AU TO RA L UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES EI TO PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PE LA LE I DE DI R AVM FACULDADE INTEGRADA Por: Maicon da Silva Moreira DO CU M EN TO PR OT EG ID O ESCONDIDOS, OS TÍMIDOS DENTRO DA EMPRESA Orientador: Mario Luiz Trindade Rocha Co-orientadora: Gloria Jesus de Oliveira Rio de Janeiro 2013 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ESCONDIDOS, OS TÍMIDOS DENTRO DA EMPRESA Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Pedagogia Empresarial. Por: Maicon da Silva Moreira 2 AGRADECIMENTOS A minha esposa Micheli Branco que entendeu minha ausência e me apoiou durante todo o período de realização do curso e desta pesquisa. 3 DEDICATÓRIA A Deus em primeiro lugar, pois foi quem me sustentou e permitiu que eu conseguisse alcançar mais esta etapa em minha vida. A minha família porque foi minha base e sempre me incentivou a estudar. A minha querida esposa Micheli Branco por estar sempre ao meu lado. 4 RESUMO O desenvolvimento de profissionais dentro das organizações hoje é uma realidade para quase toda empresa que busca crescimento. Na era da gestão do conhecimento empresas que não investem em seu capital humano podem ficar atrás em comparação àquelas que investem em seus ativos intangíveis. Os funcionários tímidos são exemplos de pessoas que podem ser prejudicados por sua própria natureza, a timidez. Sendo assim, para que esse consiga desempenhar suas funções de forma satisfatória se faz necessária a intervenção do profissional da educação empresarial através do “Treinamento de Pessoas.” Entender o papel do pedagogo empresarial desenvolvendo o comportamento de colaboradores tímidos é o objetivo deste trabalho. PALAVRAS-CHAVE: Timidez, comportamento, pedagogia empresarial. 5 METODOLOGIA A pesquisa proposta é de caráter investigativa empírica e teórica, pois será trabalhado conhecimentos sobre a educação corporativa, além de construir através das atividades ou papel do pedagogo, a importância da andragogia com foco em desenvolvimento de pessoas. O tipo de pesquisa escolhida foi devido à necessidade de trazermos um melhor entendimento através das bibliografias existentes sobre o papel do pedagogo, em especial atenção aos cuidados dos profissionais tímidos, foco deste trabalho. Os conceitos necessários para desenvolvimento serão retirados de fontes produzidas por estudiosos da área de educação (pesquisadores ou estudando de pedagogia), psicologia e também de pesquisadores de administração. Para trazer a pesquisa para a realidade e fortalecer os pontos trabalhados irei realizar uma pesquisa de campo para entender a interpretação dos funcionários de uma empresa, a cerca do tema “timidez” e a partir desta, tentar desvendar a responsabilidade do pedagogo trabalhando este assunto. Ainda sobre a pesquisa, o perfil (cargo – categoria) profissional escolhido para a pesquisa foi a de atendentes de telemarketings, pois entendemos que tal função seja mais propícia para localizarmos colaboradores que sofrem de timidez. 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - O trabalho do Pedagogo Empresarial 1.1 Contextos Históricos 10 1.2 O trabalho do Pedagogo Empresarial 12 CAPÍTULO II - Escondidos, os tímidos dentro das empresas 2.1 Conceitos sobre timidez 17 2.2 Como identificar as pessoas tímidas 20 2.3 Problema – o cotidiano das pessoas tímidas 21 CAPÍTULO III – As melhores práticas, através da educação empresarial para o desenvolvimento dos funcionários tímidos. 3.1 Mercado profissional e desenvolvimento de pessoas 25 3.2 Psicologias e educação 27 3.3 Treinamento de pessoas 30 CAPÍTULO IV – Análise de Resultados do Call Center. 4.1 Perfil dos entrevistados 34 CONCLUSÃO 43 BIBLIOGRAFIA 45 ANEXO 47 7 INTRODUÇÃO As pessoas no passado eram vistas como apenas mais uma chave de ignição dentro da empresa, ou seja, os empresários olhavam para seu pessoal e os viam apenas como uma ferramenta necessária para o funcionamento do processo produtivo. Podemos também dizer, sem muita dúvida, que os donos de empresa viam seus empregados como um “mal necessário”. Sendo assim, a riqueza, aos olhos dos investidores eram somente nos produtos, na matéria prima e não na mão de obra. Mas hoje, o entendimento sobre valor, ou melhor, riqueza propriamente dita, pode ser atrelada ao conhecimento que a empresa possui ou desenvolve. A partir desse contexto, há uma ruptura dentro do mercado empresarial para focar não somente a satisfação na qualidade do produto e na satisfação do cliente, mas também, no profissional que estará produzindo e reinventando o produto no dia a dia. Segundo Chiavenato (2009), para ser bem-sucedida, toda empresa precisa necessariamente saber utilizar intensamente todos os seus pontos fortes em conjunto, tais como valores, cultura, recursos, engajamento e preparo de seu pessoal, e com eles criar incessantemente sua vantagem competitiva. A competitividade, atualmente, chama-se conhecimento, e esse quem o produz é o homem, que a cada dia transforma o seu saber em teorias e práticas com a finalidade de desenvolver processos e ultrapassar barreiras antes consideradas impossíveis dentro da empresa. Desta forma, podemos dizer, que um dos maiores trunfos empresariais da atualidade dentro das organizações é o capital humano, que além de produzir, administrar, reinventar a roda e viver sobe constante pressão, consegue pensar no seu papel e desempenho enquanto colaborador de determinada empresa. No contexto apresentado acima, o pedagogo, um profissional que durante muito tempo ficou restrito a sua formação surgi para intermediar o processo do conhecimento dentro da organização. 8 Almeida (2006) deixa entender que o pedagogo não tem como desafio apenas algumas atividades administrativas, mas ele precisa estar atento a tudo e está envolvido com o negócio. Nesse envolvimento, pode se entender que ele irá se deparar com diversos tipos de pessoas que possuem problemas, sejam esses profissionais ou pessoais, que interferem na vida profissional. Um grande problema identificado nas pessoas é a timidez excessiva, essa, interpretada por Zimbardo (2002) como um problema, passa a ser também uma demanda a mais no trabalho do pedagogo. A timidez que para muitos é uma postura insignificante, apesar de pessoal, tem reflexos na sociedade, pois se trata de um problema generalizado, ou seja, em todos os lugares identificamos pessoas tímidas, independente da classe social, grau de instrução, grupo familiar etc. O interesse por pesquisar o papel do pedagogo trabalhando funcionários tímidos, foi devido a minha experiência como analista de treinamento onde observei em muitas situações que certos funcionários eram mais participativos e outros não e também por durante muito tempo me considerar uma pessoa tímida e ter sofrido muito por causa disso durante minha infância e adolescência. Sendo assim, há relevância na pesquisa, pois apesar de atualmente existir bastantes fontes sobre o trabalho do pedagogo na empresa, não identifiquei pesquisa que trata justamente do ensino dentro da organização a funcionários tímidos. O seguinte trabalho será dividido em quatro capítulos, sendo o primeiro responsável por tratar o trabalho do pedagogo empresarial, sua importância e responsabilidade. O segundo capítulo tem por objetivo abordar de forma integral os conceitos sobre timidez, inclusive na empresa. O terceiro capítulo irá apresentar as atividades que o pedagogo pode realizar para auxiliar os profissionais tímidos. E por fim, o quarto e último capítulo será elaborado através de pesquisa em um Call Center para mostrar qual o perfil dos tímidos e como ele se vê na atualidade. 9 CAPÍTULO I O TRABALHO DO PEDAGOGO EMPRESARIAL. 1.1 Contextos históricos A atuação do pedagogo já faz algum tempo deixou de ser somente na educação regular (escola) para também se estender ao ambiente empresarial. Porque o pedagogo passou a trabalhar em empresas? Porque as empresas enxergaram que existe uma real necessidade de manter dentro do seu quadro de colaboradores a presença de um profissional da educação? Porque o pedagogo, atualmente, sai da graduação com outros olhares para a educação e não somente a regular? Perguntas como essas nos faz lembrar que a história do mundo vem mudando num ritmo acelerado e às vezes não paramos para perceber as grandes mudanças que nossa sociedade vem enfrentando. Para entendermos as diversidades na atuação do pedagogo precisamos entender as mudanças que ocorrem na história da humanidade e na história de nosso país. A função do pedagogo se iniciou na antiguidade na Grécia e esta atividade era realizada por escravos. A palavra pedagogo significa “aquele que conduz a criança”, pois na Grécia antiga o pedagogo, escravo, era encarregado de acompanhar, guardar as crianças. Com o passar do tempo e o fim da escravidão, a função do pedagogo passou a se desempenhada por outras pessoas até chegar ao que denominamos pedagogia na atualidade. (HOLTZ, 2006). Avançando na história podemos citar a Revolução Industrial como um marco importante para a função do pedagogo, pois ela mudou a conjuntura do mundo. A escravidão deixou aos poucos de ser interessante para dar espaço ao comércio de bens industrializados. As grandes potencias industriais passaram a influenciar os países colonizados e ou subordinados a elas para entrarem na era da industrialização. (HENDERSON, 1979) 10 O Brasil foi incentivado pela Inglaterra a abandonar o sistema escravista e iniciar o processo de industrialização. Aqui não houve o início de uma pequena indústria, tudo começou com grandes investimentos, ou seja, grandes indústrias. Com o início da industrialização no país houve a necessidade de recrutar mão de obra qualificada que na maioria das vezes não era possível. Em pesquisa realizada durante minha graduação em História (monografia), identifiquei que muitas fábricas brasileiras (têxtil) incentivavam seus funcionários a estudar para melhor desempenhar suas funções dentro da empresa. O conhecimento técnico, sem sobra de dúvida, era ministrado por alguém já capacitado através de conhecimento adquirido pela experiência. Neste contexto ainda não existia o profissional da educação com foco em educação corporativa, nem mesmo o curso de pedagogia a nível superior existia em nosso país. No final da década de 30, a educação em nosso país já estava sendo orientada para o sentido vocacional e preparo da mão de obra e na década de 40, esse contexto foi efetivo com a criação do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e outros processos em educação. O aparecimento da industrialização mudou o mundo e criou novas atividades profissionais para o homem. O professor que já existia na época da industrialização com o passar do tempo deixa de ser interessante ser presente somente na educação regular, mas seu trabalho passa a ser importante também para auxiliar as empresas existentes. Na atualidade vivemos um contexto diferente da época do início da industrialização em nosso país em relação à educação. Hoje, vivemos a era do conhecimento, a informação para as empresas passou a ser elemento lucrativo. As empresas não somente produzem objetos. As empresas hoje produzem serviços, qualidade, informação, enfim, tudo que necessariamente requer aprendizado. O aparecimento da informática também alterou o cotidiano nas empresas e criou uma nova forma de aprender no trabalho. A informática leva o ser humano a todo o mundo tornando a comunicação muito mais eficaz e interativa. Com isso, as 11 empresas deixaram de ser regionais e conseguiram se expandir com mais facilidade. Mudou-se o espaço físico de trabalho, o profissional hoje pode, se sua profissão permitir, trabalhar em home Office, desta forma, as paredes se quebraram, os funcionários se comunicam via web e são produtivos também em casa. É neste novo cenário profissional que o pedagogo está inserido para desempenhar seu trabalho. 1.2 O trabalho do pedagogo empresarial Sem prévio conhecimento do trabalho do pedagogo empresarial, podemos pensar que ele estará limitado a ficar dentro de uma sala de aula na empresa ensinando os profissionais a trabalharem em determinada função. Acontece que as responsabilidades de um profissional da educação dentro de uma empresa é mais ampla e não se resume apenas em ensinar. Conforme citado na introdução deste trabalho, o pedagogo não possui somente como desafio a condução de dinâmicas de grupo para processos seletivos, preparar material para treinamento, etc. este profissional deve estar sintonizado com o contexto da empresa, envolvido com as atividades, pois a demanda em educação vai surgir porque as empresas vivem em constante mudança. (ALMEIDA, 2006) A palavra mudança nunca fez tanto sentido na história da humanidade como atualmente. Através da informática e a era da informação, tudo vive em constante mudança e por este motivo há necessidade de algum funcionário trabalhar esse processo de forma satisfatória. O pedagogo empresarial por trabalhar com educação é capacitado para mudar o pensamento, comportamento e atitudes dos colaboradores. HOLTZ, diz sobre como ela define o casamento entre a empresa e a pedagogia: Vejam, tanto a Empresa como a Pedagogia agem em direção a realização de ideais e objetivos definidos, no trabalho de provocar mudanças no comportamento das pessoas. Esse processo de mudança provocada, no comportamento das pessoas em direção a um objetivo, chama-se aprendizagem. E aprendizagem é a especialidade da Pedagogia e do Pedagogo. (HOLTZ, 2006, p.6) 12 É interessante a definição de casamento entre a empresa e a pedagogia, pois o objetivo em comum será sempre o ponto principal que fará do pedagogo um profissional necessário dentro do contexto organizacional. Holtz ainda menciona algumas responsabilidades do pedagogo empresarial e identificamos que das seis responsabilidades 4 delas faz menção a alcance de objetivos. Entende-se assim que o pedagogo trabalhará para desenvolver pessoas e desta forma alcançar objetivos. Para o pedagogo o objetivo será sempre a mudança de comportamento e o alcance do aprendizado. Para a empresa o alcance dos objetivos sempre será quantitativo, pois o mundo corporativo sempre analisa números. Sendo assim, a empresa espera que o pedagogo mude o comportamento de seu funcionário para que a organização permaneça em constante evolução buscando o crescimento. RESPONSABILIDADES DO PEDAGOGO 1 Conhecer e encontrar as soluções práticas para as questões que envolvem a otimização da produtividade das pessoas humanas - o objetivo de toda Empresa. 2 Conhecer e trabalhar na direção dos objetivos particulares e sociais da Empresa onde trabalha. 3 Conduzir com atividades práticas, as pessoas que trabalham na Empresa - dirigentes e funcionários - na direção dos objetivos Humanos, bem como os definidos pela Empresa. 4 Promover as condições e atividades práticas necessárias - treinamentos, eventos, reuniões, festas, feiras, exposições, excursões, etc... - , ao desenvolvimento integral das pessoas, influenciando-as positivamente (processo educativo), com o objetivo de otimizar a produtividade pessoal. 5 Aconselhar, de preferência por escrito, sobre as condutas mais eficazes das chefias para com os funcionários e destes para com as chefias, a fim de favorecer o desenvolvimento da produtividade empresarial. 6 Conduzir o relacionamento humano na Empresa, através de ações 13 pedagógicas, que garantam a manutenção do ambiente positivo e agradável, estimulador da produtividade. (HOLTZ, 2006, pagina 15) O pedagogo para conseguir desempenhar as atividades acima precisa, antes de tudo, conhecer não só sobre pedagogia, mas também sobre outras áreas correlatas que servirão de complemento para entendimento e compreensão das necessidades humanas dentro da organização. Holtz, 2006, destaca uma parte de seu trabalho para falar de algumas ciências que auxiliam o trabalho do pedagogo. Nesta parte do trabalho ela faz uma afirmativa interessante sobre a pedagogia: “A PEDAGOGIA considera a pessoa humana, na sua vida integral, individual e social.” (HOLTZ, 2006, p.18) Partindo do princípio que a pedagogia considera o homem de forma integral, o profissional da pedagogia empresarial realmente irá muito além do pequeno trabalho de desenvolver conhecimento técnico, pois para entender o funcionário de forma integral precisará levar em consideração aspectos complexo de sua vida. Assim, o pedagogo terá que utilizar de outras ciências para conseguir entender o homem. São citadas pela autora, muitas ciências que auxiliam o trabalho do pedagogo, porém destaco nesta monografia apenas duas que entendo ser importantíssima para eles, sendo elas a “psicologia educacional e a sociologia educacional” e que serão abordadas no terceiro capítulo deste trabalho. No livro de RIBEIRO, 2008, ela citou uma lista de competência do profissional moderno de autoria de (LOPES, TRINDADE, CARVALHO e CADINHA, 2006): espírito de liderança, orientação para o cliente, orientação para resultados, comunicação clara e objetiva, flexibilidade e adaptabilidade, criatividade e próatividade e aprendizagem contínua. Esta mesma autora cita: ...as autoras aqui mencionadas circunscrevem a pedagogia empresarial como um elemento de articulação entre o desenvolvimento das 14 pessoas e as estratégias organizacionais. Ratificam que o pedagogo empresarial desenvolve suas atividades com o Departamento de Recursos Humanos, hoje com uma visão mais abrangente dos fenômenos organizacionais. Em outras palavras, as ações deste departamento...; compreendem que o espaço organizacional é, sobretudo, um espaço de valorização da dimensão e da dignidade humana. (RIBEIRO, 2008, p.10) Nunca se falou tanto em treinamento de recursos humanos como nos últimos anos. Isto porque, a cada dia as empresas percebem a importância de ter grupos de profissionais que consigam atender as suas expectativas, sem contar que o conhecimento adquirido em cursos, mesmo os de nível superior, estão aquém da qualificação adequada a realidade do mercado, uma vez que o conhecimento é transmitido aos estudantes, porém não há, na maioria das vezes, tempo para que tudo o que foi ensinado seja praticado para efetivamente ocorrer o aprendizado. Sendo assim, temos além a falta de profissionais qualificados, temos profissionais que saíram de cursos de qualificação, porém não alcançaram a qualificação necessária para a realização das atividades no dia a dia. Nos países em desenvolvimento, como por exemplo o Brasil, há uma preocupação maior com a qualificação da mão de obra, visto que reconhece que somente com o desenvolvimento da população conseguirá competir com as potencias mundiais. Aqui no Brasil atualmente onde as empresas conseguem profissionais que dominam o conhecimento técnico, mas não possuem bom comportamento, o pedagogo empresarial terá que moldar esse funcionário a fim de atingir as competências necessárias para exercícios das funções. Sendo assim, vejo que o papel do pedagogo empresarial além do alcance dos objetivos empresariais, é compreender o comportamento organizacional e condicioná-lo à mudança constante. 15 CAPÍTULO II ESCONDIDOS, OS TÍMIDOS DENTRO DAS EMPRESAS 2.1 Conceitos sobre timidez Podemos conceituar timidez como desconforto social, dificuldade de interação que acarreta em prejuízos para toda a vida. De um modo geral, a timidez leva a pessoa agir como se tivesse medo de “pessoas”, pois o tímido geralmente evita contato com o outro e situações que os levam a contato ou exposição social. Assim como muitas pessoas, eu durante minha infância e adolescência fui muito tímido. Essa condição não identificada por minha família ou não entendida como um problema me levou a um sofrimento constante me mantendo em profundo silêncio. O fato de ter que levantar as mãos ou ter que falar presente em uma sala de aula era para mim um sacrifício incalculável, pois ficava imaginando o que os colegas de classe pensariam quando o quieto, nerdi, parado etc. aparecesse. Algumas perguntas eu não sabia responder, tais como: Porque me consideravam diferente? O que acontecia comigo internamente? Porque eu sentia tanto aquela vontade de me esconder? Enfim, os sintomas são quase sempre os mesmos, pois logo que conhecemos uma pessoa tímida percebemos que ela possui alguma coisa diferente das demais. Acontece que na maioria das vezes pela timidez não ser entendida como algo que necessita de apoio, muitos se afundam neste problema que pode trazer consequência drástica para toda vida e não somente na infância e adolescência. Se levarmos em consideração que a maioria das pessoas aceitam a ideia de que já foram tímidas um dia, estamos aqui falando que a timidez pode ser comparada a problemas que geralmente todos nós passamos durante a vida como, por exemplo, as dúvidas que são constantes durante a adolescência. Mas diferente de alguns comportamentos o que deve ser levado em consideração e tomado como ponto de atenção para identificarmos a timidez é que o indivíduo na maioria das 16 vezes sofre calado e quando não há um acompanhamento deste, muitos outros problemas podem aparecer como resposta. No dicionário Aurélio encontramos o significado da palavra timidez da seguinte forma: “s.f. Caráter de quem é tímido; falta de coragem. / Insegurança; acanhamento; inibição”. Zimbardo diz que é difícil conceituar a timidez, pois esse comportamento quanto mais estudado, mais complexo se torna. Ele usou outras palavras, mas quis fazer esta afirmação, pois apesar que de um modo geral os tímidos são mais calados, não é somente o problema de comunicação que eles enfrentam, muito pelo contrário, o problema timidez acarreta inúmeras dificuldades que podem seguir uma pessoa da infância até a vida adulta. Philip Zimbardo, psicólogo que criou uma clínica para o tratamento da timidez na Universidade de Stanford, citou em seu livro o objetivo desta clínica: “Com esta clínica esperamos não só ajudar as pessoas a vencer a sua timidez, mas, sobretudo ensinar-lhes algo mais sobre a natureza desse problema tão generalizado”. (ZIMBARDO, 2002, p.12.) Zimbardo também diz que a timidez é um problema pessoal que pode ser considerado uma doença social: “A timidez é um problema pessoal insidioso que está a tomar proporções de tal forma epidêmicas que pode ser justificadamente considerada uma doença social.” (ZIMBARDO, 2002, p.13.) O primeiro ponto a ser enfatizado neste trabalho sobre timidez é a “timidez como um problema”, e isso já nos leva entender que muitos precisam de ajuda para entender e saber conviver com ela. Mas, podemos também confrontar a interpretação de Zimbardo com a afirmação Giovanna Axia que vê a timidez como uma condição humana. A timidez não é uma enfermidade que precise ser curada ou uma deficiência a ser superada pela força de vontade e pelo autoconvencimento racional. A timidez é uma condição humana, é um aspecto vulnerável, frágil e precioso da humanidade. Todos nós, de modo mais ou menos consciente, sabemos que a timidez tem qualquer coisa de raro e nobre em si mesma. Do contrário, por que reclamaríamos para nós tal condição, com tanta 17 vontade? Quase todos, excetuando-se provavelmente os tímidos autênticos, estão prontos a se declarar tímidos. (AXIA, 2003, p.16.) Zimbardo interpretou a timidez como doença que esta ligada diretamente a dor. Acreditamos que quando o autor se refere a timidez como doença, esse está tentando enfatizar o lado negativo que a timidez acarreta no indivíduo, pois uma vez que a pessoa passa por situações que a leva ao sofrimento, podemos dizer que ela sentiu dor. Na interpretação de Axia a timidez não é uma enfermidade que precise de cura ou deficiência que precisa ser superada. Entendemos que a timidez não é uma deficiência e por este motivo não é uma enfermidade, mas que a superação pode ser um caminho quando o indivíduo sofre com sua própria característica. A leitura das duas obras nos leva a interpretação de que a timidez pode ser uma condição humana em que todos possamos passar ou conviver com ela, mas também entendemos que se o tímido não conseguir controlar sua timidez essa se torna um problema e com consequências que podem levá-lo a ruína pessoal. Ambos os autores relatam outro lado sobre a timidez, Zimbardo em sua obra menciona que algumas pessoas escolheram ser tímidas como um estilo de vida. Axia defendendo o conceito de natureza humana, diz que ser tímido é normal como se ter olhos castanhos ou azuis. Portanto, entendemos que há um lado positivo em ser tímido, até pelo fato que alguns estilos de vida requer da pessoa ser mais reservada e interagir menos com outras, porém para enxergar esse lado positivo depende das circunstâncias em que o indivíduo se encontra e de seu contexto cultural. Para interpretar a timidez como uma característica positiva de alguém esse não deve passar por sofrimento em decorrência de sua natureza. A timidez pode ser considerada por nascença e adquirida no decorrer da vida ou devido a uma determinada situação que resultou em trauma imediato. Quando citamos ou citarmos que o individuo tímido necessita de apoio ou acompanhamento não diz respeito a cura de uma doença, porque a timidez não é uma doença. Porém, o acompanhamento tem objetivo de auxiliar o indivíduo a 18 passar por esse momento e entender a sua condição humana, visto que o tímido tem medo de sua própria timidez. 2.2 Como identificar as pessoas tímidas Identificar uma pessoa tímida não é difícil, assim como muitas coisas, até porque, de uma forma geral, os tímidos tendem a se comportar da mesma maneira, ou seja, evitando contato social. A importância de se identificar a pessoa tímida se deve ao fato que muitos tímidos ainda estão dentro das escolas, ou seja, existem milhares de crianças que neste momento de suas vidas sofrem de timidez e não são acompanhadas por profissionais qualificados. Desta forma, se um aluno não tiver esse acompanhamento durante sua infância ou adolescência, poderá possivelmente se tornar um adulto tímido o que acarreta em sofrimento e um problema generalizado na sociedade. O tema “timidez” deve ser discutido em todos os cursos de educação independente da modalidade e objetivo, pois se a timidez é uma condição humana já na infância teremos crianças que possivelmente sofrem deste problema e necessitam de acompanhamento de profissionais capacitados e conhecedores do assunto. Se a timidez pode ser desenvolvida no decorrer da vida, pessoas adultas podem se tornar tímidas, assim como crianças e adolescentes podem se tornarem tímidos de uma hora para outra. Claro que para que isso aconteça eventos externos precisam resultar em um ambiente propício ao desenvolvimento da timidez. Dentro deste contexto, aponto os pais e os professores e até líderes dentro das empresas como pessoas que podem indiretamente levar uma pessoa a desenvolver a timidez. Podemos citar o caso do matador de realengo como um típico problema também correlacionado a timidez. O perfil comportamental do matador de realengo era de um adolescente tímido, extremamente introspectivo, não interagia com as pessoas (escola e trabalho) vivia num mundo paralelo (internet) e sofreu por isso em boa parte da adolescência. 19 Especialistas que analisaram o caso definiram o perfil de esquizofrenia ao responsável pela chacina. Esta doença psíquica que leva o indivíduo a criar um mundo a parte do seu, têm explicações genéticas e ambientais. Analisando a explicação ambiental conseguimos perceber que as pessoas com mais chance de desenvolver a doença são aquelas que passaram por situações como: traumas, abusos físicos e sexuais, experiências psicológicas negativas etc. Não podemos dizer que a timidez em si acarreta o desenvolvimento de doenças psíquicas, porém essa natureza quando não identificada ou acompanhada pode ser um fator que leva as pessoas serem propícias a elas. Quando a timidez se inicia na infância e não identificada e acompanhada, possivelmente esse indivíduo se tornará um adulto tímido e com isso poderá ter dificuldades na vida profissional. 2.3 Problema – o cotidiano das pessoas a tímidas Já falamos aqui que as pessoas tímidas normalmente evitam contatos sociais, pois se sentem desconfortáveis com outras pessoas. Sobre o cotidiano dos tímidos Axia relata em seu livro: Ser tímidos significa experimentar uma forte sensação de medo quando se trata de interagir com outras pessoas, sobretudo com pessoas que não se conhece. O principal problema da pessoa é que essa forte sensação de medo não pode ser simplesmente ignorada, posta de lado ou brilhantemente administrada. Esse medo está enraizado na consciência de si, justamente quando a pessoa gostaria de prestar o mínimo de atenção possível a si mesma e a seus movimentos interiores... a pessoa tímida está, por assim dizer, cravada a um eu que sofre uma reação emotiva desagradável. A atenção da pessoa tímida não pode estar vinculada da percepção do próprio estado interior. É a penosa consciência de si, de um eu imerso em problemas, que está bem no centro da timidez.(AXIA, 2003, p.18 e 19.) 20 Entendemos que, uma vez que os tímidos se sentem desconfortáveis diante de uma situação que envolva contato social é porque de alguma forma o sentimento de timidez os levam a um sofrimento pessoal. Vários sintomas podem ser experimentados pelas pessoas tímidas, já que a timidez é complexa e não há uma regra para sua manifestação. A única definição sobre sintomas da timidez identificados por relatos e bibliografias é que as pessoas tímidas têm medo de contatos sociais. Abaixo apresento algumas características mais corriqueiras para os tímidos: Ansiedade – Geralmente os tímidos sofrem de ansiedade porque ele possui um senso crítico muito desenvolvido a cerca de si mesmo. Calados – Por causa do medo, ansiedade e auto avaliação que o tímido faz de si mesmo ele não consegue, na maioria das vezes, expor sua opinião numa conversa. Vergonha – Por estar sempre se auto avaliando o tímido possui muita vergonha, pois está sempre pensando sobre o que os outros pensam dele. Cora – Quando estão em uma situação embaraçosa os tímidos coram em resposta ao que está sentindo no momento. Dificuldade de pensar e se expressar – Por estar sempre imaginando o que outros possam estar pensando dele mesmo, o tímido possui grande dificuldade de pensar e se expressar com clareza. Sentimentos negativos – Frequentemente a timidez pode ser acompanhada de sentimentos negativos como depressão, ansiedade e solidão. Terror de público – Os tímidos em sua grande maioria possuem medo do público, pois se geralmente eles estão sempre a se avaliar e pensar no que as pessoas pensam sobre eles, quando estão em pública imaginam que todas aquelas pessoas estão a te avaliar e enxergando seus defeitos. 21 Diante das características apresentadas acima, podemos dizer que timidez então se torna um problema quando a pessoa não consegue controlar sua própria natureza. Esses problemas podem ser individuais, como também podem se tornar sociais. Zimbardo menciona em sua obra: ...As tendências da nossa sociedade indicam que essa doença se irá agravar à medida que as forças sociais forem aumentando o nosso isolamento, o nosso espírito competitivo e a nossa solidão. Se não começarmos a fazer qualquer coisa depressa, muitos dos nossos filhos e dos nossos netos se tornarão prisioneiros de sua própria timidez. Para evitar que isso aconteça, temos de começar a compreender o que é a timidez de modo a criarmos um ambiente favorável em que as pessoas tímidas possam despojar-se da segurança das suas prisões privadas e recuperar a liberdade para elas perdida de falar, de agir e de estabelecer relações humanas. (ZIMBARDO, 2002, p.13.) Nosso século está caracterizado pela informação, pela interação virtual e por reduzir distâncias através da internet. Entretanto, até que ponto essa distancia está realmente sendo reduzidas? Ao mesmo tempo em que uma pessoa no Brasil parece está perto do Japão, também parece está a milhares de quilômetros do seu próprio vizinho e porque não de sua própria família. Essa característica da interação virtual, apesar de criada com objetivos positivos, hoje já podemos identificar o lado negativo da situação. Pessoas tímidas se afundam em ambientes virtuais e as vezes criam mundos que não fazem parte da sua realidade. Nas redes sociais os perfis não criados de acordo com o que é definido ou decidido pelo usuário. Os jogos de vídeo game atualmente nos deixam online competindo com pessoas do outro lado do mundo. Será que as empresas também não estão entrando na era da interação virtual? A resposta para essa pergunta é sim. Hoje já temos muitas empresas que utilizam métodos de treinamento em plataformas virtuais, videoconferências e Home Office. 22 O trabalho designado “Home Office” consiste em profissional executar suas funções diretamente de sua residência. Claro que essa atividade possui inúmeros benefícios como, por exemplo, redução de tráfego de transporte público, redução de custo com maquinário e prédio para trabalho dos funcionários e também no caso de treinamento redução do número de instrutores. Mas para que a atividade possa ser realizada bem estruturada deve-se levar em conta o perfil da atividade e do profissional que irá executar a função, uma vez que o home Office pode levar o funcionário ao isolamento total e isso acarretar em problemas maiores. Enfim, podemos aqui mencionar que a timidez quando não acompanhada, de modo geral traz problemas sociais, pois independente das atividades em que os tímidos estão inseridos, normalmente estarão envolvendo o cotidiano e a vida de outras pessoas, seja durante a infância, juventude, vida profissional etc. 23 CAPÍTULO III AS MELHORES PRÁTICAS, ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO EMPRESARIAL PARA O DESENVOLVIMENTO DOS FUNCIONÁRIOS TÍMIDOS. 3.1 Mercado profissional e Desenvolvimento de Pessoas Já ha algum tempo o meio empresarial percebeu os prejuízos que a falta de mão de obra qualificada acarreta para o desempenho das atividades na empresa. No Brasil, especificamente, a falta de mão de obra não é um problema novo e por isso especialistas sempre estão a pensar sobre as alternativas que as empresas podem por em prática para conseguirem desenvolver seu colaboradores de forma satisfatória e assim alcançarem o tão esperado crescimento organizacional. Independente do tamanho da empresa, se pequena, média ou grande, a falta de mão de obra qualificada, analisando de forma macro, além de atrapalhar seu crescimento, também atrapalha o bom rendimento do trabalho e em alguns casos o trabalho de uma equipe. No Brasil, já há alguns anos, o mercado tem investido em qualificação profissional técnica. O que isso significa? Significa que estamos colocando no mercado a cada dia profissionais formados com conhecimento técnico para a realização de determinada profissão. Mas, será que essa formação está completa? Questionamentos como esse nos faz pensar que, na maioria das vezes, empresas se preocupam com o conhecimento técnico, cobrando em sua grande maioria experiência em determinada função, mas se esquecem de um fator importantíssimo que pode, de certa forma, atrapalhar muito as atividades na empresa. Estamos falando da falta de conhecimento que os profissionais têm em relação à comportamento. Do que adiante a empresa ter um espetacular gerente se esse não sabe se comportar de forma adequada. Do que adianta ótimos analistas se quando colocados em reunião não sabem se comportar de maneira satisfatória. 24 Assim como o conhecimento técnico, a falta de conhecimento em comportamento pode levar uma empresa a falência, levando em consideração que ela pode estar sendo administrada por um gerente ou diretor mal instruído nesse contexto. Chiavenato diz: A globalização, o desenvolvimento tecnológico e a mudança e transformação na sociedade fazem com que a capacidade de sobrevivência e excelência das organizações passe cada vez mais a depender forte e diretamente das habilidades e competências das pessoas que nelas trabalham. (CHIAVENATO, 2009, p.1.) O desenvolvimento e sucesso das empresas estão ligados diretamente com as habilidades e competências de seus funcionários, por isso, há relevância em pensar que é necessária a capacitação do grupo em prol do alcance dos objetivos. Estamos enfatizando neste capítulo sobre a importância da capacitação não somente em habilidades técnicas, mas também em capacitação de comportamento que interfere de forma significativa nas decisões das empresas. Já falado em capítulo anterior que a timidez é uma condição humana que a maioria das pessoas experimentam, mas muitas dessas não conseguem se livrar desse comportamento e com isso ficam prejudicadas em várias áreas de sua vida. Umas das áreas mais prejudicadas pela timidez é a área profissional. Funcionários tímidos tendem a ter maior dificuldade para se relacionar, pois na maioria das vezes eles têm medo de pessoas, ou seja, medo de tudo que pode levá-lo ao contato social. Se levarmos em consideração que o mercado exige do profissional o trabalho em equipe, como ficam os funcionários tímidos? Vemos neste contexto que muito profissionais podem estar sendo demitidos por serem tímidos e até nem se dar conta disso, assim como o empregador que o demitiu. Já vimos que a timidez tem várias formas de manifestação e pode iniciar em qualquer momento da vida, ou seja, um 25 ótimo profissional, inclusive, pode da noite para o dia se tornar um ser humano tímido, isso vai depender das circunstâncias de trabalho ou de uma situação em específica. Desta forma, os pedagogos empresariais precisam olhar para este problema com certo cuidado e tentar com algumas técnicas trabalhar este profissional. Quais comportamentos precisam ser modificados para que a empresa alcance um patamar de qualidade de seu negócio ou produto? Poderíamos aqui citar várias habilidades necessárias para que um colaborador pudesse ser considerado competente e exercer de forma satisfatória sua ocupação, mas o foco da nossa pesquisa é timidez e iremos falar sobre como desenvolver os profissionais com esta característica através do treinamento e desenvolvimento. O treinamento e desenvolvimento é a melhor ferramenta para que a empresa possa alcançar seus objetivos e por isso, iremos destacar esse como uma atividade importantíssima para o desenvolvimento de funcionários tímidos e o conhecimento de psicologia para que o pedagogo possa interagir neste treinamento com o tímido. 3.2 Psicologias e educação Psicólogo todo mundo é um pouco e entendemos que o conhecimento teórico da “psicologia da educação” pode auxiliar muito o pedagogo empresarial, visto que entender o ser humano é fundamental para conseguir desenvolvê-lo e principalmente quando esse desenvolvimento será através da educação. Definir psicologia não é uma tarefa fácil, tendo em vista que é uma ciência que estuda o homem e esse é um ser muito complexo. Alguns pesquisadores da área entendem que existe, na verdade, psicologias, frente a essa complexidade. A psicologia científica se difere da psicologia do senso comum. A psicologia do senso comum provavelmente qualquer profissional possui, uns com mais facilidade em utilização, outros com menos, mas o importante é que utilizamos a psicologia do senso comum no dia a dia e por isso podemos dizer que o pedagogo 26 empresarial por mais que não domine as abordagens da psicologia, certamente utiliza a psicologia do sendo comum através da didática. Das abordagens mais conhecidas da psicologia científica destacamos a psicologia do “desenvolvimento”, “comportamento” e “aprendizagem” como importantes para o conceito de mudança do funcionário. Isso porque ambas teorias estudam o desenvolvimento do ser humano e abordam a interação entre o indivíduo e ambiente. Abaixo apresento o conceito dessas três teorias da psicologia: Conceito de teoria do comportamento (Behaviorismo): “... estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações).” (BLOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2001, p.45.) A teoria do comportamento (behaviorismo) é muito utilizada no processo educacional devido à concepção de (ação – reação), pois inúmeras técnicas educacionais utilizam a comparação (ação – reação) para alcançar o aprendizado. Sendo assim, a educação empresarial (treinamento) pode se aproveitar do conhecimento da psicologia do comportamento para melhor desenvolver seu processo educativo de treinamento corporativo. Conceito de teoria do desenvolvimento: ...estuda o desenvolvimento do ser humano em todo os seus aspectos: físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social – desde o nascimento até a idade adulta, isto é, a idade e, que todos estes aspectos atingem o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade. (BLOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2001, p.96.) Jean Peaget foi um dos grandes pensadores da teoria do desenvolvimento com ênfase no campo educacional. Para este psicólogo, o desenvolvimento humano é conduzido através da hereditariedade, do crescimento orgânico, da maturação neurofisiológica e do meio. 27 Lev Semenovich Vigotski também foi um estudioso do desenvolvimento humano e teve seu trabalho ignorado no ocidente por um bom tempo. No livro Introdução a psicologia lemos: ...Vigotski não via o homem como um ser passivo, consequência dessas relações. Entendia o homem como ser ativo, que age sobre o mundo sempre em relações sociais, e transforma essas ações para que constituam o funcionalismo de um plano interno. (BLOCK, FURTADO E TEIXEIRA, 2001, p.107.) Unindo as duas teorias, poderíamos dizer que o homem se desenvolve através do meio em que vive e que é um ser ativo no processo de construção do meio através de relações sociais. A psicologia da aprendizagem é formada por uma série de possibilidades e por isso existem várias teorias que completam o entendimento sobre o assunto: “Encontramos um número bastante grande de teorias da aprendizagem. Essas teorias poderiam ser genericamente reunidas em duas categorias: as teorias do condicionamento e as teorias cognitivas” (BLOCK, FURTADO, TEIXEIRA, 2001, p.114.) A teoria do condicionamento refere-se à ideia de estímulo e resposta enquanto que a teoria cognitivista refere-se ao processo de relação do indivíduo com o meio, ou seja, mundo externo. Enfim, as três teorias da psicologia são é fundamentais para auxiliar o trabalho do pedagogo empresarial, pois num treinamento empresarial este pode colocar em prática atividades que condiz com as teorias apresentadas para alcançar a mudança do comportamento do funcionário. Assim, entendemos que o ser humano é um ser social que através das relações sociais aprende. Simplificando este conceito, poderíamos dizer que para ocorrer aprendizagem o ser humano precisa estar em um estágio de conhecimento limitado para então aprender. Se compararmos as crianças com este conceito acho 28 que a explicação se encaixa melhor. As crianças aprendem a partir das interações com os adultos, a cada dia ela vê algo diferente que não conhece, por isso aprende. 3.3 Treinamento de pessoas Para Chiavenato o treinamento de pessoas faz parte do subsistema da administração de recursos humanos (ARH) e para obter resultado satisfatório precisa de sinergia com os demais sistemas. Os cincos subsistemas de RH segundo Chiavenato são: (CHIAVENATO, 2009, p.5. Figura 1.1) Segundo ele o segredo das organizações bem sucedidas está em saber conduzir o conhecimento de seus colaboradores: O segredo das organizações bem sucedidas é saber consolidar e reciclar o conhecimento entre seus funcionários, treinar, preparar e desenvolver os funcionários que tenham condições permanentes de lidar com a mudança e inovação, de proporcionar valor à organização e ao cliente e, sobretudo, de mantê-la sempre eficaz e competitiva em um mundo globalizado e de intensa concorrência. (CHIAVENATO, 2009, p.3.) Chiavenato também fala que: “As organizações bem sucedidas estão migrando do investimento em recursos tangíveis para o investimento em recursos 29 intangíveis, pois este produz os melhores retornos e resultados.” (CHIAVENATO, 2009, p.17.) Ainda sobre treinamento de pessoas, temos a citação de Chiavenato: Outros autores referem-se a uma área genérica chamada desenvolvimento, e que é desdobrada em educação e treinamento: o treinamento significa o preparo da pessoa pra o cargo, enquanto o propósito da educação é o de preparar a pessoa para o ambiente dentro ou fora de seu trabalho. (CHIAVENATO, 2009, p.38.) Conforme Carvalho, citado na monografia de Neidy Pereira, o treinamento é uma forma de educação voltada para o trabalho, uma vez que seu objetivo central é preparar o treinando para o desempenho eficiente de uma determinada tarefa que lhe é confiada (Carvalho, 2001). É correto afirmarmos que as empresas têm investido em treinamento, pois perceberam que o conhecimento acadêmico em si, não fará seus colaboradores serem brilhantes frente as atividades que terão que executar dentro da empresa. Treinamento deve estar atrelado a desenvolvimento, Chiavenato diz que o treinamento é para atividade profissional e educação para preparo de ambiente interno e externo. Porém, se houver treinamento de comportamento podemos dizer que houve educação e não somente treinamento, pois muito do que se aprende num treinamento comportamental pode ser aplicado também na vida pessoal. O tímido, na maioria das vezes é tímido em sua vida e não somente dentro da empresa. Sendo assim, há necessidade quando esse funcionário é importante para a empresa de se ter um curso que o prepare para a interação dentro da organização. O próprio treinamento já um recurso que auxilia a socialização e já vemos aqui que o tímido tem dificuldade com relação social. Diante do exposto acima, gostaríamos de enfatizar o treinamento de relacionamento interpessoal como um recurso importantíssimo para auxílio deste colaborador. Neidy em sua monografia diz que treinamento comportamental traz resultado porque as pessoas refletem a cerca de suas posturas inadequadas o que 30 acarreta e melhoria no trabalho e relacionamento interpessoal. Esta pesquisadora chegou a essa conclusão após aplicar questionários em determinada empresa sobre treinamento comportamental. Hoje já podemos contar não só com conhecimento de treinamento de pessoas sobe o olhar da administração, como também olhar da psicologia. Existem pesquisas atualmente no Brasil na área da psicologia que trabalha o conceito de (treinamento de habilidade social). Mas, o conceito deste treinamento deu-se no final do século passado pelo psicólogo Argyle na Inglaterra. Este psicólogo entendia as relações sociais como meio de interação e comunicação. Para desenvolver o programa este psicólogo incorporou conceitos da psicologia para conseguir resultados como: redução de comportamento antissocial e ajustamento do indivíduo aos padrões da cultura. Foi desenvolvido mais tarde um manual de avaliação de habilidades sociais que deve ser aplicado por um profissional graduado em psicologia, mas pode servir como ponto inicial para o desenvolvimento de um treinamento focado em relacionamento interpessoal ministrado pelo pedagogo empresarial. Desta forma, podemos dizer que um funcionário que possui dificuldade de interação pode ser treinado para alcançar esta habilidade. Almir e Zilda Del Prete em seu livro mencionam: Na infância e na adolescência, as práticas educativas da família e da escola, juntamente com a experiência de convivência com os colegas são as principais condições para aquisição e o aperfeiçoamento das habilidades sociais e da competência social. Porém quando essas práticas são desfavoráveis, podem surgir déficits de habilidades sociais e problemas de competência social que impactam negativamente as relações interpessoais e, portanto, a qualidade de vida das pessoas. (PRETE, 2011, p.19.) O treinamento de habilidades sociais leva em consideração que o indivíduo possui certa dificuldade com interação e nesta perspectiva, o funcionário tímido 31 necessita de desenvolvimento, ou seja, “treinamento e educação”, pois sua dificuldade de interação o atrapalha tanto no trabalho como em seu dia a dia. 32 CAPÍTULO IV ANÁLISE DE RESULTADOS DO CALL CENTER O objetivo da pesquisa é comparar os conceitos de timidez a uma profissão que se enquadra com o perfil da pessoa tímida. Para tal, antes de saber se o colaborador que nos auxiliou com a pesquisa é tímido ou não, gostaríamos de entender o perfil dele, pois a partir daí poderíamos chegar a conclusão do percentual de tímidos de acordo com um perfil específico, por exemplo, gênero, opção sexual, idade etc. O atendente de telemarketing trabalha com atendimento pelo telefone e por isso não se mostra para o cliente. Por conta disso identificamos uma grande quantidade de pessoas que vão em busca desta profissão para não ter, em muitos casos, que superar sua própria timidez. O fato é que muitos desses profissionais podem exercer esta atividade com louvor e a timidez realmente não o atrapalhará em nada. Entretanto, quando esse pensar em mudar de cargo dentro da empresa terá que ter o lado interpessoal desenvolvido a ponto de conseguir se expor, o que para o tímido é algo traumático. A pesquisa foi realizada na Central de Relacionamento de uma seguradora líder no mercado brasileiro do seguimento de saúde. Atualmente este Call Center possui 134 atendentes e 07 supervisores para atender a todo território nacional, ou seja, todo o Brasil. Somente 34 colaboradores participaram da entrevista o que equivale a 35% do quadro funcional. O foco do trabalho destes atendentes é liberar senhas de atendimento médico para hospitais que prestam serviço em nome da seguradora em questão. Por este motivo, o perfil deles são de um profissional comprometido, centrado e com bastante anos de casos, pois a liberação da senha requer análise criteriosa, uma vez que o negócio da empresa é “saúde”. 33 Para apresentação neste trabalho selecionamos nos gráficos as perguntas mais significativas para o tema da pesquisa: Figura 1 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center. Através desta pesquisa identificamos que a 50% dos atendentes que trabalham na central de consideram tímidos. Obs.: A maioria das mulheres se considerou tímidas na pesquisa. Na contagem soma-se 14 mulheres tímidas para apenas 3 homens tímidos. Figura 2 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center. 34 82% dos entrevistados que informaram não ser tímidos reconheceram que já foi um dia: Obs.: Este é um dado muito preciso de acordo com a teoria defendida por Axia, pois ela defende a timidez como natureza humana. Sendo assim, a maioria das pessoas se consideram ou afirmam que já sentiram o que é ser tímido. Figura 2 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center. 50% dos entrevistados estão dentro da faixa etária entre 20 a 25 anos e 36% estão entre 26 a 30 anos: 35 Figura 3 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center. Na comparação dos gêneros temos 59% do sexo feminino e 41% do sexo masculino. Figura 4 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center. Quanto à opção sexual do grupo 82% diz ser heterossexual e 18% diz ser homossexual. 36 Figura 5 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center. Dos sintomas mais corriqueiros sentidos pelas pessoas tímidas, 43% informaram sentir muita ansiedade, 22% sentem constrangimento em público, 17% sentem muita vergonha, 9% dizem que coram e 9% reconhecem que possuem dificuldade de iniciarem uma conversa. Figura 6 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center. 79% dos entrevistados não gostam de ser tímidos. Obs.: o dado acima é importante para reforçarmos que o tímido tem medo da sua própria timidez. Por este motivo que em sua maioria não gostam de ser tímidos. 37 Figura 7 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center. Dos que gostam de ser tímidos, 67% acham que se tornam uma pessoa melhor por causa da timidez. Figura 8 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center. 59% dos tímidos informaram que a timidez não o prejudica nas atividades profissionais, porém, 41% disseram que sim. 38 Figura 9 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center. 76% dos pesquisados informaram que a empresa nunca ministrou nenhum treinamento que o auxiliasse com a timidez. Porém, 18% informaram que sim. Obs.: Esse indicador nos mostra que houve pouco investimento em treinamento para esse grupo, uma vez que qualquer treinamento, oficina, workshop etc. já se configura um meio de interação para as pessoas tímidas e por isso pode ser considerada como treinamento que o ajude com a timidez. 39 Figura 10 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center. 58% dos colaboradores tímidos informaram que nunca participaram de treinamento sobre relacionamento interpessoal. Enquanto 32% informaram que sim. Obs.: A falta de treinamento para melhora do relacionamento interpessoal afeta diretamente o clima no trabalho, além de reduzir a produtividade. Obs.: O grupo que informou já ter participado, provavelmente trabalha a mais tempo em comparação com os que não fizeram. Porém, cabe salientar que o número de funcionário que não fez é maior. Sendo assim, podemos dizer que há um déficit no desenvolvimento desses colaboradores. 40 Figura 11 - Resultado da pesquisa sobre timidez Fonte: Questionário respondido por atendentes de Call Center. 82% dos tímidos informaram que nunca deixaram de participar de processos seletivos por causa da timidez. 18% informaram que sim. Obs.: Os Zimbardo inicia seu livro falando sobre o conceito de timidez na antiguidade e um dos conceitos é vinculado a falta de coragem. Quando o colaborador deixa de participar de um processo de seleção ele está justamente com sem coragem, está sendo covarde frente a situação. Obs.: Os que informaram ter deixado de participar de processos de seleção, disseram que se sentem ansiosos e têm dificuldade de iniciar diálogo. 41 CONCLUSÃO Conforme estabelecido a priori, objetivou-se nesta pesquisa estudar o papel do pedagogo empresarial auxiliando na mudança do comportamento dos funcionários tímidos. Para chegarmos a esse entendimento estudamos o papel do pedagogo, o perfil das pessoas tímidas e o que podemos realizar dentro das empresas para alcançarmos o desenvolvimento deste colaborador. Atualmente pesquisas sobre timidez é encontrada com facilidade, porém não foi encontrado nenhum trabalho que desse ênfase a essa particularidade da natureza humana sobre o aspecto empresarial, por este motivo houve o interesse de se redigir um trabalho monográfico que explicasse neste a função do pedagogo e até o que pode ser realizado para auxílio dos tímidos. Se a timidez pode ser desenvolvida em qualquer momento da vida, entendemos que é de fundamental importância que o pedagogo empresarial gaste tempo desenvolvendo atividades que auxilie esse profissional a superar este característica no próprio ambiente de trabalho. Na presente pesquisa buscamos ainda comparar os conceitos de timidez com o perfil dos atendentes de telemarketing de uma empresa. A escolha deste grupo de colaboradores deu-se pelo fato que nesta profissão o indivíduo pode, sem nenhuma dificuldade, se esconder do contato pessoal com o cliente, uma vez que o contato se faz através do telefone. Não vimos a necessidade de disponibilizar gráficos com todas as perguntas da pesquisa de campo, pois o objetivo da pesquisa era comparar os conceitos de timidez com as atividades e o perfil dos profissionais e todos os gráficos disponíveis apresentam esses três pontos de forma resumida. Durante a pesquisa percebemos que a maior dificuldade das pessoas tímidas é se relacionar com outras pessoas. Em muitos casos, podemos dizer, que os tímidos têm medo de gente, pois estão sempre a se esconder de situações que o exponham ao contato direto com outras pessoas ou exposição social. Dentro desta perspectiva, observamos que através da didática os profissionais da educação empresarial colocam em prática a psicologia da educação e utilizam de atividades 42 que focam diretamente o contato com pessoas, ou melhor dizendo, atividades que auxiliem os funcionários a aprenderem a se relacionar. Nesta monografia enfatizamos o “Treinamento de Pessoas” como uma dessas atividades dentro das organizações. Identificamos também que já existe um manual que orienta profissionais a conduzirem treinamento de habilidade social. Sendo assim, podemos sim trabalhar um funcionário tímido dentro das empresas. Com esta afirmativa estamos dizendo que muitas empresas quando identificar que a timidez está atrapalhando seu funcionário pode investir em treinamento de habilidade social que propicie maior contato e interação entre pessoas dentro da organização. Enfim, não estamos aqui falando apenas de pessoas que podem ser contratadas com características tímidas, mas sim, de funcionários que de uma hora para outra em decorrência de algum acontecimento se tornou tímido e por isso o investimento é inteligente, necessário e lucrativo. 43 BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Marcos Garcia. PEDAGOGIA EMPRESARIAL: Saberes, Práticas e referências. Rio de Janeiro: Brasport, 2006. AXIA, Giovanna. A timidez: Um dote precioso do patrimônio genético humano. São Paulo: Paulinas: Loyola, 2003. Artigo: Um dos desafios contemporâneos da atuação do profissional pedagogo: a pedagogia empresarial, práticas de seleção e treinamento na atuação do pedagogo na empresa. (http://www.educacao.uerj.br/SemanaEducacao2008/index.html) BLOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair. Psicologias uma introdução a estudo de psicologia. 13ª Ed. Saraiva, 2001. 367 p. CHIAVENATO, Idalberto, 1936 – Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar talentos na empresa. – 7. ed. ver. e atual. – Barueri, SP: Manole, 2009. – (Série recursos humanos). EAGLEMAN, David. Incógnito: as vidas secretas do cérebro. Rio de Janeiro: Rocco, 2012. (Em: <http://www.timidez-ansiedade.com/art/timidez/perguntas-respostas.htm>. Acesso em: 13/06/2013.). Fantástico 10-04-11 - Polícia encontra segunda carta feita por atirador que atacou escola. 2011 – Acesso em 16/06/2013 - http://www.youtube.com/watch?v=EbdFtiMrsMc. HALL, Calvin; LINDZEY, Gardner; CAMPBELL; John. Teorias da personalidade. 4. Ed. Artmed, 2000. 591. 44 HENDERSON, William Otto, 1904 - A revolução industrial: 1780-1914. São Paulo: Ed Universidade de SP, 1979. HOLTZ, Maria Luiza M. Lições de pedagogia empresarial. MH Assessoria Empresarial Ltda., Sorocaba SP. Disponível em <http://www.mh.etc.br/documentos/licoes_de_pedagogia_empresarial.pdf>. PEREIRA, Neidy Aparecida Christo. A influência do treinamento comportamental na mudança de comportamento de um indivíduo. 58 F – Trabalho de conclusão de curso (Pedagogia empresarial) – Universidade Cândido Mendes – UCAM – AVM – Rio de Janeiro, 2012. PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. 24. Ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1999. PRETTE, Zilda; PRETTE, Almir (Org). Estudo sobre habilidades Sociais e relacionamento Interpessoal. 1. Ed. Casa do Psicólogo, 2006. RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia empresarial: atuação do pedagogo na empresa. 5. ed. Rio de Janeiro: Wak, 2008. ZIMBARDO, Philip G. A Timidez. Lisboa: Edições 70, 2002. 45 ANEXO - QUESTIONÁRIO PEDAGOGIA EMPRESARIAL Data: PESQUISA PÓS-GRADUAÇÃO - UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – AVM Marque com a letra (X) a opção que se enquadra com o seu perfil e sua opinião. QUAL A SUA IDADE? 15 a 19 anos 20 a 25 anos 26 a 30 anos 31 a 35 anos 36 a 40 anos 41 a 45 anos 46 a 50 anos 51 a 55 anos 56 a 60 anos Acima de 60 anos SEXO Feminino Masculino ESTADO CIVIL Solteiro Casado Divorciado União estável ESCOLARIDADE Ensino fundamental Ensino Médio Ensino Médio Ensino Superior Incompleto Ensino superior Completo Pós Superior SE ESTIVER CURSANDO OU CURSOU NÍVEL SUPERIOR, QUAL O CURSO? Resposta: SE ESTIVER CURSANDO OU CURSOU NÍVEL SUPERIOR, REALIZOU O ESTÁGIO OBRIGATÓRIO? SIM NÃO TRABALHA OU JÁ TRABALHOU EM SUA ÁREA DE FORMAÇÃO? SIM NÃO QUAL SUA RELIGIÃO? CATÓLICA PROTESTANTE ESPÍRITA OUTRAS SEM RELIGIÃO QUAL SUA OPÇÃO SEXUAL? 46 HETEROSEXUAL HOMOSEXUAL POSSUI FILHOS? SIM NÃO POSSUI ALGUM HOBBY? SIM QUAL? NÃO POSSUI ALGUM VÍCIO? CIGARRO BEBIDA ALCÓLICA OUTRAS VOCÊ SE CONSIDERA TÍMIDO (A) SIM NÃO SE A RESPOSTA ANTERIOR FOR NÃO, JÁ SE SENTIU TÍMIDO EM ALGUM MOMENTO DE SUA VIDA: SIM NÃO SE VOCÊ FOR TÍMIDO, DOS SINTOMAS ABAIXO QUAL VOCÊ EXPERIMENTA COM MAIS FREQUENCIA? CORA ANSIEDADE VERGONHA CONSTRANGIMENTO EM PÚBLICO DIFICULDADE DE INICIAR CONVERSA VOCÊ GOSTA DE SER TÍMIDO? SIM NÃO SE A RESPOSTA DA PERGUNTA ACIMA FOR SIM, INFORME O PORQUÊ: RESPOSTA: VOCÊ ACHA QUE A TIMIDEZ TE PREJUDICA NAS SUAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS? SIM NÃO SUA EMPRESA JÁ MINISTROU ALGUM TREINAMENTO QUE O AJUDASSE EM RELAÇÃO A TIMIDEZ? SIM NÃO 47 VOCÊ JÁ PARTICIPOU DE ALGUM TREINAMENTO SOBRE RELACIONAMENTO INTERPESSOAL EM SUA EMPRESA? SIM NÃO VOCÊ GOSTA DO QUE FAZ? SIM NÃO VOCÊ JÁ DEIXOU DE FAZER ALGUM PROCESSO DE SELEÇÃO PARA UMA POSSÍVEL PROMOÇÃO POR CAUSA DE TIMIDEZ? SIM NÃO 48