QUINTA-FEIRA, 1 DE OUTUBRO DE 2015 G DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS 10 Negócios Comércio Com faturamento de R$ 7,5 bilhões no 1º semestre, setor é impulsionado pela proximidade dos jogos olímpicos. Estimativa é de fechar o ano com até 12% de crescimento Franquia no Rio surfa na onda da Olimpíada TENDÊNCIA MERCADO NACIONAL Flávia Milhassi Distribuição das franqueadoras por estado em 2014 São Paulo [email protected] G Com participação de 2,7% no setor de franchising nacional, o Rio de Janeiro pode despontar ainda mais com o legado que a Olimpíada trará à cidade. Com a revitalização do estado, a expectativa é de novas unidades e crescimento de até 12% este ano. “Esperamos que o franchising no Rio de Janeiro cresça de 10% a 12% este ano. No primeiro semestre nossa alta foi de 11,8%, mais que o total do mercado nacional que foi de 11,2%”, disse o presidente da Associação Brasileiro de Franchising Rio de Janeiro (ABF-Rio) Beto Filho. Para ele, a revitalização da “cidade maravilhosa” trará bons frutos às franquias nos próximos anos. “A cidade passa por um processo de revitalização por conta da Olimpíada que deixará um legado ao comércio local”, afirmou o executivo. Só o Estado do Rio de Janeiro faturou R$ 7,5 bilhões no primeiro semestre, ficando atrás apenas para o mercado de São Paulo, que tem hoje pouco mais de 50% de participação do setor. Ao DCI, o especialista afirmou que o Rio de Janeiro é o berço das franquias no País – a Mister Pizza nasceu no Rio e lançou o sistema de franquias no País, mostrando que, mesmo sendo uma região de menor densidade geográfica, há muito espaço para expansão. “Os empresários do setor são bem rápidos para se adaptar as necessidades do mercado. Não tem espaço para loja, cria-se quiosques e as microfranquias têm despontado no Rio”, disse. Beto Filho explicou que, mesmo após o fechamento de mais de mil lojas do Rio no primeiro semestre, as franquias não foram afetadas pela crise econômica. “Foi bem significativo o número de lojas fechadas no Rio de Janeiro, mas o setor não foi impactado. Não consigo citar uma única rede que tem apontado queda este ano.” O especialista afirmou ainda que não há peculiaridades do consumidor carioca em relação aos demais. “Não é necessário ter um modelo de negócio específico ao consumidor carioca. O mesmo formato de franquia pode ser levado para outros estados sem a necessidade de adaptações”, ponderou. Novos mercados A opinião de que o consumidor é o mesmo e só muda de região é compartilhada pelo sócio fundador da rede Espetto Carioca, Bruno Gorodi- Em % RIO DE JANEIRO 11,4 PARANÁ 7,6 SÃO PAULO 52,6 O MERCADO CARIOCA REPRESENTA 2,7% DO TOTAL DO FRANCHISING NO BRASIL MINAS GERAIS 5,9 RIO GRANDE DO SUL 4,7 SANTA CATARINA 4,5 PERNAMBUCO 2,4 DISTRITO FEDERAL 1,9 BAHIA 1,8 CEARÁ OUTROS ESTADOS 3,1 1,6 GOIÁS 1,4 FONTE: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRANCHISING G SOBE G Balanço da Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostrou que o setor cresceu 11,2% no primeiro semestre de 2015. O faturamento alcançou o valor de R$ 63,885 bilhões, ante os R$ 57,464 bilhões no mesmo período de 2014. G DESCE G O fechamento de franquias ficou em 1,2% no último trimestre de 2015. A crise levou o comércio carioca a fechar 1.280 lojas. Em todo o estado, foram extintas mais de 3.290 empresas, um aumento de 31% em relação a 2014. cht. “O modelo de negócio que será levado para fora do Rio de Janeiro é igual. A única peculiaridade que posso ressaltar é no mercado de São Paulo em que o nível de exigência de atendimento é maior”, afirmou o empresário ao DCI. Com 18 unidades em operação no mercado carioca, a empresa vai chegar, no final deste ano, a Piracicaba, no interior de São Paulo. “Vamos levar ao local o estilo de vida do carioca. Com uma pesquisa de mercado identificamos que esse conceito é bem aceito em outras regiões”, explicou. O empresário afirmou ainda que, conforme as operações forem crescendo em outros estados, ajustes podem ser feitos. “No cardápio, por exemplo, podemos incluir espetinhos que sejam de preferência do público local”, explicou. Segundo Gorodicht ainda há muito espaço no Rio de Janeiro para a expansão da rede. “Estamos de olho na zona sul, município com boas oportunida- des de negócios”, explicou. Para 2016 a rede estima levar a marca à Minas Gerais e Espirito Santo. “Nordeste e o Centro-oeste também estão nos planos”, concluiu. A B F- R i o A partir de hoje (1), a cidade recebe a A Expo Franchising ABF Rio 2015, no Riocentro. No local, as principais redes de franquias vão buscar novos investidores. “A nossa expectativa é de movimentar R$ 200 milhões em negócios”, afirmou o presidente da ABF-Rio, Beto Filho. Segundo ele, mesmo sendo ano de crise, o segmento de franquias tem despontado como promissor no Brasil. “Entanto todos estão amargando perdas, o franchising cresceu mais de 10% no primeiro semestre”, comemorou. Quem mostra otimismo com a feira é a rede Koni, pertencente ao grupo Trigo Franquias. A projeção da rede Koni é finalizar o ano com mais de 120 unidades em operação. O plano para alavancar a expansão em todo o Brasil, explica a empresa, é difundir o conceito Koni Express, voltado para praças de alimentação de shopping centers. Outra rede genuinamente carioca que participa da ABF é a MegaMatte. Com 21 anos de mercado e 119 unidades distribuídas por seis estados brasileiros (RJ, SP, MG, SC, DF e PR), a rede compete diretamente com a Rei do Mate, rede paulistana. A empresa fechou o primeiro semestre de 2015 com um faturamento de R$ 67 milhões. Em 2014, a marca teve um faturamento de R$ 101 milhões, um aumento de 17%, com relação a 2013. Para 2015, a expectativa é abrir 25 novas lojas. A feira no Rio terá ainda nomes como Subway, Bob’s; Crepse Clube Caramelo. O evento termina no sábado (3).