8 Terça-feira 25 de novembro de 2014 Jornal do Comércio - Porto Alegre Economia Affonso Ritter INDUSTRIA NAVAL Observador Justiça bloqueia as contas Já tem data o lançamento oficial do Observatório Social de Porto Alegre. Vai ser dia 17 de dezembro, informou ontem o presidente do Sescon, Diogo Chamun. Surgido de uma experiência exitosa de Maringá, a ideia tomou conta de várias cidades brasileiras e provocou o surgimento até de uma entidade nacional. Seu objetivo é passar um pente fino nos editais e contratos de licitação dos municípios, tentando prevenir problemas como o de Maringá, onde um erro de digitação provocou um superfaturamento de 900% no preço licitado para compra do medicamento Ácido acetilsalicílico (AAS). Ofertado pelo fornecedor ao preço de R$ 0,009 o comprimido, havia sido registrado na ata pelo valor de R$ 0,09. bancárias de Iesa e Petrobras Medida busca assegurar recursos para quitar rescisões trabalhistas MARCELO G. RIBEIRO/JC De olho nas licitações [email protected] Natal da recuperação Rua da Praia Shopping pretende recuperar no Natal o baixo volume de vendas registrado no período da Copa do Mundo, segundo a gerente-geral Cátia Medeiros, que está anunciando um Natal doce. A cada R$ 250,00 em compras, o cliente ganha uma lata personalizada com cinco trufas da Cacau Show. Ama no grupo Herval Grupo Ama acaba de assumir a gestão da saúde ocupacional do Herval (menos em Dois Irmãos). Um de seus maiores desafios é a pulverização das 17 unidades de negócios espalhadas pelo País. Herval tem 6 mil colaboradores e oferece uma diversidade de produtos e serviços, do colchão ao iPhone. O calçado do ano 2030 Presidente do Grupo Paquetá – The Shoe Company, Adalberto Leist, está em León, no México, participando do Congresso Mundial do Calçado 2014, onde hoje debate em mesa-redonda a questão “onde será produzido o calçado em 2030”. León fabrica 70% dos 244 milhões de pares de sapatos feitos no México e é uma das principais áreas de produção no mundo. Supper Rissul reinaugura Rede Supper Rissul reinaugura nesta sexta-feira duas lojas em Gravataí: a filial 49, que fica na rua Jorge Amado e a 48 na Otávio Schaeemes. A rede possui 42 unidades em 24 cidades gaúchas, sendo quatro em Gravataí, uma das quais foi inaugurada dentro do Shopping Gravataí, no final do ano passado. Voos pontuais, mas serviços vagarosos Uma das maiores queixas contra as companhias aéreas brasileiras ao longo dos anos tem sido contra falta de pontualidade nos voos. Se foi a Copa do Mundo a motivação para a melhoria, viva a Copa, porque as queixas neste ponto diminuíram muito, porque o serviço melhorou, o que é confirmado pelo ex-governador Germano Rigotto, um assíduo viajante, que faz hoje um bate e volta a Fortaleza para palestra. O que ainda anda mal são os serviços no Aeroporto Salgado Filho. Em uma segunda-feira de manhã cedo como a de ontem, comprar um café com pão de queijo, no bar do piso de embarque, levava 15 minutos. Naquela hora, todo minuto é precioso. A Infraero poderia designar alguém para uma “batida” de surpresa. Em busca de definições, pátio da empresa em Charqueadas foi tomado por trabalhadores e sindicalistas Patrícia Comunello, de Charqueadas [email protected] A Justiça do Trabalho bloqueou ontem até R$ 30 milhões das contas bancárias e aplicações financeiras da Iesa Óleo e Gás, Petrobras e consórcio Tupi/BV para cobrir as rescisões de quase mil trabalhadores da Iesa, em Charqueadas. As demissões foram anunciadas pela empresa após cancelamento de encomendas de módulos para plataformas de exploração de petróleo pelo consórcio, que tem participação da estatal. Além disso, a juíza do Trabalho em São Jerônimo Lila Paula Flores França ordenou o rastreamento de veículos em nome das empresas e sequestro de bens que estão no pátio da unidade de Charqueadas. A juíza autorizou o uso de força policial para retirar os bens. As medidas atendem ao pedido do procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT) Bernardo Mata Schuch, que fica em Santa Cruz do Sul, e que ingressou com ação judicial, na sexta-feira passada, um dia após advogados da Iesa admitirem as dispensas. No sábado, a juíza havia determinado suspensão ão das demissões e colocação da mão de obra em licença remunerada, sob pena de multa de R$ 100 milhões para a Iesa. Mas depois de três dias de tentativas fracassadas de oficiais de Justiça para notificar a Iesa, na planta no município, a magistrada ampliou o alcance da ação emergencial. O site do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4) infor- mou ainda que as empresas estão sendo acionadas por carta precatória no Rio de Janeiro, por meio do TRT da 1ª Região, além de mandado de notificação da Iesa em uma sede que existiria em Canoas. Ontem, sindicalistas e funcionários, impedidos de acessar as dependências da unidades para retirar objetos pessoais, fizeram vigília durante a manhã em frente aos portões da unidade, no km 28 da RS-401, para pressionar por uma resolução do impasse. Apenas seguranças privados estavam nas instalações. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas, Jorge Luiz de Carvalho, entrou na área da unidade no fim da tarde e seguranças chamaram a Brigada Militar, que o conduziu a uma delegacia. “Invadi. Queria checar o que tinha na área externa, onde tem os módulos para informar ao MPT”, justificou Carvalho. Parte dos módulos que compõem o equipamento da plataforma (P-66) estão na parte de trás do terreno. As estruturas gigantes estão parcialmente cobertas por uma lona. Hoje, o sindicalista se reunirá com o procurador para discutir medidas. A juíza tenta agendar audiência para amanhã, com a presença de representantes da empresa. O prefeito de Charqueadas, Davi Gilmar de Abreu Souza, decretou ontem estado de calamidade e deve enviar hoje, à Câmara de Vereadores, projeto de lei para autorizar uso de recursos públicos no auxílio a famílias de funcionários, diante do temor da demissão e de incerteza sobre o pagamento. “Somos par- ceiros. Vamos ajudar quem precisa voltar para sua cidade”, avisou o prefeito, cercado por funcionários que clamavam por ajuda para pagar contas, transporte. “Aqui todo mundo é necessitado”, reagiram os operários revoltados com o tratamento da empregadora. O sindicato dos metalúrgicos informou que pelo menos 50 empregados fizeram exames demissionais ontem, mesmo com a ordem judicial cancelando dispensas. Funcionários, como o supervisor de pintura João Francisco Sperb, receberam no dia 17 a mensagem que prevenia: ‘Estamos rescindindo os contratos de trabalho de nossos colaboradores no dia 24/11. As datas de exame médico, quitação de verbas rescisórias e assinatura de documentos serão comunicadas por telegrama ou sedex’. Sperb já tem oferta de trabalho em um estaleiro em Santa Catarina, mas não pode se habilitar sem liberar a carteira de trabalho e receber as verbas. O trio da área de limpeza Alba Odete Gonçalves da Silva, Priscila Santos da Costa e Ligiane de Paula vive situação oposta. “Não temos profissão. O que a Iesa está fazendo é uma vergonha”, reagiu Alba. O procurador do Trabalho opinou que a forma de comunicar não é válida e reforçou que as dispensas estavam suspensas. “Esse não é o tipo de comunicação formal que se espera de um empregador, o que só me faz crer que a dignidade dos trabalhadores foi realmente jogada no lixo”, lamentou Schuch. Procurada, a Iesa não se manifestou sobre os fatos.