0 UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Carlos Alberto da Silva Marcelo Mauro Caroba Ronaldo de Carvalho Thiago Martins Pavani GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL Comapi Agropecuária Ltda – Fazenda Flórida Guaiçara – SP LINS – SP 2008 1 CARLOS ALBERTO DA SILVA MARCELO MAURO CAROBA RONALDO DE CARVALHO THIAGO MARTINS PAVANI GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, sob a Orientação dos Professores M.Sc. Eduardo Teraoka Tofoli e Esp. Ana Beatriz Lima. LINS - SP 2008 2 Silva, Carlos Alberto; Caroba, Marcelo Mauro; Carvalho, Ronaldo; S579g Pavani, Thiago Martins Gestão da Qualidade Total / Carlos Alberto da Silva; Marcelo Mauro Caroba; Ronaldo de Carvalho; Thiago Martins – – Lins, 2008. 74p. il. 31 cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Graduação em Administração, 2008 Orientadores: Eduardo Teraoka Tofoli; Ana Beatriz Lima 1. Gestão da Qualidade Total. 2. GlobalGap. 3. Certificação. 4. Competitividade. I Título. BRUNO MARTINS PAVANI CARLOS HENRIQUE SOARES DE OLIVEIRA CDU 658 FREDSON LUCAS LIMA DE SOUZA 3 CARLOS ALBERTO DA SILVA MARCELO MAURO CAROBA RONALDO DE CARVALHO THIAGO MARTINS PAVANI GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Administração. Aprovada em: _____/______/______ Banca Examinadora: Profº Orientador: M.Sc. Eduardo Teraoka Tofoli Titulação: Mestre em Administração pela Uni-FACEF de Franca - SP Assinatura:___________________________ 1º Prof (a):_______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:___________________________ 2º Prof (a):_______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:___________________________ 4 DEDICATÓRIAS Carlos Alberto da Silva Dedico este trabalho a todos os professores que desde o início do curso tem nos orientado, dedico também aos meus amigos de grupo e de faculdade e familiares, que tanto me apoiaram nos momentos mais difíceis, com palavras e atitudes que sempre me encorajou. Marcelo Mauro Caroba Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado a intuição para realização deste trabalho, onde posso dizer que foi um grande desafio e fico muito feliz e satisfeito pelo resultado final. Dedico também a todos os meus familiares, amigos e companheiros da monografia e sem exceção a todos que ajudaram direto ou indiretamente para a completa realização desta obra, Ronaldo de Carvalho Dedico este trabalho a todos meus familiares que estiveram presentes em todos os momentos de minha vida, em especial minha mãe e minha esposa, que sempre me apoiaram em todas minhas idéias e que estiveram ao meu lado o tempo todo, compartilhando os momentos de alegria e tristeza. Dedico também aos colegas de faculdade, professores e orientadores, que transmitiram seus conhecimentos para que pudéssemos concluir com êxito este trabalho. 5 Thiago Martins Pavani Dedico este trabalho aos amigos de sala e minha família que esteve todo o momento do meu lado auxiliando, orientando e ajudando em cada passo que foi dado por todo este período de aprendizagem. Fica também, meu obrigado aos professores que tive aula, cada um ao seu estilo, com muita capacidade e compreensão nos momentos de dúvidas e indecisões nas aulas. Minha noiva também teve muita participação positiva para este momento, juntamente com minha filha tão linda e que me impulsionou em todo o meu esforço para concluir este trabalho. AGRADECIMENTOS No final desta jornada não podemos deixar de expressar os nossos sinceros agradecimentos às pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a concretização de nosso trabalho. Ao nosso orientador, professor Eduardo Teraoka Tofoli por acreditar neste trabalho, pelo acompanhamento e diretrizes em todas as suas etapas e pelo convívio acadêmico durante o período de nossa graduação. A professora Ana Beatriz Lima, pela sua dedicação, total disponibilidade e simpatia com que sempre nos recebeu, pelas suas sugestões sempre pertinentes, pelos seus ensinamentos e pelo seu incondicional apoio; Aos nossos familiares, pelo apoio, ajuda e motivação para a conclusão deste trabalho. A Comapi Agropecuária Ltda e seus funcionários que colaboraram para que pudéssemos concluir esse trabalho com sucesso, em especial ao Sr Daniel Furquim Badim Machado, José Roberto Bishofe Filho e ao Sr. Vicente de Paula administrador da Fazenda Flórida, que foi quem nos acompanhou e disponibilizou as informações deste trabalho. 6 RESUMO Com a globalização, a atividade das empresas tem apresentado constante crescimento. Para a sobrevivência em um mercado tão competitivo, as empresas precisam inovar, desprender-se de modelos tradicionais de desenvolvimento e crescimento. As empresas que continuarem em um modelo de trabalho antigo não conseguirão atuar em um mercado tão oscilante. Assim, há necessidade de responder cada vez mais rápido as variações ambientais e atender as exigências do mercado. Para oferecer alguma vantagem competitiva, as empresas devem ser flexíveis, oferecendo produtos e serviços inovadores ao mercado, imaginando soluções completamente novas para as necessidades dos clientes, de maneira que a concorrência não possa imitar. Para que a empresa consiga se destacar em um ambiente em constante mudança, a qualidade torna-se essencial à redução de custos, ao aumento da clientela e a garantia de competitividade. Atualmente, o conceito de qualidade impera como fator principal para a retenção e fidelização dos clientes. Para os frigoríficos e os confinamentos, não poderia ser diferente. Para exportar a carne produzida no Brasil, as exigências dos mercados consumidores em todo o mundo tem sido cada vez mais forte com relação à qualidade, surgindo a necessidade de uma padronização na produção em confinamento. Sendo assim, o padrão europeu de certificação dos produtores, antes conhecido como EurepGap, passou a difundir suas normas com o intuito de tornar padronizado de forma global a certificação, hoje conhecido como GLOBALGAP. Apesar desta certificação ser de forma voluntária, a confiança dos mercados consumidores fez com que cada vez mais produtores passassem a implantar as normas a fim de obter a certificação e se fixar entre os exportadores confiáveis. Com isso, foi realizada uma pesquisa na empresa Comapi, localizada na cidade de Guaiçara – SP, com o objetivo de verificar a importância da gestão da qualidade no confinamento como um diferencial competitivo na busca de um melhor produto final. Palavras-chave: Gestão Competitividade. da Qualidade Total. GlobalGap. Certificação. 7 ABSTRACT The Confinement is the system of bovine breeding in which lots of animals are placed into a restricted area in the paddock, where the food and water are provided into troughs. It’s properly used to the bovine finishing, which is the production level that is prior to the animal slaughter, therefore, involves the carcass finishing which will be comercialized. The quality of the carcass produced depends on a good performance got in the breed and re-breed. Good products from the confinement are healthy, strong animals with sturdy bones, good muscular development (meat quantity) and fat enough to make the meat tasty and provide a good carcass covering. The confinement is, as a rule, during the drought period, or the season of meat production. The animals are comercialized in the top season when they get better prices. This work deals with several aspects involved in the bovine breeding through a study held in the confinement of Bertin S/A, Florida Farm, Agropecuary division, located in Guaiçara city, road Vicinal Guaiçara/ SP300 – Zona Rural. The researches developed since the beggining of first levels that consists a confinement, a study can be made about its routine, as well as the evolution of used methods, where deals with the considered aspects to the stage of acquisition, selection and preparing of animals to be confined, facilities, training pitches for separation in paddocks, the rules involve the handling of cattle, acquisition and preparation of the diet, monitoring of weight gain and cost up to the slaughter. Thus the paper seeks to deal with the importance of managing the costs in COMAP Agropecuaria Ltda, proving the efficiency of administrative management to obtein benefits to the confinement. Keywords: Total Competitiveness. Quality Management. GlobalGap. Certification. 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Modelo do Diagrama de Causa e Efeito ............................................39 Figura 2: Mapa dos países certificados ............................................................44 Figura 3: Estrutura do Confinamento (Comapi) ................................................52 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Área/ Funcionários/ Funções ...........................................................26 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Ralação de países certificados .........................................................45 Tabela 2: Estrutura do Confinamento (Comapi) ................................................51 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS EMBRAPA: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária EUREPGAP: Euro Retailer Produce Working Group Eurep SISBOV: Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos UE: União Européia 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO....................................................................................................12 CAPÍTULO I - A COMAPI AGROPECUÁRIA LTDA.........................................14 1 HISTÓRICO.............................................................................................14 1.1 Divisões da Comapi.................................................................................14 1.1.1 Confinamento...........................................................................................14 1.1.2 Silvicultura................................................................................................15 1.1.3 Gado de elite............................................................................................15 1.1.4 Cria, recria e engorda..............................................................................15 1.1.5 Hotelaria...................................................................................................16 1.1.6 Armazém..................................................................................................16 1.2 Objetivos Atuais.......................................................................................16 1.2.1 Segurança e Higiene do Alimento ...........................................................17 1.2.2 Proteção do Meio Ambiente.....................................................................18 1.3 Como surgiu o confinamento na fazenda Flórida em Guaiçara - SP.......19 1.3.1 Rotina do Confinamento..........................................................................19 1.3.2 Atual situação do confinamento da Comapi.............................................20 1.3.2.1 Aquisição e seleção dos animais a serem confinados...........................21 1.3.2.2 Recepção dos animais...........................................................................21 1.3.2.3 Manejo dos animais ...............................................................................22 1.3.2.4 Lotação dos piquetes e formação dos lotes da Comapi.........................22 1.3.2.5 Leituras de cocho da Comapi.................................................................22 1.3.2.6 Acompanhamento diário dos ganhos da Comapi ..................................23 1.3.2.7 A fábrica de ração da Comapi................................................................23 1.3.2.8 Mortes de animais da Comapi................................................................24 1.4 Recursos Humanos .................................................................................24 1.4.1 Estrutura Organizacional .........................................................................25 1.5 Certificação da Qualidade .......................................................................26 1.6 Fornecedores de matéria-prima - gado....................................................27 1.7 Preocupação com a qualidade ................................................................28 10 CAPITULO II - GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL NO CONFINAMENTO.....29 2 CONFINAMENTO...................................................................................29 2.1 Vantagens de um confinamento .............................................................29 2.2 O confinamento como deve ser ..............................................................30 2.3 Conceito de Qualidade Total ..................................................................32 2.3.1 Evolução da qualidade ...........................................................................33 2.3.2 Ferramentas do Controle de Qualidade .................................................34 2.3.2.1 Folha de Verificação..............................................................................35 2.3.2.2 Estratificação .........................................................................................36 2.3.2.3 Histograma.............................................................................................36 2.3.2.4 Diagrama de Pareto ..............................................................................37 2.3.2.5 Diagrama de Causa e Efeito .................................................................38 2.3.2.6 Cartas de Controle ................................................................................39 2.3.2.7 Diagrama de Correlação .......................................................................40 2.4 A Certificação GLOBALGAP...................................................................40 2.4.1 Implantação da certificação ....................................................................41 2.4.2 Vantagens da certificação ......................................................................42 2.4.2.1 Redução dos riscos de Segurança Alimentar na Produção Primária Global ................................................................................................................43 2.4.2.2 Redução do Custo da Conformidade ....................................................43 2.4.2.3 Aumento da integridade dos Esquemas de Garantia da Produção a nível mundial ao: ...............................................................................................43 2.5 Países com Certificação GLOBALGAP ..................................................44 CAPÍTULO III - A PESQUISA...........................................................................46 3 INTRODUÇÃO........................................................................................46 3.1 Relato do trabalho realizado referente à Gestão da Qualidade Total no confinamento .....................................................................................................47 3.1.1 O confinamento da Comapi e suas características próprias ..................47 3.1.2 1ª ETAPA – Aquisição e preparo dos bovinos........................................48 3.1.3 2ª ETAPA – Dieta alimentar....................................................................49 3.1.4 3° ETAPA – Manejo dos animais ...........................................................50 3.1.5 Resultado final do confinamento ............................................................53 11 3.1.6 Parecer final do caso ..............................................................................54 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO .....................................................................55 CONCLUSÃO ...................................................................................................57 REFERÊNCIAS ................................................................................................59 APÊNDICES .....................................................................................................61 12 INTRODUÇÃO O tema Gestão da Qualidade Total abordado neste trabalho foi escolhido devido à verificação da importância a Gestão da Qualidade Total no confinamento visando o diferencial em seu produto, na empresa Comapi Agropecuária Ltda. da cidade de Guaiçara – SP. O objetivo maior do trabalho foi verificar a importância da gestão da qualidade no confinamento como um diferencial competitivo na busca de um melhor produto final, e também conhecer as estratégias utilizadas pela Comapi quanto às questões da qualidade, demonstrar a evolução e as vantagens ao implantar a certificação GLOBALGAP no processo do confinamento, pesquisar as ferramentas da qualidade utilizadas pela empresa Comapi e analisar a atuação da empresa na busca de um produto de maior qualidade. Este estudo foi desenvolvido a fim de esclarecer o seguinte questionamento: A utilização da gestão da qualidade no confinamento gera um diferencial competitivo e um produto melhor para a empresa? Como resposta a esta indagação, surgiu a hipótese de que a empresa que utiliza de forma correta a gestão da qualidade consegue um diferencial competitivo e conseqüentemente um melhor produto final. Para a comprovação, foi realizada uma pesquisa de campo na empresa Comapi Agropecuária Ltda., cujos métodos e técnicas de pesquisa estão descritos no decorrer do Capítulo III. O presente trabalho foi estruturado a seguinte forma: Capítulo I – A Comapi Agropecuária Ltda. – neste capítulo apresenta-se a Comapi, divisão agropecuária do Grupo Bertin, seu histórico, suas divisões, objetivos atuais, rotina do confinamento, atual situação do confinamento, sua estrutura organizacional, certificação da qualidade, fornecedores de matériaprima e a preocupação com a qualidade. Capítulo II – Gestão da Qualidade Total no Confinamento – demonstra quais as vantagens e como deve ser um confinamento, apresenta itens que demonstram conceito e ferramentas da qualidade e sobre a certificação GLOBALGAP. 13 Capítulo III – A pesquisa – apresenta o confinamento com suas características próprias e suas etapas. E, finalizando, são apresentados a proposta de intervenção e as conclusões. 14 CAPÍTULO I A COMAPI AGROPECUÁRIA LTDA. 1 HISTÓRICO A Comapi, empresa do grupo Bertin atuante no ramo agropecuário, foi fundada em 1984, pelos sócios Natalino Bertin, Reinaldo Bertin, João Bertin Filho, Fernando Antonio Bertin, Silmar Bertin e Juracy Frare e é constituída com capital 100% nacional. Encontra-se sediada na cidade de São Paulo - SP, Av. Brigadeiro Faria Lima, nº 2.012. Possui estrutura familiar, com decisões administrativas centralizadas em colegiado. Atualmente, a Comapi Agropecuária ocupa posição de destaque na pecuária brasileira. 1.1 Divisões da Comapi O grupo encontra-se dividido em: 1.1.1 Confinamento A unidade de negócio Agropecuária Confinamento foi criada justamente para engordar os animais nos períodos da entressafra onde não se encontram bois prontos para abate, este fato ocorre pela falta de chuva e conseqüentemente a falta de pasto para os animais engordarem. Para solucionar a falta de boi gordo neste período, o Grupo Bertin resolveu criar a unidade de negócios “confinamento”, para preparar os bois para abate no período de entressafra. No processo de confinamento, os bois ficam confinados em piquetes onde recebem ração e água de forma que posa atingir o peso 15 desejado em certo período confinado, que é de aproximadamente noventa dias de cocho. 1.1.2 Silvicultura A unidade de negócio silvicultura é constituída por 10 fazendas proporcionando uma área total de 525,79 alqueires, totalizando mais de 2.352.267 (dois milhões e trezentos e cinqüenta e dois mil duzentos e sessenta e sete) mudas plantadas para atender as necessidades do frigorífico, fornecendo lenha para as caldeiras, tornando-se auto-suficiente; 1.1.3 Gado de elite A unidade de negócio Gado Elite atua no melhoramento genético da raça nelore, com inseminações, aspirações de oócitos, transferência e vendas de embriões de animais selecionados, têm participação ativa nas maiores exposições e leilões da raça nelore no cenário nacional. Atualmente, conta com um plantel de, aproximadamente, 600 matrizes, sendo cerca de 10% doadoras de embriões. Por ano, estima-se cerca de 1.100 nascimentos de gado Puro de Origem (P.O.), que são preparados e treinados para exposições e leilões. Esta unidade contribui fortemente na propagação e divulgação da marca Comapi nos maiores eventos destinados à raça nelore; 1.1.4 Cria, recria e engorda Nesta unidade de negócio estão agrupadas várias fazendas espalhadas por diversos Estados. As fazendas têm como características básicas a cria, recria, compra e engorda de animais, que serão transportados para 16 confinamentos ou para os frigoríficos do Grupo Bertin. Estas fazendas funcionam como reguladoras do estoque e da necessidade de produção, conforme os pedidos dos clientes e variações do mercado; 1.1.5 Hotelaria A unidade Quality Resort Lins possui toda a infra-estrutura necessária para atender aos mais exigentes clientes, sendo caracterizada como um resort. Em 2006, foi assinado contrato de arrendamento com o Grupo Blue Tree Hotels que, a partir de então, é responsável pela sua gestão. Sua principal finalidade é hospedar os clientes que participam de negociações e contribui como um excelente ponto de lazer e turismo na região. 1.1.6 Armazém As atividades na unidade de negócio Armazém tiveram início em janeiro de 2002, tendo como principais características à compra, venda, limpeza e secagem de milho, soja, sorgo entre outros grãos. Sua estrutura é composta por silos, armazéns e moegas, que juntas totalizam uma capacidade de estocagem de 47.000 toneladas. O armazém tem a função de atender aos produtores, consumidores e confinamentos da região no fornecimento de grãos beneficiados. 1.2 Objetivos Atuais Com a certificação GLOBALGAP, Sistema de Gestão da Qualidade que visa as Boas Práticas Agrícolas, abrangendo pontos referentes à segurança e higiene na produção do alimento; conservação do meio ambiente; segurança e 17 saúde dos trabalhadores, o confinamento passa a ter esses benefícios com essa implantação da certificação. No setor agropecuário, nota-se a crescente cobrança dos órgãos públicos, ONG’s, consumidores e da própria sociedade para que as propriedades rurais e os processadores de alimentos desenvolvam atividades ambientalmente corretas e forneçam produtos seguros para o consumo em diferentes mercados mundiais. A crescente preocupação do consumidor final em relação à segurança, qualidade sanitária e condições em que os alimentos são produzidos fazem com que a Certificação Agropecuária torne-se cada vez mais uma ferramenta imprescindível para que os produtores rurais, exportadores e processadores consigam manter seus mercados e acessar novos. Grandes redes de Supermercado começam a colocar a certificação dos alimentos como uma exigência para seus fornecedores. Os governos aumentam as legislações sobre o tema (Ex: Japão, Europa e Estados Unidos). E para os produtores, a certificação é uma oportunidade de aprimorar o seu sistema produtivo, enquadrando-se nas novas exigências de mercado e tornando o seu negócio mais competitivo. A certificação permite agregar um maior valor ao produto, possibilitando aos produtores atingirem novos mercados que exigem o cumprimento das normas, garantindo um melhor preço para o seu produto. Com base neste panorama a Comapi Agropecuária Ltda investiu na implantação do Protocolo de Certificação GLOBALGAP (antes conhecido como EUREPGAP). 1.2.1 Segurança e Higiene do Alimento A normativa baseia-se nos critérios de Segurança dos Alimentos, que uma vez que derivam da aplicação dos princípios gerais do HACCP (Análises de Riscos e Controle de Pontos Críticos). A higiene e segurança alimentar constituem um componente prioritário do dia-a-dia das mais diversas atividades das instituições. 18 A normativa estabelece um nível global de critérios de saúde e segurança social nas fazendas, assim como uma maior sensibilidade e responsabilidade com respeito a temas sociais. No entanto, o mesmo não substitui uma auditoria específica sobre a Responsabilidade Social das Empresas. 1.2.2 Proteção do Meio Ambiente A normativa consiste em aplicar as Boas Práticas Agrícolas e Pecuárias para a Proteção do Meio Ambiente, geradas para minimizar o impacto negativo que têm no Meio Ambiente. Os produtores, para demonstrar seu compromisso, devem ser capazes de: a) Manter a confiança dos consumidores na qualidade e segurança do alimento. b) Minimizar o impacto ao Meio Ambiente, conservando a natureza e a vida silvestre. c) Reduzir o uso de agrotóxicos. d) Melhorar a eficiência no uso dos recursos naturais. e) Assegurar a responsabilidade e atitudes para a segurança e saúde dos trabalhadores. Aspectos que compreendem as normas de GLOBALGAP: a) Aspectos Higiênicos, para evitar a contaminação química, física e biológica, assegurando a inocuidade dos alimentos. b) Rastreabilidade, assegurando o seguimento em toda a cadeia alimentar. c) Técnicas de produção, com o objetivo do uso controlado de agrotóxicos, para minimizar o impacto dos resíduos nos alimentos, no homem e em seu ambiente. d) Aspectos Sociais, enfocando um ambiente de trabalho adequado às necessidades sanitárias e segurança dos trabalhadores envolvidos na cadeia. 19 e) Proteção do meio ambiente. As normas GLOBALGAP respondem às necessidades do consumidor, que hoje exige: a) Alimentos seguros, conhecimento de sua origem; b) Produção com qualidades sanitárias garantidas. Os itens citados acima são os grandes objetivos do confinamento em implantar a Certificação GLOBAL-GAP, obtendo melhores resultados, satisfazendo os clientes, agradando os funcionários e dando mais conforto aos animais no período de engorda. 1.3 Como surgiu o confinamento na fazenda Flórida em Guaiçara - SP A unidade de negócio Agropecuária Confinamento teve início em 1999 e é responsável pelo fornecimento de boi gordo em uma época estratégica do ano. No período de junho à primeira quinzena de dezembro, o mercado sofre com a baixa da oferta de boi gordo, a arroba sobe, proporcionando assim um alto custo na aquisição, podendo-se, assim, contar com um abastecimento de bois durante esse período. O negócio torna-se menos arriscado e mais competitivo, gerando menor custo e maior rentabilidade para o negócio. Segundo a gerente comercial, a empresa mantém ainda outro estabelecimento para confinamento localizado no município de Aruanã no Estado de Goiás e no município de Sabino no Estado de São Paulo, gerando uma capacidade de engorda de 198.000 cabeças. 1.3.1 Rotina do Confinamento De acordo com o administrador da fazenda, a montagem de um confinamento envolve vários fatores para que o mesmo tenha um rendimento 20 satisfatório, descartando-se a possibilidade de perda como, por exemplo, na compra dos animais, a avaliação dos compradores tem como base a estrutura da carcaça, e que o mesmo tenha no mínimo 400kg o que equivale a 13 arrobas. Quando da chegada ao confinamento, é feita uma pesagem individual mais a vacinação necessária para combater os parasitas normais do gado de corte. Em seguida, os animais são levados para seus piquetes de origem, conforme registrados em sua entrada. Os tratos são realizados da forma que, primeiramente é feita uma dieta de adaptação à base de capim ou cana mais bagaço e milho, ou seja, (capim 64% + bagaço 16% e milho 20%). Isso, num prazo de três dias, a contar da data da entrada. Quanto aos tratos, em média, são de sete até oito passagens com o caminhão por dia, baseando-se no consumo de cada piquete sendo que os principais ingredientes na mistura são: bagaço de cana, milho triturado, soja peletizada, farelo de algodão e a pré-mistura. A manutenção, quanto ao processo do confinamento, é vista como ponto crucial no desempenho do mesmo, isso porque, para que se tenha um resultado considerado bom há que ser ter precauções, como: averiguação periódica quanto ao nível de consumo ao dia por animal, lavagem dos reservatórios de água, que devem estar sempre limpos. O escritório local é fundamental pelo fato de se ter à mão, periodicamente, um relatório quanto ao consumo, que é determinado pelo zootecnista, com a quantidade mínima que cada animal tem de ingerir, o que é mostrado ao final de cada etapa do acabamento do animal. 1.3.2 Atual situação do confinamento da Comapi Existem no confinamento, várias etapas de processos a serem seguidas, conforme o que se descreve abaixo. As etapas para um confinamento de sucesso precisam ser verificadas e realizadas corretamente, desde o dimensionamento da estrutura, a preparação de dietas em larga escala, a compra de animais, de insumos, máquinas e equipamentos, entre outros. 21 1.3.2.1 Aquisição e seleção dos animais a serem confinados Segundo o comprador de gado, a produção em confinamento é muito mais cara que a convencional a pasto e o custo por animal dependerá da resposta destes no processo. Animais diferentes possuem necessidades fisiológicas diferentes e, conseqüentemente, velocidades de ganho em peso também diferentes. Dessa forma, ter-se-á uma melhor produção, se houver a separação desses animais de forma mais homogênea possível, considerando as diferenças de sexo, porte, raça, categoria e idade. 1.3.2.2 Recepção dos animais Segundo o administrador da Comapi, responsável pela realização das tarefas operacionais, é fundamental que o confinamento tenha uma equipe muito bem preparada para lidar com o manejo dos animais que desembarcarão na fazenda, e ainda contar com uma grande estrutura, contendo curral com brete, balança, apartador, piquetes de espera, tanques com água e piqueteenfermaria, para tratar animais que chegam lesionados das viagens. O planejamento e preparo para a recepção dos animais na entrada do confinamento são alguns dos fatores que podem fazer diferença no resultado final. Animais submetidos ao estresse de viagens perdem peso por esvaziamento (urina e fezes), perda de água pela respiração e pela desidratação dos tecidos musculares, e, tanto mais grave será esse enxugamento, quanto maior a distância percorrida. É interessante desembarcar os animais ao chegarem e permitir que descansem com bastante água e alimento fresco. Dessa forma, responderão melhor aos procedimentos e aos medicamentos. Agindo assim, estar-se-á minimizando o custo da recuperação e adaptação ao confinamento, mantendo uma mesma base para medição do peso de entrada de animais de procedências diversas, além de atender às exigências de bons tratos aos animais. 22 1.3.2.3 Manejo dos animais De acordo com o administrador, após o descanso e os animais já recuperados, ocorre o processo de brincagem (aplicação de brincos nas orelhas dos bois para sistema de rastreamento), pesagem e vermifugação no brete, alimentando um banco de dados onde serão utilizadas informações na saída dos animais, como, data de entrada, peso inicial e final, tempo confinado. O curral tem sua estrutura toda planejada para trabalhar de forma que não estresse os animais, como iluminação adequada, embarcador em forma de zig-zag para o animal não ver o final, parafusos protegidos para não ferir os animais. 1.3.2.4 Lotação dos piquetes e formação dos lotes da Comapi Segundo o administrador da Comapi, a lotação dos piquetes é, sem dúvida, mais um dos fatores de influência direta no resultado, sobre os quais se deve ponderar o tamanho (volume) dos cochos de ração, capacidade dos bebedouros, intempéries e estações do ano em que se realiza o confinamento e a categoria dos animais que serão encerrados. Animais mais jovens possuem capacidade de adaptação melhor que os mais velhos. O tempo para completar a formação dos lotes não deve ultrapassar sete dias, a fim de evitar conflitos e distúrbios sociais dentro do grupo, além do fato de não ser interessante misturar animais não adaptados à ração aos que já se adaptaram. 1.3.2.5 Leituras de cocho da Comapi De acordo com o zootecnista da Comapi, na produção de um confinamento, excluindo-se investimento na aquisição dos animais, a ração 23 representa aproximadamente 85% dos custos dessa operação, merecendo, por isso, especial atenção por parte do gerente. Em tese, quanto mais ração o gado consumir, maior será a produção, porém quem determina essa quantidade de ração é o próprio animal. Induzir os animais a um maior consumo, administrando a forma de distribuí-la ao longo do dia é o grande desafio. Tanto a falta quanto o excesso de ração significam prejuízo operacional. A meta, portanto, é conseguir servir a quantidade que satisfaça os animais sem, no entanto, haver sobras ou desperdício. 1.3.2.6 Acompanhamento diário dos ganhos da Comapi Segundo o nutricionista, observar o confinamento diariamente, em horários variados, é importante para certificar-se de que está tudo bem. Podese utilizar a segunda e terceira leitura de cocho para esse fim e é essencial estar com um bloco e caneta para anotações e ter em mãos um relatório que mostre a situação atual dos lotes. 1.3.2.7 A fábrica de ração da Comapi De acordo com o nutricionista, a fábrica de ração é o coração do confinamento e deve ser administrada ciente da importância que tem no processo. A fabricação correta das rações, com as misturas sendo preparadas segundo as formulações, cumprindo o tempo certo das batidas, com os ingredientes dentro dos padrões de qualidade estabelecidos, é primordial para o sucesso do negócio. A estrutura da fabrica é composta por boxes onde são armazenados separadamente cada tipo de insumos e ainda conta com um misturador de ração onde é feita a mistura dos ingredientes e conseqüentemente despejadas dentro dos caminhões. Este mecanismo é controlado por operadores altamente capacitados. 24 1.3.2.8 Mortes de animais da Comapi De acordo com o administrador da Comapi, a morte de um animal significa um investimento completamente perdido. Normalmente, estas ocorrências não são em números significativos, embora mereçam sempre uma especial atenção, para descobrir as causas e permitir um planejamento de diminuição destas ocorrências. 1.4 Recursos Humanos No atual estágio tecnológico, as máquinas e equipamentos, quando operados por pessoas capazes e utilizados com racionalidade e dentro de um plano estratégico, são eficientes meios que permitem potencializar a capacidade do negócio para gerar riquezas. Caso contrário, se esse equipamento for utilizado por pessoas inaptas ou adquirido sem um planejamento estratégico, passará a ser um meio de potencializar a geração de prejuízos. O equipamento é o mesmo, a diferença está nas pessoas por trás dele. Os funcionários ainda são, em grande parte, responsáveis diretos pelos resultados de uma empresa, e garimpar no mercado essas pessoas capazes que se comprometerão em impulsionar o negócio é um grande desafio para o administrador. Afinal de contas, o seu próprio desempenho estará relacionado à competência de sua equipe na execução das atividades. No meio rural brasileiro, notadamente na pecuária, é muito comum ainda encontrar funcionários com baixa escolaridade, o que não significa serem pessoas descomprometidas com o sucesso. Uma vez descobertas e contratadas as pessoas talentosas que comporão a equipe, caberá, então, ao administrador investir nelas com aprimoramento de conhecimentos técnicos, sem descuidar do desenvolvimento da competência pessoal, interpessoal e mantê-las motivadas. Conforme a Comapi (2008), cabe ao produtor: 25 a) avaliação constante de indivíduos, fora e dentro do confinamento, para a descoberta de talentos; b) estabelecer a cultura do confinamento, criando os Procedimentos Operacionais Padrões - POP, com o detalhamento de cada atividade; c) treinamento do gerente e da equipe; d) instrução para o correto uso dos equipamentos; e) examinar constantemente o desempenho dos funcionários, utilizando ferramentas para avaliar a equipe; f) descartar os indivíduos que não corresponderem às expectativas (a permanência deles poderá prejudicar a equipe, pela tolerância e mau desempenho); g) estabelecer um bom programa de estágios e sempre atentar para a descoberta de talentos. 1.4.1 Estrutura Organizacional A estrutura organizacional projeta e organiza os relacionamentos dos níveis hierárquicos e o fluxo das informações essenciais de uma organização, formada por um agrupamento de pessoas com atividades voltadas a fim especifico, orientadas por uma estância superior, porém sem necessidade de delegação formal para atuar sobre o planejamento e gerenciamento dos recursos a seu alcance. Um confinamento envolve uma série de atividades e o acompanhamento e controle constante destas é essencial para o progresso do empreendimento, e conseguir estabelecer uma rotina de trabalho que possibilite esse acompanhamento é o grande desafio para o gerente. Compor uma equipe e delegar tarefas é inerente às atividades de qualquer gerente e isto significa investir tempo em treinamentos e suporte aos subordinados, para que o desenvolvimento das tarefas de cada um dentro dessa estrutura seja realizado com sucesso, desenvolvendo o capital intelectual e gerando maior motivação dentro do processo, fazendo com que o objetivo da empresa seja atingido. 26 Toda a estrutura é de responsabilidade do gerente, como desenvolver e acompanhar as atividades, fazendo com que o processo seja realizado com eficiência. Conforme o que foi informado pelo gerente administrativo da Comapi, a estrutura organizacional encontra-se conforme o quadro 1. 1 FUNCIONÁRIO ADMINISTRAÇÃO 1 FUNCIONÁRIO SISTEMA DE GADO 1 FUNCIONÁRIO RASTREABILIDADE 1 FUNCIONÁRIO CONTROLE DE INSUMOS 1 FUNCIONÁRIO BALANÇA/ AUXILIAR ADMINISTRATIVO PÁ L-50 1 FUNCIONÁRIO OPERADORES MÁQUINAS CAMINHÃO TRATO 1 FUNCIONÁRIO TRATO DOS PIQUETES PAINEL MISTURADOR 2 FUNCIONÁRIOS MISTURA RAÇÃO TRITURADOR MILHO 1 FUNCIONÁRIO FUBÁ DE MILHO/ LIMPEZA BARRACÃO NÚCLEO 3 FUNCIONÁRIOS MISTURA NÚCLEO/ LIMPEZA BARRACÃO SERVIÇOS GERAIS 2 FUNCIONÁRIOS DESTOCA CANA/ DESCARGA INSUMOS MANEJO GADO 10 FUNCIONÁRIOS CURRAL/ LINHA DOS PIQUETES LIMPAR COCHOS 2 FUNCIONÁRIOS LINHA DOS PIQUETES ADMINISTRATIVO Fonte: Comapi Agropecuária Ltda, 2008 Quadro 1: Área/ Funcionários/ Funções 1.5 Certificação da Qualidade Com um mercado mais exigente e competitivo no setor da carne, as empresas devem buscar na qualidade, um diferencial para atingir os mercados mais exigentes do mundo. A preocupação dos consumidores, pelo mundo, é garantir a qualidade de produtos destinados ao consumo humano, e assim, a missão da GlobalGAP (a sigla GAP quer dizer Good Agricultural Practices, que traduzida para o 27 português significa boas práticas agrícolas) é desenvolver padrões e procedimentos para a Certificação total de Boas Práticas Agrícolas aceitas universalmente. A versão IFA (Integrated Farm Assurance, ou Garantia Integrada da Fazenda), dirigida à produção pecuária, surgiu no ano 2000. A Comapi Agropecuária LTDA, estando dentre os maiores confinadores de gado do Brasil, sempre buscou a Qualidade Total em seus produtos, e não poderia deixar de ser assim na produção pecuária. Para atender a clientes com níveis elevados de exigência, a Comapi procurou a Certificação Eurepgap, hoje denominada Global GAP, entidade que reúne os maiores varejistas de alimentos da Europa. Após passar por uma série de auditorias internas que avaliam desde a entrada do gado, manejo, até o seu transporte final, além de ações que visam reduzir o impacto ambiental da atividade e proporcionar bem-estar aos funcionários, a empresa recebeu a Certificação. Dentre os pontos positivos destacados pela auditoria, destacam-se o bem-estar animal e o sistema de gerenciamento de informações, onde se inclui a rastreabilidade, que garante o acompanhamento da vida do gado e um rígido controle sanitário. 1.6 Fornecedores de matéria-prima - gado Os fornecedores de matéria prima para abastecer ao confinamento da Comapi na fazenda Flórida na cidade de Guaiçara encontram-se aproximadamente 95% deles fora do Estado de São Paulo, isso ocorre devido a instabilidade do mercado, decorrente da invasão de outras agriculturas como por exemplo a cana de açúcar. Para se ter uma idéia, um alqueire de cana da um retorno de aproximadamente R$ 1.200,00 a R$ 1.400,00 ao pecuarista, enquanto que a mesma área para se confinar gado da um retorno de aproximadamente R$ 400,00 a R$ 500,00. Este fator fez com que muitos pecuarista parassem de criar recriar e engordar animais para cultivar ou arrendar suas propriedades 28 para fornecer cana as varias usinas sucroalcooleiras existentes no Estado de São Paulo. Uma estratégia adotada pela Comapi foi adquirir fazendas nos Estados de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul para comprar e estocar os animais e conseqüentemente emigrar os mesmos para o confinamento no período de engorda. Os outros 5% restantes são comprados dentro do Estado de São Paulo de pecuaristas diversos. 1.7 Preocupação com a qualidade Os compradores de gado para abastecer o confinamento são experientes no ramo e muito bem instruídos a realizarem as compras conforme um padrão de qualidade estabelecido pelos administradores do confinamento. Em princípio são procurados lotes de animais com um padrão igualado e que futuramente estes animais darão um acabamento de carcaça desejado. Os pontos avaliados dos animais são: procedência, carcaça, idade e a estrutura de forma geral. Com a experiência, os compradores já conseguem dizer se certos animais magros conseguiram atingir um ganho de peso esperado, para evitar prejuízo com o consumo de ração e não ter o retorno esperado sobre esse animal. 29 CAPITULO II GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL NO CONFINAMENTO 2 CONFINAMENTO Confinamento é o sistema de criação de bovinos em que lotes de animais passam por uma etapa de engorda em piquetes ou currais com área restrita, e onde os alimentos e água necessários são fornecidos em cochos. É mais propriamente utilizado para a terminação de bovinos, que é a fase da produção que imediatamente antecede o abate do animal, ou seja, envolve o acabamento da carcaça que será comercializada. A qualidade da carcaça produzida no confinamento é dependente de um bom desempenho obtido na fase de cria e recria. Bons produtos de confinamento são obtidos a partir de animais sadios, fortes, com ossatura robusta, bom desenvolvimento muscular (quantidade de carne) e gordura suficiente para dar sabor à carne e proporcionar boa cobertura da carcaça. (EMBRAPA..., 2000) 2.1 Vantagens de um confinamento De acordo com o gerente geral da Comapi, as vantagens de um confinamento para um pecuarista são de terminar os animais de forma rápida, agilizar o processo de comercialização e aliviar os pastos, permitindo novas aquisições de animais, e assim, permitindo um giro mais adequado, melhorando os índices da propriedade. A atividade de confinamento consegue proporcionar um animal com melhor acabamento e que atinge os padrões de exportação da União Européia e demais paises. A vantagem está na formulação da dieta, uma vez em que este processo consegue agregar peso e gordura, em um curto período de tempo. Em média, um animal engorda 2,133 kg por dia em regime de confinamento. 30 Sob o aspecto econômico, o confinamento permite o trato de um grande número de animais com bom ganho de peso, agregando valores com baixo custo de mão de obra. Outro aspecto importante é o aproveitamento de rações produzidas na propriedade, normalmente com baixo custo e que se transformam em arrobas de boi. 2.2 O confinamento como deve ser Segundo o zootecnista responsável pelo confinamento, as instalações para o confinamento de bovinos de corte devem ser bastante simples, eficazes e funcionais, visando, principalmente, às dificuldades ainda existentes no Brasil para a prática. Uma vez que grande parte dos custos da engorda em confinamento é referente à alimentação, é importante que este esteja localizado em área ou região onde a alimentação esteja disponível com fartura, especialmente quando o proprietário depende da aquisição de alimentos. A facilidade para aquisição e venda de animais é outro fator a ser considerado na escolha do local para o confinamento. Dentro da propriedade rural, a área para a instalação da engorda confinada deve ser retirada, evitando áreas vizinhas a rodovias ou com grande movimentação. Isso evita contaminações, furtos e estresse nos animais. Fontes de água farta e limpa e de energia elétrica também devem ser consideradas na escolha do local. Na confecção do projeto para locação do confinamento, é recomendável que as instalações sejam planejadas de forma ampla e global. A construção ou implementação poderá ser feita em módulos ou etapas, mas é interessante que, desde o início sejam previstas todas as áreas e possíveis ampliações, em qualquer dos setores. Áreas muito planas e declives em excesso devem ser evitadas para que não haja complicações em dias de muita chuva, assim como a proximidade a córregos e rios, que podem ser facilmente contaminados com dejetos do confinamento, e áreas com ventos canalizados, pois, no caso de haver vilas ou cidades próximas, seus habitantes poderão ser molestados pelo 31 odor dos animais e das fezes. O projeto global para o confinamento deve incluir um centro de manejo dos animais, área para produção e preparo dos alimentos, área para os piquetes de engorda e instalações de gerência. Na área dos piquetes de engorda, o projeto deve prever estruturas para coleta de fezes e urina (canais de drenagem, tanques de sedimentação etc.), para o controle da poluição. Na área de plantio de alimentos, prever estruturas de conservação do solo e da água, como curvas de nível e terraços, importantes para o manejo e conservação do solo. O centro de manejo destina-se à recepção e preparo dos animais que entrarão no confinamento. Deve ter curral com brete, balança e apartador; piquetes de espera e poços com água e piquetes-enfermaria. Servirá ainda para vacinações, pesagens intermediárias e finais e embarque do gado para abate. As áreas de alimentação incluem locais para produção de alimentos (milho, capineiras, lavouras), armazenamento e conservação (sacaria, fenos, silos graneleiros e forrageiros), preparo dos alimentos (galpão para misturador, moedor, picador e balança) e depósito para máquinas e equipamentos (tratores, carretas). As instalações de gerência compreendem um escritório e seus equipamentos, como telefone/ rádio, computador, arquivos, para catalogação das fichas de controle de compra, venda e produção de insumos e animais, dados de desempenho dos lotes confinados, consumo de alimentos e combustíveis, utilização de mão-de-obra e outros. É de extrema importância também ter uma área destinada para uma pequena farmácia, contendo as vacinas necessárias, os produtos de rotina no manejo sanitário dos animais e alguns medicamentos e instrumental estratégico para combate imediato a alguma ocorrência extraordinária, tais como intoxicações e empanzinamento. Ressaltando que é extremamente importante que tudo citado acima esteja sempre muito bem organizado e identificado. Cada um dos currais ou piquetes de engorda deve ter área suficiente para conter o número de cabeças desejado em um lote. O tamanho dos lotes será ditado pelo número total de cabeças que se planeja confinar, pela 32 facilidade ou dificuldade de se obterem animais homogêneos e determinado número de animais numa mesma ocasião. Se o confinador é o próprio fazendeiro, que faz a cria e recria dos animais, os lotes poderão ter tantas cabeças quantos forem os animais possíveis de entrar no confinamento num mesmo dia (por exemplo, um lote com os animais desmamados em fevereiro e outro para os desmamados em maio; um lote para os animais cruzados, outro para os de raça pura). O importante é ter em cada curral ou piquete um grupo homogêneo de animais, pois isso favorece o desempenho, permite o uso de rações mais apropriadas àquele lote particular, possibilita melhor controle da produção e assim melhor eficiência do processo. Com base nos dados colhidos sobre cada lote, será possível aprimorar o processo de planejamento para os anos seguintes. O zootecnista afirma ainda que os piquetes do confinamento, conduzido durante a época seca do ano, pode requerer 12 metros quadrados/ cabeça a 15 metros quadrados/ cabeça, sendo recomendado que o piso tenha uma metragem pavimentada (concreto) próximo ao cocho para que não haja atolamento dos animais em dias de chuva na hora da alimentação, e o restante do piquete podendo ser de chão batido com uma declividade mínima de 3%. Em regiões mais chuvosas e, portanto, mais sujeitas à formação de lama nos currais (a lama é prejudicial ao desempenho dos animais), a área por cabeça e a declividade deverão ser maiores (até 50 metros quadrados/ cabeça e 8% de declividade). Neste caso, ainda deverão ser feitas calçadas, com cascalho ou concreto, ao longo dos cochos, com 1,8 metros a 3 metros de largura, ou mesmo telhado sobre os cochos (pé direito com 3 metros). 2.3 Conceito de Qualidade Total Qualidade Total é uma técnica de administração multidisciplinar formada por um conjunto de Programas, Ferramentas e Métodos, aplicados no controle do processo de produção das empresas, para obter bens e serviços pelo menor custo e melhor qualidade, objetivando atender as exigências e a satisfação dos clientes. (WIKIPEDIA..., 2008) 33 2.3.1 Evolução da qualidade A qualidade tem existido desde os tempos em que os chefes tribais, reis e faraós governavam. Inspetores aceitavam ou rejeitavam os produtos se estes não cumpriam as especificações governamentais. O movimento da qualidade tem contribuído de forma marcante até os dias atuais na obtenção das vantagens competitivas junto às empresas, passando por algumas etapas. (ADMINISTRADORES..., 2005) a) 1ª etapa (1900) - CONTROLE DA QUALIDADE PELO OPERADOR Um trabalhador ou um grupo pequeno era responsável pela fabricação do produto por inteiro, permitindo que cada um controlasse a qualidade de seu serviço. b) 2ª etapa (1918) - CONTROLE DA QUALIDADE PELO SUPERVISOR Um supervisor assumia a responsabilidade da qualidade referente ao trabalho da equipe, dirigindo as ações e executando as tarefas onde fosse necessário e conveniente em cada caso. c) 3ª etapa (1937) - CONTROLE DA QUALIDADE POR INSPEÇÃO - Esta fase surgiu com a finalidade de verificar se os materiais, peças, componentes, ferramentas e outros estão de acordo com os padrões estabelecidos. Deste modo seu objetivo é detectar os problemas nas organizações. d) 4ª etapa (1960) - CONTROLE ESTATÍSTICO DA QUALIDADE - Esta etapa ocorreu através do reconhecimento da variabilidade na indústria. Numa produção sempre ocorre uma variação de matéria-prima, operários, equipamentos etc. A questão não era distinguir a variação e sim como separar as variações aceitáveis daquelas que indicassem problemas. Deste modo surgiu o Controle Estatístico da Qualidade, no sentido de prevenir e atacar os problemas. Surgiram também as sete ferramentas básicas da qualidade na utilização da produção: Fluxograma, Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Diagrama de Causa e Efeito, Histograma, Diagrama de Dispersão e Carta de Controle. Esta etapa permaneceu restrita às áreas de produção e a nível 34 de chão de fábrica, se desenvolveu de forma lenta e é aplicada nas organizações até os dias de hoje. e) 5ª etapa (1980) - CONTROLE DA QUALIDADE - A qualidade passou de um método restrito para um mais amplo, o gerenciamento. Mas ainda continuou com seu objetivo principal de prevenir e atacar os problemas, apesar de os instrumentos se expandirem além da estatística, tais como: quantificação dos custos da qualidade, controle da qualidade, engenharia da confiabilidade e zero defeitos. Segundo Campos (2005), a qualidade passa para outra etapa, a Visão Estratégica Global, com o objetivo da sobrevivência da empresa e competitividade em termos mundiais para atender as grandes transformações que vêm ocorrendo no mercado. Hoje muitas organizações estão divulgando a melhoria da qualidade, como a JUSE (União Japonesa de Cientistas e Engenheiros), a ASQC (Sociedade Americana para o Controle de Qualidade), a EOQC (Organização Européia para o Controle da Qualidade), a IAQ (Academia Internacional para a Qualidade). Diversas universidades fundaram centros para estudarem a melhoria da qualidade: Universidade de Miami, de Wisconsin, de Tennessee e a Fordham, e o Centro para Estudo de Engenharia Avançada do MIT (Ministery of Industry and Trade). Surgiram, assim, muitos consultores envolvidos em abordagem para a melhoria da qualidade. 2.3.2 Ferramentas do Controle de Qualidade Estas são utilizadas com a finalidade de definir, mensurar, analisar e propor soluções para os problemas que interferem no bom desempenho dos processos de trabalho. As ferramentas de controle da qualidade são técnicas a serem utilizadas na aplicação da Metodologia de Solução de Problemas. Tem como finalidade definir, analisar, mensurar e propor soluções para os problemas que interferem no bom desempenho dos processos de trabalho, porém deve-se ter cuidado na escolha da ferramenta adequada para analisar e resolver um determinado problema, pois cada ferramenta tem uma finalidade. 35 As 7 ferramentas da qualidade são: (KUME..., 1995) a) Folha de Verificação b) Estratificação c) Histograma d) Gráfico de Pareto e) Diagrama de Causa e Efeito f) Carta de Controle g) Diagrama de Correlação 2.3.2.1 Folha de Verificação As folhas de verificação são tabelas ou planilhas usadas para facilitar a coleta e análise de dados. O uso de folhas de verificação economiza tempo, eliminando o trabalho de se desenhar figuras ou escrever números repetitivos. Além disso, elas evitam comprometer a análise dos dados. É uma das sete ferramentas da qualidade. (WIKIPEDIA..., 2008) Estes formulários são usados para padronizar e verificar resultados de trabalho, ou para verificar e coletar dados. As folhas de verificação para a coleta e organização de dados são também chamadas Folhas de dados. Na solução de problemas, as ações tomadas devem ser baseadas em cima de dados, de forma que o problema possa ser claramente definido. Para isso, devem-se incluir nas Folhas de Verificação os seguintes itens. (CROSBY..., 1994) a) O objetivo da verificação (por quê?); b) Os itens a serem verificados (o que?); c) Os métodos de verificação (como?); d) A data e a hora das verificações (quando?); e) A pessoa que faz a verificação (quem?); f) Os locais e processos das verificações (onde?); g) Os resultados das verificações; h) A seqüência da inspeção. 36 2.3.2.2 Estratificação É o processo de classificar os dados em subgrupos baseados em características ou categorias. Estratificar é dividir as informações (dados) em grupos (ou estratos), constituindo-se numa ferramenta para a busca das causas ou origens de um problema. Os dados devem ser agrupados por tempo, local, tipo, sintoma ou outros fatores. A estratificação é fundamental para a construção de uma outra ferramenta da qualidade, o Gráfico de Pareto. (CROSBY..., 1994) 2.3.2.3 Histograma É um gráfico de barras que é usado para organizar muitos dados. O eixo horizontal mostra os valores da característica do efeito (problema), com a região entre o maior valor e o menor valor, sendo subdividido em vários espaços. (MARTINS..., 2001) Um histograma é uma ferramenta de análise e representação de dados quantitativos, agrupados em classes de freqüência que permite distinguir a forma, o ponto central e a variação da distribuição, alem de outros dados como amplitude e simetria na distribuição dos dados. Os histogramas podem ser classificados de acordo com algumas características: a) O “histograma simétrico” ou de “distribuição normal” apresenta uma freqüência mais alta no centro e que vai diminuindo conforme se aproxima das bordas. Ele representa processos estáveis e padronizados. b) O “histograma assimétrico” quando apresenta apenas um ponto mais alto (pico), geralmente, representa uma situação onde a característica de qualidade possui apenas um limite de especificação e é controlado durante todo o processo. 37 c) O histograma chamado de “despenhadeiro”, ocorre quando foram eliminados dados o que corresponde ao “corte” na figura, dando a aparência de que o histograma está incompleto. d) O “histograma com dois picos” costuma acontecer quando há uma mistura de dados diferentes. Por exemplo, a análise de dois tipos de matérias-primas diferentes. e) O histograma do tipo “platô” ocorre quando há diversas misturas de distribuições com médias diferentes. f) E, o histograma do tipo “ilha isolada” ou “retângulos isolados”, representa uma situação onde certamente houve alguma anormalidade no processo decorrente de alguma falha, erro de medição, etc. O histograma faz parte das ferramentas básicas da qualidade que podem ser aplicadas em situações menos complexas, quando se faz necessário o uso das ferramentas gerenciais. 2.3.2.4 Diagrama de Pareto O diagrama criado pelo economista italiano Vilfredo Pareto, no século XIX, é uma das sete ferramentas básicas da qualidade e constitui-se num gráfico que é utilizado para identificar quais os itens ou causas de perdas que devem ser sanadas, também quais são responsáveis pela maioria das perdas. O diagrama de Pareto, que teve importantes contribuições de Juran (um dos importantes teóricos do gerenciamento de qualidade), baseia-se no princípio de que a maioria das perdas tem poucas causas, ou, como foi dito por Juran “poucas são vitais, a maioria é trivial”. (FARIA..., 2008) Através do Diagrama, que pode ser aplicado seguindo-se alguns passos básicos, é possível ter uma idéia clara da relação entre causas e problemas a fim de priorizar a ação que trará melhor resultado. Conforme Faria, as etapas são as seguintes: a) Determinar o objetivo do diagrama, ou seja, que tipo de perda se quer investigar; 38 b) Definir o aspecto do tipo de perda, ou seja, como os dados serão classificados; c) Em uma tabela, ou folha de verificação, organizar os dados com as categorias do aspecto que se definiu; d) Fazer os cálculos de freqüência e agrupar as categorias que ocorrem com baixa freqüência sob a denominação “outros”, calculando também o total e a porcentagem de cada item sobre o total e o acumulado; e) Traçar o diagrama. O Diagrama de Pareto tem como objetivo identificar quais causas devem ser “atacadas” primeiro ou que surtirão melhores resultados, no entanto, devem ser verificadas diversas classificações até a construção do diagrama final e problemas ou causas muito complexas devem ser estratificadas a fim de garantir a eficácia do método. 2.3.2.5 Diagrama de Causa e Efeito O Diagrama de Causa e Efeito ou espinha de peixe é uma técnica largamente utilizada, que mostra a relação entre um efeito e as possíveis causas que podem estar contribuindo para que ele ocorra, sendo utilizado para visualizar, em conjunto, as causas principais e secundárias de um problema. (SEBRAE..., 2005) Construído com a aparência de uma espinha de peixe, essa ferramenta foi aplicada, pela primeira vez, em 1953, no Japão, pelo professor da Universidade de Tóquio, Kaoru Ishikawa, para sintetizar as opiniões de engenheiros de uma fábrica quando estes discutem problemas de qualidade. Investiga os efeitos produzidos por determinadas categorias de causas. O diagrama é composto por uma linha central com ramificações na parte superior e inferior. O efeito, ou seja, o problema, é anotado na extremidade direita da linha central e as diversas categorias de causas de problemas (material,máquina,medida,mão-de-obra, método e meio ambiente) são anotadas nas extremidades das ramificações que são levemente inclinadas 39 para o lado esquerdo, dando-lhe um aspecto de espinha de peixe, nome pelo qual é também conhecido. Fonte: Manual de Ferramentas da Qualidade – SEBRAE (2005) Figura 1: Modelo do Diagrama de Causa e Efeito 2.3.2.6 Cartas de Controle A carta de controle é usada para determinar a estabilidade de um processo e para mantê-lo estável. Na aplicação, registram-se dados de um determinado período de tempo numa carta de controle; analisa-se o processo procurando por pontos fora dos limites de controle ou procurando por tendências; efetuam-se ações no processo para controlar vários fatores; faz-se pesquisa para verificar se o processo foi estabilizado após uma atividade de melhoria, e mantém-se o processo estável. 40 Se a estratificação é feita para solução de problemas enquanto cartas de controle são utilizadas, essas cartas podem ser eficazes em facilitar as atividades de solução de problemas. (BARBOSA..., 2007) 2.3.2.7 Diagrama de Correlação É um Gráfico onde pontos de dois conjuntos de dados que compartilham de alguma dependência são colocados num gráfico. É um instrumento que permite saber se os dois conjuntos de dados são correlacionados, saber o grau da correlação, e encontrar causas que devem ser controladas e melhoradas. Para descobrir e efetuar melhorias, às vezes é necessário entender a relação entre dois conjuntos de dados. Por exemplo: (MARTINS..., 2001) a) Entre causas e efeitos; b) Entre diferentes causas; c) Entre diferentes efeitos. 2.4 A Certificação GLOBALGAP Certificação é um procedimento para alcançar padrões que asseguram a qualificação de profissionais e a qualidade e a funcionalidade de produtos ou serviços. A certificação de uma empresa consiste no reconhecimento formal por um Organismo de Certificação - entidade externa independente e acreditada de que essa organização dispõe de um sistema de gestão implementado que cumpre as normas aplicáveis, dando lugar à emissão de um certificado. A implementação de um sistema de gestão da qualidade e a sua posterior certificação representa um diferencial para a empresa, proporcionando o reconhecimento e satisfação dos seus clientes, melhoria da imagem, acesso a novos mercados, redução de custos de funcionamento através da melhoria do desempenho operacional e uma nova cultura com a 41 sensibilização e motivação dos colaboradores. (PORTAL DA EMPRESA..., 2008) 2.4.1 Implantação da certificação A Certificação GLOBALGAP está rapidamente se tornando um prérequisito para que os produtores do mundo inteiro possam fornecer produtos para os mercados europeus: as Normas GLOBALGAP são o mecanismo encontrado pelas redes varejistas da Europa para assegurar a qualidade dos produtos agropecuários destinados ao consumo humano. (IGCERT..., 2006) Os tipos de certificação que a GLOBALGAP oferece são: Individual, onde a Certificadora autorizada pela GLOBALGAP realiza uma auditoria na propriedade; e por Grupo de Produtores (associações, cooperativas, etc.) a Certificadora autorizada pela GLOBALGAP realiza a auditoria do Sistema de Gestão da Qualidade do Grupo de Produtores e em seguida realiza, por amostragem, auditorias de certificação nas propriedades. (IGCERT..., 2006) Os documentos utilizados para fazer as inspeções e auditorias nas fazendas constituem do “Regulamento Geral”, que especifica todo o processo de certificação, “Pontos de Controle e Critérios de Cumprimento – PCCC”, que contém os requisitos que precisam ser cumpridos para obter a certificação e também as explicações para cada requisito e a “Lista de verificação”, contendo novamente todos os requisitos que precisam ser cumpridos. (IGCERT..., 2006) Os produtores que fornecem para varejistas na Comunidade Européia devem estar cientes das exigências, mas a adoção das Normas GLOBALGAP é voluntária. O primeiro passo para certificar a fazenda é obter os documentos normativos e implementar a Norma conforme Pontos de Controle dos módulos adequados. No segundo passo deve-se fazer uma avaliação interna para verificar o cumprimento dos Pontos de Controle e corrigir as nãoconformidades, caso estas sejam encontradas. O último passo consiste em entrar em contato com o órgão responsável pela certificação e registrar-se na GLOBALGAP e solicitar a auditoria de certificação. (IGCERT..., 2006) 42 Após a auditoria com base nos Pontos de Controle a serem cumpridos na propriedade, emite-se um relatório de avaliação com as não conformidades detectadas e o prazo para as ações corretivas, se necessário. Caso não sejam detectadas não-conformidades ou as devidas ações corretivas tenham sido aplicadas, o certificado GLOBALGAP será emitido. Por exemplo, um produtor de bovinos para abate deve solicitar a certificação na norma IFA e cumprir os módulos Base de Fazenda, Base de Animais e Módulo de Bovinos e Ovinos. Existem 3 níveis de Pontos de Controle: (IGCERT..., 2006) a) Obrigações Maiores: é obrigatório o cumprimento de 100% dos pontos que forem aplicáveis; b) Obrigações Menores: é obrigatório o cumprimento de 90% dos pontos que forem aplicáveis (95% para Frutas, Verduras e Legumes); c) Recomendações: Os Pontos “Recomendados” serão inspecionados pelo órgão responsável pela certificação, mas seu cumprimento não é obrigatório para obtenção do certificado GLOBALGAP. O certificado deve ser validado anualmente. Para isto deve ser solicitada uma auditoria à Certificadora. As auditorias são realizadas de acordo com o referencial normativo previamente estabelecido pela GLOBALGAP. A equipe de auditoria procurará evidências do cumprimento dos requisitos normativos aplicáveis, bem como da capacidade da entidade auditada (fazendas) em satisfazer os requisitos dos clientes. Todos os produtores ou grupos de produtores estão sujeitos a auditorias-surpresa. Isto ocorre porque a GLOBALGAP exige que as Certificadoras realizem anualmente 10% de auditorias não-anunciadas. Portanto existe a possibilidade da propriedade ser auditada mais de uma vez ao ano. 2.4.2 Vantagens da certificação A GLOBALGAP produtores: (EUREPGAP) oferece diversos benefícios aos 43 2.4.2.1 Redução dos riscos de Segurança Alimentar na Produção Primária Global a) Incentivando o desenvolvimento e a adoção de esquemas nacionais e regionais de garantia da produção (farm assurance schemes); b) Clara avaliação de riscos baseada nos princípios HACCP, focando o consumidor e a cadeia alimentar; c) Plataforma técnica de comunicação para a melhoria contínua e a transparência de consultas ao longo de toda a cadeia alimentar. 2.4.2.2 Redução do Custo da Conformidade a) Evitando múltiplas auditorias em explorações com diferentes produtos, através da realização de uma única auditoria conjunta; b) Evitando a proliferação de exigências por parte dos compradores uma vez que os membros GLOBALGAP (EUREPGAP) Retalhistas e operadores de “Food Service” comprometeram-se no sentido de privilegiar operadores aprovados pelo GLOBALGAP (EUREPGAP) como seus fornecedores; c) Evitando o excesso de carga reguladora através da adoção, pela indústria, de uma postura pró-ativa; d) Os produtores escolhem organismos de certificação estritamente regulados pela GLOBALGAP (EUREPGAP). 2.4.2.3 Aumento da integridade dos Esquemas de Garantia da Produção a nível mundial ao: a) Definir e pôr em prática um nível aceitável comum de competência dos auditores; 44 b) Definir e pôr em prática um nível aceitável comum de transmissão da informação; c) Definir e pôr em prática um nível aceitável comum de atuação relativamente a não conformidades; d) Harmonizar a interpretação dos critérios de cumprimento. 2.5 Países com Certificação GLOBALGAP Fonte:globalgap.org Figura 2: Mapa dos países certificados 45 Argentina Dominican Republic Ecuador Australia Egypt Macedonia Slovakia Áustria Ethiopia Madagascar Slovenia Belarus France Malaysia South Africa Belgium Germany Mali Spain Bosnia/Herzegovina Ghana Malta Sri Lanka Brazil Greece Martinique Swaziland Burkina Faso Guatemala Mexico Sweden Cameroon Guinea Moldova Switzerland Canadá Honduras Morocco Tanzania Chile Hungary Namibia Thailand China India Netherlands Tunisia Colombia IndonesiaIran New Zealand Turkey Costa Rica Ireland United Kingdom Côte d'Ivoire Israel Croatia Italy Norway Palestinian Territories Panama Cuba Jamaica Peru Venezuela Cyprus Japan Poland Vietnam Czech Republic Jordan Portugal Zambia Denmark Kenya Puerto Rico Zimbabwe Albânia Korea (South) Romania Lithuania Senegal Fonte:globalgap.org Tabela 1: Ralação de países certificados United States Uruguay 46 CAPÍTULO III A PESQUISA 3 INTRODUÇÃO Com o atual desenvolvimento das organizações, uma das grandes vantagens esta na preocupação com a qualidade, onde atrair e manter clientes é atualmente, uma tarefa muito difícil. Com isso, as empresas precisam buscar diferenciais competitivos para se destacarem perante seus clientes, na tentativa de atraí-los e mantê-los, o que nos dias de hoje, com a concorrência tornou-se tarefa difícil. A pesquisa de campo foi realizada no período de fevereiro a outubro de 2008, com o objetivo de verificar a importância da gestão da qualidade no confinamento como um diferencial competitivo na busca de um melhor produto final, e também a finalidade de abordar a importância da implantação da certificação GLOBALGAP na gestão da qualidade no confinamento na Empresa Comapi Agropecuaria Ltda, Fazenda Flórida, divisão agropecuária, localizada na cidade de Guaiçara na estrada Vicinal Guaiçara/ SP 300 – Zona Rural. O assunto pesquisado abordou a gestão da qualidade com ênfase na padronização de tarefas nos processos diários através da certificação GLOBALGAP. Com a realização da pesquisa foi possível foi conhecer as estratégias utilizadas pela Comapi quanto às questões de qualidade; a evolução e as vantagens ao implantar a certificação GLOBALGAP no processo do confinamento; as ferramentas da qualidade utilizadas pela empresa Comapi Ltda. Para a realização desta pesquisa foram utilizados os seguintes métodos: Estudo de caso: Foi realizado estudo de caso na Comapi Agropecuária Ltda. analisando os aspectos voltados à Qualidade Total. Serão entrevistados os seguintes profissionais: Coordenador do confinamento, Zootecnista e Supervisor Geral. 47 Método de observação sistemática: Foram observados, analisados e acompanhados todos os aspectos que envolvem a Gestão da Qualidade, assim como suas ferramentas como suporte para o desenvolvimento de Estudo de Caso. Método histórico: Foram observados os dados e evolução da história da Comapi - Divisão Agropecuária referente à Qualidade Total, como suporte para desenvolvimento do estudo de caso. Para aplicação dos métodos utilizaram-se das seguintes técnicas: Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A) Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B) Roteiro do Histórico da empresa Comapi Ltda. (Apêndice C) Roteiro de entrevista para o Coordenador do Confinamento (Apêndice D) Roteiro de entrevista para o Supervisor Geral (Apêndice E) Roteiro de entrevista para o Zootecnista (Apêndice F) Outros Registros: dados ilustrativos. As facilidades encontradas para a realização da pesquisa foram: o fácil acesso aos profissionais da área que auxiliaram no entendimento do assunto, abertura dos proprietários quanto às informações para uma pesquisa livre e aprofundada. 3.1 Relato do trabalho realizado referente à Gestão da Qualidade Total no confinamento Seguem abaixo, as etapas que fazem parte do trabalho da Gestão da Qualidade Total no confinamento realizado na empresa Comapi Ltda. 3.1.1 O confinamento da Comapi e suas características próprias O confinamento de bovinos é caracterizado como sendo um sistema de produção, em que lotes de animais são agrupados em piquetes ou currais com área restrita, tendo acesso aos alimentos e água através de cochos e 48 bebedouros. Assim, o confinamento pode ser utilizado estrategicamente para todas as categorias do rebanho, embora seja mais comumente aplicado à terminação de bovinos e fornecimento exclusivo ao frigorífico Bertin S/A. O confinamento utiliza-se do trabalho de engorda de bovinos em época de entressafra (junho a outubro), período em que não há chuva e, conseqüentemente, não se consegue obter bovinos terminados para o abate com o peso adequado, em virtude da falta de boas pastagens. Assim, a empresa vê o confinamento como uma necessidade para o abastecimento do frigorífico, procurando reduzir os custos de aquisição do gado para o abate e não depender de terceiros para o andamento do mesmo. Os animais que vão para os cochos no confinamento são animais que já estão semi-prontos para o abate, tendo sua terminação em um período de 90 dias. Para que este ciclo ocorra com eficiência e eficácia, todos os elos da cadeia produtiva da empresa devem estar inteiramente integrados. 3.1.2 1ª ETAPA – Aquisição e preparo dos bovinos Quando as atividades do confinamento estão próximas de seu início, começa o abastecimento do mesmo. No decorrer do ano, os compradores ficam atentos às boas oportunidades que surgem. Os animais adquiridos, sejam eles fora da época do confinamento, são alojados em arrendamentos que a empresa possui, sendo assim, consegue-se atender a capacidade máxima do confinamento em todas suas etapas. Esses animais vêm de vários criatórios espalhados pelo Brasil, e em muitos lotes, quando comprados, têm-se uma média de 10 % de animais que não atingem as exigências para o confinamento, mas não deixam de ser comprados para não perder esses animais para concorrentes, e posteriormente, eles são selecionados e recebem um tratamento diferenciado, para que consigam atingir o padrão exigido de abate que é de 500 Kg, pois o confinamento trabalha com um ganho de no mínimo 110 Kg no período de 90 dias. Ao chegarem no confinamento, os animais são selecionados em lotes, sempre priorizando a ordem, idade, raça, e sexo. Após este procedimento, os 49 mesmos são pesados e brincados na orelha direita, com o brinco fornecido pelo Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (SISBOV). São aplicadas as vacinas de vermífugo e carbúnculo e são soltos em seus respectivos piquetes, lembrando que, quando os bovinos são adquiridos durante a campanha da vacina aftosa que ocorre no mês de maio e novembro, os animais têm que vir vacinados. Durante esse período, os animais passam por análises por meio das quais se faz uma amostragem do ganho de peso diário dos bovinos de 30 em 30 dias, pegando apenas 10 por cento do lote de forma aleatória, para poder tirar uma média do peso do restante do lote, pegando apenas 10 por cento. Assim, evita-se provocar estresse no restante com o manejo, pois é aconselhável mexer o mínimo possível, pois animal estressado, significa menos ganho de peso e, conseqüentemente, menor rendimento de carcaça. O gado entra no confinamento com o peso médio de 380 kg, o equivalente a 12,9@ de carcaça, e sai para o abate com peso final de 500 kg, o mesmo que 18@ de carcaça. Neste ano, a empresa pretende confinar 124.000 cabeças de gado em seus confinamentos, sendo 100.000 cabeças no município de Aruanã/GO e 24.000 cabeças no confinamento de Guaiçara/SP, no qual a pesquisa foi realizada. 3.1.3 2ª ETAPA – Dieta alimentar Esta etapa é de extrema importância, pois qualquer problema, pode gerar um prejuízo muito grande para empresa. Devido a este fato, são realizadas anualmente, antes do início do confinamento, reuniões para definir um cronograma, que será seguido à risca, de acordo com as responsabilidades de cada um. Nesta etapa, também são definidos os fornecedores de matéria prima e serviços. Para que a dieta seja definida, são levados em consideração alguns fatores, bem como peso de entrada de animais, porte, raça e outros. De acordo com a raça do animal, por exemplo, determina-se uma dieta especifica, pois o requerimento varia de raça para raça, o tipo de dieta também 50 define a quantidade de trato que será utilizada e a quantidade de vezes que a mesma será colocada nos cochos, pois uma dieta mais úmida requer um maior número de tratos por dia, já uma dieta mais seca, requer um menor número de tratos. Dentro de uma dieta de confinamento, busca-se, principalmente, consumo de matéria seca, desprezando então a matéria original, a eficiência da dieta que está sendo colocada, a qual é medida pelo ganho de peso, e pelo consumo dos animais. Dieta altamente concentrada tem um volume menor, e dietas menos concentradas têm um consumo maior. Ao se formular uma dieta, vários fatores são levados em conta, tais como: proteínas, energia, extra energia, ou seja, energia metabolizada, proteína da mesma forma, proteína liquida, proteína metabolizada, não levando em conta mais nutrientes digestivos totais e proteína bruta. A nutrição dos bovinos é desenvolvida por uma empresa terceirizada, de grande renome no cenário da pecuária, que tem como objetivo analisar a eficiência no ganho de peso bem como no seu custo x benefício. A dieta alimentar dos bois é composta por três fases em sua adaptação: a) No primeiro dia de confinamento, os animais recebem somente o volumoso, composto pela cana de açúcar; b) Do segundo ao sexto dia, passam a alimentar-se de um composto de cana de açúcar, bagaço de cana, caroço de algodão, milho, polpa cítrica, mineral, uréia, casca de soja e farelo de algodão; c) A partir do sétimo dia até completar o ciclo de 90 dias, os animais se alimentam da dieta acima mencionada, porém em um volume maior. Em relação à aquisição da matéria-prima, a empresa busca aproveitar as melhores ofertas e, para isso, conta com uma equipe treinada para realizar essas negociações que são adquiridas antes mesmo do início do confinamento, a fim de evitar a escassez do mesmo. 3.1.4 3° ETAPA – Manejo dos animais Neste ano, o confinamento de bovino teve seu início na primeira quinzena do mês de maio, isto devido à estratégia de suprir as necessidades 51 do frigorífico já que, no segundo semestre do ano anterior, a oferta de boi foi menor. O manejo é a etapa na qual o papel do administrador da fazenda é fundamental, pois é ele quem irá detectar os problemas que estejam ocorrendo com os animais no processo de engorda, podendo assim, leva-los até aos acionistas para, assim, conseguirem juntos solucioná-los. Na primeira fase do confinamento, chegam em média, 293 animais por dia, isto durante 45 dias, chegando a um total de 13.185 cabeças e, na segunda fase, pretende-se confinar cerca de 10.815 cabeças, salientando-se que todos os animais entram no confinamento cumprindo as exigências determinadas pela empresa junto ao ministério da agricultura e, principalmente, as normas de rastreabilidade. A estrutura do confinamento é composta da seguinte maneira: LINHAS A1 A2 à A5 A6 à A8 B1 B2 à B5 B6 à B9 C1 C2 à C5 C6 à C10 D1 D2 à D5 D5 à D11 E1 E2 à E5 METRAGEM 80 x 37 69 x 37 60 x 37 80 x 37 69 x 37 60 x 37 80 x 37 69 x 37 60 x 37 80 x 37 69 x 37 60 x 37 80 x 37 69 x 37 ARMAZENAGEM 320 Cbç 280 Cbç 240 Cbç 320 Cbç 280 Cbç 240 Cbç 320 Cbç 280 Cbç 240 Cbç 320 Cbç 280 Cbç 240 Cbç 320 Cbç 280 Cbç E5 à E12 60 x 37 240 Cbç Fonte: Comapi Agropecuária Ltda, 2008 Tabela 2 – Estrutura do Confinamento (Comapi) O quadro acima representa o tamanho e a capacidade de produção do confinamento em relação ao espaço onde se confinam os animais, tendo 52 algumas variações entre os piquetes, os maiores podem suportar até 320 animais, enquanto o menor até 240 animais. O confinamento é constituído por cindo linhas de piquetes, que são chamadas de linha 1, linha 2, linha 3, linha 4, linha 5 e linha 6, na linha 1, existe uma seqüência de piquetes que vão do A1 até o A8 com espaçamento conforme quadro acima, assim segue até a última linha, como ilustra a figura abaixo: Fonte: Comapi Agropecuária Ltda, 2008 Figura 3 – Estrutura do Confinamento (Comapi) Esses piquetes são estruturados com subdivisões separadas por cercas de seis fios de arame liso, palanques com espaçamento de dois em dois metros, com cochos feitos de manilhas de cimento em formato linear onde são colocadas refeições seis vezes ao dia, em que cada piquete contém uma caixa de água. Ao final desta etapa, o gado está pronto para abate, sendo efetuada sua transferência para o frigorífico. 53 3.1.5 Resultado final do confinamento Com a idéia da Comapi Ltda. renovar a certificação GLOBALGAP e assim atender às necessidades do mercado mundial, isto é um grande ponto positivo para agilizar os processos internos e agregar valor ao nome e produto produzidos na Comapi Ltda., fazenda Flórida em Guaiçara - SP. A qualidade sempre foi e será um fator indispensável na produção de qualquer produto ou serviço, ela aparece constantemente nas etapas de produção do confinamento da Comapi Ltda. A preocupação por parte dos responsáveis no resultado do confinamento é muito grande, por isso, é imposto a toda equipe que o resultado financeiro seja acompanhado da satisfação dos clientes e qualidade total no produto final. A certificação é sempre muito rígida e podendo até ser decidida em pequenos detalhes, com a experiência de já ter passado por ela, a estrutura do confinamento já segue um padrão de como impor suas atividades e tarefas do dia a dia obedecendo rigorosamente cada ponto estabelecido pelo check-list, que é um manual utilizado pelos auditores que serve como parâmetros para o resultado final, para futuras auditorias facilitando assim a renovação do certificado GLOBALGAP e habituando todo o quadro de funcionários nos processos padrões da certificação. A busca pela qualidade total no confinamento é constante, a Comapi Ltda. sempre está atualizada com o que á de mais novo em tecnologia, como os caminhões que fazem os tratos dos animais, misturador de ração, curral, balanças de pesagem dos animais, leitores da barra de código dos brincos, informática, escritório e principalmente o bem estar dos animais. Pode-se destacar também o suporte que é dado aos funcionários em questão de EPI’S, treinamentos e ferramentas de trabalho, sempre procurando a motivação dos funcionários e cobrando resultados. São de extrema importância as ligações de todos os elos do processo de um confinamento para estarem em perfeita sintonia em seu dia-a-dia, pois, se um elo apresentar alguma irregularidade, a cadeia toda estará comprometida em seu resultado final. Para que isso comprometimento e dedicação de toda a equipe. ocorra, é fundamental o 54 3.1.6 Parecer final do caso Analisando-se os processos praticados pela empresa em todas as etapas, pode-se constar que a Gestão da Qualidade Total no confinamento na Comapi gira de forma eficiente exclusivamente para atender as necessidades do frigorífico no período de entressafra, com um menor custo de aquisição dos bovinos. Isso se deve à eficiência e eficácia da integração da cadeia produtiva na qual a mesma depende de um bom trabalho do administrador da fazenda que tem, por sua vez inteirar-se de todos os acontecimentos dentro do confinamento, participar e se integrar com seus funcionários, determinando o início de seu papel um ano antes de todo o processo de confinamento, começando com o alerta aos compradores para a busca de melhores negócios no mercado, acompanhamento do manejo do gado para evitar perdas e melhorar o resultado final de rendimento de carcaça, realizar e registrar as vacinações de todo o rebanho, fazer a alocação de cada um nos piquetes e acompanhamento dos relatórios das análises de amostragem do desenvolvimento do gado. Esse é o papel do administrador, para que os resultados aconteçam e para que se possa obter um melhor acompanhamento e possíveis soluções de eventuais problemas do dia-a-dia que venham surgir, conseguindo, atingir todos os objetivos antes estabelecidos, demonstrando, assim, que o planejamento elaborado no início do confinamento, está sendo seguido de forma eficiente. Prova desse trabalho bem sucedido foi a conquista da certificação do confinamento pela Food and Agricultural Policy Research Institute (EUREPGAP), hoje denominada GLOBALGAP, um sistema de gestão da qualidade, com a finalidade de melhorar os padrões dos produtos da indústria alimentícia, originando de uma iniciativa dos comerciais varejistas e supermercados europeus em 1997, na Alemanha. 55 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Com a preocupação da empresa em buscar melhores resultados através da qualidade nos processos, ela ainda poderia utilizar outras formas para a busca dessa melhoria. Através disso, propomos: Utilizar o Diagrama de Pareto como ferramenta de qualidade, pois dessa forma, o confinamento disponibilizaria de grandes vantagens para buscar a qualidade nos processos, para atribuir melhorias no produto final, com processos padronizados, buscando informações mais precisas e detalhadas, como, peso, idade, sexo, raça e origem. Desta forma, pode-se comparar o gado desde a entrada no confinamento, até sua saída, verificando se os objetivos esperados de qualidade estão sendo alcançados. Outra proposta muito útil seria a empresa utilizar o Diagrama de Causa e Efeitos, por que dessa forma, passaria a ter mais segurança em todos os elos da cadeia de produção, já que este, da toda atenção neste processo. Uma falha pode causar um dano enorme ao confinamento, como por exemplo, uma dieta mal formulada, vacinação errada, manejo incorreto. Esta ferramenta irá auxiliar a empresa a identificar possíveis causas de alguma anomalia que possa ocorrer na empresa, ajudando a extinguir essas ameaças, dando um conforto maior ao administrador. Outro item de extrema importância que a empresa pode adotar é fornecer treinamentos aos funcionários e/ ou contratar de forma estratégica profissionais para dar assistência e implantar algumas ferramentas de controle de qualidade, a fim de melhorar o resultado final do produto e processo. Com essas inovações na empresa, o resultado esperado da qualidade seria facilmente atingido. Citando ainda que, com essas mudanças, o confinamento terá uma melhor qualidade na mão-de-obra, execução dos tratos, rendimento de carcaça, melhores controles e avaliações de todos os setores que envolvem os processos, como por exemplo, a linha de produção de rações, máquinas e equipamentos, onde a fabricação das dietas tem uma grande importância, controlando os percentuais de cada insumo que são misturados para o consumo dos animais, evitando o desperdício e garantindo a qualidade da ração que é oferecida aos bois, atendendo assim a necessidade 56 do frigorífico, uma vez que este segmento envolve o comprometimento de toda a cadeia sem falhas nos processos de gestão da qualidade total, não admitindo erros e, posteriormente evitar-se-ia perda de tempo nos processos de qualidade, diminuindo-se o desperdício e reduzindo-se os custos para o confinamento. 57 CONCLUSÃO A sobrevivência de uma organização só existe em função do cliente. Mediante essa afirmação, observa-se a importância do cliente e a necessidade de encantá-lo. No mundo em constantes transformações, o sucesso ou fracasso de uma empresa está diretamente ligado à capacidade de entender, atrair e satisfazer os clientes desenvolvendo um relacionamento duradouro. Manter clientes satisfeitos é um desafio a qualquer empresa. Ciente de que, a satisfação não garante o retorno de clientes, é necessário o desenvolvimento de um relacionamento contínuo entre empresa e cliente, ou seja, oferecer aos clientes o maior valor agregado às suas necessidades e expectativas, podendo diferenciar-se da concorrência na qualidade de atendimento. Diante de todo o desenvolvimento do conteúdo teórico no decorrer deste trabalho, consideramos que a empresa Comapi se preocupa com a qualidade de seus produtos e processos. Apesar de não possuir nenhuma ferramenta específica da qualidade, a empresa busca a mesma de outras formas, como por exemplo, na elaboração da ração, na rastreabilidade do gado, busca um menor custo, com um maior benefício, transporte do gado, entre outras. Pois analisa que a qualidade é uma ferramenta essencial na execução das tarefas e no resultado final das empresas. Com a pesquisa, foi possível verificar que com a certificação GLOBALGAP, o confinamento passa a ter seus controles padronizados com as outras unidades e passa uma confiança nos procedimentos de todo o ciclo, desde a entrada dos animais até o embarque para o frigorífico, agregando mais valor e qualidade no produto acabado do confinamento, que tem como seu principal objetivo, fornecer um boi com acabamento de acordo com as exigências do mercado europeu. A preocupação com a qualidade encontra-se também nos dados obtidos através dos questionários para o proprietário, gerente e funcionário. Podemos notar que todos que estão preocupados e envolvidos na empresa buscam de alguma forma a qualidade em seus produtos e processos, visando o bem estar do cliente. 58 A empresa possui uma enorme capacidade de adaptar-se às mudanças do mercado e às necessidades dos clientes, demonstrando um grande potencial ao desenvolvimento da qualidade, conquistando um diferencial competitivo em relação às outras organizações. Com esta pesquisa, cuja dedicação e análise se tornaram tão intensa, mostra que o objetivo traçado para a pesquisa foi atingido, pois verificamos, de vários âmbitos, a importância da gestão da qualidade no confinamento como um diferencial competitivo na busca de um melhor produto final, assim como, a preocupação da empresa em buscar essa qualidade em seus produtos e processos. Esta afirmativa se mostra verdadeira, pois a empresa que utiliza de forma correta a gestão da qualidade consegue um diferencial competitivo e conseqüentemente um melhor produto final, confirmando assim a hipótese do grupo. A realização deste trabalho possibilitou descobrir a importância da gestão da qualidade para uma empresa que tem como objetivo criar vantagem competitiva. Ampliamos nossos conhecimentos com assuntos, pois agora, sabemos ainda mais sua relevância e aplicabilidade nas empresas. Claro que este trabalho não esgota o assunto, podendo servir de base para aprofundamento de outros acadêmicos. 59 REFERÊNCIAS BARBOSA, E. F. Gerência da qualidade total na educação. Fundação Christiano Ottoni . UFMG, Belo Horizonte, 2007. CAMPOS, W. Evolução da Qualidade. Administradores.com.br – O Portal da Administração. [s.l.] 08/11/2005. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/evolucao_da_qualidade/11538/> Acesso em: 05/09/2008. CARDOSO, E. G. Confinamento de bovinos. 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BeefPoint. [s.l] 20/02/08. Disponível em: <http://www.beefpoint.com.br/?noticiaID:42914&actA=7&areaID=15&secaoID=1 21> Acesso em: 25/02/08. KUME, I. Métodos estatísticos para a melhoria da qualidade. São Paulo, Editora Gente, 1995. 60 MANUAL DE ferramentas da qualidade. Sebrae. [s.l.] p. 4, 08/2005. MARTINS, M. Unidos pela qualidade. Banas Qualidade. São Paulo: p 40-50, Janeiro 2001 PALADINI, E. P. Gestão da Qualidade: Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004. PINEDA, N. SISBOV: recuperando o passado e pensando no futuro. BeefPoint. [s.l.] 22/02/2008. Disponível em: <http://www.beefpoint.com.br/?noticiaID=42989&actA=7&areaID=15&secaoID= 127> Acesso em: 26/02/2008. QUALIDADE Total. Wikipedia. [s.l.] Disponível <http://pt.wikipedia.org/wiki/Qualidade_total> Acesso em: 10/03/2008. em: SASHKINE, M; KISER, K. J. Gestão da Qualidade Total na Prática: O que é TQM, como usá-la e como sustentá-la a longo prazo. Rio de Janeiro: Campus, 1994. TIMOSSI, A. J. Decisão da UE sobre importações de carne bovina do Brasil. BeefPoint. [s.l] 01/02/2008. Disponível em: <http://www.beefpoint.com.br/?actA=7&areaID=15&secaoID=127¬iciaID=42 555> Acesso em: 19/02/2008. 61 APÊNDICES 62 APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso 1 INTRODUÇÃO Será realizada uma pesquisa na Comapi Agropecuária Ltda. com o objetivo de verificar as ferramentas utilizadas para melhoria da qualidade no processo de acabamento da carcaça no confinamento. 2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO ESTUDADO a) Descrição dos procedimentos das estratégias de qualidade total do confinamento. b) Entrevistas com o Coordenador geral, Supervisor e Zootecnista. c) Análise das técnicas e divulgação dos procedimentos que envolve a qualidade. 3 DISCUSSÃO Confronto entre a teoria e a prática utilizada pela empresa na questão da qualidade no confinamento. 4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS SOBRE 63 APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática 1 IDENTIFICAÇÃO Empresa:...................................................................................................... Localização:................................................................................................. Atividade econômica:................................................................................... Porte:............................................................................................................ Data da Fundação:....................................................................................... Proprietários:................................................................................................ 2 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS 1 Histórico da empresa......................................................................... 2 Recursos físicos................................................................................. 3 Vendas............................................................................................... 4 Exportação......................................................................................... 5 Produtos e Serviços........................................................................... 6 Departamento de Qualidade.............................................................. 7 Certificação da Qualidade.................................................................. 64 APÊNDICE C – Roteiro Histórico da empresa Comapi Ltda. I IDENTIFICAÇÃO Empresa:................................................................................................................ Localização:........................................................................................................... Atividade econômica:............................................................................................. Porte:..................................................................................................................... Data da Fundação:................................................................................................ Proprietários:.......................................................................................................... II ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA 1 Origem do nome.......................................................................................... 2 Fundadores................................................................................................. 3 Evolução das atividades econômicas......................................................... 4 Evolução das instalações ........................................................................... 5 Ações sociais ............................................................................................. 6 Qualidade total............................................................................................ 65 APÊNDICE D – Roteiro de Entrevista para o Coordenador Geral I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Cargo/ Função/ Profissão:..................................................................................... Escolaridade:......................................................................................................... Experiências Profissionais:.................................................................................... Outras Referências:............................................................................................... Residência/ Local:.................................................................................................. II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Qual o nível de conhecimento que você obtém dentro do confinamento? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 2 Qual o processo para se obter a qualidade total? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 3 Quais as ferramentas utilizadas para a melhoria contínua da qualidade no confinamento? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 4 Como você avalia a implantação da certificação GlobalGap na estrutura do confinamento? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 5 Qual o nível de satisfação dos colaboradores para a realização das tarefas de rotina do confinamento? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 66 6 Existe alguma premiação para motivar os colaboradores a atingirem os objetivos? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 7 Como são as condições de trabalho oferecidas para os colaboradores do confinamento? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 8 Qual a importância da gestão da qualidade no confinamento? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 9 Quais os benefícios a gestão da qualidade pode trazer para a empresa? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 67 APÊNDICE E – Roteiro de entrevista para o Supervisor do Confinamento I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Cargo/ Função/ Profissão:........................................................................... Escolaridade:............................................................................................... Experiências Profissionais:.......................................................................... Outras Referências:..................................................................................... Residência/ Local:........................................................................................ II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Qual a sua ligação com os colaboradores do confinamento? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 2 Qual a relação dos colaboradores do confinamento em respeito à questão ambiental? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 3 Quais as perspectivas de melhoria com a implantação da GlobalGap no confinamento? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 4 A COMAPI oferece algum tipo de premiação para os colaboradores que são destaque nas atividades? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 5 Como funcionam as divisões hierárquicas do confinamento? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 68 6 O que o confinamento faz para preservar e manter o meio ambiente? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 7 Quais as exigências do mercado quanto à qualidade do produto? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 69 APÊNDICE F – Roteiro de Entrevista para o Zootecnista I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Cargo/ Função/ Profissão:..................................................................................... Escolaridade:......................................................................................................... Experiências Profissionais:.................................................................................... Outras Referências:............................................................................................... Residência/ Local:.................................................................................................. II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Qual a vantagem de se iniciar um confinamento com o boi castrado? E qual a vantagem do boi inteiro? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 2 Qual a visão da Comapi Agropecuária Ltda. no mercado da carne bovina? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 3 Através de seus conhecimentos, quais pontos deveriam ser aprofundados no confinamento para melhorar continuadamente a qualidade? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 4 Como você avalia o Brasil no cenário internacional da carne? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 5 Quais os pontos que mais atrapalham o confinamento para se conseguir um acabamento ideal de carcaça? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 70 6 Por que o confinamento é realizado apenas no segundo semestre? ............................................................................................................................... ............................................................................................................................... 71 APÊNDICE G – Fotos do confinamento Entrada do confinamento Escritório do confinamento. 72 Maquina carregando a ração para fazer estocagem. Carregando o misturador. 73 Carregando o caminhão para passar o trato. Fazendo o trato nos piquetes. 74 Bovinos no cocho.