Produção de eucalipto na Região Sul e Sudeste do Estado do Pará João Pereira da Silva Junior; Jaomara Nascimento da Silva; Priscila Gonçalves Figueiredo de Sousa 1 Acadêmico do curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal Rural da Amazônia, PA, [email protected] 2 Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Estadual do Norte Fluminense1, Campos dos Goytacazes, RJ, [email protected]; 2 Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Estadual do Norte Fluminense1, Campos dos Goytacazes, RJ, [email protected]; Apresentado no III Congresso Brasileiro de Eucalipto – 02 a 04 de setembro de 2015, Vitória/ES. Resumo O Brasil apresenta crescente demanda de produtos florestais, com grande potencial para o cultivo de florestas, com destaque para os Eucalyptus spp, ocupando uma posição de liderança mundial na produção, produtividade e melhoramento. O cultivo do eucalipto, como qualquer outra cultura, está condicionado ao atendimento de limitações administrativas impostas pela legislação vigente. Na Amazônia, o reflorestamento é realizado desde o início da década de 80, em alguns empreendimentos no Estado do Pará, realidade esta alterada nos últimos anos, quando se verifica interesse crescente pelo reflorestamento com espécies do Gênero Eucalyptus. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar a produção do eucalipto na Região Sul e Sudeste do Pará. As análises dos dados foram através de estatística descritiva, a partir das informações obtidas, sendo processados os dados com auxílio da planilha do Excel, em forma de gráficos, para facilitar o entendimento dos resultados gerados na pesquisa. Segundo dados do IBGE (2013) o eucalipto é a principal espécie florestal explorada na silvicultura nacional. Da produção total de carvão vegetal obtida em 2013, 98,5% teve como matéria-prima o eucalipto. Sendo válido ressaltar a grande participação do Estado do Pará que corresponde com mais de 50% da produção de madeira em tora (m3) para papel, celulose e para outras finalidades em 2013. Palavras-chave: reflorestamento, código florestal, amazônia Abstract Brazil has increased demand for forest products, with great potential for growing forests, especially the Eucalyptus spp, occupying a leading position in the production, productivity and improvement. The cultivation of eucalyptus, like any other culture, is subject to compliance with administrative limitations imposed by law. In the Amazon, reforestation is carried out from the beginning of the 80s in some projects in the state of Pará, this reality changed in recent years, when there is growing interest in reforestation with species of Eucalyptus Gender. In this sense, this study aims to analyze the eucalyptus production in the South and Southeast of Pará. Analyses of data through descriptive statistics, from the information obtained, the data being processed with the aid of the Excel spreadsheet in form of graphics, to facilitate the understanding of the results generated by the search. According to the IBGE (2013) eucalyptus is the main forest species exploited in the national forestry. The total production of charcoal obtained in 2013, 98.5% had as raw material eucalyptus. It is worth noting the high percentage of Pará that corresponds with more than 50% of timber production in logs (m3) for paper, cellulose and other purposes in 2013. Keywords: reforestation, forest code, amazon INTRODUÇÃO O Brasil apresenta crescente demanda de produtos florestais, com grande potencial para o cultivo de florestas, com destaque para os Eucalyptus spp, ocupando uma posição de liderança mundial na produção, produtividade e melhoramento. Várias espécies desse gênero são utilizadas em larga escala no estabelecimento de florestas industriais no Brasil, destacando-se: E. grandis, E. saligna, E. camaldulensis, E. urophylla, E. citriodora, E. viminalis, E. dunnii, E. pellita, bem como diversos híbridos. O cultivo do eucalipto, como qualquer outra cultura, está condicionado ao atendimento de limitações administrativas impostas pela legislação vigente. Dentre os diversos diplomas legais pertinentes ao estabelecimento de plantios florestais, inclusive com eucalipto, cita-se, pela sua importância, o Código Florestal brasileiro (instituído pela Lei no 12.651/2012. O Decreto no 7.830/2012 regulamenta alguns dispositivos do Código Florestal como, por exemplo: os procedimentos para a inscrição de cada imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e os requisitos para a regularização de passivos ambientais por meio da adesão de proprietários e possuidores ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). O desmatamento seguido da implantação de atividades agropecuárias desprovidas de práticas de manejo do solo corretamente, principalmente as relacionadas com a sua conservação, reposição de nutrientes (adubação), rotação de culturas, diversificação de sistemas produtivos, etc., resulta no esgotamento rápido da capacidade produtiva do solo, além de deixá-lo exposto às intempéries. O aumento de áreas degradadas associadas ao desmatamento das florestas tem provocado impactos negativos ao ecossistema, comprometendo a disponibilidade e qualidade de bens e serviços ambientais, e o bem estar da sociedade. Existem três principais estratégias que tem representado o impulso das legislações e políticas publicas. Segundo Alencar et. (2004), o Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE) tem representado uma política de ordenamento territorial; o Código Florestal que estabelece bases jurídicas que regulamentam o uso dos recursos naturais; e a Lei de Recursos Hídricos que cria mecanismos para o ordenamento a partir das bacias hidrográficas. Com isso, a ocupação de áreas degradadas por programas de reflorestamento podem contribuir significativamente para o aumento da oferta de madeira de elevado valor econômico, além de contribuir para a manutenção de várias espécies da fauna e da flora. Na Amazônia, o reflorestamento é realizado desde o início da década de 80, em alguns empreendimentos no Estado do Pará, realidade esta alterada nos últimos anos, quando se verifica interesse crescente pelo reflorestamento com espécies do Gênero Eucalyptus. Segundo Sartori (2008), projeções indicam que em 2020 o Brasil terá cerca de 8 milhões de hectares de florestas plantadas. Para tornar mínimo os impactos dessa expansão no meio ambiente, é necessário proporcionar uma ocupação ordenada e melhor aproveitamento dos recursos, o que pode ser obtido por meio do zoneamento ambiental. Os benefícios relacionados aos serviços ambientais gerados pela restauração florestal, principalmente em áreas protegidas por lei (APP’s e RL’s) vão além daqueles puramente ligados às questões ambientais, e a ideia de que a sociedade como um todo também se beneficia nesse processo tem conferido à restauração florestal uma posição de destaque na adequação ambiental de propriedades rurais, justamente por incorporar também os benefícios sociais e econômicos. Para Flores et al. (2011), as zonas de aptidão potencial podem ser determinadas a partir de um modelo que incorpore um vasto conjunto de dados, desenvolvido à escala regional, como ferramenta para a avaliação de cenários alternativos de ordenamento florestal. Esse entendimento deve ocorrer em função da capacidade que a restauração florestal possui de devolver às áreas restauradas as condições mínimas que garantam ao mesmo tempo o cumprimento da legislação ambiental brasileira, a continuidade de atividades econômicas e os serviços ambientais responsáveis pela sustentabilidade em longo prazo. Nesse contexto, a adequação ambiental deve ser vista como um instrumento integrador das questões ambientais, econômicas e sociais, com profundas implicações para a coletividade. A adequação ambiental diz respeito a um conjunto de ações que têm por interesse a conciliação da qualidade do meio ambiente de forma integrada a determinados conjuntos de atividades econômicas desenvolvidas na propriedade rural ou mesmo num município como um todo. Assim, a Região Amazônica demanda a produção agropecuária em harmonia com o meio ambiente. A região sudeste está em foco de ações governamentais visando o controle do desmatamento e a promoção do desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, nota-se assim a necessidade de se caracterizar, analisar e viabilizar essa importante atividade silvícola para o estado. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar a produção do eucalipto na Região Sul e Sudeste do Pará. METODOLOGIA Para este trabalho foram usados dados secundários das variáveis, publicados pela ABRAF e pelo IBGE, em séries temporais de área plantada e valores da produção de eucalipto na região Sul e Sudeste do Pará em 2013. As análises dos dados foram através de estatística descritiva, a partir das informações obtidas, sendo processados os dados com auxílio da planilha do Excel, em forma de gráficos, para facilitar o entendimento dos resultados gerados na pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÕES O reflorestamento no Brasil vem crescendo cada vez mais, principalmente devido ao crescente mercado consumidor. Dentre as espécies mais plantadas no país estão as do gênero Eucalyptus e Pinus, juntas totalizaram 6.510.693 ha em 2010, sendo que 73% desse total correspondem a plantios com Eucalyptus onde o Estado do Pará apresentou 148.656 ha de florestas plantadas com espécies desse gênero (ABRAF, 2011). Anualmente, A ABRAF (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas) disponibiliza a evolução do plantio de Eucalipto e Pinus no Brasil. Nos últimos quatro anos, enquanto o Eucalipto tem seu plantio elevado, o Pinus tem pouco desenvolvido. Segundo dados do IBGE (2013) o eucalipto é a principal espécie florestal explorada na silvicultura nacional. Da produção total de carvão vegetal obtida em 2013, 98,5% teve como matéria-prima o eucalipto. Na produção de lenha, o eucalipto contribui com 84,8%, o pinus, com 6,6%, e outras espécies, com 8,6%. Para produção de madeira em tora, o pinus figura com maior representatividade (29,3%), porém, a superioridade do eucalipto é mantida com uma participação de 68,8% na produção nacional (Tabela 1). Tabela 1. Quantidade de madeira em tora (m3) para papel, celulose e para outras finalidades nas regiões do Brasil em 2013. Região Região Nordeste Área (2013) Centro-Oeste Madeira em tora para papel e 8 033 052 11402066 celulose Madeira em tora para outras 863 064 279 218 finalidades Região Sudeste Região Norte 6 751 029 27 980 598 2215342 12 401 467 19 615 403 444298 Região Sul Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Agropecuária, Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2013. Na região Norte o eucalipto tem crescido bastante no estado do Pará, Amapá e Tocantins. Sendo válido ressaltar a grande participação do Estado do Pará que corresponde com mais de 50% da produção de madeira em tora (m3) para papel, celulose e para outras finalidades em 2013 (Gráfico 1). Sendo a região sul e sudeste, as grandes responsáveis por essa contribuição. Na região Sul, o município de Almerim já há muito tempo com a fábrica de celulose produz a grande parte da produção de eucalipto para esta finalidade, na região sudeste os municípios de Tucuruí, Goianésia, Paragominas, Breu Branco notam-se a expansão de eucalipto em razão de altos incentivos ao reflorestamento com essa espécie, a práticas ambientais e ainda com o crescente interesse econômico que esta espécie tem. Sendo válido ainda ressaltar também ao clima como um grande fator para o bom desenvolvimento da atividade, percebe-se em que relação ao Pinus, sua atividade tem se desenvolvido mais na região Sul do país, devido ao clima favorável, enquanto o Eucalipto se espalha cada vez mais pelo país. Gráfico 1. Quantidade de madeira em tora (m3) para papel, celulose e para outras finalidades nas regiões do Brasil em 2013. Produção de Eucalipto no Estado do Pará 1600000 1400000 1200000 1000000 800000 600000 400000 200000 0 Madeira em tora para papel e celulose Madeira em tora para outras finalidades CONCLUSÕES As espécies mais utilizadas para a pratica do reflorestamento no país são as do gênero Eucalyptus e Pinus. Juntas totalizaram 6.510.693 ha em 2010, sendo que 73% desse total correspondem a plantios com Eucalyptus onde o Estado do Pará apresentou 148.656 ha de florestas plantadas com espécies desse gênero (ABRAF, 2011). Estado do Pará que corresponde com mais de 50% da produção de madeira em tora (m3) para papel, celulose e para outras finalidades em 2013. No município de Paragominas, assim como em outros da região sudeste, nota-se a expansão de eucalipto em razão de altos incentivos ao reflorestamento com essa espécie, a práticas ambientais e ainda com o crescente interesse econômico que esta espécie possui. REFERÊNCIAS ABRAF, Associação brasileira de produtores de floresta plantadas. Anuário Estatístico da ABRAF – Ano Base 2011. Brasília, 2011, 140p. ALENCAR, A. et al. Desmatamento na Amazônia: Indo Além da “Emergência Crônica”. Belém: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, 85 p. 2004. FLORES, C. A.; ALBA, J. M. F.; GARRASTAZÚ, M. C. Zoneamento edáfico para o eucalipto na região do Corede Sul. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_2/eucalipto/index.htm>. Acesso em: 12 agosto de 2015. SARTORI; P. A. Estudo sobre a Evolução da área plantada de Eucalipto e Pinus no Brasil. Revista Científica eletrônica de Engenharia Florestal. Edição número 11. São Paulo, 2008.