-JUIV J J ^ J V .. — O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA — 2 3 DE JUNHO DE 1987 Polstica- i &£jàtehi /Ct/JifiJch&O ÉfelXljLccb RIO fp y AGÊNCIA ESTADO I ' I • "O Estado deve i n t e r v i r o menos possível na vida do cidadão", disse o senador R o b e r t o Campos (PDS-MT), d u r a n t e debate o n t e m no auditório d a Estola Superior de Guerra, no Rio. Este, p a r a o parlamentar, é o meIhõr caminho a seguir, de acordo t o m o quadro da economia mund i a l e com os exemplos interven<rionistas, que em n a d a c o n t r i b u í r a m p a r a o desenvolvimento n e m p a r a a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. f Campos deu ênfase aos mo'delos económicos que g a r a n t e m funpio espaço à livre iniciativa, e u m dos oficiais que assistiam ao i i e b a t e lembrou que a m e s m a tese foi r e c e n t e m e n t e defendida •tfor u m político socialista, o prifmeíro-ministro da Espanha, Felip e González, d u r a n t e sua visita °ao Brasil. O senador defendeu o modelo e c o n ó m i c o neoliberal, argu- m e n t a n d o que ele assegura a s condições para o desenvolvimento sem o intervencionismo estatal, que só contribui para estimular a burocracia estatal, sem ganhos reais p a r a os cidadãos. Partidos sem programas No debate sobre partidos pol í t i c o s promovido pela ESG, Campos admitiu que não há diferença programática nítida entre os partidos políticos brasileiros, a não ser no PT. "Mas este é um p a r t i d o pequeno e não chega a influir muito na politica nacional." A m e s m a declaração foi feit a pela d e p u t a d a Sandra Cavalcanti, do P F L do Rio, que tamb é m participou do debate, juntam e n t e com o líder do PMDB na Constituinte, Mário Covas, e o próprio presidente do PT, Luiz Inácio Lula d a Silva. S a n d r a Cavalcanti disse que seu p a r t i d o c a m i n h a p a r a a mesma definição p r o g r a m á t i c a q u e o P T j á alcançou. Por sua vez, Lula disse que seu p a r t i d o não a t u a em função d.; interesses fisiológicos, n e m de c o n c h a v o s . "Não pedimos emprego a ninguém e m t r o c a d e q u a l q u e r coisa", disse o deputado c o n s t i t u i n t e , e m u m a d a s suas principais declarações feitas n o d e b a t e . "Na verdade, o nosso problem a n ã o é o m a n d a t o do presidente, n ã o é o sistema de governo. O que nos preocupa são os grandes p : o b l e m a s deste país", disse. O pi esidente Nacional do P T consid e r o u O problema como de caráte••: " É moral", disse Lula. ^?*Wr%, _./-;.% ViJ ^** *^ft. T a n t o Roberto Campos q u a n t o Lula, S a n d r a Cavalcanti e Covas a d m i t i r a m que dos trabalhos d a C o n s t i t u i n t e d e v e r á r e s u l t a i u m sistema de governo misto, c o m m u i t a s prerrogativas clí.ssicas do presidencialismo e t a m b é m do p a r l a m e n t a r i s m o . Mes n e n h u m dos praticipantes do d e b a t e d a E S G chegou a sit u a r 03 p r o b l e m a s do País na q u e s t ã o do sistema de governo. \ti nla, C a m p o s , Covas e S a n d r a , v á r i a s t e n d ê n c i a s d a C o n s t i t u i n t e n a t r i b u n a d a E S G t i O presidente nacional do PT, tro político nos debates da ESG, o Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu senador Mário Covas, líder do PMDB ontem o diálogo político, durante o na Constituinte, que teve seus direidebate sobre partidos, realizado no tos políticos e seu mandato de depuauditório da Escola Superior de tado federal cassados no final da déòuerra. Ele afirmou, também duran- cada de 60, quando já se destacava te o debate, que não é um sectário, e como líder do antigo MDB. está pronto para um diálogo obietiSe, por um lado a ESG rompeou vo, que envolva a discussão honesta seu comportamento de três décadas dos problemas brasileiros Mas res- (no início da década dos 70 o então saltou depois de criticar o Plano comandante da ESG, general RodriBresser, que não acredita na pers- go Octávio, já falecido, enfrentou pectiva do pacto social ou nacional problemas por ter convidado o então que o governo Sarney propõe, por cardeal-primaz do Brasil, dom Avellim motivo principal: "O governo lar Brandão Vilela, também jâ faleciapresenta sempre uma receita pron- do, para falar em seu auditório), um ta, ao invés de discutir os problemas outro fato causou surpresa: a Identi<Ja sociedade com os seus mais diver- ficação entre algumas teses defendisos segmentos". das por Lula e Covas e teses defendi! Esta foi a primeira vez que Lula das por militares. Lula fez, entre ouesteve na ESG, depois de se afirmar tras, duas declarações que recebecomo líder sindical, a partir do final ram apoio de alguns militares, de da década de 70, e de organizar um que s adoção do parlamentarismo partido. Foi também a estreia de ou- será um salto no escuro; a segunda, a de me as pequenas e médias empresar, precisam de apoio. O comandante da ESG, almirante u e r a r d David Blower, balançou a cal eça em sinal de aprovação em algui s momentos da entrevista do senac or Mário Covas. Por exemplo, qu: ndo ele disse que o importante ag.ra é realizar esforços para enfrentar as dificuldades, e não fazer este anc a eleição direta para presidente, "qie atropelaria a Constituinte". Nos planos de Lula já estão previs os dois encontros. O primeiro con o presidente do PFL, Marco Maciel que pode acontecer esta semana. O segundo com o ex-governador Leoiel Brizola, do PDT que, segundo ele, poderá ocorrer dia 7, em Brasília. Mas os entendimentos entre os doí; partidos, independentemente do .ncontro de seus presidentes, já oco reram, como admitiu Lula. £?'&?*"*'' ns^h <«"«. H L í r **»-• ^*-v y * s~* - O . T W » Tl/** JL ÍL&II1<U> U 1 C B 8 C I " "O Plano Bresser não é um plano do PMDB, mas do governo que o PMDB apoia, disse ontem o líder do partido na Constituinte, Mário Covas, durante entrevista na Escola Superior de Guerra, após participar de debate sobre os partidos políticos. Ele concordou com a declaração que havia sido feita pelo presidente de seu partido, Ulysses Guimarães. Covas reconheceu que o PMDB vem sofrendo desgaste, e disse que "este é o ónus natural de um partido que tem a seu cargo o fato de apoiar o governo". Mas ressaltou que o PMDB não é o único partido que apoia o governo, lembrando que "a transição democrática se fez através da constituição da Nova República, embora os erros e acertos do governo sejam debitados ao PMDB". O senador voltou a defender a eleição direta em 88. Ele disse que "o mandato do presidente tem de ser de quatro anos, porque, quandc se fez a campanha das diretas, o povo convo- cou o PMDB a usar o Colégio Eleitoral, que condenava, para fazer a transição democrática". "Parece-me que se pode concluir que a transição implica dois passos: completar a Constituinte, que me parece que se esgota este ano, e depois realizar a eleição direta no ano subsequente. Mas eu não defendo esta posição em função de nenhum íator conjuntural. E vou dizer por quê: não se pode dizer na Constituinte que o mandato será de quatro, cinco ou seis anos, salvo quando a inflação ultrapassar determinado valor", disse Covas. « DÍVIDA E ESTRUTURA Ao comentar a possibilidade de haver um novo Plano Marshall, desta vez para os países endividados. Mário Covas lembrou que "é preciso enfrentar o problema da dívida não conjunturalmente, mas sim estruturalmente". O senador disse que. ao compa- M. i¥J_fl_^JL3 recer à recepção oferecida pelo empresário Israel Klabin ao ex-secretá-! rio de Estado norte-americano, Hen-' ry Kissinger, não teve a finalidade de negociar critérios para a renegocia-, ção da dívida brasileira, em nome d<r governo. "Nem nós nem ele estivemos iâ com esta responsabilidade, mas apenas para trocar ideias." . [ O líder do PMDB na Constituinte disse que a expressão pacto social é um pouco ambiciosa, mas nem por isso se deve parar de buscar um amplo entendimento, um grande diálogo . Covas prefere defender esforços que possam permitir a busca de soluções para a crise. O parlamentar acrescentou que seria possível um amplo entendi' mento político, mas reconheceu que "o Plano Bresser vai encontrar dificuldades, especialmente na classe trabalhadora". Para o senador mais votado do País. pode haver resistências ao Plano Bresser "até mesmo dentro do PMDB". E I