Publicada em Jornais do Interior Gaúcho desde Março de 2002 e-mail: [email protected] “Nóis vortemo c’uma baita duma reiva, da ôtra vêiz nóis num vai mais”. Adoniram Barbosa, o grande talento que o Brasil perdeu há 28 anos, é um bom exemplo de como pode ser eclética uma arte pra lá de popular, como a música, ao exercer com vigor e ousadia sua facilidade para comunicar e conquistar espaço no coração das pessoas. As composições de Adoniram abriram portas em todos os níveis sociais e, até hoje, pouquíssimas integrantes da MPB obtiveram tanta unanimidade como “Trem das Onze”, por exemplo: “Não posso ficar, nem mais um minuto com você...”. Assim como Vinícius e outros poetas brasileiros, Adoniram falou de amor (“Iracema, meu grande amor foi você...”), de cuidados (“Iracema, eu sempre dizia, cuidado ao atravessar essa rua”), de más lembranças (“mas um dia, nóis nem pode se alembrá, veio os homi c’oas ferramenta, que o dono mandô dirrubá...”) e de um indisfarçável remorso (“de lembrança guardo apenas seu perfume e seu sapato... Iracema, eu perdi o seu retrato”) O sucesso do compositor paulista, além do ineditismo e da alta criatividade dos seus versos, não só permitia mas quase exigia que ele saísse da linguagem ortodoxa, digamos, para expressar os sentimentos mais íntimos de uma classe socialmente menos privilegiada, dialogando com todos, em seu nome, e sendo por todos entendido e idolatrado. Vi n í c i u s d e M o r a e s , c h a m a d o carinhosamente de “poetinha” pelos amigos e fãs, também um sucesso inquestionável da MPB, constituiu-se, durante algumas décadas, no padrinho virtual de dezenas de milhares de namoros e casamentos país afora, nas cerimônias nupciais nas Igrejas e Templos brasileiros, com versos tipo “Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim, que nada neste mundo levará você de mim...”, para lembrar um deles, entre tantos. Pois o grande Vinícius - e só aponto esse exemplo por ser unanimidade - lá pelas tantas, no exercício da mais pura e livre “licença poética” poetou uma frase: “Munevada glimou vestasudente”, cuja presença, em um de seus poemas, para a maioria quis apenas dizer “Sou o Vinícius de Moraes e escrevo o que bem quero”. De minha parte, aceitei sem a mínima crítica, pois era uma “licença poética”. Fazer o quê? Quanto às características do idioma, ... os membros inferiores do corpo humano se dividem em coxa, perna, tornozelo e pé? ... o fêmur, localizado na coxa, é o maior osso do esqueleto, a tíbia é o osso da canela e o perônio é o osso comprido e fino que constitui o esqueleto da parte externa da perna? ... o tarso é a região posterior do esqueleto do pé e que, no ser humano, se compõe de sete ossos, chamados ossos tarsianos? entendo que o Brasil escreve em Português mas fala Brasileirês, já que, a pronúncia de inúmeros vocábulos, tende a sofrer alterações, muito embora haja errôneas interpretações sobre o que quer dizer “uso popular de algumas palavras”, deixando dúvidas sobre até que ponto é correto modificá-las. Tendo em vista a influência de alguns veículos de comunicação no país, determinados erros de pronúncia em palavras corriqueiras tornam-se exemplos do que não deve ser dito: “uis bõens”, quer significar “os bons”, assim como “facinho” luta para substituir “facilzinho” e “dúis” está na fila para entrar no lugar de “dos”. Como há diversos dialetos em grande número de países (na China, por exemplo, fala-se dezenas de variações do Mandarim), não vejo porque, no Brasil, isso também não possa ocorrer, desde que obedecendo às exigências de cada região (baianês, carioquês, paulistês, gauchês, catarinês...) sei lá. O que acho prejudicial, nocivo à formação da linguagem falada do país, são palavras do tipo “fugão”, para referir “fogão”, “bõens” para dizer “bons” e “sõens” para “sons”. Há centenas de microfones abertos e ocasiões para macular-se o idioma; seria interessante uma orientação sobre isso, aí sim, do MEC, protegendo a linguagem regional, a chamada “língua viva” da Comunidade. Dividir entre os estados a preferência das equipes esportivas de Rio e São Paulo, pela presença constante na TV nacional, a gente vai levando. Mas “bõens”, “úis”, “dúis”, “Jesúis”, “lúiz”, “crúiz”, “fugõens”, “sõens” e por aí vai, não são coisas pelas quais valha a pena torcer. Jesus e luz são ótimos. “Úis” outros, não são “bõens”! ... dos sete ossos do tarso, os principais são o astrágalo, osso que se articula com a tíbia e o perônio e o calcâneo - osso que forma a saliência do calcanhar? Apesar da maçã cair de árvores, a Lua na verdade não cai na Terra, por um fenômeno chamado dinâmica. Este processo consiste simplesmente no fato de que a Lua e a Terra atraem-se com a mesma intensidade. Desde Isaac Newton (3ª Leia da Dinâmica) a verdade acima está cientificamente provada. Tendo observado a queda de uma maçã por causa de seu peso, Newton pensou que o movimento da Lua pudesse equivaler a uma força da mesma natureza. Aplicou a mesma Teoria aos Planetas do Sistema Solar e seus cálculos lhe permitiram confirmar, em 1687, as Leis de Kepler. “Onde há muito sentimento, há muita dor”. Leonardo Da Vinci (1452-1519) Pintor, escultor, engenheiro, arquiteto e sábio italiano. Neste 27 de maio estarão se completando 153 anos da morte do D. Feliciano José Rodrigues Prates, o primeiro bispo do Rio Grande, nascido a 13 de junho de 1781 na Aldeia dos Anjos, hoje, Gravataí. D. Feliciano exerceu o Sacerdócio na “Freguezia” de Santa B á r b a r a d a Encruzilhada. Nomeado Bispo da Província, dedicou-se especialmente às causas de caridade, das quais é um grande exemplo o velho Seminário, hoje Escola, que trouxe o seu nome até nossos dias, no centro de Gravataí. Seu sepultamento no interior da Igreja Matriz de Porto Alegre, onde repousam seus restos, como que assistindo à evolução da Diocese.