em 2010, de 22,8 milhões de reais.
Deste montante físico e financeiro são atribuídos ao Exército Brasileiro o consumo de 70%
das rações, sendo para a Marinha do Brasil e a Força Aérea 20 e 10%, respectivamente. O
principal fornecedor das Forças Armadas é responsável pela entrega de 98% do total de
Rações Operacionais a serem utilizadas pelas Forças Armadas. A conclusão indica que o
ideal seria a unificação na aquisição e distribuição das Rações Operacionais e a busca por
soluções imediatas em virtude da existência de fornecedor exclusivo na entrega do referido
produto.
Palavras chave: Ração Operacional. Unificação. Centro de Distribuição.
ABSTRACT
Operational rations are sets of menus which are previously put together, processed and
packed by qualified personnel so as to provide sustenance for an individual, for a determined
period of time. Currently, under the Ministry of Defense, there is no standardization among
the Armed Forces rations. The definition, acquisition and the “kits” assembly are particular of
each institution. The purpose of this paper is to discuss the unification and consequently the
production, assembly and distribution of the operational rations by the Ministry of Defense,
respecting each institution peculiarities. For that, interview were carried out with three high
commissioned officers of each Forces who are responsible for the coordination and planning
of the products and/or the kits themselves for the operational rations. It was observed that
there are no significant differences among the operational rations among the Armed Forces,
likewise, there are not differences in the calories input either. Yearly, 765.000 rations are
produced at a cost of Cr$ 22.8 million (Brazilian currency – reais). Out of this physical and
financial amount 70% is attributed to the Brazilian Army consumption, the Brazilian Navy and
the Air Force account for 20 and 10% respectively. The main supplier for the Armed Forces
is responsible for 98% of the total operational rations to be used by the Armed Forces. The
conclusion points out that the ideal would be to unify the acquisition and distribution of all
operational rations and to find an immediate solution for the sole supplier in the delivery of
the mentioned product.
Key words: Operational Ration. Unification. Distribution Center.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Tabela 2
Tabela 3
Tabela 4
Tabela 5
Tabela 6
Tabela 7
Definição das Rações Operacionais Utilizadas pelas Forças Armadas em
2010.............................................................................................................
18
Quantidades de Rações distribuídas durante 2010 e seus respectivos
custos..........................................................................................................
19
Distribuição das Rações Operacionais pelas diversas regiões
demográficas do Brasil...............................................................................
22
Principais Fornecedores de Rações Operacionais e valores
empenhados durante o ano de 2010......................................................
24
Composição
das
Rações
Operacionais
da
Força
Aérea
Brasileira......................................................................................................
25
Composição
das
Rações
Operacionais
do
Exército
Brasileiro......................................................................................................
26
Composição
da
Ração
Operacional
da
Marinha
do
Brasil............................................................................................................
27
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.......................................................................................................
9
2
RAÇÃO OPERACIONAL: DEFINIÇÕES E HISTÓRICO....................................
13
2.1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS.................................................................................
13
2.2
AS RAÇÕES NAS FORÇAS ARMADAS NOS DIAS ATUAIS.............................
17
3
PANORAMA
ATUAL
DE
DISTRIBUIÇÃO
DE
RAÇÕES
OPERACIONAIS........................................................................................
4
5
19
UNIFICAÇÃO DA LOGÍSTICA DE RAÇÕES OPERACIONAIS: UMA
PROPOSTA .......................................................................................................
29
CONCLUSÃO........................................................................................................
38
REFERÊNCIAS......................................................................................................
40
APÊNDICE A - Modelo do Questionário Entrevista...............................................
42
APÊNDICE B - Quadro das entrevistas recebidas................................................
46
9 1 INTRODUÇÃO
“Os exércitos marcham sobre seus estômagos”.
(Napoleão Bonaparte)
A alimentação é, com certeza, uma das mais básicas necessidades
humanas. Uma alimentação saudável por sua vez, deve ser baseada em práticas
alimentares que misturam a significação social e cultural dos alimentos, como
fundamento básico conceitual. A preocupação com o fornecimento de uma dieta
equilibrada e que contribua para uma melhor qualidade de vida do efetivo das
Forças Armadas é, hoje, sem sombras de dúvidas uma das metas primordiais a
serem alcançadas.
Com a publicação do Manual de Alimentação das Forças Armadas – Portaria
Normativa 219/MD de 12 de fevereiro de 2010, elaborada pelo Ministério da Defesa
e publicado no Diário Oficial da União do dia 17 de fevereiro de 2010 – as Forças
Armadas passaram a ter, por meio de orientações padronizadas, acesso a uma
alimentação segura, balanceada e adequada às diferentes fases e situações
operacionais inerentes à vida militar.
Esta é a base para se padronizar conceitos e procedimentos na área de
alimentação para as três Forças. Entretanto, nem sempre e possível fornecer a
alimentação preparada nas cozinhas das unidades militares, particularmente em
situações de campanha, combate, abandono de aeronaves e embarcações,
sobrevivência, naufrágios ou outras de conveniência para o treinamento e instrução
da tropa.
Nessas situações, são utilizadas as Rações Operacionais, que se
constituem por um conjunto de cardápios, previamente elaborados por pessoal
qualificado, processados e acondicionados, para prover o sustento de uma pessoa,
durante determinado período de tempo.
Porém, no âmbito do Ministério da Defesa não existe, atualmente,
padronização das rações entre as Forças, uma vez que a definição, aquisição e
montagem dos “kits” são singulares a cada uma das instituições. Somado a isto, é
10 importante salientar o contexto econômico no qual o Brasil encontra-se inserido,
onde economicidade é primordial para a sobrevivência do país e a busca por
menores custos de produção aliados a um melhor resultado final, com certeza, vem
de encontro aos anseios da sociedade brasileira.
Assim face à inquietação suscitada, da novidade dos estudos e do momento
propício para tratar de economicidade, esta pesquisa buscou responder ao seguinte
questionamento: qual seria o impacto, em termos financeiros e qualitativos, em
relação à unificação na produção, montagem e distribuição das Rações
Operacionais das três forças?
Para o desenvolvimento desta pesquisa serão realizados procedimentos
técnicos de coleta de dados, do tipo levantamento, sendo, para isto, realizada
entrevistas com os oficiais superiores das três Forças, responsáveis pela
coordenação e planejamento das aquisições dos insumos e/ou kits, propriamente
ditos, das Rações Operacionais. Serão, ainda, realizadas pesquisas do tipo
documental, onde serão explorados os relatórios de prestação de contas das
Unidades responsáveis pela Ração, com o objetivo de obter informações precisas,
do ano de 2010, referentes a tipos de ração, quantidades produzidas e custo final
dos kits.
Para verificação da capacitação técnica em produção de Rações
Operacionais será utilizado um levantamento bibliográfico, buscando referencias
atualizadas que embasem a discussão do presente trabalho.
Feito o delineamento do problema central, definiu-se o desenvolvimento do
estudo, mediante a elucidação das seguintes questões norteadoras:
Qual o impacto financeiro na unificação da produção, montagem e
distribuição das Rações Operacionais utilizadas pelas Forças Armadas?
Quais as consequências estratégicas, em termos de obtenção de “knowhow”, que podem ser conquistadas pelo Ministério da Defesa ao se capacitar na
produção da Ração Operacional?
Portanto, foi objetivo geral deste trabalho discutir a unificação e consequente
padronização da produção, montagem e distribuição das Rações Operacionais do
Ministério da Defesa, respeitando as peculiaridades de cada Força.
11 E, com isso, para direcionar as ações efetivadas no sentido de atingir o
objetivo geral e, consequentemente, responder às questões norteadoras foram
formulados os seguintes objetivos específicos:
• Verificar a quantidade de Rações Operacionais, efetivamente distribuídas
por cada Força, bem como os respectivos custos finais de produção;
• Levantar os tipos de Rações empregadas em cada Força;
• Analisar os procedimentos de aquisição e distribuição utilizados atualmente
por cada Força;
• Estudar possíveis custos de produção e distribuição da Ração, por meio
dos resultados apresentados nas entrevistas;
• Propor um modelo de produção, montagem e distribuição unificado e
centralizado para as três Forças.
Para possibilitar a concretização deste trabalho serão utilizados, como
referencial teórico, os trabalhos de Poter (1985) publicados em Competitive
advantage, que estruturaram a maioria dos estudos de logística integrada e os
conceitos de Valor e Cadeia de Suprimentos. Trabalhos, estes, que obtiveram
papéis estritamente estratégicos para o direcionamento de melhoria de custos em
função, dentre outras medidas, da distribuição de produtos.
O trabalho se limitará em estudos voltados para a produção e distribuição de
Rações Operacionais a serem distribuídas para os Comandos Militares, não levando
em consideração questões voltadas para a elaboração de cardápios, cálculo de
valores nutricionais, aceitabilidade dos clientes e modais de distribuição logística.
A limitação diz respeito, ainda, a levantamentos bibliográficos sobre
processos produtivos e levantamento de custos, uma vez que o tempo destinado a
esta pesquisa não é suficiente para a realização de estudos experimentais sobre o
assunto em pauta.
Com a finalidade de uma melhor compreensão do que foi pretendido neste
estudo, este trabalho está organizado em três capítulos principais e dois acessórios,
onde no primeiro capitulo será a introdução e o ultimo a conclusão.
No segundo capítulo será conceituado Ração Operacional, definindo
referenciais históricos e numéricos sobre o assunto. Será discutida toda a legislação
12 referente aos tópicos abordados, observando, principalmente, a real necessidade de
atualização das normas e/ou a elaboração de novos procedimentos.
No terceiro capítulo serão abordados os resultados encontrados nos
levantamentos por meio das entrevistas que foram realizadas com os oficiais, das
três forças, responsáveis pela sistemática de aquisição e distribuição das Rações
Operacionais, bem como as discussões verificadas no referencial teórico e nas
revisões de literatura disponíveis até o presente momento, no que diz respeito aos
processos de produção e consequentes custos com esta produção no âmbito do
Ministério da Defesa.
No quarto capítulo que cabe discussão dos temas abordados, se faz
necessário verificar em até que ponto a unificação da aquisição, produção e
distribuição das Rações Operacionais, em todo o âmbito do Ministério da Defesa, é,
realmente, uma solução interessante em termos financeiros e qualitativos. Será
tratada ainda, as consequências estratégicas que poderão ser conquistadas com a
obtenção da capacitação pelas Forças Armadas na tecnologia de produção de itens
que componham as Rações Operacionais.
Este estudo se faz necessário para reestruturar o sistema de fornecimento
de alimentação para campanha ou sobrevivência de militares das Forças Armadas,
com base em uma inserção da logística integrada voltada para a unificação e,
consequentemente, a padronização na produção e distribuição de Rações
Operacionais no âmbito do Ministério da Defesa. Os resultados alcançados irão
possibilitar inserir as Forças Armadas em um seleto grupo de produtores de
alimentos esterilizados.
Acredita-se que, ao se conhecer as políticas de aquisição, produção e
distribuição de Rações Operacionais de cada Força, bem como quantidades, custos
e tipos peculiares destes kits, o Ministério da Defesa terá subsídios suficientes para
a tomada de decisão, no que diz respeito à unificação da produção e distribuição de
Rações Operacionais para as Forças Armadas.
Desta forma, este projeto é de acentuada importância para o Ministério da
Defesa, uma vez que atende inteiramente a política inserida no Plano Estratégico de
Defesa que versa, em um de seus tópicos, sobre a centralização de ações, visando
à busca de melhor aproveitamento de pessoal e distribuição de recursos.
13 2 RAÇÃO OPERACIONAL: DEFINIÇÕES E HISTÓRICO
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
As informações contidas neste subitem são reflexos de textos de Koehler
(1949), U.S. Army Quartermaster Museum (1958) e do site military nutrition:
http://military-nutrition.com/.
De acordo com alguns registros do Quartel-Museu Forte Lee, na VirginaEUA, os combatentes começaram a ter suas rações controladas e distribuídas de
maneira padronizada. No “box” continham 500 gramas de carne e farinha, 200
gramas de ervilhas, cerca de meio litro de leite e 400 gramas de arroz, um pedaço
de sabão, uma vela, um doce e, para alegria dos soldados, na época, uma caneca
de cerveja.
Em 1775, durante a Guerra de Independência dos Estados Unidos, também
chamado Revolução Americana, o Congresso Continental, com o estabelecimento
do Exército Continental, aprovou uma resolução que estipulava que, além do
fornecimento padrão de carne e pão, as rações militares deveriam conter 03 (três)
litros de ervilha ou feijão por semana, ou um equivalente em vegetais, e 01 (um) litro
de leite por pessoa, por dia. Apesar de incipiente, se comparado aos padrões atuais,
este foi um impressionante reconhecimento formal da necessidade de incluir
alimentos frescos na dieta alimentar do soldado.
Nota-se que, atualmente, poucos desses produtos são diferentes daqueles
até então utilizados, sendo que agora são bem dosados e os militares recebem
alimentos padronizados em composição e quantidades, de acordo com a natureza
da missão.
Infelizmente, no século XVIII, em muitas ocasiões era impossível obter,
preservar e entregar alimentos perecíveis aos soldados em combate. Para piorar à
situação, o Exército Continental Americano não tinha cozinhas de campanha ou
pessoal recrutado para trabalhar como cozinheiros. Por exemplo, na Guerra
Revolucionária cada soldado tinha que preparar sua própria ração, geralmente sem
benefício de utensílios.
A saúde e moral dos soldados americanos sofreram muito com o resultado
destas limitações práticas. Sem frutas frescas e vegetais, por exemplo, os soldados
14 estavam vulneráveis a doença ou morte por escorbuto. O Cirurgião-Geral do exército
do General George Washington, Dr. Benjamin Rush, observou:
[....] a maioria dos homens de nosso exército tem perecido mais por doenças
do que pela ação da espada[…] A dieta dos soldados deveria consistir
principalmente de vegetais. A natureza das suas funções, bem como seus
hábitos de vida anteriores, a requerem.
Washington também estava ciente da situação. Em uma carta ao
Congresso, o General sugeriu que efetivos deveriam ser contratados para corrigir
esses problemas. Em resposta, o Congresso orientou o Conselho de Guerra a
fornecer chucrute, legumes, vinagre, cerveja e cidra às tropas.
Obtidos a partir de fontes comerciais, esses alimentos eram enviados para
soldados para a preparação individual ou em grupo. Da mesma forma que nos dias
atuais, fornecedores comerciais, muitas vezes não forneciam os itens necessários
ou entregavam produtos de qualidade inferior. Em alguns casos, os preços cobrados
para os militares eram mais elevados do que os correspondentes no mercado civil.
Superfaturamento resultou então na aprovação pelo Congresso Continental de uma
lei de maio de 1776 que regulava os preços do sal. Este era essencial para
preservar os alimentos como carnes, considerando que não existiam dispositivos de
refrigeração para os soldados da época.
Unidades militares especializadas em serviços de Subsistência foram
introduzidas pela primeira vez em 1777, como foco na higiene pessoal e supervisão
da preparação e cozimento de alimentos. Panelas grandes foram introduzidas no
inventário, a fim de tornar a alimentação um empreendimento mais fácil. O ano de
1777 também viu a primeira utilização de subsistência pré-posicionada ao longo da
rota de desdobramento entre a Pensilvância Central e a Filadélfia, sendo um
soldado capaz de “alimentar-se em qualquer lugar”, um conceito utilizado na
doutrina tática de hoje.
A utilização de meios de transporte comercial para desdobrar os serviços de
Subsistência também foram introduzidos durante o período revolucionário.
Comercialmente, transportar suprimentos além da localização das unidades militares
continua a ser um função-chave da logística. Mais de 5.000 veículos comerciais
foram utilizados durante a Operação Tempestade no Deserto para mover
suprimentos no teatro de operações.
15 Após a Guerra de 1812, o Departamento de Guerra dos Estados Unidos
tornou-se responsável pela compra de itens centrais para o abastecimento comum
de todos os serviços. Ao mesmo tempo, o Departamento de Subsistência do
Exército fundiu-se com o de Intendência. Mesmo com essas mudanças o Exército
continuou a fornecer os componentes da ração para os soldados individuais ao
longo dos anos da Guerra Civil. Eventualmente, os cozinheiros da empresa foram
nomeados e foram dispensados de todos os outros detalhes na unidade.
Em 1917, o Exército norte-americano adotou o conceito de que a
responsabilidade pela Subsistência havia terminado com a transferência de rações
diretamente do depósito de suprimentos para as unidades em campo. A idéia central
era de que seria melhor ter muito estoque do que pouco, e que os suprimentos
deveriam ser enviados para a frente sem a necessidade de unidades militares
especializadas em alimentação em campo. A manutenção destes estoques implicou
em severas exigências da logistica de Subsistência durante o período da Primeira
Guerra Mundial.
A introdução de verduras e frutas frescas foi a inovação que diferenciou o
conceito de alimentação em campanhas militares durante a Primeira Guerra
Mundial.
A preparação de comida durante a Segunda Guerra Mundial focava-se na
cozinha típica consistindo de 03 (três) fogões a gás, 01 (uma) caixa de gelo, várias
latas de 32 litros, aquecedores de imersão para lavar os utensílios e panelas e uma
tenda para cozinhar. Iniciativas locais resultaram na modificação de dois caminhões
de carga de ½ tonelada em cozinhas móveis numa tentativa de empurrar a
Subsistência para a frente. O Exército declarou esta prática insegura, retornando ao
método tradicional de barraca de cozinha.
Durante a Segunda Grande Guerra as rações sofreram modificações,
formularam-se várias combinações, de acordo com as necessidades de cada tipo de
combatente, tais como: soldados entre as linhas inimigas, em deslocamento,
treinamento e de retaguarda.
Uma primeira dificuldade imposta ao "pracinha" brasileiro diz respeito à sua
adaptação ao regime alimentar americano oferecido em zona de guerra. Muito mais
quantitativo do que qualitativo, na maior parte constituído de enlatados e produtos
16 frigorificados, acabava quase sempre rejeitado por insípida má preparação na
cozinha de campanha.
Só após ensinar 150 cozinheiros na manipulação e preparo dos alimentos,
em curso especial de culinária, o soldado brasileiro aprovou um satisfatório regime
misto dos dois costumes alimentares.
Das rações do Exército dos EUA, a de reserva de combate tipo C, ficou mais
conhecida. Era constituída de seis latas: três com alimentos à base de carne e
mistura de cereais e, outras três, com biscoitos, doces, café, limão solúvel, açúcar,
cigarros, fósforos e tablete de "Halazone" (purificação de água). Esta ração
correspondia a 3.800 calorias, sendo que a orientação de consumo era de duas
latas de carne e de variedades dedicadas ao café matinal, ou pequeno almoço
americano, outras duas ao almoço diurno e mais duas ao jantar vespertino. O
transporte da ração ficava a cargo da unidade de tropa.
A Ração K, de assalto de 900 calorias, acompanhava o soldado e era
composta de três pequenas caixas relativas às refeições (café, almoço e jantar),
contendo cada caixa uma lata de queijo, patê ou sopa desidratada, e, ainda,
biscoitos, café ou limonada solúvel, chocolate, cigarros, fósforos, tablete de
"Halazone", uma colher e um abridor de lata.
A Ração B, operacional com 4.000 calorias, era consumida diariamente pela
tropa (salvo caso de patrulha ou de combate em que o soldado utilizava a ração K
ou C) e era composta de acordo com a refeição em: café da manhã com leite, pão,
geléia ou manteiga de amendoim e extrato de tomate, e almoço/jantar com carne (às
vezes galinha ou peru, como no Natal), feijão, arroz, frutas ou suco de frutas, ovos,
pão, doces, café, cigarros e fósforos.
Além destes três tipos de rações havia, ainda, a de emergência,
correspondente a uma barra de chocolate altamente concentrado, para consumo em
circunstâncias especiais, por iniciativa dos próprios homens, bem como a ração "10
por 1", contendo num só recipiente dez refeições de uso coletivo.
No inverno distribuíam-se, diariamente, duas cápsulas multivitamínicas, por
homem em posição, para consumo em cada refeição principal; e, no verão, tabletes
de sal. Mesmo em ofensiva cabia às unidades fornecer, obrigatoriamente, a todos os
seus elementos, pelo menos, uma refeição quente no decorrer do dia. As próprias
17 companhias puderam prepará-la na Itália, ante a natureza acidentada do relevo e a
falta de observação aérea por parte do inimigo.
As rações desse gênero estavam em uso até a década de 80, quando foram
substituídas por rações “Ready-to-Eat” ou MREs, que são alimentos termo
processados, embalados a vácuo e com vida de prateleira estendida (12 meses),
mesmo quando mantida em temperatura ambiente.
2.2 AS RAÇÕES NAS FORÇAS ARMADAS NOS DIAS ATUAIS
Após levantamentos realizados, verificou-se um rol considerável de rações
operacionais definidas em cada força. A Marinha do Brasil possui 13 tipos de rações
aprovadas, enquanto o Exercito Brasileiro possui 5 e a Força Aérea Brasileira possui
7 rações que podem ser utilizadas em suas atividades regulamentares.
Porém, por motivo de economia de esforços e financeiro, ficaram definidas,
pelo Ministério da Defesa, três rações básicas a serem consumidas pela tropa.
Apesar da definição, as forças não padronizaram um único tipo de ração
para cada situação de emprego – combate/adestramento, sobrevivência e
sobrevivência no mar – prejudicando, desta forma a padronização geral dos diversos
itens que compõe as Rações Operacionais das Forças Armadas Brasileiras.
A tabela 1 demonstra os termos utilizados para a definição de cada tipo de
ração, bem como o ideal calórico de cada kit operacional.
18 Tabela 1: DEFINIÇÃO DAS RAÇÕES OPERACIONAIS UTILIZADAS PELAS
FORÇAS ARMADAS EM 2010
Definição Geral
Força Nomenclatura
MB
Alimentar um homem por 24
horas em campanha, quando
EB
não
permitir
o
rancho
Organizado.
FAB
MB
Permitir ao militar enfrentar
situações onde não se tenha
outro tipo de alimento. Mantém EB
o militar em repouso absoluto
ou atividades leves.
FAB
MB
Alimentar um náufrago
repouso absoluto por
período de 24 horas.
em
um EB
FAB
Quantidade
Calórica
Ração Alternativa de Combate (RAC) 3.400
Ração Operacional de Combate (R2) entre 3.000 e 3.600
Ração de Combate (R2-A)
entre 3.000 e 3.600
Ração Alternativa de Emergência
1.200
(RAE)
Ração Operacional de Emergência
entre 1.200 e 1.800
(R3)
Ração de Sobrevivência (R4-B)
1.600
Ração Alternativa para Náufragos
383
(RAN)
---
---
Ração de Sobrevivência no mar (R4400
C)
Fonte: o autor
Observa-se que existe uma uniformidade entre as quantidades calóricas das
rações correlatas: combate, sobrevivência e sobrevivência no mar, entretanto a
nomenclatura ainda necessita atenção especial no que diz respeito à padronização
de seus termos.
19 3 PANORAMA ATUAL DE DISTRIBUIÇÃO DE RAÇÕES OPERACIONAIS
Considerando as rações consumidas pelas Forças Armadas durante o ano
de 2010 pode-se observar, de acordo com a tabela 2, uma preferência e, por que
não, uma tendência nas rações destinadas a tropa em combate.
O Exército Brasileiro distribuiu, durante o ano desta pesquisa, 2010, a Ração
Operacional de Adestramento Individual (RA), que destina-se a alimentação de um
militar por 6 horas, de modo a proporcionar a ambientação necessária em campanha
e a Ração Operacional de Adestramento coletiva (RCA II), que destina-se a suprir as
refeições diárias para um grupo de 4 militares durante 1 dia, em situações diversas.
A RA não foi adquirida durante o ano de 2010 e foram adquiridos 11.300 kits da
RCA II ao custo unitário de R$109,98. Estas rações não entraram na discussão
deste trabalho, por não apresentarem correspondências diretas com as demais
rações.
Tabela 2: QUANTIDADES DE RAÇÕES DISTRIBUÍDAS DURANTE 2010 E SEUS
RESPECTIVOS CUSTOS.
Definição Geral
Força
MB
Combate
EB
FAB
MB
Sobrevivência
EB
FAB
MB
Sobrevivência
mar
no
EB
FAB
Nomenclatura
Quantidade
Custo
distribuída em Unitário
2010
(R$)
Ração Alternativa de Combate
80.071
(RAC)
Ração Operacional de Combate
320.871
(R2)
Ração de Combate (R2-A)
35.864
Ração Alternativa de Emergência
(RAE)
Ração Operacional de Emergência
(R3)
Ração de Sobrevivência (R4-B)
Ração Alternativa para Náufragos
(RAN)
--Ração de Sobrevivência no mar (R4C)
42,90
42,90
53,09
0
0
125.000
29,90
16.601
33,58
46.716
2,01
0
0
9.258
12,06
Fonte: o autor
Conclui-se que do total de rações produzidas, independentemente do tipo, o
Exercito Brasileiro é responsável por 70% da distribuição total, enquanto a Marinha
do Brasil consome cerca de 20% e a Força Aérea Brasileira responde por apenas
10% do total de rações operacionais destinadas ao consumo da tropa.
20 Com relação aos preços, pode-se observar que para as rações destinadas
ao combate, verifica-se uma similaridade dos valores praticados entre a Marinha do
Brasil e o Exército Brasileiro, enquanto que a Força Aérea Brasileira apresentou um
preço na ordem de 24% acima das demais forças. Entretanto, ao analisar a tabela 1,
constata-se que não existem diferenças significativas entre as três forças no que diz
respeito à quantidade calórica das rações de combate.
A Marinha do Brasil não adquiriu a Ração de Sobrevivência durante o ano
de 2010 em virtude da baixa demanda por este item. Ao comparar as rações de
sobrevivência do Exército e da Aeronáutica pode-se concluir que a FAB apresenta
um dispêndio unitário de 12% a maior que o EB.
Apesar de as Rações Operacionais de Sobrevivência no mar apresentarem,
na tabela 2, uma discrepância significativa nos valores, conclui-se que elas
representam, exatamente, o mesmo valor relativo, uma vez que a Marinha do Brasil
mantém embalagens para manter um náufrago por 6 (seis) dias, enquanto que a
Ração da Força Aérea Brasileira é destinada a um único dia. O Exército não possui
em seu rol de rações operacionais a do tipo de sobrevivência no mar.
Observou-se, durante as entrevistas realizadas que o mecanismo de
aquisição de Rações Operacionais é similar a qualquer outra despesa Orçamentária.
Para o planejamento e na execução das atividades logísticas de aquisições levamse em consideração os princípios de logística preconizados na Doutrina de Logística
Militar MD 42-M-02, (BRASIL, 2002) como: objetivo, continuidade, controle,
coordenação, economia de meios, flexibilidade, interdependência, objetividade,
prioridade, segurança, unidade de comando e simplicidade.
Os processos iniciam-se pela primeira fase da logística que seria a
determinação das necessidades. Nesta fase observa-se que a necessidade das
rações
deve
ser
determinada,
objetivando-se
as
necessidades
para
recompletamento e manutenção – que segundo (BRASIL, 2002) são as
necessidades destinadas à reposição das dotações das organizações militares e dos
níveis de estoque para a manutenção do esforço.
Para o cálculo da quantidade de rações operacionais que deverão ser
adquiridas, as Forças se comportam da mesma maneira, segundo o resultado das
pesquisas realizadas: é enviada, por cada unidade operacional a sua necessidade
21 para o ano + 2; ocorre, então, a consolidação dos pedidos dos usuários nos
Depósitos de Abastecimento/Suprimento; é confrontada a quantidade solicitada com
os estoques atuais de cada força; e desta forma conclui-se as quantidades finais
necessárias para a utilização pela Forças.
A segunda fase, obtenção, é a fase em que são identificadas as fontes e
tomadas às medidas para a aquisição e a obtenção dos recursos necessários. O
método utilizado é o da compra, que é o processo de aquisição de bens, cedidos
voluntariamente pelo proprietário, mediante pagamento da importância ajustada
(BRASIL, 2002).
A aquisição dos itens é realizada pelos órgãos de abastecimento de cada
Força e os kits são adquiridos por meio de pregão eletrônico. Esta fase demanda
cerca de 120 dias para a efetivação.
A montagem das Rações Operacionais não é padronizada entre as Forças.
O Exército Brasileiro e a Marinha do Brasil adquirem seus kits prontos para a
distribuição. A empresa vencedora do certame licitatório deve montar as rações e
entregá-las em embalagens padronizadas. A Força Aérea Brasileira licita os diversos
itens que compõe as rações operacionais e realiza a montagem na Fazenda da
Aeronáutica de Pirassununga.
A fase de distribuição consiste em fazer chegar, oportuna e eficazmente aos
usuários, todos os recursos fixados pela determinação das necessidades. A
distribuição dos recursos materiais compreende o recebimento, o armazenamento, o
transporte e a entrega. Para o caso das Rações Operacionais, a armazenagem
ocorre em depósitos centralizados de cada Força para, no momento oportuno,
serem distribuídos as diversas unidades.
A entrega das Rações Operacionais para as diversas regiões do país
ocorreu de acordo com o apresentado na tabela 3.
22 Tabela 3: DISTRIBUIÇÃO DAS RAÇÕES OPERACIONAIS PELAS DIVERSAS
REGIÕES DEMOGRÁFICAS DO BRASIL
Definição
Geral
Quantidade distribuída em 2010
Força Nomenclatura
MB
Combate
EB
FAB
TOTAL
MB
Sobrevivência
EB
FAB
TOTAL
MB
Sobrevivência EB
no mar
FAB
TOTAL
TOTAL GERAL
Fonte: o autor
Nordeste
Centro
Sudeste Sul
Oeste
5.959
3.622
5.700
21.220 277.351
7.600
1.020
2.006
1.756
19.946
Ração
Alternativa
de
Emergência (RAE)
0
Ração
Operacional
de
Emergência (R3)
1.500
Ração de Sobrevivência (R4B)
561
12.679
26.848 364.504
12.356
0
0
0
0
1.750
1.600
119.750
400
580
1.672
9.206
4.582
2.061
Ração
Alternativa
para
Náufragos (RAN)
0
--0
Ração de Sobrevivência no
mar (R4-C)
142
2.330
3.272
128.956
4.982
4.657
0
41.519
0
0
0
0
0
320
1.477
7.257
62
2.061
6.987
3.272
170.475
4.982
Norte
Ração
Alternativa
de
Combate (RAC)
8.321
Ração
Operacional
de
Combate (R2)
9.000
Ração de Combate (R2-A)
2.625
24.068 21.996
58.696
28.457
33.392 663.935
3.000
22.320
Ao somarem-se os totais de rações operacionais de combate, sobrevivência
e sobrevivência no mar, obtêm os valores de 436.333, 141.601, 187.777 unidades,
respectivamente. Nota-se, desta forma, que o total de ração de combate distribuída,
para as três Forças, representa 56,98%, enquanto que as rações de sobrevivência e
sobrevivência no mar participam com 18,49% e 24,53%, respectivamente.
As rações de combate são utilizadas, principalmente, para o adestramento
das tropas, inclusive nas escolas e academias militares. Por este motivo, a aquisição
de mais da metade das rações serem deste tipo.
23 Figura 1: Quantidades totais de rações operacionais distribuídas por região.
Notam-se com o observado na figura 1 que 86,71% das rações operacionais
foram distribuídas na região Sudeste. Isto é verificado pelo número significativo de
Unidades Militares, das três Forças, existentes principalmente na cidade do Rio de
Janeiro.
As regiões norte, nordeste, centro oeste e sul representam, respectivamente,
3,14%, 2,87%, 4,36 e 2,91 frente ao total de rações distribuídas.
As rações operacionais utilizadas pelas Forças Armadas são adquiridas por
meio de processos licitatórios realizados em cada Instituição e mantém constância
em seus fornecedores.
A tabela 4 apresenta os principais fornecedores de matéria prima e rações
prontas para o consumo contratados durante o ano de 2010.
Os gastos com este item correspondem, percentualmente, as quantidades
adquiridas conforme observado na tabela 2. O Exército Brasileiro realizou dispêndios
na ordem de 70% do valor total empenhado durante o ano de 2010, enquanto a
Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira disponibilizaram 20 e 10%,
respectivamente, para suprirem financeiramente suas necessidades com estoques e
distribuição de Rações Operacionais para as tropas.
24 Tabela 4: PRINCIPAIS FORNECEDORES DE RAÇÕES OPERACIONAIS E
VALORES EMPENHADOS DURANTE O ANO DE 2010
FORÇA
Marinha
Brasil
do
Exército
Brasileiro
Principais Fornecedores
Valor empenhado em 2010
CELLIER ALIMENTOS DO BRASIL
3.154.780,20
COMERCIAL MILANO DO BRASIL
0,00
TOTAL
3.154.780,20
CELLIER ALIMENTOS DO BRASIL
18.430.639,90
LIOTÉCNICA
0,00
TOTAL
18.430.639,90
CELLIER ALIMENTOS DO BRASIL
911.179,60
A.V. CASAGRANDE – ME
194.271,49
Força
Aérea PEDRAZUL COMERCIO E SERVICOS LTDA-ME 85.283,00
Brasileira
GLOBALPRINT EDITORA GRAFICA LTDA ME
48.105,73
OUTROS
TOTAL
TOTAL GERAL
Fonte: o autor
11.803,50
1.250.643,32
22.836.063,42
Observa-se, por meio da tabela 4, que a Cellier Alimentos do Brasil é
fornecedora exclusiva da Marinha e do Exercito Brasileiro e corresponde ao
faturamento de 73% do total de itens adquiridos pela Força Aérea Brasileira. A
empresa possui sua sede na cidade de Campinas – São Paulo e apresenta como
principais clientes redes de restaurantes, fast food e alimentos para esportistas.
Possui capacidade de produção limitada tendo que dividir sua demanda nos
diversos períodos do ano.
Os gastos com Rações Operacionais, durante o ano de 2010, perfizeram o
valor de R$ 22.886.063,42, sendo que a Cellier Alimentos do Brasil faturou,
aproximadamente, 98,51% do valor total.
Durante as entrevistas realizadas aponto-se, como principal vulnerabilidade
para as Forças Armadas, na tarefa de aquisição de Rações Operacionais o
problema da existência de um único fornecedor na produção da alimentação termo
processada.
25 Tal alimentação é a base da Ração Operacional e pode ser analisada a
partir a das tabelas 5, 6 e 7 na linha que trata sobre alimento básico, arroz, salpicão,
salsicha e farinhas.
Desta forma, fica evidente o caráter estratégico para o Ministério da Defesa
em procurar soluções, no sentido de tornar-se preparado para produzir sua própria
ração.
As tabelas 5, 6 e 7 demonstram, na integra, os tipos e quantidades de
alimentos presentes em cada ração da Força Aérea, Exército Brasileiro e Marinha do
Brasil, respectivamente.
Tabela 5: COMPOSIÇÃO DAS RAÇÕES OPERACIONAIS DA FORÇA AÉREA
BRASILEIRA
CARDÁPIO
Quantidades por Tipo de Ração
ITENS CARDÁPIO
R4B
R2A
R4C
Bebida láctea sabor chocolate - 01 sachet c/ 40 g
Bebida láctea salada de frutas - 01 sachet c/ 40g
1
1
1
1
0
0
Refresco de frutas - 01 sachet c/ 23g
Água - 04 sachet 175 ml
1
0
1
0
0
1
Repositor hidroeletrolítico - 01 sachet c/ 28 g
Repositor hidroeletrolítico - 01 sachet c/ 23 g
BISCOITOS E CEREAIS
0
1
1
1
0
0
Biscoito cream craker - 01 sachet c/ 50 g
1
2
0
Barra de cereais c/ frutas - 02 und c/ 25 g
BALAS E DOCES
2
2
0
Bananada açucarada - 01 und c/ 30 g
Pastilha de café - 01 sachet c/ 02 und de 0,75 g
Rapadura - 01 sachet c/ 25 g
1
1
1
0
2
1
0
0
0
Balas de goma (jujuba) - 01 sachet c/ 50 g
05 tabletes de 5 g de goma de mascar
0
0
1
0
0
1
200 g de bala de goma
ALMOÇO E JANTAR
0
0
1
Farinha de mandioca - 01 sachet c/ 40 g
Arroz - 01 sachet c/ 150 g
0
0
1
1
0
0
Salpicão de frango ou atum - 01 sachet c/ 250 g
Salsicha - 01 sachet c/ 150g
1
1
1
1
0
0
BEBIDAS
Alimento Básico
0
1
0
Alimento Básico ( 01 sachet de 250 g de alimento termo processado) : Cassulet de frango ou
Feijoada ou Gulash de carne bovina ou Suíno Acantus.
Fonte: o autor
26 A ração destinada a Força Aérea esta bem distribuída e em quantidades
satisfatórias para alimentar um homem por 24 horas nas condições especificadas.
Apresenta um sache de alimento básico apenas na ração de combate, com
a finalidade de disponibilizar, pelo menos, uma refeição quente para o militar em
condições adversas, porém este alimento não é disponibilizado nas rações de
sobrevivência.
A montagem de rações é feita pela Força Aérea Brasileira e a variedade de
cardápios ocorre para evitar monotonia alimentar e possibilitar a entrega de
alimentos de acordo com as características de cada estado.
Tabela 6: COMPOSIÇÃO DAS RAÇÕES OPERACIONAIS O EXÉRCITO
BRASILEIRO
CARDÁPIO
ITENS CARDÁPIO
Quantidades por Tipo de Ração
R2
R3
Bebida láctea – chocolate 01 sachet c/ 40 g
1
0
Café com leite e açúcar – 01 sachet c/ 40 g
1
1
Café solúvel – 01 sachet c/ 10 g
2
1
Refresco de frutas – 01 sachet c/ 45g
2
1
Repositor hidroeletrolítico – 01 sachet com 55g
1
1
Barra de cereais – 01 und c/ 25g
2
1
Torrada – 02 fatias c/ 15g
2
1
Açúcar refinado – 01 sachet c/ 6g
4
2
Balas de goma – 01 sachet c/ 50g
1
0
Bananada, Goiabada ou Rapadura – 01 sachet c/ 30g
0
1
Geléia – 01 sachet c/ 15g
2
1
Rapadura – 01 und c/ 25g
1
1
Alimento Básico
2
1
Arroz – 01 saco flexível c/ 150g
1
1
Farinha de mandioca – 01 saco flexível c/ 40g
1
1
Salsichas – 01 saco flexível c/ 100g
1
1
0
0
BEBIDAS
BISCOITOS E CEREAIS
BALAS E DOCES
ALMOÇO E JANTAR
Salsichas Esterilizadas – 01 saco flexível c/ 400g
Alimento Básico: 01 saco flexível esterilizável c/ 250g de Picadinho de carne ao molho ou Espaguete ao molho
de carne ou Frango com legumes ou Arroz com feijão e carne bovina ou Feijoada ou Carne moída com batatas
ou Carne seca com abóbora ou Frango com legumes e macarrão ou Feijão branco com lingüiça ou Risoto de
carne e legumes ou Picadinho de carne ao molho ou Feijão jalo com carne bovina ou Strogonoff de carne bovina
ou Frango com legumes e macarrão ou Strogonoff de frango ou carne bovina com legumes ou Almôndegas ao
molho ou Feijão carioquinha com lingüiça ou Carne ao molho Goulash ou Vaca Atolada ou Cassoulet de frango
ou Arroz com feijão e calabresa.
Fonte: o autor
27 A principal diferença entre a ração do Exército Brasileiro e a ração das demais
forças esta no fornecimento de água potável.
Com relação ao alimento básico, a ração possui uma grande diversidade, o
que possibilita distribuir os cardápios dentro da preferência regional inerentes ao
nosso país.
É interessante salientar que a ração de sobrevivência, no caso a R3,
apresenta um (01) alimento básico para ser utilizado como almoço ou jantar.
Tabela 7: COMPOSIÇÃO DA RAÇÃO OPERACIONAL DA MARINHA DO BRASIL
Item
Peso Padrão (g)
Quantidade
RAC
RAE
RAN
Café da Manhã
café com leite e açúcar
40
1
1
-
tablete de cereais com frutas
25
1
1
-
Geléia
15
1
1
-
torradas 2 fatias
15
2
2
-
Alimento Basico 1
250
1
1
-
Arroz
150
1
1
-
farinha de mandioca
40
1
1
-
café solúvel
10
1
1
-
açúcar refinado
6
2
2
-
Rapadura
25
1
1
-
refresco de frutas
45
1
1
-
Alimento Básico 2
250
1
Salsichas
100
1
-
-
café solúvel
10
1
-
-
açúcar refinado
6
2
-
-
balas de goma (jujuba)
50
1
-
12
refresco de frutas
45
1
-
-
bebida láctea – chocolate
40
1
-
-
torradas 2 fatias
15
2
-
-
Geléia
15
1
-
-
tablete de cereais com frutas
25
1
-
-
repositor hidroeletrolítico
55
1
1
-
goma de mascar
4
-
-
30
água potável
50 mL
-
-
60
Almoço
Jantar
Ceia
Acessórios
Alimento Básico 1: picadinho de carne ao molho ou Frango com legumes ou feijoada ou carne seca com abóbora ou feijão
branco com lingüiça
Alimento Básico 2: espaguete ao molho de carne ou arroz com feijão e carne bovina ou carne moída com batata ou frango
com legumes e macarrão ou risoto de carne com legumes
Fonte: o autor
28 Assim como no Exército, a ração da Marinha também apresenta um alimento
básico, melhorando a qualidade de sobrevivência dos militares.
As rações de sobrevivência no mar são kits prontos para 6 dias.
As embalagens de 50 ml com água potável da Ração RAN na Marinha são
produzidas pelo Laboratório Farmacêutico da Marinha, localizado no Rio de Janeiro.
29 4 UNIFICAÇÃO DA LOGÍSTICA DE RAÇÕES OPERACIONAIS: UMA PROPOSTA
Cresce a cada dia o número de empresas (principalmente indústrias) de
diferentes setores, redes atacadistas e de varejo que operam com centros de
distribuição no país.
Esse cenário reflete as múltiplas vantagens de centralizar os processos de
recebimento, estocagem, separação de pedidos, embalagem e expedição,
contribuindo para a redução dos custos totais em logística.
De acordo com BRASIL (2002) os princípios constituem um conjunto de
preceitos que devem ser observados no planejamento e na execução das atividades
logísticas. Assim, dentre os diversos princípios elencados, destaca-se, para o caso
deste trabalho, a Unidade de Comando, que reflete a existência de autoridade e
programas únicos para um conjunto de operações com a mesma finalidade. Uma
eficiente unidade de comando requer uma cadeia de comando bem definida, com
precisa e nítida divisão de responsabilidades, um sistema de comunicações
adequado e uma doutrina logística bem compreendida, aceita e praticada pelos
comandantes em todos os níveis.
Ainda na definição tratada pelo Manual de Doutrina Militar, a obtenção de
recursos para as Forças Armadas devem ser consideradas as exigências de
padronização. E por padronização entende-se o uso mais eficiente possível dos
meios de catalogação, pesquisa, desenvolvimento, produção e gerenciamento de
modo a assegurar a interoperabilidade, através de:
• Equipamentos,
armamentos,
componentes
e
suprimentos
comuns,
compatíveis e intercambiáveis;
• Procedimentos operacionais, administrativos e logísticos comuns ou
compatíveis.
Desta forma, a proposta deste trabalho é a unificação na logística de
aquisição/obtenção e distribuição das rações operacionais por meio de um centro de
distribuição, utilizando como referencial teórico uma cadeia de abastecimento.
Diante da proposta apresentada seria possível a otimização dos controles
físicos e financeiros de aquisição e distribuição de Rações Operacionais para os
30 Comandos Militares. Não é escopo deste projeto diminuir ou extinguir a autonomia
de cada força, no que diz respeito ao levantamento de necessidades e os consumos
até então existentes.
A partir dos conceitos já discutidos sobre logística por meio do Manual de
Logística Militar BRASIL (2002), pode-se considerar que a sua abrangência
compreende, portanto, as áreas de abastecimentos, produção e distribuição de
todas as unidades que compõem uma cadeia de abastecimento de um produto de
consumo final, e o seu objetivo é a minimização dos custos das operações através
da erradicação das perdas inseridas nestas três áreas, que compõem o sistema
operacional das empresas.
Da mesma forma que existe um canal de distribuição para os fluxos de
produtos, na distribuição física há um canal semelhante para o abastecimento de
materiais. Para se obter a efetividade esperada no que se refere aos canais de
abastecimento, algumas informações são indispensáveis, como por exemplo: a
quantidade de fornecedores disponíveis, as distâncias a serem cobertas, a
qualidade e a quantidade tanto de produtos quanto de estoques e os tipos de
transportes que serão utilizados no processo.
A eficiência da logística tornou-se tão importante para o planejamento
estratégico quanto às melhorias na produção e no marketing. Contudo, uma vez que
as empresas globalizaram as suas operações, o planejamento logístico e os fatores
de decisão tornaram-se mais complexos. A logística de abastecimentos,
considerada como parte integrante do sistema logístico, envolve os processos de
planejamento e programação da produção, emissão e acompanhamento de ordens
de compra, no caso das Forças Armadas a nota de empenho, recebimento e
inspeção de materiais e investigação e desenvolvimento de fornecedores. Nas
indústrias o processo de investigação e desenvolvimento de fornecedores é
responsável pela procura de fornecedores capazes de atender às especificações
dos itens necessários à fabricação dos produtos. Este processo deve atuar a partir
da concepção dos produtos, procurando identificar as necessidades de projeto e
suportando as atividades que envolvam a fabricação de protótipos (VALENTE,
2005).
31 O processo de investigação e desenvolvimento de fornecedores não se
restringe apenas a novos projetos; deve ser continuamente ativado, tendo sempre
em vista a redução de custos e o incremento da qualidade dos produtos. Deve ainda
obedecer a um procedimento padronizado, que abranja todos os aspectos
essenciais à plena capacitação como fornecedor. Uma avaliação de fornecedores
pode incluir critérios como a verificação da capacidade tecnológica dos processos e
dos recursos operacionais do fornecedor, do nível do serviço oferecido, da
flexibilidade quanto à alteração de especificações de projeto, da capacidade logística
e das restrições comerciais, do nível de qualidade oferecido e da adequação de
custos, entre outros.
POIRIER (1999) constata que muitos esforços tem sido despendidos em
desenvolvimento de Cadeias de Abastecimento ao longo da última década, quando
as práticas foram descritas sob rótulos tais como parcerias, reengenharia logística,
reengenharia de processos ou melhorias de canais de distribuição. Segundo o autor,
uma Cadeia de Abastecimento é um conjunto de empresas, interligadas em forma
de cadeia, que vai desde os fornecedores dos fornecedores, a montante da
empresa, até os clientes e usuários finais, com a finalidade de adquirir, converter e
distribuir bens e serviços aos consumidores.
Segundo Valente (2005), pode-se considerar que a logística, em sua
abrangência compreende, portanto, as áreas de abastecimentos, produção e
distribuição de todas as empresas que compõem uma cadeia de abastecimento de
um produto de consumo final, e o seu objetivo é a minimização dos custos das
operações através da erradicação das perdas inseridas nestas três áreas, que
compõem o sistema operacional das empresas.
Da mesma forma que existe um canal de distribuição para os fluxos de
produtos na distribuição física há um canal semelhante para o abastecimento de
materiais. Para se obter a efetividade esperada no que se refere aos canais de
abastecimento algumas informações são indispensáveis, como por exemplo: a
quantidade de fornecedores disponíveis, as distâncias a serem cobertas, a
qualidade e a quantidade tanto de produtos quanto de estoque e os tipos de
transportes que serão utilizados no processo.
32 Ao observarmos o caso das Rações Operacionais verifica-se que algumas
questões vão de encontro aos conceitos ora abordados. Inicia-se pelo fato que 98%
do total despendido com rações destinam-se a um único fornecedor.
Tal fato gera preocupação, uma vez que deixa de ser estratégico para o
Ministério da Defesa trabalhar com fornecedores exclusivos. Diversos fatores podem
impossibilitar a entrega de itens por este fornecedor, tais como:
• Quantidade
de
pedidos
de
outros
clientes,
de
maior
prestígio,
concomitantemente com o das Forças Armadas;
• Problemas com a documentação da empresa no Sistema Integrado de
Cadastramento de Fornecedores (SICAF);
• Encerramento das atividades da empresa por motivos gerais (falência,
morte de proprietário, problemas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA);
• Interesse em distribuição apenas para o mercado externo em virtude de
maior atrativo financeiro;
• Passar a exportar os produtos e, com isto, restringir o mercado Nacional;
• Dificuldades de importação de matérias primas.
É interessante salientar, ainda, que a presença de um fornecedor exclusivo
para a Ração Operacional, principalmente no que se refere à alimentação termo
processadas, não é devido à falta de interesse de outras empresas participarem do
processo licitatório, mas porque não existem outros fornecedores com as
características pertinentes para produzir e distribuir os alimentos de acordo com as
necessidades das Forças Armadas.
Desta forma, o preço que os Comandos Militares pagam pela alimentação
termo processada está embutido o desenvolvimento tecnológico, ou seja, paga-se
pelo conceito e não pelo produto propriamente dito.
Outra questão gira sobre o fato de algumas instituições, no caso a Força
Aérea, pagar, pelo mesmo produto, valores superiores àqueles cotados para as
demais forças. Este problema pode ter ocorrido em virtude de o montante de
33 aquisições por parte da Aeronáutica, representar apenas 10% do total gasto com
rações.
Assim, conforme o preconizado em BRASIL (2002) o apoio logístico militar é
a estrutura sistêmica destinada a prover recursos humanos, materiais e animais,
visando ao cumprimento da missão das Forças Armadas.
Cada Força, a principio, estabelece o seu sistema de apoio logístico.
Todavia, determinadas funções ou atividades poderão ser centralizadas ou
integradas para um apoio comum.
Ao considerar o embasamento legal, a proposta seria a criação de um centro
de distribuição responsável pelas funções logísticas em questão.
Um CD (centro de distribuição) constitui um dos mais importantes e
dinâmicos elos da cadeia de abastecimento, o CD é um armazém cuja missão
consiste em gerenciar o fluxo de materiais e informações, consolidando estoques e
processando pedidos para a distribuição física.
O CD apresenta como objetivos: manter o estoque necessário para controlar
e equilibrar as variações entre o planejamento de produção e a demanda; permitir
acumular e consolidar produtos de vários pontos de fabricação de uma ou de várias
empresas, combinando o carregamento para clientes ou destinos comuns;
possibilitar entregas no mesmo dia a clientes-chave e servir de local para a
customização de produtos, incluindo embalagem, etiquetagem e precificação, entre
outras importantes atividades. (MOURA, 2000)
A questão da centralização ou da descentralização das entregas e da
compra, bem como da maior ou menor autonomia de instalações fabris, pontos de
venda e entrepostos em relação à estrutura central da empresa, constitui, desde
sempre, um problema com aproximações variadas, longe de gerar opiniões
consensuais e pacíficas.
Na base desta dicotomia podem-se encontrar aspectos logísticos de
importância central para a competitividade das organizações. Nesta medida
procedemos a um conjunto de considerações que se afiguram relevantes, para
poder fundamentar uma possível escolha por parte de várias empresas interessadas
nesta problemática.
34 Importa,
particularmente,
a
discussão
da
centralização
ou
da
descentralização à luz da logística, no que diz respeito, principalmente, as atividades
de aquisição, armazenagem e distribuição existentes na empresa e que devem,
certamente, serem consideradas para a efetiva tomada de decisão.
E avançamos mais especificamente por meio do exame a algumas
considerações de PORTER (1997), relativas à centralização ou descentralização da
logística no contexto empresarial.
Assim, podemos concluir que a centralização ou descentralização da
logística está fortemente dependente da sua importância para a organização, logo
do tipo de empresa que se trata, bem como de uma série de fatores múltiplos
subjacentes, de natureza tangível e intangível. A abordagem centra-se numa
empresa genérica de base funcional.
Por intermédio deste tipo de raciocínio, se a empresa estiver imbuída de um
espírito de delegação (empowerment), as responsabilidades logísticas poderão estar
dispersas pela organização. Contudo, mesmo estando à empresa aberta à
delegação, se a logística for crucial para ela, no sentido de poder contribuir para
atingir grandes objetivos, deve estar centralizada e fortemente controlada pelo topo
empresarial. Significa assim que a compra e o abastecimento deverão ser pensados
e geridos em “sede própria”. As influências de uma escola estratégica clássica e de
um suporte estrutural verticalizado são, nestes autores, evidentes.
Os mesmos tipos de considerações são, ainda assim, frequentes noutros
autores do mesmo período. Neste sentido, a importância da logística para a
organização parece ser determinante para a sua centralização ou descentralização.
A centralização nesta óptica pode ser considerada como consequência
normal da importância que determinado conjunto de atividades adquire na
organização.
Para HILL (2003) uma das vantagens da centralização tem a ver com o fato
de, desta forma, se poderem tomar decisões mais acertadas, uma vez que a
estrutura central (head-office) da empresa dispõe, normalmente, de competências
especializadas, capazes de conduzir mais eficazmente o negócio sobre o ponto de
vista logístico. A grande desvantagem é a distância que separa estas decisões dos
35 problemas locais, muitas vezes com especificidades inerentes à natureza do próprio
mercado.
A descentralização, por sua vez, conduz à duplicação das atividades de
compra, negociação, gestão de estoque e lançamento de ordens de encomenda,
entre outras. Além disso, nem sempre os gestores locais têm competência para gerir
em conformidade todas estas situações, normalmente quando se tratam de pontos
de venda de cadeias de distribuição, pelas suas próprias características e pela baixa
formação generalizada do seu capital humano, o que implica e existência de
desníveis de desempenho entre as várias unidades empresariais.
As vantagens em termos de custos por dispor de um sistema com pendor
centralizado são notórias em vários níveis. Para (PORTER, 1997), as importantes
reduções de custos conseguidos por intermédio deste tipo de sistema traduzem-se
por:
• Compras centralizadas, permitindo descontos por volume negociado que,
salvo raras exceções, são comuns a quase todo o tipo de empresas;
• Políticas de trabalho central, possibilitando reduções de custos em
recrutamento e formação;
• Publicidade central, permitindo redução de custos relacionados por volume
em causa;
• Administração central, antecipando reduções de custos de gestão;
• Logística centralizada, pelo menos através da recepção central dos
produtos em entrepostos, no caso dos distribuidores, vindo a permitir reduções
consideráveis nos estoques e melhorias na qualidade de serviço.
Desta forma, fica evidente que a centralização, com a finalidade de unificar a
logística de obtenção/aquisição e distribuição de rações operacionais é primordial
para um melhor controle de custos e padronização de itens.
O CD deveria estar situado na cidade do Rio de Janeiro, em virtude de,
durante os últimos anos, em média 86% da quantidade de rações obtidas terem sido
distribuídas na região sudeste. É interessante salientar ainda que o Exército
Brasileiro seja o coordenador geral desta atividade, pois 70% dos dispêndios com
estes itens pertencem a Instituição.
36 Considerando, em um primeiro momento, a padronização das Rações
Operacionais dentro do já especificado pelo Ministério da Defesa, pode-se definir
que a organização que se tornaria coordenadora do Centro de Distribuição,
provavelmente, uma unidade já com características de abastecimento, seria
responsável por:
a) Receber a consolidação das necessidades das três Forças;
b) Providenciar a consolidação das solicitações, gerar informação para o
Ministério da Defesa e, assim, gerar um pedido único;
c) Realizar o processo licitatório;
d) Receber os recursos creditícios do Ministério da Defesa;
e) Receber os kits e armazená-los em depósito destinado a este fim;
f) Distribuir as rações operacionais de acordo com o cronograma de
cada Força;
g) Manter atualizada, em cadernos especificos, toda a execução da
despesa.
Outra discussão interessante é fomentar esforços no sentido de as Forças
Armadas possuírem conhecimento específico sobre a produção das refeições termo
processadas. Estas refeições são aquelas definidas como alimento básico na
composição das rações e representam, aproximadamente, 70% do custo total.
O ideal seria investir em uma planta de processamento de alimentos termo
processados, com o intuito, único e exclusivo, de adquirir conhecimento suficiente
para, se necessário for, ter plena condição de produzir a própria Ração.
No inicio, a planta trabalharia como um laboratório, com a finalidade de
desenvolver os produtos e manter o pessoal treinado para, caso seja necessário,
produzir o alimento para distribuição à tropa e/ou para compor os kits de rações
operacionais.
São alimentos com esterilidade comercial armazenados em embalagens
flexíveis, propiciando que o produto permaneça em temperatura ambiente, depois de
totalmente pronto, por um período de até 24 meses. A tecnologia descarta
totalmente a cadeia de frio e, desta forma, proporciona menores custos com
37 armazenagem
e
transporte.
Esta
tecnologia
garante
segurança
alimentar,
conveniência e praticidade, além de permitir pouca ou nenhuma alteração nas
qualidades organolépticas do alimento.
Não é interesse deste pesquisador ir de encontro com a indústria de defesa
nacional e diminuir a participação desta junto ao Ministério da Defesa, e sim,
propiciar condições de pesquisa e estudos, que podem ocorrer em conjunto com as
empresas nacionais, fins, principalmente, manter-se atualizado nas tendências
atuais.
38 5 CONCLUSÃO
Desta forma, são conclusões deste trabalho:
• De acordo com Doutrina de Logística Militar a padronização e a
centralização de tarefas, visando à interoperabilidade são sempre essenciais.
• Não existem diferenças significativas entre a composição das rações
operacionais de mesmo emprego entre as Forças, assim como os produtos não
apresentam diferenças calóricas.
• São gastos 22,8 milhões de reais com rações operacionais, em média, por
ano.
• São produzidas 765 mil rações anualmente.
• O Exército Brasileiro é responsável pelo consumo de 70% das rações
operacionais distribuídas, enquanto a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira
participam com 20% e 10%, respectivamente.
• O principal fornecedor das Forças Armadas é responsável pela entrega de
98% do total de Rações operacionais a serem utilizadas pelas Forças Armadas.
• A ração de sobrevivência da Força Aérea não disponibiliza alimento básico
como as demais forças. Ou seja, além de custar 12% a mais que a ração do
Exército, apresenta, ainda, uma quantidade menor de itens.
• Do total das rações produzidas 57% são para emprego em combate. As
rações de sobrevivência e sobrevivência no mar participam com 18% e 25%,
respectivamente.
• A melhor solução, em termos financeiros, é adquirir os kits de rações
prontos. A FAB, ao montar seus kits, apresenta um dispêndio maior que as demais
forças.
• É viável, qualitativa e financeiramente, a unificação da aquisição e
distribuição dos kits de rações operacionais, por meio da criação de um Centro de
Distribuição (CD) para as Forças Amadas, com a finalidade de padronizar os
produtos, otimizar controles e reduzir custos.
• Um Centro de Distribuição constitui um dos mais importantes e dinâmicos
elos da cadeia de abastecimento. O CD é um armazém, situado em uma unidade de
abastecimento das Forças Armadas, cuja missão consiste em gerenciar o fluxo de
materiais e informações, consolidando estoques e processando pedidos para a
distribuição física;
39 • Em virtude de 86% do total de Rações Operacionais serem distribuídas
para a região sudeste é interessante que o Centro de aquisições e distribuição fique
sediado na cidade do Rio de Janeiro, uma vez que otimizaria a entrega dos kits.
• É estratégico para o Ministério da Defesa estudar a possibilidade de
produzir o alimento básico das Rações Operacionais – alimentos termo processados
– com a finalidade de se obter conhecimento sobre a tecnologia aplicada e, no
futuro, ter a possibilidade de fornecer esta alimentação para os CD de Rações
Operacionais.
• A montagem de uma planta piloto para desenvolver projetos de produção
dos alimentos termo processados é necessária para evitarmos problemas futuros
com a disponibilidade de Rações Operacionais.
• A planta para a produção de alimentos termo processados poderia ser
utilizada, caso fosse necessário, para suprir as Forças e possibilitar as montagens
dos kits de ração operacional.
• Devem ser envidados esforços para cadastrar outros fornecedores de
rações
operacionais,
para
abastecimento do produto.
não
haver
problemas
de
descontinuidade
de
40 REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Defesa, Comando da Aeronáutica. Estado-Maior da
Aeronáutica. Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira: DCA 1-1. Brasília, DF,
2005.
______. Comando-Geral do Ar. Diretriz Operacional nº 05: DIROP PRO-05.
Brasília, DF, 2002.
______. Comando-Geral do Pessoal. Portaria COMGEP nº 81/EM. Brasília, DF,
2008.
______. Diretoria de Intendência. Norma do Sistema de Intendência Operacional:
NSCA 400-2. Rio de Janeiro, RJ, 2008.
______. Diretoria de Intendência. Norma do Sistema de Provisões: NSCA 1681.Rio de Janeiro, RJ, 2002.
______. Diretoria de Intendência. Regulamento da Diretoria de Intendência:
ROCA 21-26. Rio de Janeiro, RJ, 2005.
______. Diretoria de Intendência. Regulamento do Depósito Central de
Intendência: ROCA 21-27. Rio de Janeiro, RJ, 2008.
______. Estado-Maior da Aeronáutica. Apoio
Desdobradas: MMA 400-1. Brasília, DF, 1994.
Logístico
às
Unidades
______. Estado-Maior da Aeronáutica. Doutrina de Logística da Aeronáutica: DCA
2-1. Brasília, DF, 2003.
______. Estado-Maior da Aeronáutica. Glossário da Aeronáutica: MCA 10-4.
Brasília, DF, 2001.
______. Estado-Maior da Aeronáutica. Manual de Unidade Celular de Intendência:
MMA 400-3. Brasília, DF, 1976.
______. Gabinete do Comando. Portaria nº 594/GC3. Brasília, DF, 2008.
______. Ministério da Defesa. Secretaria de Logística e Mobilização. Doutrina de
Logística Militar: MD42-M-02. Brasília, DF, 2002.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Campus,
2001.
HILL, Arthur . Centros de Distribuição: estratégia para redução de custos e garantia
de entrega rápida e eficaz. In. CONFERÊNCIA SOBRE LOGISTICA
COLABORATIVA, 4., 2003, São Paulo. Anais... São Paulo: Accenture, 2003.
41 History of Military Nutrition Research. Disponível em: http://military-nutrition.com/.
Acesso em: 23 de maio de 2011.
KOEHLER, Franz A., Special Rations for the Armed Forces: Army Operational
Rations - A Historical Background, QMC Historical Studies, Historical Branch, Office
of the Quartermaster General, Washington, D.C. (1958)
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de A. Metodologia do Trabalho
Científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 219 p.
MOURA, Reinaldo A. Administração de Armazéns. Instituto IMAM, 2000.
POIRIER, C. C., Advanced Supply Chain Management: how to build a sustained
competitive advantage. São Francisco: Berret-Koehler Publishers, 1999.
PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da
Concorrência, 7ª ed. Rio do Janeiro: Campus, 1997, do original “Competitive
Strategy”, 1980 by Free Press. 1980.
U.S. Army Quartermaster Museum, RATIONS: The History of Rations, Conference
Notes prepared for the Quartermaster General, The Quartermaster School
(January 1949).
VALENTE, J. C. M. G. Centralização de compras como estratégia logística
competitiva. Portugal, 2005.
42 APÊNDICE A - MODELO DO QUESTIONÁRIO ENTREVISTA
ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA
CURSO DE ALTOS ESTUDOS DE POLÍTICA E ESTRATÉGIA
TURMA SEGURANÇA E DESENVOLVIMENTO
QUESTIONÁRIO DIRIGIDO AOS GESTORES ENVOLVIDOS NOS PROCESSOS DE
AQUISIÇÃO,
MONTAGEM,
ARMAZENAMENTO
E
DISTRIBUIÇÃO
DE
RAÇÃO
OPERACIONAL DO MINISTÉRIO DA DEFESA
Prezado companheiro,
Estou utilizando este questionário para coletar os dados necessários para a
realização de uma pesquisa científica a ser apresentada no curso de altos estudos de
política e estratégia da Escola Superior de Guerra.
Por favor, responda às questões com a maior sinceridade possível. O tema do trabalho é
“Unificação na produção da Ração Operacional para as Forças Armadas: uma proposta de
integração”.
Não é objetivo deste pesquisador modificar procedimentos dos diversos comandos militares
e sim, gerar informações comparativas entre as Instituições das Forças Armadas.
Como é de conhecimento de Vossa Senhoria o tempo destinado para este pesquisador
desenvolver não só a coleta de informações, mas também compilar as respostas e gerar o
trabalho final é deveras restrito. Assim solicito a possibilidade de que o questionário seja
restituído nos endereços abaixo, em 10 (dez) dias.
Em caso de duvidas favor contatar-me:
Email: [email protected]
[email protected]
Celular: 21 9629 1692
Obrigado pela colaboração!
Atenciosamente,
Mauro Dias da Silva- Cel Int
43 ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA
1) Quais são os tipos de Rações Operacionais utilizadas pela sua Força, o valor
calórico e sua respectiva finalidade (por quanto tempo mantém um homem em
combate ou sobrevivência e em qual terreno/ambiente)?
Tipo
(Sigla)
Nome da Ração
Valor
calórico
Finalidade/Utilização
2) Quais as quantidades produzidas, em kits, e custo unitário, em reais, das Rações
Operacionais nos últimos dois anos?
Tipo de ração
2009
Quant.
2010
Custo
Quant.
Custo
3) De que maneira as rações foram distribuídas no que diz respeito à relação número
de unidades e quantidades de rações por região do país? Preencher na última linha
a quantidade de Unidades Militares que foram atendidas com Rações Operacionais
por região em 2010.
Tipo de
Ração
Unidades
Militares por
região
Quantidades de Kits de Ração Operacional distribuídos por Região em
2010
Norte
Nordeste
Sul
Sudeste
Centro Oeste
44 4) Qual a composição completa de cada Tipo de Ração Operacional, divididos por
grupos de alimentos? Montar uma tabela, exemplo abaixo.
CARDÁPIO
ITENS CARDÁPIO
BEBIDAS
Bebida láctea sabor chocolate - 01 sachet c/ 40 g
Bebida láctea salada de frutas - 01 sachet c/ 40g
Refresco de frutas - 01 sachet c/ 23g
Água - 04 sachet 175 ml
Repositor hidroeletrolítico - 01 sachet c/ 28 g
Repositor hidroeletrolítico - 01 sachet c/ 23 g
Quantidades por Tipo de Ração
R4B
R2A
R4C
1
1
1
0
0
1
1
1
1
0
1
1
0
0
0
1
0
0
BISCOITOS E CEREAIS
Biscoito cream craker - 01 sachet c/ 50 g
Barra de cereais c/ frutas - 02 und c/ 25 g
1
2
2
2
0
0
BALAS E DOCES
Bananada açucarada - 01 und c/ 30 g
Pastilha de café - 01 sachet c/ 02 und de 0,75 g
Rapadura - 01 sachet c/ 25 g
Balas de goma (jujuba) - 01 sachet c/ 50 g
05 tabletes de 5 g de goma de mascar
200 g de bala de goma
1
1
1
0
0
0
0
2
1
1
0
0
0
0
0
0
1
1
ALMOÇO E JANTAR
Farinha de mandioca - 01 sachet c/ 40 g
0
1
0
Arroz - 01 sachet c/ 150 g
0
1
0
Salpicão de frango ou atum - 01 sachet c/ 250 g
1
1
0
Salsicha - 01 sachet c/ 150g
1
1
0
Alimento Básico
0
1
0
Alimento Básico ( 01 sachet de 250 g de alimento termo processado) : Cassulet de
frango ou Feijoada ou Gulash de carne bovina ou Suíno Acantus.
5) Descrever, de forma objetiva, a metodologia de aquisição de Rações Operacionais.
Definir qual/quais Unidades Militares são responsáveis pelo planejamento das
necessidades e execução da aquisição, montagem, armazenagem e distribuição.
6) Em que período do ano ocorre cada um dos processos desde o levantamento das
necessidades até o produto posto na unidade que irá utilizá-lo e qual o tempo médio,
em dias, utilizados para cada fase?
7) Qual o prazo de validade de cada tipo de ração? O que é feito (controles, destino,
reprocesso) com as rações vencidas?
8) Qual o valor total de recursos orçamentários foi utilizado para a aquisição de Rações
Operacionais em 2010?
9) Quais são os principais fornecedores de Ração Operacional de sua Instituição? Qual
o valor empenhado no ano de 2010 para cada um deles?
45 10) Quais são os efetivos envolvidos em cada fase dos processos de aquisição,
montagem, armazenamento e distribuição de Rações Operacionais? Os efetivos são
destinados a apenas esta atividade ou tem outras atribuições?
11) Quais as Legislações que regulam e norteiam a tarefa Ração Operacional?
12) Quais os Principais óbices com a tarefa Ração Operacional?
13) Quais os principais pontos fortes com a tarefa Ração Operacional?
14) Por favor, utilize o espaço abaixo para toda e qualquer consideração que julgue
necessária.
46 APÊNDICE B - QUADRO DAS ENTREVISTAS RECEBIDAS
1
Entrevistado
CA (IM) Walter Lucas da Silva
2
CMG (IM) Wagner Emygdio Ribeiro
3
CC (IM) Sandro Pio da Silva
4
5
6
7
8
9
CF (EN-RM1) Willy de Souza Lieberenz
CC (IM) Marcelo José
CT (IM) Ornei Pena Rocha Junior
Cel Int (EB) Elisiario Brito
Brig Int Eurico Jorge de Lima
Cel Int (FAB) Odilor da Silva Lopes
Função atual
Diretor do Centro de Controle de Inventários
da Marinha (CCIM)
Diretor do Centro de Obtenção da Marinha no
Rio de Janeiro (COMRJ)
Encarregado da Divisão de Aquisição do
COMRJ
Chefe do Departamento Técnico (DAbM)
Gerência de Subsistência do CCIM
Gerente de Material Comum do CCIM
Subdiretor de Abastecimento
Subdiretor de Abastecimento da Aeronáutica
Diretor da Fazenda da Aeronáutica de
Pirassununga
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unificação na produção da ração operacional para as forças