O ENFERMEIRO DIANTE DO PROCESSO MORTE E MORRER DOS
PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS
Carla Suzana Balbino da Silva Miranda (primeiro autor); Karoliny Nayany Vaz
de Noronha; Andrea Oliveira da Silva.
Introdução: Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu os cuidados
paliativos em 1990 e atualizou em 2002, como: Assistência promovida por uma
equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do
paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio
da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação
impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos
e espirituais. O tema proposto foi então escolhido tendo por base de relatos e
vivências sobre o abandono e transferência da responsabilidade da família
para terceiros, assim como, para a equipe de enfermagem, evidenciando que a
morte na atualidade ainda é encarada como processo natural, mas a
assistência da família nesse momento tem tornado um descaso. Objetivo
Geral: Analisar a percepção de enfermeiros sobre o seu preparo para o
enfretamento da situação de morte morrer dos pacientes. Metodologia: Foi
realizado um estudo de revisão da literatura do tipo descritivo-exploratório,
utilizando-se de livros, manuais e artigos científicos, pesquisados em
bibliotecas tradicionais e virtuais. Os artigos científicos foram obtidos através
do levantamento das bases de dados LILACS e SciELO, por meio de conexão
da página da internet da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e do Ministério da
Saúde, com ênfase ao site do Instituto Nacional do Câncer (INCA). As
publicações encontradas dataram desde 2000 até 2009, de forma que
compusessem o maior número de informações relacionadas ao câncer e aos
cuidados paliativos realizados pela enfermagem. Dessa forma, foram
localizados e selecionados oito artigos científicos, nove livros e três manuais,
que contribuíram para o desenvolvimento do estudo e realização do objetivo
proposto. Resultados: Nos cuidados paliativos, o enfermeiro atua junto com a
equipe multiprofissional e é necessário que ele utilize a sistematização da
assistência de enfermagem (SAE); uma ferramenta importante para aperfeiçoar
seu trabalho, planejar e programar os cuidados que visam o alivio da dor e de
outros sintomas angustiantes; estabelecer metas que não antecipem a
chegada da morte nem a prolonguem. As atribuições do enfermeiro são
inúmeras e há muito a ser feito para sua atuação na área de cuidados
paliativos. De acordo com os autores Leo Pessini e Luciana Bertachini,
organizadores do livro Humanização e Cuidados Paliativos (2009), as principais
metas que devem ser alcançadas para garantir a qualidade de vida dos
pacientes em fase terminal são: Cuidar integralmente da pessoa, levando em
conta os aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais; Trabalhar com a
família do doente, que é o núcleo fundamental de apoio; Promover a autonomia
e a dignidade do doente. Isso implica elaborar com ele os objetivos
terapêuticos, estabelecendo uma relação franca e honesta. Não se pode
aceitar como válida a atitude que diz “não há mais nada a fazer”. O cuidar
continua quando não se pode mais curar. Propiciar em torno do doente uma
atmosfera de respeito, apoio e comunicação. Isso influi muito no controle dos
sintomas; Contando com o trabalho multidisciplinar dos profissionais 4,20.
Cuidados paliativos resultam em menor sofrimento aos doentes e familiares, e
requer que os profissionais de enfermagem tenham conhecimentos básicos,
desenvolver habilidades clinicas inerentes ao controle de sinais e sintomas,
tendo uma boa comunicação para agregar as ações de diversos profissionais
em funções do beneficio do paciente, familiares e também da instituição sobre
cuidados paliativos, como avaliação, planejamento e prestação de cuidados25.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Espera-se que este estudo contribua para
reflexões no campo da formação acadêmica e dos cuidados com a saúde do
trabalhador de enfermagem, a fim de minimizar os conflitos, angústias, medos
e outros sentimentos desencadeados pelo processo da morte e do morrer
diante dos pacientes; onde se inclui a manutenção da dignidade humana e
condições de uma morte digna.
Palavras-chave: enfermagem. Processo morte morrer. Cuidados paliativos.
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