1 JOSÉ GILDO DA SILVA FILHO ANÁLISE DAS COMPETÊNCIAS EM GESTÃO FINANCEIRA REQUERIDAS DOS PREFEITOS MUNICIPAIS DO ESTADO DA PARAÍBA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Serviço de Estágio Supervisionado em Administração, do Curso de Graduação em Administração, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento às exigências para a obtenção do Grau de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Rosivaldo de Lima Lucena João Pessoa – PB Maio de 2007 2 Ao Professor Orientador Rosivaldo de Lima Lucena, Solicitamos examinar e emitir parecer no Trabalho de Conclusão de Curso do aluno José Gildo da Silva Filho. João Pessoa, 18 de maio de 2007. ___________________________ Prof. Ivan Ramos Cavalcanti Coordenador do SESA Parecer do Professor Orientador: ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 3 JOSÉ GILDO DA SILVA FILHO ANÁLISE DAS COMPETÊNCIAS EM GESTÃO FINANCEIRA REQUERIDAS DOS PREFEITOS MUNICIPAIS DO ESTADO DA PARAÍBA Trabalho de Conclusão de Curso Aprovado em: Banca Examinadora ___________________________ Prof. Rosivaldo de Lima Lucena Orientador – DA/CCSA/UFPB __________________________ Prof. Jorge de Oliveira Gomes Examinador - DA/CCSA/UFPB ___________________________ Prof. Adilis de Oliveira Rocha Examinadora- DFC/CCSA/UFPB 4 DEDICATÓRIA Com eternas saudades, dedico ao meu pai José Gildo da Silva (in memoriam), por tudo que me ensinou, por todos os conselhos, e por todos os esforços que fez em vida para que eu fosse o homem que sou. Com muito amor, dedico à minha mãe “Dona Deca”, por também tudo que me ensinou e lutou em nossa vida, por seu amor e dedicação. Dedico também à minha esposa Flávia, por todo amor e carinho que sempre apresentou por mim, por seu apoio e paciência em toda essa jornada. Com esperança, dedico este trabalho aos meus filhos Maria Júlia e João Pedro que são, simplesmente, a razão da minha vida. 5 AGRADECIMENTOS Ao grande amigo e orientador, Professor Rosivaldo de Lima Lucena, que soube compreender minhas dificuldades, apresentando-me os caminhos mais inteligentes na condução deste trabalho. À todos os professores que contribuíram de forma direta e indireta para minha formação intelectual e profissional de Administrador. Aos colegas de trabalho e de sala de aula que dividiram e multiplicaram o conhecimento. Enfim, a todos que contribuíram para meu crescimento pessoal e profissional, fazendo-me uma pessoa diferente de quando adentrei nessa universidade. 6 RESUMO O objetivo deste trabalho de conclusão de estágio é identificar as competências em Gestão Financeira requeridas dos Prefeitos Municipais do Estado da Paraíba, como forma de discutir a eficiência da gestão pública municipal, no sentido de buscar uma melhor prestação dos serviços públicos, conforme é exigido na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Esta pesquisa buscou primeiramente apresentar os elementos que constituem a administração gerencial pública, no tocante ao orçamento e gerenciamento de receitas e despesas. Ainda no referencial teórico levantamos as competências exigidas do administrador privado para o ótimo exercício da sua função, com o propósito de fazer uma analogia com a gerência pública municipal, visando identificar quais as competências são exigidas do gestor municipal para o desempenho do cargo. Num terceiro momento, foi feita uma pesquisa exploratória em 11 municípios do Estado, através da aplicação de questionários entre os prefeitos desses municípios e também entre os habitantes, com o propósito de identificar a percepção dos respondentes sobre o tema estudado; finalizando tal pesquisa, analisamos os relatórios, emitidos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), das prestações de contas de cada município visando à comprovação da realidade da gestão pública municipal. Buscou-se ainda analisar se os produtos e serviços oferecidos pelo sistema bancário atendem a esta lacuna gerencial. Como resultados observados, destacam-se o conhecimento limitado dos prefeitos das exigências constantes na LRF e a carência de conhecimentos gestão financeira de alguns gestores, exigindo uma nova postura do Governo Federal, seja através de oferta de capacitação a esses gestores ou através de novos sistemas de informação. Considerando o dinamismo da gestão pública, com as alternâncias de gestores a cada pleito eleitoral, a escassez de recursos e o aumento das necessidades públicas, a análise do tema pela Universidade e Sociedade se reveste de extrema importância. Palavras-chaves: Competências. Gestão Financeira. Eficiência. Eficácia. Sociedade. 7 ABSTRACT The present work aims to identifying the required abilities in Financial Management from Paraíba’s Mayors, as a form to argue about the efficiency of public administration, in search for better public services, as it is demanded by the LRF Law of Fiscal Responsibility. This research has been initially focused on presenting the elements that constitutes the public managemental administration, specially the budget and the accrual basis management. Yet in theoretical referencial, we have researched private administrator’s more demanded skills for a good performance, aiming to establish na analogy with the municipal public management, looking for the municipal manager’s demanded abilities for a better performance. In a third moment, the research in 11 cities of the State was made, by the application of questionnaires among these city mayors and also its inhabitants, aiming to identify the perception of the respondentes on the studied subject. At the end of such research, we analyze the reports, emitted by the (TCE), of the renderings of accounts of each city aiming to search for evidence of the reality of the municipal public administration. One still searched to analyze if the products and services offered by the banking systems take care of this managemental gap. As observed results, we is of distinguished the limited knowledge of the mayors about the constant requirements in the LRF and the lack of knowledge financial management of some managers. This demands a new position of the Federal Government, either throught qualification to these mangers or through new information systems. Considering the dynamism of Public Manangement, with the alternations of managers to each electoral process, the scarcity to resources and the increas of the public conveniences, the analysis of the subject for the university and society extreme importance. Key Words: Abilities. Financial Management. Efficiency. Effectiveness. Society. 8 LISTA DE QUADRO E TABELAS Quadro 1 - Percentual de crescimento da FPM na Receita Pública Municipal................ 28 Quadro 2 - Percentuais de distribuição do FPM............................................................... 29 Quadro 3 - Quadro de distribuição do FPM por região.................................................... 29 Quadro 4 - Classificação de porte por faturamento.......................................................... 34 Quadro 5 - Esquema de elaboração do PPA e a LDO....................................................... 39 Quadro 6 - Percepção em relação às competências pessoais e da equipe de governo..... 57 Quadro 7 - Opinião em relação às novas responsabilidades após a CF 88...................... 58 Quadro 8 - Identificação do conhecimento e da necessidade de treinamento.................. 59 Quadro 9 - Correlação do processo de planejamento com o conhecimento do Prefeito.. 60 Quadro 10 - Auto-avaliação do gestor municipal............................................................. 61 Quadro 11 - Reflexão da necessidade de uma gestão pública mais eficiente................. 62 Quadro 12 - Reflexão dos deveres e responsabilidades do cidadão................................ 63 Quadro 13 - Identificação das competências do Prefeito por parte da população........... 64 Quadro 14 - Acompanhamento do nível sócio-educacional dos prefeitos municipais.... 65 Quadro 15 - Demonstrativo do nível de Escolaridade Prefeitos Municipais.................... 70 Quadro 16 - Tela principal do AASP – Auto Atendimento Setor Público....................... 72 Quadro 17 - Resultado final da amostra........................................................................... 79 9 SUMÁRIO 11 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 15 1.1Delimitação do Tema ......................................................................................................... 1.2 Justificativa ...................................................................................................................... 17 1.3 Objetivos .......................................................................................................................... 20 20 1.3.1 Objetivos Gerais............................................................................................................. 1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 20 21 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 22 2.1 Elementos constitutivos da Administração Gerencial Pública ............................................ 2.1.1 Gestão Orçamentária ...................................................................................................... 22 23 2.1.2 Orçamento Público......................................................................................................... 2.1.3 Evolução do Orçamento Tradicional para o Orçamento Programa ................................24 2.1.3.1 Orçamento Tradicional ................................................................................................ 24 2.1.3.2 Orçamento Programa................................................................................................25 2.1.4 Finanças Públicas .......................................................................................................... 26 2.1.4.1 Receita Pública............................................................................................................ 26 2.1.4.2 Despesa Pública .......................................................................................................... 30 2.2 Papéis do Administrador ................................................................................................32 2.2.1 Orçamento e Planejamento Financeiro............................................................................ 33 2.1.2 Gestão Financeira........................................................................................................... 33 2.2.3 Geração de Receitas ....................................................................................................... 35 2.2.4 Controle de Despesas ................................................................................................ 35 2.3 A Administração Pública Municipal.................................................................................. 35 2.3.1 Planejamento Municipal................................................................................................ 37 2.3.1.1 PPA Plano Plurianual ................................................................................................38 2.3.1.2 LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias....................................................................... 38 2.3.1.3 LOA – Lei de Orçamento Anual.................................................................................. 39 2.3.1.4 A Execução Orçamentária e Financeira ....................................................................... 40 2.3.2 LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal............................................................................ 42 2.3.2.1 Planejamento............................................................................................................... 43 2.3.2.2 Transparência .............................................................................................................. 44 2.3.2.3 Controle ...................................................................................................................... 45 2.3.2.4 Prestação de Contas................................................................................................ 46 47 2.3.2.5 Erro ou Corrupção....................................................................................................... 2.4 Competência ..................................................................................................................... 49 53 3 METODOLOGIA DE PESQUISA.................................................................................... 3.1 Natureza da Pesquisa......................................................................................................... 53 3.2 Método de Abordagem...................................................................................................... 53 3.3 Método de Procedimento................................................................................................53 3.4 Técnica de Pesquisa .......................................................................................................... 54 3.5 Instrumentos de Pesquisa ................................................................................................54 3.6 Tratamento dos dados........................................................................................................ 55 3.7 Universo de Amostra......................................................................................................... 55 3.8 Sujeitos da Pesquisa .......................................................................................................... 55 56 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.............................................................. 4.1 Questionário aplicado aos Prefeitos .................................................................................. 56 4.2 Questionário aplicado à população .................................................................................... 61 4.3 Análise dos relatórios emitidos pelo TCE .......................................................................... 66 4.4 Análise do nível sócio-educacional dos Prefeitos Municipais do Estado da Paraíba ........... 69 10 4.5 Análise dos produtos e serviços oferecidos aos municípios pelo Sistema Bancário ............ 70 79 5 CONCLUSÕES ................................................................................................................. 79 5.1 Considerações Finais......................................................................................................... 5.2 Recomendações ................................................................................................................ 80 Referências ............................................................................................................................ 82 APÊNDICE A – E-mail usado para enviar o questionário às prefeituras .......................... 85 86 APÊNDICE B – Questionário a ser respondido pelo Prefeito Municipal........................... APÊNDICE C – Questionário a ser respondido pelos habitantes do município ................ 88 APÊNDICE D – Solicitação formal enviada ao TCE – Tribunal de Contas do 90 Estado ................................................................................................................................ APÊNDICE E – Resultados dos questionários respondidos pelos Prefeitos 92 Municipais............................................................................................................................. APÊNDICE F – Resultados dos questionários respondidos pelos habitantes dos 94 municípios estudados ............................................................................................................ ANEXO A – Tabela de Grau de Instrução dos Prefeiros Municipais do País – Ano 96 Base 2002............................................................................................................................... ANEXO B – Quadro resumo dos municípios do Estado e os convênios de FOPAG, 97 EC 29, Arrecadação e AASP – Auto Atendimento do Setor Público ................................ 11 1 INTRODUÇÃO O surgimento do Estado ocorre no momento em que o povo ser organiza politicamente buscando uma união de princípios e valores, de uma consciência única; enfim, de uma nacionalidade. Segundo Baleeiro (1998) o conceito de Estado varia conforme a abordagem ou ponto de vista em que é analisado: a) Visão Sociológica - corporação territorial dotada de um poder de comando; b) Visão Política - comunidade de homens, fixada sobre um território, com potestade superior de ação, de comando e de coerção; c) Visão Constitucional - pessoa jurídica territorial soberana.. Com o surgimento e constituição do estado, através dos três elementos originários e indissociáveis: Povo, Território e Governo soberano; surge também a vontade estatal manifestada através dos três poderes do Estado. Esses poderes, na clássica tripartição de Montesquieu (Legislativo, Executivo e Judiciário) são instrumentais da administração pública, organizados de forma a desempenhar as funções primordiais e peculiares do Estado: normatizar (legislação); disciplinar (fiscalização) e executar (administração) através dos atos relativos ao exercício do poder. Do ponto de vista histórico, destaca-se a evolução do processo de administração pública, onde o modelo administrativo apresenta uma evolução da visão da gestão pública de forma gradativa, conforme abaixo: Visão Patrimonialista – nessa fase, o gestor público achava que a rés públicas era de sua propriedade. O modelo passa a ser combatido a partir da década de 30, com o propósito de impessoalizar essa visão; Visão Burocrática – inicia-se a fase da administração pública através da criação de hierarquias, normas e regulamentos; nessa fase é criado o concurso público, a licitação e outros instrumentos administrativos; Visão Gerencial – torna-se necessário a consciência de eficiência e eficácia na gestão pública, apresentando as antigas formas de administração como em desacordo com o uso. 12 Nessa perspectiva Bresser Pereira (ENAP, 2001, p. 08) afirma: “Patrimonialismo significa a incapacidade ou relutância de o príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados”. O modelo Burocrático, segundo Max Weber1, caracteriza-se pelos seguintes elementos: A lei representa o ponto de equilíbrio último, ao qual se devem reportar as regras e regulamentos, constituindo aplicações concretas de normas gerais e abstratas; a burocracia, em qualquer organização, é estabelecida seguindo o princípio da hierarquia. As relações hierárquicas entre superiores e subordinados são preenchidas por cargos de direção e chefia e cargos subalternos claramente definidos, de forma que a supervisão, a ordem e a subordinação sejam plenamente assimiladas e realizadas. Enquanto que a Visão Gerencial dos processos de planejamento e orçamento tem como característica mais marcante, a reorientação do processo alocativo dos recursos públicos para a busca de resultados, avaliados em termos de impactos reais na sociedade. No final dos anos 60, com a implementação do Decreto-lei 200, de 25 de fevereiro de 1967, foi o passo inicial onde se buscou dar mais flexibilidade à administração pública, principalmente por meio do impulso à criação das autarquias, fundações e empresas públicas, tendo parte delas desempenhado importante papel no desenvolvimento econômico que o país experimentou ao longo dos anos 70. Com a abertura política, o processo de globalização e após a promulgação da Constituição Federal de 1988, apresentou-se uma expressiva descentralização na distribuição dos recursos tributários e do poder político no Brasil; iniciando um processo de descentralização que resultou em uma maior autonomia para a gestão pública municipal com o propósito de transferir encargos e responsabilidades do governo central para os municípios; a ênfase era no fortalecimento da federação mediante a elevação da participação dos estados e municípios no conjunto da receita tributária. Um estudo do BNDES apresentou que, entre 1988 e 1997, a receita tributária municipal cresceu em ritmo mais acelerado que as outras esferas de governo; apresentando um crescimento de 190,1% no período, enquanto que as dos Estados cresceram 65,5% e as da União 44,1%2. Contudo, esse processo de transferência de responsabilidades não foi acompanhado de uma melhor preparação e capacitação dos municípios, as competências técnicas e administrativas se mostraram limitadas e incipientes diante das novas responsabilidades. _______________ 1 Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Burocracia 2 Fonte: Perfil e Evolução das Finanças Municipais – 1998 – 2004. Ministério da Fazenda. 13 A implantação de LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal – Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, apresentaram à administração pública um novo papel gerencial: de eficiência e eficácia; criando a consciência que a população é consumidora dos serviços públicos, exigindo uma gestão melhor e mais eficiente dos produtos e serviços prestados aos cidadãos. A administração pública gerencial busca a adequação das organizações públicas a essas novas exigências, impondo a necessidade de uma maior agilidade e eficiência, priorizando não tão somente os resultados, mas também os interesses dos cidadãos. Todavia, é de extrema e necessária importância, a análise das finanças públicas municipais após a promulgação da Constituição de 1988, mediante a elevação da participação dos estados e município no conjunto da receita tributária. O conhecimento da gravidade da situação do processo de administração das finanças públicas, bem como a imperiosa necessidade de incremento de receitas com a redução do volume de despesas públicas e a exigência do cumprimento da LRF, reveste-se ainda de mais importância a necessidade da discussão e análise da capacidade administrativa dos prefeitos municipais do Estado da Paraíba. O reconhecimento que os tradicionais instrumentos de planejamento já não seriam adequados, e ainda pela necessidade de que a administração municipal deve apresentar uma melhor gestão e qualidade de vida para a sociedade, conforme o Princípio da Eficiência, constante na Constituição Federal, artigo 37º - Caput, a saber: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Por outro lado, é importante salientar que quando na administração privada, sob ponto de vista legal, é lícito fazer o que a lei não proíbe; na administração pública não há liberdade nem vontade pessoal: só é permitido fazer o que a lei autoriza. Nesse sentido, a Constituição da República procurando renovar os conceitos de natureza orçamentária e financeira e, aliada a LRF, visa assegurar à sociedade uma gestão administrativa sob os princípios de equilíbrio das contas públicas, sob uma gestão orçamentária e financeira responsável, eficiente, eficaz e transparente. Como o nosso país é de regime federalista, vale salientar que é de extrema importância a discussão das políticas públicas tomando como base as propostas teóricas que fundamentam o federalismo e a descentralização do poder. Surge então a necessidade de 14 cooperação política e financeira entre o governo federal e as demais esferas dessa federação, bem como a maneira como os sistemas federais, com suas particularidades e diferenças são operacionalizados. Oficialmente o Brasil se constitui na República Federativa do Brasil, que é composta por 26 estados e um distrito federal, onde se situa a capital da República - Brasília, sede do governo e dos poderes executivo, legislativo e judiciário. Cada um dos estados brasileiros, na qualidade de unidades da Federação, é ainda subdividido em municípios e esses em distritos. Ao todo o Brasil possui 9.274 distritos distribuídos em 4.974 municípios, dividido em cinco regiões: Centro-Oeste, Norte, Nordeste, Sudeste e Sul. (BANCO DO BRASIL, Curso: Negócios com o Setor Público). A Constituição Federal, sob o título III – Da organização do Estado, apresenta todas as características e particularidades dos entes da federação. Outro ponto que caracteriza uma federação é a repartição das competências legislativas, administrativas e tributárias entre as entidades federativas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). As competências administrativas dividem-se em Exclusiva e Comum. As competências exclusivas estão previstas no texto constitucional como de responsabilidade de um dos entes da federação. A emissão da moeda, por exemplo, é uma competência exclusiva da União. A Competência comum é aquela que o Estado exercita juntamente com a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios: Proteger o ambiente e combater a poluição é um exemplo de competência comum a todos os entes da federação. As competências Municipais constam no Art. 30º da Constituição Federal, a saber: I. Legislar sobre assuntos de interesse local; Suplementar a legislação federal e a estadual III. Instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV. Criar, organizar e suprimir Distritos, observada a legislação estadual; V. Organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; VI. Manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental; VII. Prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; VIII. Promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX. Promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. II. 15 1.1 Delimitação do Tema O Prefeito Municipal ao assumir a gerência de um determinado município, no papel do Chefe do Poder Executivo, assume o papel de administrador temporário daquele município. Para o exercício de sua função deverá buscar agir com eficiência e eficácia, atendendo a todos os anseios da sociedade no tocante à educação, saúde, assistência social, segurança, inclusão social e desenvolvimento econômico. O Código de Defesa do Consumidor (CDC) - Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, no capítulo II - Da Política Nacional de Relações de Consumo - art. 4° apresenta como objetivo: o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade, a saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos vários princípios; atestando que os órgãos públicos são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes e seguros, sob risco de responder pelas irregularidades conforme a lei. O tema é abordado a partir da comprovação da elevação do número de prefeitos eleitos sem formação administrativa, em contrapartida com a análise e constatação das irregularidades verificadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) na gestão pública municipal na Paraíba. Diante da exigência e sob amparo da Lei de Responsabilidade Fiscal, faz-se mister a busca por uma administração pública gerencial voltada ao atendimento das necessidades da sociedade, com serviços públicos eficientes, com responsabilidade e transparência. Nesse sentido Bresser Pereira (2005, p. 22) afirma: A administração pública gerencial procura, sem se afastar do Estado de direito, adequar as organizações públicas a essas novas contingências, emprestando-lhes maior agilidade e eficiência, priorizando os resultados. Tenta igualmente recuperar a identificação dos cidadãos para com o Estado. Faz da transparência e do controle social as alavancas de eficácia dessas organizações. Considerando que as exigências para a elegibilidade dos Prefeitos Municipais estarem sob amparo da Constituição Federal, sob o art. 14º, §§ 3º e 4º, apresentando como requisitos mínimos: a) idade mínima de vinte e um anos; b) o alistamento eleitoral; c) o pleno exercício dos direitos políticos; d) a filiação partidária; e) não serem inalistáveis e analfabetos; torna-se necessária a análise da proposta da modernização da Administração Pública, estratégia essencial para o desenvolvimento para o País, que busca alcançar uma 16 administração eficaz que sirva bem os cidadãos, as comunidades e as empresas, à altura do que se espera de um Estado moderno. A partir das novas condições propostas na Constituição Federal de 1998, com o repasse de encargos e responsabilidades para as prefeituras; os prefeitos desempenham um papel fundamental e essencial. Sem o conhecimento técnico, determinação, vontade e principalmente competência financeira desses agentes políticos, a administração municipal não evoluirá num sentido de oferecer uma gestão melhor e mais eficiente aos cidadãos, atendendo a todas às suas necessidades públicas de interesse geral, satisfeitas através do processo do serviço público. Nesse contexto Baleeiro (1998, p. 4) afirma que: A necessidade é pública quando, em determinado grupo social, costuma ser satisfeita pelo processo do serviço público, isto é, quando o Estado, ou outra pessoa de direito público, para satisfazê-la, institui ou mantém um regime jurídico e econômico especial, propício à sua obrigatoriedade, segurança, imparcialidade, regularidade ou continuidade, a cargo de seus agentes ou por delegação a pessoa sob sua supervisão. O presente trabalho teve como objetivo de identificar as competências e capacidades administrativas, sob aspectos da gestão financeira, dos prefeitos municipais do Estado da Paraíba, identificando as suas limitações, dificuldades e as necessidades da administração pública municipal, através das análises e consolidações das informações: do perfil sócioeducacional dos prefeitos municipais do Estado da Paraíba; dos principais motivos das recusas apresentadas pelo Tribunal de Contas do Estado; da capacidade administrativa desses agentes políticos. Avaliamos ainda, por meio de uma pesquisa exploratória, a disponibilidade dos produtos e serviços do sistema financeiro nacional, principalmente o sistema bancário, voltados para atender a essa demanda; apresentando alternativas e soluções para o processo da gestão financeira, no intuito de melhorar tais processos elevando a qualidade e eficiência do serviço público prestado à população, através do benefício da satisfação das necessidades e objetivos da sociedade. Conforme Baleeiro (1998, p. 9) “o objeto essencial da ciência das finanças é o estudo da atividade fiscal, desempenhada pelos poderes públicos com o propósito de obter e aplicar recursos para o custeio da rede de serviços públicos”. A fim de contribuir para minimizar essa carência administrativa verificada junto aos gestores públicos municipais e, visando apresentar propostas e discussões sobre o tema, este trabalho se propôs a verificar a seguinte questão: Quais as competências em Gestão Financeira requeridas dos Prefeitos Municipais do Estado da Paraíba, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF? 17 1.2 Justificativa O tema deste trabalho é relevante, pois traz ao leitor a importância da discussão da capacidade administrativa e financeira do gestor público municipal, conforme o exigido na LRF, no sentido de buscar uma gestão melhor dos recursos públicos, refletindo em melhores serviços prestados à sociedade. Como essa proposta de discussão e levantamento dos dados referente ao assunto que ainda é incipiente em nosso país, confirma-se a importância e urgência da referida análise; considerando a escassez de recursos e o aumento das necessidades públicas. Nesse sentido, ratificamos que é função primordial do Estado atender às necessidades públicas de forma direta ou indireta; mesmo considerando que alguns desses serviços públicos possam ser transferidos ou repassados ao setor privado, a exemplo de educação, saúde, transporte, dentre outros; porém sob controle e fiscalização do poder público. (MEIRELLES, 2001). Com o processo de descentralização político-administrativa do governo federal, após a Constituição Federal de 1988, verificou-se também um processo na repartição tributária, principalmente no poder Municipal, acarretando em expansão das despesas do setor público brasileiro nas últimas décadas, evoluindo de 17% do PIB para 30% entre a década de 40 e meados da década de 90. O processo do crescimento dos habitantes justifica a variação desses números, gerando a necessidade preeminente da busca de serviços públicos com maior eficiência, onde Resende (2001, p. 28) afirma: “O crescimento populacional exerce efeito direto sobre o volume de bens públicos e semipúblicos”. A considerável representatividade, nas finanças públicas nacionais, o processo de arrecadação, os gastos e os recursos transferidos justifica uma avaliação mais cuidadosa do comportamento fiscal dos municípios brasileiros. A nova Carta constitucional aumentou a autonomia dos municípios, oferecendo liberdade para gestão dos problemas domésticos, e acelerou a transferência e atribuições dos recursos financeiros vindos da União. Esses recursos deverão ser utilizados na melhor forma de gestão pública municipal, através de programas específicos (erradicação do trabalho infantil, geração de emprego e renda, entre outras) para o custeio da atividade administrativa do município. As transações administrativas e financeiras pertinentes ao setor público: pagamento de servidores, arrecadação de impostos e taxas, pagamento de fornecedores, são intermediadas quase que absolutamente pelo sistema bancário; sendo de extrema importância 18 a participação dos bancos nesse processo, visando estreitar relacionamentos, otimizar processos, reduzir despesas e proporcionar maior eficiência e rapidez nas atividades administrativas. A evolução das tecnologias de informação, a inovação do parque tecnológico bancário, bem como a amplitude da rede de atendimento, provocou mudanças e melhorias nas atitudes e comportamento, confirmando-se dessa forma, os bancos como um dos maiores parceiros da Administração Pública Municipal. Contudo, o processo político, com a abertura democrática a todos os cidadãos, apresenta a democracia como ponto positivo, porém e bem mais importante é a análise da possibilidade de elegermos candidatos e candidatas sem a devida capacitação técnica para a administração pública. Comerciantes, empresários, profissionais liberais, servidores públicos, operários estão se candidatando e sendo eleitos: governadores, deputados, prefeitos sem o devido conhecimento básico de administração. São milhares de reais sob a forma de receita pública, provenientes principalmente dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), geridos sem o devido conhecimento técnico. A falta desse conhecimento leva ao erro ou a incompetência administrativa, prejudicando em demasia à população, os órgãos, as empresas, enfim todos os entes participantes desse processo. Registra-se ainda o fato de que a responsabilidade, transparência e ética requerem da administração pública uma gestão eficiente no tocante ao controle dos fluxos de caixa, incremento de receitas e redução de despesas, no amparo da LRF. O Prefeito Municipal, na qualidade de principal agente político do município, no exercício de suas funções deve entender que é responsável pelo atendimento dos anseios e demandas da sociedade, devendo buscar o atendimento das necessidades de todos os cidadãos; aperfeiçoando os processos de desenvolvimento da edilidade; apresentando propostas e projetos que visem à construção de uma sociedade melhor, menos desigual e mais harmoniosa. Sob essa análise, “... o processo de democratização da gestão municipal tem duplo efeito pedagógico: primeiro, aproxima a administração das verdadeiras necessidades do povo; segundo, mostra à população que não é possível atendê-las de uma só vez”. (SILVA JÚNIOR, 2001, p. 3). Para isso, faz-se necessário que os gestores públicos municipais tenham acesso e controle de todas as informações que os auxiliem a sua gestão, bem como os processos administrativos, objetivando a busca de suas metas e o resguardo dos interesses públicos, assessorando a organização no desempenho efetivo de suas funções e definição de suas responsabilidades. Portanto, cabe ao administrador municipal gerir o patrimônio e os recursos a ele confiados com competência, sem desperdícios e desvios; cumprindo-lhe, ainda, manter 19 condições para demonstrar a prática da boa administração e permitir a verificação, por parte dos órgãos de controle externo e dos cidadãos, do que fez, de como agiu com correção e competência. Nesse sentido, Farias Neto (2004, p. 38) afirma: O desempenho evolutivo de uma organização está, especialmente, baseado na competência gerencial do pessoal que a dirige. Não obstante uma organização possa lograr êxitos fortuitos, considerados em prazos curtos, a gestão deficiente pode invalidar, neutralizar e até reverter, em perspectiva de longo prazo, os resultados positivos episodicamente obtidos. Na ocorrência de improbidade administrativa, seja por dolo ou incompetência, a organização perde e, por conseqüência a sociedade também perde. A Constituição Federal e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impuseram à ação de um controle interno de forma mais enfática, mais dinâmica e mais organizada. Observa-se que em vários municípios a gestão administrativa e o controle estão desorientados, descontrolados, exigindo maior qualificação técnica para a gestão administrativa. Sem esse controle, o sistema e a organização administrativa deixarão de possuir integridade nas informações, desprotegendose, dificultando-se ainda mais a identificação das carências e necessidades na gestão pública. Na administração pública um dos fatores que mais contribuem para a dificuldade na implementação de um planejamento é a transitoriedade dos agentes políticos, ameaçando a continuidade dos projetos e que as atividades planejadas sejam desenvolvidas. É importante registrar que todo administrador público municipal, ao assumir a administração de um município, como o principal chefe do poder executivo, deve encarar o papel de agente transitório, ou seja, o seu mandato tem início, meio e fim; porém, a Prefeitura como pessoa jurídica tem a continuidade da sua vida pública, com seus direitos e obrigações. Esse princípio, o da Sucessão Perpétua, ratifica que a Prefeitura, como pessoa jurídica, existirá indefinidamente, com vida própria, seus direitos e obrigações; enquanto, que o gestor público no papel de gerente tem um mandato a cumprir com prazos, poderes e obrigações dentro da lei. Nesse sentido, não se pode ignorar o que foi feito ou planejado, de caráter positivo ou negativo, na administração passada; o orçamento que deverá ser executado no primeiro ano de mandato do prefeito municipal fora elaborado e aprovado na legislatura passada. Como as obrigações são da pessoa jurídica, deverão ser cumpridas, bem como os direitos não deverão ser renunciados. Com isso, repensar a forma de gestão das organizações públicas: sua estrutura; a capacitação técnica do principal gestor; e o processo decisório, é de extrema necessidade e importância nesse contexto de evolução gerencial, buscando atender aos anseios e 20 necessidades da comunidade de forma eficiente e dentro do amparo da lei. Segundo essa análise Silva Júnior (2001, p. 1) afirma: “O exercício da democracia, contudo, veio a mostrar que o modelo tradicional de gestão pública era deficiente”. Em termos práticos, este trabalho teve relevância em apresentar à necessidade de exigirmos uma gestão administrativa evoluída gerencialmente, advento das novas metodologias de gestão de recursos, respaldada na legislação, através da utilização de modernos sistemas de planejamento, tecnológico e de controle, a fim de cumprir com a sua maior finalidade que é de satisfazer às necessidades públicas com eficiência e eficácia. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivos gerais Analisar a competência em Gestão Financeira dos Prefeitos Municipais da Paraíba, sob a luz da Lei de Responsabilidade Fiscal, verificando se os produtos e serviços disponibilizados pelo sistema bancário estão voltados para atender a essa demanda. 1.3.2 Objetivos Específicos a) Identificar o perfil sócio-educacional dos prefeitos municipais do Estado da Paraíba; b) Identificar as exigências da lei no tocante à gestão financeira da administração municipal; c) Identificar quais os principais motivos de reprovação das contas das prefeituras municipais pelo Tribunal de Contas do Estado; d) Identificar quais produtos e serviços oferecidos pelo sistema bancário que possam auxiliar os gestores públicos no cumprimento da lei, com otimização, eficiência e eficácia; 21 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A revisão da literatura contempla as conceituações inerentes à administração gerencial e financeira dos municípios, bem como o processo de planejamento e execução orçamentária municipal. Aborda, ainda, as funções administrativas de planejamento, controle, e prestação de contas do gestor público municipal fazendo uma analogia com a gestão administrativa privada, no sentido de discutir às capacitações, competências e atribuições para o ótimo exercício da função financeira e gerencial do município. A Emenda Constitucional nº 19/98, publicada no Diário Oficial da União de 05.06.1998, conhecida como Emenda da Reforma Administrativa, remetida ao Congresso Nacional em agosto de 1995, tinha como proposta básica de transformar a administração pública brasileira, de burocrática em administração pública gerencial. Com o intuito de buscar uma gestão administrativa mais eficiente, voltada para o atendimento das demandas dos cidadãos. Nesse sentido, Bresser Pereira (2001) afirma: [...] para podermos ter uma administração pública moderna e eficiente, compatível com o capitalismo competitivo em que vivemos, seria necessário flexibilizar o estatuto da estabilidade dos servidores públicos, de forma a aproximar os mercados de trabalho público e privado. Dessa forma, foi necessária a análise da capacidade técnica financeira dos gestores públicos considerando a escassez dos recursos econômicos em relação à demanda, tornam-se ainda muito mais escassos quando a administração pública é ineficiente. Esse estudo buscou analisar o perfil dos Prefeitos Municipais, visando uma gestão financeira mais eficiente e voltada para o atendimento das demandas dos cidadãos. Pois estes cidadãos estão cada vez mais conscientes de que a administração pública burocrática não corresponde mais às demandas da sociedade, apresentando-se ainda mais exigentes no tocante à qualidade e eficiência dos serviços públicos prestados pelo Estado. Dessa forma, conforme Bresser Pereira (2001, p. 7) afirma: “uma administração pública eficiente passa a ter valor estratégico, ao reduzir a lacuna que separa a demanda social e a satisfação desta demanda.”. Para o atendimento das necessidades públicas, o Estado mantém em pleno funcionamento uma complexa rede de serviços. Tais serviços, custeados pelo Estado, através dos bens adquiridos e dos recursos humanos contratados deverão ser planejados e estudados. Essa análise, devidamente ordenada e classificada constitui o que se chama de gestão orçamentária. (ANGÉLICO, 1985). 22 A LRF, prevista no artigo 163 da Constituição Federal de 1988, determina a responsabilidade da gestão dos recursos públicos. Segundo Farias Neto (2004, p. 41) a abordagem gerencial: [...] significa um guia referencial para pautar uma administração pública transparente, dotada de eficácia e eficiência determinantes de resultados convertidos em benefícios aos cidadãos, de modo a promover o desempenho evolutivo da sociedade brasileira. A LRF utilizada como instrumento de gestão, planejamento, controle e divulgação, através do uso adequado enseja a necessária transparência na ação, gerando as condições determinantes para uma gestão responsável e comprometida com o atendimento da demanda da sociedade (FARIAS NETO, 2004). 2.1 Elementos constitutivos da Administração Gerencial Pública Para uma gestão ótima de qualquer empresa ou órgão público são necessários vários elementos básicos e indispensáveis, e principalmente uma gestão ética e transparente. A LRF foi criada buscando aplicar esses princípios e responsabilidades. Nesse sentido, Farias Neto (2004. p. 41) afirma: A LRF enquadra todos os gestores de recursos públicos em todas as esferas de governo, sendo aplicada a todas as situações e a todos os casos relacionados à movimentação de receitas e despesas, endividamento e patrimônio público. A LRF enfatiza os aspectos relacionados à eficácia e eficiência nas ações de gestão. 2.1.1 Gestão Orçamentária Para Silva (1996) as primeiras constituições federais, de 1824 e 1891, não tratavam diretamente da questão orçamentária. Nessa época, apenas as leis ordinárias regulavam o assunto. Dentro dessa premissa, a Lei 4.320, de 17 de março de 1964, que institui Normas Gerais de Direito Financeiro para Elaboração e Controle dos Orçamentos e Balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, no seu artigo 1ºdispõe: Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, de acordo com o disposto no art. 5º, inciso XV, letra b, da Constituição Federal. 23 A importância do processo orçamentário no Brasil, conforme Pereira (1999, p. 124), “pode ser dimensionada pelo tratamento que o assunto recebe na Constituição Federal, que determina o encadeamento lógico e sistemático ao planejamento da ação governamental, o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais”. O sistema orçamentário é então definido como o conjunto de normas jurídicas, princípios e regras de que se utiliza a administração pública para a consecução do ciclo orçamentário. 2.1.2 Orçamento Público Todo o planejamento efetuado pelo gestor público, seja para realização de suas atividades ou na execução dos projetos, materializa-se através do orçamento público. O conceito de orçamento público vem apresentando uma evolução no seu significado, principalmente por possuir uma variedade de aspectos jurídicos, contábil, econômico, financeiro e administrativo. Com a utilização do orçamento como instrumento de controle das receitas e despesas públicas, se executa um papel de extrema importância na gestão pública onde, através de um rigoroso controle e maximização das receitas e a redução das despesas, objetivando a otimização da gestão administrativa exigida na LRF. Nesse sentido, “orçamento público é um planejamento de aplicação dos recursos esperados, em programas de custeios, investimentos, inversões e transferências durante um período financeiro”. (Angélico, 1985, p. 25). Nesse contexto, o orçamento deve configurar-se como a função de planejamento, através do conceito das principais funções administrativas: planejamento, organização, direção e controle. Contudo, é de extrema importância o reconhecimento do Princípio da Continuidade e Sucessão Perpétua: a Prefeitura sempre existirá com todos os seus direitos e suas obrigações; e o gestor público, que não se pode ignorar o planejamento anterior, deverá executá-lo no seu primeiro ano de mandato de prefeito municipal; como as obrigações são da pessoa jurídica, deverão ser cumpridas, bem como os direitos não deverão ser renunciados. Nada obstante o poder corporativo da auto-administração, sob o princípio da discricionariedade, onde o gestor público tem o direito de escolher seus objetivos e de administrar a organização como lhe aprouver; esse mesmo gestor deve entender que o ente não faz parte de seu patrimônio e como também as decisões não estão baseadas ao seu bel 24 prazer; todas as providências e obrigações estão citadas em lei. Para efeito da contabilidade, os finais de exercícios financeiros representam apenas alguns demonstrativos estatísticos da vida da entidade, visando apresentar os resultados da administração e o cumprimento da LRF; porém, a situação financeira e os efeitos dos fatos tomados não terminam na data dos balanços. 2.1.3 Evolução do Orçamento Tradicional pra o Orçamento Programa Visando evidenciar a evolução do conceito e da gestão pública orçamentária, apresenta-se o processo de evolução do orçamento tradicional e o orçamento-programa, como forma de impor qualidade e eficiência à gerência pública. 2.1.3.1.1 Orçamento Tradicional O orçamento tradicional, segundo Angélico (1985, p. 34) “tratava-se de um simples relacionamento das receitas a arrecadar e das despesas de custeio.” Apresentando uma análise, exclusivamente, analítica das receitas e despesas do exercício, condicionava os investimentos e melhoramentos dos serviços públicos a existência de superávit financeiro primário. Nesse tipo de orçamento, não apresentava as metas e os objetivos do Estado. Não passava na verdade de uma simples contabilização administrativa. Contudo, enquanto o orçamento tradicional demonstrava a intenção do que se pretendia comprar ou gastar, o orçamento-programa define os objetivos a serem alcançados. (ANGÉLICO, 1985). Nessa época, conhecida como centralismo, bastava aos gestores municipais apresentar as propostas de verbas adicionais e, utilizando-se dos seus contatos pessoais e influências políticas e partidárias, buscando fazer o seu lobby político com a intenção de conquistar tais verbas. 25 2.1.3.1.2 Orçamento Programa Segundo Angélico (1985) o orçamento programa, como instrumento e modalidade de previsão e destinação dos recursos financeiros é elaborado através de quatro etapas: Planejamento – definição dos objetivos pretendidos; Programação – definição das atividades necessárias para a conquista desses objetivos; Projeto – estimação dos recursos necessários para a realização dessas atividades; Orçamentação – definição dos recursos financeiros para a realização do que foi planejado. Paralelamente a esse conceito, podemos associar essas etapas acima, com as funções básicas do administrador financeiro (Gitman, 1987), a saber: Análise e planejamento financeiro – orientando a posição financeira da organização, avaliando a necessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar os tipos de financiamentos adicionais; Administração da estrutura de ativo da empresa – determinando a composição e os tipos de ativos encontrados no balanço da empresa; Administração da sua estrutura financeira – determinação da composição mais adequada de financiamento de curto e longo prazo, bem como identificar quais as melhores fontes de investimento;. Nesse sentido, “ ...a análise da capacidade ou necessidade de financiamento é um indicador mais amplo da situação financeira das empresas do que simplesmente o resultado operacional, diferença entre receitas e despesas operacionais, pois considera todas as receitas e as despesas financeiras”4. _______________ 4 . Fonte: IBGE – Finanças Públicas do Brasil. Disponível em:<www.ibge.gov.br> 26 2.1.4 Finanças Públicas A atividade exercida pelo Estado, no atendimento das necessidades públicas, através da obtenção de recursos (receitas orçamentárias, financiamentos e empréstimos), e sua aplicação (despesa pública) denomina-se atividade financeira. É através dessa atividade financeira que o Estado realiza todas as demais atividades, tais como: Segurança, Saúde, Educação, Justiça, Transportes, comunicações, etc. (ANGÉLICO, 1985). A Ciência das Finanças ou Finanças Públicas estuda e estabelece os princípios básicos que devem direcionar a atividade financeira. Segundo Baleeiro (1998, p. 9) “... é a disciplina que, pela investigação dos fatos, procura explicar os fenômenos ligados à obtenção e dispêndio do dinheiro necessário ao funcionamento dos serviços a cargo do Estado...”. 2.1.4.1 Receita Pública O estudo, estimativa e cálculo da receita a ser arrecadada constituem-se de extrema relevância e importância para o gestor público, pois a receita orçamentária representa a porta de entrada das fontes de recursos para a realização dos programas e planejamentos do Estado. Em seu sentido mais amplo, conceitua-se como o recolhimento de bens aos cofres públicos (Angélico, 1985). Segundo Baleeiro (1998, p. 126) as receitas classificam-se em: Extraordinárias e Ordinárias – segundo o critério de regularidade ou relativa periodicidade; são impostos criados em circunstâncias anormais (tempo de guerra) que apresentam caráter esporádico, e, não raro, excepcional; Originárias e Derivadas – A classificação mais aceita, designada como “alemã”, distingue as receitas originárias em dois grupos: - Receitas originárias ou de economia privada - compreendendo as rendas provenientes dos bens e empresas comerciais ou industriais do Estado, que os explora a semelhança de particulares, sem exercer os seus poderes de autoridade, nem imprimir coercitividade à exigência de pagamentos; nelas são incluídas receitas decorrentes da prescrição em favor do Estado; 27 - Receitas Derivadas ou de economia pública – caracteriza-se pelos tributos e penas pecuniárias de direito do Estado por ato de autoridade: a) impostos; b) taxas; c) contribuição de melhoria; d) contribuições parafiscais; É de extrema importância a relevância da receita pública no processo orçamentário da administração pública, pois dimensiona a capacidade do gestor público em fixar a Despesa Pública tornando-se instrumento condicionante da execução orçamentária da despesa. O manual de procedimentos, sob o título: Receitas Públicas do Tesouro Nacional, disponibilizado pelo Ministério da Fazenda; apresenta como conceito de Receita Geral toda a variação ativa resultante do aumento de ativos e/ou da redução de passivos em uma entidade, aumentando a situação líquida patrimonial qualquer que seja o proprietário; ratificando o entendimento de que uma boa gestão depende do importante processo maximizar os lucros/receitas e minimizar os custos/despesas. A receita pública caracterizada por todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer esfera governamental, originária do recolhimento dos impostos federais, estaduais e municipais recolhidos aos cofres do Tesouro Nacional, tendo como finalidade atender às despesas públicas. As receitas municipais estão regulamentadas na Constituição Federal, na seção VI – art. 158º; conforme os normativos que regulamentam as transferências de receitas públicas para os estados e municípios. As principais transferências constitucionais para os municípios são: I. 100% do produto da arrecadação do Imposto de Renda (IR), incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; II. 50% do produto da arrecadação do Imposto sobre a Propriedade Rural Territorial Rural (ITR), relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153º, § 4º, III; III. 50% do produto da arrecadação do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) sobre a propriedade de veículos automotores licenciados no seu município; IV. 25% do produto da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação; 28 V. 2,5% (25% de 10%) do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que os estados recebem da União e entregam aos municípios (Art. 159, § 3º da Constituição Federal); VI. 70% do IOF sobre o oro como ativo financeiro para o município de origem (Art. 153, § 5º, II, da Constituição Federal); VII. Fundo de Participação dos Municípios, mediante coeficiente definido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e integralizado por: 22,5% do IR (Art. 159, I, b, da Constituição Federal), e; 22,5% do IPI (Art. 159, I, b, da Constituição Federal); Nesse sentido, observamos ainda que o percentual de participação do FPM – Fundo de Participação dos Municípios apesar de uma variação desde o início de sua validade, vem apresentando o mesmo percentual de participação desde 1976, conforme quadro abaixo: ANO 1967/68 1969/75 1976 1977 1978 1979/80 1981 1982/83 1984 1985 1985/881 1988 1989 1990 1991 1992 1993 DISPOSITIVO LEGAL Emenda Constitucional 18/65 Ato Complementar 40/68 Emenda Constitucional 5/75 Idem Idem Idem Emenda Constitucional 17/80 Idem Emenda Constitucional 23/83 Idem Emenda Constitucional 27/85 Nova Constituição Federal Idem Idem Idem Idem Idem FPM 10,0% 5,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% 6,0% Quadro 1 - Percentual de crescimento da FPM na Receita Pública Municipal Fonte: Cartilha: O que você precisa saber sobre transferências constitucionais. em:<http://www.stn.fazenda.gov.br/servicos/download/cartFPEeFPM.pdf> Disponível O valor do FPM é calculado a partir de 22,5% da Receita Líquida da arrecadação total do IR e do IPI, já descontados os valores das restituições e dos incentivos fiscais. A distribuição do FPM para os municípios obedece ao Código Tributário Nacional – Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966; do valor destinado total destinado ao FPM, 10,0% são distribuídos entre as Capitais, 86,4%, entre os demais municípios, e o restante, 3,6%, são 29 distribuídos entre os municípios do interior com mais de 156.216 habitantes, de acordo com o Decreto-Lei nº 1.881, de 27 de agosto de 1981, conforme quadro abaixo: Quadro 2 – Percentuais de distribuição do FPM. Fonte: Cartilha: O que você precisa saber sobre transferências constitucionais. Disponível em:<http://www.stn.fazenda.gov.br/servicos/download/cartFPEeFPM.pdf> No tocante à distribuição do total do FPM em nível nacional, verificamos algumas regras com relação à região: a) 35,22% são destinados aos municípios da região Nordeste; b) 31,22%, aos municípios da região Sudeste; c) 17,62%, aos municípios da região Sul; d) 8,52%, aos municípios da região Norte, e e) 7,43% aos municípios da região Centro-Oeste, conforme mostra o gráfico: Quadro 3 – Distribuição do FPM por região. Fonte: Cartilha: O que você precisa saber sobre transferências em:<http://www.stn.fazenda.gov.br/servicos/download/cartFPEeFPM.pdf> constitucionais. Disponível 30 Conforme estudo do perfil e evolução das Finanças Municipais apresentado pelo Tesouro Nacional, as receitas de transferências passaram de R$ 29,0 bilhões em 1998 para R$ 62,9 bilhões em 2004. No período considerado, as transferências que apresentaram maior incremento foram as referentes ao SUS, FUNDEF, Salário Educação e FNDE, as quais apresentaram taxas de crescimento nominal de 279,1%. Em 2004, as receitas dessas transferências totalizaram R$ 18,6 bilhões, o que equivale a 18% da receita bruta total. A percepção da importância dessas transferências fica evidente quando comparadas com as transferências intergovernamentais tradicionais, decorrentes de partilha de tributos federais e estaduais. Em 2004, a receita de FPM alcançou R$ 14,1 bilhões (14% da receita bruta). Nesse ano, a receita dos Municípios decorrente da partilha de ICMS foi de R$ 24,5 bilhões (24,3% da receita bruta)5. Em outras palavras, as transferências intergovernamentais associadas a aplicações em saúde e educação, correspondem nas maiores receitas de transferências dos Municípios. 2.1.4.2 Despesa Pública O fato da execução orçamentária dos municípios serem em menor magnitude em relação a outras esferas de governo requer, por parte do gestor público municipal, um esforço e controle fiscal maior e mais exigente, pois a proximidade da população, dos fornecedores e todos os participantes do processo de gestão pública, justificam esta afirmativa. Apesar do comportamento dos principais impostos municipais, ISS e IPTU, apresentaram um crescimento em 2003, compensando o baixo desempenho das transferências intergovernamentais, por conta da redução da arrecadação dos impostos que servem de base para o FPM, verificou-se, em 2002, que o crescimento das receitas primárias (13,23%) está inferior ao crescimento das despesas primárias (18,67%). Mesmo confirmando-se o superávit primário, registra-se que esse resultado foi 31,62% inferior ao resultado obtido em 2001; exigindo, dessa forma, uma gestão mais efetiva e eficiente na gestão dos recursos públicos municipais, voltados para o atendimento das necessidades e anseios da sociedade e cidadãos. _____________ 5 Fonte: Perfil e Evolução das Finanças Municipais – 1998 – 2004. Ministério da Fazenda. 31 Segundo o art. 11º da LRF, o processo de arrecadação constitui-se de requisito essencial da responsabilidade na gestão fiscal. Segundo esta perspectiva, “... os serviços da rede bancária apresentam os maiores benefícios quando são utilizados para a arrecadação de impostos, taxas, multas e outros valores”. (CAMPELO, 2000, p. 155). Sobre essa referência podem-se enumerar alguns serviços disponibilizados que se apresentam como vantagens para a gestão administrativa e financeira da organização: Econômica – terceirização dos serviços de arrecadação das receitas Controle – processamento dos papéis e documentos dentro da lei e mais rápido; Segurança – emissão e recepção de documentos Tecnológica – sistema tecnológico de qualidade superior a dos órgãos públicos, eliminando defasagens. Quando se analisa o processo de administração de qualquer entidade ou organização, deve-se considerar que a administração financeira tem grande peso nessa análise, pois todo e qualquer processo ou atividade transita pelo caixa da organização. É fundamental que o administrador, principalmente o administrador público, analise e considere: Alocação e disponibilidade dos recursos; Contingenciamento de despesas; Incremento de receitas; Considerando esses pressupostos financeiros e ainda reconhecendo o papel do sistema financeiro, Fortuna (2001, p. 9) afirma: A facilidade de atendimento ao grande público levou os órgão da administração pública a utilizar intensamente a rede bancária nacional na arrecadação de sua receita. Junto com esses recebimentos, surgiram outras atribuições, tais como o pagamento a funcionários públicos e beneficiários da Previdência, assim como a prestação de serviços burocrático-administrativos, que obrigaram os estabelecimentos bancários a criar controles para posterior informação ao Governo e aos clientes. Ao gestor público caberá, através do uso sistematicamente desses produtos e serviços como ferramentas de gestão, o planejamento e operacionalização de ações voltadas para uma administração pública gerencial de maior e melhor qualidade, buscando prestar um serviço eficaz e eficiente à sociedade. Conforme Baleeiro (1998, p. 73) “ [...] despesa pública é também, noutro conceito, a aplicação de certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro de uma autorização legislativa, para execução de fim a cargo do governo.”. 32 A LRF estabelece, nos artigos 15 a 17, que a criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação administrativa que acarrete no aumento de despesa serão considerados irregulares e lesivas ao patrimônio público se não estiverem de acordo com as diretrizes, prioridades e metas previstas no Plano Plurianual – PPA. Confirmando-se, dessa forma, que toda e qualquer despesas, permanente ou não, deve ter a sua origem na lei, e tem por objetivo contribuir para o funcionamento das atividades da administração pública, garantindo a concretização dos objetivos propostos. 2.2 Papéis do Administrador Um dos principais papéis e responsabilidade de qualquer gestor, seja público ou privado, é conhecer e dimensionar os recursos disponíveis, após o recebimento e o pagamento de todas as responsabilidades financeiras da organização através da aplicação de um fluxo de caixa; conforme ASSEF (1999, p. 1) “O fluxo de caixa mede as necessidades futuras de recursos, a capacidade de pagamento pontual dos compromissos assumidos, bem como a disponibilidade para investimentos”. Basicamente formado por Contas a Receber e Contas a pagar, o fluxo de caixa atua no sentido da formação de um planejamento prévio para entidade/organização das suas disponibilidades de caixa. Diante do caráter volátil dos dados e do mercado de atuação da organização, qualquer eventualidade que venha a surgir no caminho da organização, poderá comprometer o desempenho financeiro dessa entidade/organização. Com a utilização dessa ferramenta facilita-se a tomada de decisão dos principais gestores, minimizando-se os impactos negativos no orçamento da organização. Na gestão pública o administrador municipal deverá atuar na análise da projeção e previsão de receitas orçamentárias considerando o cenário econômico nacional. A LRF em seu artigo 12º relata: As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais; considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. 33 2.2.1 Orçamento e Planejamento Financeiro Todas as organizações buscam estruturar os seus planos para o futuro, desdobrandoos em sub-planos, indicados através de metas fiscais e econômicas, visando o alcance dos seus objetivos e sobreviver em um mercado competitivo. A administração de uma organização consubstancia-se em um conjunto de decisões, que formalmente chama-se de Sistema de Gestão. Essas decisões, integradas em um processo de planejamento, execução e controle, constituem o plano estratégico e operacional da organização. Nesse sentido, o planejamento é uma antecipação do futuro, e o controle tem a função de acompanhamento; observando se a meta antes fixada para o período não poderá ser cumprida a tempo, exigindo-se neste caso, uma reprogramação de tudo que fora planejado. Confirmando-se um dos papéis de maior importância para o gestor financeiro: perceber quando o que foi planejado não vai ser alcançado e, a partir dessa percepção, efetuar as alterações cabíveis e necessárias visando o atingimento dos objetivos da organização. 2.2.2 Gestão Financeira No processo de gestão administrativa e financeira de qualquer organização, podemos afirmar que a administração financeira é crucial para o sucesso ou insucesso da organização; isto porque todas as áreas da empresa, como marketing, produção e recursos humanos estão intimamente ligados à área das finanças (Matias, 2002). Planejar, organizar e assegurar a disponibilidade de capital para realização de todas as atividades da organização com o menor custo possível é de extrema importância para a organização. Segundo Ross (2002) o administrador financeiro deve preocupar-se com três tipos básicos de questões: Orçamento de Capital – através da identificação das oportunidades de investimento que possuem valor superior ao custo de aquisição; Estrutura de Capital – análise das fontes de financiamento para sustentação dos investimentos de longo prazo; Administração do capital de giro – assegurar que os recursos sejam suficientes para a continuidade da operação, visando evitar interrupções dispendiosas. 34 Com o propósito de compararmos a gestão pública e privada, apresentamos a proposta de uma analogia entre a classificação do porte das empresas, utilizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE, comparando-se com as receitas orçamentárias anuais dos municípios brasileiros, conforme quadro abaixo: Classificação das micro e pequenas empresas segundo o faturamento bruto anual Porte Estatuto das MPES Simples Federal Microempresas Até R$443.755,14 Até R$ 240 mil Empresas de Pequeno Porte Acima de R$443.755,14 até R$2.133.222,00 Acima de R$ 240 mil até R$ 2,4 milhões Exportações Até US$ 200 mil para comércio e serviços. Até US$ 400 mil na indústria. Acima de US$ 200 mil até US$ 1,5 milhão para comércio e serviços. Acima de US$ 400 mil até US$ 3,5 milhões na indústria. Quadro 4 – Classificação de porte por faturamento. Fonte: Estatuto: Lei Federal nº 9.841/99, atualizada pelo Decreto nº 5.028/04; Simples Federal: Lei Federal nº 9.317 atualizada; Exportações: Resolução Grupo Mercado Comum 59/98 Dessa forma, apresentamos a proposta de analisar o processo de gestão administrativa e financeira de um município comparando com uma empresa/organização privada qualquer, comparando o faturamento empresarial com as receitas públicas brutas municipais. Destaca-se ainda que na contabilidade e gestão pública, as receitas só são consideradas somente quando pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas, enquanto que as despesas legalmente empenhadas, conforme art. 35º da lei 4.320, de 04 de março de 1964. Na gestão administrativa e financeira da pequena empresa podemos apresentar como pontos fortes: a) maior flexibilidade nas decisões; b) menor estrutura hierárquica; c) comunicação fluida e eficaz, e; d) relações mais integradoras entre os parceiros stakeholders (servidores, funcionários, empresários e comunidade). Como pontos fracos podemos citar: a) falta de capacitação dos administradores; b) processo decisório centralizado; c) falta de disciplina e organização; e, d) um maior risco de falência por má administração. (Matias, 2002). Enquanto que na gestão pública, onde apresenta uma administração mais burocrática, onde todas as providências e as responsabilidades do gestor público estão citadas em lei. Dessa forma, o gestor não tem a preocupação em planejar estratégias e planos táticos para aumentar as vendas e, consequentemente, o lucro empresarial; na gestão pública, tem-se apenas a preocupação em receber os tributos amparados por lei e investi-los e geri-los em prol dos interesses sociais de todo o município. 35 2.2.3 Geração de Receitas O processo de geração de receita de uma organização inicia-se através do ciclo operacional e financeiro, visando ao resultado proposto: o lucro. Cabe ainda à organização a possibilidade em buscar as fontes de financiamento de curto e longo prazo para o exercício de sua função. Segundo Matias (2002) os financiamentos de curto prazo tem duas fontes básicas: a) dívida (obrigações) contraída junto a terceiros, através de duplicas e contas a pagar, empréstimos bancários, e etc.; b) patrimônio líquido, através do investimento dos proprietários da empresa sem uma data específica para o resgate. As fontes de financiamento de longo prazo, com vencimento superior a um ano, apresentam maiores condições financeiras para a organização pela redução da taxa de juros e o alongamento do prazo para pagamento e relativa complexidade de obtenção (ASSEF 1999). 2.2.4 Controle de Despesas Para a realização das atividades da organização são necessários alguns sacrifícios financeiros para a obtenção de um produto ou serviço qualquer. Podemos citar alguns tipos desses gastos ou despesas: a) investimentos – quando a empresa realiza um gasto de modo que ele possa constituir-se numa receita futura; b) custo – qualquer sacrifício financeiro intrínseco à produção, com o objetivo de adquirir produtos e serviços; c) perdas - gastos de natureza excepcional, ocorrendo de forma anormal e involuntária. 2.3 A Administração Pública Municipal Ao assumir a gerência de um município, o Prefeito, como chefe do Poder Executivo, deverá observar vários normativos e leis, com a definição dos meios e recursos para se atingir aos objetivos pretendidos, dentro do interesse do coletivo. Nesse sentido, cabe o cumprimento do Princípio da Legalidade, onde na administração pública não há liberdade nem vontade pessoal; só é permitido fazer o que lei autoriza. A lei para o particular significa “pode fazer 36 assim”; para o administrador público significa “deve fazer assim”. (Meirelles, 2001). Ou seja, o planejamento deve iniciar e orientar a ação do gestor público. Segundo o Guia Contábil da Lei de Responsabilidade Fiscal, editado pelo Conselho Federal de Contabilidade (ETHOS, 2001. P. 16) caberá: O Poder Executivo ordenará suas ações com a finalidade de atingir objetivos e metas por meio do PPA – Plano Plurianual, um plano de médio prazo elaborado no primeiro ano de mandato, para execução nos quatro anos seguintes, contendo um anexo com metas plurianuais da política fiscal, considerando despesas, receitas, resultado primário e estoque da dívida. Vale salientar, que o orçamento executado no primeiro ano de mandato foi também elaborado pelo antecessor, que também deve ter assinados contratos e convênios que se prolongarão ainda no mandato do sucessor, justificando o Princípio da Continuidade (Meirelles, 2001). Essas obrigações assumidas são da pessoa jurídica, portanto, deverão ser cumpridas, assim como os direitos não poderão ser renunciados conforme o processo da sucessão perpétua e a auto-administração configurando-se como os principais poderes gerais e corporativos das pessoas jurídicas, quer as de direito privado, quer as de direito público. O poder da auto-administração é definido como a capacidade que tem seu detentor de escolher seus objetivos e de executá-los de modo e com a organização que lhe aprouver, garantido pela Constituição e pela Lei Orgânica do Município, observando-se o Princípio da Discricionariedade, que conforme Meirelles (2001, p. 128) “é liberdade de agir dentro dos limites legais”. Nesse sentido, o Orçamento público, apresentando a previsão de arrecadação de receitas e estimando a previsão das despesas, passou de um simples documento contábil para um instrumento representativo das necessidades, desejos e vontade da sociedade. Exigindo, dessa forma, um administrador que possa exercer as funções de planejamento, controle e aplicação de uma política de ação governamental determinando e estipulando as prioridades da sociedade, conforme as possibilidades financeiras do município. Apresentando, por assim dizer, a postura e competência administrativa desse gestor público. Contudo, a manipulação de verbas, na fase de elaboração orçamentária, ao sabor dos interesses políticos do momento, distanciando-se do prometido plano de ação governamental, espelhado em campanhas políticas, tem levado as comunidades mais conscientizadas à idéia de um "orçamento participativo" em que o povo atuaria diretamente junto ao Legislativo e o Executivo. Em Porto Alegre, onde o instrumento do Orçamento Participativo existe há 14 anos, registrou entre 1996 e 2002 um aumento de 297% na aplicação de recursos públicos em demandas orientadas pelo Orçamento Participativo. Um total de R$ 33.207.211,54 foram 37 aplicados em 2002, o que representa 6% a mais do que em 20016. Na Constituição Federal não existe impedimentos em que o Legislativo possa contar com a participação do povo, desde que respeitada a iniciativa de lei pelo Executivo (art.165º, III da CF) e as emendas modificativas sejam feitas nos limites das prerrogativas parlamentares (§ 3º, do art. 166º da CF). Do mesmo modo, nada impede de o Parlamento realizar sessões de audiência pública com o objetivo de colher os subsídios necessários ao legítimo exercício de pressões políticas, direcionando os recursos na fase de elaboração do projeto de lei orçamentária. O nosso orçamento está longe de corresponder às reais necessidades da sociedade, mais se assemelha a uma peça que ornamenta as bibliotecas. Geralmente, os governos pregam propostas bem diferentes da que o orçamento revela; e ainda mais complicado quando o orçamento acaba sofrendo desvios ao longo de sua execução, por ineficiência dos mecanismos de controle e fiscalização previstos na Constituição. 2.3.1 Planejamento Municipal O papel do Administrador Público visa a atender os objetivos e preceitos contidos em lei, contudo para o início de qualquer exercício faz-se necessário um planejamento, visando orientar as ações desse gestor e fornecer todas as condições para a formulação, avaliação, acompanhamento e execução dos planos e programas de governo. No planejamento do município devem constar todas as condições para a formulação, execução, avaliação e acompanhamento dos planos, dos programas e das ações de governo, de forma contínua e integrada (IBAM, 2004, p. 13). Dessas atividades de planejamento devem resultar os seguintes instrumentos para o planejamento governamental: Plano Plurianual (PPA); Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); - Anexo de Metas Fiscais e Relatório resumido da Execução Orçamentária; - Anexo de Riscos Fiscais e Relatório de Gestão Fiscal; Lei de Orçamento Anual (LOA); _______________ 6 Fonte: http://www.fundaj.gov.br/noticias/032003a.html 38 2.3.1.1 PPA – Plano Plurianual O Plano Plurianual é o instrumento utilizado para estabelecer as diretrizes, objetivos e metas quanto á realização de despesas de capital e outras dela decorrentes, bem como as relativas aos programas de duração continuada. Segundo o IBAM (2004, p. 13) o Prof. Heraldo da Costa Reis define despesas de capital como “um conjunto de despesas da administração pública, direta ou indireta, com propósito de adquirir ou constituir bens de capital que contribuirão para a produção ou geração de novos bens ou serviços e integrarão o patrimônio público.” O PPA como um instrumento de nível tático, por apresentar um horizonte de 04 (quatro) anos, servirá de referência para a elaboração dos demais instrumentos de planejamento LDO e LOA, definindo quais as ações concretas e realizações necessárias para o alcance dos objetivos estratégicos estabelecidos pela administração. 2.3.1.2 LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias A Lei de Diretrizes Orçamentárias é outro instrumento de planejamento, compreende as metas e prioridades da administração pública; criado na Constituição Federal de 1988, art. 165º § 2º, a saber: A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Conforme o art. 4º da LRF no §1º, integram a LDO o projeto de lei de diretrizes orçamentárias: o Anexo de Metas Fiscais, onde serão estabelecidas as metas relativas à receita, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referem e para os dois seguintes; e no §3º, o Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas públicas, com a informação das providências a serem tomadas, caso se concretizem. Ao final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo avaliará o cumprimento das metas fiscais em cada quadrimestre, em audiência pública. 39 Apresenta como função dar mais transparência ao processo de elaboração do orçamento e, em especial, “tornar possível a participação concreta do Parlamento na condução das finanças públicas”. (IBAM, 2004, p. 4). Através da LDO o Legislativo intervém na decisão que resultará na elaboração da LOA, aprovando as normas para a sua elaboração. 2.3.1.3 LOA – Lei de Orçamento Anual É o documento que apresenta quais os recursos financeiros a serem obtidos e alocados, necessários para o atingimento dos objetivos e metas pretendidos; compreende o orçamento fiscal referente aos Poderes, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; o orçamento de investimento das empresas em que o Executivo, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto e o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ele vinculados bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Na elaboração do PPA e a LDO definem-se as políticas, diretrizes e metas de governo, a LOA transforma o orçamento anual em planejamento e a execução física e financeira das ações administrativas e governamentais, apresentando os meios de como se conseguir os objetivos propostos. Confirmando-se que na LOA se concretiza o que foi estabelecido na PPA e LDO, enfatizando a necessidade de que o conteúdo desses documentos sejam compatíveis, como demonstra o quadro abaixo (IBAM, 2004, p. 15): PPA 2006-2009 LDO 2006 LDO 2007 LDO 2008 LDO 2009 LDO 2006 LDO 2007 LDO 2008 LDO 2009 Quadro 5 - Esquema de elaboração do PPA e a LDO. Fonte: IBAM – Roteiro de providências do Prefeito eleito. Rio de Janeiro, 2004. 40 Como todos esses instrumentos compõem o processo de tomada de decisões, e considerando que o planejamento é constante, exigindo-se um acompanhamento por parte do gestor público, devendo-se sempre ser ajustado às novas realidades. No que se diz respeito ao PPA e à LDO, a única regra para a alteração é a observância ao planejado, bem como a permanência da compatibilidade do que foi estipulado inicialmente no orçamento anual. 2.3.1.4 A Execução Orçamentária e Financeira A execução orçamentária e financeira trata de fazer com que os recursos financeiros estimados inicialmente no orçamento sejam arrecadados, bem como as ações previamente estipuladas e planejadas sejam executadas. Nesse sentido “orçamento é o documento que assume a forma de lei e onde estão estimadas as receitas de uma organização e estabelecidas as ações nas quais tais receitas serão aplicadas” (IBAM, 2004, p. 23). Desta forma, executar o orçamento significa fazer com que as receitas estimadas transformem-se em espécie e que este dinheiro seja gasto na execução das ações fixadas. É a realização da receita e da despesa pública; onde no caso das entidades governamentais, nenhuma ação poderá ser executada sem que esteja previamente estabelecida no orçamento (IBAM, 2004, p. 23). Conforme Baleeiro (1998) a escolha do objetivo da despesa envolve um ato político, fundada em critérios políticos, isto é, nas convicções e aspirações reveladas no entrechoques dos grupos detentores do poder. Nesse sentido, a despesa pública deve ser encarada sob dois aspectos: o político e o técnico. O primeiro considera quais as necessidades humanas de caráter coletivo devem ser objeto de despesa pública; já o segundo, busca obter o máximo de eficiência e conveniência social com o mínimo de sacrifico pecuniário correspondente. Conforme o roteiro apresentado pelo IBAM (2004, p. 25), a execução orçamentária e financeira da despesa compreende as seguintes etapas: a) Programação Financeira – estabelecimento de cotas bimestrais de realização de despesa, em função da programação financeira da receita; b) Licitação – corresponde a tornar público que a Administração deseja contratar a execução de um serviço ou de uma obra ou adquirir material para a realização dos objetivos da entidade, conforme a Lei nº 8.666/96, de 21.06.1993; 41 Na contabilidade pública o sistema orçamentário é representado pelos atos de natureza orçamentária: são contabilizados, por exemplo, a previsão da receita e a fixação da despesa, o empenho da despesa, e a realização da receita e da despesa, além de outros lançamentos para encerramento do exercício. Somente através do Empenho, conforme estabelece o art. 58º da Lei nº 4.320/64, que o ato emanado de autoridade competente, cria para o Estado a obrigação de pagamento, pendente ou não do implemento de condição. Nesse sentido, é o instrumento que se destina a: Realizar a despesa, conforme o disposto no art. 60º, cujo valor é subtraído da dotação que lhe é fixada no orçamento; Garantir o crédito ao contratado, mediante a emissão de um documento denominado nota de empenho, cujo conteúdo é determinado pelo art. 61º da Lei nº 4.320/64. A garantia do crédito significa, neste caso, que o valor empenhado se vincula ao contrato, sendo pago ao credor desde que o implemento de condição seja cumprido; Controlar as despesas que correm à conta da dotação orçamentária específica. O empenho é um instrumento de controle prévio da execução orçamentária, mediante o qual o insumo é alocado ao órgão governamental para que cumpra com a sua finalidade na organização e com os objetivos da entidade. O empenho é ordinário por natureza, ou seja, deve ser feito com o conhecimento do valor da despesa a ser realizada. Contudo, a lei permite duas exceções ao empenho ordinário: a) Empenho por estimativa – para as despesas cujo montante não se pode determinar; b) Empenho global – para despesas contratuais e outras sujeitas a parcelamento; Confirmando-se a importância do planejamento financeiro, bem como da competência específica do gestor, ratificando que o orçamento tem caráter autorizativo, pois representa uma autorização dada pelo Poder Legislativo para que o Poder Executivo cumpra o que foi determinado. Segundo Baleeiro (1998, p. 78) “...quais as necessidade de um grupo social a serem satisfeitas por meio do serviço público, e, portanto, pelo processo da despesa pública, constitui missão dos órgãos políticos e questão essencialmente política.” 42 2.3.2 LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal A LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal – lei complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, criada com o propósito de regulamentar o processo da administração pública em todos os poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios visa a assegurar à sociedade uma gestão orçamentária e financeira responsável, eficiente, eficaz e, sobretudo, transparente; garantindo o equilíbrio das contas públicas, sob pena de severas sanções quando do não cumprimento. Apresenta em seu art. 1º § 1º a finalidade e o princípio básico da Lei: A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas; mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição; apresentando como proposta a responsabilidade na gestão fiscal através de ação planejada e transparente da gestão pública, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites constantes na lei. Segundo Farias Neto (2004, p. 41): A LRF enquadra todos os gestores de recursos públicos em todas as esferas de governo, sendo aplicada a todas as situações e a todos os casos relacionados à movimentação de receitas e despesas, endividamento e patrimônio público. A LRF enfatiza os aspectos relacionados à eficácia e à eficiência nas ações de gestão. A LRF está configurada em dez capítulos identificados da seguinte maneira: 1º Disposições Preliminares – exorta a dimensão da responsabilidade da gestão orçamentária, bem como a ação transparente, planejada e controlada; 2º Do Planejamento – apresenta a importância do planejamento das ações como instrumento determinante da efetividade, de modo a atender às demandas da sociedade; 3º Da Receita Pública – trata da previsão, arrecadação e renúncia da receita pública; exortando a necessidade de uma gestão com desempenho elevado, gerando eficiência e eficácia nas ações realizadas; 4º Da Despesa Pública – o capítulo classifica as despesas, apresentando definições, limites e formas de controle das despesas; 5º Das Transferências Voluntárias – apresenta aos gestores públicos a necessidade de cautela e sabedoria na realização de transferências voluntárias. 43 O capítulo denota ainda o objetivo de restringir as transferências correntes ou transferências de capital; 6º Da Destinação de Recursos Públicos para o Setor Privado – enuncia as regras definidas em termos do repasse de recursos públicos ao setor privado, salientando que tais recursos dever ser repassados, exclusivamente, por lei específica; 7º Da Dívida e do Endividamento – apresentam os conceitos, os limites e as condições para a recondução da dívida aos patamares definidos em lei; denotando ainda que as operações de crédito só podem ser concretizadas se, comprovadamente, contribuam com os interesses da sociedade; 8º Da Gestão Patrimonial – abrange a aplicação dos recursos disponíveis em caixa, com também a preservação do patrimônio público e das empresas controladas pelo setor público; 9º Da Transparência, Controle e Fiscalização – ressalta a importância da transparência na gestão fiscal; 10º Disposições Finais e Transitórias - o capítulo apresenta as disposições finais e transitórias contempladas na lei, focalizando ainda as condições especiais para os municípios com população inferior a cinqüenta mil habitantes. 2.3.2.1 Planejamento No art. 11º da citada lei verifica-se como requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal: a) a instituição; b) a previsão e; c) a efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. Nesse sentido, não cabe ao gestor público vender ou montar estratégias negociais para ganhar o mercado; basta simplesmente, receber os tributos devidos pela população à administração pública e gerenciá-los da melhor forma possível. Para a análise e previsão de receitas o gestor deverá observar os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante. Todo planejamento deverá estar acompanhado de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas, exigindo de tal 44 gestor a competência específica em conhecimento da situação econômica do país, saber fazer previsões e simulações de retornos financeiros. A lei apresenta, no seu artigo 4º no item e), § 1º, a necessidade do estabelecimento de metas anuais, através de um processo de planejamento por meio da elaboração e preenchimento do Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes, exigindo do seu gestor o conhecimento na área de administração. Confirma-se, dessa forma, a necessidade de identificar a capacitação e a competência em gestão financeira exigida do gestor público. Semelhante ao papel do administrador privado, o conhecimento de planejamento, o conhecimento de finanças, contabilidade e poder de crítica desse gestor é de extrema importância para o cumprimento da lei. 2.3.2.2 Transparência No art. 48º constam como instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada; a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa; 45 2.3.2.3 Controle Nesse sentido, a instituição de um sistema integrado de fiscalização através do controle interno, visa atender os anseios por uma estrutura administrativa mais organizada, atuando com mais eficiência, eficácia e transparência, buscando enfim o reforço da qualificação dos recursos humanos à disposição da administração pública. A LRF exige em seu artigo 9º verificar, ao final de um bimestre, se a realização da receita poderá comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais. E ainda no § 4º exige-se que até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1o do art. 166º da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais. Para o pronto atendimento do contido na legislação, o Anexo de Metas Fiscais deverá apresentar: a) Avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; b) Demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional; c) Evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos; d) Avaliação da situação financeira e atuarial dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador e dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial; e) Demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado. Apesar de toda exigência no cumprimento da LRF, existem vários casos de corrupção e improbidade administrativa. A Constituição Federal em artigo 74 apresenta o compromisso dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário em manter de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de zelar pelo patrimônio público. Tal controle também é facultado a qualquer cidadão em denunciar irregularidades ou ilegalidades perante as Cortes de Contas. 46 Tal controle exercido pelos Tribunais de Contas analisa e fiscaliza as áreas contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, através da aplicação das subvenções e renúncia de receitas. As funções primordiais dos Tribunais de Contas são: Fiscalizadora: exercida através da realização de auditorias e inspeções, que visam acompanhar e verificar o cumprimento dos programas de governo; Consultiva: sendo órgão emissor de pareceres prévios e individualizados, essencialmente técnicos, sobre a prestação de contas dos membros do executivo; Informativa: auxiliando o Congresso Nacional através de resposta às solicitações relativamente às fiscalizações realizadas pelo Tribunal de Contas; Judicante: muito embora não possuam a função jurisdicional, exclusiva dos magistrados, os Ministros dos Tribunais de Contas julgam as contas dos administradores e demais responsáveis pela execução orçamentária Todavia, é de conhecimento a lentidão na atuação do Tribunal de Contas em verificar as inconformidades e irregularidades apresentadas em tempo hábil de repor os dados causados ao erário público; confirmando dessa forma, que a atuação do Tribunal está voltada para o controle posterior, com muito atraso, e principalmente, por apresentar parecer meramente opinativo, limitando-se a julgar as contas e não as pessoas. Lembramos, porém, que hoje, o Tribunal de Contas tem o poder de proferir decisão imputando débito ou multa ao responsável pela ilegalidade de despesas ou irregularidade de contas, à qual a Constituição confere eficácia de título executivo (§ 3º do art. 71º). Sua atuação serve, também, para dar embasamento aos processos de responsabilização a serem aplicados pelas instâncias próprias. 2.3.2.4 Prestação de Contas A prestação de contas constitui a etapa final do controle interno da administração pública e ainda, é material para o controle externo, exercido pelos Tribunais de Contas do Estado – TCE. A Constituição Federal em seu art. 70º, parágrafo único apresenta: Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 47 Nesse sentido, a prestação de contas é o ato pelo qual a administração pública, através de seu agente, relata os fatos ocorridos em relação à sua gestão. Como um dos princípios básicos da administração pública, a “Publicidade é a divulgação oficial do ato para o conhecimento público e início de seus efeitos externos” (MEIRELLES, 2001. p. 87). Segundo Farias Neto (2004, p. 43) “A LRF obriga o estabelecimento da prática da transparência nas ações de planejamento, execução e controle dos gastos fiscais e das receitas tributárias, mediante ampla divulgação das prestações de contas, relatórios gerenciais de desempenho e incentivo à participação dos cidadãos, promovendo interação entre governo e sociedade.” Em seu artigo 4º a lei apresenta a exigência da prestação de contas através da apresentação dos seguintes tópicos: a) Equilíbrio entre receitas e despesas; b) Critérios e forma de limitação de empenho; c) Normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos. A LRF em seu artigo 56 dispõe que os chefes do Poderes de todos os demais órgãos da administração direta e indireta, deverão prestar contas mediante consolidação dos fatos relacionados: Aos agentes da Administração – surgindo o conceito das Contas de Gestão; Aos Poderes de Estado – surgindo o conceito das Contas da Entidade; Às Entidades Governamentais (entes da federação) – também no conceito de contas da entidade. 2.3.2.5 Erro ou Corrupção A LRF no seu artigo 59 apresenta o Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas, como órgãos fiscalizadores da administração pública no fiel cumprimento das normas e leis específicas. Tais normativos e procedimentos visam a comprovar o atingimento das metas estabelecidas, bem como as condições e as realizações das operações e processos administrativos. 48 Como em toda atividade pessoal e profissional o erro é passível a todo ser humano, onde Baleeiro (1998, p. 73) afirma “O Estado não pertence ao reino dos céus. Reflete a sua condição de instituição do homem, passível de todos os defeitos inseparáveis da falibilidade humana”, verifica-se, no entanto, um aumento das denúncias de corrupção e fraudes contra o patrimônio público. Conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT, o país perde todos os anos o equivalente a 32% de sua arrecadação tributária com corrupção e ineficiência na administração da máquina pública. O estudo alega que no ano passado a arrecadação chegou a R$ 817 bilhões, o que significa que R$ 260 bilhões não chegaram ao destino final por subtração, superfaturamento de obras ou serviços ou desvio de finalidade. O levantamento foi feito com base em 22.158 denúncias de corrupção divulgadas pela imprensa e que chegaram a órgãos da administração pública dos três poderes entre os anos de 1990 e 2006, desde casos como PC Farias e Fernando Collor de Mello e anões do Orçamento, passando pelas contas CC-5 do Banestado até chegar ao mensalão e aos sanguessugas7. É importante salientar que, um erro ou incompetência administrativa como evento humano involuntário ou acidental carrega um impacto moral muito diferente de um evento voluntário ou planejado, quando tratar-se de corrupção ativa. Esse tipo de divisão é muito comum nas práticas do direito penal e criminal (a diferença entre dolo e culpa, por exemplo), mas na verdade permeia todas as nossas avaliações do gesto humano. Dessa forma, ratificamos que nesse trabalho buscou-se identificar o nível de competência em gestão financeira dos prefeitos municipais, no sentido de buscarmos uma gestão mais eficiente à população. Registramos que descartamos toda e qualquer possibilidade de fraudes ou corrupção ativa, em qualquer uma das análises efetivadas. Para isso, fazia-se necessária uma investigação mais aprofundada e documentada de cada ocorrência ou suspeita, e que essa não foi intenção desse trabalho. Toda e qualquer falha humana foi considerada como negligência, erro ou simplesmente incompetência; apenas registramos alguns casos de improbidade administrativa, quando tal alegação foi registrada e revelada por algum órgão público, que apresenta competência e autoridade legal para fazê-la. _______________ 7 Fonte: http://www.estadao.com.br/ultimas/nacional/noticias/2007/jun/06/367.htm 49 2.4 Competência O conceito de competência surgiu há vários séculos, época que se identificava a habilidade dos artesões na idade média. Em consulta ao dicionário Aurélio verifica-se o seguinte conceito: “Qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade”. Na área de recursos humanos, o conceito evoluiu relacionando-se com a capacidade de um indivíduo em realizar determinada atividade ou função sob o critério de eficiência e eficácia. No âmbito corporativo, a definição de competência refere-se aos conceitos de autoridade, capacitação e qualificação de um profissional na incumbência de realizar determinada atividade de forma adequada e eficiente; bem como, a capacidade de adaptação frente às rápidas mudanças do mundo globalizado, exigindo novas habilidades, ainda mais específicas e atitudes no sentido de manter o nível de aprendizagem no decorrer da atividade profissional. Para o desempenho de qualquer atividade laborial, faz-se necessário a combinação do conhecimento, a experiência profissional e formação específica. Nesse sentido, Irigon, (1996, p. 3): ... uma pessoa competente em seu trabalho deve adquirir conhecimento e desenvolver habilidades variadas para a tomada de decisão, solução de problemas e conflitos e para negociar. Trabalhar com competência e ter conhecimentos, habilidades e atitudes em lugar do antigo esquema de conhecimento e de destrezas. O conceito atual de competência remete a uma visão mais ampla e integral das experiências pessoais e profissionais do indivíduo; bem como o contínuo processo de desenvolvimento humano, através do processo de educação permanente. Tais competências, alicerçadas no conhecimento e saberes, manifestam-se na capacidade de análise e identificação de problemas, no diagnóstico de situações, na tomada de decisão e ainda na capacidade de manter o processo de aprender a aprender. As mudanças e os avanços tecnológicos exigem cada vez do novo profissional um conhecimento especializado, a capacidade de pensar e agir, interagindo e decidindo dentro de um sistema complexo. A gestão pública, como as demais, busca sua orientação por competências representando um importante passo na evolução da administração. É preciso estar ciente que o gestor é a figura mais importante e é um desafio fazer a escolha certa do indivíduo e da equipe mais preparada para ocupar a posição de gerenciamento do município. Nesse sentido, cabe à 50 população, quando representada pelos eleitores, entender a responsabilidade e a importância desse assunto; para uma ótima gestão se faz necessário colocar a pessoa certa no lugar certo. A análise do desempenho dos agentes políticos, suas experiências pessoais, suas habilidades e conhecimentos, podem ajudar a medir a competência das pessoas que se apresentam para ocupar determinado cargo ou função. Há uma dificuldade em identificar se todos se conhecem e conhecem suas competências, até mesmo porque o conhecimento das pessoas é extremamente dinâmico. No caso, seria necessário alinhamento e uma sistematização não só para identificar essas competências como para adequar às necessidades empresariais e da gestão pública. O conceito de competência era inicialmente usado apenas no âmbito jurídico quando toma o sentido de “uma delimitação de poder do judicante”, já atualmente abrange ao aspecto econômico administrativo em que não se restringe a uma área específica da organização e integra diversas dimensões humanas. Isto é o que leva alguns autores a tratar de competências como integração e a coordenação de um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes. Atrelado a isto, estará o sistema de avaliação de resultados e desempenho da organização, abordagem que é cada vez mais difundida e implementada na gestão pública, que demanda uma espécie de prestação de contas à sociedade, devido ao grande número de stakeholders que participam desse processo: sociedade, governos, Tribunais de Contas, Fornecedores empresas. Ainda é preciso deixar claro que esse sistema de gestão precisa ser utilizado ao mesmo tempo em que se utiliza um sistema de reconhecimento e recompensa que, poderá significar desde a orientação para o desenvolvimento individual, ou a promoção a outros postos de trabalho dentro da empresa e até premiações com a utilização de bônus ou aumento de remuneração. Para a identificação das competências e na análise do desempenho precisamos definir os tipos e parâmetros de competência, conforme abaixo: Competências Individuais - Relacionadas ao comportamento das pessoas, devendo ser expressas por todos os funcionários/servidores. Podendo ser traduzidas em 5 perspectivas: Financeira, Clientes (internos Organizacional, Processos Internos e Sociedade. e externos), Comportamento 51 Competências Específicas – Àquelas que estão relacionadas com determinadas áreas de conhecimento. A complexidade das atividades na gestão municipal exige uma grande diversidade de competências; Competências Gerenciais – São expressas pelos líderes na perspectiva do Comportamento Organizacional. Caracteriza-se pelo estímulo aos funcionários/servidores, incentivando o diálogo; orientação à equipe; estimulando o comprometimento; adotando medidas preventivas e corretivas para a melhoria dos processos na organização. Nesse sentido, a organização terá determinada competência quando conseguir sintonizar essas dimensões, no sentido de formar e manter uma determinada competência organizacional reconhecida por todos os participantes, quais sejam: Clientes, fornecedores, acionistas, sociedade, concorrentes, empregados e demais interessados. As competências organizacionais estão, portanto, associadas à imagem da organização, ou seja, ao fazer a adequada gestão dos seus processos, das tecnologias que dispõe e dos talentos que possui, a organização estará desenvolvendo competências para uma gestão ótima e ainda fortalecer à sua imagem junto ao mercado e à sociedade. Para o atingimento da proposta deste trabalho, após a análise das competências dos prefeitos municipais, utilizamos a metodologia de Avaliação do Desempenho em 360 graus ou avaliação por múltiplas fontes, com o propósito de apresentar nossas considerações. Nesse sentido, os participantes da metodologia são: a) Prefeito Municipal - que fará sua auto-avaliação, como também a dos seus pares (outros prefeitos), no momento de cada reflexão das perguntas Nº 3; 5; 6 e 9, conforme APÊNDICE B. b) Subordinados – nesse estudo caracterizamos os subordinados os cidadãos e cidadãs do município estudado, que se apresenta passivos ao processo decisório e, portanto, tem condições de avaliar e apresentar suas opiniões e considerações sobre a gestão municipal, conforme APÊNDICE C; c) Superiores – Nesse contexto, caberá ao Tribunal de Contas do Estado, o papel de apresentar as suas considerações e avaliação final sobre a gestão municipal. Caracterizando-se como uma maneira de confrontarmos todos os dados: a percepção 52 do gestor municipal, juntamente com a avaliação da sociedade e com o parecer final e definitivo do TCE, conforme APÊNDICE D; E, justamente através da análise dos relatórios disponibilizados pelo TCE – Tribunais de Contas do Estado é que teremos um Feedback do processo, onde poderemos apresentar as considerações sobre a análise das competências em gestão financeira dos gestores municipais. Registre-se que a proposta deste estudo era de analisar as prestações de contas de pelo menos 5 municípios do interior do Estado e também de 5 municípios do litoral, visando a uma comparação dos resultados ora apresentados. Todavia, encontramos dificuldades na obtenção de tais dados junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), a exemplo do relatório da prestação de contas de Prefeitura de João Pessoa, referente ao ano 2000, que conforme nos foi relatada, ainda não estaria concluído até esta data. Dessa forma, a escolha dos municípios analisados neste trabalho foi de forma aleatória e disponibilizada pelo TCE. 53 3 METODOLOGIA DE PESQUISA 3.1 Natureza da pesquisa O estudo apresentou, quanto aos fins, uma pesquisa de natureza descritiva, pois teve a intenção de identificar e apresentar as características e competências em gestão financeira dos principais agentes públicos, os Prefeitos Municipais, como forma de discutir o processo de gestão pública municipal eficiente e eficaz exigido na LRF. A pesquisa exploratória proporciona maior contato com o problema, tornando-o explícito. 3.2 Método do Abordagem O método de abordagem utilizado foi o indutivo, pois apresentou um comparativo entre os 11 municípios estudados, sob a situação geral verificada no tocante à gestão financeira, a partir do conhecimento da gestão administrativa e financeira de cada gestor municipal, bem como através do questionário confrontando-se com os resultados dos relatórios e processos apresentados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). 3.3 Métodos de Procedimento O método utilizado foi o estatístico, através da análise das pesquisas e questionários aplicados no universo amostral, como também por ser mais preciso e menos sujeito a dúvidas, após a apresentação da análise dos dados. 54 3.4 Técnica de Pesquisa Além de uma pesquisa bibliográfica e documental, junto ao TCE; a técnica de pesquisa selecionada foi a pesquisa de campo; que foi estruturada de tal forma que os entrevistados (Prefeitos e cidadãos do municípios) tiveram condições de entender o propósito do questionário, bem como compreender o que estava sendo estudado. A pesquisa aplicada no TCE, através de solicitação formal (conforme APÊNDICE D), serviu de referencial visando à confrontação dos dados dos relatórios com as respostas dos questionários, visando à sua confirmação ou simplesmente sua refutação. Os questionários foram aplicados de forma direta, pelos Gerentes Gerais do Banco do Brasil lotados em cada município, como também por envio de mensagens em meio eletrônico, via e-mail, conforme APÊNDICE A, com a intenção de proporcionar maior comodidade e facilidade aos entrevistados que poderiam responder as questões calmamente, sem interromper suas atividades. Os modelos dos questionários podem ser apreciados nos APÊNDICE B e C. 3.5 Instrumentos de pesquisa Foi utilizado um questionário como principal instrumento para a coleta de dados, onde, em número de 10 (dez) questões, foi aplicado junto aos prefeitos e também aos cidadãos. O referido questionário foi elaborado de modo a evitar dúvidas ou qualquer necessidade de ajuda do entrevistador; os questionários apresentaram questões fechadas e objetivas, através da utilização do modelo das Escalas de Likert, onde é atribuído um número de 1 a 5 para cada resposta, que reflete a direção da atitude do respondente em relação a cada afirmação, permitindo, dessa forma, identificar a percepção dos respondentes com relação ao assunto discutido. Nesse sentido, Oliveira (2005, p. 19) afirma que a utilização desse modelo amparase no fato de que tal escala se baseia na premissa de que a atitude geral se remete às crenças sobre o objeto da atitude, à força que mantém essas crenças e aos valores ligados ao objeto. As escalas de Likert, ou escala somatória, apresentam uma série de afirmações relacionadas com o objeto pesquisado, representando várias assertivas sobre um assunto, onde os respondentes não apenas respondem se concordam ou não com as afirmações, mas também, e 55 principalmente, informam qual seu grau de concordância ou discordância. Através da atribuição de um número para cada resposta, confirma-se a direção da atitude do respondente em relação a cada afirmação. 3.6 Tratamento de dados Visando manter consonância com o procedimento estatístico, os dados coletados receberam um tratamento de caráter qualitativo, visando identificar o nível de competência financeira dos Prefeitos Municipais, bem como a percepção dos habitantes no tocante a essa competência apresentada. 3.6 Universo e amostra O instrumento de pesquisa foi enviado para 11 municípios que compõem o universo alvo composto pelos seguintes municípios: Bayeux, Bonito de Santa Fé, Caapora, Cabedelo, Conceição, Catolé do Rocha, Pilõezinhos, Queimadas, Santa Rita, São José de Piranhas e Tavares. O presente trabalho teve ainda como propósito de apresentar um comparativo entre a gestão dos municípios do interior em comparação com os municípios do litoral do Estado. 3.8 Sujeitos da pesquisa Os sujeitos da pesquisa foram os Prefeitos dos municípios estudados, os moradores e habitantes de tais municípios e os Auditores dos Tribunais de Contas do Estado, que atuam no processo de análise e conclusão das prestações de contas municipais. 56 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Para atingir o objetivo geral desta pesquisa de analisar as competências em gestão financeira requerida dos Prefeitos Municipais do Estado da Paraíba, foi necessário o desenvolvimento de etapas preliminares que permitiram a construção do pensamento e conclusões finais deste trabalho. Primeiramente, levantamos todos os elementos que constituem a administração gerencial pública; o segundo passo foi apresentar o processo de formação e composição do orçamento público; em um terceiro momento, o levantamento do que é requerido do gestor público na gestão municipal para que, em comparação com as exigências do administrador privado, tenhamos condições de auferir e apresentar o que se pede de um gestor público, conforme o contido na LRF com as exigências de transparência, eficiência e eficácia. Como etapa subseqüente, aplicamos um questionário junto aos prefeitos e os habitantes do município estudado, no sentido de identificar suas percepções sobre o tema. Os dados desse questionário foram confrontados com os relatórios de prestação de contas de cada município, emitidos pelo TCE, visando a confrontação dos dados. Vale destacar, que pelo motivo da gestão pública se apresentar de forma dinâmica, ou seja, a cada processo eleitoral, novos gestores são incluídos nesse processo. Dessa forma, identificar de maneira estática o nível de capacitação dos gestores públicos municipais atende parcialmente o propósito deste trabalho. Nesse sentido, a proposta principal deste trabalho é de elevar a análise deste processo à sociedade, visando estimular reflexão do processo político, da importância de escolher o melhor e mais capacitado candidato para a execução do cargo visando atender às necessidades públicas e aos anseios da população. Com isso, após a aplicação dos questionários, apresentamos as seguintes considerações com relação ao questionário aplicado aos Prefeitos Municipais: 4.1 Questionários aplicados aos Prefeitos Considerando a dificuldade na obtenção das respostas diante da aplicação de perguntas objetivas aos Prefeitos Municipais, utilizamos a estratégia de fazer perguntas alternadas com propósitos definidos. As perguntas 1ª e a 4ª tiveram como propósito identificar a percepção e importância que o Prefeito Municipal valoriza em relação às competências e 57 experiências de sua equipe de governo; no momento de sua formação, como também no momento da distribuição e delegação das suas responsabilidades: Pergunta 1ª – Diante da nova postura social e da demanda de qualidade nos serviços públicos, onde o gestor público é instigado a fazer muito mais com muito menos, não tem importância conhecer a formação acadêmica e experiência profissional dos componentes da Administração Pública Municipal (Prefeito e Secretários). Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 28,00% 41,00% 16,00% 12,00% 3,00% Pergunta 4ª – Na gestão municipal, o Prefeito dispõe dos Secretários Municipais para apoiá-lo em suas decisões; mesmo assim é de extrema importância que o Prefeito detenha um conhecimento básico em Gestão Financeira para administrar bem o município? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 11,00% 27,00% 38,00% 16,00% 8,00% Comentários: Verificou-se que 16% se apresentaram indiferente e 15% não acham importante o conhecimento da capacidade e competência de sua equipe de governo; ainda nesse sentido, verificou-se que 76% dos Prefeitos entendem que não há importância ou necessidade de que o prefeito detenha algum conhecimento básico em gestão financeira. Registre-se a nossa surpresa com tais afirmativas; não se pode almejar uma gestão ótima na administração pública quando o principal gestor não valoriza a sua equipe de trabalho e também não reconhece a importância em deter um conhecimento básico em finanças. Mesmo considerando a existência e atribuições do Secretário de Finanças no município, a responsabilidade por todos os atos e providências é do Prefeito Municipal. Quadro 6 – Percepção em relação às competências pessoais e da equipe de governo. 78,00% 63,00% 22,00% 5,00% Discordo Totalmente Discordo 0,00% Indiferente 2ª Pergunta Fonte: Dados da Pesquisa (2007) 21,00% 11,00% Concordo 3ª Pergunta Concordo Totalmente 58 Com a aplicação da 2ª Pergunta buscou-se identificar a percepção e opinião sobre as novas e maiores responsabilidades do Prefeito após as mudanças apresentadas pela Constituição Federal de 88. Pergunta 2ª – Foi correta a decisão do Governo Federal em repassar maiores responsabilidades e volume de orçamento para as Prefeituras Municipais, com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 0,00% 0,00% 0,00% 22,00% 78,00% Pergunta 3ª – De modo geral, os atuais Prefeitos Municipais apresentam competência e conhecimento básicos em gestão financeira para um ótimo desempenho na gestão municipal? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 0,00% 5,00% 11,00% 63,00% 21,00% Verificou-se que 100% concordaram com a afirmativa, apoiando positivamente essas novas medidas. Porém, registramos que 16% afirmaram que alguns Prefeitos não tenham competências e conhecimentos em gestão financeira para a gestão municipal, conforme a questão Nº 3. Comentários: Fica bem claro que no tocante à gestão dos recursos municipais, todos apresentaram interesses e apoiaram tal decisão; o poder de decisão dos projetos e planejamentos fica então na prefeitura. Porém, e muito mais importante, alguns prefeitos reconhecem que outros gestores não possuem competência para a gestão dos recursos municipais, comprometendo com isso os serviços prestados à sociedade; Quadro 7 – Opinião em relação às novas responsabilidades após a CF 88. 78,00% 63,00% 22,00% 5,00% Discordo Totalmente Discordo 11,00% 0,00% Indiferente 2ª Pergunta Fonte: Dados da Pesquisa (2007). 21,00% Concordo 3ª Pergunta Concordo Totalmente 59 A aplicação das perguntas 5ª, 6ª e 8ª apresentaram o propósito de identificar os conhecimentos atuais dos prefeitos, como também de uma reflexão da necessidade de treinamento. Pergunta 5ª – A excessiva quantidade de norma, a exigência de conhecimentos em finanças, contabilidade e planejamento constantes na LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal através da elaboração de relatórios, dificultam o entendimento e a gestão do administrador público municipal? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 0,00% 0,00% 7,00% 19,00% 74,00% Pergunta 6ª – O Governo Federal deveria oferecer um treinamento de Administração Financeira aos prefeitos eleitos, visando uma gestão municipal melhor e mais eficiente? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 2,00% 8,00% 13,00% 54,00% 23,00% Pergunta 8ª – O planejamento orçamentário e financeiro exigido na LRF, através do preenchimento do Anexo de Metas Fiscais, é de modo geral simples e de fácil operacionalização. Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 39,00% 27,00% 18,00% 14,00% 2,00% Comentários: Ficou claro o reconhecimento das dificuldades no entendimento da legislação como também das limitações gerenciais dos atuais gestores municipais do nosso Estado. Observamos que 93% concordam que possuem dificuldades na elaboração dos relatórios exigidos nas legislações; confirmando-se, dessa forma, que 77% acham que o a necessidade de um treinamento de capacitação, a ser oferecido pelo Governo Federal. Percebeu-se que diante das exigências no processo do planejamento municipal, geralmente são os contadores que elaboram todos os instrumentos sem uma prévia discussão com a equipe de governo. Quadro 8 – Identificação do conhecimento e da necessidade de treinamento 74,00% 61,00% 39,00% 29,00% 27,00% 18,00% 19,00% 2,00% Discordo Totalmente 7,00% Discordo 5ª Pergunta Fonte: Dados da Pesquisa (2007) 8,00% Indiferente 6ª Pergunta 14,00% 2,00% Concordo 8ª Pergunta Concordo Totalmente 60 As perguntas apresentadas nas questões 7ª e 10ª apresentaram como elemento de ligação: a formação do processo de planejamento, execução e controle da administração Municipal, com a intenção de verificar se o gestor municipal tem participação nesse processo. Pergunta 7ª – Os instrumentos (formulários e relatórios) juntamente com o sistema de informações disponíveis na prefeitura são insuficientes para amparar o correto processo decisório em gestão financeira? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 39,00% 27,00% 18,00% 14,00% 2,00% Pergunta 10ª – Alguns autores afirmam que o planejamento apóia-se exclusivamente no orçamento. Em sua opinião, existe na LRF - Lei de Responsabilidade, alguma capacitação ou orientação técnica visando à qualidade e eficiência do serviço público? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 39,00% 27,00% 18,00% 14,00% 2,00% Comentários: Apesar do reconhecimento das limitações tecnológicas e ferramentas gerenciais nas prefeituras; devemos registrar que no momento de elaboração dos relatórios e instrumentos no planejamento municipal, tais formulários deverão servir ao gestor público como um guia referencial para o atingimento dos seus objetivos com eficiência e eficácia, visando ao acompanhamento do planejamento para os devidos ajustes durante o exercício. Todavia, enquanto que 90% informaram que os sistemas de informações são insuficientes para o processo decisório, 87% afirmaram que não existe na LRF nenhuma orientação que busque a eficiência, confirmando o desconhecimento por parte dos prefeitos dos pressupostos e instrumentos gerenciais formulados no planejamento do município. Quadro 9 – Correlação do processo de planejamento com o conhecimento do Prefeito 74,00% 61,00% 39,00% 29,00% 27,00% 18,00% 19,00% 2,00% Discordo Totalmente 7,00% 8,00% Discordo 5ª Pergunta Fonte: Dados da Pesquisa (2007) Indiferente 6ª Pergunta 14,00% 2,00% Concordo 8ª Pergunta Concordo Totalmente 61 Na 9ª pergunta, visamos apensas apurar qual o grau de atendimento e percepção do gestor sobre a sua gestão, no sentido de apurar a sua auto-avaliação; Pergunta 9ª – Em sua opinião, a administração financeira dos recursos disponíveis para o seu município estão, de modo geral, sendo bem administrados e gerenciados? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 0,00% 0,00% 3,00% 12,00% 85,00% Comentários: Vale salientar que considerando que o prefeito, considerada uma das pessoas de mais importância no município, deve-se considerar que o ego e a humildade atuam fortemente nesta questão e não temos como mensurar tais dados. Dessa forma, tal questão servirá apenas de guia para a confrontação com os dados constantes dos relatórios de prestação de contas do TCE. Quadro 10 – Auto-avaliação do gestor municipal 85,00% 12,00% 3,00% Dis cordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 9ª Pergunta Fonte: Dados da Pesquisa (2007) 4.2 Questionário aplicado à População A proposta de aplicação do questionário à população visou não apenas à identificação da percepção da população com relação ao nível de competência em gestão financeira dos prefeitos, como também de estimular à discussão do tema junto aos habitantes. 62 No tocante ao questionário aplicado à população apresentamos as seguintes considerações às questões 1ª e 2ª onde se buscou estimular a reflexão da necessidade de uma gestão pública mais eficiente no município, atendendo os anseios da população. Pergunta 1ª – Não é necessário o conhecimento do grau de competência em gestão financeira do Prefeito Municipal. Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 63,00% 24,00% 13,00% 0,00% 0,00% Pergunta 2ª – Você acha que todo cidadão ou cidadã deveria conhecer o nível de escolaridade e as experiências profissionais do Prefeito Municipal e os Secretários que compõem a Administração Pública da sua cidade? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 0,00% 8,00% 13,00% 31,00% 48,00% Comentários: É bem sabido que no atual processo eleitoral, a grande massa eleitoral não vota conscientemente; a prática em vários municípios é de negociar o voto em troca de favores pessoais. Contudo, observamos nessa questão que 87% acharam importante que o prefeito tenha conhecimento em gestão financeira e 79% entendem como importante conhecer o nível de escolaridade e experiências profissionais da equipe de governo do município. Registramos que recebemos feedbacks dos funcionários do BB, que afirmaram que no momento da aplicação do questionário os respondentes se mostraram preocupados e atentos com o tema; confirmando, dessa forma, a proposta deste trabalho: elevar o questionamento junto à sociedade em discutir eficiência na gestão pública e melhores condições e qualidade de vida da população; Quadro 11 – Reflexão da necessidade de uma gestão pública mais eficiente 74,00% 61,00% 39,00% 29,00% 27,00% 18,00% 19,00% 2,00% Discordo Totalmente 7,00% Discordo 5ª Pergunta Fonte: Dados da Pesquisa (2007) 8,00% Indiferente 6ª Pergunta 14,00% 2,00% Concordo 8ª Pergunta Concordo Totalmente 63 As questões de nº 4ª e 5ª visaram, exclusivamente, em reforçar os deveres e o papel de cada cidadão nesse processo; fazendo-os refletirem em suas responsabilidades para com seu município. Pergunta 4ª – Você acha que todo cidadão deve pagar seus impostos para que a Prefeitura tenha recursos financeiros para realizar suas atividades e responsabilidades públicas? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 23,00% 23,00% 9,00% 28,00% 17,00% Pergunta 5ª – Por falta de confiança na gestão pública municipal, de modo geral, os cidadãos não vem pagando todos os impostos municipais que são de sua responsabilidade? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 2,00% 11,00% 0,00% 18,00% 69,00% Comentários: Apesar de que 45% entendem e reconhecem a sua obrigação em pagar os tributos, 87% justificaram a falta do pagamento pela falta de confiança nos agentes políticos; a idéia de corrupção e desvio de dinheiro público, vem desgastando a imagem da administração pública e parte da população vem reagindo de forma a não pagar os tributos, seja total ou parcialmente. Ainda nesse pensamento, de co-responsabilidade e interesses mútuos, apresentamos a 7ª questão no sentido de apresentar a importância do orçamento e planejamento participativo. Verificou-se que 80% entendem como importante o conhecimento do planejamento orçamentário municipal, porém a grande maioria não tem idéia de como atuar nesse sentido; Quadro 12 – Reflexão dos deveres e responsabilidades do cidadão 69,00% 23,00% 28,00% 23,00% 11,00% 18,00% 17,00% 9,00% 2,00% Discordo Totalmente Discordo Indiferente Fonte: Dados da Pesquisa (2007)4ª Pergunta Fonte: Dados da Pesquisa (2007) Concordo 5ª Pergunta Concordo Totalmente 64 Somente após todos esses questionamentos e reflexões, é que apresentamos a possibilidade de o cidadão apresentar sua opinião sobre a gestão do seu município, respondendo as questões 3ª, 6ª, 8ª e 9ª. Pergunta 6ª – O Prefeito Municipal da minha cidade tem conhecimentos básicos em administração financeira suficientes para uma boa gestão do seu município? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 33,00% 9,00% 13,00% 16,00% 29,00% Pergunta 8ª – Independente do partido político do atual prefeito, a cidade vem apresentando uma boa administração financeira? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 2,00% 8,00% 13,00% 54,00% 23,00% Pergunta 9ª – Em um sentido geral, as condições de saúde, moradia, educação e infra-estrutura de sua cidade estão sendo bem administradas? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 46,00% 34,00% 3,00% 12,00% 5,00% Comentários: Verificamos que apesar de que 45% acham que o Prefeito detenha conhecimento em finanças; e ainda que 77% votaram que a cidade vem apresentando uma boa administração financeira; observamos que quando indagamos sobre as condições de saúde, moradia, educação e infra-estrutura, 79% acham que não estão sendo bem administrados. Configurando dessa forma que a população não correlaciona a gestão financeira com a qualidade dos serviços prestados à sociedade, a visão limita-se, exclusivamente, ao pagamento em dia da folha dos funcionários e servidores da prefeitura. Quadro 13 – Identificação das competências do Prefeito por parte da população 54,00% 46,00% 33,00% 34,00% 29,00% 23,00% 9,00% 8,00% 2,00% Discordo Totalmente Discordo 6ª Pergunta Fonte: Dados da Pesquisa (2007) 13,00% 13,00% 16,00% 12,00% 5,00% 3,00% Indiferente 8ª Pergunta Concordo 9ª Pergunta Concordo Totalmente 65 Após a análise dessas questões, verificamos que na 3ª pergunta, apesar que 88% acham que é necessário um treinamento aos gestores públicos em administração financeira, 77% concordam que a cidade vem apresentando um bom desempenho em administração financeira. Ficando assim esse impasse: a resposta ficou confusa por falta de conhecimento do assunto por parte da população ou por falta de acesso aos relatórios gerenciais e financeiros que espelham a realidade financeira do município. Pergunta 3ª – Governo Federal deveria oferecer um treinamento em Administração Financeira aos prefeitos eleitos, visando uma gestão municipal melhor e mais eficiente? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 0,00% 0,00% 12,00% 37,00% 51,00% Vale salientar nas respostas dessas questões existe a possibilidade de influências diretas e indiretas, por conta do interesse político de cada cidadão. A depender de que posição o respondente se encontre: partido da “situação” ou da “oposição”. Todavia, tais perguntas sempre remetem à reflexão sobre os temas estudados, fazendo-os a observar tais detalhes e repensar as suas condições de vida proporcionada pela gestão do seu município. Na questão nº 10 teve com proposta estimular a observação com relação ao tema analisado. Pergunta 10ª – Você acha que a cada novo processo eleitoral o nível de escolaridade dos prefeitos municipais vem apresentando níveis melhores de capacitação profissional? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 34,00% 29,00% 13,00% 21,00% 3,00% Comentários: O fato de observarmos que 76% dos respondentes entendem que a cada ano o nível de escolaridade dos gestores públicos vem caindo, justifica esse estudo, pois foi justamente a partir dessa percepção que surgiu o interesse em estudar o tema. Quadro 14 – Acompanhamento do nível sócio-educacional dos prefeitos municipais 34,00% 29,00% 21,00% 13,00% 3,00% Disco rd o T o ta lm e n te Disco rd o In d ife re n te 10ª P ergunta Fonte: Dados da Pesquisa (2007) Co n co rd o Co n co rd o T o ta lm e n te 66 4.3 Análise dos relatórios emitidos pelo TCE Registramos ainda que em visita ao Tribunal de Contas do Estado – TCE, onde solicitamos os relatórios das prestações de contas de alguns municípios, com o propósito de confrontarmos os dados apresentados nos questionários aplicados com o contido nos pareceres do referido tribunal. A relação dos municípios com os dados informados, bem como o ano-referência da prestação de contas, segue abaixo: Município Bayeux Bonito de Santa Fé Caapora Cabedelo Conceição Ano Referência 2002 2001 2003 2002 2003 2002 2003 2002 Município Catolé do Rocha Pilõezinhos Queimadas Santa Rita São José de Piranhas Tavares Ano Referência 2001 2003 2002 2001 2003 2002 2002 2003 Em análise aos relatórios apresentados elencamos as seguintes considerações: Prefeitura: Ano-Referência: Parecer: Bayeux (PB) 2002 Favorável ao 1º gestor e desfavorável a 2ª gestora – Parecer PPL – TC 05/2005 – Processo TC-Nº 1905/03. Comentários constantes nos relatórios sobre a gestão da Sra. Sara Maria: Abertura de créditos adicionais sem a devida fonte de recursos, no valor de R$ 493.663,98; Realização despesas sem licitações no valor de R$ 1.293.255,52, caracterizando improbidade administrativa; Aplicações em ações e serviços de saúde inferior ao exigido; Não recolhimento de 37,83% das retenções previdenciárias arrecadadas; Balanços Orçamentário, Financeiros e Patrimoniais incorretamente elaborados; Saldos bancários não comprovados; Prefeitura: Bonito de Santa Fé (PB) Ano-Referência: 2001 e 2003 Parecer: Favorável– Parecer PPL – TC 231/2003 – Processo TC-Nº 01350/03. Comentários constantes nos relatórios: Unanimidade e conformidade do relatório e da proposta nos dois exercícios; Prefeitura: Caapora (PB) Ano-Referência: 2002 Parecer: Desfavorável– Parecer PPL – TC 115/2004 – Processo TC-Nº 01664/03. Comentários constantes nos relatórios: Abertura de créditos adicionais sem a devida fonte de recursos, no valor de R$ 523.343,94; Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial incorretamente elaborados; Realização despesas sem licitações no valor de R$ 809.088,82, caracterizando improbidade administrativa; Não recolhimento das retenções previdenciárias arrecadadas; 67 Prefeitura: Caapora (PB) Ano-Referência: 2003 Parecer: Favorável– Parecer PPL – TC 245/2005 – Processo TC-Nº 6036/04. Comentários constantes nos relatórios: Realização despesas sem licitações no valor de R$ 663.167,84, caracterizando improbidade administrativa; Aplicações em ações e serviços de saúde inferiores ao exigido; Despesas com valores elevados sem observar os princípios de eficiência e economicidade; Prefeitura: Cabedelo (PB) Ano-Referência: 2002 Parecer: Desfavorável – Parecer PPL – TC 193/2004 – Processo TC Nº 01680/03. Comentários constantes nos relatórios: Elevação da dívida fundada; Abertura de créditos adicionais sem a devida fonte de recursos; Aplicações em MDE inferiores ao exigido; Não recolhimento de das retenções previdenciárias arrecadadas; Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial incorretamente elaborados; Prefeitura: Ano-Referência: Parecer: Cabedelo (PB) 2003 Desfavorável – Parecer PPL – TC 208/2005 – Processo TC Nº 05620/02, após análise e reconsideração o parecer foi favorável - Parecer PPL – TC 23/2006. Comentários constantes nos relatórios: Realização despesas sem licitações no valor de R$ 198.306,28, caracterizando improbidade administrativa; Insuficiência financeira para saldar restos a pagar; Incompatibilidade informações entre demonstrativos; Aplicações em ações e serviços de saúde e MDE inferiores ao exigido; Pagamento de multa e juros; Incompatibilidade no saldo da conta do FUNDEF, apresentando diferença entre o contábil e o financeiro; Não recolhimento de das retenções previdenciárias arrecadadas, inclusive FUNDEF; Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial incorretamente elaborados; OBS: Após a reanálise do processo, foram acatados os gastos com vigilância nas escolas como aplicação no MDE, em virtude de o Tribunal ter acatado gastos dessa natureza em outro município. Prefeitura: Conceição (PB) Ano-Referência: 2002 Parecer: Desfavorável – Parecer PPL – TC 231/2005 – Processo TC-Nº 01603/03. Comentários constantes nos relatórios: Não implementação do Salário mínimco nacionalmente unificado; Realização despesas sem licitações no valor de R$ 1.293.255,52, caracterizando improbidade administrativa; Pagamento de serviços de engenharia a firmas irregulares junto a Receita Federal; Despesas com juros e multas, no valor de R$ 199,59; Falta de publicação dos REO e dos RGF; Incompatibilidade entre os dados do REO e do balancete de dezembro; Insuficiência financeira para saldar restos a pagar; Prefeitura: Catolé do Rocha (PB) Ano-Referência: 2001 Parecer: Desfavorável – Parecer PPL TC 104/2004 – Processo TC Nº 01860/03 Comentários constantes nos relatórios: Realização despesas sem licitações no valor de R$ 628.967,77, caracterizando improbidade administrativa; Aplicações em ações e serviços de saúde e as despesas com MDE inferiores ao exigido; Excesso na remuneração do vice-prefeito; Balanço orçamentário apresentou déficit; Aumento da dívida municipal em 26,39% no ano; Não implementação do Salário mínimco nacionalmente unificado; Diferença de R$ 427.218,40, referente à receita extra-orçamentária, entre o PCA e o BME; 68 Prefeitura: Catolé do Rocha (PB) Ano-Referência: 2003 Parecer: Favorável – Parecer PPL TC 74/2005 Comentários constantes nos relatórios: Receita orçamentária correspondeu a 48,21% da previsão; Insuficiência financeira para saldar restos a pagar; Doação financeira a estudantes sem que exista lei específica que regule o assunto; Demonstrativos contábeis, balanço patrimonial e dívida municipal não representam a real situação do município; Aplicações em ações e serviços de saúde e ao desenvolvimento do ensino inferiores ao exigido; Não recolhimento de das retenções previdenciárias arrecadadas; Prefeitura: Pilõezinhos (PB) Ano-Referência: 2002 Parecer: Favorável com ressalvas - Parecer PPL – TC 22/2004 – Processo TC nº 01655/03. Comentários constantes nos relatórios: Apesar de parecer favorável observou-se os seguintes tópicos: Abertura de créditos adicionais sem a devida fonte de recursos, no valor de R$ 198.901,72; Realização despesas sem licitações no valor de R$ 10.576,00, caracterizando improbidade administrativa; Emissão de cheques sem provisão de fundos, demonstrando descontrole administrativo e ofendendo o princípio da eficiência; Prefeitura: Queimadas (PB) Ano-Referência: 2001 Parecer: Desfavorável – Parecer PPL TC – 16/2003 – Processo TC 02872/02 Comentários constantes nos relatórios: Abertura de créditos adicionais sem a devida fonte de recursos, nos valores de R$ 148.880,00 e R$ 92.225.65, respectivamente; Repasses ao Legislativo foram inferiores ao previsto no LOA; Aplicações em as despesas com manutenção e desenvolvimento do Ensino inferiores ao exigido; Aplicação de recursos do FUNDEF inferior à legislação; Prefeitura: Santa Rita (PB) Ano-Referência: 2003 Parecer: Desfavorável – Parecer PPL – TC 21/2005 – Processo TC Nº 05698/02 Comentários constantes nos relatórios: Insuficiência financeira de R$ 1.012.689,50 para saldar restos a pagar; Incompatibilidade informações entre o RGF e a PCA; Aplicações em ações e serviços de saúde inferior ao exigido; Realização despesas sem licitações no valor de R$ 695.271,94, caracterizando improbidade administrativa; Incompatibilidade no saldo da conta do FUNDEF, apresentando diferença entre o contábil e o financeiro; Prefeitura: São José de Piranhas (PB) Ano-Referência: 2002 Parecer: Desfavorável– Parecer PPL – TC 116/2005 – Processo TC-Nº 02005/03. Comentários constantes nos relatórios: Abertura de créditos adicionais sem a devida fonte de recursos, no valor de R$ 1.679.479,05; Falta de equilíbrio da execução orçamentária; Aplicações em ações e serviços de saúde e as despesas com manutenção e desenvolvimento do Ensino inferiores ao exigido; Débito em conta na Caixa Econômica sem a comprovação da despesa; Incompatibilidade no saldo da conta do FUNDEF, apresentando diferença entre o contábil e o financeiro; Não recolhimento das retenções previdenciárias arrecadadas; 69 Prefeitura: Tavares (PB) Ano-Referência: 2002 Parecer: Desfavorável – Parecer PPL TC Nº 63/2004 – Processo Nº 01537/03 Comentários constantes nos relatórios: Realização despesas sem licitações no valor de R$ 301.727,06, caracterizando improbidade administrativa; Aplicações no FUNDEF e as despesas com manutenção e desenvolvimento do Ensino inferiores ao exigido; Incompatibilidade no saldo da conta do FUNDEF, apresentando diferença entre o contábil e o financeiro; Não recolhimento das retenções previdenciárias arrecadadas; Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial incorretamente elaborados; Prefeitura: Tavares (PB) Ano-Referência: 2003 Parecer: Desfavorável– Parecer PPL – TC 123/2005 – Processo TC-Nº 05564/02 Comentários constantes nos relatórios: Realização despesas sem licitações no valor de R$ 424.588,60, caracterizando improbidade administrativa; Incompatibilidade no saldo da conta do FUNDEF, apresentando diferença entre o contábil e o financeiro; Aplicações em despesas com manutenção e desenvolvimento do Ensino inferiores ao exigido; Não pagamento dos salários de novembro, dezembro e 13º salário a servidores pertencentes a outras categorias da Secretaria de Educação; Em análise dos relatórios e dados disponibilizados pelo TCE verificou-se a ocorrência com maior freqüência das seguintes irregularidades: Abertura de créditos adicionais sem a devida fonte de recursos; Realização despesas sem licitações, caracterizando improbidade administrativa; Insuficiência financeira para saldar restos a pagar; Aplicações em Ações e Serviços de Saúde e as Despesas com a Manutenção e Desenvolvimento do Ensino inferiores ao exigido em lei; Incompatibilidade no saldo da conta do FUNDEF, apresentando diferença entre o contábil e o financeiro; Não recolhimento das retenções previdenciárias arrecadadas; Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial incorretamente elaborados; Ocorrência da não implementação do Salário mínimo nacionalmente unificado; 4.4 Análise do nível sócio-educacional dos Prefeitos Municipais do Estado da Paraíba Ainda em análise dos dados da Paraíba no site do IBGE, sobre o nível de escolaridade dos Prefeitos Municipais do Estado; tendo como ano de referência 2002, verificou-se que na Paraíba apenas 03 Prefeitos Municipais estão na categoria “Sem Instrução”, enquanto que na categoria “Graduação Superior Completo”, o Estado destacou-se 70 apresentando um percentual de 42,60%; enquadrando o Estado da Paraíba como o 5º melhor colocado da Região Nordeste e o 10º a nível de Brasil. (ANEXO A). Quadro 15 - Demonstrativo do nível sócio-educacional dos Prefeitos Municipais Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002 4.5 Análise dos produtos e serviços oferecidos aos municípios pelo sistema Bancário No tocante aos produtos e serviços oferecidos pelos bancos para apoio na gestão pública, verificou-se pouca adesão dos municípios a esses serviços. Nesse sentido, o Banco do Brasil, na qualidade de agente financeiro da União e considerando a vinculação constitucional de receitas tributárias a fundos de educação e saúde apresenta-se como um grande parceiro para a administração pública municipal. Em pesquisa efetuada na Superintendência do Banco do Brasil S.A., lotada na cidade de João Pessoa (PB), sobre a utilização dos serviços oferecidos pelos bancos (ver ANEXO B), verificou-se o seguinte: Dos 223 municípios apenas 168 municípios aderiram aos serviços de processamento de folha de pagamento, perfazendo um total de 75% de adesão. A contratação desse serviço facilita a execução do pagamento dos servidores, minimizando os riscos pelo 71 transporte de numerário, facilita a emissão do contracheque dos servidores e ainda inclui os servidores no sistema de financeiros, com os produtos e serviços oferecidos pelos bancos; Analisando pelo número de servidores, verificou-se que: 54,55% estão sendo pagos pelo Banco do Brasil; 5,54% pagos pelo Bradesco; 9,25% pagos pela Caixa Econômica Federal; e 30,66% pagos pela própria prefeitura ou em outros bancos de pequeno porte. Registre-se ainda que a utilização desse serviço além de agilizar a contabilização dos pagamentos efetuados nos registros financeiros, minimiza a utilização de mão de obra direta na prefeitura, e ainda facilita a análise dos dados, quando na prestação de contas do município; Apenas 56% dos municípios fizeram adesão ao produto EC 29, oferecido pelo BB, que visa transferir automaticamente os percentuais mínimos de aplicação em ações e serviços públicos de saúde. Tal serviço visa diminuir a ocorrência de irregularidades apontadas pelo TCE; Do total de 223 municípios do estado apenas 19 contrataram o convênio de arrecadação de tributos e de dívidas. A prestação desse serviço de arrecadação é orientado pelo Banco Central do Brasil, que normatiza todos os detalhes e operacionalização do serviço, visando unificar o recolhimento aos cofres públicos, facilitando o acesso ao contribuinte, e principalmente minimizando os riscos de fraudes contra o erário público; Apenas 9,3% utilizam os serviços disponibilizados pelo canal AASP – Auto Atendimento Setor Público. Com acesso pela internet em uma plataforma inovadora, que reúne, em um único ambiente de forma segura, soluções financeiras, transações bancárias, informações e negócios voltados ao dia-a-dia dos Órgãos Públicos. Além de transações bancárias apresenta em sua estrutura, produtos e serviços específicos às necessidades da Administração Pública, tais como: emissão de comprovantes; fluxo de caixa, uma solução dinâmica de gerenciamento das contas correntes e fluxo financeiro; troca de arquivos de convênios, tais como pagamentos a fornecedores, empenhos públicos, ordens bancárias, arrecadação, pagamentos de funcionários; gestão de repasses de programas governamentais; gerenciamento do Cartão Corporativo Governo. Além disso, facilita os pagamentos, recebimentos e transferências de valores e transmissão de arquivos e reduz os custos operacionais para o Órgão Público. Sendo de fácil utilização cada usuário terá a sua chave de 72 acesso pessoal e o seu perfil específico definido previamente pelo Administrador principal que poderá determinar os limites e poderes de ação, conforme quadro: Quadro 16 - Tela principal do AASP – Auto Atendimento Setor Público Fonte: http://www.bb.com.br/appbb/portal/index.jsp Nesse sentido, visando em oferecer e apresentar toda estrutura necessária e tecnológica aos municípios paraibanos, o Banco do Brasil S.A. disponibilizou uma agência exclusiva para atendimento deste público: Agência Setor Público – Prefixo 1617-8, localizada na Praça 1817 – 3º andar, na capital João Pessoa. Através da oferta de produtos e serviços com facilidade, dinamismo, eficiência e eficácia, disponibilizando o apoio negocial à prefeitura municipal nas áreas de: Gestão Administrativa, Gestão Financeira, Ingresso de Recursos, Saída de Recursos e Trabalho e Renda; conforme segue: 1) Gestão Administrativa – Visando ao apoio da gestão administrativa municipal são oferecidos os seguintes serviços/produtos: a) BB Contracheque – trata-se de uma prestação de serviço de pagamento do servidor público municipal formalizado através de um convênio, facilitando o processo de 73 pagamento da prefeitura, permitindo que o servidor tenha acesso ao seu contracheque nos terminais de auto-atendimento do Banco ou via Internet - site do BB ou da Prefeitura. Apresenta ainda como vantagens e benefícios para o município: eliminação das ocorrências no processamento da folha de pagamento de atraso na emissão, distribuição, extravio e perda; segurança no fornecimento das informações; economia e agilidade nesse serviço para o município; comodidade para o servidor público municipal, e ainda a possibilidade de firmar com o banco um convênio de empréstimo consignado, que permite aos seus servidores obter empréstimos com juros baixos, de forma automatizada; b) Cartão Corporativo do Governo Municipal – Serviço de gestão, controle e acompanhamento do município em pequenas compras de bens e serviços realizados diretamente pelos servidores no exercício de sua função; permitindo ao administrador público total controle das despesas realizadas, conforme suas necessidades, auxiliando na melhoria da gestão dos recursos público e facilitando a prestação de contas aos tribunais e demais órgãos de controle bem como o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Tem como vantagens: Isenção da anuidade; Acesso On-line para consultas, movimentação e alterações de limites dos cartões; Vasta rede de terminais de Auto-Atendimento; c) Consultoria em Negócios Internacionais - Serviço de consultoria na área de convênios de cooperação, empréstimos e doações de organismos internacionais apresentando os procedimentos para os municípios que pretendem captar recursos financeiros junto a organismos multilaterais e agências governamentais estrangeiras, destinados a programas e projetos do Setor Público. Oferecendo ainda os seguintes serviços: Operações de câmbio; Abertura e gerenciamento de Contas Especiais em moeda estrangeira; Orientação técnica e negocial referente às operações internacionais; Preenchimento de documentos utilizados nas transações internacionais; d) Licitações-e - Serviço de comércio eletrônico disponibilizado na Internet aos governos municipais para a realização de suas compras e contratações de serviços de forma simples, ágil, econômica e transparente; operado nas modalidades: Pregão Eletrônico; Dispensa de Licitação; Convite; e Cotação de Preços. Desenvolvido em conformidade com os preceitos legais da LRF, observando os princípios constitucionais, visando sempre a seleção da proposta mais vantajosa para o órgão licitante, em total conformidade com o interesse público. Apresenta como benefícios para a Administração Pública: redução dos custos em média de 20% a 40%, 74 comparando-se com o valor de mercado; Modernização dos processos licitatórios; Agilidade para a conclusão dos processos licitatórios, podendo ser concluída em 20 dias, onde em uma licitação convencional pode ser em até 120 dias; Desburocratização; Garante a transparência; Suporte gratuito, por meio da Central de Atendimento; e benefícios para os Fornecedores: Redução de custos; Acompanhamento das negociações via Internet, na fase de disputa, de forma on-line; Transparência nas negociações; Segurança e comodidade; e ainda os benefícios para a Sociedade: Acompanhamento pela sociedade por meio da Internet; Transparência, atendendo plenamente ao princípio da publicidade dos atos administrativos; e) Outros Serviços – Apresenta ainda os seguintes benefícios: PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, conforme exigido na Lei Complementar Nº 8 de 3 de Dezembro de 1970, para agilizar o pagamento dos benefícios concedidos pelo programa. O serviço oferece o convênio Pasep-Fopag, onde, através de uma sistemática simples e eficaz executa o pagamento do abono salarial ou dos rendimentos do Pasep; propicia ainda a apuração de inconsistências cadastrais dos servidores públicos e sem a cobrança de tarifas; e Seguros – Disponibilização de serviços de seguros através de linhas diversificadas de produtos / serviços na área de seguridade: Seguro de Vida em Grupo, Seguro Automóvel, Seguro Saúde, Seguro Patrimonial e Seguro de Acidentes Pessoais; Previdência para Regimes Privados Serviço visando apoiar a administração pública municipal no tocante às recentes mudanças na legislação previdenciária e de responsabilidade fiscal; oferecendo soluções relativas à administração profissional dos passivos e ativos previdenciários e ainda prestando as seguintes assessorias: Assessoria Atuarial - Adequação da base de dados necessária aos estudos atuariais; estudos estatísticos da massa dos servidores; elaboração de fluxos financeiros, com projeções de custos dentro de um horizonte temporal factível de financiamento do regime previdenciário; estimativa das contribuições necessárias ao custeio do regime previdenciário; Assessoria Administrativa e Financeira - Elaboração de diagnóstico do atual regime previdenciário; Análise da estrutura organizacional, funcional e operacional do regime previdenciário; Oferecer subsídios para as análises de: regime previdenciário, da legislação e elaboração do Projeto de Lei; Gestão Financeira dos Recursos Previdenciários - administrar os recursos garantidores das reservas técnicas dos benefícios; Realizar a gestão de liquidez e do fluxo de caixa; Prestar assessoria na elaboração da política e das diretrizes de investimentos; Centralizar a gestão da 75 totalidade dos recursos financeiros do regime previdenciário; Realizar a custódia dos títulos e dos valores mobiliários integrantes do regime previdenciário; Processamento Operacional dos Serviços Continuados do Passivo – Atendendo os preceitos legais no tocante às áreas: Atuarial; Benefícios e Folha de Pagamento e de Apoio da legislação; 2) Gestão Financeira – Na área financeira o banco oferece vários produtos diferenciais, conforme abaixo: a) Auto-atendimento Setor Público – Oferecendo um serviço inovador onde, através de uma plataforma inovadora, reúne, em um único ambiente transações bancárias, financeiras, informações e negócios voltados ao dia-a-dia do município. Apresenta em sua estrutura os seguintes serviços: emissão de comprovantes; fluxo de caixa, para o gerenciamento das contas correntes e fluxo financeiro; troca de arquivos de convênios; gestão de repasses de programas governamentais; gerenciamento do Cartão Corporativo Governo; controle e utilização de Conta Especial em Moeda Estrangeira; b) BB Conta Única - Ferramenta cujo propósito principal é a centralização dos saldos de diversas contas numa única, denominada centralizadora; facilitando o monitoramento de todas as contas das prefeituras, permitindo que sejam obtidos ganhos maiores nas aplicações financeiras dos usuários, uma vez que são feitas pelos valores correspondentes às somas de todos os recursos financeiros existentes em suas contas correntes. Apresenta ainda como vantagens: Visão única da totalidade de recursos financeiros; Otimiza a gestão financeira, maximizando os ganhos com as aplicações dos recursos; Disponibiliza informações gerencias amplas; Racionaliza processos operacionais; Facilita a conciliação diária de lançamentos contábeis; Auxilia na prestação aos órgãos fiscalizadores; Gera relatórios específicos contemplando movimentação contábil e aplicação financeira; c) Fundos de Investimento – Criados sob medida para atender ao Setor Público garantindo o retorno das aplicações de disponibilidades de caixa ou de recursos oriundos de repasses do Governo Federal, administrados pela BB Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. - BB DTVM, maior administradora de recursos de terceiros da América Latina. O portfólio apresenta vantagens para os clientes, tais como liquidez e rentabilidade diárias, resgate com rendimentos sem prazo de carência, facilidades de movimentação de recursos e de acesso às informações pela internet, por meio do Auto-Atendimento Setor Público – AASP, aplicação e resgate automáticos; 76 3) Ingresso de Recursos – através dos processos de Arrecadação, Financiamento e Repasse de Recursos Federais. a) Arrecadação – Dividindo-se em: Arrecadação da Dívida Ativa – Prestação do serviço de cobrança dos créditos inscritos na dívida ativa municipal, visando recuperálos de forma ágil e simplificada, onde os recursos ingressados são controlados e acompanhados, em meio eletrônico para fins de conciliação. Atendendo ao art. 13º da Lei de Responsabilidade Fiscal, constituindo-se em uma importante medida de combate à sonegação fiscal. Apresenta como facilitadores: Consultoria jurídica; Baixo custo em relação a outras formas de cobrança administrativa ou judicial; Maior agilidade no recebimento; Maior índice de recebimento, tendo em vista a possibilidade de protesto e negativação junto à SERASA, com a conseqüente restrição do crédito comercial e bancário; Emissão automática dos boletos de cobrança e troca de informações em meio eletrônico com possibilidade de utilização de espaço para veiculação de mensagens ao contribuinte; Utilização de código de barras, que permite o pagamento via Internet, auto-atendimento; Arrecadação de Tributos – Conforme previsto no art. 11º da LRF, que estabelece como requisito essencial da responsabilidade na gestão fiscal, a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos de competência do município; e, visando o incremento das suas receitas, são disponibilizadas as seguintes soluções: guias com código de barras; impressão de carnês; disponibilização do aplicativo BB Recebimentos; desenvolvido para auxiliar na execução e controle da arrecadação, possibilitando o gerenciamento e a impressão de guias ou carnês de qualquer tipo de tributo, com código de barras no padrão FEBRABAN; b) Financiamento – Disponibilizado o PMAT - Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão dos Setores Sociais Básicos, onde, em parceria com o BNDES, que repassa os recursos para financiamentos de longo prazo, buscando satisfazer algumas das principais necessidades dos municípios, tais como: modernização da máquina pública; melhoria da arrecadação própria; melhoria da qualidade do gasto; ampliação dos investimentos em áreas prioritárias. c) Repasse de Recursos Federais – Visando viabilizar o recebimento e redistribuição dos repasses municipais através dos seguintes serviços: Redistribuições – sistematiza a redistribuição automática de parcelas de impostos a contas específicas abertas para cada ente federado. Os recursos são repassados obedecendo a coeficientes calculados, podem ser pela Internet, nos sites da Secretaria do Tesouro Nacional e do Banco do 77 Brasil; Transferências Constitucionais – com origem no repasse de parte dos recursos arrecadados pelo Governo Federal, conforme determina o art. 159º da Constituição Federal, onde, nesta modalidade de transferência destacam-se o Fundo de Participação dos Municípios – FPM, o IPI - Exportação e o Imposto Territorial Rural – ITR; Transferências Legais - Repasse direto de recursos por meio do depósito sistemático em conta específica para recebimento dos valores (transferências automáticas) ou por meio de transferência de fundos da esfera federal para fundos da esfera estadual, municipal e do Distrito Federal (transferências fundo a fundo), dispensando a celebração de convênios. Estas transferências geralmente decorrem de repasses de recursos para utilização nas seguintes áreas: Educação – através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNDE dentre vários programas; Saúde – através do Fundo Nacional de Saúde – FNS, também sob vários programas; Assistência Social – através do Fundo Nacional de Assistência Social – FNAS, e seus programas; Transferências Voluntárias - Transferências de recursos financeiros em decorrência da celebração de convênio ou outro meio semelhante, com a finalidade viabilizar obras ou serviços de interesse das três esferas do Governo, nas seguintes áreas: Educação, Saúde e Assistência Social; 4) Saída de Recursos a) Pagamentos – Dividida em: Pagamento a Fornecedores - De acordo com a Lei 4.320/64 e da Lei de Responsabilidade Fiscal, o empenho cria para o Estado a obrigação de pagamento, pendente ou não do implemento de condição. Nesse sentido, o Pagamento Eletrônico de Empenhos realiza eletronicamente os pagamentos dos fornecedores, automatizando a execução orçamentária e ainda possibilitando conciliação eletrônica diária dos pagamentos, o que facilita o controle do fluxo de caixa e auxilia o município na prestação de contas junto aos órgãos fiscalizadores, em especial aos Tribunais de Contas; Pagamento a Servidores – Prestação do serviço de pagamento da folha com muita comodidade, segurança, simplificação dos procedimentos operacionais; Pagamento de Benefícios Sociais - viabilizar o pagamento de benefícios de programas sociais criados por Estados e Municípios, de forma continuada; 5) Trabalho e Renda – através de apoio e consultoria nas seguintes áreas voltadas para o crescimento econômico do município: BB Agricultura Orgânica - Modalidade de crédito para custeio, investimento e comercialização de produtos orgânicos, oferecendo atendimento preferencial no acolhimento e no exame das propostas, no direcionamento 78 dos recursos e na contratação das operações; BB Convir - Convênio de integração rural formalizado entre o BB e as empresas integradoras do agronegócio (agroindústrias, tradings, cerealistas, moinhos, cooperativas de produção agropecuária, etc.) que beneficiam ou comercializam a produção rural. Proger Rural - Programa de Geração de Emprego e Renda Rural – visa à elevação da produção, maior absorção de mão-de-obra, melhor qualidade de vida, avanço tecnológico, fixação do homem no campo etc. Os financiamentos contemplam despesas normais de custeio agrícola e pecuário, e de investimentos fixos e semi-fixos; Pronaf - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – atendendo aos aos mini e pequenos produtores rurais (proprietário, posseiro, arrendatário e outros) que desenvolvem suas atividades agropecuárias e nãoagropecuárias mediante emprego direto da sua força de trabalho e de sua família. Os financiamentos podem ser feitos em parceria com as prefeituras, resultando em crescimento econômico e social, aumento da arrecadação de tributos, redução dos problemas sociais (mais emprego e saúde), melhoria na qualidade de vida, fixação do homem no campo etc. 79 5 CONCLUSÃO 5.1 Considerações finais Este trabalho teve o propósito de averiguar o nível de competência em gestão financeira dos gestores municipais do estado da Paraíba, à luz da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Após as análises e validações realizadas por meio de estudo bibliográfico e pesquisa direta, constatou-se o seguinte: 65% dos gestores municipais do Estado da Paraíba não apresentaram competências e conhecimentos em gestão financeira, tendo a sua prestação de contas com parecer desfavorável; 6% apresentaram o parecer favorável, porém com ressalvas apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE); Apenas 35% tiveram as suas contas aprovadas pelo TCE, porém, vale ressaltar que mesmo com a aprovação das contas desses gestores, observou-se que foram apontadas falhas operacionais e falta de conhecimentos específicos em sua gestão; Quadro 17 - Resultado final da amostra. 65% 35% 6% 1 Desfavorável Fonte: Dados da Pesquisa (2007) Favorável com Ressalvas Favorável 80 Diante dos fatos acima elencados e após a análise dos relatórios do TCE, quando da verificação das irregularidades apontadas, concluímos que os Prefeitos Municipais do Estado da Paraíba não apresentaram competências e conhecimentos em gestão financeira para o desempenho ótimo da gestão pública municipal. Ratificamos que esse trabalho apresentou o propósito em elevar e estimular a discussão do tema na sociedade. A análise da qualidade na gestão pública municipal, diante do conhecimento que a maioria dos municípios do interior do estado sobrevive por conta da atividade financeira da prefeitura municipal, que somada aos recursos dos pagamentos de benefícios dos servidores do INSS, funcionam como uma máquina impulsionadora e multiplicadora de recursos financeiros, fazendo girar a economia do município; tal assunto apresenta-se com grande e crucial importância. 5.2 Recomendações Os próximos estudos na mesma área devem observar a lisura do processo, estando atentos aos interesses políticos incutidos em todo o processo de pesquisa de campo. Aos futuros e atuais gestores municipais, para uma melhor gestão e qualidade na prestação dos serviços; analisar a possibilidade de parceria negocial e estrutural oferecida pelos bancos, caso não o tenha feito, a exemplo do Banco do Brasil S.A., um dos principais parceiros dos municípios. Ao Governo Federal, diante do exposto, disponibilizar um treinamento para os gestores públicos municipais visando à capacitação técnica para o desempenho do cargo; como também implantar um sistema de informações interligado entre o Governo Federal, Tribunal de Contas, Prefeitura Municipal e o Sistema Financeiro Nacional que vise à melhoria na gestão pública e facilite o planejamento, a execução, a transparência e a análise das contas do órgão público. Ao Tribunal de contas do Estado (TCE), para uma melhor prestação de serviço à sociedade, identificar quais irregularidades apresenta maior freqüência nas prestações de contas, no sentido de amparar e formatar o planejamento para a implementação do programa 81 de capacitação dos gestores públicos paraibanos, visando uma melhor prestação dos serviços públicos à sociedade. À Universidade, através do Departamento de Administração, a proposta de um Projeto de Extensão que vise em apoiar as prefeituras municipais no sentido de buscar uma gestão mais eficiente dos serviços prestados à sociedade. À sociedade, buscando unificar o pensamento de melhores serviços públicos; analisar a importância que se reveste o processo eleitoral, no sentido de estimular a análise da capacidade em gestão financeira dos principais candidatos à gerência do município. 82 REFERÊNCIAS ANGÉLICO, João. Contabilidade Pública. 6ª Edição. São Paulo: Atlas, 1985; ASSEF, Roberto. Administração Financeira: Pequenas e Médias Empresas. 3 ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. BALEEIRO, Aliomar. Uma Introdução à Ciência das Finanças. 15 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998. BANCO DO BRASIL, Universidade Corporativa. Direitos do Consumidor: curso. 2 ed. Brasília: Unibb. __________ Negócios com o Setor Público: curso. 2 ed. Brasília: Unibb. BRASIL. Ministério da Fazenda - Secretaria do Tesouro Nacional – STN. Cartilha do FPE e FPM do Tesouro Nacional. Disponível em: <http://www.tesouro.fazenda.gov.br/servicos/download/cartFPEeFPM.pdf>. Acesso em: 03 mai. 2007. __________.Código de Defesa do Consumidor (CDC) - LEI nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Disponível em: <http://www.mj.gov.br/DPDC/servicos/legislacao/cdc.htm>. Acesso em: 03 mai. 2007. ________ . Ministério da Fazenda - Secretaria do Tesouro Nacional – STN. - Cartilha: O que você precisa saber sobre transferências constitucionais. Disponível em http://www.stn.fazenda.gov.br/servicos/download/cartFPEeFPM.pdf BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos. A administração púbica gerencial: estratégia e estrutura para um novo Estado. Texto para Discussão nº 09. Brasília: ENAP. __________. A administração pública Gerencial: estratégica e estrutura para um novo Estado. Texto para Discussão N. 09. Brasília: ENAP, 2001. BRESSER PEREIRA, Luiz Carlos; PACHECO, Regina Sílvia. Reforma do Estado para o Desenvolvimento. Disponível em: <http://www.forumnacional.org.br/publi/ep/EP0129.pdf>. Acesso em: mai. 2007. 83 ETHOS, Instituto; Conselho Federal de Contabilidade; LRF Fácil – Guia Contábil da Lei de Responsabilidade Fiscal. Brasília, 2001. FARIAS NETO, Pedro Sabino de. Gestão Efetiva e Integrada de Políticas Públicas. Fundamentos e Perspectivas para o Desenvolvimento Sustentável. João Pessoa: Idéia, 2004. FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro. Produtos e Serviços. 14 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. GITMAN, Lawrence J. 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João Pessoa: Federação das Associações dos Municípios da Paraíba – FAMUP – 2001; WIKIPÉDIA – Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Compet%C3%AAncia> e <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6718> 85 APÊNDICE A – E-MAIL USADO PARA ENVIAR O QUESTIONÁRIO ÀS PREFEITURAS Este foi o modelo de mensagem eletrônica, enviada através via e-mail para os municípios estudados, bem como para os Gerentes Gerais das dependências do Banco do Brasil de cada município, que atuaram como aplicadores do referido questionário. Todas as mensagens foram enviadas através de cópia aos cuidados do Professor Orientador do TCC Rosivaldo de Lima Lucena. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO SERVIÇO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ADMINISTRAÇÃO Prezado(a) Sr.(a) Prefeito(a), Estamos realizando uma pesquisa sobre: Determinação das competências financeiras requeridas para a gestão das Prefeituras Municipais, que tem como tema: QUAIS AS COMPETÊNCIAS EM GESTÃO FINANCEIRA REQUERIDAS DOS PREFEITOS MUNICIPAIS DO ESTADO DA PARAÍBA À LUZ DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - LRF? Dessa forma, solicitamos sua colaboração respondendo a um questionário com questões fechadas e objetivas. As informações serão utilizadas para fins do estudo que posteriormente serão divulgadas a análise a conclusão para as instituições participantes do estudo. Solicitamos sua atenção para o grau de importância das respostas, conforme quadro abaixo: Discordo Totalmente 1 Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 Confirmando-se, dessa forma, que quanto menor a importância ou a sua discordância a sua nota será “1”. Salientamos ainda que estamos cientes do interesse e disponibilidade para responder o questionário, desde que seja mantido o anonimato em relação às respostas; e ainda que se trata de um trabalho de conclusão de curso – TCC, conforme dados abaixo: Aluno: José Gildo da Silva Filho – Matrícula: 10.223.102 Telefone: (83) 3225 1806 – 9986 6250 Professor Orientador: Rosivaldo de Lima Lucena Data: 08/05/2007 86 APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO A SER RESPONDIDO PELO PREFEITO MUNICIPAL Este foi o modelo de questionário a ser respondido pelo Prefeito Municipal, enviado através via e-mail para os municípios estudados, bem como para os Gerentes Gerais das dependências do Banco do Brasil de cada município, que atuaram como aplicadores do referido questionário. Todas as mensagens foram enviadas através de cópia aos cuidados do Professor Orientador do TCC Rosivaldo de Lima Lucena. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO SERVIÇO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ADMINISTRAÇÃO TEMA: QUAIS AS COMPETÊNCIAS EM GESTÃO FINANCEIRA REQUERIDAS DOS PREFEITOS MUNICIPAIS DO ESTADO DA PARAÍBA À LUZ DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - LRF? QUESTIONÁRIO A SER APLICADO AOS PREFEITOS MUNICIPAIS Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino - Idade ______ anos - Nível de Escolaridade: ( ) Alfabetizado – ( Incompleto – ( 1) Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 Foi correta a decisão do Governo Federal em repassar maiores responsabilidades e volume de orçamento para as Prefeituras Municipais, com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 De modo geral, os atuais Prefeitos Municipais apresentam competência e conhecimento básicos em gestão financeira para um ótimo desempenho na gestão municipal? Discordo Totalmente 1 4) ) 2º Grau Diante da nova postura social e da demanda de qualidade nos serviços públicos, onde o gestor público é instigado a fazer muito mais com muito menos, não tem importância conhecer a formação acadêmica e experiência profissional dos componentes da Administração Pública Municipal (Prefeito e Secretários). Discordo Totalmente 1 3) ) 1º Grau Incompleto – ( ) 2º Grau Completo ( ) Nível Superior – Curso _______________________ Discordo Totalmente 1 2) ) 1º Grau Completo ( Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 Na gestão municipal, o Prefeito dispõe dos Secretários Municipais para apoiá-lo em suas decisões; mesmo assim é de extrema importância que o Prefeito detenha um conhecimento básico em Gestão Financeira para administrar bem o município? Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 1 2 3 4 5 87 5) A excessiva quantidade de norma, a exigência de conhecimentos em finanças, contabilidade e planejamento constantes na LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal através da elaboração de relatórios, dificultam o entendimento e a gestão do administrador público municipal? Discordo Totalmente 1 6) Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 O Governo Federal deveria oferecer um treinamento de Administração Financeira aos prefeitos eleitos, visando uma gestão municipal melhor e mais eficiente? Discordo Totalmente 1 7) Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 Os instrumentos (formulários e relatórios) juntamente com o sistema de informações disponíveis na prefeitura são insuficientes para amparar o correto processo decisório em gestão financeira. Discordo Totalmente 1 Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 O planejamento orçamentário e financeiro exigido na LRF, através do preenchimento do Anexo de Metas Fiscais, é de modo geral simples e de fácil operacionalização. 8) Discordo Totalmente 1 9) Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 Em sua opinião, a administração financeira dos recursos disponíveis para o seu município estão, de modo geral, sendo bem administrados e gerenciados? Discordo Totalmente 1 10) Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 Alguns autores afirmam que o planejamento apóia-se exclusivamente no orçamento. Em sua opinião, existe na LRF - Lei de Responsabilidade, alguma capacitação ou orientação técnica visando à qualidade e eficiência do serviço público? Discordo Totalmente 1 Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 88 APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO A SER RESPONDIDO PELOS HABITANTES DO MUNICÍPIO Este foi o modelo de questionário a ser respondido pelos habitantes do Município estudado, enviado através via e-mail para os municípios estudados, bem como para os Gerentes Gerais das dependências do Banco do Brasil de cada município, que atuaram como aplicadores do referido questionário. Todas as mensagens foram enviadas através de cópia aos cuidados do Professor Orientador do TCC Rosivaldo de Lima Lucena. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO SERVIÇO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ADMINISTRAÇÃO TEMA: QUAIS AS COMPETÊNCIAS EM GESTÃO FINANCEIRA REQUERIDAS DOS PREFEITOS MUNICIPAIS DO ESTADO DA PARAÍBA À LUZ DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - LRF? QUESTIONÁRIO A SER APLICADO AOS HABITANTES DO MUNICÍPIO 1) Não é necessário o conhecimento do grau de importância em gestão financeira do Prefeito Municipal. Discordo Totalmente 1 2) Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 Por falta de confiança na gestão pública municipal, de modo geral, os cidadãos não vem pagando todos os impostos municipais que são de sua responsabilidade? Discordo Totalmente 1 6) Concordo Totalmente 5 Você acha que todo cidadão deve pagar seus impostos para que a Prefeitura tenha recursos financeiros para realizar suas atividades e responsabilidades públicas? Discordo Totalmente 1 5) Concordo 4 Governo Federal deveria oferecer um treinamento em Administração Financeira aos prefeitos eleitos, visando uma gestão municipal melhor e mais eficiente? Discordo Totalmente 1 4) Indiferente 3 Você acha que todo cidadão ou cidadã deveria conhecer o nível de escolaridade e as experiências profissionais do Prefeito Municipal e os Secretários que compõem a Administração Pública da sua cidade? Discordo Totalmente 1 3) Discordo 2 Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 O Prefeito Municipal da minha cidade tem conhecimentos básicos em administração financeira suficientes para uma boa gestão do seu município? Discordo Totalmente 1 Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 89 7) Você acha importante que todos os cidadãos tenham conhecimento do que foi planejamento/orçado para a gestão financeira municipal de sua cidade neste ano? Sem importância 1 8) Pouco Importante 2 Normal 3 Importante 4 Muito Importante 5 Independente do partido político do atual prefeito, a cidade vem apresentando uma boa administração financeira? Discordo Totalmente 1 9) Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 Em um sentido geral, as condições de saúde, moradia, educação e infra-estrutura de sua cidade estão sendo bem administradas? Discordo Totalmente 1 10) Discordo 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 Você acha que a cada novo processo eleitoral o nível de escolaridade dos prefeitos municipais vem apresentando níveis melhores de capacitação profissional? Discordo Totalmente Discordo 1 2 Indiferente 3 Concordo 4 Concordo Totalmente 5 90 APÊNDICE D – SOLICITAÇÃO FORMAL ENVIADA AO TCE – TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO Este foi o modelo de solicitação formal enviada ao TCE – Tribunal de Contas do Estado, feita ao Presidente Sr.. Arnóbio Alves Viana, entregue pessoalmente no referido órgão. Todas as mensagens foram enviadas através de cópia aos cuidados do Professor Orientador do TCC Rosivaldo de Lima Lucena. João Pessoa (PB), 03 de maio de 2007 Excelentíssimo Sr. Presidente, Meu nome é José Gildo da Silva Filho; sou aluno do curso Administração da UFPB - Universidade Federal da Paraíba - 10º Período - Noturno, sob a matrícula 10.223.102. Visando a concluir minha graduação faz-se necessária a apresentação do TCC - Trabalho de Conclusão de Curso. O tema escolhido para a referida monografia é: "ANÁLISE DAS COMPETÊNCIAS EM GESTÃO FINANCEIRA DOS PREFEITOS MUNICIPAIS DO ESTADO DA PARAÍBA". A proposta do referido trabalho é analisar e identificar o nível de conhecimento em gestão financeira dos atuais gestores públicos municipais. Para o conhecimento e conclusão do estudo se faz necessário a aplicação de uma pesquisa de campo em alguns municípios do Estado da Paraíba, tendo como sujeitos da pesquisa o Prefeito Municipal e alguns cidadãos e cidadãs do município pesquisado. A referida pesquisa apresenta ainda como proposta fazer um comparativo entre os resultados apurados entre os municípios do litoral com os municípios do interior do Estado. Dessa forma, visando amparar a análise e interpretação dos dados, solicitamos o apoio desse tribunal no sentido de disponibilizar os documentos/relatórios abaixo especificados dos seguintes municípios: BAYEUX; BONITO DE SANTA DÉ; CAAPORÃ; CABEDELO; CONCEIÇÃO; CATOLÉ DO ROCHA; PILÕEZINHOS; QUEIMADAS; SANTA RITA; SÃO JOSÉ DE PIRANHAS; TAVARES; Relação dos documentos solicitados: 1) Demonstrações contábeis de acordo com a lei Nº 4.320/64, conforme art. 50º, inciso III da LRF - Lei de Responsabilidade Fiscal; 91 2) Documentos e relatórios do Planejamento Municipal constantes no capítulo II da LRF: a) Plano Plurianual (PPA); b) Lei de diretrizes Orçamentárias (LDO) - Anexo de Metas Fiscais e Anexo de Riscos Fiscais; c) Lei de Orçamento Anual (LOA); Meu Prof. Orientador Rosivaldo Lucena (professor das disciplinas de Administração da Produção e Estágio Supervisionado I) pode ratificar a idoneidade deste trabalho. Desde já agradecemos a atenção dispensada, ao tempo em que colocamo-nos à disposição para os esclarecimentos que se fizerem necessários. Cordialmente, José Gildo da Silva Filho Administração Noturno - Mat. 10.223.102 Universidade Federal da Paraíba Contato : Residencial 83 3225 1806 e Celular: 9986 - 6250 Exmo. Senhor Arnóbio Alves Viana Presidente Tribunal de Contas do Estado Rua Profº Geraldo Von Sohsten, sn - Jaguaribe 58015-190 João Pessoa – PB 92 APÊNDICE E – RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS PELOS PREFEITOS MUNICIPAIS 1) Diante da nova postura social e da demanda de qualidade nos serviços públicos, onde o gestor público é instigado a fazer muito mais com muito menos, não tem importância conhecer a formação acadêmica e experiência profissional dos componentes da Administração Pública Municipal (Prefeito e Secretários). Discordo Totalmente 1 28,00% Discordo 2 41,00% Indiferente 3 16,00% Concordo 4 12,00% Concordo Totalmente 5 3,00% 2) Foi correta a decisão do Governo Federal em repassar maiores responsabilidades e volume de orçamento para as Prefeituras Municipais, com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Discordo Totalmente 1 0,00% Discordo 2 0,00% Indiferente 3 0,00% Concordo 4 22,00% Concordo Totalmente 5 78,00% 3) De modo geral, os atuais Prefeitos Municipais apresentam competência e conhecimento básicos em gestão financeira para um ótimo desempenho na gestão municipal? Discordo Totalmente 1 0,00% Discordo 2 5,00% Indiferente 3 11,00% Concordo 4 63,00% Concordo Totalmente 5 21,00% 4) Na gestão municipal, o Prefeito dispõe dos Secretários Municipais para apoiá-lo em suas decisões; mesmo assim é de extrema importância que o Prefeito detenha um conhecimento básico em Gestão Financeira para administrar bem o município? Discordo Totalmente 1 11,00% Discordo 2 27,00% Indiferente 3 38,00% Concordo 4 16,00% Concordo Totalmente 5 8,00% 5) A excessiva quantidade de norma, a exigência de conhecimentos em finanças, contabilidade e planejamento constantes na LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal através da elaboração de relatórios, dificultam o entendimento e a gestão do administrador público municipal? Discordo Totalmente 1 0,00% Discordo 2 0,00% Indiferente 3 7,00% Concordo 4 19,00% Concordo Totalmente 5 74,00% 6) O Governo Federal deveria oferecer um treinamento de Administração Financeira aos prefeitos eleitos, visando uma gestão municipal melhor e mais eficiente? Discordo Totalmente 1 2,00% Discordo 2 8,00% Indiferente 3 13,00% Concordo 4 54,00% Concordo Totalmente 5 23,00% 7) Os instrumentos (formulários e relatórios) juntamente com o sistema de informações disponíveis na prefeitura são insuficientes para amparar o correto processo decisório em gestão financeira. 93 Discordo Totalmente 1 0,00% Discordo 2 2,00% Indiferente 3 8,00% Concordo 4 29,00% Concordo Totalmente 5 61,00% 8) O planejamento orçamentário e financeiro exigido na LRF, através do preenchimento do Anexo de Metas Fiscais, é de modo geral simples e de fácil operacionalização. Discordo Totalmente 1 39,00% Discordo 2 27,00% Indiferente 3 18,00% Concordo 4 14,00% Concordo Totalmente 5 2,00% 9) Em sua opinião, a administração financeira dos recursos disponíveis para o seu município estão, de modo geral, sendo bem administrados e gerenciados? Discordo Totalmente 1 0,00% Discordo 2 0,00% Indiferente 3 3,00% Concordo 4 12,00% Concordo Totalmente 5 85,00% 10) Alguns autores afirmam que o planejamento apóia-se exclusivamente no orçamento. Em sua opinião, existe na LRF - Lei de Responsabilidade, alguma capacitação ou orientação técnica visando à qualidade e eficiência do serviço público? Discordo Totalmente 1 73,00% Discordo 2 14,00% Indiferente 3 9,00% Concordo 4 4,00% Concordo Totalmente 5 0,00% 94 APÊNDICE F – RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS PELOS HABITANTES DOS MUNICÍPIOS ESTUDADOS 1) Não é necessário o conhecimento do grau de competência em gestão financeira do Prefeito Municipal. Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente 1 2 3 4 5 63,00% 24,00% 13,00% 0,00% 0,00% 2) Você acha que todo cidadão ou cidadã deveria conhecer o nível de escolaridade e as experiências profissionais do Prefeito Municipal e os Secretários que compõem a Administração Pública da sua cidade? Discordo Totalmente 1 0,00% Discordo 2 8,00% Indiferente 3 13,00% Concordo 4 31,00% Concordo Totalmente 5 48,00% 3) Governo Federal deveria oferecer um treinamento em Administração Financeira aos prefeitos eleitos, visando uma gestão municipal melhor e mais eficiente? Discordo Totalmente 1 0,00% Discordo 2 0,00% Indiferente 3 12,00% Concordo 4 37,00% Concordo Totalmente 5 51,00% 4) Você acha que todo cidadão deve pagar seus impostos para que a Prefeitura tenha recursos financeiros para realizar suas atividades e responsabilidades públicas? Discordo Totalmente 1 23,00% Discordo 2 23,00% Indiferente 3 9,00% Concordo 4 28,00% Concordo Totalmente 5 17,00% 5) Por falta de confiança na gestão pública municipal, de modo geral, os cidadãos não vem pagando todos os impostos municipais que são de sua responsabilidade? Discordo Totalmente 1 2,00% Discordo 2 11,00% Indiferente 3 0,00% Concordo 4 18,00% Concordo Totalmente 5 69,00% 6) O Prefeito Municipal da minha cidade tem conhecimentos básicos em administração financeira suficientes para uma boa gestão do seu município? Discordo Totalmente 1 33,00% Discordo 2 9,00% Indiferente 3 13,00% Concordo 4 16,00% Concordo Totalmente 5 29,00% 7) Você acha importante que todos os cidadãos tenham conhecimento planejamento/orçado para a gestão financeira municipal de sua cidade neste ano? Sem importância Pouco Importante Normal Importante do que Muito Importante foi 95 1 2 3 4 5 0,00% 7,00% 13,00% 24,00% 56,00% 8) Independente do partido político do atual prefeito, a cidade vem apresentando uma boa administração financeira? Discordo Totalmente 1 2,00% Discordo 2 8,00% Indiferente 3 13,00% Concordo 4 54,00% Concordo Totalmente 5 23,00% 9) Em um sentido geral, as condições de saúde, moradia, educação e infra-estrutura de sua cidade estão sendo bem administradas? Discordo Totalmente 1 46,00% Discordo 2 34,00% Indiferente 3 3,00% Concordo 4 12,00% Concordo Totalmente 5 5,00% 10) Você acha que a cada novo processo eleitoral o nível de escolaridade dos prefeitos municipais vem apresentando níveis melhores de capacitação profissional? Discordo Totalmente 1 34,00% Discordo 2 29,00% Indiferente 3 13,00% Concordo 4 21,00% Concordo Totalmente 5 3,00% 96 Fundamenta l completo Médio Incompleto Médio Completo Superior Incompleto Superior Completo Norte Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins Nordeste Maranhão Piauí Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia Sudeste Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo Sul Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul Centro-Oeste Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal Fundamenta l Incompleto Região/ Estados Total de municí pios Sem instrução ANEXO A – TABELA DE GRAU DE INSTRUÇÃO DOS PREFEITOS MUNICIPAIS DO PAÍS – ANO BASE 2002 449 52 22 62 15 143 16 139 1792 217 222 184 167 223 185 102 75 417 1668 853 78 92 645 1188 399 293 496 463 77 139 246 1 4 1 2 1 16 4 5 1 1 3 2 6 3 1 2 1 1 0 - 83 12 6 8 1 26 30 216 24 32 9 18 26 23 13 9 62 234 154 12 6 62 137 36 43 58 40 7 21 12 - 50 9 1 5 1 12 2 20 158 25 16 15 17 19 12 9 7 38 160 95 10 3 52 131 58 34 39 40 2 8 30 - 27 4 1 5 9 1 7 84 9 12 7 4 18 6 5 3 20 62 44 4 4 10 46 9 11 26 28 4 16 8 - 130 13 7 21 6 38 6 39 447 54 51 51 37 40 36 23 26 129 356 210 14 18 114 319 107 80 132 156 20 49 87 - 28 4 2 7 6 2 7 133 17 19 10 14 22 16 6 6 23 106 47 5 10 44 104 26 25 53 38 3 8 27 - 124 6 5 16 7 50 5 35 736 84 87 90 75 95 92 46 24 143 744 300 33 50 361 450 162 100 188 161 41 37 82 1 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002. 97 ANEXO B – QUADRO-RESUMO DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO E OS CONVÊNIOS DE FOPAG, EC 26, ARRECADAÇÃO E AASP – AUTO ATENDIMENTO DO SETOR PÚBLICO Municípios Água Branca Aguiar Alagoa Grande Alagoa Nova Alagoinha Alcantil Algodão Jandaíra Alhandra Amparo Aparecida Araçagi Arara Araruna Areia Areia de Baraúnas Areial Aroeiras Assunção Baía da Traição Bananeiras Baraúna Barra de Santa Rosa Barra de Santana Barra de São Miguel Bayeux Belém Belém Brejo Cruz Bernardino Batista Boa Ventura Boa Vista Bom Jesus Bom Sucesso Bonito de Santa Fé Boqueirão Borborema Brejo do Cruz Brejo dos Santos Caaporã Cabaceiras Convênio Folha Pagamento Sim Não Serviço EC Nº29 Não Sim Sim Sim Sim Sim B.Brasil Bradesco CEF Pref.(*) 320 S/Inf. 15 0 305 0 0 0 0 0 Possui Convênio Arrecadação não não Não Sim Sim Não 1.050 688 500 338 1.017 688 0 128 0 0 500 0 0 0 0 195 33 0 0 15 não não não não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Sim Sim 264 699 302 307 1.120 562 700 950 264 699 141 307 1.033 562 578 541 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 347 0 0 161 0 87 0 122 62 não não não não não Sim não Sim Não Não Sim Sim Não Sim Não Sim S/Inf. 180 752 114 0 0 360 114 0 0 0 0 0 0 0 0 0 180 392 0 não não não não Sim Sim Sim Não Sim Sim S/Inf. 1.182 249 0 425 249 0 0 0 0 580 0 0 177 0 não Sim não Sim Não 692 692 0 0 0 não Sim Não 312 309 0 0 3 não Sim Sim Não Sim Sim Sim 222 4.008 S/Inf. 0 3.227 0 0 0 0 0 781 0 222 0 0 não não não Não Não S/Inf. 0 0 0 0 não Sim Não Sim Sim Não Não Sim Sim Sim Sim 210 245 250 148 272 0 0 0 0 0 0 0 0 0 272 0 0 250 148 0 210 245 0 0 0 não não não não não Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Não 400 601 323 S/Inf. 375 586 0 0 0 0 323 0 0 0 0 0 25 15 0 0 Sim não não não Não Sim Sim Não Sim Não 315 1.603 210 0 1.401 197 0 0 0 0 0 0 315 202 13 não não não Quant. Servidores Responsável pelo Processamento da folha 98 Cabedelo Cachoeira Índios Cacimba de Areia Cacimba de Dentro Cacimbas Caiçara Cajazeiras Cajazeirinhas Caldas Brandão Camalaú Campina Grande Campo de Santana Capim Caraúbas Carrapateira Casserengue Catingueira Catolé do Rocha Caturité Conceição Condado Conde Congo Coremas Coxixola Cruz Espírito Santo Cubati Cuité Cuité de Mamanguape Cuitegi Curral de Cima Curral Velho Damião Desterro Diamante Dona Inês Duas Estradas Emas Esperança Fagundes Frei Martinho Gado Bravo Guarabira Gurinhém Gurjão Ibiara Igaracy Imaculada Sim Sim 2.395 1.512 0 883 Sim Sim Não 392 0 0 392 0 não Não Não 0 0 0 0 não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim 716 210 376 1.540 202 248 103 370 0 202 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 468 107 6 1.540 0 não não não não não Não Sim Sim Sim 317 281 0 0 210 0 0 0 107 281 não não Sim Não 9.867 1.950 0 0 7.917 Sim Sim Sim Não Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Sim 377 316 171 230 346 220 363 235 0 0 321 0 0 0 0 230 0 0 0 0 0 0 0 0 14 81 171 0 25 220 não não não não Sim não Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Não Sim Não Sim Não Não Não sim Sim 721 226 785 240 S/Inf. 256 455 210 652 225 763 0 0 0 341 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 256 0 0 69 1 22 240 0 0 114 210 Sim não não não não não Sim não Sim Sim Sim Sim Sim Não 651 453 872 0 453 715 0 0 0 0 0 0 651 0 157 não não não Sim Não Não Não 414 400 243 0 171 400 0 0 0 0 não não Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Não Não Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Não Não Sim Sim Sim Não 300 216 215 251 235 S/Inf. 200 210 1.110 514 190 625 1.869 637 210 S/Inf. S/Inf. 170 0 0 251 0 0 167 0 638 504 5 246 12 592 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 210 0 0 185 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 472 0 0 0 0 0 0 0 0 0 130 216 215 0 235 0 33 0 0 10 0 379 1.857 45 210 0 0 0 não não não não não não não não Sim não não não não não não não não não 99 Ingá Itabaiana Itaporanga Itapororoca Itatuba Jacaraú Jericó João Pessoa Juarez Távora Juazeirinho Junco do Seridó Juripiranga Juru Lagoa Lagoa de Dentro Lagoa Seca Lastro Livramento Logradouro Lucena Mãe d`Água Malta Mamanguape Manaíra Marcação Mari Marizópolis Massaranduba Mataraca Matinhas Mato Grosso Maturéia Mogeiro Montadas Monte Horebe Monteiro Mulungu Natuba Nazarezinho Nova Floresta Nova Olinda Nova Palmeira Olho d`Água Olivedos Ouro Velho Parari Passagem Patos Paulista Pedra Branca Pedra Lavrada Pedras de Fogo Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Sim Sim Não Sim Sim Não Não Sim Não Não Não Não 548 1.135 600 900 240 653 350 350 499 294 1.135 440 684 0 653 0 0 0 499 0 0 0 0 240 0 0 0 350 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 254 0 160 216 0 0 350 0 0 0 não Sim não não não não não não não não Sim Não Sim Sim Sim Sim Não Sim 341 350 518 243 231 0 518 243 0 0 0 0 0 0 0 0 110 350 0 0 não não não não Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Sim Não Não Não Sim Não Sim Sim SimNão 450 981 551 220 668 240 230 1.532 197 S/Inf. 628 260 506 450 208 253 215 434 291 430 626 0 58 0 658 211 0 1.045 0 0 628 0 174 285 208 0 207 425 291 0 0 0 480 0 0 0 0 0 197 0 0 0 0 143 0 0 0 0 0 0 0 0 0 220 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 20 355 0 13 0 10 29 230 487 0 0 0 260 332 22 0 253 8 9 0 não não não não não não não não Sim não não Sim não não não não não não não não Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Sim Sim Sim Não Não Sim Sim 210 1.042 347 401 280 362 S/Inf. 191 784 0 401 0 362 0 0 0 267 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 19 258 80 0 280 0 0 não Sim não não não não não Sim Não Não Não Não Sim Sim Não Sim Sim Não Sim Sim Não Sim Sim Não Sim 253 S/Inf. S/Inf. 295 175 190 2.400 240 0 0 0 0 0 0 0 0 0 250 0 0 0 0 190 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 295 175 0 2.400 0 240 não não não não não não Sim não não Sim Sim 468 468 0 0 0 não Sim Não 1.328 1.328 0 0 0 não 100 Pedro Régis Piancó Picuí Pilar Pilões Pilõezinhos Pirpirituba Pitimbu Pocinhos Poço Dantas Poço de José de Moura Pombal Prata Princesa Isabel Puxinanã Queimadas Quixabá Remígio Riachão Riachão Bacamarte Riachão do Poço Riacho Santo Antônio Riacho dos Cavalos Rio Tinto Salgadinho Salgado de São Félix Santa Cecília Santa Cruz Santa Helena Santa Inês Santa Luzia Santa Rita Santa Teresinha Santana de Mangueira Santana dos Garrotes Santarém Santo André São Bentinho São Bento São D. Pombal São D. Cariri São Francisco São J. Cariri São João Rio do Peixe São João do Tigre Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Não Não Sim Não Não 290 685 716 293 258 350 377 644 520 214 290 685 716 293 0 0 377 479 307 0 0 0 0 0 0 350 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 258 0 0 165 213 214 não não não não não não Sim não não não Não Sim Sim Não Sim Sim 204 1.230 321 0 382 0 0 0 0 0 538 0 204 310 321 não não não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim 832 466 1196 190 587 296 814 461 1145 95 587 284 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 18 5 51 95 0 0 não não não não não não Sim Não 195 0 0 0 195 não Sim Não 239 239 0 0 0 não Sim Sim 129 129 0 0 0 não Não Sim Sim Não Sim Sim 437 977 160 0 946 0 0 0 0 0 0 0 437 31 160 não não não Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Não Não Não Não Sim Sim 640 288 320 341 247 813 3.271 640 288 225 0 238 586 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3.271 0 0 95 341 9 227 0 não não não não não não não Não Sim 200 0 200 0 0 não Sim Sim S/Inf. 0 0 0 0 não Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Sim Não S/Inf. 214 163 186 0 0 0 148 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 214 163 38 0 não não não não não Sim Sim Não Não Sim Sim Sim Não 214 103 240 203 211 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 103 240 203 não não não não Sim Não 655 530 0 0 125 não Não Sim 216 0 0 0 216 não 101 São J. Lagoa Tapada São J. de Caiana São J. de Espinharas São J. de Piranhas São J. de Princesa São J. do Bonfim São J. Brejo do Cruz São J. do Sabugi São J. dos Cordeiros São José dos Ramos São Mamede São Miguel de Taipu São Sebastião L. Roça São Seb. Umbuzeiro Sapé Seridó Serra Branca Serra da Raiz Serra Grande Serra Redonda Serraria Sertãozinho Sobrado Solânea Soledade Sossêgo Sousa Sumé Taperoá Tavares Teixeira Tenório Triunfo Uiraúna Umbuzeiro Várzea Vieirópolis Vista Serrana Zabelê Sim Não 379 379 0 0 0 não Não Sim 250 0 0 0 250 não Não Sim 220 0 200 0 20 não Sim Não 800 437 0 0 363 não Sim Sim 175 175 0 0 0 não Sim Não 180 0 0 0 180 não Não Não 0 0 0 0 não Não Sim 250 0 250 0 0 não Não Não 180 0 0 0 180 não Sim Sim Não Não 323 408 323 0 0 0 0 0 0 408 não não Sim Não 319 319 0 0 0 não Sim Sim 429 429 0 0 0 não Não Sim Não Sim Não Sim Sim Não Não Não Sim Sim 216 1.532 526 300 200 0 334 0 402 0 0 0 0 0 0 0 200 0 1.198 0 0 300 0 216 0 0 124 0 0 não não não não não não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Sim Não Não Sim Não Sim Não Sim Sim Não Não Não Sim Sim Sim Sim 329 350 291 269 903 400 237 2.500 518 700 518 750 S/Inf. 420 511 553 236 250 180 210 91 331 291 117 903 400 0 2.004 498 343 518 479 0 0 465 553 236 244 157 63 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 152 0 0 237 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 238 19 0 0 0 0 0 496 20 357 0 271 0 420 46 0 0 6 23 147 não Sim não não Sim não não Sim não não não não não não não não não não não não