RELAÇÃO ENTRE CONDIÇÕES DE TRABALHO E DOR CRÔNICA
MUSCULOESQUELÉTICA EM PROFESSORES DA REDE ESTADUAL DE
ENSINO DE LONDRINA (PR), 2012-2013.
Mayara Cristina da Silva Santos (Bolsista Fundação Araucária/Inclusão Social)
Alessandra Domingos Silva, Arthur Eumann Mesas, e-mail: [email protected]
Universidade Estadual de Londrina/Departamento de Saúde Coletiva/CCS.
Área e sub-área do conhecimento: Saúde Coletiva/Epidemiologia.
Palavras-chave: Professores;
musculoesquelética.
condições
de
trabalho;
dor
crônica
Comment [EAIC/UEL1]: Letras
maiúsculas, Negrito. Centralizado.
Limitado a 150 caracteres com espaços.
Comment [EAIC/UEL2]: O primeiro
nome será sempre do aluno autor*, e o
último nome será sempre o do orientador.
Será admitido o nome de apenas mais 1
(um) co-autor entre os anteriores,
totalizando, no máximo, 3 (três) nomes na
autoria.
*Indicar ao lado do nome do autor qual a
origem da bolsa, se houver (CNPq,
Fundação Araucária, UEL)
Comment [EAIC/UEL3]: Consulte o
site do CNPq, conforme orientação nas
Normas de Apresentação.
Resumo
Comment [EAIC/UEL4]: Máximo de 3
palavras.
No decorrer dos anos, os professores são acometidos por doenças atribuíveis,
em parte, aos fatores relacionados com o trabalho. Nesse sentido, um dos
problemas que o trabalho pode trazer para o professor é o desencadeamento
de dor crônica musculoesquelética (DME). O objetivo deste estudo
epidemiológico observacional do tipo transversal foi analisar a relação entre as
condições de trabalho e a ocorrência de dor crônica musculoesquelética em
professores do ensino médio e/ou fundamental de 20 escolas de grande porte
da rede estadual de ensino da cidade de Londrina-PR. A coleta de dados
ocorreu de agosto de 2012 a junho de 2013 por meio de entrevista com a
aplicação de instrumento pré-elaborado. Dos 1052 professores elegíveis, 964
(91,6%) professores foram entrevistados e, entre eles, 316 (32,8%) referiram
dor musculoesquelética há 6 meses ou mais (dor crônica). As regiões
dolorosas mais frequentemente referidas foram as dos ombros e braços
(13,4%) e as costas (cintura e região lombar) (10,5%). Sendo que do total dos
entrevistados que apresentavam DME, 20,9% tinham dor em apenas um local.
Nas análises de associações, a DME foi mais frequente em mulheres que em
homens, em professores com 40 anos ou mais, comparados com os mais
jovens, e entre aqueles que consideravam que as cargas de trabalho afetavam
muito o desempenho de suas atividades. Os resultados sugerem relação entre
a prevalência de dor musculoesquelética e as características do trabalho
docente, evidenciando a redução da capacidade para o trabalho e a
necessidade de abordar essa área para propor estratégias de prevenção.
1
Comment [EAIC/UEL5]: Máximo de
250 palavras.
Introdução e objetivo
O trabalho pode ser caracterizado de duas maneiras: a primeira como fonte de
realização e prazer, e a segunda, como um elemento patogênico (DEJOURS,
1992). No que se refere à atividade docente, os professores são acometidos
por doenças atribuíveis em parte, aos fatores do ambiente de trabalho
(RIBEIRO, 2011; CARDOSO et al., 2009). Nesse sentido, um dos problemas
que o trabalho pode trazer para o professor é o desencadeamento de dor
crônica musculoesquelética (DME) (LEÃO, SILVA, 2004).
Ao longo dos anos, a dor crônica, antes considerada como um sintoma
passou a ser reconhecida como uma doença, sem características de função
biológica de alerta, mas gerando estresse físico e emocional. Caracteriza-se
como um problema mundial, levando à incapacidade de trabalho, sofrimento e
deficiência pessoal (YENG et al., 2007).
Considerando que a dor crônica musculoesquelética é uma condição
complexa e que pode ser causada ou agravada por diversos fatores, é
importante investigar qual o papel das condições de trabalho. Portanto, o
objetivo desse estudo foi analisar a relação entre as condições de trabalho e a
ocorrência de dor crônica musculoesquelética em professores da rede estadual
de Londrina.
Procedimentos metodológicos
Neste estudo epidemiológico do tipo transversal, a população consistiu-se de
todos os professores do ensino médio e/ ou fundamental das 20 escolas com o
maior número de professores ativos em sala de aula e responsáveis pela
disciplina ministrada da rede estadual de ensino de Londrina, PR.
A coleta de dados ocorreu de agosto de 2012 a junho de 2013 por meio
de entrevista com formulário desenvolvido especificamente para o estudo. A
DME há 6 meses ou mais foi identificada segundo o local de ocorrência.
Variáveis sociodemográficas e relacionadas ao trabalho foram também
coletadas durante a entrevista. Os dados foram analisados com o programa
SPSS. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo
Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina (Parecer n.22562), e
todos os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Resultados e discussão
Dos 1052 professores elegíveis, 964 (91,6%) professores foram entrevistados.
Do total de entrevistados, 316 (32,8%) referiram dor crônica
musculoesquelética (DME). Os locais com as maiores frequências de dor foram
os ombros e braços (13,4%) e as costas (cintura e região lombar) (10,5%).
2
Comment [EAIC/UEL6]: Do segundo
parágrafo em diante, deixar espaço com a
tecla “Tab” antes de começar a redação.
Comment [EAIC/UEL7]: Caso os
autores optem por inserir subtítulos, favor
verificar Normas de apresentação.
Comment [EAIC/UEL8]: Todos os
estudos que envolvam seres humanos ou
animais deverão informar aprovação por
um Comitê de Ética.
Comment [EAIC/UEL9]: Considere a
descrição dos principais resultados do
estudo e discuta-os com base nas evidências
disponíveis na literatura.
Dado que o resumo não deve ultrapassar 4
(quatro) páginas, a inserção de tabelas e
figuras deve ocorrer apenas quando essas
forem imprescindíveis para a compreensão
dos resultados do trabalho. Nesse caso,
verificar instruções nas Normas de
apresentação.
A predominância de dor musculoesquelética observada neste estudo
para o sexo feminino é semelhante à encontrada em outras pesquisas
(ARAÚJO et al., 2006; RIBEIRO et al., 2011). Uma possível explicação seria a
dupla jornada de trabalho ou sobrecarga doméstica, pois reduz o tempo de
repouso após a jornada diária de trabalho (ARAÚJO et al., 2006). Além disso, a
faixa etária acima dos 40 anos apresentou maiores prevalências de dor
musculoesquelética, resultado semelhante ao encontrado por Cardoso et al.
(2009), onde a prevalência de DME aumentava com a idade.
Os docentes com maiores prevalências de dor musculoesquelética
foram aqueles que referiram que as cargas mecânicas afetam muito seu
trabalho, como carregar materiais, por exemplo. O excesso de peso assumido
ao carregar esses materiais, aumenta o esforço sobre as articulações
responsáveis pelo suporte do corpo, podendo causar dor (KORKMAZ,
CAVLAK, TELCI, 2011).
Quanto às cargas fisiológicas, a prevalência mais alta de DME foi
daqueles professores que referiram que o tempo em que permanecem em pé
afetava muito seu trabalho, o que, em longo prazo, poderia acarretar desgastes
das articulações, contribuindo para o desenvolvimento de DME, principalmente
nos membros inferiores (BARROS et al., 2007).
Um dos aspectos que contribuem para DME nos membros superiores é
o uso do quadro, dado que a elevação excessiva dos membros superiores
pode causar compressão da articulação do ombro, sobretudo quando essa
atividade se repete constantemente (CARVALHO, ALEXANDRE, 2006;
RIBEIRO et al., 2011).
Quanto às variáveis que avaliaram as cargas psíquicas, as maiores
prevalências de dor musculoesquelética foram dos professores que
responderam que essas cargas afetavam muito a profissão. Em outra pesquisa
com as escolas particulares de Vitória da Conquista-BA, os aspectos avaliados
negativamente também foram em relação às demandas psíquicas e físicas no
trabalho, 60,7% dos professores referiram que o trabalho tinha um ritmo
acelerado (DELCOR et al., 2004).
Conclusão
Os resultados indicam uma expressiva prevalência de dor musculoesquelética
em professores, as quais se mostraram ainda mais frequentes entre aqueles
que consideram relevante o impacto das cargas de trabalho em sua atividade.
A necessidade de abordar essa área para propor estratégias de
prevenção é muito importante, embora esse estudo não seja capaz de
esclarecer a relação de causalidade. Estudos futuros de caráter longitudinal
podem contribuir para avaliar de forma mais detalhada essas tendências.
Estudos sobre modelos de intervenção também são necessários, uma vez que
esses problemas exigem estratégias de prevenção eficazes.
3
Agradecimentos
Agradeço ao orientador, à colaboradora e à Fundação Araucária/Inclusão
Social, pelo incentivo e oportunidade.
Referências
ARAÚJO, T.M. et al. Diferenciais de gênero no trabalho docente e
repercussões sobre a saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 11,
n. 4, p. 1117-29, out./dez. 2006.
Comment [EAIC/UEL10]: Em caso de
dúvidas, a orientação é que se siga a
“Apostila com Regras Básicas para a
Elaboração de Trabalho”, cujo link para o
arquivo encontra-se disponível na mesma
página eletrônica que este.
BARROS, M.E. et al. Saúde e trabalho docente: a escola como produtora de
novas formas de vida. Trabalho, Educação e Saúde, v. 5, n. 1, p. 103-23,
2007.
CARDOSO, J.P. et al. Prevalência de dor musculoesquelética em professores.
Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 12, n. 4, p. 604-14, dez. 2009.
CARVALHO, A.J.F.P.; ALEXANDRE, N.M.C. Sintomas osteomusculares em
professores do Ensino Fundamental. Revista Brasileira de Fisioterapia, v. 10,
n. 1, p. 35-41, 2006.
DEJOURS, C. A Loucura do trabalho. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 1992.
DELCOR, N.S. et al. Condições de trabalho e saúde dos professores da rede
particular de ensino de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Cadernos de
Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 187-196, jan./fev. 2004.
LEÃO, E.R.; SILVA, M.G.P. Música e dor crônica musculoesquelética: o
potencial evocativo de imagens mentais. Revista Latinoamericana de
Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 12, n. 2, p. 235-241, mar./abr. 2004.
RIBEIRO, I.Q.B. et al. Fatores ocupacionais associados à dor
musculoesquelética em professores. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 35,
n. 1, p. 42-64, jan./mar. 2011.
YENG, L.T. et al. Medicina Física e Reabilitação em Doentes com Dor Crônica.
In: TEIXEIRA, M.J. Dor: Manual para o Clínico. Rio de Janeiro: Atheneu,
2007. p.113-125.
4
Comment [EAIC/UEL11]: MUITO
IMPORTANTE: resumos expandidos com
menos de 3 (três) e/ou mais de 4 (quatro)
páginas serão devolvidos aos autores para
adequação à esse limite.
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