UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Terapia Ocupacional Fabiana Boyanoski Mura Letícia Gomes da Silva Nathália Cristina Santos Raymundo O RESGATE DA PSICOMOTRICIDADE FUNCIONAL ATRAVÉS DE ATIVIDADES PARA A INTELIGÊNCIA CINESTÉSICO-CORPORAL EM CRIANÇAS COM DÉFICITS PSICOMOTORES ENTRE 8 E 10 ANOS LINS SP 2007 FABIANA BOYANOSKI MURA LETÍCIA GOMES DA SILVA NATHÁLIA CRISTINA SANTOS RAYMUNDO O RESGATE DA PSICOMOTRICIDADE FUNCIONAL ATRAVÉS DE ATIVIDADES PARA A INTELIGÊNCIA CINESTÉSICO-CORPORAL EM CRIANÇAS COM DÉFICITS PSICOMOTORES ENTRE 8 E 10 ANOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Terapia Ocupacional sob a orientação dos Professores M.Sc. Renata Ferraz Prado Telles Medeiros e Esp. Jovira Maria Sarraceni. LINS - SP 2007 Mura, Fabiana Boyanoski; Silva, Letícia Gomes; Raymundo, Nathália Cristina Santos. O resgate da psicomotricidade funcional através de atividades M943r para inteligência cinestésico-corporal em crianças com déficits psicomotores entre 8 e 10 anos / Fabiana Boyanoski Mura; Letícia Gomes Silva; Nathália Cristina Santos Raymundo. - - Lins, 2007. 148p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Terapia Ocupacional, 2007 Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Renata Ferraz Prado Telles Medeiros 1. Psicomotricidade. 2. Inteligência Cinestésico-Coporal. 3. Terapia Ocupacional. CDU 615.851.3 FABIANA BOYANOSKI MURA LETÍCIA GOMES DA SILVA NATHÁLIA CRISTINA SANTOS RAYMUNDO O RESGATE DA PSICOMOTRICIDADE FUNCIONAL ATRAVÉS DE ATIVIDADES PARA A INTELIGÊNCIA CINESTÉSICO-CORPORAL EM CRIANÇAS COM DÉFICITS PSICOMOTORES ENTRE 8 A 10 ANOS Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Terapia Ocupacional. Aprovada em: ___/___/___ Banca Examinadora: Profª. Orientadora: Renata Ferraz Prado Telles Medeiros Titulação: Mestre em Distúrbio da Comunicação Humana pela Universidade de Marilia. Assinatura:____________________ 1° Prof. (a): _____________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: ____________________ 2° Prof. (a): _____________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura: ____________________ DEDICATÓRIA AO MEU PAI José Luiz Mura Pai dá conselho e encorajamento quando a gente precisa. Importa-se com as coisas que são importantes para a gente. Fica feliz com o nosso sucesso e felicidade. Agradeço Pai, pelos abraços, risos, alegrias a cada dia. Por tudo que você sempre fez. Um beijão. Fabiana A MINHA MÃE E MINHA IRMÃ Marisete e Heloísa (In Memoriam) Na vida, existem momentos em que você sente tanto a falta de alguém, que somente realizará seus sonhos evolvendo esse alguém firmemente em seus braços. Neste instante abraço vocês em silêncio e deixo fluir esta emoção em misto de alegria e saudade. E por todo o tempo que eu ainda viver perpetuarei tua memória, pois tudo o que me ensinastes é a base de todo este meu trabalho. A presença de vocês se fará sentir, pois sou a continuidade de seu brilho. O que sinto é um sentimento para sempre, um tipo de Eterno Amor, vocês são insubstituíveis Fabiana AO MEU IRMÃO Vinícius Vï valeu por acreditar sempre em mim, me apoiar intensamente nas minhas decisões e puxar minha orelha quando necessário.Você é uma pessoa de valor inestimável, um irmão especialmente maravilhoso. Amo você incondicionalmente... Fabiana AO MEU AVÔ E MINHA AVÓ Nossos vôvuchos e vóvuchas são feitos sob medida pra gente se enroscar neles. Eles são quentinhos, cheirosos e sabem como ninguém nos apreciar pelo que somos. Eles nos aceitam e nos amam de forma incondicionalmente. Amo muito vocês. Fabiana AO ANDRÉ Pega pra criar!? ... você pego mesmo hemmmm...Dedico esta conquista a você que esteve ao meu lado nas horas que chorei e nas horas que sorri, nas horas que me lamentei e nas horas que de uma forma ou de outra demonstrei total alegria por estar perto de você. Agradeço pelo sorriso diário, sem mágoas nem rancores. Hoje agradeço porque, você fez , faz e fará sempre parte de minha história e a Deus por ter mandado esse anjo cuidar de mim e me amar! Você é maravilhoso um super mega power beijão de sua pequena. Fabiana AS MINHAS COMPANHEIRAS DE MONOGRAFIA LÊ E NÁ Isso tudo não seria possível se nos não estivéssemos juntas... LÊ As pessoas entram em nossa vida, por acaso. Mas não é por acaso que elas permanecem. Sou eternamente grata por nossa amizade, você é muito especial. Ná Esse ano não foi fácil, muitos obstáculos foram vencidos e mais uma vez vencemos.Adoro você. Fabiana Aos meus pais Gentil e Sueli Primeiro de tudo quero dizer que amo muito vocês, que foram minhas pernas quando eu não podia andar, meus olhos quando não podia enxergar, minha boca quando não podia falar... Obrigada pela vida, pela atenção, por me fazer enxergar a verdade, a aceitar o que sou e buscar meus objetivos. Principalmente OBRIGADA por ter me dado à oportunidade de ser um pedacinho de vocês e por acreditarem no meu sonho. LETÍCIA A minha irmã Larissa Obrigado por estar sempre do meu lado, aceitando meus defeitos e me ajudando. Você é muito importante na minha vida. Amo você.... LETÍCIA Aos meus familiares em especial a tia Tutu Obrigado por compartilharem dos meus ideais. Esta vitória dedico a vocês que são tão importantes na minha vida e que mesmo de longe se faziam presente torcendo e rezando por mim. LETÍCIA Ao Eduardo Obrigado pelo companheirismo, incentivo e acima de tudo por acreditar em mim. Você faz parte da minha história. LETÍCIA As minhas amigas e companheiras de rep Tati e Tha Um dia bem próximo iremos nos separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrima. A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vocês são as irmãs que eu escolhi jamais vou esquecer o que vivemos juntas. Amo vocês.... Obrigado por tudo... LETÍCIA As meninas da sala Amandinha, Lari, Jéssica, Carol, Ná, Keli, Cléo e Maria Obrigado pelo companheirismo e risadas. Vocês são muito especiais... Tudo que posso dizer a vocês é que VALEU A PENA. Adoro vocês! LETÍCIA A minha amiga e parceira de monografia Fabiana É amiga não nos conhecemos por acaso, tenho certeza que nossa amizade vai ser para sempre. Quantas coisas você agüentou do meu lado, quantos conselhos dados... Agradeço-te por tudo. Passamos por chuvas e tempestades, mas agora vem a abonança, aqui esta a vitória que juntas conquistamos. Amo você!! LETÍCIA A minha parceira de monografia Nathália Ná nos conhecemos tão pouco e tivemos a coragem de nos juntar tenho certeza que não foi por acaso Deus coloca as pessoas em nossas vidas sem sabermos o porque e você foi uma delas. Sabemos que não foi fácil realizar este trabalho precisamos escutar coisas que não merecíamos e falar muitas vezes. Aqui está à vitória que juntas conquistamos.. você é especial. LETÍCIA AOS MEUS PAIS (JÂNIO E FÁTIMA). Sinto-me tão envaidecida de vós,de vosso exemplo e esforço,que talvez não saiba exprimir em palavras o especial carinho,amor sincero e a gratidão que vós dedico.divide,pois,conosco os méritos dessa conquista,porque ela vos pertence,ela é tão vossa quanto nossa.Obrigada pelo amor e confiança que tiveram em mim.Só enquanto eu respirar vou me lembrar de vocês..amo muito vocês meus amores! Nathália AO MEU IRMÃO FERNANDO. O mundo seria perfeito se: todo dia fosse sábado, se toda noite tivesse festa, se toda cidade tivesse praia, se todo mar fizesse onda, se toda estação fosse verão, se toda música nos fizesse refletir, se todo céu tivesse estrelas, se todo feriado fosse carnaval e se todas pessoas fosse abençoadas por DEUS em ter uma irmão assim como você...amigo fiel,companheiro. Gratidão, carinho e afinidade são presentes de Deus! Amo você! Nathália AS MINHAS AMIGAS CAROL,ELISSA,ROBERTA E quando o dia não passar de um retrato, colorindo de saudade no meu quarto, só aí vou ter certeza de fato que eu fui feliz...O que vai ficar na minha memória são os laços invisíveis que havia, as cores, figuras, motivos, companheirismo, puxões de orelhas, o sol,a lua, histórias, bebedeiras,sorrisos,lagrimas,festas,noites em claro,bagunças...afeto e cumplicidade...Vocês foram meus olhos quando eu não queria enxergar; foram meus ouvidos quando não conseguia escutar; foram minha boca quando não podia falar; foram minhas mãos quando não sabia agir; foram meu coração quando não transmitia emoções; foram e sempre serão minha essência. Vocês são responsáveis por muito do que fui, sou e serei...AMO DEMAIS VOCEIS AMIGAS LINDAS E VERDADERAS. Nathália AOS MEUS AMIGOS DE CONDOMÍNIO E AGREGADOS. Todo sentimento precisa de um passado pra existir, a amizade não. Ela cria como por encanto, um passado que nos cerca, ela nos dá a consciência de havermos vivido anos a fio com alguém que há pouco era quase um estranho, ela supre a falta de lembrança como uma espécie de mágica, valeu por tudo por terem me acolhido, sempre cuidando de mim com todo carinho, valeu pelas festas, por me acordar com as bagunças,com os risos,por me incentivar nas horas difíceis..por sempre dizer que sou capaz.Amo todos vocês, amigos verdadeiro nunca serão esquecidos. Nathália AS MINHAS PARCEIRAS FABIANA E LETICIA. A felicidade aparece para aqueles que choram, para aqueles que se machucam, para aqueles que buscam,lutam e tentam sempre, e principalmente para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas... VOCÊS FORAM MUITO IMPORTANTE NESSA FASE DA MINHA VIDA...ME AJUDARAM,SOUBERAM TER PACIÊNCIA E CALMA...EM TODOS OS MOMENTOS SENDO ELES BONS OU RUINS!!!!!OBRIGADA POR TUDO...SEMPRE VOU TER VOCÊIS DUAS NA MEMÓRIA E NO MEU CORACAO!!!!!!! Nathália AGRADECIMENTOS A Deus Tudo começou com um sonho, que se transformou em meta e virou um desafio. Hoje, mas do que nunca, compreendemos a existência de uma força maior. Sabemos que essa força nos ajudou a seguir por este caminho que chegou ao fim. Sabemos, também, que será esta mesma força que nos fará ir sempre em frente para qualquer caminho. Por Deus, que trouxe ao mundo a Lei do Amor, oferecemos nossas vidas e pedimos sua bênção para a nova jornada que se inicia. Fabiana, Letícia e Nathália A nossa orientadora e amiga Renata Nos momentos de mestre, o mais sincero dos amigos; nos momentos de amigo o mais leal dos mestres. Obrigado por deixar em nossas vidas a coragem e o conhecimento para seguirmos adiante. Fabiana, Letícia e Nathália A Jovira Obrigado a você que sempre com muita disponibilidade e atenção nos incentivou em toda essa jornada. Fabiana, Letícia e Nathália Aos funcionários da biblioteca Foram anos a nos encontrarmos nestes corredores e ao partirmos desta casa deixamos nossa saudade, gratidão e reconhecimento. A vocês que contribuíram para o nosso objetivo, o nosso muito obrigado. Fabiana, Letícia e Nathália Ao Carneiro Valeu pela paciência, disponibilidade e dedicação que você teve durante esses quatro anos, principalmente pela realização deste trabalho que se tornou uma consquista, também, sua. Fabiana, Letícia e Nathália A escola Décia de Lourdes Machado dos Santos Obrigado por abrirem as portas e acreditarem em nosso trabalho. Agradecemos o apoio que sempre nos foi dado. Fabiana, Letícia e Nathália As crianças A vocês que nos receberam com o sorriso no rosto, carinho e atenção o nosso muito obrigado. Este trabalho só existe porque vocês fizeram parte dele. Por isso dizemos sempre insista, persista, mas nunca desista porque um dia você conquista. Aqui esta o resultado de um sonho que dividimos... Vocês são mais que especiais. Fabiana, Letícia e Nathália RESUMO A psicomotricidade é uma ciência relativamente nova, sendo o homem seu objeto de estudo. Engloba outras áreas como as educacionais, pedagógicas e saúde. Na psicomotricidade trabalha-se a globalidade do indivíduo; estuda-se a implicação do corpo, a vivência corporal e a integração entre os objetos e meios para realizar uma atividade. A teoria das inteligências múltiplas, elaborada por Gardner, tem por finalidade, que cada ser humano possui sua inteligência comum; estabelece em si então, vários tipos de inteligências, sendo a cinestésico-corporal, relacionada ao desenvolvimento de brincadeiras que estimulem o esquema corporal, a coordenação motora global, fina e óculo-manual, equilíbrio dinâmico e estático, lateralidade e a orientação têmporo-espacial. A pesquisa descreve um trabalho de conclusão de curso, que visa a atuação da Terapia Ocupacional com 8 crianças, na faixa etária de 8 a 10 anos, de ambos os sexos, com déficits psicomotores caracterizados por dificuldades, comprovados através da avaliação da Adaptação do Exame de G. B. Soubiran, que permite verificar déficits específicos para posterior intervenção. Utiliza-se também a Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner que considera as pessoas capazes de desenvolver habilidades em diferentes áreas intelectuais. Foram utilizadas atividades referentes a Inteligência Cinestésico-Corporal, descrita por Gardner como a inteligência dos atletas, sendo a habilidade de solucionar problemas ou de elaborar produtos utilizando o corpo inteiro, ou parte dele. Após avaliação e intervenção, foram realizadas as reavaliações, onde constatou-se significante melhora em 6 casos dos 8 trabalhados. Dessa forma, 2 foram excluídos conforme proposta de pesquisa. Os 6 casos analisados apresentaram os seguintes índices de melhora: 1 - 57,87%, caso 2 - 55,20%, caso 5 - 42,11%, caso 6 - 47,37%, caso 7 - 42,10% e caso 8 - 42,11%. Tais resultados são mais visíveis nos seguintes itens: coordenação motora global, esquema corporal, lateralidade, orientação temporal e espacial. O trabalho propõe a utilização da específica avaliação, como também das atividades da teoria das inteligências cinestésico-corporal para tratar crianças com déficits psicomotores influenciando no processo de aprendizagem escolar. Palavras-chave: Psicomotricidade; Inteligências Cinestésico-Corporal; Terapia Ocupacional. ABSTRACT The psycomotricity is a relatively new science, being the man the its study s object, it involves others areas like educations, and health. In the psycho-coordination works the whole individual, studies the body s implication, corporal existence and the integration between the objects and the means to achieve and activity. The intelligence multiple s theory, prepared by Gardner, has for finality, that each human being has its commun intelligence; establises itself then, diverses typesof intelligence, being the corporal-cynestesic, related to deveopment of games that stimulate the corporal scheme, the global motor coordination, thin and manual-ocular, dymamic and static balance, laterality and the orientation special-temporo. The research describe a work of conclusion of curse, that aims the action of Occupactional Therapy with 8 children, in the middle age 8 to 10 years old, of both sex, with psychomotors deficits characterized by dificulties comproved through of evaluation of Examination s Adaptation of G. B. Soubiran, that allows to verify specific deficits to later intervention. Used also the Multiples Intelligence s Theory, of Howard Gardner that considers the people able of to develop abilities in differents intellectual areas. They were used regarding activities to Corporal-Cynestesic Intelligence, described by Gardner like the athlete s intelligence, being the ability to solve problems or to elaborate products using the whole body, or part it. Later evaluation and intervention were achieved the reavalutions, where constated significant improve in 6 cases of 8 worhers. In this way, 2 were excluded according to research s propose. The 6 analyzed cases present the following indexes of improve: 1 case - 57, 87%, 2 case - 55,20%, 5 case - 42,11%, 6 case 47,37%, 7 case 42,10% and 8 case 42,11%. Such results are more visible in the items following: global motor coordination, corporal scheme, laterality, special and temporal orientation. The work proposes the utilization of evaluation specific like also of theory s activities of corporal-cynestesic intelligences to treat children with psychomotors deficits influencing in the process of school learning. Key-words: Psycho-coordination; Mental-body Intelligence; Occupied Therapy. LISTA DE QUADROS Quadro 1: Quadro dos resultados da avaliação de Soubiran, pré-intervenção dos casos..........................................................................................87 Quadro 2: Quadro dos atendimentos.................................................................89 Quadro 3: Quadro dos resultados da reavaliação de Soubiran, pós-intervenção dos casos..........................................................................................93 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS E.E. = Equilíbrio estático E.D. = Equilíbrio dinâmico C.M.G. = Coordenação motora global C.M.F. = Coordenação motora fina C.O.M. = Coordenação óculo-manual P.A. = Percepção auditiva P.V. = Percepção visual R.A. = Recepção auditiva R.V. = Recepção visual O.E. = Orientação espacial E.C. = Esquema corporal S.T. = Sensibilidade tátil C.C. = Cinestésico-corporal I.M. = Inteligências Múltiplas N/P = Número de participantes Q.I. = Quociente de inteligência SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................. CAPÍTULO I 15 CONCEITOS FUNCIONAIS DA PSICOMOTRICIDADE 1 CONCEITO......................................................................................... 17 1.1 Coordenação motora global............................................................... 19 1.2 Coordenação motora fina................................................................... 20 1.3 Postura............................................................................................... 22 1.4 Tônus.................................................................................................. 22 1.5 Equilíbrio............................................................................................. 24 1.5.1 Equilíbrio dinâmico............................................................................. 25 1.5.2 Equilíbrio estático............................................................................... 26 1.6 Esquema corporal.............................................................................. 27 1.7 Lateralidade........................................................................................ 30 1.7.1 Dominância lateral.............................................................................. 31 1.8 Relaxamento...................................................................................... 32 1.9 Orientação espacial............................................................................ 33 1.10 Orientação temporal........................................................................... 36 1.10.1 Ritmo.................................................................................................. 38 1.11 Estruturação espaço-temporal........................................................... 39 1.12 Percepções......................................................................................... 40 1.12.1 Percepção auditiva............................................................................. 41 1.12.2 Percepção visual............................................................................... 42 1.12.2.1 Figura-fundo.................................................................................... 44 1.12.2.2 Constância perceptiva..................................................................... 45 1.12.3 Percepção tátil................................................................................... 47 1.12.4 Percepção olfativa............................................................................. 48 1.12.5 Percepção gustativa.......................................................................... 48 CAPÍTULO II INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS 2 CONCEITO......................................................................................... 50 2.1 As inteligências múltiplas................................................................... 56 2.1.1 Inteligência lógico-matemática........................................................... 56 2.1.2 Inteligência lingüística........................................................................ 58 2.1.3 Inteligência musical............................................................................ 60 2.1.4 Inteligência espacial........................................................................... 61 2.1.5 Inteligência interpessoal..................................................................... 63 2.1.6 Inteligência intrapessoal..................................................................... 64 2.1.7 Inteligência naturalista........................................................................ 66 2.1.8 Inteligência cinestésico-corporal........................................................ 67 2.1.8.1 Estratégias para estimular a inteligência cinestésico-corporal......... 70 2.1.8.1.1 A ação coordenada dos movimentos como veículo para se pesquisar temas e conteúdos diferentes...................................................... 70 2.1.8.1.2 A dança como ferramenta educativa............................................. 70 2.1.8.1.3 O tato como experiência para a compreensão da hipótese........... 70 2.1.8.1.4 A mímica pode deixar de ser apenas experiência lúdica e transformar-se em recurso pedagógico........................................................ 2.1.8.1.5 Experiências olfativas ou exercícios que aprimoram 71 a sensibilidade do paladar constituem também recursos pedagógicos........... 71 2.1.8.1.6 A teatralização é também uma forma de estudo e de aprendizagem............................................................................................... 71 2.1.8.1.7 Os movimentos como reforço da comunicação verbal.................. 72 2.1.8.1.8 Atividades do tipo caça ao tesouro como estimulo a compreensão significativa............................................................................. 72 2.1.8.1.9 Caminhando e aprendendo............................................................ 72 2.1.8.1.10 Questionário gestual.................................................................... CAPÍTULO III 73 MÉTODO E AVALIAÇÃO PSICOMOTORA 3 ADAPTAÇÃO DO EXAME MOTOR DE G. B. SOUBIRAN.............. 74 3.1 Teoria de Soubiran............................................................................. 75 CAPÍTULO IV A PESQUISA 4 INTRODUÇÃO................................................................................... 79 4.1 Característica do local da pesquisa.................................................... 79 4.2 Métodos e técnicas utilizadas............................................................. 80 4.3 Técnicas............................................................................................. 4.4 Casos em estudo................................................................................ 81 80 4.4.1 Anamnese dos casos......................................................................... 81 4.4.1.1 Caso 1............................................................................................... 81 4.4.1.2 Caso 2 .............................................................................................. 82 4.4.1.3 Caso 3............................................................................................... 82 4.4.1.4 Caso 4............................................................................................... 83 4.4.1.5 Caso 5............................................................................................... 84 4.4.1.6 Caso 6............................................................................................... 85 4.4.1.7 Caso 7............................................................................................... 85 4.4.1.8 Caso 8............................................................................................... 86 4.5 Quadro dos resultados da Avaliação de Soubiran pré-intervenção dos casos........................................................................................... 87 4.6 Quadro dos atendimentos.................................................................. 89 4.7 Quadro dos resultados da Avaliação de Soubiran pós-intervenção dos casos........................................................................................... 94 Resultado dos casos.......................................................................... 96 4.8.1 Caso 1................................................................................................ 96 4.8.2 Caso 2................................................................................................ 96 4.8.3 Caso 3................................................................................................ 96 4.8.4 Caso 4................................................................................................ 97 4.8.5 Caso 5................................................................................................ 97 4.8.6 Caso 6................................................................................................ 97 4.8.7 Caso 7................................................................................................ 97 4.8.8 Caso 8................................................................................................ 98 4.8 4.9 A palavra dos profissionais................................................................. 98 4.9.1 A palavra do diretor da escola............................................................ 98 4.9.2 A palavra do coordenador pedagógico............................................... 99 4.9.3 A palavra do professor....................................................................... 100 4.9.4 A palavra do professor de educação física........................................ 101 4.9.5 A palavra do terapeuta ocupacional................................................... 102 4.10 Discussão........................................................................................... 103 4.11 Conclusão sobre a pesquisa.............................................................. 104 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................................................. 106 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 107 REFERÊNCIAS............................................................................................. 108 APÊNDICES................................................................................................. 113 ANEXOS....................................................................................................... 139 15 INTRODUÇÃO A psicomotricidade é necessária tanto para prevenção e tratamento das dificuldades, quanto à exploração do potencial ativo de cada um. É um conjunto de conhecimentos quanto aos aspectos motor, intelectual e expressivo do sujeito. A psicomotricidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem, através do seu corpo em movimento e, em relação ao mundo interno e externo. Atualmente, crianças em processo de aprendizagem escolar, vêm apresentando inúmeras dificuldades, que afloram no seu cotidiano, criandolhes vários problemas quanto as expectativas dos pais e dos profissionais. Sendo a psicomotricidade e seus conceitos funcionais como: esquema corporal; equilíbrio estático e dinâmico; coordenação motora global, fina e óculo-manual; orientação têmporo-espacial e lateralidade, pré-requisitos indispensáveis para um satisfatório desempenho escolar, acredita-se que os mesmos devam ser investigados. A teoria das Inteligências Múltiplas sugere que toda pessoa desenvolve diversas habilidades, sendo a inteligência cinestésico-corporal responsável por resolver, problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo, demonstrando também grande habilidade atlética e uma coordenação apurada. Sabendo de sua importância para tal processo, buscou-se a utilização de um método e técnica para a realização desta pesquisa. O presente trabalho tem por objetivo verificar possíveis melhoras em crianças com déficits psicomotores, através da aplicabilidade de atividades da inteligência cinestésico-corporal. O estudo descreve o trabalho realizado por um terapeuta ocupacional e 8 crianças com déficits psicomotores, evidenciados através da avaliação, intervenção e posterior reavaliação. Parte do questionamento: seria o terapeuta ocupacional um profissional preparado para trabalhar com crianças com déficits psicomotores, utilizando a 16 teoria da inteligência cinestésico-corporal, como tentativa de resgate para tais déficits? A hipótese que direciona a pesquisa, enfatiza a terapia ocupacional, utilizando atividades relacionadas a inteligência cinestésico-corporal, que poderia intervir, influenciando e favorecendo seu desenvolvimento nos déficits psicomotores. O trabalho está assim dividido: Capítulo I e II apresentam literatura pertinente ao objetivo do trabalho, realizando revisão bibliográfica sobre os conceitos funcionais da psicomotricidade e inteligências múltiplas. Capítulo III enfatiza o método da avaliação psicomotora. Capítulo IV descreve a pesquisa, analisando, intervindo, acompanhando e descrevendo os estudos de caso pré e pós intervenção. Finalizando, seguem-se a proposta de intervenção e considerações finais. 17 CAPÍTULO I CONCEITOS FUNCIONAIS DA PSICOMOTRICIDADE 1 CONCEITO A educação psicomotora é indispensável a toda criança, sendo assim considerada uma formação de base que, segundo José; Coelho (1997, p.108), possui dupla finalidade: assegurar o desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a se expandir e equilibrar-se através do intercambio com o ambiente humano . Le Bouch (apud JOSÉ; COELHO, 1997) menciona que a prática da educação psicomotora auxilia a criança a obter uma imagem do corpo operário, a partir do qual poderá exercer sua disponibilidade. Esses ganhos passam pelos vários estágios da evolução psicomotora. José; Coelho (1997, p.108) definem psicomotricidade como a educação do movimento com atuação sobre o intelecto, numa relação entre pensamento e ação, englobando funções neurofisiológicas e psíquicas . A criança expressa, através de seus comportamentos físicos, suas dificuldades intelectuais e emocionais. Dessa forma, a psicomotricidade é o estudo do corpo e da mente e possui várias técnicas para se trabalhar o corpo, relacionando-o com a afetividade, o pensamento e o nível de inteligência. Estimular o desenvolvimento psicomotor na criança é fundamental para que ela adquira consciência de seus movimentos corporais integrados a emoção e expressos por esses movimentos. A psicomotricidade é necessária tanto para a prevenção e tratamento das dificuldades, quanto para a exploração do potencial ativo de cada um. Barreto (2000) acredita que um desenvolvimento psicomotor adequado favorece e é favorecido pelos seguintes itens: expressividade, dominância lateral, orientação espaço-temporal, bom ritmo, boa tonicidade, boa coordenação geral, boa coordenação fina e refinada, boa estruturação do 18 esquema corporal e da imagem corporal. Segundo Costallat (2000) a psicomotricidade é compreendida como a integração superior da motricidade, resultado de uma relação inteligível entre a criança e o meio, e instrumento privilegiado através do qual a consciência se forma e se materializa. A psicomotricidade é um conjunto de conhecimento que envolve a tripolaridade do homem, ou seja, os aspectos cognitivos (intelectuais), afetivos (emocionais) e orgânicos (motores). A psicomotricidade estuda o homem nas suas relações com o corpo em movimento, dessa forma a intervenção psicomotora dá-se em âmbito global. Um objetivo primordial da psicomotricidade é trabalhar para educar e reeducar o indivíduo, que apresenta distúrbios expressos através de perturbações psicomotoras, debilidades motoras e inabilidade, atrasos psicomotores, instabilidade psicomotora, inibição psicomotora, diminuição, hipercontrole e retenção. Assim a psicomotricidade tem por objetivo trabalhar o indivíduo com toda sua história de vida, social, política e econômica. Alves (2004, p. 20) diz que a psicomotricidade é o corpo, ação e emoção . Psicomotricidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo da relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção, atende a todas as áreas que trabalham com o corpo e com a mente do ser humano, assim como a psicologia (ALVES, 2004, p.52). O desenvolvimento psicomotor acontece em um processo conjunto de todos os aspectos: motor, intelectual e expressivo que constituem o sujeito. Psicomotricidade é a área que se ocupa do corpo em movimento, une o indivíduo ao mundo, dá-lhe marcas necessárias para que se constitua como sujeito. A psicomotricidade vem recebendo influências de outras ciências, como a psiquiatria, a psicanálise, a pedagogia, a psicologia, a neurologia e a educação física, com a finalidade de educar e reeducar o seu total, ou seja, o ser que pensa o ser que se comunica. A psicomotricidade é uma ciência que tem como objeto de estudo o homem, por meio do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas 19 possibilidades de perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionado ao processo de maturação do corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE apud ALMEIDA, 2006, p.171). A imagem corporal representa um equilíbrio entre as funções psicomotoras e a sua maturidade. Ela corresponde a um conjunto funcional cuja finalidade é favorecer o desenvolvimento. A criança depende do meio em que vive e é através das relações humanas com o outro, que ela se descobre e constrói, gradativamente, sua personalidade. A psicomotricidade funcional tem por finalidade educar sistematicamente as diferentes condutas motoras, permitindo assim, uma maior integração social e escolar. As condutas funcionais referem-se aquelas cuja ação, qualidade e mensuração são possíveis de ser percebidos e que conjuntamente formam a integralidade motora do ser humano num espaço e num tempo enquadrado (BUENO, 1998, p.51). 1.1 Coordenação Motora Global A coordenação motora global refere-se ao movimento dos grandes músculos e está ligada ao equilíbrio postural do indivíduo, que por sua vez depende das sensações proprioceptivas cinestésicas e labirínticas. Oliveira (1997) enfatiza que através da experimentação dos movimentos, o indivíduo procura seu eixo corporal e, assim, aperfeiçoa seu equilíbrio. Como conseqüência, vai coordenando seus movimentos e assim se conscientizando de seu corpo e de suas posturas. Todo esse processo mostra que quanto maior o equilíbrio, mais econômica será a atividade do sujeito e mais coordenadas serão suas ações. A coordenação global e a experimentação levam a criança a alcançar a dissociação de movimentos, ou seja, a criança passa a ter capacidade de realizar múltiplos movimentos ao mesmo tempo. 20 Coordenação motora global refere-se ao controle de movimentos amplos do nosso corpo. É a atividade dos grandes músculos que vai apurar os movimentos dos membros superiores e inferiores. Segundo Alves (apud BUENO, 1998) para que ocorra a coordenação motora global, é necessário que haja uma harmonia de grupos musculares colocados em movimento ou em repouso. Para Bueno (1998) a coordenação motora global apresenta-se sob dois aspectos: coordenação estática que acontece em repouso e é resultado do equilíbrio dos grupos musculares antagonistas e a coordenação dinâmica que é a ação simultânea de diferentes grupos musculares. A dissociação de movimento está diretamente relacionada à coordenação motora global, onde Bueno (1998, p.52) acredita ser atividade voluntária do indivíduo, que consiste em acionar os grupos musculares independentes uns dos outros . De acordo com Almeida (2006) a prática da coordenação motora global está relacionada à organização do ritmo, ao desenvolvimento e as percepções gerais da criança e deve ser desenvolvida primariamente. 1.2 Coordenação Motora Fina Oliveira (1997) define a coordenação motora fina como a habilidade e destreza manual e constitui um aspecto particular da coordenação global. É através da preensão que a criança vai descobrindo, pouco a pouco, os objetos de seu meio ambiente. Porém, possuir apenas uma boa coordenação motora fina não é suficiente. É necessário que a coordenação viso-motora e/ou óculo manual e/ ou viso manual estejam associadas ao movimento. A coordenação óculo manual é diretamente relacionada a escrita, sendo realizada com precisão sobre a base de um domínio visual ligado a gestos executados, facilitando assim o movimento. Para Araújo; Mineiro; Kosely (1997) a coordenação motora viso manual 21 com a capacidade de coordenar os movimentos de uma ou mais partes do corpo é importante nas atividades diárias da criança. As atividades óculo-manuais representam a ação conjunta de certas partes do corpo e da visão, estando também, ligadas à movimentação ampla, coordenada com a percepção visual. Segundo Bueno (1998) a coordenação motora fina é a capacidade de controlar os pequenos músculos para exercícios refinados, como recortes, colagem e encaixes. Já a coordenação viso motora é definida como a capacidade de coordenar os movimentos em relação ao alvo visual. A coordenação viso manual refere-se à ação do tato, que permite a criança segurar e controlar o movimento para o objeto. Esta coordenação inicia-se nas atividades para o desenvolvimento dos pequenos músculos que irá preparar a criança para escrita. Alves (2004) acredita que a coordenação fina, como a habilidade e destreza manual, permite ao indivíduo desenvolver formas diversas de pegar os diferentes objetos, sendo que uma coordenação adequada dos dedos das mãos facilita a aquisição de novos conhecimentos. Como complemento da coordenação motora fina há a coordenação óculo manual que é a visão acompanhando os gestos da mão. Ela acontece com precisão a partir de um domínio visual previamente estabelecido o que facilita uma harmonia do movimento. De acordo com Almeida (2006), a coordenação motora fina diz respeito aos trabalhos realizados com auxílio das mãos e dos dedos, principalmente aqueles que envolvem os olhos na realização da tarefa. Quando a criança começa a apresentar uma boa coordenação fina é comum a presença de boa tonicidade muscular nos membros superiores e inferiores, que unidos, permitem a criança apanhar objetos delicados sem amassá-los, pintar sem muita força, usar o equilíbrio e a força necessária na realização de suas atividades, entre outras coisas. A coordenação viso manual e o aperfeiçoamento da motricidade fina da mão e dos dedos se dá a partir da organização das reações combinadas dos olhos e da mão dominante. Ela começa no primeiro ano e só se completa no final da escolaridade primária. No período pré-escolar, o desenvolvimento global desta forma de coordenação far-se-a 22 durante as atividades práxicas escolhidas para desenvolver a destreza e a coordenação fina; por meio da prática de expressão gráfica e do desenho, desenvolve-se, ao mesmo tempo, a função simbólica. (LE BOUCH apud ALMEIDA, 2006, p.50). 1.3 Postura Bueno (1998) diz que a postura está diretamente relacionada ao tônus, formando assim, o que denomina de unidade tônico-postural. O controle da mesma, facilita a canalização da energia tônica para realizar os gestos, prolongar uma ação ou levar o corpo a uma posição determinada. Este controle atua sobre a motricidade fina como a motricidade global, facilitando o equilíbrio postural, o que significa que é necessário ao indivíduo dominar cada postura para executar a ação e a modificação postural. De acordo com Mattos; Neira (2003) a postura é definida como o posicionamento do corpo estático ou durante a execução de um movimento. O corpo possui diversas formas de se posicionar, ou seja, postura em decúbito lateral, ventral ou dorsal, posição sentada, inclinada para a esquerda ou para a direita, invertida, equilíbrio em um dos pés, entre outras. A vivência dessas diversas posturas aumentará a compreensão global do corpo estabelecendo a consciência corporal, isto é, a localização das partes do corpo durante o movimento. Nicola (2004) define postura como a posição do corpo, sua atitude e seu aspecto físico e este deverá ser observado em todos os momentos. 1.4 Tônus Ganong (apud BUENO, 1998, p. 54) cita que a resistência de um músculo à distensão é comumente referida como seu tônus ou tono . Tônus refere-se a firmeza à palpação e está presente tanto em repouso 23 quanto em movimento. Pode ser dividido em espástico, hipertônico, hipotônico, flácido, distônico e coréico. O desenvolvimento do tônus é condição básica para aquisição de movimentos manuais coordenados, em outras palavras, para uma boa coordenação viso-manual. Costallat (apud BUENO, 1998) divide o tônus em muscular, afetivo e mental. O muscular refere-se ao movimento executado, o afetivo diz respeito ao estado de espírito e o mental à capacidade de atenção naquele determinado momento. A ação motora é constantemente influenciada pelo comportamento humano, sendo variável para cada indivíduo conforme as estimulações e limitações do meio. Para Ajuriaguerra (apud BUENO, 1998) é o tônus que prepara e guia o gesto, ou seja, apenas com a vivência corporal de situações psicomotoras e relacionais a criança terá capacidade de moldar o seu tônus, oscilando entre a hipertonia, normalidade e hipotonia. Segundo Barreto (2000) o tônus é classificado como o equilíbrio entre a tensão e o relaxamento de um músculo ou de um grupo muscular ou de grupo de músculos. Queirós; Schrager; Weribe; Nadelbrulfert (apud BARRETO, 2000,), acrescentam que o tônus está intimamente ligado a saúde, a coordenação e a postura. O tônus muscular é a atividade primitiva e permanente do músculo, alem de traduzir a vivencia emocional do organismo, é o alicerce das atividades. (LE BOUCH apud COSTALLAT, 2000, p.156). Com o amadurecimento da motricidade, o tônus dos membros diminui devido ao aumento do eixo corporal, o que revela a ligação do tônus com as manifestações de ordem afetiva, cognitiva e motora. O tônus está diretamente relacionado as atitudes e as posturas do indivíduo e tem papel fundamental no desenvolvimento psicomotor e psicológico da criança, influenciando na formação de sua personalidade. Costallat (2000) acredita que através da vivência corporal acontecem as vivências motoras e assim o tônus adquire uma expressão representativa de 24 acordo com a evolução da tonicidade e da dialética dos estados hipertônicos e hipotônicos. A função tônica é expressa através da contração permanente da musculatura e está presente em todos os níveis da personalidade psicomotora participando de funções como equilíbrio e coordenação. Nicola (2004) enfatiza que o tônus muscular é um fenômeno de natureza reflexa que tem origem muscular, cuja regulação é feita pelo cerebelo e, como exemplo, cita mímicas, gestos faciais, corporais que possuem significado direto. O movimento do corpo humano, em todas as suas formas, acontece sobre fundo tônico. Mesmo em total relaxamento muscular é passageiro e segue o início rápido e profundo do sono. Passado esse momento, o relaxamento passa a sofrer influencias tônicas. 1.5 Equilíbrio O equilíbrio é a base da coordenação dinâmica global, definido por Bueno (1998) como a noção de distribuição do peso em relação a um espaço, há um tempo e em relação ao eixo de gravidade, sendo dependente do sistema labiríntico e do sistema plantar. Para Rosa Neto (2002) o equilíbrio é essencial a toda ação diferenciada das partes do corpo humano. Durante o movimento o tônus postural ajusta-se para compensar o deslocamento do peso do corpo de uma perna a outra e para assegurar o equilíbrio de todo o corpo. O equilíbrio é o estado de um corpo quando forças distintas que atuam sobre ele se compensam e anulam-se mutuamente (ROSA NETO, 2002, p.17). Para Keynes; Colby (apud SAVOLDI, 2005) o equilíbrio refere-se a habilidade que o indivíduo possui para manter o centro de gravidade sobre uma base de apoio. É considerado um fenômeno dinâmico que envolve estabilidade e a mobilidade. 25 Ellenbecker (apud, SAVOLDI, 2005, p.14) define o equilíbrio de três formas: a capacidade de manter uma posição, a capacidade de movimentar-se voluntariamente e a capacidade de reagir a uma perturbação . O equilíbrio é a combinação adequada de ações musculares para sustentação do corpo em uma base reduzida, tanto parada quanto em movimento. O sistema labiríntico e plantar, área temporal, os estímulos vestibulares e auditivos são necessários à manutenção do equilíbrio. Fatores como peso corporal, base de sustentação, organização do equilíbrio ósseo, resistência visco elástico dos elementos musculares e ligamentos, e reflexos posturais também estão envolvidos na manutenção do equilíbrio postural. De acordo com Leanza (apud SAVOLDI, 2005) as posturas ereta, estática e dinâmica resultam do equilíbrio entre as forças gravitacionais e as forças dos grupos musculares antigravitacionais que se contraem e atuam em sentidos opostos. O equilíbrio é classificado em estático e dinâmico, ou seja, o equilíbrio pode ser visualizado e investigado com o indivíduo em posição ereta (estática) e durante a marcha (dinâmica). 1.5.1 Equilíbrio dinâmico Segundo Bueno (1998) o equilíbrio dinâmico está relacionado com as funções tônico-motoras, membros e órgãos, seja da parte sensorial ou motora. Wallon (apud BUENO, 1998, p.55) relata que toda parte do corpo que se move tende a mover o centro de gravidade , isto é, todo corpo em movimento possui uma dificuldade maior em manter-se na postura adequada. Para Nicola (2004) o equilíbrio dinâmico é relativo ao movimento, estando relacionado ao equilíbrio das forças ou organismos em atividade. O termo equilíbrio dinâmico, segundo Hall (apud SAVOLDI, 2005, p.14) é aplicado a corpos em movimento que estejam em uma velocidade constate seja essa angular ou linear . Ferreira (apud SAVOLDI, 2005, p. 14) acrescenta dizendo que a existência do equilíbrio dinâmico no indivíduo, depende do 26 controle motor, o qual é auxiliado pelos sistemas sensoriais presentes no organismo . Um equilíbrio dinâmico adequado envolve respostas e posturas automáticas ao movimento do corpo, ou seja, ao deslocamento da posição. A postura dinâmica esta presente na realização de todos os movimentos de deslocamento do corpo, sendo assim, é o equilíbrio adequado na realização dos movimentos que devem ser executados sem dor. Quando o movimento é executado na posição adequada de equilíbrio, as vértebras, os discos, as articulações e os músculos executam essa função com o mínimo de desgaste. 1.5.2 Equilíbrio estático Bueno (1998) classifica o equilíbrio estático como o mais difícil de ser adquirido, pois exige uma maior concentração. Sua ação refere-se a habilidade de se sustentar em diferentes posições, seu domínio resulta do controle da postura. Segundo Nicola (2004) o equilíbrio estático é representado pelo repouso, e os corpos, solicitados para determinada postura, firmes, imóveis ou parados. Para Ellenbecker (apud SAVOLDI, 2005) o equilíbrio estático relacionase à capacidade do indivíduo em manter-se em uma posição antigravitacional estável quando em repouso. Essa estabilidade, segundo Duarte (apud SAVOLDI, 2005), é alcançada gerando-se um movimento oposto ao da gravidade, ou seja, gerando-se movimentos de força sobre as articulações do corpo para neutralizar o efeito da gravidade durante a permanência em determinada postura. O equilíbrio estático é descrito por Filho (apud SAVOLDI, 2005), como sendo pelo equilíbrio do organismo humano, na posição parada, em uma situação que não cause dano às estruturas anatômicas responsáveis por tal posição. 27 1.6 Esquema Corporal De acordo com De Meur; Staes (1984) o esquema corporal é a representação global, científica e diferenciada que a criança tem do seu próprio corpo. A criança percebe-se e percebe os seres e as coisas que a cercam, em função de sua pessoa. E sua personalidade se desenvolve graças a uma progressiva tomada de consciência de seu corpo. José; Coelho (1997) define esquema corporal como a habilidade de reconhecimento do próprio corpo, de suas partes, dos movimentos, das posturas e das atitudes. Consideram o esquema corporal como indispensável na formação do eu, isto é, a criança distingui os outros e os objetos que a cerca, através da percepção que ela tem de si mesma. Caso a criança não possua um bom esquema corporal, poderá ter problemas de orientação espacial e temporal, de equilíbrio e de postura. Segundo Oliveira (1997) o corpo é uma forma de expressão da individualidade. É através dele que se estabelece contato com as entidades do mundo, que compreendem os outros. O corpo deve ser entendido não somente como algo biológico e orgânico que possibilita a visão, a audição, o movimento, mas também um lugar que permite expressar emoções e estados interiores. A expressão esquema corporal nasceu em 1911 com o neurologista Henry Head, tendo características essencialmente neurológicas. Após os estudos as idéias sobre esquema e imagem corporal foram evoluindo. Tanto para Morais quanto para Santos (apud OLIVEIRA, 1997) a imagem do corpo é uma impressão que se tem de si mesmo. É baseada em percepções internas e externas como, por exemplo, a altura, peso, força muscular, e no confronto com outras pessoas do próprio meio social. No desenvolvimento do esquema corporal a criança aprende os conceitos e as palavras correspondentes às diferentes partes e regiões do corpo, bem como sua função. Um esquema corporal organizado permite que a criança sinta-se bem, na medida em que domina seu corpo, domina seus gestos ao escrever e seu 28 tônus muscular ao colocar a força adequada na realização de determinadas tarefas. Para Araújo; Mineiro; Kosely (1997, p. 26), a consciência do corpo como meio de comunicação consigo mesmo e com o meio, forma o esquema corporal e um bom desenvolvimento deste supõem, antecipadamente, uma boa evolução da motricidade, das percepções espaciais, temporais e da afetividade. O conhecimento adequado do corpo envolve a imagem corporal e o conceito corporal, onde imagem corporal de uma pessoa é uma experiência subjetiva do próprio corpo, sendo determinada pelas experiências com outras pessoas e por uma grande variedade de relações sociais. O conceito corporal é o conhecimento intelectual que a pessoa possui de seu corpo e se desenvolve após a aquisição da imagem corporal. De acordo com Bueno (1998) o esquema corporal é de fundamental importância para a formação da personalidade da criança, sendo o núcleo central, pois, reflete o equilíbrio das funções psicomotoras e sua maturidade. O esquema corporal é, portanto, resultado da experiência do corpo do qual o indivíduo toma pouco a pouco consciência e da maneira como o corpo se põe em relação ao meio (COSTE apud BUENO, 1998, p.57). O esquema corporal, quando bem estruturado e utilizado, contribui na adaptação do indivíduo no espaço e no tempo que, por conseqüência, contribui para uma disposição corporal mais adequada na realização das diversas atividades. Um esquema corporal bem assimilado, segundo Bueno (1998), compreende a percepção e o controle do próprio corpo, um equilíbrio postural econômico, uma habilidade bem definida, a independência dos seguimentos em relação ao tronco e uns em relação aos outros, o controle e o equilíbrio das pulsões ou inibições estreitamente associados ao esquema corporal e ao controle da respiração. Dentro do esquema corporal há dois conceitos. O primeiro é a imagem corporal que expressa o conhecimento que se tem do próprio corpo em relação ao espaço dos objetos e das pessoas. O segundo conceito é o eixo corporal, 29 representado pela coluna vertebral que reúne o sistema nervoso central, o sistema ósseo e o sistema muscular. É um conceito que envolve as funções tônicas, motoras e de orientação espacial. Bueno (1998) afirma que a criança conhecerá as diferentes partes de seu corpo pela percepção vivida e também pelas vias que conduzem à reflexão e à distração. Para Barreto (2000) o esquema corporal é a representação topográfica do corpo e, para Schilder (apud BARRETO, 2000) a imagem do corpo corresponde a uma inscrição progressiva, a qual se associa uma estrutura libidinal, que se constrói em torno das zonas erógenas destacadas pela psicanálise. O esquema corporal não é algo que deva ser ensinado, treinado. Ele se organiza de acordo com as experiências da criança, pela maneira que ela experimenta seu corpo no espaço. Pouco a pouco, ela vai se conhecendo e integrando as diversas sensações que experimenta, aprende o sentido de mundo através da audição, visão, olfação, sensação de calor, de frio, percebe também sensações provenientes das inervações dos músculos e das vísceras. Segundo Wallon (apud MATTOS; NEIRA, 2003) esquema corporal é elemento básico na formação da personalidade da criança, sendo a representação global que a criança tem de seu próprio corpo. Tal afirmação refere-se ao fato de que somos frutos de experiências vividas, sejam essas positivas ou negativas, e em razão dessa ação tem-se a formação do ser, do caráter de criança. Alves (2004) afirma que a personalidade da criança se desenvolve devido a uma progressiva tomada de consciência de seu corpo, do seu ser, de suas possibilidades de agir e de transformar o mundo a sua volta. A partir do momento que a criança descobre que seu corpo lhe obedece, ela consegue se movimentar e conhecê-lo melhor. Para Nicola (2004), conhecer seu esquema corporal é possuir a consciência de seu próprio corpo, das partes que o compõem, dos diversos movimentos, posturas e atitudes. 30 1.7 Lateralidade A lateralidade é conhecida como a capacidade motora que o indivíduo tem de percepção integrada dos dois lados do corpo, direito e esquerdo, sendo que ela é entendida como o domínio de um lado do corpo sobre tudo, o domínio manual, sem esquecer dos pés, olhos e ouvidos. A lateralidade é o elemento fundamental de relação e orientação com o mundo exterior. Segundo Drouet (1997) lateralidade é definida como a capacidade de integrar a relação sensório-motora com o ambiente. O conhecimento da lateralidade na orientação do corpo facilita a integração sensório-motora e auxilia a aprendizagem. A lateralidade é a propensão de utilizar mais um lado do corpo em três níveis: mão, olho e pé. Isto significa que existe uma dominância de um lado influenciada por dados neurológicos e por hábitos sociais. Dominância lateral refere-se ao lado do corpo que tem prioridade em uma determinada atividade. Segundo José; Coelho (1997) existem pessoas que utilizam a parte direita do corpo, e que são considerados destros. Outros utilizam a parte esquerda, são considerados canhotos. Também existem os ambidestros, que usam ambos os lados com a mesma habilidade e destreza. A lateralidade é uma variável do comportamento psicomotor da criança que apresenta uma série de implicações de ordem neurológica, biológica e pedagogia (NEGRINE apud BARRETO, 2000, p.63). Faria (apud NEGRINE, 2001) afirma que a lateralidade corporal referese ao espaço interno do ser humano, que o capacita a utilizar um lado do corpo com mais facilidade que o outro, em atividades que requeiram habilidade. A lateralidade não se manifesta somente por meio das atividades motoras, mas também por meio de aferência sensorial e sensitiva e pela diferenciação funcional de ambas as metades do cérebro. Uma evolução normal da definição da lateralidade influi de forma decisiva em todas as aprendizagens manuais, inclusive na escrita, influenciando também no aprendizado e na leitura, 31 que exige uma orientação esquerda direita. Para ele a dominância lateral esta relacionado com a dominância hemisférica cerebral. (BARAJÓS apud FARIA, 2001p.33) Para Ajuriaguerra (apud FARIA, 2001) lateralização é a expressão de uma superioridade motora relacionada com as partes do corpo, que integram suas metades, direita e esquerda. Superioridade esta que se liga a aceleração do processo de maturação dos centros sensórios motores de um dos hemisférios cerebrais. Segundo Rosa Neto (2002) a lateralidade é a preferência da utilização das partes simétricas do corpo. Apresenta-se maior força, precisão e rapidez do lado dominante e é ele que executa a ação e o outro lado auxilia a ação, de forma complementar. Introduz aqui o conceito de prevalência e faz uma distinção entre esse termo que para ele significa a freqüência de utilização de um lado, com suas implicações psicológicas e sociais e o termo dominância com implicações orgânicas e significando a relação existente entre esta utilização preferencial e o predomínio de um hemisfério cerebral. (GUILLARME apud ALVES, 2002, p. 92). Nicola (2004) define que a partir dos seis ou sete anos a criança descobre a manipulação da direita e esquerda em outras pessoas, e então adquiri a consciência da sua lateralidade, ou seja, a criança descobre a sua lateralidade aos poucos. 1.7.1 Dominância Lateral A dominância lateral se desenvolve na criança, segundo De Meur; Staes (1984), naturalmente, onde será mais forte e ágil do lado direito ou do lado esquerdo. Durante o desenvolvimento da criança define-se uma dominância lateral que seja mais forte, mas ágil e mais precisa. Pode-se observar que existe a lateralidade homogênea onde há 32 dominância de membros superiores, inferiores e olhos do lado direito (destro) ou esquerdo (canhoto); a lateralidade heterogênea onde a pessoa é destra em membro superior e canhota em membro inferior ou vice-versa; e a ambidestra que se caracteriza pela habilidade tanto do lado direito quanto do lado esquerdo. Para Araújo; Mineiro; Kosely (1997), a lateralidade é relativa, não existindo destro e canhoto absolutos. E relatam ainda que a lateralidade pode ser compreendida sobre duas formas: a lateralidade de utilização que se desenvolve sob influencia de estímulos externos e a lateralidade espontânea que é genética. De acordo com Bueno (1998) não se pode forçar a mudança do lado dominante porque desta maneira resultará em uma desorganização psicomotora acentuada. Refere-se ainda sobre a diferença entre lateralidade e o conhecimento de direita e esquerda. A lateralidade é a dominância de um lado em relação ao outro, em nível de força e precisão. Já o conhecimento de direita e esquerda é apenas o domínio. Se uma criança é imatura no plano psicomotor, hesitaria em definir sua habilidade e que só depois de definida a lateralidade, a criança poderá aprender a orientação, seriação, precisão e ajustamento espaço temporal (FONSECA apud BUENO, 1998, p.60) A dominância do lado direito ou esquerdo do corpo, leva o indivíduo a uma melhor relação consigo mesmo e com os objetos. Para Negrini (apud FARIA, 2001) a pró-afirmacão definitiva da lateralidade, consiste em possibilitar às crianças atividades manuais, oculares e pedais que determinam o uso de único segmento sem qualquer tipo de pressão. Assim, estará contribuindo para seu desenvolvimento psicomotor, antecipando sua definição de lateralidade. 1.8 Relaxamento 33 Para Bueno (1998) o relaxamento é uma forma de atividade psicomotora onde se objetiva a diminuição das tensões que levam a desconstrução da musculatura voluntária. O relaxamento diário auxilia no reconhecimento do esquema corporal, na estruturação espaço-temporal, e equilíbrio contração e descontração. Barreto (2000) complementa o que Bueno (1998) diz afirmando que, o relaxamento melhora e equilibra o comportamento, ajudando a ajustar o tônus. Primeiramente, deve-se realizar um relaxamento global que permite o ganho de descondicionamentos e, em seguida, realizar o relaxamento segmentário que leva a percepção e controle das diferentes partes do corpo, eliminação das sincenesias e avalia as tensões, diminuído, dessa forma, a rigidez. O relaxamento pode ser realizado de diferentes formas, porém os objetivos são quase sempre os mesmos. O relaxamento depende da concentração e isso por si só já possui um grande alcance na educação de crianças dispersas, na reeducação de crianças ditas hiperativas e na terapia de pessoas ansiosas (BARRETO, 2000, p.109). Segundo Mattos; Neira (2003) o relaxamento é a habilidade que o músculo possui de se contrair voluntariamente, ou seja, quando a criança contrai os músculos de que realmente precisa na realização de determinado movimento, ou descontrai quando não os necessita, significa que possui uma absoluta consciência do que é relaxamento. Um trabalho envolvendo relaxamento engloba a realização de movimentos e contrações com diferentes velocidades e intensidades, habilidade de passar do repouso a ação e vice-versa, rapidamente, e dissociar movimentos. 1.9 Orientação espacial Tasset (apud DE MEUR; STAES, 1984, p.13), relata que a orientação espacial é a estruturação do mundo exterior referindo-se primeiro ao eu 34 referencial, depois a outros objetos ou pessoas em posição estática ou em movimento . Para Oliveira (1997) é através do espaço e das relações espaciais que o indivíduo se situa na sociedade, relaciona as coisas, observa, compara e combina os objetos/imagens, vendo semelhanças e diferenças. Primeiramente, a criança percebe a posição de seu corpo no espaço. Depois a posição dos objetos, em relação a si mesma e enfim, aprende a perceber as relações das posições dos objetos entre si. Para que a criança aprenda e perceba a posição dos objetos no espaço, é necessário, que, primeiramente, tenha uma boa imagem-corporal, pois utiliza de seu corpo como ponto de referencia, ou seja, é através de si mesma que ela se situa em relação ao mundo circundante. Não podemos desenvolver um mundo espacial estável ate que aprendamos a interpretar a informação de nossos sentidos em termos espaciais. No entanto, podemos construir este mundo espacial baseados somente nas interpretações espaciais de dados sensoriais. (CRAIK apud OLIVEIRA, 1997, p.76). Os dados sensoriais citados acima referem-se, principalmente à visão e sensações cinestésicas de movimento, sem esquecer-se do tato e da audição. Todas essas percepções levam o indivíduo a reconhecer as propriedades dos diversos objetos, realizando sua catalogação, classificação, agrupamento, formando, dessa forma, uma organização espacial. Araújo; Mineiro; Kosely (1997) definem orientação espacial como a capacidade que o indivíduo tem de se situar em relação a um ponto fixo do ambiente ou então de seu corpo. A capacidade de orientar-se no espaço é perceber a relação existente entre o homem e as coisas que estão no espaço. Essa capacidade se desenvolve na fase sensório-motora e intuitiva. O caráter espacial é um dado essencial da consciência do eu e um pólo de identidade do indivíduo em relação ao mundo. O aspecto espacial encontra-se ligado às funções de memória. (FONSECA apud BUENO, 1998, p.62). A estruturação espacial não se ensina nem se aprende, descobre-se 35 (LAPIERRE apud BUENO, 1998, p.63). Porém, é preciso que o processo educativo leve em conta a evolução da estrutura progressiva da noção de espaço, a fim de proporcionar os meios e motivações mais eficazes para ajudar nessa descoberta. Para a criança assimilar os conceitos espaciais ela precisa ter uma lateralidade bem definida. Ela aprende também as noções de situações como dentro, fora, no alto, abaixo; de tamanho, como grosso, fino, grande, médio, pequeno, estreito e largo; de posição, em pé, sentado, deitado, ajoelhado; de movimento como levantar, abaixar, empurrar, puxar, dobrar, girar; de formas geométricas como o triângulo, retângulo, quadrado, circulo; de quantidade como cheio, vazio, pouco, muito; de superfícies e de volumes. Ao aprender esses conceitos ela atinge e aprende a orientação espacial. Barreto (2000) afirma que uma boa estruturação espacial só é possível a partir da estruturação do esquema corporal, pois a criança vai progressivamente estendendo a representação do corpo em movimento para a noção de espaço. De acordo com Rosa Neto (2002) a organização espacial envolve tanto o espaço do corpo como o espaço ao nosso redor. A organização espacial depende da estruturação do corpo e da natureza do meio que nos rodeia e de suas características. A percepção que se tem do espaço evolui e se modifica com a idade e com as experiências. Dentro da evolução da noção espacial Rosa Neto (2002) destaca duas etapas: uma ligada à percepção imediata do ambiente e caracterizada pelo espaço perceptivo ou sensório-motor e, outra baseada nas operações mentais que saem do espaço representativo e intelectual. Para Mattos; Neira (2003) a estruturação espacial é a consciência do seu corpo em um meio ambiente. Ela possibilita que a criança se organize diante do mundo, organize os objetos entre si e movimente-os. Como objetivos da estruturação espacial, de acordo com Mattos; Neira (2003) tem-se a tomada de consciência do espaço em que se vive; a percepção do solo como ponto de apoio; a percepção da medida e da forma dos espaços percorrido; a aquisição da noção de direção e localização espacial; a localização de dentro e fora de um espaço limitado; a observação 36 do tempo percorrido; a percepção de direção de um espaço percorrido. Almeida (2006) define a estruturação espacial como a condição de reconhecer, interferir e agir sobre um espaço determinado. A ausência da organização espacial leva a criança a ter problemas de localização na escola, na cidade, em um passeio, porque não relaciona o traço à direção dele. A percepção do espaço se dá a partir das relações de vizinhança, isto é, a proximidade dos elementos percebidos no mesmo campo. Em um primeiro momento, os elementos devem ser vizinhos para poder integrá-los em um mesmo conjunto, depois a vizinhança poderá estender-se a áreas mais afastadas. A separação é a segunda relação espacial elementar: dois elementos vizinhos podem interpenetrar-se, confundindo-se em parte. A possibilidade de considerá-lo como distintos possibilita estabelecer uma relação de separação. (LE BOUCH apud ALMEIDA, 2006, p.86) 1.10 Orientação Temporal Drouet (1997) define organização temporal como a habilidade de reconhecer intervalos de tempo e de dominar os conceitos de tempo. A criança deverá explorar as relações de tempo para então desenvolver a combinação dos movimentos. A organização temporal é a capacidade do indivíduo situar-se em função da sucessão dos acontecimentos, da duração dos intervalos, renovação cíclica de certos períodos, como dias da semana. Segundo Fonseca (apud BUENO, 1998) a orientação temporal é o tempo relacionado ao espaço que envolve ritmo. Para Bucher (apud BUENO 1998) a noção de tempo está relacionada à afetividade e, a maioria das crianças que apresentam problemas afetivos, têm a noção de tempo desajustados. As noções de corpo espaço e tempo devem estar intimamente ligados para se entender o movimento humano. O corpo coordena-se, movimenta-se sempre dentro de um espaço determinado, em função do tempo, em relação a 37 um sistema de referência. É por isso que se utiliza de forma integrada a orientação espaço-temporal. Vigal (apud ROSA NETO, 2002) diz que a consciência do tempo se organiza sobre as mudanças percebidas, independente de ser sucessão ou duração. Sua retenção está associada à memória e a codificação da informação contida nos acontecimentos. Os aspectos relacionados a percepção do tempo progridem com a idade. No tempo psicológico organizamse as ordens dos acontecimentos e sua duração, construindo assim seu próprio tempo. De acordo com Mattos; Neira (2005) no tempo existe o aspecto qualitativo e o quantitativo, sendo que a base da experiência temporal é o ritmo. Relatam também, que o desenvolvimento da orientação temporal deve ter alguns objetivos como: aquisições de noções de antes, depois, de simultaneidade e sucessão, percepção de duração e pausa, apreciação de estruturas rítmicas e velocidades. No entanto, o tempo é uma noção matéria que pode ser expressa apenas pelo som. Assim, situa-se presente, passado e futuro em relação ao antes e ao depois e avalia o movimento no tempo, distinguindo o rápido do lento, o sucessivo do simultâneo. Um elemento de fundamental importância no desenvolvimento da organização temporal é o som. É por meio do som que a criança vivencia situações e experiências que contenham elementos de duração, velocidade e cadência. Em um primeiro momento, o indivíduo vivencia seu corpo tentando conseguir harmonia em seus movimentos, mas, esse corpo não existe isolado no espaço e tempo. A criança vai pouco a pouco captando essas noções. Seus gestos e seus movimentos vão se ajustando ao tempo e ao espaço exterior e depois são assimilados. A percepção temporal é inseparável da percepção espacial, já que é por meio de sinais espaciais e de sua permanência que a criança adquiriu as noções de duração e ritmo. Para Medeiros (2005) as noções de corpo, espaço e tempo estão relacionados ao movimento humano. O corpo age dentro de um espaço 38 determinado em função de um tempo. Kephant (apud MEDEIROS, 2005) cita dois tipos de tempo, o estático e o dinâmico. O tempo é a coordenação dos movimentos, quer-se trate dos deslocamentos físicos ou movimentos no espaço, quer se trate destes movimentos internos, ações simplesmente esboçadas, antecipadas ou reconstituídas pela memória, mas cujo desfecho e objetivo final são também espaciais. 1.10.1 Ritmo O ritmo abrange a noção de ordem, de sucesso, de duração, de alternância. Para Drouet (1997) ritmo refere-se à habilidade de manutenção do equilíbrio e de movimentar-se com ritmo, coordenando movimentos amplos e finos. Estas atividades são fundamentais para agilidade dos movimentos. Oliveira (1997) enfatiza que o ritmo além de envolver as noções de tempo está ligado ao espaço, e a combinação entre os dois dá origem ao movimento. É por isso que o ritmo deve ser vivido corporalmente. Segundo Oliveira (1997), o ritmo permite uma maior flexibilidade de movimentos, e um maior poder de atenção, concentração e memória. Nas atividades humanas, o ritmo é inseparável das atividades intelectuais e das atividades físicas, sendo caracterizado por uma sucessão de diferentes movimentos. Bueno (1998) acredita que o ritmo vital refere-se à maneira como andamos, como falamos, como realizamos os gestos da vida diária. Piccolo (apud BUENO, 1998, p.67) afirma que ritmo é dar forma ao movimento . O ritmo deve ser visto como um fenômeno do movimento e não como um acontecimento do tempo. O ritmo permite que o indivíduo tenha maior flexibilidade, atenção e concentração na execução do movimento, na medida em que o obriga a seguir 39 uma cadência determinada. O indivíduo que consegue desenvolver um ritmo próprio conseqüentemente possui um maior poder de concentração e têm facilidade na aprendizagem. Aprimorando-se esse ritmo próprio, desenvolve-se, assim, a individualidade. Medeiros (2005) enfatiza que o ritmo não é movimento, mas, o movimento é o meio de expressão do ritmo. É por isso que se diz que o ritmo deve ser vivido corporalmente. Toda criança tem um ritmo natural, espontâneo. 1.11 Estruturação Espaço-temporal A estruturação espaço-temporal refere-se à capacidade de determinar tempo-espaço, interagindo o real e convencionalmente numa sucessão de grandeza espacial. Ela permite ao indivíduo movimentar-se e reconhecer-se no espaço, relacionar e dar seqüência aos seus gestos, localizar as partes do seu corpo e situá-las no espaço, coordenar sua atividade e organizar sua vida cotidiana. Segundo Canongea (apud BUENO, 1998) a relação entre o tempo e o espaço é conhecida como relação têmporo-espacial. A criança no primeiro ano tem a sensação do movimento, no segundo e no terceiro ela percebe-se no espaço e no tempo. (...) a estruturação espaço-temporal tem um papel essencial em todos os problemas da aprendizagem escolar não sendo possível sem uma experiência vivida em relação com o domínio do tempo e do espaço, e o treinamento funcional da mesma é um meio de educar a inteligência. (FRANCO apud BUENO, 1998, p.68) Barreto (2000) definiu a estruturação espaço-temporal como a habilidade de avaliar a relação espaço-tempo, em uma interpretação real ou convencional de sucessão e grandezas espaciais, de modo a significar seqüência e duração temporal. 40 1.12 Percepções De acordo com Condemarin; Chadwick; Milicic (1989, p. 238) a percepção defini-se como uma resposta a um estimulo fisicamente definido . A percepção é um processo onde o indivíduo organiza os dados que lhes são apresentados em suas modalidades sensoriais e, interpreta-os através de suas lembranças para chegar a um conhecimento real. O processo até se chegar ao reconhecimento de uma percepção requer uma conduta psicológica que necessita de atenção, organização, discriminação e seleção e se expressa através de respostas verbais, motoras e gráficas. Barbanti (1994) define percepção como o processo pelo qual o indivíduo se torna consciente dos objetos e suas relações no mundo circundante e, essa consciência depende dos processos sensoriais. José; Coelho (1997) acreditam que é através dos órgãos dos sentidos que a criança determina o contato com o mundo exterior, organizando e entendendo os fenômenos que ocorrem. Percepção refere-se à capacidade de um indivíduo reconhecer e compreender estímulos e, é por meio dela que o indivíduo organiza os estímulos fornecidos pelo meio. A qualidade de percepções depende da forma como os estímulos sensoriais são captados pelos sentidos de audição, tato, paladar, olfato, visão e de sensações cinestésicas interceptivas, sensações essas que se originam no ambiente interno, tais como fome, sede, calor e dor. Harris; Hodges (1999, p. 209) definem percepção como a extração de informações a partir da estimulação sensorial . Em todas as formas de comunicação a percepção é o vínculo entre os estímulos que chegam ao indivíduo e uma resposta significativa. Segundo Barreto (2000) a percepção é o processo que dá sentido às sensações comparando-as, associando-as, distinguindo-as, precisando-as e interpretando-as. Nunca se recebe as sensações separadas entre si, e sim uma complexa combinação entre todas as sensações como olfativa, visuais e outras. 41 Buranello; Schunak (2002, p.19) afirmam que é através dos órgãos dos sentidos que a criança estabelece contato com o mundo exterior, organizando e compreendendo os fenômenos que ocorrem . É o ato ou efeito de conhecer os objetos em suas qualidades ou relações. O fenômeno perceptivo implica em integração de estímulos e atribuições de significados aos mesmos, ou seja, em interpretações pessoais acerca dos diferentes objetos (ALVES, 2004, p.103). A percepção é um ato dinâmico, seu desenvolvimento dá-se pela discriminação visual, auditiva, gustativa, olfativa e tátil. De acordo com Medeiros (2005) estimular a percepção permite a criança memorizar suas impressões, classificá-las e associá-las com outras. Também faz com que a criança tenha consciência de tudo que está sob o domínio dos seus sentimentos, realizando inconscientemente comparações e associações. Para Kephant (apud MEDEIROS, 2005) o desenvolvimento do sistema sensorial correto irá garantir ao indivíduo uma concepção mais ajustada sobre o mundo que o rodeia. 1.12.1 Percepção auditiva Para Condemarin; Chadwick; Milicic (1989) a percepção auditiva é um pré-requisito para a comunicação, sendo ela a capacidade para reconhecer, discriminar e interpretar estímulos auditivos, associando-os a experiências prévias. Dentro da percepção auditiva existe a discriminação que permite a criança detectar as palavras que começam ou terminam com o mesmo som, quais rimam, quais soam semelhantes, quais possuam um determinado som. Desta forma permite que a criança sintetize sons para formar palavras compridas e curtas, acentuadas ou não. Acuidade é a habilidade para escutar sons de diferentes tons e sonoridades. Valett (1997) subdivide a percepção auditiva em acuidade auditiva que é 42 a capacidade que o indivíduo tem de captar e diferenciar estímulos auditivos; decodificação auditiva que se refere à habilidade de compreender sons ou palavras faladas; associação audioverbal que é a capacidade de responder verbalmente, com significado, a estímulos auditivos; memória auditiva que é a habilidade de reter e lembrar informação auditiva geral e; seqüência auditiva a capacidade de lembrar a informação auditiva anterior, na seqüência correta e em detalhe. Drouet (1997) acredita que a percepção auditiva é a habilidade de captar e diferenciar estímulos auditivos. Essa habilidade é o resultado da integração das experiências vividas. Uma perfeita discriminação auditiva pressupõe uma acuidade íntegra, mas uma acuidade auditiva íntegra não implica na perfeita discriminação de sons. (MORAIS apud OLIVEIRA, 1997, p.102). A percepção auditiva refere-se a capacidade de interpretar estímulos auditivos, associando-os a estímulos anteriormente percebidos e discriminando-os entre si. Para Bueno (1998) a percepção auditiva acontece por meio das seguintes áreas: consciência e discriminação auditiva - detecta diferenças e semelhanças nos sons; atenção auditiva - capacidade de apresentar uma resposta voluntária a um estímulo sonoro; memória auditiva - habilidade de armazenar e evocar material auditivo; localização do som e figura-fundo auditiva - capacidade de selecionar um estímulo sonoro significativo dentro de vários sons; análise e síntese auditiva, operação que decompõe as informações sonoras recebidas. Conforme Russo; Santos (apud MEDEIROS, 2005) a percepção auditiva é a habilidade de organizar e compreender estímulos sonoros, que recebemos, podendo ser usado para descrever respostas comportamentais aos estímulos auditivos. A percepção auditiva é fundamental para a linguagem falada. 1.12.2 A percepção visual 43 Condemarin; Chadwick; Milicic (1989) definem percepção visual como a capacidade de reconhecer, discriminar e interpretar estímulos visuais, associando-os a experiências prévias. Para Oliveira (1997) o amadurecimento do aparelho visual acontece junto ao sistema visual e assim a criança também precisa aprender a controlar, a dirigir o movimento dos olhos para determinado lugar. A acuidade visual é a capacidade de ver e diferenciar objetos apresentados no seu campo visual com significado e precisão. O que a pessoa vê é o resultado de um processo psicofísico que integra forças gravitacionais de ação conceitual, orientação perceptivo-espacial e forças da linguagem (KEPHAND apud OLIVEIRA, 1997 p.100). Segundo Araújo; Mineiro; Kosely (1997) a percepção visual é a habilidade de aprender e organizar estímulos visuais. Ela está presente em quase todas as atividades humanas sendo que para funcionar corretamente, faz-se necessário a integração das habilidades sensoriais, motoras, afetivas e cognitivas. A capacidade visual diz respeito à habilidade que a criança tem de interpretar e perceber o mundo externo e sua relação com ele, desta forma, a visão é aprendida e não ensinada. Segundo Harris; Hodges (1999, p. 209) a percepção visual é a extração de informações sobre coisas, tais como forma, cor, tamanho, distancia e identificá-las de modo significativo . De acordo com Valett (2000) a acuidade visual é a habilidade de ver e diferenciar objetos apresentados em seu campo visual, com significado e precisão. Dentro desta percepção há a coordenação e acompanhamento visual que é a capacidade de seguir e acompanhar objetos e símbolos com movimentos oculares coordenados. Discriminação visual é a habilidade de diferenciar visualmente formas e símbolos no ambiente. De acordo com Barreto (2000, p.61) a percepção visual é uma síntese instantânea, feita pela visão, de aspectos relativos à luz, ao espaço e ao tempo . Para que esta percepção aconteça corretamente é necessária a integração das habilidades sensoriais, motoras, afetivas e cognitivas. 44 Barreto (2000) afirma que é através da percepção visual que a criança consegue categorizar os objetos ou as coisas que a cercam. Buranello; Schunak (2002) relatam que para a criança aprender é necessário que sua visão funcione perfeitamente pois, é através dela que se faz a discriminação de semelhanças e diferenças, de formas e tamanhos, desenvolve a percepção de figura-fundo e a memória visual. Um desenvolvimento inadequado da habilidade visual pode provocar leitura silabada, lenta, com inversões, omissões e adições de letras, sílabas ou palavras. Na escrita pode provocar a execução incorreta de letras e palavras devido a uma movimentação ocular inadequada. Dentro da percepção visual existe a discriminação figura-fundo e constância perceptiva que é a capacidade de perceber as diversas propriedades de um objeto, ou seja, cor, forma e tamanho. Outro aspecto importante é a presença da coordenação viso-motora que é a capacidade de coordenar a visão com os movimentos de uma ou mais partes do corpo. Madeiros (2005) considera a visão como o meio mais importante na comunicação com o meio exterior. 1.12.2.1 Figura-fundo Segundo Condemarin; Chadwick; Milicic (1989) para entender a percepção figura-fundo é necessário compreender que figura compreende a parte do campo de percepção, o centro da atenção. A partir do reconhecimento dessa figura, fixada atenção, o primeiro foco passa a ser a fundo e surge uma nova figura. Para Barbanti (1994, p. 223) a percepção figura-fundo é a capacidade de ver um objeto de interesse, independente do fundo em que este objeto aparece . Conforme Drouet (1997) a percepção figura-fundo é a capacidade de destacar de um conjunto de elementos, uma figura, ou seja, a figura ganha um destaque dentro de um fundo, tendo por objetivo estimular a concentração 45 visual e a atenção. Esta percepção depende das experiências anteriores, dos objetos que a criança já conhece e que por isso reconhece com mais facilidade. Para Araújo; Mineiro; Kosely (1997) a atividade com figura fundo faz aumentar a habilidade do indivíduo de manter a atenção num objeto. Entre vários estímulos captados, o cérebro seleciona um que passa a ser o centro da atenção. A capacidade de separar elementos de um todo e voltar a fazer parte do conjunto faz parte da percepção visual de figura-fundo. De acordo com Harris; Hodges (1999, p.115) a figura-fundo é a capacidade de se perceber uma forma distintiva, ou seja, uma figura em um segundo plano amorfo, isto é, a percepção de uma figura embutida, ou de uma voz familiar em uma sala ruidosa . De acordo com Grieve (2000), foi em 1920, que psicólogos propuseram pela primeira vez o termo figura-fundo o qual se referia a capacidade da percepção de se organizar para produzir boa-forma. A percepção visual divide o ambiente no que é figura e o que é fundo. O agrupamento dos elementos de cor, forma e profundidade produzem a figura e a destacam do fundo. Pessoas com alterações na percepção de figura-fundo possuem dificuldade no reconhecer de objetos quando estão rodeados por outros. Para Valett (apud ALVES, 2004, p.47) a diferenciação visual figura-fundo diz respeito a capacidade de perceber objetos no primeiro plano e no segundo plano diferenciá-los . 1.12.2.2 Constância perceptiva Segundo Condemarin; Chadwick; Milicic (1989) a constância perceptiva envolve a capacidade de identificar em um objeto suas propriedades que não variam como, por exemplo, uma forma especifica, uma posição, um tamanho. São três os aspectos que podem ser visualizados como constantes: o tamanho, 46 o brilho e a cor. De acordo com Drouet (1997, p.144) a constância perceptiva é a capacidade de se identificar um mesmo objeto em situações diferentes, ou seja, independentemente de suas características de forma, cor e tamanho . Constância perceptiva é a habilidade que o indivíduo possui de diferenciar visualmente as formas e os símbolos do ambiente, sendo capaz de estabelecer semelhanças e diferenças entre os objetos. Crianças com dificuldades nesta área possuem dificuldades em reconhecer as letras e formas geométricas, quando essas mudam de forma, tamanho ou cor. Segundo Araújo; Mineiro; Kosely (1997) a constância perceptiva é a habilidade de identificar as características invariáveis de um objeto visto sob vários ângulos; dependendo da experiência, da aprendizagem e do poder de abstração. Para desenvolver na criança a constância perceptiva é essencial exercitar sua capacidade de concentração e memória. Harris; Hodges (1999) consideram a constância perceptiva como a capacidade de perceber as propriedades das coisas que permanecem sem modificação como, por exemplo, o tamanho, a forma. Para Oliveira (2000) a constância perceptiva refere-se a capacidade de se perceber as diversas propriedades de um objeto e, se desenvolve pela exploração dos mesmos no dia-a-dia. E envolve a representação e exploração de formas bidimensionais e tridimensionais. Grieve (2000) acredita que a constância perceptiva permite que os objetos sejam vistos do mesmo tamanho, forma e localização mesmo quando existam variações em sua imagem sobre a retina, e, que, sem ela o mundo visual seria muito confuso. A constância do objeto também permite a identificação de um mesmo objeto quando esse é observado em diferentes posições e orientações. Se lhe é oferecido um objeto conhecido, esse pode ser identificado ainda como o mesmo objeto quando o vemos de cima, de baixo, em ângulo. Grieve (2000) enfatiza que a discriminação do tamanho também está incluída na percepção de constância da forma, ou seja, o indivíduo consegue distinguir a mesma forma vista em diferentes tamanhos de outras formas ou 47 objetos. Conclui-se que a combinação da percepção de cor, forma, figura-fundo e constância de forma é necessária para completar o processamento perceptivo que conduz à representação de um objeto em todas as posições. 1.12.3 Percepção tátil De acordo com Condemarin; Chadwick; Milicic (1989) a percepção tátil tem por objetivo fazer com que as crianças percebam, através do tato, as qualidades opostas dos objetos, como o frio e o quente, duro e mole, áspero e suave, entre outras. Para Barbanti (1994) a percepção tátil é um sistema que fornece informações sobre estímulos em contato com a pele, originando desta forma a maior parte dos receptores cutâneos. Conforme Araújo; Mineiro; Kosely (1997) a percepção tátil é a habilidade de receber e organizar estímulos sensoriais através da pele. Também relatam que as sensações táteis percebem diferentes qualidades como a sensação térmica, o mole, o duro, o áspero, o macio e o liso. A percepção tátil é o mais antigo dos sentidos, estando presente desde o útero materno, podendo ser explorado em relação ao nosso corpo ou em relação aos objetos. Em relação ao corpo o indivíduo sente na pele as diferentes consistências dos materiais e em relação aos objetos pode-se diferenciá-los por meio da resistência que eles oferecem ao corpo. Alexander (apud BUENO, 1998) faz uma diferenciação entre o tato e o contato. O tato se estabelece na periferia da pele, e é através dele que se experimentam os limites do nosso corpo e vivenciam-se as formas corporais externa. No contato a periferia da pele é ultrapassada e é por ele que se estabelece uma comunicação metafórica desse corpo com outros corpos e objetos. Bueno (1998) fala que na percepção tátil exploram-se percepções 48 variadas de pressão, de temperatura, de pesado e leve, de seco, úmido e molhado e percepção de objetos conhecidos, formas, volumes, sem ajuda da visão. Para Valett (apud ALVES, 2004) a percepção tátil é definida como a capacidade de identificar e combinar objetos, tocando-os e sentindo-os . 1.12.4 Percepção olfativa Para Araújo; Mineiro; Kosely (1997) esta é a habilidade de perceber e organizar cheiros. Implica na habilidade de distinguir odores. De acordo com Bueno (1998) a percepção olfativa refere-se à capacidade do indivíduo em diferenciar odores, associando-os a sua origem. Apresenta grande influencia na percepção do paladar e contribui com a discriminação e memória de alguns elementos, porém, é um dos sentidos menos evoluídos no homem. Almeida (2006) diz que esta é a percepção que irá auxiliar no conhecimento de cheiros e sabores. 1.12.5 Percepção gustativa Segundo Araújo; Mineiro; Kosely (1997) a percepção gustativa é a habilidade de perceber e organizar estímulos através das papilas situadas na língua. A discriminação gustativa é a habilidade de diferenciar sabores. No desenvolvimento da percepção gustativa o indivíduo distingui sabores opostos, de natureza diferente e proveniente de substâncias como doce, azedo, insosso, amargo, sal, açúcar, farinha entre outras. Está relacionada com a distinção de sabores e a associação deles à sua origem. Sua importância baseia-se no fato de permitir ao indivíduo selecionar os alimentos de acordo com seu desejo e necessidade nutricional. 49 Para Bueno (1998) o paladar é a função principal dos botões gustativos, localizados na boca e relacionados à terminações dolorosas. Almeida (2006) afirma que a introdução de alimentos novos a cada dia, diversas texturas, sabores, consistência e características constitui uma ótima atividade no processo de desenvolvimento das percepções gustativas. 50 CAPÍTULO II INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS 2 CONCEITO A Teoria das Inteligências Múltiplas foi desenvolvida em 1985 pelo psicólogo Howard Gardner como forma de substituir a idéia de QI e da visão unitária de inteligência. De acordo com Howard Gardner (apud GAMA, 1993) todas as pessoas consideradas normais são capazes de uma atuação em pelo menos sete diferentes e independentes áreas intelectuais. Sugere que não existem habilidades gerais e duvida da possibilidade de medir a inteligência através de testes de papel e lápis, dando maior importância a diferentes atuações valorizadas nas diferentes culturas. Em suas pesquisas Gardner (apud GAMA, 1993) estudou o desenvolvimento das diversas habilidades presentes em crianças normais e superdotadas; adultos com lesão cerebral que perderam algumas habilidades; pessoas ditas excepcionais, como os autistas, que podem possuir apenas uma habilidade. Enquanto Piaget (apud GAMA, 1993, p.02) acredita que todos os aspectos da simbolização partem de uma mesma função semiótica , Gardner (apud GAMA, 1993) crê que os processos psicológicos independentes são empregados quando a pessoa lida com os símbolos lingüísticos, numéricos, gestuais entre outros. Gardner (apud GAMA, 1993) define o desenvolvimento cognitivo como a capacidade de entender e expressar significados em diversos símbolos utilizados no contexto cultural, sendo que cada área ou domínio possui um sistema simbólico próprio. Sugere ainda, a existência de formas independentes de percepção, memória e aprendizado. Por volta do século XX, Binet criou um instrumento para medir as 51 habilidades das crianças nas áreas verbais e lógicas, sobretudo o desenvolvimento da linguagem e da matemática. Este instrumento deu origem ao primeiro teste de inteligência, o Standford-Binet Intelligence Scale, que por sua vez fez surgir testes subseqüentes. A insatisfação com o conceito de QI e com as visões unitárias de inteligência fez com que Gardner (1995) sugerisse a necessidade de se observar informações mais naturalistas a respeito de como as pessoas desenvolvem capacidades importantes para seu modo de vida. Gardner (1995, p.14) define a inteligência como a capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários , enfatizando desta forma, a capacidade de resolver problemas e de elaborar produtos. Em seus estudos Gardner procurou organizar os blocos das inteligências utilizadas pelos marinheiros, cirurgiões e feiticeiros, formando uma lista de sete inteligências classificadas com inteligências múltiplas e divididas em inteligência lingüística, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésicocorporal e pessoal que se subdividi em inteligência interpessoal e intrapessoal. Para Gardner (1995) as inteligências são potenciais puros, biológicos, que são vistos de uma forma pura apenas nos indivíduos que são excêntricos. Nas outras pessoas as inteligências funcionam unidas para resolver problemas e produzir vários tipos de estados finais culturais. Na identificação de cada uma destas inteligências deve-se levar em consideração aspectos como o conhecimento a respeito do desenvolvimento normal e do desenvolvimento em indivíduos talentosos; as informações sobre o colapso das capacidades cognitivas nas condições de dano cerebral; os estudos sobre populações excepcionais, incluindo prodígios, idiotas sábios e crianças autistas; os dados sobre a evolução da cognição ao longo do milênio; as considerações culturais cruzadas sobre a cognição; os estudos psicométricos, incluindo exames de correlações entre testes e os estudos de treinamento psicológico, particularmente as medidas de transferências e generalização através das tarefas. Além desses critérios, cada inteligência deve possuir um conjunto de operações identificáveis, sendo que, cada inteligência é ativada, ou seja, 52 desencadeada por certos tipos de informações internas ou externas apresentadas. Todas as inteligências fazem parte da herança genética humana, porém em alguns indivíduos, são extremamente bem dotados em uma determinada inteligência e este fato se torna importante para a cultura, uma vez que esses indivíduos, excepcionalmente talentosos, realizarão notáveis avanços nas manifestações culturais daquela inteligência. Antunes (1999, p. 03) considera a inteligência como um potencial biopsicológico do ser humano , sendo definida como a capacidade pela qual o indivíduo conhece e compreende as coisas através de uma seleção. Desmembrando o potencial biopsicológico tem-se um potencial biológico ligado aos neurônios e suas sinapses. Assim, uma lesão nessa parte do corpo afeta a capacidade de compreensão e seleção; é um potencial psicológico caracterizado pelo desejo, às ações conscientes e inconscientes e as fronteiras entre o sonho e realidade. Para Antunes (1999) a inteligência também refere-se a habilidade de resolver problemas, dos mais simples aos mais complexos, e a capacidade de criar produtos, materiais ou intelectuais, que sejam aceitos socialmente. Antunes (1999) relata que Gardner mostrou em seus estudos que os seres humanos são dotados de múltiplas inteligências. Segundo essa teoria, os indivíduos dotados de diferentes inteligências podem ter essas aumentadas se receberem estímulos coerentes e serenos em momentos específicos. Através desses estudos Gardner, exclui a teoria de que os seres humanos se limitam por apenas uma inteligência e torna discutível o teste de QI. Segundo Antunes (2000) os primeiros anos de vida de uma pessoa são essenciais para o desenvolvimento de suas inteligências. Para que o desenvolvimento cerebral atinja sua máxima potencia necessita ser estimulado de forma graduada. Nenhuma criança é uma esponja passiva que absorve o que lhe é apresentado. Ao contrario, modelam ativamente seu próprio ambiente e se tornam agentes de seu processo de crescimento e das forças ambientais que elas mesmas ajudam a formar. Em síntese, o ambiente e a educação fluem do 53 mundo externo para a criança e da própria criança para seu mundo (ANTUNES, 2000, p. 16). A inteligência, definida como a habilidade de solucionar problemas, permite ao indivíduo abordar situações, atingir objetivos e localizar caminhos adequados a esse objetivo. Desta forma, a Teoria das Inteligências Múltiplas foi elaborada baseando-se nas origens biológicas de cada capacidade de resolver problemas. Para Gardner (apud TRAVASSOS, 2001) a inteligência deve permitir a realização de uma codificação em um sistema de símbolos e significados criados e que capturam e transmitem formas importantes de informações. Cada função cognitiva envolve um agente que realiza a ação, ou uma série de ações, em um determinado domínio, desta maneira têm-se a perspectiva biopsicológica que avalia o agente e seus domínios. O talento é considerado um sinal do potencial biopsicológico precoce, enquanto que o termo gênio é designado para aquelas pessoas que não são peritos e criativos, mas, que assumem um significado universal ou quase universal. No momento que uma capacidade é valorizada numa cultura esta pode contar com uma inteligência e, caso contrário, não se considera como uma inteligência. De acordo com Travassos (2001), nos primeiros anos de vida a criança desenvolve habilidades simbólicas e conceitos teóricos por meio de interações espontâneas com o ambiente ao seu redor. Já na fase escolar, elas conhecem as regras dos domínios e as convenções da cultura e buscando dominá-las. Esta fase é conhecida como período de aprendizado, que vai rumo a destreza em domínios específicos e a hábitos de uma cultura. A partir dos avanços da ciência e da neurociência, a inteligência humana passou por significativas mudanças epistemológicas e axiológicas e, conseqüentemente, passou da concepção singular para plural. Para que essas mudanças ocorressem os estudos de Gardner foram fundamentais, pois substituíram o modelo unidimensional pelo multidimensional. Segundo Gáspari; Schwarts (2002) cada uma das inteligências múltiplas podem ser canalizadas para outros fins, ou seja, os símbolos unidos àquela 54 forma de conhecimento podem migrar para outras, indicando as características de independência e interdependência anteriormente salientadas. Antunes (apud GÁSPARI; SCHWARTS, 2002, p.06) elucida que a inteligência tem a propriedade de selecionar a maneira melhor de compreender as coisas, a melhor saída para resolver problemas . De acordo com Antunes (2003) as inteligências múltiplas mudaram o conhecimento neurológico sobre a mente humana e compõe a idéia de que os seres humanos são proprietários de uma inteligência única e que suas ações envolvem atividades simultâneas, ainda que com intensidade diversificada de pelo menos oito inteligências diferentes. As oito inteligências citadas por Antunes (2003) são classificadas em inteligência lógico-matemática, lingüística ou verbal, visuoespacial, sonora ou musical, interpessoal, intrapessoal, naturalista ou o ensino da beleza e cinestésico-corporal. Para Armstrong (2003, p.18) a inteligência se define como a capacidade de uma pessoa de aprender com suas experiências passadas . Inteligência depende do contexto, das tarefas e das provações que a vida nos apresenta, e não de uma pontuação de QI, de uma graduação universitária, ou de uma reputação prestigiosa. (ARMSTRONG, 2003, p.18). Segundo Armstrong (2003) os testes de QI marcam algo que deveria ser denominado de talento para o estudo escolar, enquanto que a inteligência real envolve um número maior de habilidades. Gardner (apud ARMSTRONG, 2003) acredita que a sociedade e sua cultura concentram atenção demais no pensamento verbal e lógico e descuida das outras formas de conhecimento. A Teoria das Inteligências Múltiplas surge para ultrapassar a noção comum da inteligência, que se caracteriza como uma capacidade ou potencial geral que cada ser humano possui em maior ou menor grau. A nossa mente não abriga, como antes se pensava, uma única inteligência. Diferentes inteligências povoam nosso cérebro e isso é uma descoberta admirável. Mais importante que essa descoberta, porém, é saber o que fazer para treinar, para acordar essas inteligências. (ANTUNES, 2003, p. 31) 55 Segundo Antunes (2003) as pessoas possuem diferentes inteligências e dependendo do ato que executam, da tarefa que realizam, mais esta ou mais aquela inteligências são mais vivas, são mais claras. Para Gardner (apud GARCIA; CÁCERES, 2004) as inteligências múltiplas mostram evidências sobre a existência de diversas competências intelectuais e que podem ser modeladas e combinadas em uma multiplicidade de maneiras adaptativas por indivíduos e culturas. As inteligências são potenciais neurais que podem ou não ser ativados de acordo com os valores da cultura específica, das oportunidades disponíveis e das decisões tomadas por indivíduos, famílias, professores, terapeutas e outros. (GARCIA; CÁCERES, 2004, p.24). Os indivíduos possuem graus variados de cada uma das oito inteligências e formas diferentes com que elas combinam e organizam e, se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e criar produtos. Apesar das inteligências múltiplas serem independentes umas das outras, dificilmente funcionam isoladamente. Estudos recentes em neurologia sugerem a existência de áreas no cérebro humano que correspondem a determinados espaços de cognição, mais ou menos como se um ponto do cérebro abrigasse uma forma específica de competência e de processamento de informações. Segundo Gardner (apud ANTUNES, 2005) existem oito áreas presentes no ser humano, que revelam a presença de oito pontos diferentes no seu cérebro onde se abrigam as diferentes inteligências. Essas oito áreas representam as inteligências denominadas por ele de inteligências múltiplas. Elas são classificadas como inteligência lingüística ou verbal, lógicomatemática, espacial, musical, cinestésico-corporal, naturalista e a pessoal que são a intrapessoal e a interpessoal. Para Gardner (apud KRUSZIELSKI, 2005) a inteligência possui várias facetas que, na verdade, são talentos, capacidades e habilidades mentais. A Teoria das Inteligências Múltiplas trouxe uma nova visão sobre o potencial humano, mostrando os portadores de diferentes inteligências e como elas podem ser aumentadas com estímulos coerentes e serenos em momentos 56 específicos. Dessa forma, Martins; Vales (2006) consideram os estudos de Gardner importantes no que diz respeito à mudança da visão simplista do ser humano, presa aos estreitos limites de um discutível teste de QI e amarrado a uma escola tradicionalista, que apenas lhe repete conteúdos sábios, e traz para a ação diária a descoberta de seres humanos amplos, holísticos, riquíssimos em sua diversidade e potencial de criação. 2.1 As inteligências múltiplas 2.1.1 Inteligência lógico-matemática Gardner (apud GAMA, 1998) afirma que os elementos centrais desta inteligência são descritos como uma sensibilidade de padrões, ordem e sistematização. É a capacidade de explorar relações, categorias e padrões através da exploração de objetos e símbolos. O indivíduo, com especial aptidão nesta inteligência, demonstra facilidade para contar e fazer cálculos matemáticos e para criar conotações práticas de seu raciocínio. Existem dois fatos que diferenciam a inteligência lógico-matemática. Primeiro, as soluções não verbais e as resoluções para problemas de forma rápida e surpreendente. A inteligência lógico-matemática vai muito além da capacidade de operacionalizar deduções, compreender mensagens por meio de signos matemáticos e geométricos e resolver problemas pelos caminhos da lógica. Seu desenvolvimento implica um processo mais fácil de dados fornecidos pelos órgãos do sentido, o cálculo de riscos e perigos, o ânimo pela competição e a maior capacidade de definir metas e perseguilas. (ANTUNES, 1999 p.74). Para Antunes (2000) essa habilidade não se abre apenas para pessoas letradas, mas também para pessoas simples. O estímulo a mesma inicia-se muito cedo, desde quando o bebê conquista a permanência do objeto . Por 57 volta dos 6 anos, a matematização do cotidiano dessa criança pode ser mais ampla, quando aprende a decifrar e comparar objetos grandes e pequenos, grossos e finos, estreitos e largos. Campbell; Dickinson (2000) enfatizam que a inteligência lógicomatemática possibilita calcular, quantificar possibilidades e hipóteses para realizar operações matemáticas complexas. Gáspari; Schwarts (2002) dizem que a partir do raciocínio lógico, dedutivo, o indivíduo pode decodificar, analisar, sintetizar, compreender, avaliar e questionar os modelos socialmente impostos e expressar-se resistente às perspectivas de manutenção. Essa inteligência é a do matemático como a do cientista, pois se refere aos números e a lógica. Normalmente, o indivíduo com este tipo de inteligência aproveita a vida de modo racional. Gardner (apud ARMSTRONG, 2003, p.123) afirma que existem componentes exclusivos para o pensamento lógico-matemático, tais como a sensibilidade e a capacidade de discernir padrões lógicos ou números e a habilidade de lidar com longas correntes de raciocínio . Antunes (2005) diz que ela se manifesta pela habilidade e a sensibilidade para realizar padrões lógicos ou numéricos e é também a habilidade de realizar longas cadeias de raciocínio. A inteligência lógicomatemática está presente em todos os indivíduos, mas em alguns aparece mais acentuada. Entre todas as inteligências esta é uma das de maior prestígio. Como o próprio nome diz a inteligência lógico-matemática é a habilidade da lógica e da matemática. E inclue a habilidade de raciocínio científico e indutivo. Também abrange a habilidade de trabalhar símbolos e reconhecer padrões. Tudo isso está relacionado à habilidade de manipular longas cadeias de raciocínio. Segundo Luria (apud KRUSZIELSKI, 2005) a região do córtex responsável pelo cálculo, localiza-se na região têmporo-parieto-occipital do hemisfério esquerdo. A inteligência lógico-matemática apresenta algumas características tais como: habilidade de analisar os problemas com lógica, habilidade de realizar 58 operações matemáticas e habilidade de investigar questões cientificamente. Refere-se à capacidade lógica e matemática, a capacidade de raciocínio científico ou indutivo, embora processos de pensamento dedutivo também estejam envolvidos. É a capacidade de analisar os problemas com lógica; de reavaliar operações matemáticas e de investigar questões científicas. 2.1.2 Inteligência lingüística Para Gama (1993) os componentes principais da inteligência lingüística são: uma sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a capacidade de usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias. Segundo Gardner (apud GAMA, 1993) esta inteligência é exibida na sua maior intensidade pelos poetas, e em crianças esta habilidade se manifesta para contar histórias originais ou para relatar com precisão experiências vividas. A inteligência lingüística é marcante no orador, no escritor, no poeta, no compositor, que são pessoas que lidam criativamente e constroem imagens com palavras e com a linguagem. De acordo com Antunes (1999) a presença desta inteligência em níveis elevados gera a capacidade de processar rapidamente as mensagens lingüísticas quer expressando-as, quer compreendendo-as. Antunes (1999) afirma que os estímulos utilizados para o desenvolvimento da inteligência lingüística não se restringem ao simples aumento do vocabulário, mas refere-se à sonoridade das palavras, à beleza das sintaxes, à criatividade em seu uso em situações inesperadas, à percepção da beleza inerente aos sons e ritmos das palavras e ao seu uso na solução de problemas. O desenvolvimento da fala e a conseqüente exploração da inteligência lingüística na criança constitui uma linha revolucionária magnífica que começa nos primeiros minutos de vida e cresce rapidamente até os 5 anos, embora sua janela 59 mantenha-se aberta com fulgor até os 12 anos. (ANTUNES, 1999, p.65). Segundo Antunes (1999) o desenvolvimento da fala é um elemento decisivo para o crescimento cognitivo e para a abertura de outras inteligências, pois é acompanhado de sistemas simbólicos para representar objetos à sua volta, refletir sobre pessoas, lugares e eventos e comunicar suas idéias e sentimentos. Antunes (2000) enfatiza que a inteligência lingüística se manifesta pela facilidade em organizar palavras em uma sentença e pelo sentido de verdadeira arquitetura com que os poetas e escritores constroem imagens não verbais. Tal inteligência não se manifesta apenas nas mensagens escritas, ou seja, os vendedores, oradores ou pregadores sensibilizam os ouvintes pela clareza com que usam as palavras, formam idéias e despertam emoções. A inteligência lingüística está presente em todos os seres humanos, mas em alguns, é bem mais nítida que em outros. Para Travassos (2001, p.05) o dom da linguagem é universal e seu desenvolvimento nas crianças é surpreendentemente constante em todas as culturas . De acordo com Travassos (2001) a área do cérebro conhecida por Centro de Broca é responsável pela produção de sentenças gramaticais, dessa forma, uma pessoa com lesão nesta área pode compreender palavras e frases muito bem, mas tem dificuldade em juntar palavras em algo além das frases mais simples, ao mesmo tempo, outros processos de pensamento podem estar completamente inalterados. Antunes (2003) caracteriza a inteligência lingüística como a capacidade de usar as palavras de forma efetiva seja falando, escrevendo, compondo frases e estruturando sintaxes, ou visando a dizer o que outros dizem de forma como ninguém consegue dizer. Segundo Armstrong (2003) a inteligência lingüística refere-se, ao uso das palavras, sendo a inteligência dos jornalistas, do narrador de historias, do poeta e do advogado. As pessoas aptas em tal inteligência podem discutir, persuadir, entreter 60 ou instruir com eficácia através da palavra falada. Essas pessoas adoram brincar com os sons da linguagem através de trocadilhos, jogos de palavras e frases difíceis. Garcia; Cáceres (2004, p.27) enfatizam que os componentes centrais da inteligência lingüística envolvem os sons, ritmos e significados das palavras, também uma especial percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade de usar a linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias . A inteligência lingüística representa a ferramenta essencial para a sobrevivência do homem, porém nem todos os indivíduos utilizam plenamente esse potencial. Para Kruszielski (2005) a inteligência lingüística se manifesta no uso da linguagem, no significado das palavras, pela capacidade de seguir regras gramaticais e usar a linguagem para convencer, estimular, transmitir informações e agradar. Segundo Martins; Vales (2006) esta inteligência é responsável pela produção de linguagem e suas possibilidades, sendo que, seu perfil mostra o entendimento da ordem e do significado das palavras, capacidade de convencer alguém sobre um fato, de explicar, ensinar e aprender, o senso de humor, a memória e a lembrança. Prodócimo (2007) classifica algumas características da inteligência lingüística em sensibilidade para a língua falada e escrita; habilidade para aprender línguas; capacidade de usar a linguagem para atingir certos objetivos. 2.1.3 Inteligência musical Segundo Gama (1998) esta inteligência se manifesta pela capacidade de apreciar, compor, reproduzir, distinguir sons, ritmos e timbres. Inteligência musical consiste na habilidade, na atuação, na composição e na apreciação de padrões musicais. É uma inteligência ligada ao som, ritmo, música, uma grande habilidade em compor, reproduzir e gerar sons, mas 61 também em apreciar. Está ligada à percepção formal do mundo sonoro, e o papel desempenhado pela música como forma de compreensão do mundo. Antunes (2000) enfatiza que esta inteligência representa um sentimento puro da humanidade e está diretamente ligada a percepção sonora e o papel desempenhado pela música como forma de entender o mundo. Segundo Antunes (2000) a percepção auditiva associa-se a temporal, dessa maneira os diferentes jogos exploram sons naturais, identificação de fontes e de trilhas sonoras, discriminação de sons associados e exploração rítmica. Gaspari e Schwarts (2002) incluem a habilidade de utilizar sons naturais como forma de expressão. Para Armstrong (2003) as características principais dessa inteligência são a capacidade de perceber, apreciar e produzir ritmos e melodias. A inteligência musical reside na mente de qualquer indivíduo que tenha bom ouvido. Antunes (2005) enfatiza que a inteligência musical não pode ser confundida com talento, deve-se destacar pela facilidade de identificar e localizar sons diferentes. Na música, esta inteligência conhece nitidamente o tom ou a melodia, ritmo ou freqüência dos sons. Para Kruszielski (2005) nesta inteligência não se pode separar determinadas áreas corticais, mas sabe-se que o hemisfério direito principalmente o lobo temporal, é o encarregado pela audição e pela criação musical. É á capacidade de entender a linguagem sonora e de expressar-se por meio dela. 2.1.4 Inteligência espacial Gardner (apud GAMA, 1993) descreve a inteligência espacial como a habilidade de conhecer o mundo visual e espacial de forma correta. É definida como o potencial de reconhecer e manipular padrões do 62 espaço, bem como os padrões de áreas mais confinadas. Esta inteligência lida com atividades como as artes visuais, a navegação, a criação de mapas e a arquitetura. A inteligência espacial está ligada ao sentido da visão. Para Gardner (1995) o hemisfério direito do cérebro é o local crucial do processamento espacial. Quando ocorre dano nesta região provoca uma perda na capacidade de encontrar caminhos reconhecer rostos ou observar detalhes. Armstrong (2003) relata que esta inteligência envolve o pensar em imagens e cenas, é a habilidade de perceber, transformar e recriar aspectos diferentes do mundo visual-espacial. Esta inteligência engloba a sensibilidade às cores, ás linhas, ás formas, configurações espaciais e temporais e a relação existente entre esses elementos. Antunes (2003) afirma que esta inteligência liga-se a orientação e ao manejo criativo do espaço. A inteligência espacial é a capacidade de criar imagens mentais, de lidar com artes visuais, navegação, criação de mapas e arquitetura. A imagem, não necessariamente visual, pode ser constituída através de uma imagem tátil. A característica da inteligência espacial é definida como o potencial de reconhecer e manipular os padrões do espaço, bem como os padrões de áreas mais confinadas. É á capacidade de reproduzir pelo desenho, situações reais ou mentais, de organizar elementos visuais de forma harmônica; de situar-se e localizar-se no espaço. Permite formar um modelo mental preciso de uma situação espacial, utilizando-o para fins práticos de orientação e disposição. Capacidade de transportar-se mentalmente a um espaço. Antunes (2003) diz que esta inteligência está ligada a criatividade e a concepção, no plano espacial, principalmente, em arquitetos, publicitários e inventores. Associa-se também a própria compreensão do espaço e a orientação do espaço físico e do tempo. Na inteligência espacial destaca-se a habilidade de perceber com nitidez o mundo visuoespacial e de realizar transformações nessas percepções. 63 2.1.5 Inteligência interpessoal Gama (1993) descreve a inteligência interpessoal como a capacidade de entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações e desejos de outras pessoas. Em crianças pequenas esta inteligência se manifesta como a habilidade para distinguir pessoas, e mais tarde, como habilidade para perceber intenções e desejos de outras pessoas e para reagir apropriadamente a partir dessa percepção. De acordo com Gardner (1995) é a habilidade que o indivíduo possui de compreender outras pessoas, o que as motivam, como elas trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas. Manifesta-se nos políticos, professores, clínicos e líderes religiosos. A inteligência interpessoal baseia-se em uma capacidade nuclear de se perceber distinções entre os outros, em especial, contrastes em seus estados de ânimo, temperamentos, motivações e intenções Para Gardner (1995) as pessoas que apresentam esta habilidade, de forma mais avançada, conseguem perceber as intenções e desejos de outras pessoas, mesmo que elas os escondam. Antunes (1999) enfatiza que a inteligência interpessoal é observada no poder de bom relacionamento com os outros, na sensibilidade para a identificação de suas intenções, motivações e circunstâncias, que os tornam diferentes de todos os outros seres humanos. Segundo Travassos (2001) como evidência biológica da inteligência interpessoal existem dois fatores, um que se liga ao apega materno, ou seja, quando a mãe se afasta o desenvolvimento interpessoal fica prejudicado. O segundo fator é a importância da interação social para os seres humanos. De acordo com Gáspari; Schwarts (2002) a inteligência interpessoal possibilita a compreensão dos outros, durante a aventura compartilhada, mobiliza atitudes e valores essenciais no relacionamento, podendo imprimir a essas experiências, um caráter único e incompatível. Antunes (2003) associa a inteligência interpessoal com a empatia, com a 64 relação com o outro e sua plena descoberta, com habilidade de responder adequadamente a temperamentos, estados de humor, motivações e desejos de outras pessoas. Para Armstrong (2003, p. 141) a capacidade central da inteligência interpessoal é a habilidade de visualizar nuances nas intenções, motivações, humores, sentimentos e pensamentos das outras pessoas . Os primatas sociais precisam ser capazes de calcular: calcular as conseqüências de seu próprio comportamento; comportamento provável dos outros; de calcular benefícios e perdas... tudo isso num contexto em que a evidencia relevante é propensa a mudar. Apenas um organismo com habilidades cognitivas altamente desenvolvidas é capaz de fazer isso nesse tipo de contexto. (GARDNER apud ARMSTRONG, 2003, p.141) Garcia; Cáceres (2004) definem a inteligência interpessoal como a capacidade de relacionar-se bem com os outros, de perceber, compreender e fazer distinções das sensações alheias, de ter empatia com o próximo. Ela envolve tanto a capacidade de trabalhar cooperativamente com os outros, num grupo, quanto à de comunicar-se através da linguagem verbal ou não-verbal. Uma pessoa dotada dessa inteligência pode ser muito amorosa e socialmente responsável, sendo muito observada no administrador, gerente, diretor escolar, assistente social, árbitro, sociólogo, antropólogo, consultor, terapeuta, entre tantos outros. Para Antunes (2005) os indivíduos que se preocupam muito com sua aparência, com a forma de combinar as peças de sua roupa, com seu desempenho social mesmo com as pessoas mais próximas, e com a intensidade com que são positivamente lembradas pelos outros revelam essa forma de inteligência. Prodócimo (2007) enfatiza que a inteligência interpessoal é a capacidade de entender as intenções, as motivações e os desejos do próximo e, conseqüentemente, de trabalhar de modo eficiente com terceiros. 2.1.6 Inteligência intrapessoal 65 Gama (1993) define inteligência intrapessoal como a capacidade de acesso aos próprios sentimentos, sonhos e idéias, como forma de descriminálos e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. A inteligência intrapessoal refere-se, então, ao reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprias, a capacidade para formular uma imagem precisa de si próprio e a habilidade para usar essa imagem de forma efetiva. Para Gardner (1995, p. 15) esta inteligência é uma capacidade correlativa, voltada para dentro. É a habilidade de formar um modelo acurado e verídico de si mesmo e de utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida . Uma pessoa com boa inteligência intrapessoal possui um modelo viável e efetivo de si mesma. De acordo com Antunes (1999) a inteligência intrapessoal pode ser sentida por todas as pessoas que vivem bem consigo mesmo e que mostram forte auto-estima. As pessoas com tal inteligência não gostam de errar, mas sabem tirar proveito de seus erros e de seus momentos de solidão. O conhecimento dos aspectos internos de uma pessoa: o acesso ao sentimento da própria vida, a gama das próprias emoções, a capacidade de discriminar essas emoções e eventualmente rotulá-las e utilizá-las como uma maneira de entender e orientar o próprio comportamento. (TRAVASSOS, 2001, p.06). Antunes (2003) afirma que a inteligência intrapessoal está ligada ao autoconhecimento, à percepção da identidade e, conseqüentemente, à autoestima e à compreensão plena do eu , assim como a capacidade de discriminar as próprias emoções. Segundo Armstrong (2003) o indivíduo forte nesse tipo de inteligência consegue perceber facilmente seus próprios sentimentos, discriminar entre muitos tipos diferentes de estado emocionais interiores e usar seu autoentendimento para enriquecer e guiar sua vida. Essas pessoas pertencem a uma classe isolada e preferem trabalhar sozinhos do que com outras pessoas. Para Garcia; Cáceres (2004) a inteligência intrapessoal é a habilidade de autocontrole, de conhecer os próprios limites e potenciais, de estar bem 66 consigo mesmo, de administrar suas próprias sensações, sua auto-estima, autodisciplina e auto-imagem, agindo de forma adaptativa com base nesses conhecimentos. Segundo Prodócimo (2007, p.03) a inteligência intrapessoal é a capacidade da pessoa de se conhecer, incluindo nesses conhecimentos os próprios desejos, medos e capacidades, e de usar estas informações com eficiência para regular a própria vida . 2.1.7 Inteligência naturalista Segundo Antunes (1999) esta foi uma das últimas inteligências descritas por Gardner, sendo caracterizada pela compreensão do ambiente e a paisagem natural. A inteligência naturalista permite a leitura da paisagem botânica, dos desafios da vida animal, da afinidade inata dos seres humanos e identificação entre os diversos tipos de espécies, plantas e animais. Para algumas pessoas a natureza representa um espetáculo magnífico e nada pode substituí-la. Enquanto que outras pessoas reconhecem tal beleza, porém sem entusiasmo. No primeiro caso nota-se a presença elevada da inteligência naturalista e, no segundo, percebe-se o não desenvolvimento da mesma. De acordo com Antunes (2003) a inteligência naturalista está ligada à compreensão total da ecologia e, portanto, da vida animal e vegetal e, por esse motivo, é também conhecida como inteligência biológica ou ecológica. Gardner (apud ARMSTRONG, 2003) enfatiza que o indivíduo naturalista demonstra destreza no reconhecimento e na classificação de diversas espécies da flora e fauna ou de seu ambiente. Essa forma de inteligência pode ser observada em botânicos, geógrafos, oceanógrafos, jardineiros, zoológicos, veterinários, paisagistas e naturalistas. Segundo Garcia; Cáceres (2004) a inteligência naturalista se caracteriza por uma grande capacidade de reconhecer e classificar numerosas espécies 67 da flora e da fauna presentes no seu meio ambiente, possuem uma atração pelo mundo natural, sensibilidade ao ver paisagens nativas. Para Prodócimo (2007) a inteligência naturalista é compreendida como o potencial de reconhecer e classificar numerosas espécies do meio ambiente. 2.1.8 A Inteligência cinestésico-corporal Segundo Gama (1993) a inteligência cinestésico-corporal refere-se à capacidade de solucionar problemas ou criar produtos através da utilização de parte ou de todo o corpo. É considerada a habilidade de usar a coordenação grossa e/ou fina nos esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza. Crianças dotadas da inteligência cinestésico-corporal se movimentam com graça e expressão a partir de estímulos musicais ou verbais, demonstram grande habilidade atlética ou uma coordenação fina apurada. Essa inteligência foi definida por Gardner (1995, p. 15) como sendo a habilidade de resolver problemas ou de elaborar produtos utilizando o corpo inteiro, ou parte do corpo . Antunes (1999) enfatiza que a inteligência cinestésico-corporal, manifestada na linguagem gestual e mímica, presente nas pessoas que não necessitam elaborar cadeias de raciocínio para execução de movimentos corporais, é identificada tanto através da exploração dos movimentos do corpo, como pela sensibilidade tátil, olfativa ou do paladar. Dessa forma sua característica marcante é a capacidade de usar o próprio corpo, de formas diferentes e hábeis, tanto para controlar movimentos, como para manusear objetos e para propósitos expressivos. Segundo Antunes (2000), as linhas de estimulação, utilizadas na classificação de jogos para a inteligência cinestésico-corporal, são: a motricidade, associada à coordenação manual e à atenção, a coordenação viso motora e tátil, a percepção de formas e percepção tridimensional ou estereognóstica, a percepção de peso e tamanho e jogos para estimulação do 68 paladar e da audição. A inteligência cinestésico-corporal revela-se através da habilidade de resolver problemas ou elaborar produtos, utilizando o corpo e seus movimentos, de forma diferente e hábil para propósitos expressivos. Antunes (2000) classifica os jogos para inteligência cinestésico-corporal dentro das linhas de estimulação da motricidade, associada a coordenação manual e a atenção, a coordenação viso-motora e tátil, a percepção de formas tridimensionais ou estereognóstica, a percepção de peso e tamanho e, também jogos estimuladores do paladar e da audição. Schwarts (2002) afirma que a inteligência cinestésico-corporal é a habilidade de resolver problemas e situações inerentes as atividades de aventura, que necessitam de movimentos de todo o corpo. A principal característica dessa inteligência é a habilidade de controlar os movimentos do corpo com perícia. De acordo com Antunes (2003, p.25) é a inteligência do movimento , e está ligada a capacidade de controlar os movimentos do corpo e manipular os objetos com destreza. O estímulo a essa inteligência pode privilegiar dois campos que se complementam: a sensibilidade ampla, ligada à força, equilíbrio, destreza e outras manifestações do corpo todo, ou a sensibilidade fina, ligada a tato, paladar, olfato, visão, atenção e outros componentes. Seu estímulo ensina a pessoa a ver e não apenas a olhar. (ANTUNES, 2003, p. 26) Garcia; Cárceres (2004) referem-se à facilidade em resolver problemas que são relacionados ao corpo, trabalhando com atividades que envolvam o corpo como um todo ou em partes. É a habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em atividades. Os indivíduos com inteligência cinestésicocorporal são pessoas que tem capacidade de fazer de tudo e possuem uma boa sensibilidade tátil, necessitam de mover seus corpos com freqüência irreais a instintos e a estímulos. Essa inteligência está diretamente ligada ao movimento físico e com o conhecimento do corpo, portanto é a habilidade de usar o corpo para expressar uma emoção ou na prática de um esporte. Como característica essencial dessa inteligência tem-se a capacidade 69 de usar o próprio corpo de maneira diferenciada e hábil para propósitos expressivos que representam soluções de problemas. Outra capacidade é a habilidade de trabalhar com objetos que envolvem a motricidade dos dedos e o uso integral do corpo. O estímulo da inteligência cinestésico-corporal vai além das atividades motoras, engloba o aprimoramento da sensibilidade tátil, sensibilidade olfativa e principalmente o aumento da capacidade do paladar. Para Antunes (2006) essa inteligência está associada à habilidade de controlar e utilizar o corpo ou uma parte do mesmo, em atividades motoras complexas e em situações especifica, assim como manipular objetos de forma criativa e diferenciada. A inteligência cinestésico-corporal está presente em pessoas que dançam bem, fazem mímica com precisão ou são hábeis em modalidades esportivas. É presente em todas as pessoas, porém em algumas ela se manifesta com grandeza e esplendor. De acordo com Antunes (2006, p. 21) a inteligência cinestésico-corporal é a única cujo aprimoramento implica em qualidade de vida . Antunes (2006) nota que os elementos que caracterizam essa inteligência são desenvolvidos desde o nascimento. Portanto, a inteligência cinestésico-corporal não abrange apenas os músculos, o movimento, a agilidade e destreza das ações corporais amplas, mas também as sensibilidades mais sutis e mais finas. Prodócimo (2007) define essa inteligência como um potencial de usar o corpo para resolver problemas ou fabricar produtos. Segundo Campbell (apud PRODÓCIMO, 2007) existem características especificas relacionadas com tal inteligência: exploração do ambiente e dos objetos, através do toque e do movimento; boa coordenação e senso de ritmo; aprendizado que se dá melhor através do envolvimento e da participação direta; demonstração de habilidade para representação, esporte, dança, costura, escultura; invenção de novas abordagens para as habilidades físicas; compreensão e vivência segundo padrões fisicamente saudáveis. 70 2.1.8.1 Estratégias para estimular a inteligência cinestésico-corporal. A criança entre uma e outra atividade intelectual, neste ou naquele desafio cognitivo, leva seu corpo consigo que, muitas vezes, é a referência que busca para construir esquemas que ativam suas memórias e a ajudam a guardar melhor as informações. 2.1.8.1.1 A ação coordenada dos movimentos como veículo para se pesquisar temas e conteúdos diferentes. Um coral, um grupo de crianças pode apresentar um tema de qualquer disciplina, substituindo a coordenação oral pela integração dos movimentos e, dessa forma, explorar saberes, assimilando-os e transmitindo, fazendo uso do corpo e, portanto da inteligência cinestésico-corporal. 2.1.8.1.2 A dança como ferramenta educativa Da mesma forma como não existe cérebro sem corpo ou corpo sem cérebro, o trabalho com as inteligências múltiplas propõe o chamamento para a sala de aula, com atividades corporais diversas, entre as quais se inclui a dança. 2.1.8.1.3 O tato como experiência para a compreensão da hipótese. O tato é um dos principais sentidos da aprendizagem humana. Dessa forma pode ser um instrumento extremamente útil, ao mesmo tempo que, mais 71 desenvolvido, aprimora a sensibilidade fina e representa um instrumento para trazer a inteligência cinestésico-corporal à aprendizagem significativa. 2.1.8.1.4 A mímica pode deixar de ser apenas experiência lúdica e transformar-se em recurso pedagógico. O esforço das crianças para transpor para uma linguagem corporal um saber qualquer, reforça a retenção desse saber e instiga formas diversas de sua compreensão mais ampla. Memórias declarativas, episódicas e semânticas fortalecem-se com exercícios como esses e sua prática progressivamente aprimora uma nova linguagem pedagógica nos alunos. 2.1.8.1.5 Experiências olfativas ou exercícios que aprimoram a sensibilidade do paladar constituem também recursos pedagógicos. A sensibilidade do paladar e do olfato em algumas pessoas alcança níveis de qualidade insuperáveis, mas qualquer pessoa pode aprimorar o paladar ou o olfato e, se não alcançar níveis de perfeição, ao menos conquistará progressos. 2.1.8.1.6 A teatralização é também uma forma de estudo e de aprendizagem. Solicitar as crianças que teatralizem um tema ou um texto escolar e que depois o apresentem, junto a ação do mediador (propositor do tema a ser teatralizado e facilitador na busca de diferentes formas corporais de expressão), faz com que as crianças descubram a existência de colegas com 72 maior ou com menor aptidão para representar, e que a representação pedagógica envolve aspectos diferentes da representação teatral. Para essa atividade todos podem de uma forma efetiva contribuir. 2.1.8.1.7 Os movimentos como reforço da comunicação verbal A linguagem postural representa uma forma de comunicação essencial à força da mensagem. Dessa forma, a exposição transmitida com olhar apático, rosto paralisado, gestos sonolentos é sempre muito desinteressante e verdadeiro convite ao sono. 2.1.8.1.8 Atividades do tipo caça ao tesouro como estímulo á compreensão significativa. A caça ao tesouro é um exercício que coloca em ação todas as inteligências e pode até mesmo ser pensado de forma que cada um dos desafios possa se constituir em superação de um obstáculo inerente a uma inteligência. Essa atividade dentro da inteligência cinestésico-corporal está ligada ao movimento que o exercício estimula e envolve um conjunto diversificado de ações corporais finas e amplas. 2.1.8.1.9 Caminhando e aprendendo Ainda que a escrita seja o recurso mais comum, desenvolver atividades interessantes que substitua tal recurso pelo uso do chão pode se tornar um 73 recurso muito interessante para a aprendizagem de geografia, matemática, entre outros. 2.1.8.1.10 Questionário gestual Um mediador pode promover atividades que utilizem os gestos como expressão. Dessa forma, inúmeros movimentos corporais são criados gerando uma linguagem cinestésica. Trabalhar a inteligência cinestésico-corporal significa levar para a aula das mais diversas disciplinas a integração de atividades cinestésicas aos conteúdos da língua portuguesa ou estrangeira, matemática, história, filosofia, geografia e outras mais. (ANTUNES, 2006, p.67) 74 CAPÍTULO III MÉTODO DE AVALIAÇÃO PSICOMOTORA 3 AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Ao submeter um indivíduo a avaliação psicomotora deve-se ter bem claro o objetivo real. A avaliação ou exame psicomotor tem por objetivo maior, colocar em prova ou em jogo, as possibilidades e limitações do indivíduo. Existem vários testes que podem ser usados para avaliar os problemas psicomotores, mas o ideal é que cada profissional crie seu próprio sistema de avaliação, baseado nos testes validados e existentes, indo ao encontro do indivíduo avaliável. O avaliador deve escutar e olhar o corpo e as produções do indivíduo avaliado, do ponto de vista dinâmico, para investigar não só o que o corpo produz, mas por que produz e de que forma produz, de acordo com os processos maturativos (afetivo relacional e cognitivo). O exame psicomotor objetiva reconhecer de que maneira a criança lida com seu corpo por meio do jogo, utilizando esse corpo como ferramenta de relação com os outros num tempo e espaço e num grau que dê prazer ao avaliado. Há testes que podem servir de orientação e referência para a avaliação, desde que sejam trabalhados inteiramente e associados à abordagem dinâmica. Soubiran (apud BUENO, 1998) desenvolveu um teste subjetivo que avalia coordenação motora fina, coordenação motora global, equilíbrio, esquema corporal, relaxamento, orientação espacial e temporal. Os diagnósticos médicos e neurológicos servem de auxílio para intervenção profissional, porém não devem substituir os que são adquiridos pela observação. Ainda podem ser usados como apoio testes de inteligência que, se necessário, devem ser aplicados pela psicóloga da equipe 75 multidisciplinar. Vayer; Picq (apud BUENO, 1998), comenta que toda ação educativa precisa da observação e esta implica a avaliação, definindo a observação como A consideração das ações dos comportamentos da criança e a avaliação como o julgamento que o observador faz de que ele observa do indivíduo . (VAYER; PICQ apud BUENO, 1998, p. 83) 3.1 Teoria de Soubiran São vários os métodos e teorias que vêm se desenvolvendo no decorrer dos tempos. Alguns não passaram de métodos específicos para alguma área e outros tornaram-se referenciais para a evolução da noção de corpo e da abordagem da psicomotricidade na atualidade. Para a realização desta pesquisa, foi utilizado como método a adaptação do exame de G. B. Soubiran, revisão e complementação por Célia Isabel Bento Maia. Professora da Disciplina Psicomotricidade do departamento de Psicologia da Faculdade de Ciências da Fundação Educacional de Bauru. Conforme descrição abaixo: Gisele B. Soubiran Nascida na França. Atua mais na área da reeducação psicomotora. Trabalhou com Ajuriaguerra e Zazzo. Visão homem/corpo - desenvolve a psicomotricidade chamada psicomotricidade fundamental de base . Visão teórica: defende que a psicomotricidade e relaxação são fundamentais e prescindem todas as atividades físicas; Em sua teoria o tônus tem dois papéis principais: manter a postura e moderar a emotividade e a impulsividade; Afirma que um tônus emocional excessivo pode inibir toda a atividade; Desenvolve estudos com Ajuriaguerra e Zazzo sobre os problemas de paratonias, sincenesias, lateralização, espaço, tempo e ritmo. Visão metodológica: tem base na relação, que se desenvolve toda pela 76 imaginação e expressão: Explora movimentos e percepções dos conceitos básicos por meio do corpo (longe/perto; entre outros); Aborda muito a percepção dos movimentos; Desenvolve um trabalho específico com crianças portadoras de dificuldades escolares (dislexia, disgrafia, outros); Defende que para a criança aprender precisa ter todos os pré-requisitos necessários, ou seja, a prontidão psicomotora, além de um ambiente de aula apropriado e tranqüilo, onde seja possível a concentração e a memória; Desenvolve um trabalho que chama Psicomotricidade Fundamental de Base e a metodologia usada é a aplicação de diferentes exercícios numa progressão determinada. Visão prática: na sessão de reeducação psicomotora defende que a mesma deve ter 45 (quarenta e cinco) minutos no mínimo, dividida em oito partes, colocando a parte aqui um exemplo dessa divisão: a) Colocar-se em atitude estabelecer um clima na sessão de disciplina e ordem, geralmente com ritmo (marcha, cadencia, outros); b) Agilidade e coordenação geral propõe por exemplo dar saltos, os mais variados possíveis; c) Respiração ter consciência de sua respiração (inspirar e expirar) nas diferentes posições; d) Relaxamento reduzir voluntariamente as tensões, trabalhando com imagens mentais e a procura consciente dos estados de tensão e relaxamento; e) Controle motor exercícios contra sincinesias (tônica, cinética e facial); f) Adaptação temporal exercícios para lateralização e orientação. Visão de avaliação: desenvolveu um exame psicomotor onde avalia o QI intelectual / QI verbal / QI performance. É uma avaliação mais subjetiva na análise de dados. Divide o exame em coordenação, equilíbrio, esquema corporal, orientação espacial, orientação temporal e linguagem: a) Coordenação: Coordenação fina: diadococinesia, pianotagens e exercícios 77 gráficos; - Coordenação global: andar, corrida e dismetria; Coordenação óculo-manual: controle visual e controle visual com o objeto. Dissociação: abrir e fechar as mãos, abrir e fechar as mãos alternadamente, dissociação entre direita e esquerda, bater os pés alternadamente, dissociação entre mãos e pés e andar parado. b) Equilíbrio: Estático: imobilidade; um pé na frente; um pé só, de olhos abertos e de olhos fechados; Dinâmico: saltar com os dois pés juntos no mesmo lugar; saltar com um pé só e saltar com dois pés juntos numa direção. c) Esquema corporal: Relaxamento: sentado, deitado, balanceio de ombros; Desenho da figura humana; Conhecimento das partes do corpo: nomear partes, delimitar partes; d) Lateralidade: Conhecimento da lateralidade; Imitação de atitudes: direta, cruzada; Sentido muscular. e) Orientação espacial: Posições no espaço; Adaptação ao espaço; Relação perto-longe; Noção de tamanho; Orientação espacial no papel. f) Orientação temporal: Noção de antes e depois; Noção de velocidade; Noção de ritmo: espontâneo, reprodução de estruturas rítmicas e adaptação ao ritmo; Organização num dia. 78 Sempre considera a criança nos três aspectos: intelectual, psicomotor e emocional (afetivo e social). No aspecto intelectual avalia o desempenho cognitivo, ou seja, o que é capaz de pensar, testes específicos e vivências que envolvam a cognição. No aspecto psicomotor, avalia por meio de testes exemplificados acima. No aspecto emocional, na questão afetiva, analisa as relações familiares, a auto-estima, o nível de frustração e a relação com a vivência familiar. Na questão social analisa o relacionamento com outras crianças, se tem amigos, com quem interage normalmente. Tudo é levado em consideração. Quando a avaliação acusa um nível intelectual rebaixado, o desempenho também o será. Quando acusa um nível psicomotor rebaixado, o aspecto neurológico e motor podem estar afetados. Geralmente trabalha o aspecto emocional e o psicomotor associados na terapia psicomotora, pois defende que se trabalhar o emocional, este vai influenciar o psicomotor e vice versa. Com relação à atividade ser desenvolvida de forma individual ou grupal, estabelece que para crianças paratônicas, tartamudas, com tiques, inibidas e que apresentam ansiedade muito grande a proposta deve ser individual ou em pequenos grupos. De 6 a 8 anos são exercícios voltados para as primeiras aprendizagens , considerando os mecanismos de base. De 9 a 11 anos envolvem automatização, velocidade de atuação e reflexão. De 11 a 13 anos as atividades são mais complexas, envolvem domínio, concentração e rendimento. As valências físicas, velocidade, mobilidade, resistência e força são essenciais a qualquer movimento. Para crianças acima de 13 anos a avaliação segue conforme ordens verbais, com provas diferenciadas. 79 CAPÍTULO IV A PESQUISA 4 INTRODUÇÃO Para demonstrar o trabalho de Terapia Ocupacional em crianças com déficits psicomotores, foi realizado uma pesquisa de campo na E. E. Professora Décia de Lourdes Machado dos Santos, situada na Rua Flósculo Franco Amaral n° 167, Bairro Núcleo Habitacional Monsenhor Pazeto, Lins SP. A coordenadora pedagógica, junto aos professores, selecionou doze crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, com idade entre 8 e 10 anos, de ambos os sexos e as encaminhou para as estagiárias de Terapia Ocupacional, que realizaram, de forma individual, a avaliação do Exame de G. B. Soubiran. Após as avaliações, foram selecionadas oito crianças para iniciar a proposta desta pesquisa. Os pais das crianças selecionadas foram agendados individualmente para entrevista de anamnese. Posteriormente, foi dado início a intervenção de forma grupal. Os atendimentos foram realizados duas vezes por semana, durante os meses de março a setembro de 2007, das 14:00 as 14:50h. Foram utilizadas atividades com materiais específicos para estimular a inteligência cinestésico-corporal, com objetivo de resgatar os déficits psicomotores apresentados nas avaliações. 4.1 Característica do local da pesquisa A coordenadora pedagógica da Escola Estadual Professora Décia Lourdes Machado dos Santos, mostrou-nos o espaço físico da escola, composta por 9 salas de aula, 1 biblioteca, 2 salas de professores, 1 secretaria, 1 sala da diretoria, 1 cantina, 1 cozinha, 3 banheiros, sendo 1 feminino, 1 80 masculino e um dos professores. A sala onde foram realizadas as avaliações, os atendimentos e as reavaliações, tem 6m2, é bem iluminada, possui dois ventiladores de teto, uma lousa, 30 mesas e 31 cadeiras, e uma mesa maior de uso da professora, um armário e uma estante contendo livros didáticos. É pintada na cor creme, com 4 janelas grandes, com cortinas, e uma porta. A quadra, espaço onde também será realizado o atendimento, é utilizada pelas crianças, para recreação e/ou atividade física. É aberta, cercada por muro e alambrado, o chão é de cimento contendo as faixas de divisão dos jogos de vôlei, basquete e futebol de salão. Conta com duas traves para o futebol e duas cestas para basquete, e ao redor da quadra existem algumas árvores e plantas. 4.2 Métodos e técnicas utilizadas Observação sistemática: selecionando, aplicando, analisando e descrevendo a intervenção da Terapia Ocupacional na elaboração das atividades da inteligência cinestésico-corporal. Estudo de caso: investigando, acompanhando e descrevendo 8 casos ilustrativos, de crianças com dificuldade de aprendizagem e déficits psicomotores. Foram também ouvidos profissionais que atuam na área tais como: diretor da escola, coordenadora pedagógica, professoras, professor de educação física e terapeutas ocupacionais. 4.3 Técnicas Roteiro de estudo de caso (APÊNDICE A) Roteiro de entrevista para a diretora da escola (APÊNDICE B) Roteiro de entrevista para a coordenadora pedagógica (APÊNDICE C) 81 Roteiro de entrevista para professoras (APÊNDICE D) Roteiro de entrevista para o professor de educação física (APÊNDICE E) Roteiro de entrevista para o terapeuta ocupacional (APÊNDICE F) Termo de consentimento (APÊNDICE G) Anamnese (ANEXO A) Exame de G. B. Soubiran (ANEXO B) 4.4 Casos em estudos 4.4.1 Anamnese dos casos 4.4.1.1 Caso 1 Sexo masculino, 8 anos. A família é constituída por 6 pessoas: pai, mãe e 4 filhos. Os pais são casados e vivem bem. Pai e mãe não trabalham. O ambiente familiar é harmonioso. SIC do pai: a gravidez não foi planejada, porém desejada, a mãe não apresentou problemas durante a gravidez. Fez pré-natal e o parto foi cesariana. A criança não nasceu antes do tempo, não necessitando ficar na incubadora, nasceu de aproximadamente 3 kg. O bebê chorou ao nascer e não houve nenhuma complicação com o mesmo. Mãe e filho saíram juntos do hospital, foi amamentado por dois anos. O seu DNPM ocorreu de forma normal. Atualmente, seu sono é agitado, e não faz uso de nenhum medicamento. Nunca apresentou nenhuma doença grave, nunca ficou internado e nem apresentou convulsão. Quanto ao seu comportamento é birrento, fantasioso e agitado. 82 É independente nas AVDs, cursa a 3° série do Ensino Fundamental, no período da tarde, na escola estadual Professora Décia Lourdes Machado dos Santos, em Lins, onde também faz reforço após a aula. 4.4.1.2 Caso 2 Sexo feminino, 9 anos. A família é constituída por 4 pessoas: mãe e 3 filhos. Os pais não são casados e não moram juntos, mas convivem bem. Pai trabalha na Bracol e a mãe não trabalha. O ambiente familiar é harmonioso. SIC da mãe: a gravidez foi planejada e desejada. A mãe teve ameaças de aborto durante a gravidez. Fez pré-natal e o parto foi cesariana. A criança nasceu antes do tempo, com 3.680 kg com 46 cm de estatura, necessitando ficar na incubadora. O bebê chorou ao nascer e não houve nenhuma complicação com o mesmo. Mãe e filha saíram juntas do hospital, foi amamentada por três anos. O seu DNPM ocorreu de forma normal. Atualmente, seu sono é tranqüilo, e não faz uso de nenhum medicamento. Nunca apresentou nenhuma doença grave, nunca ficou internada e nem apresentou convulsão. Quanto ao seu comportamento é agressiva, birrenta, fantasiosa, medrosa, exibida, agitada, ansiosa e negativista. É independente nas AVDs, cursa a 3° série do Ensino Fundamental, no período da tarde, na escola estadual Professora Décia Lourdes Machado dos Santos, em Lins, não faz reforço. 4.4.1.3 Caso 3 83 Sexo masculino, 10 anos. A família é constituída por 4 pessoas: mãe e 3 filhos. Os pais não são casados, não moram juntos e não convivem bem. Pai não trabalha e a mãe é diarista. O ambiente familiar é harmonioso. SIC da mãe: a gravidez foi planejada e desejada. A mãe apresentou problemas durante a gravidez, como ameaça de aborto. Fez pré-natal e o parto foi cesariana. A criança nasceu antes do tempo, necessitando ficar na incubadora, nasceu com 2.900 kg e 47 cm de estatura. O bebê chorou ao nascer e houve complicação, como infecção intestinal e problemas dermatológicos. Mãe e filho saíram juntos do hospital, foi amamentado por dois meses. O seu DNPM ocorreu de forma normal. Atualmente, seu sono é tranqüilo, e não faz uso de nenhum medicamento. Ao nascer apresentou doença grave como infecção do intestino. Nunca ficou internado e nem apresentou convulsão. Quanto ao seu comportamento é fantasioso, mentiroso, medroso, agitado, chorão, nervoso, ansioso, negativista e isolado. É independente nas AVDs, cursa a 4° série do Ensino Fundamental, no período da tarde, na escola estadual Professora Décia Lourdes Machado dos Santos, em Lins, onde também faz reforço após a aula. 4.4.1.4 Caso 4 Sexo masculino, 10 anos. A família é constituída por 10 pessoas: pai, mãe e 8 filhos. Os pais são casados e vivem bem. Pai trabalha de pedreiro e a mãe não trabalha. O ambiente familiar não é harmonioso. SIC da mãe: a gravidez não foi planejada, porém desejada, a mãe não apresentou problemas durante a gravidez. Fez pré-natal e o parto foi normal. A criança não nasceu antes do tempo, nasceu com 2.680kg e 45 cm de estatura. 84 O bebê chorou ao nascer e não houve complicação com o mesmo. Mãe e filho saíram juntos do hospital, foi amamentado por quatro meses. O seu DNPM ocorreu de forma normal. Atualmente, seu sono é tranqüilo, e não faz uso de nenhum medicamento. Não apresentou doença grave ao nascer. Nunca ficou internado e nem apresentou convulsão. Quanto ao seu comportamento é fantasioso, agitado, nervoso e negativista. É independente nas AVDs, cursa a 4° série do Ensino Fundamental, no período da tarde, na escola estadual Professora Décia Lourdes Machado dos Santos, em Lins, onde também faz reforço após a aula. 4.4.1.5 Caso 5 Sexo feminino, 8 anos. A família é constituída por 6 pessoas: pai, mãe e 4 filhos. Os pais são casados e vivem bem. Pai trabalha no asilo e na Santa Casa e mãe trabalha de doméstica. O ambiente familiar é harmonioso. SIC do pai: a gravidez foi planejada e desejada; a mãe não apresentou problemas durante a gravidez. Fez pré-natal e o parto foi cesariana. A criança não nasceu antes do tempo, porém necessitou ficar na incubadora. O bebê chorou ao nascer e não houve nenhuma complicação com o mesmo. Mãe e filha saíram juntos do hospital, foi amamentada por oito meses. O seu DNPM ocorreu de forma normal. Atualmente, seu sono é tranqüilo, e não faz uso de nenhum medicamento. Apresentou doença grave, como sopro inocente no coração Já ficou internada e não apresentou convulsão. Quanto ao seu comportamento é birrenta, fantasiosa, mentirosa, medrosa, exibida, agitada, chorona, nervosa e ansiosa. 85 É independente nas AVDs, cursa a 3° série do Ensino Fundamental, no período da tarde, na escola estadual Professora Décia Lourdes Machado dos Santos, em Lins. 4.4.1.6 Caso 6 Sexo masculino, 9 anos. A família é constituída por 3 pessoas: pai, avó e filho. Os pais não são casados. Pai trabalha na Equipav. O ambiente familiar é harmonioso. SIC da avó: a gravidez não foi planejada e nem desejada. A mãe não apresentou problemas durante a gravidez. Fez pré-natal e o parto foi normal. A criança não nasceu antes do tempo, não ficou na incubadora e seu peso foi de 1.400 kg. Mãe e filho saíram juntos do hospital, e não foi amamentado no peito. O seu DNPM ocorreu de forma normal, apresentando apenas atraso na fala, que ocorreu aos 3 anos. Atualmente, seu sono é tranqüilo, e não faz uso de nenhum medicamento. Não apresentou doença grave, já ficou internado e não apresentou convulsão. Quanto ao seu comportamento é birrento, fantasioso, mentiroso, exibido e nervoso. É independente nas AVDs, cursa a 4° série do Ensino Fundamental, no período da tarde, na escola estadual Professora Décia Lourdes Machado dos Santos, em Lins e faz reforço após a aula. 4.4.1.7 Caso 7 Sexo masculino, 10 anos. A família é constituída por 5 pessoas: pai, 86 mãe e 3 filhos. Os pais são casados e vivem bem. Pai trabalha como pedreiro e a mãe trabalha na colheita de laranja. O ambiente familiar é harmonioso. SIC da mãe: a gravidez foi planejada e desejada, a mãe não apresentou problemas durante a gravidez. Fez pré-natal e o parto foi cesariana. A criança não nasceu antes do tempo, não necessitou ficar na incubadora. O bebê chorou ao nascer e não houve nenhuma complicação com o mesmo. Mãe e filho saíram juntos do hospital, foi amamentado por 7 meses. O seu DNPM ocorreu de forma normal. Atualmente, seu sono é agitado, e não faz uso de nenhum medicamento. Não apresentou doença grave, não precisou ficar internado e nem apresentou convulsão. Quanto ao seu comportamento é agressivo, birrento, fantasioso, mentiroso, exibido, agitado, chorão, nervoso, ansioso e negativista. É independente nas AVDs, cursa a 4ª série no período da tarde, na escola estadual Professora Décia Lourdes Machado dos Santos, em Lins e faz reforço após a aula. 4.4.1.8 Caso 8 Sexo masculino, 10 anos. A família é constituída por 6 pessoas: pai, mãe e 4 filhos. Os pais são casados e vivem bem. Pai trabalha no asilo e na Santa Casa e mãe trabalha de doméstica. O ambiente familiar é harmonioso. SIC do pai: a gravidez não foi planejada, porém desejada. A mãe não apresentou problemas durante a gravidez. Fez pré-natal e o parto foi normal. A criança não nasceu antes do tempo e não necessitou ficar na incubadora. O bebê chorou ao nascer e não houve nenhuma complicação com o mesmo. Mãe e filho saíram juntos do hospital, foi amamentado por 2 anos. O seu DNPM ocorreu de forma normal. Atualmente, seu sono é agitado, e não faz uso de nenhum medicamento. 87 Apresentou doença grave, como anemia. Já ficou internado e não apresentou convulsão. Quanto ao seu comportamento é agressivo, birrento, fantasioso, mentiroso, exibido, agitado, nervoso, ansioso e isolado. É independente nas AVDs, cursa a 4° série do Ensino Fundamental, no período da tarde, na escola estadual Professora Décia Lourdes Machado dos Santos, em Lins, já repetiu a 4° série e faz reforço após a aula. 4.5 Quadro dos resultados da avaliação de Soubiran, pré-intervenção dos casos CONCEITOS FUNCIONAIS CASO 01 CASO 02 CASO 03 CASO 04 CASO 05 CASO 06 CASO 07 CASO 08 I - COORDENAÇÃO MOTORA FINA - - - - - - - - 1-DIADOCOCINESIA BOM MAU REGULAR MAU PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO REGULAR 2-PIANOTAGENS PÉSSIMO MAU REGULAR MAU PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO 3-EXERCÍCIOS GRÁFICOS PÉSSIMO MAU REGULAR MAU MAU MAU PÉSSIMO REGULAR - - - - - - - - 1-ANDAR BOM PÉSSIMO BOM REGULAR PÉSSIMO REGULAR PÉSSIMO BOM 2-CORRER BOM PÉSSIMO BOM REGULAR PÉSSIMO REGULAR PÉSSIMO BOM 3-DISMETRIA PÉSSIMO PÉSSIMO REGULAR REGULAR PÉSSIMO REGULAR PÉSSIMO PÉSSIMO 4-DISSOCIAÇÃO PÉSSIMO MAU REGULAR MAU MAU MAU PÉSSIMO PÉSSIMO III - COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL BOM REGULAR REGULAR REGULAR ÓTIMO REGULAR REGULAR PÉSSIMO 1-CONTROLE VISUAL BOM REGULAR REGULAR REGULAR ÓTIMO REGULAR REGULAR PÉSSIMO 2-CONTROLE VISUAL COM OBJETO BOM REGULAR REGULAR REGULAR ÓTIMO REGULAR REGULAR PÉSSIMO - - - - - - - - 1-ESTÁTICO MAU MAU REGULAR MAU PÉSSIMO REGULAR REGULAR BOM 2-DINÂMICO REGULAR MAU REGULAR REGULAR PÉSSIMO REGULAR PÉSSIMO REGULAR II - COORDENAÇÃO MOTORA GLOBAL IV EQUILIBRIO 88 CONCEITOS FUNCIONAIS CASO 01 CASO 02 CASO 03 CASO 04 CASO 05 CASO 06 CASO 07 CASO 08 V - ESQUEMA CORPORAL - - - - - - - - 1-RELAXAMENTO BOM PÉSSIMO REGULAR REGULAR PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO BOM 2-DESENHO DA FIGURA HUMANA PÉSSIMO REGULAR MAU MAU REGULAR REGULAR PÉSSIMO MAU 3-NOMEAR PARTES REGULAR MAU MAU MAU MAU BOM MAU MAU BOM ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO BOM ÓTIMO ÓTIMO MAU - - - - - - - - 1-PERGUNTAR (À CRIANÇA) PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO ÓTIMO PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO 2-ORDENAR (À CRIANÇA) PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO MAU PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO MAU PÉSSIMO PÉSSIMO MAU PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO - - - - - - - - DIREITA SIMPLES PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO MAU PÉSSIMO CRUZADA PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO MAU PÉSSIMO MAU PÉSSIMO REGULAR PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO MAU REGULAR - - - - - - - - 1-POSIÇÃO NO ESPAÇO REGULAR REGULAR ÓTIMO MAU ÓTIMO MAU ÓTIMO BOM 2-ADAPTAÇÃO AO ESPAÇO PÉSSIMO MAU REGULAR MAU MAU MAU MAU MAU 3-RELAÇÃO PERTO LONGE ÓTIMO REGULAR ÓTIMO REGULAR PÉSSIMO REGULAR ÓTIMO PÉSSIMO 4-NOÇÃO DE TAMANHO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO MAU REGULAR REGULAR BOM BOM BOM REGULAR MAU - - - - - - - - BOM BOM BOM MAU MAU BOM REGULAR BOM ÓTIMO BOM BOM MAU REGULAR REGULAR ÓTIMO BOM - - - - - - - - 4-DELINEAR PARTES VI LATERALIDADE 3-PERGUNTAR À CRIANÇA NO T.O. 4-IMITAÇAO DE ATITUDES 5-SENTIDO MUSCULAR VII - ORIENTAÇÃO ESPACIAL 5-ORIENTAÇÃO ESPACIAL NO PAPEL VIII - ORIENTAÇÃO TEMPORAL 1-NOÇÃO DE ANTES E DEPOIS 2-ORGANIZAÇÃO DIÁRIA 3-NOÇÃO DE RITMO 89 CONCEITOS FUNCIONAIS CASO 01 CASO 02 CASO 03 CASO 04 CASO 05 CASO 06 CASO 07 CASO 08 BOM REGULAR BOM REGULAR PÉSSIMO REGULAR REGULAR PÉSSIMO 5-REPRODUÇÃO DE ESTRUTURAS RÍTMICAS PÉSSIMO MAU BOM PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO MAU PÉSSIMO 6-ADAPTAÇÃO AO RÍTMO PÉSSIMO MAU BOM PÉSSIMO REGULAR PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO 7-DIAS DA SEMANA ÓTIMO ÓTIMO MAU MAU MAU PÉSSIMO PÉSSIMO BOM 8-MESES DO ANO PÉSSIMO PÉSSIMO MAU MAU MAU PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO 9-ESTAÇÕES DO ANO REGULAR REGULAR PÉSSIMO MAU MAU PÉSSIMO PÉSSIMO PÉSSIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO X - NOÇÃO DE FORMA PÉSSIMO PÉSSIMO ÓTIMO BOM BOM REGULAR BOM PÉSSIMO XI - NOÇÃO DE IGUALDADE REGULAR REGULAR BOM REGULAR ÓTIMO REGULAR REGULAR BOM - - - - - - - - BOM ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO MAU MAU ÓTIMO - - - - - - - - MAU BOM BOM PÉSSIMO ÓTIMO REGULAR MAU ÓTIMO 4-RITMO ESPONTÂNEO IX - NOÇÃO DE COR XII NOÇÃO NUMÉRICA ESCRITA XIII NOÇÃO ALFABÉTICA ESCRITA Fonte: Elaborado pelas autoras 4.6 Quadro dos atendimentos DATA ATIVIDADE N/P I.M. OBJETIVO/HABILIDADE CONCEITO 28/3/2007 VAIVÊM 7 C.C. Tonicidade, idéias de conjunto, atenção, criatividade, E.E., C.M.G., destreza, força, C.O.M. BOM GINCANA COM BOLAS 7 C.M.G., C.O.M., E.E., E.D., P.V., P.A., R.V., R.A., destreza, atenção, tonicidade, agilidade,O.E. BOM C.M.G., C.O.M., E.E., E.D., P.V., P.A., R.V., R.A., destreza, atenção, tonicidade, agilidade, O.E., E.C. BOM C.M.G., C.O.M., E.E., E.D., P.A, P.V, R.A., R.V., destreza, atenção, tonicidade, agilidade, O.E., E.C. BOM 2/4/2007 4/4/2007 C.C. BAMBOLÊ 7 DANÇA DA CADEIRA 7 C.C. 90 DATA ATIVIDADE N/P PETECA CAÇA AO TESOURO I.M OBJETIVO/HABILIDADE CONCEITO 7 C.M.G., E.E., E.D., P.A., P.V., R.A., R.V., destreza, atenção, tonicidade, agilidade, O.E. BOM 8 E.E., E.D., agilidade, C.M.G., C.O.M., criatividade, P.V., P.A., R.V., R.A., agilidade, atenção. REGULAR 9/4/2007 C.C. MÍMICA 8 E.E., E.D., agilidade, C.M.G., C.O.M., criatividade, P.V., P.A., R.V., R.A., agilidade, atenção, raciocínio, E.C. BOM ESTÁTUA 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., criatividade, atenção, C.O.M. BOM 11/4/2007 C.C. LENÇO ATRÁS 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., criatividade, atenção, C.O.M. BOM COBRA CEGA 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., criatividade, atenção, C.O.M. ÓTIMO 16/4/2007 C.C. ESTOURA BEXIGA 7 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., criatividade, atenção, C.O.M., força. ÓTIMO CORRIDA DO SACO 7 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, força, atenção. ÓTIMO 18/4/2007 C.C. CORRIDA DO OVO 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção. ÓTIMO CORRIDA DOS PÉS JUNTOS 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção. ÓTIMO 23/4/2007 C.C. DANÇA DA LARANJA 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção. ÓTIMO JOGO DA MEMÓRIA AUDITIVA 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, raciocínio, atenção. ÓTIMO 25/4/2007 C.C. ENCHER GARRAFA 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção. ÓTIMO PEGA-PEGA 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, atenção. ÓTIMO 30/4/2007 C.C CAÇA-RAPOSA 8 C.M.G, E.E., E.D., agilidade, atenção, O.E., P.V., P.A., R.V., R.A. ÓTIMO PULA CORDA 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, força, atenção. ÓTIMO E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, força, atenção, C.M.F. BOM 2/5/2007 C.C BOLA NO CESTO 7 91 DATA ATIVIDADE N/P DURO OU MOLE 7 7/5/2007 9/5/2007 JOGO DAS FORMAS 8 CAIXA SURPRESA 8 DOMINÓ 8 DAMA 8 RECORTE E COLE 8 PEGA VARETA 6 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, força. BOM E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza. BOM C.C E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força. ÓTIMO E.E., agilidade, P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, atenção, raciocínio, regras. ÓTIMO E.E., agilidade, O.E., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, atenção, raciocínio, regras. BOM C.C Agilidade, O.E., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, atenção. BOM E.E., E.D., agilidade, O.E., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, raciocínio, atenção. ÓTIMO E.E., E.D., agilidade, O.E., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, raciocínio, atenção, E.C. ÓTIMO E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção. BOM E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção. ÓTIMO C.C FIGURA HUMANA 8 CORRIDA COM OBSTÁCULOS 7 CARRIOLINHA 8 30/5/2007 C.C C.C AMARELINHA 7 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, atenção. ÓTIMO COELHO SAI DA TOCA 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, atenção. ÓTIMO E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, força, atenção. ÓTIMO E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, atenção, tonicidade. ÓTIMO E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção. ÓTIMO 4/6/2007 11/6/2007 CONCEITO C.C 21/5/2007 23/5/2007 OBJETIVO/HABILIDADE C.C 14/5/2007 16/5/2007 I.M C.C LANÇAR A BOLA COM OS PÉS 8 FUTEBOL 8 TIRO AO ALVO 8 C.C 92 DATA ATIVIDADE N/P CONDUZIR A BOLA COM A RAQUETE 8 14/6/2007 I.M OBJETIVO/HABILIDADE CONCEITO E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, força, atenção, tonicidade. ÓTIMO C.C BATATA QUENTE 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, força, atenção, tonicidade. BOM QUICAR A BOLA COM O COMPANHEIRO 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, força, atenção, tonicidade. BOM 18/6/2007 C.C PIÃO 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção, tonicidade. BOM PEGA O RABO 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção. BOM 20/6/2007 C.C ACERTA A BOLINHA DE GUDE NO BURACO 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção. ÓTIMO MANEJO COM A BOLA ENTRE AS PERNAS 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, força, atenção, tonicidade. ÓTIMO 25/6/2007 C.C PISANDO EM ARCOS 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força. ÓTIMO BIBIOQUE 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção, memória, raciocínio. ÓTIMO 27/6/2007 C.C JOGO DA MEMÓRIA 8 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, atenção, memória, raciocínio. ÓTIMO ALINHAVO 4 E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção. BOM E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção. ÓTIMO E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, força, atenção. BOM 2/7/2007 C.C CONFECÇÃO DO PEGA- VARETA 4 4/7/2007 TRAVESSIA AO RIO 6 9/7/2007 FERIADO 11/07/07 à 25/07/07 RECESSO ESCOLAR C.C 93 DATA ATIVIDADE N/P MÚSICA DA TIA MÔNICA 4 30/7/2007 I.M OBJETIVO/HABILIDADE CONCEITO E.E., E.D., agilidade, O.E., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, atenção, raciocínio, ritmo, E.C. ÓTIMO E.E., agilidade, O.E., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, atenção, raciocínio, S.T., criatividade. ÓTIMO C.C. MODELAGEM COM MASSA 4 1/8/2007 BIJOUTERIAS 8 C.C. E.E., agilidade, O.E., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, atenção, criatividade, concentração. REGULAR 6/8/2007 TEATRO DE FANTOCHES 8 C.C. E.E., agilidade, P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, atenção, criatividade, orientação têmporo-espacial, E.C. BOM 8/8/2007 VISITA AO ZÔO 8 C.C. S.T., C.M.F., C.O.M., atenção, O.E., raciocínio, concentração, agilidade, destreza, criatividade. REGULAR 13/8/2007 CINCO MARIAS 4 C.C. Noção de quantidade e de conjunto, atenção, agilidade, O.E., C.M.F., C.O.M., concentração, destreza. ÓTIMO ENCAIXANDO FORMAS 8 O.E., P.V., R.V., constância perceptiva, atenção, raciocínio, concentração, destreza, C.M.F., C.O.M. BOM 15/8/2007 C.C. ARAMADO 8 O.E., P.V., R.V., atenção, raciocínio, concentração, destreza, C.M.F., C.O.M., C.M.G., E.E., E.D., agilidade. REGULAR PASSA A BOLA 6 E.E., agilidade, P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, atenção, criatividade, O.E., E.C. BOM E.E., E.D., agilidade, P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., C.M.F., destreza, atenção, O.E. REGULAR 20/8/2007 C.C. TOCA DO RATO 6 ALERTA 7 C.C E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, tonicidade. ÓTIMO CORRIDA COM O PÉ DO AMIGO 6 C.C E.E., E.D., agilidade, O.E., C.M.G., P.V., P.A., R.V., R.A., C.O.M., destreza, força. REGULAR SALTO EM DISTÂNCIA 7 C.C E.D., O.E., C.M.G., P.V., R.V., C.O.M., destreza, agilidade, tonicidade. ÓTIMO PERNETA 7 C.C E.E., E.D., O.E., C.M.G., P.V., R.V., C.O.M., destreza, agilidade, tonicidade, C.M.F. BOM 22/8/2007 27/8/2007 94 DATA ATIVIDADE N/P I.M OBJETIVO/HABILIDADE CONCEITO QUEIMADA 7 C.C E.E., E.D., O.E., C.M.G., P.V., R.V., C.O.M., destreza, agilidade, tonicidade, C.M.F. ÓTIMO JOGO DA VELHA 7 C.C E.E., E.D., O.E., C.M.G., P.V., R.V., C.O.M., destreza, agilidade, tonicidade, C.M.F. BOM C.C E.E., E.D., O.E., C.M.G., P.V., R.V., C.O.M., destreza, agilidade, tonicidade, C.M.F. REGULAR 29/8/2007 7 3/9/2007 CAÇA PALAVRAS 7 DURO OU MOLE AMERICANO 7 C.C E.E., E.D., O.E., C.M.G., P.V., R.V., C.O.M., destreza, agilidade, tonicidade, C.M.F. BOM BOLICHE 7 C.C E.E., E.D., O.E., C.M.G., P.V., R.V., C.O.M., destreza, agilidade, tonicidade, C.M.F. BOM 5/9/2007 Fonte: Elaborado pelas autoras 4.7 Quadro dos resultados da reavaliação de Soubiran, pós-intervenção dos casos CONCEITOS FUNCIONAIS CASO 01 CASO 02 CASO 03 CASO 04 CASO 05 CASO 06 CASO 07 I - COORDENAÇÃO MOTORA FINA - - - - - - - 1DIADOCOCINESIA BOM REGULAR BOM REGULAR BOM REGULAR MAU 2-PIANOTAGENS BOM MAU BOM REGULAR REGULAR MAU PÉSSIMO 3-EXERCÍCIOS GRÁFICOS MAU REGULAR REGULAR BOM REGULAR REGULAR BOM - - - - - - - 1-ANDAR BOM BOM ÓTIMO BOM BOM BOM ÓTIMO 2-CORRER BOM BOM ÓTIMO BOM REGULAR BOM BOM 3-DISMETRIA BOM BOM ÓTIMO REGULAR PÉSSIMO BOM MAU 4-DISSOCIAÇÃO BOM BOM ÓTIMO BOM REGULAR REGULAR REGULAR III COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL - - - - - - - 1-CONTROLE VISUAL BOM MAU ÓTIMO REGULAR ÓTIMO REGULAR REGULAR 2-CONTROLE VISUAL COM OBJETO BOM BOM ÓTIMO BOM ÓTIMO ÓTIMO REGULAR - - - - - - - BOM REGULAR ÓTIMO BOM MAU BOM BOM II - COORDENAÇÃO MOTORA GLOBAL CASO 08 ÓTIMO REGULAR BOM BOM BOM REGULAR REGULAR - IV EQUILIBRIO 1-ESTÁTICO REGULAR ÓTIMO BOM 95 CONCEITOS FUNCIONAIS CASO 01 CASO 02 CASO 03 CASO 04 CASO 05 CASO 06 CASO 07 CASO 08 2-DINÂMICO BOM BOM ÓTIMO BOM BOM BOM BOM BOM - - - - - - - 1-RELAXAMENTO BOM BOM BOM ÓTIMO PÉSSIMO BOM BOM 2-DESENHO DA FIGURA HUMANA BOM REGULAR REGULAR REGULAR REGULAR BOM BOM ÓTIMO REGULAR ÓTIMO REGULAR BOM BOM BOM BOM ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO BOM ÓTIMO ÓTIMO - - - - - - - 1-PERGUNTAR (À CRIANÇA) ÓTIMO ÓTIMO BOM MAU ÓTIMO PÉSSIMO ÓTIMO 2-ORDENAR (À CRIANÇA) ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO PÉSSIMO BOM PÉSSIMO ÓTIMO BOM BOM REGULAR REGULAR PÉSSIMO REGULAR PÉSSIMO V - ESQUEMA CORPORAL 3-NOMEAR PARTES 4-DELINEAR PARTES VI LATERALIDADE 3-PERGUNTAR À CRIANÇA NO T.O. 4-IMITAÇAO DE ATITUDES BOM REGULAR REGULAR ÓTIMO REGULAR BOM MAU - - - - - - - DIREITA SIMPLES BOM ÓTIMO BOM ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO CRUZADA BOM BOM BOM PÉSSIMO ÓTIMO PÉSSIMO REGULAR 5-SENTIDO MUSCULAR BOM BOM BOM ÓTIMO BOM MAU REGULAR - - - - - - - 1-POSIÇÃO NO ESPAÇO BOM BOM ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO 2-ADAPTAÇÃO AO ESPAÇO BOM REGULAR BOM BOM REGULAR BOM BOM ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO BOM BOM BOM BOM BOM BOM REGULAR BOM - - - - - - - - BOM BOM BOM BOM BOM BOM BOM ÓTIMO BOM BOM BOM BOM BOM BOM - - - - - - - BOM ÓTIMO BOM BOM ÓTIMO BOM REGULAR 5-REPRODUÇÃO DE ESTRUTURAS RÍTMICAS ÓTIMO REGULAR BOM BOM REGULAR REGULAR REGULAR 6-ADAPTAÇÃO AO RÍTMO REGULAR BOM 7-DIAS DA SEMANA ÓTIMO ÓTIMO REGULAR BOM ÓTIMO VII - ORIENTAÇÃO ESPACIAL 3-RELAÇÃO PERTO LONGE 4-NOÇÃO DE TAMANHO 5-ORIENTAÇÃO ESPACIAL NO PAPEL VIII - ORIENTAÇÃO TEMPORAL 1-NOÇÃO DE ANTES E DEPOIS 2-ORGANIZAÇÃO DIÁRIA 3-NOÇÃO DE RITMO 4-RITMO ESPONTÂNEO 8-MESES DO ANO 9-ESTAÇÕES DO ANO IX - NOÇÃO DE COR X - NOÇÃO DE FORMA XI - NOÇÃO DE IGUALDADE XII - NOÇÃO NUMÉRICA ÓTIMO BOM BOM BOM MAU ÓTIMO BOM ÓTIMO BOM PÉSSIMO BOM BOM REGULAR MAU MAU REGULAR BOM ÓTIMO BOM MAU PÉSSIMO BOM REGULAR PÉSSIMO REGULAR MAU PÉSSIMO BOM PÉSSIMO PÉSSIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO BOM ÓTIMO ÓTIMO BOM BOM ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO BOM BOM ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO - - - - - - - REGULAR ÓTIMO BOM PÉSSIMO ÓTIMO BOM BOM - 96 CONCEITOS FUNCIONAIS ESCRITA XIII - NOÇÃO ALFABÉTICA ESCRITA CASO 01 CASO 02 CASO 03 CASO 04 CASO 05 CASO 06 CASO 07 BOM ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO ÓTIMO BOM - - - - - - - BOM BOM BOM BOM ÓTIMO BOM REGULAR CASO 08 ÓTIMO ÓTIMO Fonte: Elaborado pelas autoras 4.8 Resultado dos casos 4.8.1 Caso 1 O sujeito do caso 1 apresentou na avaliação déficits em 27 itens dos 38 testados, porém após a intervenção, apresentou na reavaliação déficits em apenas 5 itens dos 38 testados. Os itens que mais se destacaram foram: os da lateralidade, orientação espacial e temporal. Após comparação e análise dos resultados, o mesmo apresentou 57,85% de melhora, referentes a 22 itens com superação. 4.8.2 Caso 2 O sujeito do caso 2 apresentou na avaliação déficits em 31 itens dos 38 testados, porém após a intervenção, apresentou na reavaliação déficits em apenas 10 itens dos 38 testados. Os itens que mais se destacaram foram: coordenação motora global, lateralidade, orientação espacial e temporal. Após comparação e análise dos resultados, o mesmo apresentou 55,20% de melhora, referentes a 21 itens com superação. 4.8.3 Caso 3 excluído 97 4.8.4 Caso 4 excluído 4.8.5 Caso 5 O sujeito do caso 5 apresentou na avaliação déficits em 28 itens dos 38 testados, porém após a intervenção, apresentou na reavaliação déficits em apenas 12 itens dos 38 testados. Os itens que mais se destacaram foram: os da lateralidade e orientação temporal. Após comparação e análise dos resultados, o mesmo apresentou 42,11% de melhora, referentes a 16 itens com superação. 4.8.6 Caso 6 O sujeito do caso 6 apresentou na avaliação déficits em 33 itens dos 38 testados, porém após a intervenção, apresentou na reavaliação déficits em apenas 15 itens dos 38 testados. Os itens que mais se destacaram foram: esquema corporal e orientação espacial. Após comparação e análise dos resultados, o mesmo apresentou 47,37% de melhora, referentes a 17 itens com superação. 4.8.7 Caso 7 O sujeito do caso 7 apresentou na avaliação déficits em 31 itens dos 38 testados, porém após a intervenção, apresentou na reavaliação déficits em apenas 16 itens dos 38 testados. Os itens que mais se destacaram foram: equilíbrio, esquema corporal e orientação espacial. Após comparação e análise dos resultados, o mesmo apresentou 42,10% de melhora, referentes a 15 itens 98 com superação. 4.8.8 Caso 8 O sujeito do caso 8 apresentou na avaliação déficits em 28 itens dos 38 testados, porém após a intervenção, apresentou na reavaliação déficits em apenas 12 itens dos 38 testados. Os itens que mais se destacaram foram: coordenação motora fina, lateralidade e orientação temporal. Após comparação e análise dos resultados, o mesmo apresentou 42,11% de melhora, referentes a 16 itens com superação. 4.9 A palavra dos profissionais Foram ouvidos os seguintes profissionais: 1 diretora de escola, 1 coordenadora pedagógica, 2 professores, 1 professor de educação física e 2 terapeutas ocupacionais. 4.9.1 Palavra da diretora de escola É do sexo feminino, 66 anos, reside na cidade de Lins, formada no ano de 1985, especialista em pedagogia, teve experiência profissional de professora e atualmente atua como diretora de escola há 30anos. Eis o relato: Nunca me preocupei em saber o que é realmente a terapia ocupacional. Não conheço os conceitos funcionais da psicomotricidade nem a teoria das inteligências múltiplas. O único trabalho existente na escola, voltado a 99 crianças com déficits psicomotores, acontece devido ao estágio de alunas da Terapia Ocupacional. Espero que, após os atendimentos de terapia ocupacional, as crianças estejam mais bem preparadas e aptas para as aprendizagens. (DIRETORA DA ESCOLA, 66 anos). 4.9.2 Palavra da coordenadora pedagógica É do sexo feminino, 43 anos, reside na cidade de Lins, formada no ano de 1987, especialista em coordenadoria pedagógica, teve experiência de professora de educação básica e atualmente atua como coordenadora pedagógica há 4 anos. Eis o relato: Terapia Ocupacional é um campo de conhecimento e de intervenção em saúde e educação que diz respeito a pessoas com diminuição, déficit ou incapacidade física ou mental, temporária ou permanente. A psicomotricidade é muito importante no desenvolvimento global do indivíduo em todas suas fases, e está ligada a Neurologia, a Psicologia e a Pedagogia. A psicomotricidade se preocupa com a relação entre o homem e o seu corpo, nos aspectos cognitivos e sócio-afetivos. A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner, é a capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Na escola é feito um trabalho nas aulas de Educação Física, onde são realizadas atividades voltadas para a área psicomotora, envolvendo todos os alunos. Em relação ao trabalho que vocês desenvolveram, espero que os alunos consigam superar suas dificuldades, tenham um bom relacionamento e 100 melhorem seu desempenho escolar, através das atividades propostas por vocês, que foram preparadas de acordo com os problemas apresentados por eles. Também pela dedicação, paciência e amor que vocês souberam transmitir. Queremos sempre contar com essa equipe maravilhosa, para nos ajudar a trabalhar com os alunos que tanto precisam de nosso apoio. (COORDENADORA PEDAGÓGICA, 43 ANOS). 4.9.3 Palavra do professor A É do sexo feminino, 48 anos, reside na cidade de Guaimbê, formada no ano de 2001, especialista em letras, tem como experiência profissional anterior no Ensino Fundamental Ciclo I e atualmente atua como professora há 7 anos. Eis o relato: Conheço parcialmente os conceitos funcionais da psicomotricidade, pois são atividades relacionadas ao desenvolvimento cognitivo de cada criança. Para mim, a terapia ocupacional é um auxílio ao indivíduo, no desenvolvimento de déficit do aprendizado, voltado para o emocional, intelectual e coordenação motora. Suponho que, o trabalho da terapia ocupacional, com crianças portadoras de déficits psicomotores, sejam atividades de atenção, observação, concentração, lateralidade, sentimentos, valores, regras e mudanças de atitudes. Espero que este trabalho venha a ajudar as crianças a superar as dificuldades constatadas, pelos profissionais específicos, contribuindo assim no processo educativo, eficaz e preciso. (PROFESSORA, 48 anos). 4.9.4 Palavra do professor B 101 É do sexo feminino, 56 anos, reside na cidade de Lins, formada no ano de 1969, especialista em pedagogia, atua nessa especialidade há 30 anos. Eis o relato: Conheço alguns conceitos funcionais da psicomotricidade, pois ao trabalhar com crianças é preciso conhecer. Sei que a terapia ocupacional é um trabalho que envolve todo seu corpo, toda parte psicomotora. Mas não tenho aprofundamento nesta área. Honestamente, não conheço o trabalho da terapia ocupacional com crianças com déficits psicomotores, pois o aluno é tirado da sala de aula e não tenho contato com o trabalho realizado. Espero que este trabalho surta efeito no que se refere aos déficits dos alunos, para que eles possam progredir em sala de aula e na vida. (PROFESSORA, 56 anos). 4.9.5 Palavra do professor de educação física É do sexo masculino, 45 anos, casado, reside na cidade de Lins, formado no ano de 1987, teve experiência profissional como torneiro mecânico, e atualmente atua como professor de Educação física há 18 anos. Eis o relato: Conheço o trabalho da terapia ocupacional, pois ministro aula no mesmo horário que a mesma atende as crianças. Também conheço os conceitos funcionais da psicomotricidade, pois é um ciência básica para que possamos entender e aprimorar nosso trabalho junto as crianças. As principais dificuldades que encontro ao trabalhar com crianças com déficits psicomotores, é o numero de alunos por sala de aula, o que não permite um 102 trabalho individualizado ou em pequenos grupos. Espero que após os atendimentos os alunos melhorem sua relação com o grupo, aprimorando a cooperação e o limite , melhorando, desta forma, seu desempenho. (PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA, 45 anos). 4.9.6 Palavra da terapeuta ocupacional A É do sexo feminino, 59 anos, reside na cidade de Lins, formada no ano de 2003, especialista em terapia ocupacional, teve experiência profissional de professora e atualmente atua como terapeuta ocupacional há três anos e nove meses. Eis o relato: Conheço os conceitos funcionais da psicomotricidade, pois avaliamos e trabalhamos prevenindo e estimulando, através da visão e dos conceitos da psicomotricidade, promovendo a capacidade de ser e agir, possibilitando a criança um melhor conhecimento do seu corpo e de suas possibilidades. Tenho conhecimento sobre a teoria das inteligências múltiplas, pois ao trabalhar com uma criança em desenvolvimento, não devemos trabalhar com uma única inteligência, mas propor trabalhar e estimular outros tipos de inteligências. Acredito sim que a atividade cinestésico-corporal pode auxiliar crianças com déficits porque, à medida que a imagem visual de seu corpo torna-se a principal referência, fornecidos pelas sensações táteis e cinestésicas, poderá exercer sua disponibilidade, como sua própria motricidade. O terapeuta ocupacional pode auxiliar e intervir com crianças com déficits psicomotores, propondo a despertar a possibilidade de auxiliar as crianças em obter a 103 movimentação consciente do corpo implicando em ações intencionais. Utilizo o método de adaptação do exame motor de G. B. Soubiran para avaliar crianças com déficits psicomotores. (TERAPEUTA OCUPACIONAL, 59 anos). 4.9.7 Palavra do terapeuta ocupacional B É do sexo feminino, 43 anos, casada, reside na cidade de Lins, formada no ano de 1987, é especialista em Deficiência Mental e Desenvolvimento Infantil, atua nessa especialidade há 19 anos. Eis o relato: Conheço os conceitos funcionais da psicomotricidade como: ritmo, equilíbrio, tonicidade, percepção e postura. Também conheço a teoria das Inteligências Múltiplas, que é uma teoria onde se estimula o aspecto em que o indivíduo mais se destaca inteligência motora; na área das relações, nas artes, etc, para ampliar seu potencial. Acredito sim que a atividade cinestésico-corporal pode auxiliar crianças com déficits psicomotores O terapeuta ocupacional pode auxiliar e intervir com crianças com déficits psicomotores, através de várias técnicas que aliam percepção, consciência corporal e ato motor, como terapia aquática, integração sensorial e outros. Conheço e utilizo alguns métodos para avaliar crianças com déficits psicomotores como: Mariane Frostng, Ozeretsky e Luzina Puck Vayer (TERAPEUTA OCUPACIONAL, 43 anos). 4.10 Discussão Barreto (2000) acredita que um desenvolvimento psicomotor adequado 104 favorece e é favorecido pelos itens de expressão, lateralidade, orientação têmporo-espacial, bom ritmo, boa tonicidade, boa coordenação motora global e fina, como também um bom esquema corporal conforme os resultados dos casos 1, 2, 5, 6, 7 e 8. A psicomotricidade é um conjunto de conhecimentos que envolve o homem nos aspectos cognitivos, afetivos e orgânicos, ocorrendo de forma conjunta. Assim, os resultados dos casos enfocados, justificam que cada sujeito apresentou diferentes superações, devido aos seus aspectos cognitivos, afetivos e orgânicos individuais. Para Gardner (apud GAMA, 1993) todas as pessoas consideradas normais são capazes de uma atuação em pelo menos 7 diferentes e independentes áreas intelectuais. Gaspári; Schwarts (2002) acredita que cada uma das inteligências múltiplas podem ser canalizadas para outros fins. Assim, esta pesquisa buscou enfatizar a inteligência cinestésico-corporal para tratar crianças com déficits psicomotores, elucidando que a inteligência tem a propriedade de selecionar a maneira melhor de compreender as coisas, a melhor saída para resolver problemas . Gardner (apud KRUSZIELSKI, 2005) enfatiza que a inteligência possui varias facetas, que na verdade são talentos, capacidades e habilidades mentais que, após a intervenção, foram despertados, aflorando resultados pertinentes e satisfazendo a proposta do objetivo. A intervenção proposta para o resgate dos conceitos funcionais vieram ao encontro das atividades selecionadas para a inteligência cinestésicocorporal, conforme Gama (1993) e Antunes (1999) enfatizaram, justificando assim os resultados satisfatórios contemplados nesta pesquisa, após reavaliação e constatação de superações. 4.11 Conclusão sobre a pesquisa A pesquisa enfocou o trabalho da terapia ocupacional, através de 105 atividades para estimular a teoria das inteligências múltiplas, visando resgatar dificuldades de aprendizagem e psicomotora, em crianças de 8 a 10 anos, de ambos os sexos da própria instituição, utilizando método, atividade e materiais específicos. Após intervenção e análise dos resultados, observou-se que a proposta foi alcançada, através dos satisfatórios e significantes resultados obtidos individualmente por cada sujeito, de acordo com suas diferenças e potencialidades. Ressalta-se que os casos 3 e 4, foram excluídos por terem um alcançado superações superiores ao demais e outro inferiores aos demais, enfatizando ainda que o caso 3 foi o que teve mais assiduidade no tratamento, e o caso 4 o que teve menos assiduidade, vindo a faltar inúmeras vezes, comprometendo assim seu resultado final. A teoria da inteligência cinestésico-corporal mostrou-se eficiente diante dos seus resultados. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 106 Mediante os resultados satisfatórios obtidos nos estudos de caso, verificou-se a importância da utilização de atividades cinestésico-corporal para tratar crianças com dificuldades psicomotoras. Que toda criança com problemas de aprendizagem, sejam investigadas pela Adaptação do Exame de G. B. Soubiran, onde o mesmo salienta os conceitos funcionais essenciais para o processo de aprendizagem, para poderem ser estimuladas pela inteligência cinestésico-corporal, técnica essa que ficou evidenciada nesta pesquisa pelos seus resultados significantes. Profissionais ligados a crianças com problemas de aprendizagem e déficits psicomotores, como terapeutas ocupacionais, pedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, venham utilizar esta técnica e atividades específicas. Que a participação e a união da equipe multidisciplinar venham reverter o problema, auxiliando crianças com problemas de aprendizagem e déficits psicomotores em seu cotidiano escolar, situação esta tão evidenciada nos dias de hoje. Que os sujeitos desta pesquisa, dêem continuidade ao tratamento, visto que muitos ainda apresentam déficits a serem superados. CONSIDERAÇÕES FINAIS 107 Diante dos pressupostos observados e analisados, acredita-se que a teoria da inteligência cinestésico-corporal é indicada para tratar crianças com déficits psicomotores influenciando no seu processo de aprendizagem. A pesquisa realizada na E. E. Professora Décia de Lourdes Machado dos Santos, em Lins, demonstra a confiabilidade da teoria da inteligência cinestésico-corporal, utilizando como método a Adaptação do Exame de G. B. Soubiran, para coleta de dados e comparação dos mesmos. Diante dos resultados satisfatórios obtidos constata-se que terapeutas ocupacionais e demais profissionais envolvidos devam rever métodos e técnicas para estimular e resgatar problemas evidenciados no cotidiano escolar. O trabalho proporcionou uma nova visão frente a teoria da inteligência cinestésico-corporal, de crianças com dificuldades de aprendizagem e psicomotoras, apresentando resultados e desempenho significativos após intervenção. Com satisfação constata-se ao final desta pesquisa que os objetivos iniciais foram atingidos e o pressuposto teórico satisfeito. O trabalho proporcionou reflexão e aprofundamento no assunto, que não se esgota aqui. REFERÊNCIAS 108 ANTUNES, C. Construção do afeto: como estimular as múltiplas inteligências de seus filhos. São Paulo:Diversas, 1999. ________. Jogos para estimulação das múltiplas inteligências. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. ________. Inteligências múltiplas. São Paulo: Salesiana, 2003. ________. Sala de aula de geografia e de história: inteligências múltiplas significados no dia a dia. Campinas: Papirus, 2003. ________. As inteligências múltiplas e seus estímulos. 12. ed. Campinas: Papirus, 2005. ________. Inteligências múltiplas e seus jogos: inteligência cinestésicocorporal. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2006. ALMEIDA, G. P. Teoria e pratica em psicomotricidade: jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis. Copacabana: Wak, 2006. ALVES, F. Como aplicar a psicomotricidade: uma atividade multidisciplinar com amor e união. Rio de Janeiro: Wak, 2004. ARAÚJO, D. B.; MINEIRO, C. R.; KOSELY, N. T. Convivendo com a préescola: teoria e prática da educação pré-escolar. 5. ed. 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Prof. Décia Lourdes Machado dos Santos 1.4 Ficha de identificação e evolução dos casos 2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO Avaliação e Reavaliação ESTUDADO 2.1 Materiais 2.2 Métodos terapêuticos empregados 2.3 Técnicas utilizadas 2.4 Depoimento sobre os casos: diretor da escola, coordenador pedagógico, professor, professor de educação física e terapeuta ocupacional. 3 DISCUSSÃO Confronto e análise entre teoria e prática utilizadas no tratamento dos casos fazendo menção sobre as suas características. 4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÃO DE UMA PROPOSTA DE INTERVENÇAO APÊNDICE B - ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O DIRETOR 115 I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Sexo: Idade: Ano de formatura: Especialidade: Tempo de serviço nessa especialidade: Experiências profissionais anteriores: Residência (cidade): II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Você sabe o que é Terapia Ocupacional? ( ) sim ( ) não 1.1 Justifique sua resposta. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2 Você conhece os conceitos funcionais da psicomotricidade? ( ) sim ( )não 2.1 Justifique sua resposta. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 Você conhece a teoria das inteligências múltiplas? ( ) sim ( )não 3.1 Justifique sua resposta. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4 Existe algum trabalho realizado na escola voltado especialmente para crianças com déficits psicomotores? ( ) sim ( ) não 4.1 Justifique sua resposta. 116 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5 Quais são suas expectativas em relação ao trabalho que esta sendo desenvolvido frente às crianças com déficits psicomotores dessa instituição? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- APÊNDICE C - ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O COORDENADOR PEDAGÓGICO 117 I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Sexo: Idade: Ano de formatura: Especialidade: Tempo de serviço nessa especialidade: Experiências profissionais anteriores: Residência (cidade): II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Você sabe o que é Terapia Ocupacional? ( ) sim ( ) não 1.1 Justifique sua resposta. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2 Você conhece os conceitos funcionais da psicomotricidade? ( ) sim ( ) não 2.1 Justifique sua resposta. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 Você conhece a teoria das inteligências múltiplas? ( ) sim ( )não 3.1 Justifique sua resposta. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 Existe algum trabalho realizado na escola voltado especialmente para crianças com déficits psicomotores? 118 ( ) sim ( ) não 4.1 Justifique sua resposta. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5 Quais são suas expectativas em relação ao trabalho que esta sendo desenvolvido frente às crianças com déficits psicomotores dessa instituição? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- APÊNDICE D - ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O PROFESSOR 119 I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Sexo: Idade: Ano de formatura: Especialidade: Tempo de serviço nessa especialidade: Experiências profissionais anteriores: Residência (cidade): II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Você conhece os conceitos funcionais da psicomotricidade? ( ) sim ( ) não 1.1 Justifique sua resposta. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2 Você sabe o que é Terapia Ocupacional? ( ) sim ( ) não 2.1 Justifique sua resposta. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 Você conhece o trabalho da terapia ocupacional frente a crianças com déficits psicomotores? ( ) sim ( ) não 3.1 Justifique sua resposta. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 120 4 Quais são suas expectativas em relação ao trabalho que esta sendo desenvolvido frente às crianças com déficits psicomotores dessa instituição? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 121 APÊNDICE E - ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FISÍCA I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Sexo: Idade: Ano de formatura: Especialidade: Tempo de serviço nessa especialidade: Experiências profissionais anteriores: Residência (cidade): II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Você conhece o trabalho da terapia ocupacional frente a crianças com déficits psicomotores? ( ) sim ( ) não 1.1 Justifique sua resposta. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2 Você conhece os conceitos funcionais da psicomotricidade? ( ) sim ( ) não 2.1 Justifique sua resposta. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 Quais as dificuldades encontradas por você profissional para trabalhar com as crianças que apresentam déficits psicomotores? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 122 4 Quais são suas expectativas em relação ao trabalho que esta sendo desenvolvido frente às crianças com déficits psicomotores dessa instituição? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 123 APÊNDICE F - ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O TERAPEUTA OCUPACIONAL I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Sexo: Idade: Ano de formatura: Especialidade: Tempo de serviço nessa especialidade: Experiências profissionais anteriores: Residência (cidade): II PERGUNTAS ESPECÍFICAS 1 Você conhece os conceitos funcionais da psicomotricidade? ( ) sim ( ) não 1.1 Justifique sua resposta. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2 Você conhece a teoria das inteligências múltiplas? ( ) sim ( )não 2.1 Justifique sua resposta. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3 Você acredita que a atividade cinestésico-corporal pode auxiliar crianças com déficits psicomotores? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 124 4 Como o terapeuta ocupacional pode auxiliar e intervir no trabalho de crianças com déficits psicomotores? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 5 Você utiliza ou conhece algum método para avaliar crianças com déficits psicomotores? ( ) sim ( ) não 5.1 Justifique sua resposta. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 125 APÊNDICE G TERMO DE CONSENTIMENTO Eu, _______________________________________________Portadora RG: ______________________________, mãe do (a) do menor_______ ______________________________ de ___anos, autorizo meu filho (a) a participar de uma pesquisa sobre o Resgate da Psicomotricidade através da Inteligência Cinestésica Corporal. Estou ciente que será feito uma intervenção de Terapia Ocupacional com crianças com Déficits Psicomotores e que será utilizado a imagem (fotos) dos mesmos na pesquisa, com objetivo de mostrar a importância das Atividades Cinestésico Corporais. A pesquisa esta prevista para iniciar em março de 2007 a setembro de 2007, toda segunda e quarta feira das 14h00min às 14h50min na E. E. Prof. Décia Lurdes Maria dos Santos. Os atendimentos serão realizados em grupo, duas vezes por semana, durante os meses previstos. Após o mês de setembro de 2007, será oferecido atendimento no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco Clinica de Terapia Ocupacional para continuidade do tratamento. Esta pesquisa estará sendo feita para verificar se a Atividade Cinestésica Corporal é adequada para a clientela com déficit psicomotor bem como uma pesquisa para consultas. Esperando resultados significantes. Em caso de dúvida procurar a orientadora responsável pela pesquisa. Lins, __________________ de 2007 Ass.: Orientadora de Terapia Ocupacional Endereço: Endereço: Telefone: Telefone: Ass.: Estagiária de Terapia Ocupacional Estagiária de Terapia Ocupacional Endereço: Endereço: Telefone: Telefone: Ass.: Ass.: Estagiária de Terapia Ocupacional: Endereço: Telefone: Ass.: 126 APÊNDICE H DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES Atividade: Vaivém. Preparação: O coordenador confecciona o jogo com garrafas plásticas descartáveis, cordão, argolas e fitas colantes. Devem-se cortar duas garrafas ao meio, colar estas partes com a fita, passar dois fios de cerca de três metros de comprimento e colocar argolas nas extremidades. Utilização: A peça permite jogo em duplas, em que cada aluno segura uma extremidades do cordão e da impulso, abrindo os braços e arremessando os objetos para outro, que repete a operação. Atividade: Gincana com bolas. Preparação: Separar duas bolas e dividir os participantes em duas equipes. Utilização: As equipes devem ser posicionadas longe uma da outra, depois o coordenador explica a atividade sendo que os mesmo devem passar as bolas por cima da cabeça, por baixo das pernas e bater de um ponto a outro, vence a equipe que terminar primeiro. Atividade: Bambolê. Preparação: Separar um arco para cada participante. Utilização: Cada participante roda o arco na cintura, no braço e na perna, onde foi observado quem permanece mais tempo com o arco rodando. Atividade: Dança da cadeira. Preparação: Separar as cadeiras e posicioná-las em roda de acordo com o número de participantes sendo uma a menos e separar a música. Utilização: Ligar o som e pedir para os alunos ficar andando em volta das cadeiras, quando a música parar eles devem sentar, quem ficar sem cadeira sai da brincadeira, ganha quem conseguir sentar em todas as etapas. Atividade: Peteca. Preparação: Usar petecas e estimular diferentes formas de uso. 127 Utilização: O participante deverá jogar a peteca, recebê-la com uma e com outra mão. Atividade: Caça ao tesouro. Preparação: Utilizar um objeto simbolizando o tesouro e papel com pistas escritas. Utilização: O coordenador da brincadeira esconde o tesouro e as pistas. Para dar inicio a brincadeira ele fornece uma pista verbalmente, que levara os participantes as outras pistas e posteriormente ao tesouro. Atividade: Mímica. Preparação: Escrever nome de animais em papeis e dobra-los. Utilização: Um participante começa a brincadeira pegando escolhendo um papel e imita o animal que esta escrito, o participante que acertar o animal passa a fazer os gestos. Atividade: Estátua. Preparação: Organizar o rádio e posicionar os participantes na sala. Utilização: Ao som da música os participantes dançam pela sala. Em um determinado momento, o responsável pelo rádio, pára a música e os participantes ficam paradas em uma determinada posição sem poderem se mexer até a música começar novamente. Atividade: Lenço atrás. Preparação: Colocar os participantes em roda, escolher um para começar a brincadeira e separar um lenço. Utilização: O participante escolhido anda em volta da roda cantando uma música e escolhe uma pessoa para colocar o lenço atrás, essa pessoa escolhida deve pegar o lenço e correr atrás do participante que colocou tentando queimar se conseguir o participante queimado senta no meio da roda, se não conseguir queimar da continuidade a brincadeira. Atividade: Cobra-cega. 128 Preparação: Delimita-se um espaço onde os participantes possam correr e escolhe uma delas para ficar com os olhos vendados. Utilização: Uma dos participantes fica com os olhos vendados e sai a procura das outras. Quando o participante de olhos vendados rela em um colega, os papeis se invertem. Atividade: Estoura a bexiga. Preparação: Encher uma bexiga para cada participante e dividi-los em duas equipes. Utilização: Devem se formar duas filas uma longe da outra, dado o sinal o primeiro de cada equipe deve correr ate a área marcada e sentar na bexiga para que ela estoure assim o mesmo volta correndo e o próximo participante da sua equipe faz a mesma coisa. Atividade: Corrida do saco. Preparação: Separar um saco de estopa para cada participante. Utilização: Cada participante entrará dentro do saco e, ao sinal, pula segurando o saco até uma determinada distancia. Vence o que chegar primeiro ao final. Atividade: Corrida do ovo. Preparação: Delimitar um espaço para a realização da atividade, separar uma colher e um ovo para cada participante. Utilização: Dispor os participantes em fileira, ao sinal elas correram com a colher na boca e o ovo sobre ela sem deixar cair até chegar ao final. Atividade: Corrida dos pés juntos. Preparação: Barbante. Utilização: Cada participante tem os pés amarrados com o barbante, dado o sinal todos devem tentar andar ate o marca final. Atividade: Dança da laranja. Preparação: Preparar o rádio, formar pares entre os participantes e separar uma bola pequena para cada dupla. 129 Utilização: Separada as duplas estas prenderam a bola entre suas testas e ao som da música dançam sem deixar a bola cair. Atividade: Jogo da memória auditiva. Preparação: Cinco a seis pares de caixas plásticas ou embalagens de filmes fotográficos, preenchidas com diferentes elementos (cereais, areia, feijão, clipes e outros). Utilização: As peças devem ser espalhadas sobre a mesa e os alunos devem procurar as peças pares, chocalhando e ouvindo os sons produzidos. Atividade: Encher garrafa. Preparação: Dividir a turma em duas equipes, separar uma garrafa pet, uma esponja e um balde com água para cada equipe. Utilização: Um participante por vez de cada equipe molha a esponja no balde com água e corre até a garrafa pet onde deve apertar a esponja de forma que a água caia dentro da garrafa pet. Vence a equipe que encher a garrafa primeiro. Atividade: Pega-pega. Preparação: Delimitar o espaço físico. Utilização: Escolher um participante para começar pegar outros participantes. Quem é pega passa a estar com pique. Atividade: Caça a raposa. Preparação: Delimitar um espaço e cronometro. Utilização: Esconde um objeto, em seguida fornecido pistas ao participante que tem um tempo limite para localizar o objeto. Atividade: Pula corda. Preparação: Uma corda grande. Utilização: Escolher dois participantes para, uma em cada ponta da corda, bater a corda em um mesmo sentido, enquanto uma outro participante pula a corda. 130 Atividade: Bola ao cesto. Preparação: Separar pneu e bola. Utilização: Formar uma fila em frente ao pneu dando uma distancia de 1,5m, solicitar que cada participante jogue a bola e tente acertar dentro do pneu. Atividade: Duro ou mole. Preparação: Delimitar o espaço físico. Utilização: Escolher um participante para estar com pique, quem ele pegar deve permanecer parado ate outro participante que estiver livre relar nele para poder sair. Atividade: Jogo das formas. Preparação: Formas geométricas e painel. Utilização: É oferecido os participantes formas geométricas de diversos tamanhos e esses tem que encaixá-los em um determinado painel. Atividade: Caixa surpresa. Preparação: O coordenador deverá escrever em um pedaço de papel uma série de atividades motoras (correr, montar, equilibra-se, etc), colocando-as em uma caixa de sapatos. Utilização: Iniciando o jogo a caixa deve passar de mãos em mãos deve abrir os papéis e cumprir a determinação escrita. Atividade: Dominó. Preparação: Separar peças do jogo de dominó. Utilização: Todas as peças devem ser viradas do lado que não tenha nada e embaralhadas. Em seguida cada participante escolhe sete peças, começa quem pegar o carretão maior, assim cada participante tem que jogar as peças correspondentes aos números que estão na ponta. Vence quem acabar as peças primeiro. Atividade: Dama. Preparação: Tabuleiro e tampinhas. 131 Utilização: Separar os participantes em duplas, cada participante fica com uma cor de tampinha e o objetivo do jogo é eliminar as peças do outro. Atividade: Recorte e cole. Preparação: Revistas usadas, tesouras sem ponta e cola. Utilização: O participante deve aprender a usar a tesoura dimensionar ouso conveniente da cola. Recortar figuras de revistas e colar no papel cartão, formando uma verdadeira coleção de objetos. Atividade: Pega-varetas. Preparação: Preparar pega-varetas coloridas de madeira. Utilização: O coordenador deve passar aos alunos as regras do jogo. As varetas devem ser seguras e depois soltas e os alunos um de cada vez, devem retirar uma vareta sem tocar nas demais. Atividade: Figura humana. Preparação: Folha sulfite, lápis de cor e revista. Utilização: Os participantes devem procurar uma pessoa na revista olhar e copiar na folha sulfite com todos os detalhes. Atividade: Corrida com obstáculos. Preparação: Em uma quadra distribuir obstáculos com cones, bastões e pneus. Utilização: O participante tem que passar correndo por todos estes obstáculo sem pular nenhum. Ganha a que fizer em um tempo menor. Atividade: Carriolinha. Preparação: Dividir os participantes em duplas. Utilização: Uma dos participantes fica com as mãos apoiadas no chão e seus pés são segurados pela companheira. Nesta posição elas tem que andar até o local determinado. Atividade: Amarelinha. Preparação: Riscar o chão e pedra. 132 Utilização: O participante deve jogar a pedra acertando o numero 1, assim pode começar pular sem pisar no numero que esta a pedra. Quando o participante erra o numero ou pisa na casa que não deve, passa a vez a outro participante. Atividade: Coelhinho sai da toca. Preparação: Riscar o chão em vários círculos. Utilização: Cada participante deve ficar dentro de um circulo, sobrando um fora, quando o coordenador fala coelhinho sai da toca eles devem trocar de toca e o que esta fora deve tentar pegar uma, e assim sucessivamente. Atividade: Lançar a bola com os pés. Preparação: Escolher um lugar amplo e separar uma bola. Utilização: Cada participante chuta a bola para atingir uma determinada distância. Atividade: Futebol. Preparação: Dividir os participantes em dois grupos, bola e quadra de futebol. Utilização: Em cada grupo uma das crianças será o goleiro e as outras têm por objetivo fazer gol e evitar que o outro time faça. Atividade: Tiro ao alvo. Preparação: Escolher um alvo e separar uma bola pequena. Utilização: Um participante por vez tentar acertar a bola no alvo. Atividade: Conduzir a bola com a raquete. Preparação: Separar bola e raquete. Utilização: O participante deve percorrer uma equilibrando a bola sobre a raquete, sem deixar cair. Atividade: Batata quente. Preparação: Separar bola. determinada distância 133 Utilização: O jogo é realizado em grupo. Deve-se formar um circulo onde o participante passa a bola para o outro quem estiver com a bola na hora que o coordenador falar queimou sai do jogo. Atividade: Quicar a bola com o companheiro. Preparação: Delimitar um espaço e separar bolas. Utilização: Dividir a turma em duplas e distribuir uma bola para cada dupla que deve percorrer uma determinada distância quicando a bola uma para o outro. Atividade: Pião. Preparação: Separar um pião para cada participante. Utilização: Para iniciar deve-se ensinar os participantes a enrolar o barbante no pião, para depois soltar. Atividade: Pega o rabo. Preparação: Cortar tiras de papel crepon coloridas. Utilização: Entregar uma tira de papel crepon a cado participante, explicar o jogo pedindo para colocar a tira na calça e defender a sua tentado pegar a do colega. Ganha quem permanecer com a tira e conseguir pegar mais. Atividade: Acertar a bolinha de gude no buraco. Preparação: Fazer um buraco e distribuir as bolinhas de gude entre os participantes. Utilização: Um participante por vez lança a bolinha de gude tentando acertar o buraco. Vence a que mais tiver acertos. Atividade: Manejo com as bolas entre as pernas. Preparação: Separar bola e delimitar o espaço. Utilização: Solicitar para o participante colocar a bola entre as pernas e andar o percurso contornando os obstáculos. Atividade: Pisando em arcos. Preparação: Espalhar arcos pelo chão. 134 Utilização: O participante tem que andar pisando dentro dos arcos. Atividade: Bibioquê. Preparação: Separar os bibioques. Utilização: Os participantes têm que tentar acertar a bolinha dentro do potinho. Atividade: Jogo da memória. Preparação: Peças de papelão que formam pares. Utilização: As peças ficam sobre a mesa viradas ao contrário. Cado participante, na sua vez, vira duas peças tentando achar os pares corretos. Atividade: Alinhavo. Preparação: Providenciar placa perfurada e fios de lã. Utilização: O participante deve usar a placa para passar os fios de lã pelos orifícios e, em etapas seguintes, copiar desenhos desenvolvidos pelo coordenador. Atividade: Confecção do pega-varetas. Preparação: Palito de churrasco e tinta guache. Utilização: O coordenador entrega uma cor de tinta guache a cada aluno, os palitos de churrasco e um pincel e solicita para que cada um pinte seus palitos e depois de seco junta todos e monta e jogo. Atividade: Travessia ao rio. Preparação: Folhas de jornal. Utilização: A atividade é uma corrida de revezamento onde os jogadores, divididos em duplas postam-se um frente ao outro, separados por uma distancia de dois a três metros. Entre eles existe um rio imaginário e o primeiro devera atravessar o rio, sem pisar na água, passando assim de pedra em pedra, isto é apoiando-se sobre as folhas de jornal. Atividade: Música da tia Mônica. Preparação: Faixa 13 do cd musicriando. 135 Utilização: Explicar os participantes que os gestos devem ser feitos de acordo com a música. Atividade: Modelando com massa. Preparação: Massa de modelar de cores sortidas. Utilização: O participante deve desenvolver diferentes e múltiplas tarefas com a massa, usando o amassamento, torção, segmento e outros recursos. Atividade: Bijuterias. Preparação: Contas plásticas de colares antigos e macarrão. Utilização: O participante devera enfiar livremente as contas nos cordões, formando pulseiras e colares, alternando cores e criando produtos diferenciados. Atividade: Teatro de fantoches. Preparação: Preparar com feltro os fantoches. Utilização: O participante deve usar o fantoche para dramatizar livremente. Atividade: Visita ao zôo. Preparação: Recortar de revistas figuras de animais diversos, colar em cartolina grossa e recorta-las no estilo de jogos de quebra-cabeça. Utilização: Os participantes deverão montar animais e nomeá-los. Atividade: Cinco Marias. Preparação: Preparar cinco saquinhos de pano não transparente e deixar um dos lados aberto. Encher os saquinhos com milho, arroz ou feijão e fechar. Utilização: Os participantes divididos em equipe devem pegar as pecas em seqüência de um a cinco, atirando para cima e pegando as da mesa. Na primeira jogada, o participante pega um e assim sucessivamente. Ao errar passa vez ao colega. Atividade: Encaixando formas. Preparação: Uma folha de sulfite com formas geométricas desenhadas. Uma 136 serie de formas geométricas iguais às desenhadas, mas diferentes tamanhos, recortadas em cartolina. Utilização: O coordenador deve mostrar a diferença de tamanhos e solicitar aos participantes que associem as formas de acordo com os tamanhos. Atividade: Aramado. Preparação: Separar barbante e bexiga. Utilização: Solicitar aos participantes que passem o barbante para os amigos de forma que fique um aramado de barbante sem deixar buracos, depois do aramado pronto soltar as bexigas em cima do barbante sem deixar cair. Atividade: Passa a bola. Preparação: Preparar uma bola de meia ou pano. Utilização: O jogo pode ser praticado em dupla ou em grupo. O participante passa a bola para o outro quem deixar cair sai do jogo. Atividade: A toca do rato. Preparação: O coordenador deve selecionar uma tampa de caixa grande, seis potes de iogurte, pintado três de uma cor e três de outra. Fazer cortes no pote, simulando a entrada de uma toca. Colocar em cada pote no telhado, um numero de um a seis. Preparar bolinhas com papel alumínio amassando. Utilização: A atividade pode ser desenvolvida em equipe e consiste na tentativa dos alunos, com um toque, impulsionar a bolinha na toca. Atividade: Alerta. Preparação: Limitar o espaço físico e bola. Utilização: Cada participante nomeia uma fruta para ser seu nome. Para iniciar o jogo é escolhido um deles para começar, deve-se jogar a bola para cima chamar uma fruta e sair correndo, a fruta que foi chamada pega a bola e fala alerta, todos os participantes deve parar no local onde está, o participante que pegou a bola da três passos e tenta acertar o outro colega. Atividade: Corrida com pé o amigo. 137 Preparação: Barbante. Utilização: Os participantes são separados em dupla onde é amarrado o pé de um com o pé do outro, assim inicia-se a corrida. Atividade: Salto em distância. Preparação: Bastão. Utilização: O coordenador organiza uma fila e coloca os bastões em uma distância entre um e outro, conforme os alunos vão pulando essa distância vai aumentando o participante que errar sai da brincadeira, ganha quem pular mais longe. Atividade: Perneta. Preparação: Construir com latas de alumínio e com cordas que funcionem como alças, uma espécie de tamanco. Utilização: O participante devera andar sobre as peças, segurando as cordas. Atividade: Queimada. Preparação: Riscar o chão e bola. Utilização: Dividir os participantes em duas equipes, sendo que um participante de cada equipe é responsável por jogar a bola a sua equipe para então tentar queimar a equipe adversária, vence quem queimar todos os participantes adversário. Atividade: Jogo da velha. Preparação: Tabuleiro e tampinhas. Utilização: Cada participante deve colocar sua tampinha em um dos quadrados e não permitir que o adversário consiga a seqüência de 3 a 6 símbolos. Vence o jogo quem realizar a seqüência na horizontal, vertical e diagonal. Atividade: Caça palavras. Preparação: Pegar em revista. Utilização: O participante deve procurar as palavras pedidas. 138 Atividade: Duro ou mole americano. Preparação: Limitar a espaço físico. Utilização: Escolher um participante para estar com pique, quem ele pegar deve permanecer parado até outro participante que estiver livre passar por baixo das suas pernas para ele poder sair. Atividade: Boliche. Preparação: Garrafas descartáveis com areia e bola de borracha. Utilização: O coordenador deve escolher um local que permita um espaço de 10 a 30 metros e montar o jogo e pedir para o participante jogar a bola quem derrubar mais pinos ganha o jogo. 139 ANEXOS 140 ANEXO A - ANAMNESE- ADAPTAÇÃO ABRAMOWICZ, A.; WAJSKOP, G. Centro de Reabilitação Física Dom Bosco Terapia Ocupacional Profa. Renata Ferraz Prado Telles Medeiros - crefito 3/4150 Paciente: _______________________________________________________ Fone: __________________________________________________________ Prontuário: ____________ Nasc.:____/____/____ Idade:_________________ Pai: ___________________________________________________________ Mãe: __________________________________________________________ 1. Gravidez planejada? ( ) sim ( ) não 2. Gravidez desejada? ( ) sim ( ) não 3. Problemas na gravidez? ( ) sim ( ) não Quais?__________________________________________________________ 4. Tipo de parto? ( ) cesárea ( ) normal 5. Fez Pré-Natal? ( ) sim ( ) não 6. Nasceu antes do tempo? ( ) sim ( ) não 7. Ficou na incubadora? ( ) sim ( ) não 8. Peso ao nascer?________________________________________________ 9. Estatura?______________________________________________________ 10. Chorou ao nascer? ( ) sim ( ) não 11. Complicações com o bebê? ( ) sim ( ) não Quais?__________________________________________________________ 12. Mãe e criança saíram juntas do hospital? ( ) sim ( ) não 13. Foi amamentado no peito? ) sim ( ) não ( Tempo: _________________________________________________________ D.N.P.M. 14. A criança teve controle de cabeça? ( ) sim ( ) não Quando?________________________________________________________ 15. A criança rolou? ( ) sim ( ) não Quando?________________________________________________________ 141 16. A criança engatinhou? ( ) sim ( ) não Quando?________________________________________________________ 17. A criança sentou? ( ) sim ( ) não Quando?________________________________________________________ 18. Quando começou a andar? ______________________________________ 19. Quando começou a falar?________________________________________ 20. Quando foi retirada a fralda?_____________________________________ 21. Atualmente seu sono é? ( ) agitado ( 22. Toma alguma medicação? ( ) ( sim ) tranqüilo ) não 23. Receitado por: ________________________________________________ 24. Já apresentou alguma doença grave? 25. Ficou internado? ( ) 26. Já apresentou convulsão? sim ( ) ( ) ( ) não sim ( sim ( ) não ) não Quando?________________________________________________________ 27. Tem mais irmãos? ( ) sim ( ) não Quantos?_______________________________________________________ 28. Os pais são: 29. Pai trabalha? casados? ( ) sim ( ) não vivem bem? ( ) sim ( ) não ( ) sim ( ) não Onde?_____________________ 30. Mãe trabalha? ( ) sim ( ) não Onde?_____________________ 31. Ambiente familiar harmonioso? ( ) sim ( ) não 32. A criança alimenta-se bem? ( ) sim ( ) não 33. É independente nas avd/s? ( ) sim ( ) não 34. Veste-se sozinha? ( ) sim ( ) não 35. Comportamento: Agressivo ( ) sim ( ) não Birrento ( ) sim ( ) não Fantasioso ( ) sim ( ) não Mentiroso ( ) sim ( ) não Medroso ( ) sim ( ) não Exibido ( ) sim ( ) não Agitado ( ) sim ( ) não Chorão ( ) sim ( ) não 142 Nervoso ( ) sim ( ) não Ansioso ( ) sim ( ) não Negativista ( ) sim ( ) não Isolado ( ) sim ( ) não 36. A criança estuda? ( ) sim ( ) não 37. Onde?_______________________________________________________ 38. Série: ___________ Ano Letivo: ______________Período:_____________ 39. Repetiu alguma vez? ( ) sim ( ) não 40. Nome atual da professora: _______________________________________ 41. Faz reforço? ( ) sim ( ) não 42. Faz ou fez algum tratamento específico: ( ) sim ( ) não Quais?__________________________________________________________ 43. Foi ao oculista recentemente? ( ) sim ( ) não Quando?________________________________________________________ 44. Foi ao otorrino recentemente? ( ) sim ( ) não Quando?________________________________________________________ 45. Foi ao neurologista recentemente? ( ) sim ( ) não Quando?________________________________________________________ 46. Pediatra atual?________________________________________________ 47. Tomou todas as vacinas? ( ) sim ( ) não 48. Encaminhado para a Terapia Ocupacional por: ______________________ Observações gerais: ______________________________________________ _______________________________________________________________ Responsável: pai ( ) mãe ( ) outros ( ) Quem?_________________ Assinatura: ____________________ Supervisor responsável Estagiário responsável _____/______/_______ FONTE: Creches; atividades para crianças de 0 a 6 anos. ABRAMOWICZ, A.; WAJSKOP, G. São Paulo: Moderna, 1995. 143 ANEXO B EXAME DE G. B. SOUBIRAN ADAPTAÇÃO MAIA, C. I. B. Centro de Reabilitação Física Dom Bosco Terapia Ocupacional NOME: _________________________________________________________ IDADE: _________________________________________________________ SÉRIE EM QUE ESTUDA: ________________________ ANO: ____________ ESCOLA: _______________________________________________________ PROF.: _________________________________________________________ DATA DA AVALIAÇÃO I INÍCIO: ____/____/____ TÉRMINO: ____/____/___ . COORDENAÇÃO FINA: 1 Diadococinesia: conceito _________________________________ 2 Pianotagens: conceito ___________________________________ 3 Exercícios Gráficos (Média dos anexos) ____________________ Anexo 1 conceito _______________________ Anexo 2 conceito _______________________ Anexo 3 conceito _______________________ Anexo 4 conceito _______________________ Anexo 5 conceito _______________________ Anexo 6 conceito _______________________ II COORDENAÇÃO GLOBAL: 1 Andar: conceito __________________________________________ 2 Correr: conceito __________________________________________ 3 Dismetria: conceito _______________________________________ 4 Dissociação (Média) _____________________________________ 1 Abrir e Fechar a mão: ________________________________ 2 Abrir e Fechar a mão alternadamente: ___________________ 3 Dissociação entre D e E: ______________________________ 4 Bater pés alternadamente: ____________________________ 5 Andar parado: ______________________________________ 6 Bater mãos e pés____________________________________ 144 III IV COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL (Média):_______________________ 1 controle visual (círculo) - conceito ____________________________ 2 controle visual com objeto EQUILÍBRIO 1 2 V conceito _________________________ ESTÁTICO (Média):_______________________________________ 1 Imobilidade: (1 min) OF: ______________________________ 2 Um pé na frente do outro (10 seg.) O A/ O F: _____________ 3 Um pé só: (10 seg.) O A/ O F: ________________________ DINÂMICO (Média):_______________________________________ 1 Saltar com os dois pés juntos no mesmo lugar: ____________ 2 Saltar com um pé só: (5M) ____________________________ 3 Saltar com os dois pés juntos para frente: (5M) ____________ ESQUEMA CORPORAL 1 Relaxamento: (Média) _____________________________________ 1.1 Sentado: __________________________________________ 1.2 Deitado: ___________________________________________ 1.3 Ombro: ___________________________________________ VI 2 Desenho da Figura Humana: conceito ________________________ 3 Nomear partes: conceito ___________________________________ 4 Delinear partes: (proporcional) conceito _______________________ LATERALIDADE 1 Conhecimento da lateralidade: 1.1 Perguntar (à criança): (Média) _________________________ 1 qual sua mão D? ____________________________________ 2 qual o seu pé E? ____________________________________ 3 qual o seu ombro D? _________________________________ 4 - qual o seu olho D? ___________________________________ 5 qual sua mão E? ____________________________________ 6 qual a sua perna E? _________________________________ 145 3 7 qual o seu ombro E? _________________________________ 8 qual o seu olho E? ___________________________________ 9 qual o seu pé D? ____________________________________ 10 qual o seu braço E? _________________________________ 1.2 Ordenar (à criança): (Média) ___________________________ 1 coloque sua mão D no seu olho E: ______________________ 2 coloque sua mão E no seu ombro D: ____________________ 3 coloque sua mão D na sua orelha D: ____________________ 4 coloque sua mão E no seu olho D: ______________________ 5 coloque sua perna D para o lado D: _____________________ 6 coloque sua perna E para o lado E: _____________________ 1.3 Perguntar à criança no T. O.:(Média) ____________________ 1 qual a minha mão D? ________________________________ 2 qual o meu pé E? ___________________________________ qual o meu olho E?_____________________________________________ 2 4 qual a minha mão E?_________________________________ 5 qual o meu pé D?____________________________________ 6 qual a minha perna D?________________________________ 7 qual o meu olho D?__________________________________ 8 qual a minha perna E?________________________________ Imitação de atitudes: 2.1 Direta (simples): conceito _____________________________ 2.2. Cruzada: conceito __________________________________ 3 Sentido muscular: conceito: ______________________________ 3.1 __________________________________________________ 3.2 __________________________________________________ 3.3 __________________________________________________ VII ORIENTAÇÃO ESPACIAL 1 POSIÇÃO NO ESPAÇO: (Média) ____________________________ 1 O que está acima de você?____________________________ 2 O que está abaixo de você?____________________________ 3 O que está a sua frente?______________________________ 146 2 3 4 5 4 O que esta atrás de você?_____________________________ 5 O que está ao seu lado direito?_________________________ 6 O que está ao seu lado esquerdo?______________________ ADAPTAÇÃO AO ESPAÇO - (2 a 3 metros): (Média) ____________ 1 andar de uma parede a outra: __________________________ 2 dar a metade dos passos: _____________________________ 3 dar o dobro do número de passos: ______________________ 4 dar um número maior: ________________________________ 5 dar um número bem maior: ____________________________ RELAÇÃO PERTO-LONGE: (Média) _________________________ 1 O que está perto de você, aqui na sala?__________________ 2 O que está longe de você, aqui na sala?__________________ 3 Você mora perto ou longe da cidade?____________________ 4 A sua casa é perto daqui?_____________________________ NOÇÃO DE TAMANHO: (Média) ____________________________ 1. certo ( ) errado ( ) 2. certo ( ) errado ( ) 3. certo ( ) errado ( ) ORIENTAÇÃO ESPACIAL NO PAPEL anexo 7 VIII conceito:_____________________________________ ORIENTAÇÃO TEMPORAL 1 NOÇÃO DE ANTES E DEPOIS: (Média) ______________________ 1.1 o que você estava fazendo antes de vir aqui?______________ 1.2 qual o exercício que você fez antes deste?________________ 1.3 onde você estava antes de vir aqui?_____________________ 1.4 para você entrar numa sala de porta fechada, o que você faz?_________________________________________________ 1.5 o que você faz depois que põe o pijama?_________________ 1.6 o que você fez depois que entramos aqui na sala?__________ 1.7 o que você fez antes do almoço?________________________ 1.8 o que você fez depois do almoço?_______________________ 1.9 o que você faz antes do jantar?_________________________ 147 1.10 o que você faz depois do jantar?_______________________ 1.11 o que anda mais depressa: um carro ou um avião?________ 1.12 o que anda mais depressa um coelho ou uma tartaruga?____________________________________________ 1.13 como você chega primeiro: correndo ou andando?_________ 2 ORGANIZAÇÃO DIÁRIA: (Média) ____________________________ 2.1 estamos na parta da manhã, tarde ou noite? ______________ 2.2 a parte da manhã é antes ou depois do almoço?___________ 2.3 a parte da tarde é antes ou depois do jantar?______________ 2.4 o que vem depois da noite?____________________________ 2.5 qual a diferença entre o dia e a noite?____________________ 2.6 você vai à escola em qual parte do dia?__________________ 3 NOÇÃO DE RÍTMO 3.1 RITMO ESPONTÂNEO: (Média) ________________________ Lento: ____________________________________________ Rápido: ____________________________________________ 4 REPRODUÇÃO DE ESTRUTURAS RÍTMICAS: (Média) __________ 4.1 . . . . 4.2 . . . .. 4.3 .. . .. 4.4 .. .. .. . 4.5 . . . . . . 4.6 ... 5 ... ... ADAPTAÇÃO AO RÍTMO (andar acompanhado) conceito: ____________________________ IX 6 DIAS DA SEMANA: conceito: ________________________________ 7 MESES DO ANO conceito: __________________________________ 8 ESTAÇÕES DO ANO conceito: ______________________________ NOÇÃO DE CÔR: Vermelha certo ( ) errado ( ) Amarela certo ( ) errado ( ) Azul certo ( ) errado ( ) 148 Verde X certo ( ) errado ( ) NOÇÃO DE FORMA Triângulo certo ( ) errado ( ) Círculo certo ( ) errado ( ) Quadrado certo ( ) errado ( ) Retângulo certo ( ) errado ( ) XI NOÇÃO DE IGUALDADE: ______________________________________ XII NOÇÃO NUMÉRICA: (0-30) VERBAL: ________________ XIII ESCRITA: ________________ NOÇÃO ALFABETO: (A-Z) VERBAL: _________________ ESCRITA: ________________ Obs: ___________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Renata Ferraz Prado T. Medeiros (carimbo estagiário) Terapeuta Ocupacional Crefito 3/4150 Lins, ______de ___________de_______. FONTE: Manual do Examinador Adaptação de G. B. Soubiran Revisão e complementação por Célia Isabel Bento Maia Profª. da Disciplina Psicomotricidade Fundação Educacional Bauru. Depto. de Psicologia da Faculdade Ciências da 149 NOÇÃO NUMÉRICA - ESCRITA 150 NOÇÃO ALFABETO ESCRITA 151 DESENHO DA FIGURA HUMANA 152 PARTES DO CORPO 153 PARTES DO CORPO 154 ANEXO 1 155 ANEXO 2 156 ANEXO 3 157 ANEXO 4 158 ANEXO 5 159 ANEXO 6 160 ANEXO 7 161 ANEXO C ATIVIDADE: PASSA BOLA ATIVIDADE: SALTO EM DISTÂNCIA 162 ATIVIDADE: CINCO MARIAS ATIVIDADE: JOGO DA VELHA 163 ATIVIDADE: CAÇA PALAVRAS FINAL DOS ATENDIMENTOS This document was created with Win2PDF available at http://www.daneprairie.com. The unregistered version of Win2PDF is for evaluation or non-commercial use only.