Bruno Narciso & Giovanna Freitas Bruno Narciso & Giovanna Freitas APRESENTAÇÃO As palavras de abertura da Declaração Universal dos Direitos dos Humanos são inequívocas: “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.” Os dois princípios fundamentais que sustentam o regime internacional de direitos humanos – igualdade e não discriminação – aplicam-se também à pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT). A homofobia1 provocou a morte de, pelo menos, 216 pessoas de janeiro até setembro, em 2014, segundo o Grupo Gay da Bahia, conforme matéria publicada pelo jornal O Globo em seu portal na internet. E esse não é um número certo, já que os números de mortes são subnotificados por não existir no Brasil um banco de dados governamental sobre mortes de LGBT2. Dados como esse, impulsionaram o desejo da criação dessa cartilha, a fim de contribuir para a desconstrução de imagens estereotipadas sobre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, principalmente em um momento da vida onde aprendemos sobre o mundo e suas variadas formas, como na infância. 1 Ao usarmos o termo homofobia, estamos abrangendo nele a lesbofobia e a transfobia (forte rejeição a lésbicas e a travestis e transexuais, respectivamente). Também quando usamos homofóbica/o, estamos incluindo lesbofóbica/o e transfóbica/o e identidades de gênero não binárias. 2 Os termos “lésbica”, “gay”, “bissexual” e “transgênero” são usados do início ao fim dessa cartilha – frequentemente abreviados para “LGBT”. Esses termos têm apelo global, embora existam outros termos dependendo da cultura, e são usados para descrever comportamentos, identidades e relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo e identidades de gênero não binárias. A ideia não é trazer respostas prontas, dizer o que é certo ou errado, se o educador deve agir desse ou daquele modo. Antes de qualquer coisa, queremos que todos se dispam, previamente, de seus preconceitos e compreendam que, primeiramente, estaremos tratando de questões que envolvem diretamente pessoas, na perspectiva dos direitos humanos. Um dos objetivos fundamentais de nossa Constituição é “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (Art. 3º, IV). O que a gente espera é que, depois de ler este material, de alguma forma, você possa repensar, reconstruir o seu olhar sobre alguns dos assuntos abordados. E que este trabalho não sirva apenas como um material de leitura, mas como um incentivo à ação, à ação transformadora e um estímulo para aqueles que quiserem se aprofundar em algum dos temas. O mais importante aqui é que a gente consiga diferenciar na nossa cabeça o que são esses quatro conceitos: SEXO / GÊNERO / ORIENTAÇÃO SEXUAL E AFETIVA / IDENTIDADE SEXUAL. 01/ 02/ 03/ 04/ 05/ MENINO OU MENINA? PÁG. 10 SOMOS PLURAIS PÁG. 18 SEM MAIS FOBIAS PÁG. 26 OS PINGOS NOS IS PÁG. 36 AINDA MAIS AFUNDO PÁG. 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PÁG. 48 10 11 01 / MENINO OU MENINA? 12 “ O sonho da igualdade só cresce no terreno do respeito pelas diferenças Augusto Cury 13 MENINO OU MENINA? Azul é cor de menino, rosa é cor de menina. Homem usa calça, mulher usa saia. O homem é o chefe da família, a mulher dona-de-casa. Menina brinca de boneca, menino brinca de carrinho. O homem tem que pagar a conta. Homens são mais brutos. Mulheres mais delicadas. Desde o momento do nascimento de uma criança, as relações de gênero já demonstram o impacto que exercem sobre a sociedade através de uma tradicional indagação: qual será o sexo do bebê? Será menino ou menina? Se for menino, receberá comentários do tipo: “Como é forte!” ou “Já nasceu com cara de macho!” Sendo menina, desde pequena, ela ouvirá frases como: “Que linda! É uma princesinha!” ou então “Olha como é meiga, tão quietinha!”. Crenças e atitudes como essas são repetidas quase inconscientemente, como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo, mas sem que saibamos de onde surgiram. Basta repararmos em outros povos ou em nossa própria história para que a gente perceba como esses conceitos são relativos. Afinal, no início, o salto alto era usado por homens. Observando essas questões sobre as relações de gênero, podemos constatar o quão forte é em nossa sociedade, que ainda possui o costume de separar as pessoas pelo sexo feminino ou masculino, reproduzindo um estereótipo que cada dia se distancia mais da realidade, uma vez que surgem identidades de gênero que não se encaixam exatamente em nenhum dos dois extremos. Isso acaba refletindo dentro das escolas. Temos grupos bem definidos que separam meninas de meninos, tanto nas atividades dentro de sala de aula quanto nos intervalos em 14 15 que ocorrem as brincadeiras livres. Temos a ‘fila dos meninos’ e a ‘fila das meninas’. Meninos jogam futebol, meninas jogam vôlei. Esse padrão pré estabelecido de separação de gêneros, acaba por reproduzir um costume milenar de enaltecer o masculino como superior, fazendo com que as mulheres ainda recebam 73,7% do salário dos homens, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2013. É o que tenta culpar a mulher que usa roupas justas ou curtas por sofrer assédio e agressão sexual, estimulando a cultura do estupro, onde a mulher é tradada como um mero objeto para deleite do homem. Se analisarmos com mais atenção os livros didáticos, por exemplo, veremos que eles constantemente veiculam uma ideia de família formada por um casal adulto heterossexual com filhos. Esse é o modelo entorno do qual giram as situações apresentadas como exemplos nas aulas de todas as disciplinas. Constrói-se um ideal do que é ser homem e do que é ser mulher, usando-se a diferença biológica para justificar uma hierarquia que, no fundo, é social e cultural. Este tipo de relação desigual imposto pela sociedade é comum no espaço escolar, que apenas reforça os preconceitos e privilégios de um sexo sobre outro e ajuda na construção da identidade sexual das meninas e dos meninos. Levantamento realizado pela Expertise. A pesquisa entrevistou 1.259 candidatos em todo o brasil.3 DISTRIBUIÇÃO DE TAREFAS Arrumar a Cama Lavar a Louça Limpar a Casa Trabalhar Fora 81,4% 76,8% 65,6% 4,3% MENINAS 11,6% 12,5% 11,4% 12,5% MENINOS Levantamento realizado pela ONG Plan International Brasil, que promove a campanha Por Ser Menina. A pesquisa entrevistou duas mil meninas com idades entre 06 e 14 anos.Disponível em: <http://portal.aprendiz.uol.com.br/arquivo/2013/10/14principais-vitimas-de-trabalhodomestico-meninas-tem-menos-tempo-para-brincar-e-estudar/> 1 em cada 3 homens admite ser machista ou um pouco machista. 1 em cada 5 brasileiros considera inaceitável que as mulheres usem roupas justas ou decotadas. A escola reproduzindo essas características da sociedade e, por meio de sua negligência, enfatiza um comportamento que sugere a separação e submissão de gêneros e preconceitos, reforçando a inferiorização da mulher e a exclusão de pessoas que não se encaixam dentro de algum grupo considerado normal ou em padrões. SEXO: MASCULINO + GÊNERO: MASCULINO + ORIENTAÇÃO: HETERO + SEXO: HOMEM HETERO X SEXO: FEMININO + GÊNERO: FEMININO + ORIENTAÇÃO: HETERO + SEXO: MULHER HETERO 3 Disponível em: <http://site.expertise.net.br/pesquisa-feminismo/> 16 17 A maioria de nós, desde criança foi ensinada que só existiam duas possibilidade de combinações, conforme descritas. A noção de identidade de gênero nos possibilita perceber que não é pelo simples fato de possuirmos genitais de um ou de outro sexo que automaticamente nos identificamos como pertencentes a este ou àquele. Somos seres sociais, de modo que vivemos imersos numa cultura que nos guia por meio de linguagens, regras, costumes, valores e sentimentos aprendidos. O problema é quando eles são reprimidos e proibidos. e ao mesmo tempo em que crianças cisgênero4. As crianças vivem em tempo integral como o sexo identificado por elas e em ambientes de total apoio da família e nenhum deles tinha atingido a puberdade ainda. Portando, podemos definir a identidade de gênero como as diversas maneiras que o indivíduo tem de se sentir e de se apresentar para si e para os demais na condição de mulher ou de homem ou, em muitos casos, como uma mescla de ambos, que não necessita possuir uma conexão direta e inescapável com o sexo biológico. Não é o órgão genital que define a personalidade de uma pessoa – este é apenas uma parte do corpo. A falta de aceitação por parte dos pais e familiares pode causar graves consequências na saúde mental da criança, incluindo a fuga, auto-mutilação, e até mesmo suicídio. Agora que temos o conhecimento de que cada indivíduo pode se reconhecer dentro de uma identidade de gênero que difere de masculino e feminino, precisamos entender que essa identificação não se trata de uma mera escolha ou um capricho. É algo que já nasce com a pessoa, é natural dela. Conforme noticiado pela Association for Psychological Science em janeiro de 2015, um estudo realizado pela Universidade de Washington com 32 crianças transexuais, com idades entre 5 e 12 anos, indica que a identidade de gênero é uma característica consistentemente mantida pelos indivíduos desde muito cedo. A pesquisa, liderada pela psicóloga Kristina Olson, é uma das primeiras a utilizar um teste que mede a velocidade em que os participantes associam aspectos de gênero com a sua própria identidade, muitas vezes de forma automática e subconsciente, A psicóloga ainda ressalta a importância dos pais apoiarem a identidade de gênero de seus filhos e destaca no estudo a forma como muitos dos pais tiveram reações negativas inicialmente, quando seus filhos afirmaram que eles eram um gênero diferente do que o que nasceram. É muito importante prestar atenção nos sinais que os alunos dão e saber ponderar entre nossas próprias crenças, concepções e o respeito ao próximo. O que estamos propondo aqui não é que você deva mudar suas convicções, mas sim, que em situações que envolvam o bem estar de alguém, principalmente de crianças, devemos ser mais imparciais e tolerantes, ajudando a propagar respeito e tolerância, mostrando ainda às outras crianças e colegas de trabalho, que todo ser humano deve ser respeitado independente de como ele se identifica, da sua sexualidade, da sua raça, classe ou religião. Crianças são seres livres de amarras sociais e não devem ser alimentadas com ódio, indiferença e repressão por motivos que, talvez, até elas ainda não compreendam. 4 Termo utilizado para se referir às pessoas cujo gênero é o mesmo que o designado em seu nascimento. 18 19 02 / SOMOS PLURAIS 20 “ Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la? Papa Francisco 21 SOMOS PLURAIS Diferente das relações de identidade de gênero, existe a orientação sexual, que se caracteriza pela atração que sentimos afetiva e sexualmente por outras pessoas. Vamos dividir essa orientação sexual em três categorias para nos organizarmos: HOMOSSEXUAL Quem sente atração pelo mesmo gênero. HETEROSSEXUAL Quem sente atração pelo gênero oposto. BISSEXUAL Se atrai por ambos os gêneros. Assim como todas as classificações, apenas essas três não dão conta da enorme diversidade humana. Existe uma gama de variações entre a homossexualidade e a heterossexualidade. Nossa cultura – muito impulsionada por questões religiosas – nos ensina que o desejo sexual só deve existir quando vinculado a um sentimento “maior”. Nos emprega 22 a idealização de um casamento na igreja, véu, grinalda, uma família constituída por um marido, esposa e filhos. Porém, a realidade que nos cerca hoje está cada vez mais distante dessa realidade-idealizada que nos propuseram desde quando nascemos. Embora a heterossexualidade ainda seja considerada como o padrão, sendo vista como a única maneira correta de expressão sexual, não podemos ignorar que o termo diversidade sexual, hoje, representa as reais características da nossa sociedade. É inevitável que tenhamos que lidar com ela, seja em festas, shoppings, escolas e, até mesmo, igrejas. Identificamos tanto casais heterossexuais como homossexuais. O problema que temos à nossa frente é o de como lidar com a diversidade sexual, seja na escola, seja na sociedade em geral, considerando que são múltiplas as formas de vivenciar os afetos e a sexualidade. Para início de conversa, precisamos deixar claro que a orientação sexual não é uma opção e muito menos sem-vergonhice. Há uma série de estudos, discussões e debates sobre o que leva uma pessoa a ser homossexual. Há quem atribua a características biológicas, mesmo genéticas; há quem defenda que toda a sexualidade é uma construção social; há os que juntem um pouco de tudo. Seja como for, todas essas questões estão ligadas a processos (físicos ou psicológicos) que estão para além da simples vontade. Talvez o melhor seja pensarmos que as orientações sexuais, todas elas, têm origens e determinantes que ainda não conhecemos muito bem, mas que, mais importante do que isso, é podermos viver a nossa sexualidade, seja qual for, de uma forma livre, respeitosa, tranquila e saudável, encarando-a como um elemento tão comum quanto a cor dos olhos ou o formato do nariz. 23 Nem todo mundo é ou homossexual, ou heterossexual, ou bissexual. Existem pessoas que sequer se atraem por alguém – consideradas assexuadas. A sociedade, no entanto, por ter dificuldade de lidar com essa complexidade, empurra os indivíduos para esteriótipos pré-definidos, ditando que todos têm de se encaixar em um ou em outro. HOMOSSEXUALISMO HOMOSSEXUALIDADE O sufixo ISMO é de origem grega e carrega dois sentidos principais: a idéia de uma doutrina, seita ou conjunto de ideias (Cristianismo, Judaísmo, Marxismo) ou a idéia de doença (tabagismo, alcoolismo, botulismo). Já o sufixo DADE traz um sentido de expressão, manifestação humana (identidade, felicidade, espontaneidade, sexualidade). Assim, o termo homossexualismo carrega uma ideia conservadora que enxerga os homossexuais como doentes. Já a palavra homossexualidade nos remete à ideia de que ela é apenas mais uma expressão da sexualidade ou da identidade humana. O termo homossexualismo foi criado no final do século XIX por médicos, como a classificação de uma doença. Em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aboliu a homossexualidade como doença de todas suas listas. Em 2001 o Conselho Federal de Psicologia do Brasil proibiu todos os profissionais da área de realizarem qualquer tratamento que vise umapossível “cura” da homossexualidade,visto que não é uma doença. O profissional que faça isso pode atémesmo ter seu registro cassado. Se prestarmos mesmo atenção aos termos que as pessoas geralmente usam nessas discussões isso já vai ficando claro o quanto é estigmatizada: sintomas de homossexualidade (o que tem sintoma é doença), indícios (o que tem indício é crime) e suspeitas (você suspeita de quem cometeu algum delito). Agora que estamos esclarecidos, que tal sempre utilizar o termo correto? A confusão entre orientação sexual e identidade de gênero é recorrente. Para que está de fora, pode ver a ser o diferenças muito sutis e ao mesmo tempo, delicadas, visto que estamos lidando com o sentimento e a auto estima de outras pessoas. Quando achamos que um rapaz é gay por ser delicado ou revelar trejeitos efeminados, na verdade estamos 24 assumindo equivocadamente que, por não se comportar de acordo com o rígido padrão masculino dominante, ele não é um ’homem de verdade’. Ou uma garota interessada por determinados esportes, com opiniões definidas, cheia de iniciativa e que goste da companhia dos rapazes não é necessariamente lésbica. A ‘clara homossexualidade’ percebida por alguns educadores está muito mais no olhar destes professores do que no seu aluno de fato. Meninos que brincando de boneca, vestindo roupas femininas nas brincadeiras, etc, nada disso define a orientação sexual ou afetiva dessas crianças, mas sim aos papéis de gênero que nós atribuímos a eles e que, de alguma forma, eles estão contradizendo. Uma criança de cinco anos é nova demais para saber se vai querer casar ou fazer sexo com homens ou com mulheres. O que todos esses relatos trazem são comportamentos que vão contra as normas de gênero estabelecidas. O que assusta nessas brincadeiras é a fuga dessas normas as quais o educador está acostumado, ou seja, do que o professor espera que meninos façam e que meninas façam. Esta contradição está muito mais em quem vê do que na criança. E varia de pessoa para pessoa, dependendo dos seus próprios conceitos de gênero. Para alguns um menino brincando de boneca é um claro ‘indício de homossexualidade’. Para outros, é apenas um menino brincando de boneca. O importante aqui é perceber o quanto essa questão está muito mais ligada ao conceito de gênero – o papel social do homem e da mulher – do que à orientação sexual em si. Os educadores devem ter cuidado ao se depararem com casos desse tipo, preocupando-se sempre em não discriminar ou repreender a criança caso ela tenha uma atitude diferente do esperado. Crianças são seres em formação, inocentes e muito influenciáveis. Uma atitude opressora pode vir a desencadear uma frustração ou complexo nessa criança, afetando diretamente no seu rendimento escolar. 25 O Ministério da Saúde, desde 1986, possui um departamento que trabalha para reduzir a transmissão da AIDS e promove qualidade de vida para os pacientes infectados com o vírus. Você pode obter mais informações e tirar dúvidas sobre dados específicos, formas transmissão e contágio através do site http://www.aids. gov.br/ UM PAPO RÁPIDO SOBRE AIDS AIDS é coisa de prostitutas, usuários de drogas e homossexuais. Esses são os grupos de risco. Não. Relação sexual desprotegida com alguém portador do vírus é a única forma de contágio, sexualmente falando. O pensamento de que existem grupos com maior risco de contaminação é uma ilusão. E essa ideia ainda faz com que muitos homens e mulheres heterossexuais mantenham relações desprevenidas. O que torna vulnerável a contaminação pelo HIV não é a sua orientação sexual, sua profissão, o número de parceiros ou nada disso, mas comportamentos de risco, como manter relações sem camisinha e compartilhar seringas. Diante dessas informações apresentadas, frisamos a importância dos profissionais da educação colaborarem para uma escolarização que tenha como fundamento a valorização da diversidade, em busca de uma prática social que não privilegie referenciais etnocêntricos, heterossexistas, machistas, homofóbicos, racistas, elitistas, ou qualquer forma de descriminação que presenciem em sala de aula. A ação faz proporciona mudanças. Por mais que você não compreenda ou não esteja de acordo com um aluno ou aluna que fuja do padrão que você esteja habituado, pensar no bem estar daquela criança pregando respeito à diferença junto aos outros alunos e funcionários, colabora no combate à rejeição e discriminação no âmbito escolar. 26 27 03 / SEM MAIS FOBIAS 28 “ Eu sempre tive a convicção de que gays e lésbicas devem ser tratados de forma justa e igual Barack Obama 29 DE TODAS AS CORES Homofobia. Assim como toda palavra terminada com o sufixo ‘fobia’, nos causa um incômodo, traz uma sensação de aflição. E é exatamente isso que ela expressa para os homossexuais. Homofobia é a palavra que caracteriza rejeição, aversão ou ato contra o homossexual e à homossexualidade, podendo ser aplicada também a bissexuais, travestis e transexuais, enfim a pessoas que de algum modo não se encaixam às convenções de gênero e de sexualidade. A homofobia é uma decorrência da heteronormatividade – ideia socialmente difundida e aceita de que, a princípio, tomos somos heterossexuais e, portanto, a heterossexualidade é a sexualidade nata, natural ou padrão dos seres humanos, de modo que todas as demais manifestações da sexualidade são desvios da normalidade – que funciona como um modo de identificar e tentar punir todo e qualquer afastamento ou desvio em relação ao padrão heterossexual institucionalizado. A homofobia rotula e inferioriza uma imensa categoria de indivíduos e tem por consequência imediata suprimir ou impedir o exercício de direitos que são acessíveis a todas as demais pessoas. A força social da homofobia está no fato de ela conferir vantagens aos heterossexuais, assim como o racismo implica benefícios aos brancos e o machismo dá poderes aos homens, fazendo que tudo o que se refere a lésbicas, bissexuais, gays, transexuais e travestis não seja considerado digno de ser pensado, dito ou lembrado. É uma opressão que funciona pela negligência, omissão, supressão e distorção. A escola é, se não o primeiro, um dos primeiros lugares que descobrimos o que é viver em sociedade. E dentro dessa 30 31 sociedade a discriminação e o preconceito sempre foi algo muito comum. Tratamentos preconceituosos, medidas discriminatórias, ofensas, constrangimentos, ameaças e agressões físicas ou verbais têm sido uma constante na vida escolar e profissional de jovens e adultos LGBT. Essas pessoas sofrem, desde cedo, insultos constituídos de piadas, brincadeiras, jogos, apelidos, insinuações, expressões desqualificantes. Um jovem pode se tornar chacota antes mesmo de se identificar como gay, tendo seu nome escrito em banheiros, carteiras e paredes da escola , permanecendo alvo de comentários e outras variadas formas de assédio e violência ao longo de sua vida escolar. No entanto, essa discriminação se dá, não só através de regras e posturas institucionais homofóbicas, como em atos explícitos e muitas vezes recorrentes, principalmente no uso de uma linguagem pejorativa por parte dos alunos – que visa humilhar, discriminar, ofender, ignorar, isolar, tiranizar e ameaçar – geralmente tolerada e muitas vezes assumida pelos educadores. Os educadores acabam por não considerar estes casos como relevantes. Encaram como brincadeiras, coisa sem importância. Muitas vezes esses professores não só silenciam, mas colaboram ativamente na reprodução dessas violências. HOMOFOBIA NA ESCOLA 27% Dos homossexuais e bissexuais declaram sofrer ou ter sofrido preconceito no ambiente escolar 13% Deles afirmam que a escola foi o primeiro lugar onde sofreram discriminação 39% 35% Dos estudantes do sexo masculino não gostariam de ter um colega homossexual Dos pais não gostariam que o filho estudasse com um homossexual 87% Da comunidade escolar (alunos, professores e pais) tem algum grau de homofobia 60% Dos professores admitem não ter base para lidar com a diversidade sexual Estudo realizado pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo Stiftung (RLS), em 150 municípios brasileiros em todas as regiões do País. Disponível em: <http:// ultimosegundo.ig.com.br/educacao/escola+e+determinante+para+o+fim+da+homofobia+diz+pesquisador/n1596978678723.html> A tolerância, quando se dá, se expressa de uma forma curiosa. Os/as alunos/as homossexuais são bem aceitos desde que ‘se comportem’, ou seja, desde que não expressem ou aparentem, em nenhum momento, a sua sexualidade. São aceitos/as como alunos/as assexuados/as, tolerados/as como estudantes, mas tendo a sua sexualidade e afetividade totalmente reprimidas e rejeitadas. Eles podem ser gays ou lésbicas, desde que não pareçam, que não incomodem os olhos dos outros. Uma inclusão onde a condição é que eles abram mão de suas identidades e se enquadrem em determinados padrões de comportamento; padrões estes que não têm nada a ver com o papel de um aluno – se comportar, fazer o dever, estudar, etc – mas com papéis de gênero. Padrões de gênero que não constam em nenhuma lei ou norma escolar. Padrões de gênero que são reproduzidos pelas escolas e estão baseados quase sempre nas concepções pessoais dos educadores. Obrigar um aluno ou aluna a modificar o seu jeito íntimo de ser, de falar, de se fazer ‘normal’ para poder estudar, é condicionar um direito que é incondicional. É abuso de poder. É desrespeito. E é sinal de que o educador ainda não entendeu que a identidade sexual daquele aluno não é um capricho ou uma brincadeira, mas parte constitutiva da sua própria personalidade. 32 33 Esse padrão social subjuga e marginaliza gays, lésbicas, travestis e transexuais, fazendo com que cinco jovens atacassem outros dois jovens com lâmpadas fluorescentes no rosto em plena luz do dia, no meio da Av. Paulista, no ano de 2008, pelo simples fato de serem homossexuais, conforme noticiado pelo portal Último Segundo5, ou um grupo de vinte homens agredirem dois jovens heterossexuais que se abraçaram para tirar uma foto juntos no calçadão da Praia do Recreio dos Bandeiras, na cidade do Rio de Janeiro, em 2015, de acordo com matéria divulgada pelo portal online do jornal carioca Extra6. Segundo uma pesquisa de 2009, realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mais de 40% dos homens homossexuais brasileiros foram agredidos fisicamente durante a vida escolar por conta de sua orientação. Esses problemas se agravam muito mais em relação a travestis e a transexuais. A transfobia8, que costuma ser a manifestação mais letal da homofobia e do heterossexismo, na escola encontra maneiras bastante perversas para se manifestar, negar a humanidade e excluir. Travestis e transexuais não são iguais. Travestis são pessoas que buscam formas e comportamentos do sexo oposto, o que implica no uso de roupas, acessórios ou um corte de cabelo característicos. Podem fazer mudanças corporais como aplicação de silicone, cirurgias faciais ou tratamentos hormonais. Não sentem necessidade de realizar cirurgia para mudança de seu sexo biológico. 5 Disponível em: Em <http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/grupo+usou+lampada+ +para+agredir+jovens+em+sao+paulo/n1237827050487.html> 6 Disponível em: Em <http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002213/221314por.pdf> 7 Disponível em: Em <http://extra.globo.com/casos-de-policia/amigos-se-abracam-sao-espancados-por-grupo-homofobico-na-orla-do-rio-16057681.html> 8 Palavra que caracteriza rejeição, aversão ou ato contra o transexuais, travestis e transgêneros. Transexuais são pessoas que buscam formas e comportamentos do sexo oposto, o que implica no uso de roupas, acessórios ou um corte de cabelo característicos. Sentem necessidade de fazer mudanças corporais como aplicação de silicone, cirurgias faciais, tratamentos hormonais e de realizar cirurgia para mudança de seu sexo biológico. Esta e outras informações você encontra no caderno de boas políticas e práticas, criado pela UNESCO em 2013, com o intuito de permitir que professores, administradores, formuladores de políticas e outros atores da área de educação desenvolvam ações concretas para tornar a educação mais segura para todos.8 Essas pessoas, ao construírem seus corpos, suas maneiras de ser, expressar-se e agir, ficam sujeitas às piores formas de desprezo, abuso e violência. Não por acaso, diversas pesquisas têm revelado que as travestis constituem a parcela com maiores dificuldades de permanência na escola de inserção no mercado de trabalho em função do preconceito e da discriminação a que estão submetidas. Privadas do acolhimento afetivo, por conta do abandono de seus familiares e amigos, são alvo de inúmeras formas de violência por parte de vizinhos, conhecidos, desconhecidos e instituições. Na escola, precisam encontrar forças para lidar com o estigma e a discriminação por parte de colegas, professores/as, dirigentes e servidores/as escolares. Ainda tendem a enfrentar obstáculos para se matricularem, participarem das atividades pedagógicas, terem suas identidades minimamente respeitadas e conseguirem preservar sua integridade física. Os maiores debates dentro desse tema é em relação ao uso do banheiro e o nome na chamada nas escolas. Mudar o nome na chamada, compartilhar o banheiro das meninas, tudo isso, no fundo, depende apenas se o educador reconhece ou se rejeita a identidade feminina da travesti. Não pode ser tão difícil reconhecer o direito de uma pessoa ser tratada da forma em que ela se sente confortável. O nome social não é um apelido, mas representa o resgate da dignidade humana, o reconhecimento social da legitimidade de sua identidade tal como ela se percebe. 34 É importante lembrar que professores/as desempenham papel de adultos de referência para os alunos. Assim, creio ser importante considerar que um/a docente, ao se recusar a chamar uma estudante travesti pelo seu nome social, está ensinando e estimulando os/ as demais a adotarem atitudes hostis em relação a ela e à diversidade sexual. Muitas vezes os professores vão justificar no preconceito dos alunos ou dos responsáveis a impossibilidadede acolher uma aluna travesti. Em muitos casos, o preconceito dos outros serve aí para acobertar a sua própria dificuldade de lidar com a questão. 486 Travestis e transexuais foram assassinados entre janeiro de 2008 e abril de 2013, fazendo do Brasil o país onde mais ocorrem assassinatos de travestis e transexuais em todo o mundo, segundo um relatório da ONG internacional Transgender Europe.9 As experiências de chacota e humilhação, as diversas formas de opressão e os processos de exclusão, segregação e guetização a que estão expostas se somam como uma rede de exclusão, que vai se fortalecendo na ausência de ações de enfrentamento ao estigma e ao preconceito, assim como de políticas públicas que contemplem suas necessidades básicas, como o direito de acesso aos estudos, à profissionalização e a bens e serviços de qualidade em saúde, habitação e segurança. Comentários do tipo “você é igualzinho a uma mulher” para uma mulher travesti/transexual ou “você é igualzinho a um homem” para um homem transexual são extremamente grosseiros e ofensivos. Alegar que uma mulher transexual não é mulher pois ela não tem útero, por exemplo, é definir uma pessoa apenas por uma parte de seu corpo. Uma mulher biológica que venha a nascer sem útero deixa de ser uma mulher? Reconhecer a identidade do outro é passo fundamental para podermos iniciar qualquer relação equilibrada e solidária. Tentar impor os nossos conceitos de gênero a um aluno é desrespeitoso e invasivo. 9 Disponível em: Em <http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2014-01-29/brasil-lidera-numero-de-mortes-de-travestis-e-transexuais-aponta-ong.html> 36 37 04 / OS PINGOS NOS IS 38 39 “ OS PINGOS NOS IS A identidade de gênero, bem como as questões de sexualidade, são assuntos muito vastos onde pode-se cometer vários erros. O importante é se esclarecer e entender que não somos apenas seres binários. Não estamos designados a ser masculinos ou femininos, heterossexuais ou homossexuais. Somos seres humanos. Somos complexos. Existe uma gama de variações e peculiaridades entre a heterossexualidade e a homossexualidade. Entre ser homem, masculino, cisgênero, heterossexual ou mulher, feminina, cisgênera, heterossexual. Se você ainda não entendeu muito bem, o desenho abaixo vai ajudar a esclarecer de uma forma mais direta algumas dessas questões. O nosso grande desafio é construir uma nova cultura social de respeito à diversidade e a livre expressão da sexualidade Daniel Jacó e Fábio Felix Identidade de Gênero Expressão Identidade Orientação Mulher Neutro Homem A Indetidade de gênero é como você se reconhece na sua cabeça, como você gostaria de ser visto pela sociedade Expressão de Gênero Feminina Andrógina Masculina É como você demonstra seu gênero (baseado nos papéis tradicionais). Forma que age, se veste, se comporta, interaje Sexo Biológico Mulher Orientação Sexual Intersex Homem Diz respeito aos órgãos, hormônios e cromossomos. O sexo ao qual você foi designado quando nasceu Orientação Sexual Heterossexual Intersex Homossexual Reflete por quem você se atrai fisicamente ou emocionalmente. Baseia-se no sexo e gênero da outra pessoa. 40 Como podemos ver ao longo dessa cartilha, existe um mundo de diferenças e características que estão acima do que eu ou você achamos. São realidades, são pessoas diferentes e suas manifestações de sentimentos, amor, compreensão e aceitação. O que queremos deixar claro é que, do mesmo modo que queremos ter nossos valores respeitados, devemos também respeitar os dos outros. No caso do professor, muitas vezes, por se acreditar mais experiente que seus alunos, ele pode acabar considerando que suas crenças, suas ideias valem mais, são mais certas ou relevantes do que as de seus alunos. Não funciona dessa maneira. Se o professor quer construir a tolerância e o respeito ele deve, antes de todos, ser tolerante e respeitar. Um educador que quer assumir uma postura ética, deve saber distinguir seus valores/desejos dos de seus alunos, saber ponderar sobre essas diferenças e agir com respeito a essas condições. Assim, não há certo ou errado absoluto, mas consensos construídos nos grupos através do respeito aos valores a todos que fazem parte daquela realidade social. E estes consensos vão se transformando ao longo do tempo e da história. A construção coletiva desses processos, com diálogo, numa relação, sem perder de vista o papel formador, mas ao mesmo tempo assumindo uma postura de respeito e tolerância é que faz um educador ético, para com quaisquer questões, inclusive as relativas à sexualidade, homossexualidade e transexualidade. Sabemos que a escola não se resume em ser apenas o reflexo das posturas, dos valores e das crenças da sociedade em que está inserida. Ela também tem grande potencial para refletir sobre essa mesma sociedade e seus mecanismos de exclusão social. É um dos espaços privilegiados de transformação social e, nesse sentido, pode colaborar para a construção de uma sociedade democrática, justa e igualitária. 41 Assumir compromissos com mudanças não é tarefa simples, mas um bom começo pode ser a não aceitação de ideias, posturas e condutas discriminatórias difundidas em vários ambientes. Não há dúvida de que estudantes de orientação sexual distinta da ‘norma’ têm direito a estudar numa escola que as/os receba, acolha e lhes ensine. A escola, como lugar eleito para realizar tais mudanças, é um espaço de gestão democrática, em que assuntos de magnitude que envolvam a cidadania devem ser assumidos com toda a comunidade escolar, mobilizando não só as/os gestoras/es e educadora/es como também o conselho de escola e as/os funcionárias/os de todos os níveis. 42 43 05 / AINDA MAIS AFUNDO 44 “ A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo Nelson Mandela 45 AINDA MAIS AFUNDO Para você que se interessou e quer entender e se aprofundar ainda mais nesse mar de diversidade que existe ao nosso redor, deixamos alguns links que explicam mais sobre todos os conceitos, outras cartilhas e materiais diversos que nos inspiraram e motivaram a criar esta cartilha. Cartilha Escola Sem Homofobia Encomendado pelo MEC, o kit era composto por três materiais: o caderno do educador, seis boletins para os estudantes e cinco vídeos que circulam na internet. De acordo com, o MEC, o material visava combater a violência contra homossexuais nas escolas públicas do país. Link: http://revistaescola.abril.com.br/pdf/kit-gay-escola-sem-homofobia-mec.pdf Nascidos Livres e Iguais Cartilha criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) que fala sobre Orientação Sexual e Identidade de Gênero no Regime Internacional de Direitos Humanos Link: http://www.ohchr.org/Documents/Publications/ BornFreeAndEqualLowRes_Portuguese.pdf Não é por ser gay que eu... Vídeo cômico que brinca com esteriótipos criados a cerca dos gays e tenta desconstruí-los. Link: https://www.youtube.com/watch?v=f5E5U_LO2c4S 46 As Melhores Cantadas de Rua Vídeo cômico que mostra o desrespeito nas cantadas que as mulheres recebem no dia a dia. Link: https://www.youtube.com/watch?v=f5E5U_LO2c4 Sexualidade - Laert Coutinho Para elucidar essas questões e discutir temas como aceitação, políticas para LGBTs, definições de gênero e sexualidade, o Candeia entrevistou a cartunista Laerte Coutinho. Link: https://www.youtube.com/watch?v=Al-GDlTv-Z4 Transgêneros - Freud Explica Um papo entre médico e psiquiatras falando sobre trangêneros. Link: https://www.youtube.com/watch?v=8lD5Gw_oIjg É Drag ou Trans? Vídeo cômico que explica as diferenças entre drag queens, travestis e transexuais. Link: https://www.youtube.com/watch?v=-rjhiwffVwI Filme Ma Vie en Rose! (Minha Vida em Cor de Rosa) Filme que mostra a história de Ludovic Fabre, um garoto de sete anos que não se reconhece como menino, que se sente e comporta como uma menina. Link: https://www.youtube.com/watch?v=CnOAQDrlmxs 48 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBERNAZ, Lady Selma; LONGHI, Márcia. Para compreender gênero: uma ponte para relações igualitárias entre homens e mulheres. In: SCOTT, Parry; LEWIS, Liana; QUADROS, Marion Teodósio de. Gênero, diversidade e desigualdades na Educação: interpretações e reflexões para a formação docente. Recife: Editora Universitária UFPE, 2009, p. 75-95. AMARAL, Aurélio. Nova Escola. Diversidade se aprende na escola: Num contexto de respeito às diferenças, a orientação sexual tanto dos alunos quanto dos educadores precisa ser tratada com naturalidade. 2012. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com. br/formacao/respeito-diversidade-se-aprende-escola-726960.shtml>. Acesso em: 12 fev. 2015. ANGELO, Damaris. Estudo mostra que crianças trans identificam seu gênero no mesmo tempo que crianças cisgeneras. 2015. Disponível em: <http://www.ideafixa.com/estudo-mostra-que-criancas-trans-identificam-seu-genero-no-mesmo-tempo-que-criancas-cisgeneras/>. Acesso em: 26 fev. 2015. APOLINÁRIO, Márcio. Grupo usou lâmpada fluorescente para agredir jovens em São Paulo Cinco. 2010. 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