VIII Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar
PO - 04
MORRER FAZ SENTIDO? REFLETINDO SOBRE A MORTE E O MORRER COM
UM GRUPO DE RESIDENTES EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO *
Andréia Elisa Garcia de Oliveira**, Helena Bazanelli Prebianchi, Tatiana Slonczewski
Campinas/SP, Hospital e Maternidade Celso Pierro – PUC
Trata-se de uma pesquisa fenomenológica clínico-qualitativa que buscou compreender os sentidos e
significados atribuídos à questão da morte e morrer por um grupo de residentes das diferentes especialidades dos Programas de Residência Médica e Residência em Saúde do Hospital e Maternidade
Celso Pierro - PUCCAMP. O estudo foi desenvolvido pela psicóloga residente entre os meses de Março a
Maio de 2011. Sua concepção partiu do interesse da pesquisadora pelo tema e do reconhecimento das
dificuldades enfrentadas pelos colegas residentes para lidar com a questão da morte em seu cotidiano.
Foi proposta então, a realização de um grupo de reflexão sobre o tema, no qual participaram voluntariamente 13 (treze) residentes, mediante autorização de seus respectivos supervisores e assinatura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram realizados 8 (oito) encontros com duração
média de 90 minutos cada, no próprio hospital, configurando um grupo de reflexão multidisciplinar. Ao
final de cada encontro, os participantes e a pesquisadora elaboravam uma Versão de Sentido (conforme
proposto por Amatuzzi, 2001) com o objetivo de apreender significado e sentidos atribuídos ao vivido.
Nos primeiros encontros, a temática da morte, foi tratada mais concretamente pelos participantes, havendo ainda certo distanciamento subjetivo frente ao tema e uma preocupação com as expectativas e
contribuições de cada um ao grupo. Aos poucos, tanto a pesquisadora como os participantes puderam
experienciar um amadurecimento do vínculo na relação grupal e um maior envolvimento existencial com
o tema, para além dos aspectos meramente teóricos. Notou-se que o grupo de reflexão se constituiu
como tal, a partir da constatação do aprofundamento pessoal dos participantes frente à questão, da
observação das versões de sentido que mapearam esta transformação e ainda dos desdobramentos
destas reflexões que extrapolaram os limites dos encontros presenciais, estendendo-se para o cotidiano.
Como o aspecto reflexivo do vivido pôde ser apropriado pelos participantes, seu sentido transcendeu
o espaço-tempo formal do encontro proposto e até mesmo os muros do hospital. Conclui-se que falar
sobre morte, implica falar sobre vida e as percepções pessoais dos participantes sobre os fenômenos
que se lhes apresentam na complexidade do cenário hospitalar. Os resultados parciais apontam para a
relevância da abordagem deste tema entre os profissionais de saúde que estão dando seus primeiros
passos na carreira profissional.
Palavras-chave: Morte e morrer, grupos, pesquisa fenomenológica, equipe de saúde.
E-mail de contato: [email protected]
*O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da referida Universidade.
** Psicóloga residente do Programa de Residência em Saúde do Hospital e Maternidade Celso Pierro – PUC – Campinas.
4
Download

po / morrer faz sentido?