O CBC é um tumor de baixa
malignidade e de evolução
lenta que raramente metastiza
(metastizar significa que o tumor
não se confina ao local de
aparecimento - pele - e que
atinge também orgãos internos
do corpo como o pulmão,
fígado, cérebro, etc.) e, por
conseguinte, habitualmente
não põe em risco. Surge em
geral na face e pescoço de pessoas com mais de
60anos e o aspecto mais típico é o de uma evolução
na pele que ciclicamente faz ferida, podendo
sangrar.
O CEC é localmente agressivo,
tal como o CBC, mas de
evolução rápida e pode
metastizar. Predomina nas áreas
foto-envelhecidas de pessoas
idosas que passaram grande
parte da sua vida ao sol
(trabalhadores rurais, pescadores, etc.). Caracteriza-se por
um nódulo que vai crescendo
de semana para semana e está muitas vezes
coberto de uma crosta seca e verrucosa. Também
ulcera e sangra com frequência.
Embora seja o menos frequente, o MELANOMA é o mais
preocupante porque, se não for
detectado precoce-mente, é
muitas vezes mortal. Surge em
pessoas mais jovens (em média
por volta dos 50 anos), sendo o
local mais frequentemente
atingido o dorso (costas) no
homem e dorso e perna nas
mulheres. Por volta dos 50 anos),
sendo o local mais frequentemente atingido o dorso
(costas) no homem e dorso e perna nas mulheres. No
início, muitas vezes não faz procidência em relação
à pele, surgindo como uma mancha que vai
crescendo, adquirindo um contorno irregular, com
diferentes cores sendo que a cor negra é muito
suspeita.
A regra ABCDE ajuda-nos a
distingui-lo de sinais banais
(nevos melanocíticos), sendo a
mudança progressiva de
aspecto (E-evolução) o critério
mais Importante (mas apenas
válido para a idade adulta
porque nas crianças os sinais
modificam-se com o crescimento das mesmas).
Uso sempre o protector solar Écran total na praia e por
isso estou protegido.”
Nem o sol existe só na praia nem existe nenhum
protector solar completamente eficaz. A medida mais
importante é a evicção do sol nas horas de maior
intensidade UV: em Portugal, é geralmente entre as 11h
e as 16h, no Verão. Em qualquer local do mundo, é útil
a aplicação da regra da sombra - é segura a
exposição ao sol quando a nossa sombra é maior do
que nós; pelo contrário, devemos evitar a exposição
quando a nossa sombra for menor. Quando isso não for
possível (por exemplo em grupos profissionais que
exercem a sua profissão ao ar livre), então a protecção
solar deverá ser feita com roupa apropriada sem
esquecer um chapéu (de aba larga que proteja toda a
face e pescoço) e os óculos de sol. Os protectores
solares propriamente ditos, formulados para aplicação
tópica na pele, serão o terceiro nível de cuidados e,
embora importantes, não devem ser valorizados em
relação aos pontos anteriores. Um protector solar deve
ter um FPS igual ou acima de 15 e, idealmente nos
grupos de risco, pelo menos 30. FPS significa factor de
protecção solar e dizer que tem FPS de 15 significa
apenas que poderá estar exposto ao sol 15 vezes mais
tempo até desenvolver eritema solar.
Como já vimos o eritema solar é provocado
essencialmente pelos UVB e portanto FPS refere-se
única e exclusivamente a UVB.
É também importante escolher um protector solar
contra os UVA (procurar na embalagem IPD ou PPD).
Estes cremes devem ser aplicados generosamente,
aproximadamente meia hora antes da exposição
solar (não esquecer que a exposição ao sol não é
exclusiva da praia) e reaplicados de 2 em 2 horas.
Não confiar na indicação “resistente à água” e
reaplicar após o banho ou em caso de transpiração
ambundante. Nunca usar o protector para prolongar
a estadia ao sol.
Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil E.P.E.
Rua Professor Lima Basto, 1099-023 Lisboa
Tel. geral: 217 229 800
Website: www.ipolisboa.min-saude.pt
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dos casos, o carcinoma espinocelular (CEC) em 18%
eo melanoma em 8%.
Instituto Português de Oncologia
de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E.
O SOL E A PELE
A exposição à radiação solar é prejudicial?
Não. O sol é essencial e, sem a radiação solar, não
existiria vida na Terra. No entanto,como tantos outros
exemplos, deve ser usado com “conta, peso e
medida”. A exposição solar excessiva pode ter efeitos
nefastos.
Insolação
Calor
Fotodermatose
Efeitos
nefastos
Efeito
psico-estimulante
Fotoenvelhecimento
Efeitos
benéficos
O sol na praia queima mais que o da
montanha?
Não. Simplesmente na praia temos tendência a usar
menos roupa ficando menos protegidos. Na verdade
na montanha é maior a intensidade da radiação
ultra-violeta porque estes são menso filtrados pela
atmosfera que é de menor espessura a este nível.
Fotossensibilização
Efeitos terapêuticos
Indução de Cancros
A rarefacção da camada do ozono é
responsável pelo aumento da frequência dos
malefícios provocados pelo sol?
Apenas em parte e não é o factor preponderante. A
radiação solar é composta por diferentes tipos de
radiação electro-magnética, com diferentes
comprimentos de onda. A camada do ozono é
responsável pela absorção de radiação com menor
comprimento de onda que é altamente energética
(e cancerígena) como a radiação gama, X e ultravioleta (UV). Em relação aos UV, a camada do ozono
filtra completamente os UVC, mas só parte dos UVB e
em menor grau os UVA. A capacidade
carcinogénica (de provocar cancro) desta radiação
diminui à medida que aumenta o comprimento de
onda, sendo que os UVC e UVB induzem
directamente mutações no DNA (que induzem
cancros) enquanto que os UVA só lesam
indirectamente o DNA. No entanto, 98% da radiação
UV que chega à Terra é do tipo UVA, de forma que
não podemos desprezar o papel desta radiação nos
malefícios causados pelo sol.
A variação da intensidade dos UV depende de
muitos factores:
! Hora do dia - a radiação é máxima ao meio dia
solar (30% do total da radiação);
! Época do ano - estando o solmais perto da Terra
no Verão;
! Latitude - perto do equador, a radiação é mais
intensa porque incide de forma mais vertical pelo
que a absorção atmosférica é mais fraca;
! Altitude - aumento de 4% de UVB a cada 300m;
! Nuvens e poluição - têm pouco efeito sobre os
UV, mas trava os infra-vermelhos (radiação
responsável pelo calor) dando uma sensação de
falsa segurança;
! Reflexão de superfície - aumento da exposição
aos UV com superfícies mais reflectivas: neve 50
a 80%, areia 15 a 25%, água em movimento
20%, água estagnada 10%.
Podemos encontrar nos sites metereológicos
portugueses mapas de previsão do Índice UV,
actualizados diariamente.
RADIAÇÃO SOLAR
220-290 nm
Cósmicos
Gama
X
UVA
UVB
290-320nm
320-400nm
Vísiveis
400-800nm
IV
800-5000nm
Ondas
Rádio
>5000nm
UVC
Ozono
http://www.meteo.pt/pt/ambiente/uv/
Núvens
Apenas 10 % dos UV atingem a Terra
“Apanhei um escaldão (queimadura solar) este ano
na praia. Devo ir ao médico para despistar um
cancro de pele?”
Os efeitos deletérios do sol na pele dividem-se em:
Congestionamento
Melanogénese
Acção anti-raquítica
(vit. A)
O aumento da frequência do cancro da pele está
mais ligada a factores sócio-culturais que fazem com
que nos exponhamos mais tempo ao sol sem nos
protegermos devidamente.
!
IMEDIATOS OU AGUDOS
A radiação UV, em particular a
UVB, tem a capacidade de induzir
vermelhidão (eritema) da pele
em 15-20 min, se for recebida ao
meio-dia, no verão, numa praia
do sul, por um indivíduo de pele
clara. Este eritema solar
corresponde a uma queimadura
solar (de grau 1) e induz no
organismo uma série de respostas
cujo objectivo é proteger a pele de agressão solar. Um
dos mecanismos mais importantes é o da produção
da melanina que através da pigmentação da pele
(bronzeado) actua como filtro solar. Dependendo da
intensidade da radiação recebida, duração da
exposição e tipo de pele individual, a queimadura solar
poderá ser mais mais grave - grau 2 ou 3 recomendando-se a ida a um serviço de urgência se
existência de dor severa, bolhas, cefaleias (dor de
cabeça), confusão mental, náuseas ou vómitos, ou
síncope (perda dos sentidos).
TARDIOS OU CRÓNICOS
!
Uma queimadura solar só por si não é capaz de induzir
um cancro de pele mas os efeitos deletérios ficam
gravados na nossa pele e vão sendo somados ao
longo da nossa vida. Na maioria das vezes, os cancros
de pele aparecem anos depois da exposição solar
excessiva, em particular da recebida durante a
infância ou adolescência, que sabemos hoje ser um
período crítico.Por outro lado, a exposição solar
repetida (mesmo que não
conduza a queimadura solar) é
responsável pelo envelhecimento
da pele nas áreas expostas ao sol
(foto-envelhecimento) tornando
a pele mais seca, pouco elástica
com aumento do reticulado
normal e com aparecimento de
rugas, discromias (áreas mmais
claras alternado com áreas mais
escuras), aparecimento de
sardas do sol, queramatoses
actínicas e seborreicas e mais
tarde cancro da pele.
“O Sol quando nasce é igual para todos”,
verdadeiro?
Falso. Já vimos atrás que a
intensidade dos UV depende de
muitos factores, nomeadamente o
local onde vivemos ou passamos
férias mas, para além disso os
efeitos do sol na nossa pele
dependem bastante de cada tipo
de pele. Pessoas de pele clara,
olhos claros, cabelo louro ou ruivo
sofrem mais frequentemente queimadura solar (e
consequentemente o risco de sofrer queimadura
solar ou desenvolver um cancro da pele) define os
fototipos cutâneos, que se classificam de 1 a 6.
Tipo I
Tipo II
Tipo III
Tipo IV
Tipo V
Tipo VI
Para além do fototipo existem outros factores que
aumentam a probabilidade de vir a ter um cancro
da pele, designados factores de risco:
Fototipo I/II; presença de sardas;
!
Múltiplos sinais (>50 no tronco);
!
Sinais atípicos (com mais de 6 mm, irregulares na
!
forma, bordo e cor);
Queimaduras solares (em particular na
!
infância/adolescência) ou exposição solar
repetida ao longo da vida (por ex. Em pessoas
com profissões ao ar livre como trabalhadores
rurais, pescadores, etc.);
História pessoal ou familiar de cancro da pele;
!
Imunossupressão (defesas diminuídas, por ex.
!
Transplantados, doentes com SIDA).
“Tive um amigo que morreu de um cancro da
pele. Agora a minha mãe foi tratada a um cancro
da pele, mas o médico disse que estava tudo bem
e não havia razão para preocupações. Será
verdade?”
Na verdade existem vários tipos de cancro da pele,
com diferentes prognósticos. São três os tipos mais
frequentes: o carcinoma basocelular (CBC) em 70%
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Folheto O Sol e a Pele