1 EXTENSÕES DOS SEIOS MAXILARES VISUALIZADAS EM RADIOGRAFIAS PERIAPICAIS Autores: Silva, Mariana Álvares de Abreu e* [email protected] Arieta, Luciana Corrêa*...................... [email protected] Rockenbach, Maria Ivete Bolzan** [email protected] Orientadora: Veeck, Elaine Bauer*** [email protected] * Aluna do curso de graduação da Faculdade de Odontologia da PUCRS. ** Aluna do curso de Doutorado em Estomatologia e Professora da disciplina de Radiologia da Faculdade de Odontologia da PUCRS. *** Professora titular da disciplina de Radiologia da Faculdade de Odontologia da PUCRS. Faculdade de Odontologia da PUCRS: Av. Ipiranga, 6688 - Bairro Partenon – Porto Alegre – RS. RESUMO O seio maxilar é o maior dos seios paranasais. Varia em relação à forma e tamanho, em indivíduos diferentes, podendo, também, apresentar variações entre os lados direito e esquerdo, em um mesmo indivíduo. Quanto às variações em relação à forma, encontramos as extensões maxilares, que são as extensões para rebordo alveolar, região anterior, tuberosidade da maxila, palato duro, osso zigomático e região orbitária. As três primeiras são visualizadas nas radiografias periapicais. Este estudo teve por objetivo verificar a freqüência das extensões dos seios maxilares (alveolares, para anterior e para tuberosidade) visualizadas em radiografias periapicais, bem como verificar o lado (direito ou esquerdo) em que essas aparecem com maior freqüência e sua relação com as exodontias. A amostra foi composta por 100 exames contendo radiografias periapicais da região de pré-molares e molares superiores, dos lados direito e esquerdo, totalizando 400 radiografias. Somente foram incluídas na amostra aquelas radiografias que obedeceram aos critérios de controle de qualidade dos exames radiográficos, ou seja, contraste e densidade médios, e distorção mínima. As radiografias periapicais foram obtidas utilizando-se a técnica do paralelismo, com posicionadores XCP, cilindro localizador de 26 cm e colimador retangular (Rinn Corporation). Os critérios para classificação das extensões foram: -Extensão Alveolar: do terço médio das raízes em direção à oclusal dos dentes; -Extensão Anterior: da face distal do canino em direção à linha média; -Extensão para Tuberosidade: da face distal do segundo molar em direção à tuberosidade. As radiografias foram interpretadas em um ambiente com iluminação de baixa intensidade, montadas em cartelas de papel opaco preto e analisadas em um único negatoscópio, com auxílio de lupa com três aumentos. O presente estudo insere-se no paradigma tradicional quantitativo, sendo um estudo transversal descritivo. Foram utilizadas radiografias periapicais nas quais é possível observar o assoalho do seio maxilar, assim como as coroas e as raízes dentárias6. Tais radiografias pertencem ao acervo das Disciplinas de Radiologia da Faculdade de Odontologia-PUCRS. 2 Observa-se no gráfico 1 a distribuição de freqüência da presença de extensões alveolares, anteriores e para tuberosidade. Das 100 amostras avaliadas, 30% dos pacientes apresentaram extensão alveolar, 12% para anterior e 10% para tuberosidade. 35 30 % da amostra (n=100) 30 25 20 15 12 10 10 5 0 Alveolar Anterior Tuberosidade Extensão *base 100 Gráfico 1- Distribuição de freqüência da presença de extensão Em relação ao lado em que apareceram as extensões maxilares, 43% das extensões alveolares e 42% das extensões para anterior apresentaram-se bilateralmente. Apenas os pacientes com extensão para tuberosidade, evidenciaram maior freqüência desta extensão para o lado direito (Tabela 1), no entanto, cabe ressaltar que, do total de casos, apenas 10% ocorreram na região da tuberosidade (Gráfico 1). Tabela 1. Distribuição de freqüência do lado da extensão Direito Esquerdo Bilateral Tipo de Extensão f % f % f % Alveolar 10 33 7 23 13 43 Anterior 4 33 3 25 5 42 Tuberosidade 5 50 4 40 1 10 *f: número de pacientes. Total 30 12 10 Os casos que apresentaram extensão alveolar, foram relacionados com a presença ou ausência de dentes nas regiões de pré-molares e molares, sendo que estas apareceram em 50% dos casos. Também observou-se que em 80% dos pacientes dentados nestas regiões não foram visualizadas extensões alveolares. O que suporta a hipótese de que a ocorrência desta extensão seja devido a invasão do seio maxilar em direção ao espaço anteriormente ocupado pelas raízes dos dentes1,3 (Gráfico 2). 3 % 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 80 50 50 20 Extensão Alveolar Presente Exodontia Presente Extensão Alveolar Ausente Exodontia Ausente Gráfico 2- Pacientes com extensão presente X Pacientes que apresentavam exodontia Com os dados obtidos observou-se que: as extensões alveolares são mais freqüentes do que aquelas para anterior ou para tuberosidade; nas extensões para tuberosidade, a maior incidência foi para o lado direito; as extensões alveolares foram relacionadas com as exodontias mediatas de pré-molares e molares. REFERÊNCIAS 1. ALVARES, L. C.; TAVANO, O. Curso de radiologia em odontologia. 4. ed. São Paulo: Santos, 1998. 248p. 2. FIGÚN, M. E.; GARINO, R. R. Anatomia odontológica funcional e aplicada. 2. ed. São Paulo: Panamericana, 1989. 658p. 3. FREITAS, A.; SALES, A. A.; FREITAS, C.; SAMPAIO, G. R.. Anatomia radiográfica dentomaxilomandibular. In: FREITAS, A.; ROSA J. E.; SOUZA, I. F. Radiologia odontológica. 6. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2004. p. 301-326. 4. HUNGRIA, H. Anatomia e fisiologia dos seios paranasais. In:___.Otorrinolaringologia. São Paulo: Guanabara Koogan, 2000. p. 29-36. 5. LANGLAIS, R. P.; LANGLAND, O. E.; NORTJÉ, C. J. Normal anatomy of the jaws. In:___. Diagnostic imaging of the jaws. Baltimore: Williams & Wilkins, 1985. p. 43-86. 6. LANGLAND, O. E.; LANGLAIS, R. P. Princípios do diagnóstico por imagem em odontologia. São Paulo: Santos, 2002. 7. McGOWAN, D. A.; BAXTER, P. W.; JAMES, J. The maxillary sinus: and its dental implications. Oxford: Wrigh, 1993. 8. NAVARRO, J. A. C. Cavidade do nariz e seios paranasais. Bauru: All Dent, 1997. 146p. 9. SHANKAR, L.; IVANS, K.; HAWKE, M.; STAMMBERGER, H. Atlas de imagem dos seios paranasias. Rio de Janeiro: Revinter, 1997. 208p. 10. SHAFER, H. G.; HINE, M. K.; LEVI, B. M. Tratado de patologia bucal. 4. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1985. 837 p.