UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Faculdade de Saúde Pública
DEPARTAMENTO DE SAÚDE AMBIENTAL
Av. Dr. Arnaldo, 715 - CEP: 01246-904 – São Paulo – SP
Fone: 3082-3842, 3085-0681, 3066-7712, 3066-7119, 3066-7120, 30667121 Fax: 3066-7732
e-mail: [email protected]
Sigla:
HSA5766 - 1Tipo: POS
Nome:
Ergonomia da Atividade: Conceitos e Métodos para a Vigilância e Prevenção de
Agravos Relacionados ao Trabalho
Área
mãe:
Saúde Ambiental (6134)
Datas de aprovação:
CCP:
CPG:
17/08/2012
CoPGr:
13/09/2012
Data de ativação: Data de desativação:
13/09/2012
Carga horária:
Total:
60
Créditos:
h
4
Teórica: 6 h
Prática: 2 h
Estudos: 2 h
Duração: 6 semanas
Professores: Rodolfo AG Vilela; Frida Marina Fischer e José Marçal Jackson Filho
Programa
Objetivos:
- Oferecer ao aluno conhecimentos sobre o funcionamento do ser humano em situação real de
trabalho; - Fornecer os elementos conceituais da atividade de trabalho e as diferentes
abordagens das relações entre saúde e trabalho, tendo em vista a necessidade de superar as
visões que reduzem os riscos como sendo fatores isolados do ambiente e desprezam sua
natureza relacional; - Fornecer subsídios teórico-metodológicos para a avaliação de processos e
ambientes de trabalho que levem em conta as características do ser humano e os possíveis
desgastes e agravos à saúde dos trabalhadores com vistas a alcançar a sustentabilidade
socioambiental; - Fornecer subsídios para os processos decisórios em áreas como a vigilância
em saúde do trabalhador, gerenciamento de riscos relacionados ao trabalho, saúde e gestão
ambiental, gerenciamento da produção e da qualidade, políticas de saúde do trabalhador; Iniciar o aluno na aplicação prática do método da análise ergonômica da atividade articulada a
processos de mudança e intervenção visando a sustentabilidade dos ambientes e processos de
produção.
Justificativa:
A sustentabilidade sócio ambiental requer uma atenção especial sobre o modo de trabalhar nos
ambientes e processos produtivos. Trata-se de disciplina básica que busca colocar a
centralidade do trabalho humano como determinação social dos riscos na sociedade atual. A
corrente da ergonomia da atividade também conhecida como corrente da ergonomia francobelga, enxerga o trabalho humano de forma ampla e sistêmica alcançando os aspectos
sociotécnicos. Ela embasa os alunos para a construção de um olhar a partir da atividade real
(abordagem de baixo para cima) que não se restrinja à visão normativa do trabalho prescrito ou
da visão fragmentada dos fatores de risco que não levam em conta a atividade. A disciplina traz
subsídios para a atuação de profissionais nas ações de vigilância, gestão e promoção da saúde
do trabalhador na perspectiva da sustentabilidade do processo produtivo.
Conteúdo:
Ergonomia da atividade e outras abordagens da ergonomia. Organização do trabalho e
ergonomia. A reengenharia e a intensificação do trabalho. Trabalho tarefa e atividade.
Diferenças entre o trabalho prescrito e real. Norma e atividade, diferentes lógicas e diferentes
olhares. Trabalho habitual, variabilidade e regulação na atividade cotidiana. Papel do
trabalhador como agente de confiabilidade e regulador dos riscos. Trabalho, saúde/ e
produção. Trabalho e sofrimento mental. Trabalho e Acidentes. Metodologia da análise
ergonômica da atividade, como suporte para a vigilância e intervenção. Abordagens
complementares: Análise Coletiva do Trabalho e Clinica da atividade. Reprojeto da situação de
trabalho e intervenção formativa (Laboratório de Mudanças). Estudos de casos. Exercícios
práticos de análise dos ambientes e processos de trabalho. Apresentação e discussão das
observações e intervenções realizadas pelos alunos.
Bibliografia:
1. Assunção AA, Lima FPA. A Contribuição da Ergonomia para a Identificação, Redução e
Eliminação da Nocividade do Trabalho. in Mendes R. A Patologia do Trabalho. Ed. Atheneu. BH.
2002 p 1767-1789.
2. Cardoso de Oliveira R. O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir, escrever. Cap.1. do Livro O
trabalho do antropólogo (mesmo autor) UNESP. São Paulo. 2000.
3. Clot Y. A função psicológica do Trabalho. Petrópolis: Vozes, 2006.
4. Clot Y. Trabalho e poder de agir. Fabrefactum. 2010,368p.
5. Daniellou F, Simard M, Boissières I (2010). Facteurs humains et organisationnels de la
sécurité industrielle: un état d’art. Cahiers de la sécurité industrielle. Toulouse, FonCSI, 134 p.
6. Daniellou F, Laville A, Teiger C. Ficção e realidade do trabalho operário. Revista Brasileira de
saúde Ocupacional. Nº 68. VOL.17, FUNDACENTRO, 1989 p.7-13.
7. Falzon P(editor). Ergonomia. São Paulo (SP): Editora Blucher; 2007.
8. Ferreira LL Análise Coletiva do Trabalho – Revista Brasileira de Saúde Ocupacional.
Fundacentro SP, nº 78 – vol. 21 abril/jun (p. 7-19), 1993.
9. Ferreira, LL. Dois estudos sobre o trabalho dos petroleiros. Belo Horizonte. Produção, vol.6,
nº 1, p. 7-32. 1996.
10. Ferreira LL A intensificação do Trabalho ou é proibido vascilar, in Duarte, F (org) “Ergonomia
e Projeto na Ind. De Processo Contínuo” Ed. Lucerna – COPPE, RJ 2001. P.268-280.
11. Guérin F. et al. Compreender o Trabalho para Transforma-lo. São Paulo. 2ª Ed. Edgard
Blucher, 2004.
12. Grandjean E. Manual de Ergonomia. Adaptando o Trabalho ao Homem. Bookman, Porto
Alegre. 4ª Ed. 1998.
13. Le Guillant. A Neurose das Telefonistas (A Síndrome da fadiga Nervosa) (Artigo publicado na
revista "La presse Medicale, 1956. nº 13. p.274-277 - tradução Denise Monetti e Leda Leal
Ferreira. Fundacentro.
14. Lima MEA, Araujo JNG; Lima FPA.(Orgs). LER: Dimensões Ergonômicas e Psicológicas.
Editora HEALTH. 2ª Ed. Belo Horizonte, 1998.
15. Lima MEA. Os Equívocos da Excelência. As novas formas de sedução na empresa.Rio de
Janeiro: Ed. Vozes, 1996, 357p.
16. Minayo Gomez C; Machado JMH, Pena PGL (org) Saúde do Trabalhador na Sociedade
Brasileira Contemporânea. Fiocruz 2011.
17. Ministério Do Trabalho E Emprego. Manual de aplicação da Norma Regulamentadora 17 –
(ergonomia). Brasília 2002.
18. Ministério Da Saude: LER/DORT. Norma Técnica nº 103, MAENO, M. et all Brasília, 2001
36p.
19. Querol MP; Jackson Filho JM, Cassagrande MP, Change Laboratory: Uma Proposta
Metodológica Para Pesquisa E Desenvolvimento Da Aprendizagem Organizacional.
Administração: Ensino e Pesquisa • Rio de Janeiro • v. 12 • n. 4 • p. 609-640 • Out/Nov/Dez
2011.
20. Vilela RAG, Silva RC, Jackson Filho, JM. Poder de Agir e sofrimento: o caso dos agentes
comunitários de saúde de uma unidade de saúde da família de Piracicaba - SP. Revista Brasileira
de Saúde Ocupacional, v. 35, p. 289-302, 2010.
21. Wisner A. A inteligência no Trabalho: textos selecionados de ergonomia. São Paulo. Ed.
FUNDACENTRO. 1993.
22. Wisner A. Por dentro do Trabalho – Ergonomia: Métodos e Técnicas. São Paulo. Ed.
OBORÉ/FTD. 1987.
Bibliografia complementar
Assunção AA. Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho. Ciênc. saúde
coletiva vol.8 no.4 São Paulo 2003
FERREIRA, LL A intensificação do Trabalho ou é proibido vascilar, in DUARTE, F (org) “Ergonomia e
Projeto na Ind. De Processo Contínuo” Ed. Lucerna – COPPE, RJ 2001. P.268-280.
FERREIRA LL et all A contribuição da Ergonomia in ROCHA,LE; RIGOTTO, RM; BUSCHINELLI,
JT(orgs) Isto é Trabalho de Gente? p.215-231. Ed. Petrópolis, 1994
Gounet, T. Fordismo e Toyotismo na civilização do automóvel. Boitempo Ed. Campinas. 1999
Lima FPA Norma e atividade humana: modelos dinâmicos da prescrição e historicidade das
situações de trabalho. Trabalho e abordagem pluridisciplinar: estudos Brasil, França e Argentina.
DIEESE/CESIT (Orgs.). São Paulo (DIEESE) e Campinas (CESIT): 2005. pp. 51-68
LIMA, MEA. Os Equívocos da Excelência. As novas formas de sedução na empresa.Rio de Janeiro:
Ed. Vozes, 1996, 357p.
LLORY, M. Acidentes Industriais o Custo do Silêncio. Rio de Janeiro: Editora MultiMais. 1999,
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO Manual de aplicação da Norma Regulamentadora 17 –
(ergonomia). Brasília 2002
SIMONI, M. VIDAL M. A intensificação planejada do trabalho operário –Eng. De Produção da
Coppe – RJ. http://www.gente.ufrj.br/artigotitulo.htm
Vilela RAG, Almeida IM, Mendes RWB. Da vigilância para prevenção de acidentes de trabalho:
contribuição da ergonomia da atividade. Ciênc. saúde coletiva vol.17 no.10 Rio de
Janeiro Oct. 2012
Vilela et al. Work Ergonomic Analysis and Change Laboratory: Similarities and Complementarities Between
Interventionist Methods. In: T. Ahram; W. Karwowski; T. Marek.. (Org.). Proceedings of the 5th
International Conference on Applied Human Factors and Ergonomics AHFE 2014. 1ed.Kraków, Poland:
Kraków, 2014, v. 1, p. 400-412.
Forma de avaliação:
Avaliação a partir de atividade prática em casos a serem apresentados pelos alunos; frequência
dos alunos e participação em seminários.
Observação:
Metodologia: a exposição dos conceitos será acompanhada de apresentação de casos pelos
professores e casos oriundos da experiência dos alunos, os quais serão desenvolvidos durante a
disciplina.
HSA5766 - 1Tipo: POS
Planejamento e cronograma proposto para 2015 – 09 encontros de 4:00 hs – de 3/3 - 12/5 de
2015 – terças feiras das 13:00-17:00hs
DATA
1ª
3/3
2ª
17/3
3ª
24/3
Conteúdo programático (tópicos e bibliografia)
a. Apresentação dos alunos e professores. O que espera da disciplina?? Por que escolheram a
ergonomia ?
b. Apresentação do Plano e Organização da Disciplina (bibliografia, visita e trabalho prático,
seminários)
c. Introdução sobre o trabalho e a saúde. Debate do vídeo carne e osso e ou do Frentista (Marçal)
Seminário 1. Tema trabalho e saúde
a) Assunção AA, Lima FPA. A Contribuição da Ergonomia para a Identificação, Redução e
Eliminação da Nocividade do Trabalho in Mendes R. A Patologia do Trabalho. Ed. Atheneu. BH.
2002 p 1767-1789. (Xerox / Biblioteca)
b) A formação em ergonomia: reflexões sobre algumas experiências de ensino da metodologia da
AET. Lima F.P.A., p.133-149. In Kiefer C. et al, Trabalho educação Saúde, um mosaico em
múltiplos tons. FUNDACENTRO, 2001 disponível no site da Fundacentro:
http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/bibliotecadigital/publicacao/detalhe/2012/7/trabalho-educacao-saude-um-mosaico-em-multiplos-tons
c) Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho Ciênc. saúde coletiva vol.8 no.
4 São Paulo 2003 Ada Assunção:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232003000400022
Alunos:
A metodologia da Análise Ergonômica do Trabalho AET 1
Princípios, conceitos e Pressupostos da AET - Marçal
a) Norma e atividade humana: modelos dinâmicos da prescrição e historicidade das situações de
trabalho, Lima FPA. Publicado em Trabalho e abordagem pluridisciplinar: estudos Brasil, França e
Argentina. DIEESE/CESIT (Orgs.). São Paulo (DIEESE) e Campinas (CESIT): 2005. pp. 51-68 – leitura
obrigatória com discussão com alunos.
Link: http://www.forumat.net.br/at/sites/default//arqpaginas/norma_e_atividade_francisco_lima.pdf
b) Metodologia da Ação ergonômica: abordagens do trabalho real. Daniellou F.; Beguin, P.(pag 281303). In Falzon, A ergonomia. Editora Blucher, 2007. Xerox

4ª
30/3
Instruções e dúvidas sobre as observações de campo por parte dos alunos.
Ilustração Vídeo Aeroporto de SP
https://www.youtube.com/watch?v=aDuTxpXI22E#t=12
Seminário 2 – Organização da produção e intensificação Do Trabalho (Coordenação Frida)
a) Gounet, T. Fordismo e Toyotismo na civilização do automóvel. Boitempo Ed. Campinas. 1999 (livro
Xerox) ou pdf
b) A intensificação do Trabalho ou é proibido Vacilar – Ferreira LL in Duarte F (org) Ergonomia e Projeto
na indústria de Processo Contínuo. COPPE/ UFRJ Ed. Lucerna, Rj 2001. (Xerox)
c) Predomínio da gestão e violência simbólica. Metxger J.L et al. RBSO, vol 37, n. 126, 2012.:
http://www.scielo.br/pdf/rbso/v37n126/a05v37n126.pdf
Alunos:
5ª
7/4
6ª
14/4
7ª
28/4
8ª
5/5
9ª
12/5
Do Diagnóstico à intervenção (Marçal)
Exposição dialogada.
Texto base: Metodologia da Ação ergonômica: abordagens do trabalho real. Daniellou F.; Beguin,
P.(pag 281-303). In Falzon, A ergonomia. Editora Blucher, 2007. Xerox
 Caso das Merendeiras (Mara?)
 Instruções e dúvidas sobre as observações de campo por parte dos alunos.
Seminário 3 - Trabalho e Acidentes. A contribuição da ergonomia da atividade (coordenação Rodolfo)
a) Texto: prefácio de Gérard Mendel. Llory o custo do silêncio – Michel Llory
Link: http://www.forumat.net.br/at/sites/default//arqpaginas/prefacio_livro_custo_do_silencio_g._mendel.pdf
b) Artigo: Vilela et al. Da vigilância para prevenção de acidentes de trabalho: contribuição da
ergonomia da atividade. Ciênc. saúde coletiva vol.17 no.10; Rio de Janeiro Oct. 2012 link:
http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n10/29.pdf
c) Accident investigation: From searching direct causes to finding in-depth causes – Problem of
analysis or/and of analyst? Dien Y, Dechy N, Guillaume E. Safety Science 50 (2012) 1398–1407.
Acesso: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0925753511003237
 Alunos:
Seminário 4. Trabalho e sofrimento mental.
a) Aproximações da Ergonomia no estudo das exigências afetivas das tarefas. Assunção A.A.; Lima F.P.A.
In Glina D.M.R., Rocha L.E. , Saúde mental no trabalho. Roca, 2010.(Xerox )
b) Entrevista: Yves Clot com Leni Sato. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 2006, vol. 9, n. 2, pp.
99-107
Acesso: http://www.revistas.usp.br/cpst/article/viewFile/25969/27700
c) Vilela RAG, Silva RC, Jackson Filho, JM. Poder de Agir e sofrimento: o caso dos agentes comunitários
de saúde de uma unidade de saúde da família de Piracicaba - SP. Revista Brasileira de Saúde
Ocupacional, v. 35, p. 289-302, 2010.
http://www.scielo.br/pdf/rbso/v35n122/a11v35n122.pdf
 Alunos:
Do diagnóstico à intervenção: Laboratório de Mudança
Querol MP; Jackson Filho JM, Cassandre MP. Change Laboratory: Uma Proposta Metodológica Para
Pesquisa E Desenvolvimento Da Aprendizagem Organizacional. Administração: Ensino e Pesquisa •
Rio de Janeiro • v. 12 • n. 4 • p. 609-640 • Out/Nov/Dez 2011. Acesso:
http://old.angrad.org.br/_resources/_circuits/article/article_993.pdf
 Dúvidas sobre os trabalhos de campo
Alunos apresentam casos de observação do trabalho (6 slides em ppt./aluno) preferencialmente
relacionados ao objeto de sua pesquisa/ atuação profissional.
Tópicos a serem contemplados na observação:
 Identificar o problema; descrever a organização da empresa / serviço; observar e
descrever o trabalho (o que faz, como faz, com quem, quando, com o que, em que
tempo); hipótese inicial das dificuldades.
 Finalização e Avaliação do curso
 Avaliação e comentários sobre a disciplina

Vídeo carne e osso – Link do Yoube
https://www.youtube.com/watch?v=A2gXYuUQ8zs

Vídeo Linha de corte (cana de açúcar):
https://www.youtube.com/watch?v=JFLM8oZNII4
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Sigla: HSA5766 - 1Tipo: POS Nome: Ergonomia da Atividade