Saxofonista Júlio Pinheiro se apresenta no Quinta de Bamba Atividades lembram 15 anos do título de Patrimônio a São Luís Show será hoje no Barulhinho Bom. P. 2 Livros e exposições marcam a data. P. 5 Alternativo Janela de casarão histórico; conjunto arquitetônico de São Luís será tema de exposição no Iphan [email protected] O ESTADO DO MARANHAO · SAO LUÍS, 6 de dezembro de 2012 - quinta-feira ais Mor Binè São Luís, há 15 anos patrimônio mundial Título de Patrimônio Cultural foi concedido em 1997 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco); reconhecimento se deu pela excepcionalidade que o Centro Histórico de São Luís possui Arquivo A governadora Roseana Sarney entre o então prefeito de São Luís, Jackson Lago, e o senador José Sarney na cerimônia de homologação do título de Patrimônio Cultural, realizada em Nápoles, na Itália, em 1997 Carla Melo Do Alternativo A data era 6 de dezembro de 1997. O cenário, casarões que compõem um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos de inspiração portuguesa das Américas, localizado em São Luís. lores Nesse dia, o Centro Flora Do Histórico da cidade ganhava o título de Patrimônio Cultural, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e que hoje completa 15 anos. O título de Patrimônio Cultural, concedido na gestão da governadora Roseana Sarney, se deu Documento da Unesco que atesta São Luís como Patrimônio Cultural pelo caráter de excepcionalidade que o Centro Histórico de São Luís tem. Na Declaração de Valor Universal da Unesco, está expresso que "o Centro Histórico de São Luís é um exemplo excepcional de cidade colonial portuguesa adaptada às condições climáticas da América do Sul equatorial e que tem conservado dentro de notáveis proporções o tecido urbano harmoniosamente integrado ao ambiente que o cerca". Mas, em São Luís, os vínculos materiais e imateriais são indissociáveis. Isso fica claro na Declaração, que explicita que o tombamento engloba três aspectos: o conjunto arquitetônico homogêneo, o traçado urbano original e as referências culturais resultantes da miscigenação entre europeus, africanos e índios. "Esse patrimônio cultural retrata a permanência de vínculos indissociáveis entre elementos materiais e imateriais, por meio da preservação das técnicas construtivas, dos padrões de habitação, assentamento e uso do solo, permeado com as referências culturais da comunidade, revelando o seu significado ao longo do tempo e conferindo-lhe autenticidade", diz o texto da Declaração. O conjunto de arquitetura civil de influência portuguesa foi construído no período de expansão urbana dos séculos XVIII e XIX. Assinado pelo engenheiro português Francisco Frias de Mesquita em 1615, após a expulsão dos franceses, sob as ordens espanholas, obedece ao traçado original, projetado em formato de malha urbana ortogonal, posicionada no sentido dos pontos cardeais. As ruas são retangulares e de igual largura. "Uma cidade fundada por franceses, dominada por portugueses e cujo traçado foi feito sob as ordens espanholas, confere um caráter peculiar a São Luís", destaca a superintendente do Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan-MA), Kátia Bogéa. Ela ressalta que o tombamento obedeceu à ampliação do conceito de Patrimônio Cultural que se desprendeu da visão monumentalista. "Este conceito passou a enfocar os conjuntos e sítios urbanos como bem cultural que têm valores coletivos e referências culturais de seus moradores", diz a superintendente. A cidade - Fundada em 1612 pelos franceses, sucedendo a uma aldeia tupinambá, a cidade foi tomada pelos portugueses em 1615. Também, esteve nas mãos dos holandeses, mas a feição que a caracteriza deve-se aos portugueses. São Luís, até o século XIX, era a terceira maior cidade brasileira, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro e de Salvador. Para concorrer ao título, foi apresentado à Unesco um dossiê que continha informações provenientes do programa de Preservação e Reabilitação do Centro Histórico de São Luís, que durou de 1979 a 2006, sob a coordenação do engenheiro Luiz Phelipe Andrès. "A partir de 1996, a equipe do programa participou ativamente das negociações que conduziram à inclusão de São Luís na lista do Patrimônio Cultural, coordenando a elaboração do dossiê apresentado pelo Governo do Estado à Unesco. Por decisão da governadora Roseana Sarney, que tomou a iniciativa, foram feitos contatos intensivos com os Ministérios da Cultura e Relações Exteriores e com o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios [Icomos] e a representação do Brasil na Unesco, em Paris", explica Phelipe Andrès. Em novembro de 1996, uma missão de reconhecimento enviada pela Unesco chegou a São Luís, chefiada pelo arquiteto Julio Angel Morosi. Em julho do ano seguinte, uma equipe brasileira compareceu à 22ª Reunião Internacional do Bureau do Comitê do Patrimônio Mundial na sede da Unesco, em Paris. Na ocasião, foi apresentada a defesa da proposição que foi aprovada sem restrições pelas delegações do México, Japão, Alemanha, Austrália, Marrocos, Nigéria e Itália, países componentes do Boreau. Em dezembro de 1997, esta recomendação foi novamente apreciada em Nápoles, Itália, pelo Plenário do Comitê do Patrimônio Mundial, que homologou a decisão técnica do Bureau, oficializando a inclusão de São Luís na lista da Unesco. Continua em A-5