AA DD UU M M TAEKWONDO CLUB TAEKWONDO CLUB Marcel Wenceslau Idade: 23 anos Como foi para você ter participado das Olimpíadas? MW: Sinto-me realizado pois , é um sonho que tive e batalhei muito para conseguir realizar. Conte-nos um pouco desta experiência, a de estar em uma Olimpíada. MW: É maravilhoso pois no momento que cheguei, na vila olímpica eu não acreditava que estava lá, fiquei muito emocionado, ver o mundo todo ali ao seu lado, os melhores de cada esporte, é uma emoção inesquecível, a qual nunca me esquecerei. Como era o dia-a-dia que vocês viviam, os dias antes das Olimpíadas? MW: No momento em que chegamos na vila olímpica, já tínhamos um planejamento de treinamento, os horários variavam de acordo com os dias, mas especificamente eram um treino de 2 horas, na parte da manhã, e um treino de uma hora a tarde, logo seguíamos para jantar, e depois para massagem ou alongamento. O local de treinamento era um pouco distante, por isso íamos de ônibus, o refeitório era imenso, ficava aberto 24 horas, tendo uma variação muito grande de cardápios. No prédio do Brasil, dividimos o apartamento com os atletas da luta. Quais foram as dificuldades durante a sua luta? MW: Bom, como todos puderam ver não tive um bom desempenho, pois dias antes da minha luta fiquei com febre e muita dor de cabeça, perdendo até alguns treinos antes de lutar, pois estava com muita garra e muita vontade pois meu corpo não respondia, fiz o máximo que pude. Sua preparação na Coréia do Sul foi boa? MW: Fiquei três meses treinando com muita intensidade, com os melhores do mundo, treinávamos na universidade do centro olímpico de Seoul, onde se reunia a melhor equipe da Coréia, e além desses atletas tinham sempre países fazendo temporadas treinando na mesma universidade, onde passaram equipes da Itália, Inglaterra, Tunísia, China Taipei, Canadá, Indonésia, Grécia, Guatemala, Filipinas, Rússia e outros. A equipe militar da Coréia do Sul, foi uma experiência inesquecível, onde aprendi muito, principalmente com treinamento físico e maneira de treinar. Quais foram suas dificuldades durante sua preparação? MW: Passei muitas dificuldades na Coréia, morar por três meses num lugar com a cultura diferente é muito difícil, ficamos alojados numa escola onde era tudo militarizado, então tínhamos que seguir a culturas deles, dormia no chão com um cobertor, ao lado de mais 30 pessoas, numa sala pequena, onde um rolava por cima do outro, o banho era gelado, ou tinha que esquentar água no caldeirão e tomar banho de copinho, a comida era muito apimentada, era muito difícil conseguir comer, ao longo do tempo íamos adaptando a comida deles com o jeitinho brasileiro, ovo , “miojo”, etc. O que mudou na sua vida depois das olimpíadas? MW: Queria muito uma medalha, batalhei muito por isso, me dediquei muito esses últimos anos, parei de dar aula na minha academia, tranquei a matrícula na universidade onde tinha bolsa de estudo, para dar continuidade somente nos treinamentos, com objetivo da medalha, mas hoje retomei a minha academia, onde perdi muitos alunos, não consegui retornar aos estudos devido a bolsa que perdi, mas o que valeu foi tudo que passei nesse tempo aprendendo muitas coisas novas, com certeza sou outra pessoa, mas não tem nada melhor do que realizar um sonho, e eu consegui. Considerações finais. Gostaria de agradecer, em primeiro lugar minha mãe, meu pai e meu irmão Márcio Wenceslau, ao meu treinador, técnico e Mestre Carlos Negrão, meus companheiros de treino, Carlos Costa, Reginaldo, Cleiton, Marcos Gonçalves, Valter, Marriane e outros, ao Diogo Silva, Natália Falavigna, ao técnico e treinador Mestre Tilico, meu amigo Kiochi Inoue, Professor Pereira e aos meus companheiros Bang. B R A Z I L O P E N T A E K W O N D O 11