INTERFERÊNCIA NA SAÚDE E PRODUÇÃO DE LEITE DE BOVINOS EM PEQUENAS PROPRIEDADES NO PANTANAL DE CÁCERES-MT/BRASIL (1) (1) Wesley Jonatar Alves da Cruz ; Kátia Cristina de Carvalho Pereira ; Maria Antonia Carniello(2) (3) UNEMAT, Cáceres/MT ; Fabiana Villa Alves, FAMEZ/UFMS 1 Acadêmicos do curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas – UNEMAT. Campus Universitário de Cáceres-MT. – email: [email protected]; ká[email protected]; 2 Professor Orientador, Depto de Ciências biológicas, UNEMAT. – e-mail: [email protected]; 3 Professor Co-Orientador da UFMS. – e-mail: [email protected]; Resumo: No pantanal de Cáceres, rico em unidades de paisagem nas áreas secas e úmidas, o conhecimento tradicional da população sobre a atividade de criação de gado leiteiro fortemente utilizado. Pelo presente trabalho registraram-se as espécies vegetais e o respectivo conhecimento local sobre moléstias provocadas por plantas portadoras de espinhos e acúleos que podem comprometer a saúde do peito de vacas destinadas à produção de leite. Vários trabalhos têm sido desenvolvidos abordando questões como a relação das plantas no manejo de gado leiteiro e de que forma podem vir a interferir direta ou indiretamente na produção do rebanho. Envolveram-se quatro pecuaristas divididos igualmente em duas categorias: pequena e média propriedade classificadas conforme o módulo rural de Cáceres. Os dados sobre o perfil dos informantes, a classificação local das plantas e o detalhamento sobre as plantas danosas à saúde do rebanho leiteiro foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas e observação participante. Os pecuaristas revelaram um minucioso conhecimento sobre 11 espécies que provocam lesão em momento que os espinhos entram em contato com o animal, as quais são: Dormedorme (Mimosa debilis Humb & Bonpl. ex Willd)., Dorme-dorme (Mimosa pudica L.), Juá (Solanum viarum Dunal), Juá-bravo (Solanum palinacanthum Dun.), Pacurina (Pacourina edulis Aubl.), Amoroso (Hydrolea spinosa L.) Capim-navalha (Rhynchospora corynbosa (L.) Britton), Japecanga (Smilax fluminensis Steud), Caraguatá-chuça (Aechmea distichantha Lem.), Abacaxizinho (Ananas ananasoides (Bak.) L. B. Smith), Gravateiro (Bromelia balansae Mez) . As famílias botânicas que reúnem o maior número de espécies que oferecem estes riscos foram: Mimosaceae com 2 espécies e Solanaceae também apresentando 2 espécies. Os representantes dessas duas famílias são os mais conhecidos pelos participantes e indicadas como de maior incidência no ambiente de pastejo, causando não só lesão aos animais mas também como invasoras das áreas ocupadas por forrageiras, impedindo que os animais se alimentem adequadamente causando perda ao produtor. Reuniu-se um acervo de conhecimento que contribui para a compreensão sobre as espécies vegetais que requerem um controle rigoroso para evitar comprometimento tanto da saúde do rebanho quanto da produção de leite. (FAPEMAT). Palavras-chave: Etnobotânica; saúde bovina; fronteira Brasil-Bolívia.