GERAL REGIÃO CARBONÍFERA, SEXTA-FEIRA, 25 DE MARÇO DE 2011 [email protected] - (51) 3651.4041 7 burocracia para instalação da empresa Artigo Caso IESA. Vamos falar sério Reges Seifert, Estofados & Cia Celso Kassick, Shopping Acaso “Lamentável que o governo do Estado esteja sendo um ‘caranguejo’, atrapalhando o desenvolvimento do RS. A IESA trará empregos, um superdesenvolvimento e novas tecnologias para nossa região. O poder político, religioso, enfim, todos os segmentos da sociedade precisam unir-se em prol desse empreendimento. Não podemos ver os ‘caranguejos’ agirem e ficarmos quietos perante essa situação.” Paulo Araujo, presidente da Câmara de Indústria e Serviços de Charqueadas Andréa Berbigier, Solar Shopping “É importante salientar que Charqueadas, independente de dispor de todas as características necessárias para receber um investimento do porte da IESA, precisa ter um reconhecimento especial, por conta de sempre na sua história ser receptora dos autores das mais diversas delinquências. Geradas por pessoas que por sua vez foram vítimas em boa parte de consequência de processos de degradação social. Esta consideração deveria ser pauta na agenda ambiental dos governantes, pois se existe alguma degradação ambiental de grande agressão seus resíduos estão aqui. Sou realista em relação aos argumentos políticos e técnicos, mas também estou otimista quanto ao bom senso neste caso, pois é uma grande oportunidade para se provar que podemos transformar uma região estigmatizada pela condição carcerária em um referencial de desenvolvimento e evolução”. portal374.p65 “É com grande expectativa que todos esperamos a instalação da empresa Iesa em nossa cidade, mas estamos muito preocupados com a burocracia por parte da Fepam para liberação da licença ambiental, pois quando se trata de mandar presídios para nossa cidade não se tem preocupação da questão ambiental, porque os mesmo lançam esgoto direto em nosso rio sem tratamento algum. Mas acredito que o governo que está começando agora não vai querer simplesmente deixar ir embora este empreendimento. Se temos o ônus de ter presídios, temos que ter o bônus de um futuro melhor.” 7 Creio que a grande burocracia da Fepam é o que está impedindo a IESA de se instalar em nosso município. Eu não sabia que a Fepam tinha tanto poder. Acho que esse excesso de poder acaba atrapalhando a vida de milhares de pessoas. Caso a IESA não se instale aqui, será, sem dúvida, uma grande decepção para o povo charqueadense, afetando o futuro dos nossos jovens e o futuro de toda nossa região. Lembro que já somos traumatizados pelo fechamento da Jacuí I, há mais de 20 anos. Arcamos com o sistema prisional aqui instalado e quando se vislumbra algum benefício surge a Fepam e seus entraves! Nos sentimos impotentes frente a esta batalha, mas espero que desta vez sejamos vencedores. Charqueadas e região merecem !” Fernando Campani* Lembro, há anos atrás, que os limites ambientais eram os grandes vilões do crescimento econômico. Lembro que políticos renomados estufavam os pulmões para exaltar a poluição. Como se fosse, à época, uma grande conquista a importação de poluição. Ora vejam isso se passou na década de 70, quando a mentalidade da população fazia coro a esse tipo de pensamento. Hoje conquistamos uma legislação comparada a uma das melhores do mundo. Possuímos um sistema nacional que condiciona os empreendimentos ao crivo do licenciamento ambiental. Talvez poucas pessoas tenham compreensão do processo. Vejo que a maioria da população entende que a licença ambiental é um mero papel solicitado em balcão. E não é. Dependendo da complexidade e do tamanho do potencial poluidor é necessário o cumprimento de estudos e relatórios técnicos prévios que podem ou não permitir a continuidade do projeto e, posteriormente, a efetiva instalação e operação. Nada é inventado para gerar burocracia ou lentidão. Tudo foi produzido pela ciência, pois se trata de proteger vidas e a manutenção do contexto civilizatório. Os estudos geológicos e biológicos, climatologia, análises de riscos, entre outros tantos produtos da ciência fornecem a orientação prévia para que o empreendimento possa se instalar com o menor risco de impactos ambientais. Isso não é uma garantia para o empreendedor, apenas. É a garantia que toda sociedade precisa. Pois isso está previsto em lei, e é o que chamamos, tecnicamente, de licenciamento ambiental. Façamos justiça ao meio ambiente. Não podemos culpar os limites ambientais na defesa do nosso tão necessário crescimento econômico, gerador de renda, trabalho e dignidade a todos. O que não possuímos no Rio Grande do Sul é uma estrutura estatal capaz de atender as demandas do nosso crescimento. E assim está aos moldes dos gaúchos defensores do estado mínimo. Assim está a nossa FEPAM-RS. Reconhecida no Brasil e por grande parte da sociedade como uma estatal que possui um quadro técnico de primeira linha, ainda, porém, insuficientes para atender a grande demanda de controle, fiscalização e licenciamentos pelos quatro cantos do Rio Grande do Sul. Ao analisar a instalação da indústria IESA em Charqueadas, me deparei com uma notícia absurda que a população da região carbonífera estaria se mobilizando para pressionar a FEPAM-RS para a emissão de uma Licença Ambiental como se lá pudessem “pegar no balcão” a licença. Pior. Também há o argumento que o órgão ambiental de Santa Catarina, a FATMASC, estaria facilitando a emissão do mesmo documento. Ora, isso é no mínimo uma grande sacanagem com a opinião da população charqueadense que não conhece as precárias condições do órgão Catarinense. Longe de ser mais ágil que a nossa FEPAM-RS. Vamos falar sério. Os grandes e sérios empreendedores não projetam as suas plataformas industriais aos “44 minutos do segundo tempo”. Isso é uma boa demonstração da competência que está por vir. Sem perder a seriedade. Quem não quer uma grande indústria empregadora na nossa região? É óbvio que todos queremos e entendo que será de grande retorno para economia local. Porém não percamos a sobriedade e o equilíbrio norteador de todos os cuidados ambientais. Concluo com toda a seriedade que o assunto necessita: alguém ouviu dizer do órgão ambiental de Santa Catarina que as exigências técnicas para o licenciamento ambiental do empreendimento disputado com Charqueadas seriam dispensados em nome da agilidade? Se alguém afirmou isso por lá e a polícia ouviu, esse sujeito poderá estar vindo para Charqueadas. Vamos falar sério... (*) Biólogo – Perito Ambiental 24/3/2011, 19:00