0 SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO DO VALE DO IPOJUCA FACULDADE DO VALE DO IPOJUCA CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM CAMILLA THAYRAN NEVES SILVA FERNANDA GOMES ENÉAS DA SILVA PREVALÊNCIA DE ANEMIA FERROPRIVA EM GESTANTES, EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE PANELAS-PE CARUARU 2010 1 CAMILLA THAYRAN NEVES SILVA FERNANDA GOMES ENÉAS DA SILVA PREVALÊNCIA DE ANEMIA FERROPRIVA EM GESTANTES, EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE PANELAS-PE Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade do Vale do Ipojuca, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem. ORIENTADORA: Profª Esp. Danielle Santos Alves CARUARU 2010 2 Catalogação na fonte Biblioteca da Faculdade do Vale do Ipojuca, Caruaru/PE S586p Silva, Camilla Thayran Neves Silva. Prevalência de anemia ferropriva em gestantes, em uma anuidade de saúde da família no município de Panelas-PE / Camilla Thayran Neves Silva e Fernanda Gomes Enéas da Silva. -- Caruaru : FAVIP, 2010. 22 f. Orientador(a) : Danielle Santos Alves. Trabalho de Conclusão de Curso (Enfermagem) -- Faculdade do Vale do Ipojuca. Inclui anexo e apêndice. 1. Anemia ferropriva - Gestante. 2. Saúde da Família – Panelas – Tratamento. I. Silva, Fernanda Gomes Enéas da. II. Título. CDU 616-083[11.1] Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367 3 CAMILLA THAYRAN NEVES FERNANDA GOMES ENÉAS DA SILVA PREVALÊNCIA DE ANEMIA FERROPRIVA EM GESTANTES, EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE PANELAS-PE Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade do Vale do Ipojuca, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem. APROVADO EM ______/______/_______. _____________________________________________ Profª Esp. Danielle Santos Alves - ORIENTADORA _____________________________________________ (1ª EXAMINADOR) _____________________________________________ (2ª EXAMINADOR) CARUARU 2010 4 PREVALÊNCIA DE ANEMIA FERROPRIVA EM GESTANTES EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE PANELAS-PE ANEMIA’S FERROPRIVE PREVALENCE IN PREGNANT WOMEN IN AN FAMILY HEALTH UNIT FROM PANELAS-PE Camilla Thayran Neves¹, Fernanda Gomes Enéas da Silva², Danielle Santos Alves³ RESUMO Este estudo visa determinar a prevalência de anemia em gestantes atendidas na Unidade de Saúde da Família (USF) do município de Panelas/PE. É uma pesquisa de corte transversal, retrospectivo, quantitativo e exploratório. Foram estudadas todas as gestantes que receberam atendimento de junho de 2009 a junho de 2010 e realizaram no mínimo um exame hematológico. Esta amostra correspondeu a um total de 90 mulheres. A maioria das gestantes com anemia eram pardas, casadas, empregadas, porém de baixo nível de escolaridade. Ao acompanhar os níveis de hemoglobina de mulheres na gestação, concluímos que a suplementação de ferro contribuiu para a redução da prevalência de anemia ao longo da gestação. Descritores: anemia, gestantes, hemoglobina ABSTRACT This study aims to determine the prevalence of anemia among pregnant women tread in the Unidade de Saúde da Família (USF) from Panelas/PE. It is a cross-sectional research, retrospective, quantitative and exploratory study. Were studied all women who were treated from June 2009 to June 2010 and had at least one hematology exam. This sample corresponded to a total of 90 women. Most pregnant women with anemia were brown, married, employed, but had low level of education. Monitoring the levels of hemoglobin in pregnant women, we conclude that the iron supplementation helped to reduce the prevalence of anemia during pregnancy. Keywords: anemia, pregnant women, hemoglobin 1 Aluna de graduação do curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP. e-mail: [email protected] 2 Aluna de graduação do curso de Bacharelado em Enfermagem da Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP. e-mail: [email protected] 3 Mestranda em Ciências da Saúde. Enfermeira Especialista em Saúde da Mulher e Saúde da Família. Professora da Faculdade do Vale do Ipojuca -FAVIP. e-mail: [email protected] 5 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Características sócio-econômicas das gestantes atendidas no PSF de Cruzes, município de Panelas no período de junho de 2009 a junho de 2010. Tabela 2 – Resultados do 1º e 2º hemograma realizados pelas gestantes atendidas no PSF de Cruzes no município de Panelas, PE no período de junho de 2009 a junho de 2010. Tabela 3 – O uso de suplementação de ferro para tratamento pelas gestantes atendidas no PSF de Cruzes no município de Panelas, PE no período de junho de 2009 a junho de 2010. 6 LISTA DE GRÁFICOS Figura 1 – Porcentagem de gestas das gestantes com anemia atendidas no PSF de Cruzes, município de Panelas no período de junho de 2009 a junho de 2010. Figura 2 – Porcentagem do uso de antianêmicos, antes da realização do hemograma da gestantes atendidas no PSF de Cruzes, município de Panelas no período de junho de 2009 a junho de 2010. 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………....……….7 2 METODOLOGIA…………………………………………………………………………..8 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................................... 9 14 4 CONCLUSÃO……………………………………………………………………………….. 16 REFERÊNCIAS……………………………………………………………………………… 18 APÊNDICE……………………………………………………………………………........... APÊNDICE A – Questionário ANEXOS………………………………………………………………………………..… 21 ANEXO A – Termo de Anuência ANEXO B – Autorização do Comitê de Ética 7 1 INTRODUÇÃO A anemia é a condição onde os níveis sanguíneos de hemoglobina estão abaixo dos valores considerados normais. “Em conseqüência disso, a quantidade de oxigênio liberada para os tecidos orgânicos também fica diminuída”. É uma condição hematológica comum em qualquer faixa etária. Pode ser decorrente de uma diminuição (hemolítica) por sua perda através de sangramentos (SMELTZER et al., 2009). Estudos revelam o aumento progressivo na prevalência da anemia ferropriva, o que transforma a anemia em um grave problema para saúde pública (SMELTZER et al., 2009). As gestantes são um dos grupos mais vulneráveis a anemia, devido à maior necessidade de micronutrientes neste período. A anemia é tanto prejudicial para a gestante quanto para o concepto. “As alterações fisiológicas e bioquímicas causadas pela gravidez, modificam as necessidades nutricionais e a ingestão alimentar de gestantes” (SILVA, XAVIER, 2008). A Organização Mundial de Saúde (2001) informa que 21 a 80% das pessoas do mundo são anêmicas, apontando a anemia severa como agravador dos problemas gestacionais. A prevenção da anemia na gestação pode ser feita com suplementação de ferro e ácido fólico (SOUZA et al., 2004). Para a OMS (2005), é preconizado a suplementação de apenas uma dose diária de até 40mg de ferro elementar, já que os problemas decorrentes da intolerância ao suplemento de ferro têm sido mais observados quando a gestante faz uso de mais de um comprimido de 40mg de ferro por dia. Segundo o Ministério da Saúde (MS) (2005) é preconizado a suplementação de acido fólico com uma dose diária de 5mg . Este artigo pretende contribuir cientificamente no estudo sobre a prevalência de anemia em gestantes e assistência de Enfermagem, tendo em vista que a anemia é uma patologia que interfere diretamente na saúde da gestante e da criança, sendo associado ao maior risco de morbidade e mortalidade fetal e materna. O que será de grande importância para a Enfermagem contribuindo para desenvolver seus conhecimentos teóricos e assistenciais com as gestantes. O objetivo deste estudo é determinar a prevalência de anemia nas gestantes atendidas no Posto de Saúde da Família (PSF) no distrito de Cruzes do município de Panelas, Pernambuco no período de junho de 2009 a junho de 2010. 8 2 METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de corte transversal, retrospectivo, quantitativo e exploratório que foi realizado no Posto de Saúde da Família no distrito de Cruzes do município de Panelas, Pernambuco, Brasil. A USF de Cruzes do município de Panelas/PE, localizado em perímetro urbano. Tendo como equipe: uma enfermeira, um técnico em enfermagem, um dentista, um médico e seis agentes comunitários de saúde, prestando serviço a uma população de 1752 pessoas cadastradas. Tem uma média de atendimento de 10 a 12 gestantes por mês. A população do estudo foram todas as gestantes cadastradas no programa de pré-natal da referida unidade. Os sujeitos da investigação foram todas as gestantes que receberam atendimento de junho de 2009 a junho de 2010, no PSF de Cruzes do município de Panelas/PE e realizaram no mínimo um exame hematológico. Esta amostra correspondeu a um total de 90 mulheres. Para coleta de dados foi elaborado um instrumento próprio, organizado de acordo com as variáveis pertinentes sobre o assunto permitindo resultados numéricos e percentuais a cerca da prevalência da anemia em gestantes (APÊNDICE A). Obtivemos os dados através dos prontuários das pacientes. Os resultados foram analisados com base na literatura pertinente ao tema, sendo agrupadas e feitas análises com exposição de freqüência e percentuais em tabelas e gráficos. A classificação dos desvios dos valores de hematócrito e da hemoglobina foi baseada nas recomendações do Ministério da Saúde e da OMS (2006). Para a classificação dos valores de hemoglobina, nesse estudo, foram considerados, os valores inferiores a 8g/dl (anemia grave), os valores inferiores a 11g/dl até 8g/dl (anemia leve), e superiores a 11g/dl não é classificado anemia. Para calcular a prevalência de anemia ferropriva nas gestantes foi utilizou-se fórmula a seguir: Prevalência = Nº de casos conhecidos da doença de junho de 2009 a junho de 2010 População durante o mesmo período 9 O projeto foi autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade do Vale do Ipojuca – FAVIP sob o número 00056/2010, estando de acordo com a Resolução nº 196/96 que trata de pesquisas com seres humanos. Esta pesquisa também foi autorizada pela Secretária de Saúde do município de Panelas, PE. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise de diversas variáveis que contribuem para identificação dos fatores que levam ao desenvolvimento da anemia nas gestantes estudadas nos permitem estabelecer a prevalência da anemia nas gestantes do PSF de Cruzes no município de Panelas, PE . Tabela 1 - Características sócio-econômicas das gestantes atendidas no PSF de Cruzes, município de Panelas no período de junho de 2009 a junho de 2010. IDADE 14 – 18 19 - 23 24 – 28 ≥ 29 RAÇA AMARELA BRANCA INDÍGENA PARDA NEGRA ESTADO CIVIL CASADA OUTROS SOLTEIRA ESCOLARIDADE ANALFABETA ENSINO MÉDIO COMPLETO ENSINO MÉDIO INCOMPLETO FUNDAMENTAL COMPLETO FUNDAMENTAL INCOMPLETO SUPERIOR OCUPAÇÃO EMPREGADA DESEMPREGADA ESTUDANTE DO LAR Sem anemia N 14 31 18 16 N 12 13 2 37 15 N 43 12 24 N= 90 4 5 17 22 31 N= 90 59 3 8 9 % 15,5 34,4 20 17,7 % 13,3 14,4 2,2 41,1 16,6 % 47,7 13,3 26,6 % 4,4 5,5 18,8 24,4 34,4 % 65,5 3,3 8,8 10 Com anemia % N 1 2 3 5 N % 1 4 5 1 N % 6 4 1 N= 90 % 2 1 3 4 4,4 1 1,1 N = 90 % 9 10 1 1,1 1 1,1 1,1 2,2 3,3 5,5 1,1 4,4 5,5 1,1 6,6 4,4 1,1 2,2 1,1 3,3 10 Tabela 1 (continuação) - Características sócio-econômicas das gestantes atendidas no PSF de Cruzes, município de Panelas no período de junho de 2009 a junho de 2010. RENDA MENOS DE UM SALÁRIO MINÍMO 1 - 2 SALÁRIOS MINÍMOS 3 - 4 SALÁRIOS MÍNIMOS VARIÁVEL N= 90 % 37 25 17 N= 90 % 41,1 27,7 18,8 8 1 1 1 8.8 1,1 1,1 1,1 De acordo com a tabela 1, observa-se que a maioria das gestantes com idade maior ou igual a 29 anos apresentaram anemia, correspondendo a 5 (5,5%). Santos e Cerqueira (2008) ao estudar 326 gestantes observou que 16 (4,9%) tinham idade acima de 35 anos e foram as que mais apresentaram anemia. Sato et al. (2008) Identificou que a maioria das gestantes anêmicas em seu estudo tinham média de 25 anos. Das gestantes que apresentaram anemia, observou-se que, 5 (5,5 %) eram pardas. Já Lisboa et al. (2006), encontrou que na sua população estudada a maioria das gestantes eram brancas. OLINTO et al. (2003) identificou que de 137 gestantes 27 (22%) eram brancas. Esta diferença de resultados ao que diz respeito à raça dar-se pelo fato da diversidade etiológica de nosso país. Quando analisado o estado civil, observa-se que 6 (6,6%) das mulheres que eram casadas apresentaram anemia. Ferreira et al. (2008) encontrou em seu estudo que das 150 gestantes estudadas, 50% apresentaram anemia e 82,1% residiam com companheiro. Já Sato et al. (2008), em estudo semelhante, identificou que a maioria das gestantes estudadas que apresentaram anemia eram separadas. Não foi identificado nenhum estudo realizado pelo MS que comprove a relação direta entre o estado civil e o desenvolvimento de anemia em gestantes. Com relação ao grau de instrução 4 (4,4 %) gestantes com anemia tinham ensino fundamental incompleto. Em seu estudo, Rocha et al. (2005) identificou que a maioria das gestantes estudadas tinham apenas o ensino fundamental incompleto. Entretanto, Rêgo (2005), identificou que 32% das 100 gestantes com anemia estudadas possuíam ensino fundamental completo, mostrando que a anemia está diretamente relacionada ao baixo nível de escolaridade. 11 Identificou-se que 68 (75,6%) estavam empregadas e destas, 9 (10%) apresentaram anemia. Santos (2009) constatou que menos de 40% das gestantes avaliadas, exerciam atividades remuneradas. Diferentemente do estudo de Santos, Cerqueira (2008) que identificaram em seu estudo que a maioria das gestantes encontravam-se desempregadas e foram elas as que mais apresentaram anemia. Como a maioria das gestantes trabalham, os resultados encontrados em relação à renda per capta são correspondentes aos resultados da ocupação. Oito (8,8%) recebem menos de um salário mínimo. Esse resultado assemelha-se ao de Ferreira et al. (2008) que nesse item de seu estudo encontrou que 67,9% tinham renda familiar menor que um salário mínimo. O fato de estarem empregadas e terem desenvolvido anemia dar-se ao fato de que a profissão desenvolvida por elas em sua maioria é a agricultura e como observamos, a maioria recebe de menos de um salários mínimo. O que é relativamente pouco tendo em vista que a maioria delas são casadas e dividem as despesas com o companheiro e também pelo fato de não terem tempo hábil para uma alimentação regular. Figura 1 – Número de gestações anteriores das gestantes com anemia atendidas no PSF de Cruzes, município de Panelas no período de junho de 2009 a junho de 2010. Observou-se que 45,5% com anemia tiveram 3 gestas ou mais. O que é mais um fator importante para o desenvolvimento da anemia tendo em vista que os gastos com os filhos são maiores e sua renda per capta é baixa. Santos (2009) verificou que 45% das mulheres de seu estudo eram primigestas. 12 Tabela 2 – Resultados do 1º e 2º hemograma realizados pelas gestantes atendidas no PSF de Cruzes no município de Panelas, PE no período de junho de 2009 a junho de 2010. RESULTADOS DO HB 1º HEMOGRAMA > 8 mg/dl (grave) 8 A 11 mg/dl (leve) 11 mg/dl ou mais (sem anemia) RESULTADO DO HB 2º HEMOGRAMA > 8 mg/dl (grave) 8 A 11 mg/dl (leve) 11 mg/dl ou mais (sem anemia) N=90 % 11 79 N=90 2 88 12,2 87,8 % 2,2 97,8 De acordo com a classificação do OMS (2006), entre as gestantes (n=90), observou-se que no 1º hemograma, 79 (87,8%) não apresentaram anemia (11 ou mais mg/dl), 11 (12,2%) apresentaram anemia leve (8 a 11 mg/dl), e não foi identificado anemia grave (>8 mg/dl). Nos resultados do 2º hemograma, 88 (97,8%) não apresentaram anemia (11 ou mais mg/dl), 2 (2,2%) tiveram anemia leve (8 a 11 mg/dl) e também não foi detectado nenhum resultado > 8 mg/dl, mostrando uma redução no nº de mulheres com anemia. Podendo observar uma expressiva redução na presença de anemia do 1º resultado para o 2º resultado; tendo em vista que todas as pacientes que apresentaram anemia nos resultados do 1º hemograma, iniciaram tratamento com sais de ferro. Em seu estudo, Santos (2009) identificou que maioria das gestantes estudadas também apresentaram anemia de grau leve e também não houveram casos de anemia grave. 13 Figura 2 – Porcentagem do uso de antianêmicos, antes da realização do hemograma da gestantes atendidas no PSF de Cruzes, município de Panelas no período de junho de 2009 a junho de 2010. A maioria das gestantes, que correspondem a 80 (65%) faziam uso de algum tipo de atianêmico. O uso de ácido fólico representou a principal forma de preveção da anemia. No estudo de Santos e Cerqueira (2008) 78,5% das 104 gestantes faziam uso de algum medicamento antianêmicos, e a ingestão de sais de ferro representou o principal meio de prevenção da anemia. Tabela 3 – O uso de suplementação de ferro para tratamento pelas gestantes atendidas no PSF de Cruzes no município de Panelas, PE no período de junho de 2009 a junho de 2010. USO DE SUPLEMENTAÇÃO DE SULFATO FERROSO N=90 FEZ USO DE SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO PARA TRATAMENTO SIM 20 NÃO 80 DOSAGEM DIÁRIA INGERIDA POR DIA 40 MG/DIA (prevenção) 80 80 MG/DIA (tratamento) 8 120 MG/DIA (tratamento) 2 % 22,2 88,8 88,8 8,8 2,2 Após constatação de anemia nos resultados dos hemogramas, observou-se que todas as das gestantes com anemia (8,8%) fizeram uso de suplementação de ferro para tratamento, ingerindo 80mg/dia, quantidade de ferro elementar que corresponde a 2 doses diárias. De acordo com o estudo realizado por Souza e Batista Filho (2003), os comitês técnicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam esquemas de tratamento com sulfato ferroso em comprimidos de 40 a 60mg de ferro elementar, três vezes ao dia, totalizando 120 a 180mg por dia de ferro 14 4 CONCLUSÃO A prevalência de anemia encontrada entre as gestantes no PSF de Cruzes do município de Panelas/PE foi de 12,22%, sendo classificada acima de 4,7% que é preconizado pelo MS. Portanto cabe a enfermeira deste PSF adotar medidas sócio-educativas para que esses números reduzam ainda mais, garantido melhor qualidade de vida para as gestantes desta comunidade. Com base nos dados obtidos, concluiu-se que as gestantes tiveram mais anemia com idade acima dos 29 anos e eram pardas. O grau de escolaridade (fundamental incompleto), o estado civil (casada) e a quantidade de gestações (3 gestas ou mais) das gestantes interferiram significativamente na renda mensal monetária per capta (1 salário mínimo), interferindo na presença da anemia. Apesar dos sais de ferro serem preconizados pelo MS, observou-se que devido ao baixo nível de instrução as gestantes desconhecem a importância da suplementação de ferro durante o período gestacional e muitas vezes ignoram as informações dadas pelos profissionais de saúde, alegando não fazer uso do sulfato ferroso devido seu gosto não agradável e desconhecer os benefícios do mesmo. Mesmo sendo de grande importância para o desenvolvimento fetal, o ácido fólico não substitui os benefícios dos sais de ferro. A importância do uso de sais de ferro na prevenção de anemia nas gestantes deveriam ser explanadas e reforçadas sempre que possível pelos profissionais de saúde e principalmente pela enfermeira, ao realizar o pré-natal. Entretanto, todas as gestantes que apresentaram anemia fizeram uso diário da suplementação medicamentosa com sulfato ferroso para tratamento, sendo que a maioria ingeriu uma dose diária (80 mg). A população anêmica desenvolveu anemia de grau leve e observou-se que nos resultados do 2º hemograma houve uma melhora no quantitativo de mulheres com anemia em relação aos resultados do 1º hemograma. Este resultado poderia ser atribuído ao tratamento realizado com a suplementação de ferro. A renda dessas mulheres pode ter interferido, de alguma forma, no desenvolvimento da anemia. E o não uso de sal de ferro de forma preventiva pode ter interferido significativamente no desenvolvimento da anemia. 15 Além de todos esses fatores, é importante ressaltar que a enfermagem contribuiu e contribui para que a prevalência de anemia ferropriva na gestação diminua de maneira significativa. Para isso, a enfermagem faz acompanhamento das gestantes, incentiva a uma alimentação saudável, e ao uso correto da suplementação de ferro. Diante do exposto, concluímos que os níveis de hemoglobina devem ser acompanhados durante todo o pré-natal, e devem ser dadas orientações de hábitos alimentares e importância das suplementações de ferro na gestação para que aconteça a prevenção e/ou tratamento precoce da anemia, evitando assim riscos para a gestante e o bebê. A enfermagem tem papel muito importante neste contexto, pois acompanha as gestantes durante todo o prénatal, orienta as gestantes quanto ao uso das suplementações e sua importância para sua vida e a do bebê. 16 REFERÊNCIAS FERREIRA, Haroldo da Silva; MOURA, Fabiana Andréa; CABRAL JÚNIOR, Cyro Rego. Prevalência e fatores associados à anemia em gestantes da região semi-árida do Estado de Alagoas. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2008. 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( ) ácido fólico ( ) sais de ferro ( ) outros suplementos ( ) nenhum Qual o resultado do 1° hemograma? ______________________________________________ Está fazendo algum tratamento? Qual? ____________________________________________ Qual resultado do 2º hemograma? _______________________________________________ Está fazendo algum tratamento? Qual? ____________________________________________ 20 21 ANEXOS ANEXO A – Termo de Anuência 22