64 Atividade desinfetante do decocto de Hypericum caprifoliatum Cham. e Shclecht. – Guttiferae (“escadinha/sinapismo”), frente diferentes doses infectantes de Staphylococcus aureus (agente infeccioso em mastite bovina) 1 2 AVANCINI, C.A.M. ; WIEST, J.M. 1 Departamento de Medicina Veterinária Preventiva/Faculdade de Veterinária/ Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Av. Bento Gonçalves, 9.090. Bairro Agronomia, Porto Alegre, RS. CEP 91.540-000. E-mail: [email protected] 2 Departamento de Ciência dos Alimentos/Instituto de Ciência e Tecnologia dos Alimentos/Universidade Federal do Rio Grande do Sul. RESUMO: Objetivou-se verificar in vitro se extração de Hypericum caprifoliatum Cham. e Schlecht. - Guttiferae, espécie nativa no sul do Brasil, possui atividade antibacteriana para ser usada como desinfetante nos ambientes de saúde e produção animal. O decocto (proporção 1:10 m/v) das partes aéreas da planta foi avaliado usando o método de diluição, pelo teste de suspensão, tendo como indicador uma amostra de Staphylococcus aureus. Simulou-se condições práticas de uso relacionadas aos fatores: oito doses infectantes do inóculo, cinco tempos de contato, ausência e presença de matéria-orgânica (soro bovino/leite integral) e suporte (tecido de algodão). Na ausência de matéria orgânica, aos cinco minutos o decocto inativou o inóculo na mais alta dose infectante confrontada, de 3,1x108 UFC mL-1, e na presença do suporte a dose de 3,1x104 UFC mL-1 com sessenta minutos de contato. Com matéria orgânica, os piores resultados foram na presença de leite integral. Os resultados indicam que, na proporção planta:volume usada, deve ser melhor a eficácia de aplicação do decocto em ambientes limpos e superfícies não porosas, sugerindo a possibilidade de utilização desta solução como antimicrobiano/desinfetante em determinadas situações-problemas em saúde relacionando ao agente transmissível e aos fatores matéria orgânica e suporte estudados. Palavras-chave: desinfetante, antimicrobiano, saúde animal, plantas medicinais, Hypericum caprifoliatum ABSTRACT: Disinfecting activity of the decocto of Hypericum caprifoliatum Cham. and Shclecht.-Guttiferae (“escadinha/sinapismo”) with different infecting doses of Staphylococcus aureus (infectious agent in bovine mastitis). Hypericum caprifoliatum Cham. and Schlecht. - Guttiferae is a native species from southern Brazil. Our objective was to verify in vitro whether its extraction presents antibacterial activity when employed to sanitize health and animal production environments. The decocto (1:10 w/v) of the aerial parts of the plant was evaluated applying the dilution method and the suspension test. A sample of Staphylococcus aureus was used as an indicator and practical use conditions were simulated in relation to the following factors: eight infecting doses of the inoculants, five periods of contact, absence or presence of organic material (bovine serum/whole milk) and support (cotton cloth). In the absence of organic material, the decoct deactivated the inoculants at the highest infecting dose tested (3.1x108 CFU mL-1). In the presence of support, the decoct deactivated the inoculants after sixty minutes of contact with a dose of 3.1x104 CFU mL-1. With organic material, the worst results were in the presence of whole milk. Considering the proportion plant per volume used, better efficacy may be achieved from the application of the decoct in clean environments and non-porous surfaces. It suggests the decoct could be used as antimicrobial and disinfectant power in particular ill-health situations related to the transmissible agent and, organic matter factors and support studied. Key words: disinfectant, antimicrobial activity, animal soundness, medicinal plants, Hypericum caprifoliatum Recebido para publicação em 19/11/2006 Aceito para publicação em 13/09/2007 Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.10, n.1, p.64-69, 2008. 65 INTRODUÇÃO O principal problema que afeta os rebanhos leiteiros, mundialmente, é a inflamação da glândula mamária ou mastite, a qual, freqüentemente, tem origem bacteriana (Fagundes & Oliveira, 2004). As bactérias do gênero Staphylococcus ocupam um papel destacado na etiologia das infecções intramamárias do gado leiteiro, sendo a espécie S. aureus considerada um patógeno primário e tem sido o agente mais freqüentemente isolado tanto de infecções clínicas como subclínicas (Brito et al., 2002). Os quartos mamários infectados, a pele do úbere e dos tetos são os principais sítios de localização desses agentes. Da mesma forma, os bocais da ordenhadeira e as mãos dos ordenhadores são considerados como as mais importantes vias de transmissão (Ferreira et al., 2006) Na implementação de programas sanitários para a prevenção e controle de enfermidades, como é o caso da mastite bacteriana, os objetivos perseguidos são os de impedir a sua ocorrência ou, quando ela já está acontecendo, a transmissão dos agentes causais a hospedeiros suscetíveis sadios. Para tanto, entre os procedimentos adotados estão ações sobre os agentes causais transmissíveis ao nível das fontes de infecção e reservatórios existentes no ambiente onde os animais são manejados. Os procedimentos com essas características são denominados como desinfecção e antissepsia, e sevem como recursos para eliminar ou diminuir as doses infectantes de microrganismos quando em vida livre. Quanto ao uso da antibioticoterapia, ela é reservada a ser empregada no corpo dos animais visando à limitação da invalidez provocada (Wiest, 1984). No entanto, a implantação de programas sanitários de saneamento ambiental freqüentemente enfrenta limitações, como por exemplo, os referentes ao custo ou até mesmo possível resistência dos agentes causais (Chapmann, 1998; O.I.E., 2003) aos antimicrobianos. Neste sentido, desenvolvem-se projetos para se verificar se extrações de espécies vegetais utilizadas em sistemas tradicionais/ populares de saúde possuem viabilidade de uso, cientificamente assegurada, ecológica, econômica e socialmente sustentáveis como desinfetante ou antisséptico para aplicação em saúde pública e animal, substituindo ou complementando os produtos convencionais. Com esta abordagem, Avancini (2002) realizou pesquisa qualitativa etnográfica (etnoveterinária) para recolher informações sobre o conhecimento tradicional/popular no uso de plantas em enfermidades de pele nos animais. Entre as extrações das plantas indicadas e testadas em triagem quanto ao critério atividade biológica antibacteriana, pelo método de diluição com técnica do sistema de tubos múltiplos o decocto de H. caprifoliatum Cham. e Schlecht. (Avancini et al., 2002) apresentou ação sobre nove amostras de bactérias do grupo das Gram-positivas sendo cinco padrões internacionais e quatro amostras “de campo”, isoladas de situações-problema sanitários (materiais de animais enfermos e de alimentos de origem animal). O Hypericum L. é um gênero botânico cosmopolita contendo aproximadamente 400 espécies, principalmente herbáceas e arbustos, vinte delas com ocorrência descrita no sul do Brasil (Robson apud Ferraz, 2004). Deste gênero, compostos antifúngicos (Décosterd et al. 1986), antibióticos (Rocha et al., 1995), antidepressivos (Daudt et al., 2000) e anti-virais (Schmitt et al., 2001) já foram isolados. Dall´agnol et al. (2003), estudando o extrato metanólico de 6 espécies do sul do Brasil (entre elas o H. caprifoliatum), pela da técnica de ágar-difusão encontraram atividade antimicrobiana variada e os compostos polifenólicos como taninos, flavonóides e ácidos fenólicos como os mais proeminentes do extrato bruto investigado os quais poderiam estar contribuindo para a atividade encontrada. Quanto ao presente trabalho objetivou-se especificamente verificar a atividade desinfetante do decocto de H. caprifoliatum Cham. e Schlechtl. Guttiferae frente uma amostra de Staphylococcus aureus, submetendo-o ao teste de suspensão básico e teste de suspensão simulando in vitro algumas condições práticas de uso. MATERIAL E MÉTODO Amostra vegetal Amostras foram colhidas no ano de 2003 de vegetação espontânea na região metropolitana de Porto Alegre RS/BR. A região localiza-se na latitude 30”01’39”, longitude 51”13’40” e a uma altitude de 4,71 m. Foi organizada esxicata e identificação botânica, sendo incluída no herbário do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sob o número ICN 122.196. As amostras foram secas à sombra, e armazenadas em local protegido da luz e da umidade. O decocto A solução das partes aéreas da planta (caule, folhas e flores) obteve-se por extração a quente, na forma decocto. O processo de decocção procedeuse conforme Farmacopéia (1959), esgotando a planta fragmentada em água destilada, na proporção 1 g:10 mL, levada à ebulição em fogo brando por 15 minutos em frasco Erlenmeyer (com boca coberta), recompondo-se o volume inicial perdido pela evaporação. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.10, n.1, p.64-69, 2008. 66 Amostra bacteriana Foi usada a amostra padronizada Staphylococcus aureus ATCC 6.538, por ser esta referencia para avaliação de desinfetantes (Brasil, 1988; Fundação Oswaldo Cruz, 1997). A dose infectante na cultura com 18 - 24 h foi de 3,1 x 109 UFC mL-1. Para o teste a cultura foi diluída (Neder, 1992) em oito diluições logarítmicas, sendo que cada experimento somente era validado se ao final da linha de diluição (10-8 UFC mL-1) houvesse crescimento bacteriano. O método e as técnicas O método para avaliação da atividade antibacteriana foi o de diluição, com técnicas do teste de suspensão padronizado para verificação da atividade desinfetante (Brasil, 1993; Reybrouck, 1998; CEN, 1999). Modificação foi introduzida na técnica original, confrontando o decocto com 8 diluições (10-1 a 10-8 UFC mL-1) do inóculo (Avancini et. al, 2000), ao invés de uma única e elevada dose infectante. Para o teste de suspensão básico 8 tubos de ensaio foram preenchidos com 9 mL do decocto, sendo em cada um deles adicionado 1 mL da diluição logarítmica do inóculo. Foram usados controles de contaminação do decocto e crescimento bacteriano. Nos tempos de contato 5, 15, 30 e 60 minutos, utilizando-se alça bacteriológica, uma alíquota era transferida para tubos de ensaio contendo 1 mL de BHI (Oxoid® - Código: CM225B). Esta infusão de cérebro e coração era incubada em condições de aeróbiose a 37oC, por 24 h, e observada presença ou ausência de turvação. Deste modo, para cada diluição e tempo de contato, os resultados foram qualificados, respectivamente, como não inativação do inóculo, ou diluição do inóculo inativada. Simulando in vitro as condições práticas de uso, nos testes de suspensão foram introduzidas as matérias orgânicas 20% de soro bovino e de 20% de leite integral (visando simular alta quantidade de “sujeira”, no ambiente). Como suporte (simulação de materiais e superfícies), foram usados recortes de pano de algodão com 1 cm2 e o teste foi realizado do mesmo modo como acima descrito, mas em placas de Petri. Foram feitas três repetições para cada experimento e as médias obtidas pela análise estatística descritiva. RESULTADO E DISCUSSÃO Na Tabela 1 podem ser observados os resultados da eficácia do decoto de H. caprifoliatum pelo teste de suspensão básico. Sem a presença de matéria orgânica, o decocto promoveu a inativação tanto da mais alta dose infectante da bactéria quanto no menor fator tempo de contato. No entanto, conforme comenta Bessems (1998), na avaliação de aplicação do desinfetante ou antisséptico também se devem levar em consideração as condições ambientais onde ele será utilizado. Se, por exemplo, em condições de ambiente limpo ou sujo, se para saúde animal ou na indústria de alimentos. Tendo essa observação, na avaliação da eficácia e fatores condicionantes da atividade do decocto de H. caprifoliatum foram introduzidos material orgânico como soro e leite integral bovino, que estão presentes em vários ambientes, relacionados à saúde do homem e animal, bem como no processamento de seus subprodutos. Quando o decocto foi confrontado com o inóculo na presença de matéria orgânica, os valores de intensidade de inativação bacteriana reduziramse. Já Spaulding (apud Pianta & Wiest, 1986) anotou este fenômeno, considerando a limpeza dos instrumentos médicos e outros materiais a serem desinfetados como fundamental para melhor atuação de diversos produtos químicos pois matéria orgânica como sangue, plasma e fezes, entre outras, podem alterar as moléculas do desinfetante, tornando-o inativo, ou servir de barreira mecânica de proteção aos microrganismos. Em experimento mais recente, Bessems (1998) fez semelhante verificação com compostos halogênicos. Tendo adicionando ao meio 0,3% de albumina sérica bovina, observou que para obter a mesma redução logarítmica de microrganismo que na ausência de proteína a concentração desses compostos e o tempo de contato necessário foi de, pelo menos, o dobro. Frente ao fator tempo de contato na presença do soro bovino percebe-se que quanto maior o tempo de contato maior a intensidade da atividade antibacteriana, chegando a ser seis vezes maior com 60 minutos de contato do que com cinco minutos. Segundo Bessems (1998), a influência do tempo de contato no efeito antimicrobiano de desinfetantes é frequentemente referida nos trabalhos científicos. Em se usando uma concentração constante do antimicrobiano no teste, seu efeito aumentaria com o maior tempo de contato, o que coincide com o que foi encontrado neste experimento. Já na presença do leite, o decocto inativou o S. aureus sempre com a mesma dose infectante, sendo esta quatro vezes menor do que na ausência de matéria orgânica e três vezes menor que na presença do soro bovino. Uma possibilidade de explicação para esse evento está em Brasil (1993), que alerta para o fato de que em soluções aquosas o leite integral oferece concentrações de matéria orgânica bem maiores do que o soro bovino. Os resultados indicam que foi válido confrontar a planta frente à diversas doses infectantes do inoculo, simulando diversas situações em produção e saúde animal. Observando os resultados Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.10, n.1, p.64-69, 2008. 67 apresentados na Tabela 1, e mesmo os apresentados na Tabela 2, se a confrontação ocorresse com única dose infectante de 3,1x108 UFC mL-1, o resultado seria a não atividade do decocto e a solução não teria demonstrado potencialidade de uso em ambientes menos contaminados. Para melhor compreensão desse fenômeno recorre-se a Tortora et al. (2000), quando explicam que a taxa de morte microbiana está na dependência das suas características genotípicas, do tempo de exposição mas também na da carga/ densidade populacional. Sobre a interferência dos materiais das superfícies na atividade dos desinfetantes ela referese principalmente à porosidade por eles apresentada, o que favorece maior ou menor possibilidade dos microrganismos permanecerem albergados e protegidos. Por esse motivo entre os testes de avaliação da atividade antimicrobiana de um produto, assim como acontece com a introdução do fator matéria orgânica, simula-se a superfície dos materiais por meio de suportes. Na Tabela 2 pode-se visualizar a intensidade de inativação do decocto de H. caprifoliatum, na presença do suporte pano de algodão. Na presença do suporte a intensidade de atividade de inativação frente ao S. aureus foi de metade da dose infectante, quando comparado com o contato direto do decocto com o inóculo. No teste com suporte utilizando-se 20% de soro bovino inativou-se dois logaritmos menos do que na confrontação do decocto com a bactéria apenas na presença do soro bovino. Já na presença do suporte mais leite integral, o ambiente favoreceu completamente a viabilidade biológica do inóculo. Explicação possível para esses resultados refere-se, além da presença de matéria orgânica, a grande porosidade apresentada pelas fibras do tecido de algodão, o que promove proteção mecânica dos microrganismos. Reforça esta explicação relato de experimento (W iest, 1984) com desinfetantes convencionais na concentração de 5%, no qual amostra de Staphylococcus sobreviveu mesmo após 120 minutos de contato quando albergado em suporte de madeira. Considera-se que diferentes resultados obtidos entre os testes são coerentes se comparados com os de outros estudos com produtos químicos convencionais. Por exemplo, Fotheringhan (1995), relatando sobre a eficácia antimicrobiana de desinfetantes, informa que enquanto algumas avaliações apresentam resultados similaridades entre o teste de suspensão básico, os testes de simulação em laboratório e os testes “de campo”, outras têm resultados muito diferentes entre os testes exigindo concentrações até dez ou mais vezes superiores para obterem os mesmos resultados. A presente pesquisa foi tratada como uma investigação preliminar do H. caprifoliatum, que devido à atividade antibacteriana por ele apresentada visase a possível utilização de seu decocto como desinfetante em sanidade animal. Entende-se ser necessário aprofundar o conhecimento sobre esta solução, como pelo mesmo teste confronta-la com outros microrganismos (inclusive eucariotos) além de analisar a composição química ativa para essa atividade biológica bem como o seu mecanismo de ação. TABELA 1. Dose infectante de Staphylococcus aureus ATCC 6.538 inativada pelo decocto de Hypericum caprifoliatum Cham. e Schlechtl. - Guttiferae, usado teste de suspensão com quatro tempos de contato. -1 Teste de Suspensão básico 5 min 8 3,1x10 com 20% de soro bovino 3,1x10 com 20% de leite integral 3,1x10 UFC mL 15 min 30 min 8 8 3,1x10 3,1x10 1 3,1x10 3 3,1x10 2 3,1x10 2 3,1x10 60 min 8 3,1x10 5 3,1x10 6 2 3,1x10 2 TABELA 2. Dose infectante de Staphylococcus aureus ATCC 6.538 inativada pelo decocto de Hypericum caprifoliatum Cham. e Schlechtl. - Guttiferae, usado teste de suspensão com suporte em quatro tempos de contato. -1 UFC mL 15 min. 30 min. 3 4 3,1x10 3,1x10 Teste de Suspensão suporte 5 min. 3 3,1x10 com 20% de soro bovino 3,1x10 3,1x10 3,1x10 3,1x10 com 20% de leite integral n.a n.a n.a n.a 1 1 2 n.a.= não atividade. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.10, n.1, p.64-69, 2008. 60 min. 4 3,1x10 4 68 CONCLUSÃO Verificou-se que a dose infectante bacteriana inativada pelo decocto de H. caprifoliatum no teste de suspensão com ausência de matéria orgânica foi superior a inativada nos testes de suspensão com matéria orgânica e nos testes com suporte. Esse resultado indica que, na proporção planta:volume usada, deve ser melhor a eficácia de aplicação do decocto em ambientes limpos e superfícies não porosas. Também, a intensidade de inativação do inóculo confrontado foi, na maior parte das vezes, mais intensa conforme aumentava o tempo de contato do decocto com o inóculo. Estes resultados são coerentes quando comparados com estudos realizados com produtos químicos antimicrobianos/ desinfetantes convencionais. Os resultados obtidos sugerem a continuidade da investigação para a possível utilização deste decocto como antimicrobiano/desinfetante em determinadas situações-problemas em saúde, com possibilidades e limites relacionando ao agente transmissível e aos fatores matéria orgânica e suporte estudados. AGRADECIMENTO A Sr a Maria Nunes, pela acolhida e participação nesta atividade. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFIA AVANCINI, C.M.A.; WIEST, J.M.; MUNDSTOCK, E.C. Atividade bacteriostática e bactericida do decocto de Baccharis trimera (Less.) DC. - COMPOSITAE (“carqueja”) como desinfetante ou anti-séptico (Bacteriostatic and bactericidal activity of the Baccharis trimera (Less.) 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