Amor História Eternidade
Faculdade de Teologia
Núcleo de Estudos Balthasarianos
Amor
História
Eternidade
Actas das Jornadas Balthasarianas
Outubro de 2008 e 2009
coordenação
Universidade Católica Editora
Maria Manuela Dias de Carvalho
Isabel Maria Alçada Cardoso
Amor História Eternidade
Índice
Apresentação
7
Maria Manuela da Conceição Dias de Carvalho
Jornadas Balthasarianas Só o Amor é Digno de Fé
9
Dom Joaquim Mendes
Hans Urs von Balthasar e a sua obra11
José Maria Cortes
O caminho da beleza21
João Marcos
A centralidade pascal da teologia de Hans Urs von Balthasar
35
Maria Manuela da Conceição Dias de Carvalho
O amor como essência da vida cristã
47
Nuno Brás da Silva Martins
Jornadas Balthasarianas Córdula ou o momento decisivo
59
Dom Joaquim Mendes
Radicalidade do «ser cristão»
63
João Lourenço
Córdula. A racionalidade do «caso sério»
69
Américo Pereira
A dimensão confessante da existência cristã:
perspectiva antropológica
73
António Martins
Uma reflexão pastoral a partir da leitura de Córdula
ou o momento decisivo de Hans Urs von Balthasar
91
João Marcos
Balthasar e Rahner: duas visões da seriedade do cristianismo
em conflito?
José Jacinto Ferreira de Farias
95
Índice
Uma teologia confessante107
Nuno Brás da Silva Martins
A actualidade da experiência de Córdula117
Isabel Maria Alçada Cardoso
A liberdade cristã no mundo secularizado129
Maria Manuela da Conceição Dias de Carvalho
Amor História Eternidade
Apresentação
Com o título – AMOR, HISTÓRIA E ETERNIDADE – reunimos neste
primeiro volume as conferências proferidas em 2008 e em 2009 pelos
membros do Núcleo de Estudos Balthasarianos (NEB).
Como já tem sido explicado, este Núcleo de estudos, inserido no Centro
de Estudos de Religiões e Culturas (CERC), tem por finalidade aprofundar
a filosofia e a teologia da grande figura cultural do século XX que foi o
Cardeal nomeado Hans Urs von Balthasar, e dá‑la a conhecer ao grande
público através da análise de alguns dos seus livros.
A obra de Hans Urs von Balthasar é muito vasta. Os dezasseis grossos
volumes que revelam a estrutura da sua teologia – Herrlichkeit, Theodramatik,
Theologik e Epilog (Glória, Teodramática, Teológica e Epílogo) precisam a nosso
ver de uma iniciação ao pensamento do autor, para serem apreciados.
Dou exemplos de possíveis falsas interpretações que várias vezes tenho
ouvido.
Fala‑se hoje muito de beleza, pensando numa estética formal, e cita‑se
Hans Urs von Balthasar, quando o seu sentido de estética é fundamental‑
mente teológico, e refere a atracção do amor divino, que é belo, porque é
convite à beleza do amor. Por essa razão é a beleza o primeiro transcendental.
Tudo começa com essa atracção: o amor é o primeiro passo vital que envolve
cada ser num convite a uma relação, a uma história de comunhão.
Essa história é um drama (do verbo grego dráo), uma acção de Deus
com aqueles que aceitam o seu convite, um drama cujo primeiro actor
(proto‑actor) é o Filho de Deus Encarnado – Jesus Cristo que, dando a
vida por nós, nos abre o espaço de comunhão de Deus connosco e, nele
de uns com os outros.
É um espaço de eternidade, de vida de Deus em dinamismo Trinitário.
E só a partir dele se faz realmente Teologia.
Para Hans Urs von Balthasar, a Teologia é uma reflexão em Deus sobre
Deus. A fé ilumina a inteligência para esta se abrir a contemplar o Absoluto
e, humildemente, balbuciar algo que o dê a conhecer. Várias vezes ouvi
Hans Urs von Balthasar dizer: «isto é só uma abordagem».
A figura central de toda a Teologia balthasariana é Jesus Cristo a dar a
vida por nós e a inserir‑nos na vida divina. Ele é a plenitude, o definitivo
amor, a eternidade que já se fez a nossa história na comunhão Trinitária.
Apresentação
Daí o título destas publicações que aqui iniciamos: AMOR, HISTÓRIA
E ETERNIDADE.
As primeiras Jornadas (2008) divulgaram a obra: Só o amor é digno de fé
(Glabhaft ist nur Liebe), e foi uma maneira simples de apresentar o essencial
dos sete volumes de Glória.
Em 2009, nas segundas Jornadas, foi o tema – Confissão de fé – o ob‑
jecto do nosso estudo com a obra intitulada Córdula ou o caso sério (Córdula,
oder der Ernsfall). É que confessar Jesus Cristo é sério, é um compromisso
de entrega ao seu amor, é uma decisão (momento decisivo, como quis
o tradutor português). De facto, toda a Teologia balthasariana, e muito
insistentemente toda a Teodramática, mostra com clareza que ser cristão
é aceitar Cristo como Senhor da nossa vida, como o Nosso Senhor, que
confessamos até morrermos por Ele.
Nos nossos tempos tão cheios de relativismos, faz‑nos bem encontrar a
frescura da fé dos verdadeiros cristãos, dos que não se escondem nem numa
barcaça, como Córdula num momento de fraqueza, nem num qualquer
outro compromisso que nada tem a ver com a beleza do amor divino e com
a construção da história na força da fé que O confessa seja onde for.
Se Deus quiser, em 2010 apresentaremos a obra Teologia da história, na
qual o drama (a acção) Deus – Homem revela bem a centralidade cristoló‑
gica da obra balthasariana.
Maria Manuela da Conceição Dias de Carvalho
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e apresentação - Universidade Católica Portuguesa