REINO METAPHITA Reino Plantae ou Reino Vegetalia Critérios usados na classificação de plantas Os critérios usados exclusivamente no estudo das plantas são os seguintes: vasos condutores – a presença de vasos condutores de água, sais minerais e moléculas orgânicas com origem na fotossíntese é um importante critério de classificação vegetal pois está relacionado com o grau de adaptação ao meio terrestre; semente – a presença de semente, um órgão reprodutor particularmente bem adaptado á dispersão em meio terrestre, também revela um elevado grau de evolução; flor – intimamente relacionado com os aspectos anteriores, também é característica de plantas terrestres bem adaptadas. Neste reino são consideradas diversas divisões: Divisão Bryophyta Divisão Tracheophyta Subdivisão Lycophytina Subdivisão Sphenophytina Subdivisão Pterophytina Divisão Bryophyta O filo das Briófitas compreende as plantas simples comumente denominadas "musgos" e "hepáticas". Não atingem grande altura e só vivem em ambientes úmidos. As briófitas não têm flores, frutas nem sementes. São morfologicamente mais avançadas que as algas. Avanços das Briófitas As Briófitas são seres pluricelulares, clorofilados, com reserva de amido e parede celular de celulose. As Briófitas possuem uma camada de células estéreis chamada cutícula, o que constitui a proteção externa da briófita. As Briófitas podem ser anatomicamente divididas em briófitas com gametófito folhoso e briófitas com gametófito taloso. Nas Briófitas com gametófito folhoso (musgos e certas hepáticas), o gametófito pode ser dividido em rizóides, caulóide e filóides, comparáveis com as raízes, caules e folhas das plantas vasculares. Taxonomia das Briófitas As briófitas são divididas atualmente em três grandes classes: Hepaticae, Anthocerotae e Musci (hepáticas, antóceros e musgos). Hepaticae A classe Hepaticae é composta por aproximadamente 10.000 espécies distribuídas em 3.000 gêneros. "Hepaticae" significa "semelhantes a um fígado", nome escolhido por causa da forma de fígado do gametófito de certas espécies. Hepática do gênero Blasia Anthocerotae A classe Anthocerotae (antóceros) é composta por 7 ou 9 gêneros distribuídos normalmente em 3 famílias. O gametófito dos antóceros é taloso, pequeno (normalmente 1 a 2 centímetros de comprimento) O esporófito dos antóceros é duradouro e cresce constantemente durante a vida da planta, ocorrência exclusiva a esta classe de plantas. Isto ocorre devido a um grupo de células próximas a base que nunca param de se multiplicar. Nenhum outro tipo de planta possui esta característica. Antócero do gênero Phaeoceros. Diagrama de antócero. Musci A classe Musci (musgos) é a maior classe de briófitas, com mais de nove mil espécies classificadas. O gametófito dos musgos é fixado ao substrato pelos rizóides, estruturas análogas das raízes das plantas superiores. Os rizóides são conectados aos filóides (pequenas "folhas" dispostas em espiral) pelo caulóide, estrutura semelhante ao caule de uma planta vascular. Apesar de não possuírem tecido condutor, alguns musgos têm no interior do caulóide um canal semelhante a uma veia, que auxilia no transporte de nutrientes. O corpo de um musgo típico é constituído por: Rizóides, que apenas têm a função de aderência ao substrato pois a absorção de água e sais minerais ocorre diretamente através das células aéreas. Este fato é explicado pela ausência de verdadeiros vasos condutores. Caulóide que consiste numa epiderme, parênquima e uma zona central com células alongadas mas sem espessamentos, com função de ajudar no transporte de água e nutrientes. A falta de células espessadas no caulóide é outro dos motivos porque os musgos não atingem grande tamanho; Filóides fotossintéticos, com apenas uma célula de espessura, com exceção da “nervura” central – camada - que é um pouco mais espessa. Os primeiros filóides que se formam são sobrepostos mas os seguintes formam uma espiral, em torno do caulóide. Nas partes aéreas, os musgos podem apresentar estômatos. Para que as hepáticas, o segundo grupo mais importante de briófitas, não fiquem ignoradas, o quadro seguinte tenta estabelecer uma comparação entre características de musgos e hepáticas, embora sejam mais as exceções a estas regras do que as que gostaríamos de reconhecer. Os antóceros são bastante semelhantes às hepáticas (com exceção da forma do filóide, que será alongada (como um chifre) nos antóceros. Importância das Briófitas As Briófitas são importantes componentes da biomassa, e são essenciais para alguns ecossistemas por serem parte de sua cadeia alimentar (certos animais comem musgos). As Briófitas, por absorverem muita água, evitam a erosão do solo em locais onde crescem abundantemente. Assim como os líquens, são indicadores da poluição ambiental. As Briófitas podem ser utilizadas em pesquisas biológicas, farmacêuticas e para extração de essências. As Briófitas podem ser cultivadas como ornamentais. Divisão Tracheophyta Um dos eventos chave da evolução vegetal terá sido, sem dúvida, o surgimento de vasos condutores, uma característica que permitiu a conquista do meio terrestre. Devido às suas adaptações ao meio terrestre, as traqueófitas são dominantes neste habitat, existindo atualmente 250000 espécies. Acrescentam-se ainda várias divisões extintas de plantas vasculares. Caracterização A esta divisão pertencem as plantas vasculares. A sua grande maioria é terrestre mas algumas podem vivem em zonas alagadas. Estas plantas, as mais evoluídas na Terra, apresentam elevada diferenciação tecidular, originando órgãos como caules, raízes e folhas. Os tecidos vasculares transportam água e alimento a toda planta. Apresentam importantes adaptações ao meio terrestre: cutícula – cobertura cerosa das folhas e alguns caules, impede a excessiva perda de água; estômatos – aberturas na superfície corporal por onde se realizam as trocas gasosas, que podem ser reguladas, evitando a excessiva perda de água; raízes verdadeiras – estruturas especialmente adaptadas à fixação e absorção de água e nutrientes do solo; caules com lignina e folhas verdadeiras – órgãos aéreos com elevada resistência, o que permite maior tamanho e grande superfície fotossintética; vasos condutores - tecidos de transporte especializados em deslocar seiva bruta e elaborada a grandes distâncias; estruturas estéreis de proteção aos gametas; esporos e sementes resistentes. Subdivisão Lycophyta Licofitas arbóreas são as plantas dominantes nas jazidas de carvão do Carbonífero. São plantas que geralmente vivem em locais tropicais úmidos, embora a sua distribuição vá desde o ártico a zonas tropicais. No entanto nunca são membros muito distintos da cobertura vegetal, sendo mais notórias em zonas temperadas e frias no Inverno pois são sempre verdes.(Selaginela e Licopodium) Subdivisão Sphenophyta Outrora abundantes tal como as licofitas, atualmente apenas o gênero herbáceo Equissetum (cavalinha) sobrevive, com cerca de 15 espécies. Estas plantas vivem em zonas pantanosas, com caules articulados e rugosos, crescendo a partir de um rizoma perene. Subdivisão Pterophytas A este grupo pertencem todas as restantes plantas atuais, consideradas as mais evoluídas dentro da divisão. Essencialmente terrestres, estas são plantas com folhas grandes e de nervuras ramificadas, melhor adaptadas ao meio terrestre pois captam mais luz com menos tecido de suporte megáfilos. Classe Felicinae (pteridófitas) Classe Gimnospermae Classe Angiospermae A Classe das Felicíneas(Pteridófitas) compreende nove a doze mil espécies de plantas conhecidas popularmente como samambaias (no Brasil) ou fetos (nos outros países lusófonos) e as avencas. Caracterização das felicíneas A esta classe pertencem as samambaias e avencas, que apresentam uma mistura característica de aspectos de plantas vasculares primitivas e mais evoluídas. As samambaias são plantas vasculares (com vasos condutores), as primeiras a apresentar verdadeiras folhas, o que os torna muito melhor adaptados à vida em meio terrestre que as plantas anteriormente referidas. Por este motivo, apesar de preferirem ambientes úmidos e sombrios, para os quais estão particularmente bem adaptados, conseguem sobreviver em zonas áridas. No entanto, nessas condições apenas se reproduzem sexuadamente na época das chuvas. As samambaias e as avencas apresentam um rizoma, que produz novas folhas todos os anos. As folhas, ou frondes, são megáfilos equipados com uma vasta rede vascular e representam a parte mais notável do esporófito. A fronde é geralmente composta, ou seja, dividida em folíolos, pínulas ou pinas, presas na raque, uma extensão do pecíolo. A sua elevada razão área/volume permite-lhes captar luz muito eficientemente em zonas sombrias, que são geralmente o seu habitat. As folhas jovens são enroladas – báculos – devido ao crescimento menor da parte inferior da folha. Este tipo de desenvolvimento das folhas protege o delicado meristema apical e impede a perda excessiva de água por evaporação. Reprodução ESPERMATOFITAS Plantas com sementes Uma das mais importantes inovações durante a evolução vegetal foi a semente, que foi a principal causa do domínio das espermatófitas (plantas com semente) na flora atual Classe Gimnospermae O nome da classe (Gimnospermae = semente nua) refere precisamente o fato de as sementes e óvulos destas plantas se encontrarem expostos sobre a superfície dos esporófitos ou estruturas análogas . Todas as plantas são terrestres, e embora apresentem tamanhos variados (as sequóias atingem 120 metros de altura e 10 metros de diâmetro), são sempre árvores ou arbustos. Este fato deriva de apresentarem, pela primeira vez neste reino, crescimento secundário, ou seja, o seu crescimento é contínuo tanto em altura, como em largura. Os principais grupos de gimnospermas são as cicas (as primeiras gimnospermas, sobreviventes do tempo dos dinossauros), o Ginkgo (única árvore do seu gênero sobrevivente e que parece ter mudado muito pouco em 80 milhões de anos) e as coníferas (pinheiros, cedros, ciprestes, sequóias, etc.). Classe Angiospermae A classe das angiospermas é a maior dos organismos fotossintéticos, incluindo mais de 230000 espécies. As angiospermas dominam completamente o mundo vegetal dos últimos 100 milhões de anos. Sem elas não existiriam as cores das flores e frutos, bem como as belas cores outonais das folhas das árvores. Estas plantas evoluíram de modo a estarem perfeitamente adaptadas à vida em meio terrestre e em contato com animais. Caracterização As características vegetativas destas plantas são muito variadas, variando desde os eucaliptos gigantes com mais de 100 metros de altura e e 20 metros de diâmetro, até monocotiledôneas flutuantes, não maiores que 1 mm de comprimento. Todas as angiospermas, com muito poucas exceções, são de vida livre, embora existam seres saprófitos e parasitas, não apresentando clorofila. Estas plantas saprófitas estabelecem obrigatoriamente relações com um fungo micorrízico, o qual, por sua vez, está associado a uma outra planta fotossintética. Deste modo, o fungo serve de intermediário entre a planta fotossintética e a saprófita, o que a tornaria mais um organismo parasita que saprófito. Existem cerca de 2800 dicotiledôneas e cerca de 200 monocotiledôneas parasitas, que formam estruturas de absorção especializadas - haustórios - que penetram nas células do hospedeiro. O sucesso das angiospermas em meio terrestre reside, em parte na presença de elementos dos vasos, o que torna o seu xilema mais eficiente no transporte de água. Outro aspecto fundamental para esse sucesso é a presença de falhas largas, com uma tremenda capacidade fotossintética. Este tipo de folha perde enorme quantidade de água por evaporação, mas a presença de um xilema tão eficiente compensa essa dificuldade. A queda das folhas no Inverno permite uma poupança de energia quando as condições não são as ideais, bem como impede a destruição e acumulação de danos nessas estruturas fundamentais. As folhas das angiospermas são de crescimento rápido, principalmente nas plantas herbáceas, o que lhes permite sobreviver ao herbivorismo. As angiospermas, desenvolveram uma estrutura especialmente bem adaptada à reprodução sexuada em meio terrestre e em presença de animais, a flor. A polinização por insetos, atraída por flores vistosas e néctar, foi selecionada devido à sua elevada eficiência. A cor das flores é uma das características mais notórias das angiospermas, mas no entanto, é devida a uma concentração de pigmentos que existem em todas as plantas, apenas não se encontram concentrados numa estrutura como neste caso A taxa de reprodução é de duas a quatro vezes maior que as giminospermas pois produzem sementes com elevado conteúdo em reservas e com menor necessidade de luz para a germinação. A produção de frutos carnudos e apetitosos permite à planta “utilizar” os animais na dispersão das sementes neles contidas. As sementes, elas próprias, apresentam frequentemente ganchos e espinhos que se agarram ao pelo dos animais, que as espalham inconscientemente. O seu sucesso deve-se, portanto, à sua excepcional adaptação á vida em terra e com animais Esta divisão inclui dois grandes grupos, as Monocotiledôneas com cerca de 65000 espécies e as Dicotiledôneas, com cerca de 170000 espécies. As semelhanças entre estes dois grupos são bem maiores que as diferenças, apesar de serem facilmente reconhecíveis