Pronunciamento Deputado Federal Leandro Vilela (PMDB- GO) FALECIMENTO DO RADIALISTA LELECO Brasília, 8 de julho 2005. Senhor presidente, senhoras e senhores deputados, A crônica esportiva de Goiás e do Brasil ficou mais pobre. O carismático e irreverente radialista e cronista esportivo, Luiz Cezar Amaral Muniz, o nosso querido Leleco, faleceu no dia 7. Vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Apesar de todo empenho da equipe médica da Clínica Santa Mônica, em Goiânia, não foi possível reverter o quadro grave clínico em que ele entrou. Lamentavelmente, senhor presidente, perdemos um grande profissional do rádio e um homem de bem, que tinha carinho e dedicação especial à sua família e amigos, que não eram poucos. O sepultamento de Leleco é uma prova inconteste do carinho que o público goiano tinha por esse profissional conceituado e de um estilo próprio e totalmente irreverente de fazer rádio. Trabalhando na área de comunicação desde os 17 anos de idade, Leleco esteve por trás de um microfone por 39 anos. Isso significa dizer, senhor presidente, que este homem tinha, antes da necessidade do trabalho, um amor especial ao rádio, que tão bem conhecia e dedicava grande parte do seu tempo. Goiás, senhor presidente, ficou de luto com a perda lastimável de Leleco. Centenas de pessoas, desde amigos, familiares, admiradores e políticos, foram ao seu sepultamento para o último adeus. Mas pelo trabalho que realizou, pelo homem que foi, não vamos nunca nos despedirmos completamente dele, que tem sua voz eternizada em tantos veículos de comunicação por onde passou. A rádio 730 foi a sua última trincheira. Guardo na lembrança a forma como Leleco comentava o futebol. Tinha sempre uma análise clara e precisa. Quem gosta desse esporte sabe do que estou falando. Luiz César era uma espécie de Pelé do rádio esportivo. Suas opiniões, respeitadas. Suas análises, confirmadas dentro de campo. Mas sua capacidade de análise e de observador não se limitava ao futebol. Ele também fazia incursões no mundo da política. Nos últimos anos sempre gostava de colocar uma frase que é a mais pura realidade: “Esse País está mudando e tem muita gente que ainda não percebeu”, dizia ele. Realmente, Leleco. O Brasil muda um pouco a cada dia. E para melhor. Ainda que alguns insistam em tentar colocá-lo no vagão do atraso. Se o rádio tem a capacidade mágica de conduzir as pessoas a cenários reais à mente, mas invisíveis aos olhos, Leleco tinha a vareta que conduzia o espetáculo. Era um profundo conhecedor de futebol, mas preparado para comentar qualquer assunto. Além das ondas do rádio, ele se comunicava, e bem, na televisão. Trata-se, sem sombra de dúvidas, senhor presidente, de um profissional que se dedicou de corpo e alma e conquistou a população de Goiás. Sempre trabalhou com seriedade e ética. Não deixou riqueza para sua família, mas a certeza de que a maior riqueza que poderia oferecer era seu caráter e capacidade de trabalho. O futebol era sua paixão. Torcia para Goiás, Flamengo e Palmeiras. Os amigos costumavam dizer que ele era um “prostituto da bola”. Mas sua grande paixão era pela equipe goiana, além de ser um profundo conhecedor de música, especialmente de boleros e tangos. Senhor, presidente, deixo aqui os meus mais sinceros sentimentos à Sra. Nazaré e sua filha Bruna e toda sua família. Meus sentimentos também a toda equipe da Rádio 730, onde Leleco trabalhava. Que Deus possa confortar a todos nesse momento difícil. Perdemos um homem de bem, mas temos a certeza de que ele cumpriu o seu papel. Muito obrigado.