UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE IQ - DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA ORGÂNICA FERNANDO DE CARVALHO DA SILVA “USO DE CARBOIDRATOS EM SÍNTESE ORGÂNICA: SÍNTESES DE β-AMINOÉSTERES UTILIZANDO CARBOIDRATOS COMO AUXILIAR DE QUIRALIDADE E TRIAZÓIS GLICOCONJUGADOS A PARTIR DE βCETOÉSTERES” Niterói Agosto – 2007 FERNANDO DE CARVALHO DA SILVA “USO DE CARBOIDRATOS EM SÍNTESE ORGÂNICA: SÍNTESES DE β-AMINOÉSTERES UTILIZANDO CARBOIDRATOS COMO AUXILIAR DE QUIRALIDADE E TRIAZÓIS GLICOCONJUGADOS A PARTIR DE β-CETOÉSTERES” Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química Orgânica da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para a obtenção do Grau de Doutor em Química Orgânica. Orientadores: PROF. Dr. VITOR FRANCISCO FERREIRA PROFª. Drª. MARIA CECÍLIA BASTOS VIEIRA DE SOUZA Niterói Agosto – 2007 S 586 Silva, Fernando de Carvalho da Uso de carboidratos em síntese orgânica: síntese de β-aminoésteres utilizando carboidratos como auxiliar de quiralidade e triazóis glicoconjugados a partir de β-cetoésteres/ Fernando de Carvalho da Silva. – Niterói: [s. n.], 2007. 206f. Tese – (Doutorado em Química Orgânica) – Universidade Federal Fluminense, 2007. 1. Carboidratos (Química). 2. Beta-Amino-ésteres. 3. Quiralidade. 4. Beta-cetoésteres. 5. Síntese orgânica. I. Título. CDD.: 547.48 FERNANDO DE CARVALHO DA SILVA "uso DE CARBOIDRATOS EM SINTESE ORGAN!CA: SINTESES DE P-AMINOESTERES UTILIZANDO CARBOIDRATOS COMO AUXILIAR DE QUIRALIDADE E TRIAZOIS GLICOCONmGADOS A PARTIR DE P-CETOESTERES" d BANCA ExAMlNAOORA ff;:C4'N ~ Prof Dr. Vitor Francisco Ferreira (presidente da Banca - Orientador) (Instituto de Quimica- Departamento de Quimica Orginica-UFF) Prof Dr. Silvio do Desterro Cunha (Instituto de Quimica- Departamento de Quimica Orginica-UFBA) ~Q/\ Prof Dr. Angelo da Cunha Pinto ' (Instituto de Quimica- Departamento de Quimica Orginica-UFRJ) Niter6i Agosto - 2007 Fernando de Carvalho da Silva Vitae Agosto/2007 Fernando de Carvalho da Silva Curriculum Vitae ______________________________________________________________________________________ Dados Pessoais Nome Fernando de Carvalho da Silva Filiação Romário Lopes da Silva e Neide de Carvalho da Silva Nascimento 27/08/1979 - Rio de Janeiro/RJ - Brasil Carteira de Identidade 106857352 IFP - RJ - 06/09/1993 CPF 05202919727 ______________________________________________________________________________________ Formação Acadêmica/Titulação 2002 - 2007 Doutorado em Química Orgânica. Universidade Federal Fluminense, UFF, Niteroi, Brasil Título: Uso de carboidratos em síntese orgânica: sínteses de beta-aminoésteres utilizando carboidratos como auxiliar de quiralidade e triazóis glicoconjugados a partir de beta-cetoésteres, Ano de obtenção: 2007 Orientador: Vitor Francisco Ferreira Bolsista do(a): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 1997 - 2002 Graduação em Química. Universidade Federal Fluminense, UFF, Niteroi, Brasil 2003 - 2004 Graduação em Programa Especial de Formação de Docentes. Universidade Salgado de Oliveira, UNIVERSO, Sao Goncalo, Brasil Título: Relatório de Estágio Orientador: Sylvia Regina da S Lisbôa ______________________________________________________________________________________ Formação complementar 2000 - 2000 Curso de curta duração em Planejamento de Fármacos. Sociedade Brasileira de Química, SBQ, Sao Paulo, Brasil ______________________________________________________________________________________ Atuação profissional 1. Universidade Federal Fluminense - UFF ____________________________________________________________________________ Vínculo institucional 1998 - 2002 2005 - 2007 2007 - Atual Vínculo: Bolsista de Iniciação Científi , Enquadramento funcional: Bolsista de Iniciação Científica , Carga horária: 20, Regime: Parcial Vínculo: Professor , Enquadramento funcional: Professor substituto , Carga horária: 20, Regime: Parcial Vínculo: Colaborador , Enquadramento funcional: Colaborador , Carga horária: 40, Regime: Integral ____________________________________________________________________________ Atividades 03/1998 - 02/1999 Pesquisa e Desenvolvimento, Centro de Estudos Gerais, Departamento de Química Orgânica Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 26/08/2007 às 21:47:24 Página 2 de 11 Linhas de Pesquisa: Síntese de Carboidratos Aminados 03/1999 - 02/2001 Pesquisa e Desenvolvimento, Centro de Estudos Gerais, Departamento de Química Orgânica Linhas de Pesquisa: Desenvolvimento de uma nova metodologia para a preparação de nucleosídeos contendo o núcleo pirrólico e 1,2,3-triazólico com potencial atividade antiviral 03/2001 - 08/2002 Pesquisa e Desenvolvimento, Centro de Estudos Gerais, Departamento de Química Orgânica Linhas de Pesquisa: Desenvolvimento de novos métodos sintéticos para preparação de nucleosídeos antivirais - um novo método para a introdução de ligação dupla entre os carbonos c-2 e c-3 da d-ribose síntese de didesidrodidesoxinucleosídeos 04/2003 - 07/2003 Estágio, Centro de Estudos Gerais, Departamento de Química Orgânica Estágio: Estágio em docência na disciplina Química Orgânica V 11/2003 - 02/2004 Estágio, Centro de Estudos Gerais, Departamento de Química Orgânica Estágio: Estágio em docência na disciplina Química Orgânica II Experimental 09/2004 - 11/2004 Treinamento, Centro de Estudos Gerais, Departamento de Química Orgânica Especificação: Edição de espectros de RMN nos programas MestreC v2.3, ACD Labs 4.0 e VNMR (for Linux) da Varian Associates 05/2005 - 05/2007 Graduação, Química Disciplinas Ministradas: Análise Orgânica I Experimental , Química Orgânica I Experimental , Química Geral A Experimenal , Química Orgânica XII Experimental 06/2005 - 07/2005 Treinamento, Centro de Estudos Gerais, Departamento de Química Orgânica Especificação: Edição de espectros de RMN nos programas MestreC v2.3, ACD Labs 4.0 e VNMR (for Linux) da Varian Associates 11/2005 - Atual Projetos de pesquisa, Centro de Estudos Gerais, Instituto de Química Participação em projetos: Síntese de 1,2,3-Triazóis Funcionalizados Via Reação do tipo Correspondentes Derivados para-Hidroxilados 01/2006 - Atual “Click” e Glicosilação dos Projetos de pesquisa, Centro de Estudos Gerais, Instituto de Química Participação em projetos: Síntese de Ariltiossulfonatos com potencial atividade antimalárica 09/2006 - 09/2006 Treinamento, Centro de Estudos Gerais, Departamento de Química Orgânica Especificação: Edição de espectros de RMN nos programas MestreC v2.3, ACD Labs 4.0 e VNMR (for Linux) da Varian Associates 08/2007 - 09/2007 Treinamento, Centro de Estudos Gerais, Instituto de Química Especificação: Edição de espectros de RMN nos programas MestreC v2.3, ACD Labs 4.0 e VNMR (for Linux) da Varian Associates 2. Colégio Santa Clara - CSC ____________________________________________________________________________ Vínculo institucional Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 26/08/2007 às 21:47:24 Página 3 de 11 2005 - 2005 Vínculo: Professor , Enquadramento funcional: Professor de Química , Carga horária: 60, Regime: Integral ____________________________________________________________________________ Atividades 02/2005 - 07/2005 Ensino médio Especificação: Química 3. Instituto Santa Edwiges - ISE ____________________________________________________________________________ Vínculo institucional 1999 - 1999 Vínculo: Professor , Enquadramento funcional: Professor de Química Geral , Carga horária: 6, Regime: Parcial ____________________________________________________________________________ Atividades 07/1999 - 10/1999 Ensino médio Especificação: Química ______________________________________________________________________________________ Linhas de pesquisa 1. Desenvolvimento de novos métodos sintéticos para preparação de nucleosídeos antivirais - um novo método para a introdução de ligação dupla entre os carbonos c-2 e c-3 da d-ribose - síntese de didesidrodidesoxinucleosídeos Objetivos: 2. Desenvolvimento de uma nova metodologia para a preparação de nucleosídeos contendo o núcleo pirrólico e 1,2,3-triazólico com potencial atividade antiviral Objetivos: 3. Síntese de Carboidratos Aminados Objetivos: ______________________________________________________________________________________ Projetos 2005 - Atual Síntese de 1,2,3-Triazóis Funcionalizados Via Reação do tipo “Click” e Glicosilação dos Correspondentes Derivados para-Hidroxilados Descrição: Instituto do Milênio - Inovação e Desenvolvimento de Fármacos e Medicamentos ImINOFAR processo CNPq 420015/05-1 Situação: Em Andamento Natureza: Desenvolvimento Alunos envolvidos: Doutorado (2); Integrantes: Fernando de Carvalho da SilvaVitor Francisco Ferreira; Sabrina Baptista Ferreira; Eliezer Jesus de Lacerda Barreiro (Responsável); Carlos Alberto Manssour Fraga Financiador(es): Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 26/08/2007 às 21:47:24 Página 4 de 11 2005 - Atual Síntese de Ariltiossulfonatos com potencial atividade antimalárica Descrição: Instituto do Milênio – INOFAR.Grupos Envolvidos: IQ/UFF + Laboratório de Eletroquímica/CCEN/UFAL.Orçamento: R$ 10.000,00 em material de consumo a ser divididos entre os grupos da UFF e da UFAL. Situação: Em Andamento Natureza: Pesquisa Alunos envolvidos: Doutorado (1); Integrantes: Fernando de Carvalho da SilvaVitor Francisco Ferreira; Marilia O F Goulart; Eliezer Jesus de Lacerda Barreiro (Responsável); Magna Suzana Alexandre Moreira; Antônio Euzébio Goulart Sant’Ana Financiador(es): ______________________________________________________________________________________ Áreas de atuação 1. Síntese Orgânica ______________________________________________________________________________________ Prêmios e Títulos 2006 Bolsista Nota 10 - FAPERJ, FAPERJ 2005 Aprovação em primeiro lugar no concurso para professor substituto para o departamento de química orgânica, Universidade Federal Fluminense 2004 XXVI Congresso Latinoamericano de Química e 27ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, Sociedade Brasileira de Química Produção em C, T & A ______________________________________________________________________________________ Produção bibliográfica Artigos completos publicados em periódicos 1. FERREIRA, Vitor Francisco, LEÃO, Raquel Ana Capela, SILVA, F. C., PINHEIRO, Sergio, LHOSTE, Paul, SINOU, Denis Asymmetric cyclopropanation with diazoacetates induced by carbohydrate-derived chiral auxiliaries. Tetrahedron. Asymmetry. , v.18, p.1217 - 1223, 2007. 2. SILVA, F. C., JORQUEIRA, A., Gouvêa R. M., SOUZA, Maria Cecília B V de, Howie, R. A., Wardell, J. L., WARDELL, Solange M S V, FERREIRA, Vitor Francisco One pot synthesis of 2H-chromene derivatives from o-naphthoquinones (No Prelo). Synlett (Stuttgart). , v.00, p.00 - 000, 2007. 3. SILVA, F. C. Organic Reactions in Superheated Water. Research Journal Of Chemistry And Environment. , v.11, p.72 73, 2007. 4. SILVA, F. C., Wardell, J. L., WARDELL, Solange M S V, FERREIRA, Vitor Francisco Pi-Stacked dimers in 6-methoxy-3,3-dimethyl-3H-benzo[f]chromene, and centrosymmetric dimers containing C-H...pi (arene) hydrogen bonds in racemic 3-bromo-2,2,6,6-tetramethyl-3,4-dihydro-2H,6H-1,5dioxatriphenylene (No Prelo). Acta Crystallographica. Section C, Crystal Structure Communications. , v.C63, p.00 - 000, 2007. 5. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, SOUZA, Maria Cecília B V de Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 26/08/2007 às 21:47:24 Página 5 de 11 Adaptação de forno de microondas doméstico para realização de reações de transesterificação sob refluxo e catálise por argilas. Química Nova. , v.29, p.376 - 380, 2006. 6. RIANELLI, Renata de Souza, SILVA, F. C., SOUZA, Maria Cecília B V de, FERREIRA, Vitor Francisco Mild Procedure for Preparing Vinyldiazo Esters of Carbohydrate Acetonides. Letters In Organic Chemistry. , v.3, p.73 - 77, 2006. 7. COSTA, Marilia S., BOECHAT, Núbia, RANGEL, Érica A, SILVA, F. C., SOUZA, Alessandra M T de, RODRIGUES, Carlos R, CASTRO, Helena Carla, N JUNIOR, Ivan, LOURENÇO, Maria Cristina S, WARDELL, Solange M S V, FERREIRA, Vitor Francisco Synthesis, tuberculosis inhibitory activity, and SAR study of N-substituted-phenyl-1,2,3-triazole derivatives. Bioorganic & Medicinal Chemistry. , v.14, p.8644 - 8653, 2006. 8. SILVA, F. C. Synthetic Applications of Lithium Hydroxide. Synlett (Stuttgart). , v.9, p.1451 - 1452, 2006. 9. FERREIRA, Vitor Francisco, SILVA, F. C. Metátese em Síntese Orgânica e o Prêmio Nobel de Química de 2005 - Dos Plásticos à Indústria Farmacêutica. Química Nova na Escola. , v.22, p.3 - 9, 2005. 10. SILVA, F. C., SOUZA, Maria Cecília B V de, FERREIRA, Vitor Francisco, SABINO, Silvio J., ANTUNES, Otávio A C Natural clays as efficient catalysts for obtaining chiral b-enaminosters. Catalysis Communications. , v.5, p.151 - 155, 2004. 11. RIBEIRO, C. M. R., SANTOS, E. S., JARDIM, A. H. O., MAIA, M. P., SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco Asymmetric Reformatsky Reaction: Application of Mono and Dihydroxy Carbohydrate Derivatives as Chiral Ligands. Tetrahedron Asymmetry. , v.13, p.1703 - 1706, 2002. 12. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, RIANELLI, Renata de Souza, PEREIRA, W. C. Natural Clays As Efficient Catalyst For Transesterification Of b-Keto Esters With Carbohydrate Derivatives. Tetrahedron Letters. , v.43, p.1165 - 1168, 2002. 13. FERREIRA, Vitor Francisco, SILVA, F. C., PERRONE, C. C. Sacarose no Laboratório de Química Orgânica de Graduação. Química Nova. , v.24, p.905 - 907, 2001. Capítulos de livros publicados 1. FERREIRA, Vitor Francisco, SOUZA, Maria Cecília B V de, CUNHA, Anna Cláudia, SILVA, F. C., RIANELLI, Renata de Souza, FERREIRA, Sabrina Baptista Synthesis of N-heterocycles by using diazocarbonyl compounds In: Modern Approaches to the Synthesis of O- and N-Heterocycles.1 ed.Kerala, India : Research Signpost, 2007, v.3, p. 1-44. 2. SILVA, F. C., LEAL, Kátia Zaccur A Internet no Ensino de Química In: Contribuições aos Professores de Química do Ensino Médio (Série Formação Continuada).1ª ed.Rio de janeiro : UFF, 2005, v.Único, p. 25-32. 3. FERREIRA, Vitor Francisco, SOUZA, Maria Cecília B V de, RIANELLI, Renata de Souza, SILVA, F. C., ANTUNES, Octávio Aantunes C. Recent Advances in Clay-Catalyzed Synthesis of Heterocycles In: Progress in Catalysis Research.1 ed.New York : Nova Science Publishers, Inc., 2005, v.Único, p. 147-176. 4. FERREIRA, Vitor Francisco, SILVA, F. C. Teoria e Experimento: Aprendendo sobre os conceitos de ácidos e bases. In: Contribuições aos Professores de Química do Ensino Médio (Série Formação Continuada).1ª ed.Rio de Janeiro : UFF, 2005, v.Único, p. 225-232. Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 26/08/2007 às 21:47:24 Página 6 de 11 Comunicações e Resumos Publicados em Anais de Congressos ou Periódicos (completo) 1. FERREIRA, Sabrina Baptista, RIANELLI, Renata de Souza, SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, KAISER, Carlos Roland Análise Estrutural e Determinação da Configuração Relativa de Sistemas Ciclopropânicos Complexos por RMN 1H In: IX Jornada Brasileira de Ressonância Magnética, 2006, Recife. Análise Estrutural e Determinação da Configuração Relativa de Sistemas Ciclopropânicos Complexos por RMN 1H. , 2006. 2. LEÃO, Raquel Ana Capela, SILVA, F. C., CUNHA, Maria Fernanda V, PINHEIRO, Sergio, SINOU, Denis, FERREIRA, Vitor Francisco Ciclopropanação Assimétrica Catalisada por Bis(oxazolina) In: 29a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2006, Água de Lindóia-SP. . , 2006. 3. LUSTOSA, Maria, SOUZA, Alessandra M T de, LOUREIRO, N I V, RODRIGUES, Carlos R, ALBUQUERQUE, M G, SILVA, F. C., SOUZA, Maria Cecília B V de, FERREIRA, Vitor Francisco, CASTRO, Helena Carla Identification of a new series of carbohydrate-substituted triazoles derivatives presenting antiplatelet In: XXXV Reunião Anual da SBBq, 2006, Águas de Lindóia-SP. . , 2006. 4. DEROSSI, F N, CANDIDO, W F F, GARCIA, D Gomes, SANTOS, M C B, SILVA, F. C., GAMA, I L, FERREIRA, Vitor Francisco, FARIA, M V Castro, BURTH, Patricia Inhibitory Effect of a-Lapachone on Na+, K+ ATPase Isoforms In: XXXV Reunião Anual da SBBq, 2006, Águas de Lindóia-SP. . , 2006. 5. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, SOUZA, Maria Cecília B V de, LUSTOSA, Maria, CASTRO, Helena Carla Síntese e avaliação antiplaquetária de 1,2,3-triazóis derivados de carboidrato In: 29a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2006, Águas de Lindóia-SP. . , 2006. Comunicações e Resumos Publicados em Anais de Congressos ou Periódicos (resumo) 1. LOPES, Patrícia de Oliveira, GAMA, Ivson Lelis, SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, Marilia O F Goulart, Claudia O. Pessoa, Letícia V. Lotufo, Raquel Montenegro, Manoel O. de Moraes Síntese e Avaliação da Citotoxicidade em Células Neoplásicas Humanas SF-295, HCT-8 e MDAMB-435 de Análogos 1,4-Naftoquinônicos In: 30a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2007, Águas de Lindóia-SP. Livro de Resumos - 30a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química. , 2007. 2. BOURGUIGNON, Saulo C, GAMA, Ivson Lelis, SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, SANTOS, D O, CASTRO, Helena C de, PINTO, R T Apha-lapachone derivative effects in Trypanosoma cruzi amastigote forms In: XII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Protozoologia/XXXIII Reunião Anual Sobre Pesquisa Básica em Doenças de Chagas, 2006, Caxambu-MG. . , 2006. 3. AFONSO, P P, PAIVA, D P, BELTRAME, C O, DAMASO, C R A, SILVA, F. C., JORDÃO, A K, GAMA, I L Rastreamento de Compostos com Atividade Anti-poxvirus In: Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural da UFRJ, 2006, Rio de janeiro. . , 2006. 4. AFONSO, P P, BELTRAME, C O, PAIVA, D P, GAMA, Ivson Lelis, JORDÃO, A K, SILVA, F. C., CUNHA, Anna Cláudia, FERREIRA, Vitor Francisco, DAMASO, C R A Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 26/08/2007 às 21:47:24 Página 7 de 11 Screening of napthoquinones and triazoles presenting antiviral activity of Cantagalo virus replication in cell culture In: XVII Encontro Nacional de Virologia, 2006, campos do Jordão - SP. . , 2006. 5. PINTO, R T, SILVA, F. C., GAMA, Ivson Lelis, FERREIRA, Vitor Francisco, SANTOS, D O, SEGUINS, W S, NASCIMENTO, S B, BOURGUIGNON, Saulo C Tripanocidal effect of oxyrane derivative of a-lapachone against Trypanosoma cruzi trypomastigote forms. In: XII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Protozoologia/XXXIII Reunião Anual Sobre Pesquisa Básica em Doenças de Chagas, 2006, Caxambu-MG. . , 2006. 6. RIANELLI, Renata de Souza, SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, SOUZA, Maria Cecília B V de Alternative procedure for preparing vinyldiazo compounds In: 11th Brazilian Meeting on Organic Synthesis, 2005, Canela-RS. . , 2005. 7. LEÃO, Raquel Ana Capela, SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco Derivados de Carboidratos em Ciclopropanação Assimétrica In: X Encontro Regional de Química da Sociedade Brasileira de Química - SBQ-Rio, 2005, Rio de Janeiro. . , 2005. 8. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, SOUZA, Maria Cecília B V de, ANTUNES, Octávio Antunes C. Diastereoselective Reduction of b-Enamino Esters Derivatives of Carbohydrates In: 11th Brazilian Meeting on Organic Synthesis, 2005, Canela-RS. . , 2005. 9. AREAS, P C F, OLIVEIRA, M M J, ARAUJO-SILVA, M L, SILVA, F. C., GAMA, Ivson Lelis, SOUZA, Maria Cecília B V de, FRUGULHETTI, Izabel C. P. P., FERREIRA, Vitor Francisco, AMORIM, L M F Evaluation of Citotoxicity Mediated by Lapachones Derived Compounds In: IV São Paulo Research Conference Cancer Today: From Molecular Biology to Treatment, 2005, São Paulo. APPLIED CANCER RESEARCH SUPPLEMENT. APPLIED CANCER RESEARCH, 2005. v.25. p.29 - 29 10. GAMA, Ivson Lelis, SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, CASTRO, Helena C de Síntese e Avaliação antimicrobiana de Epóxidos da a- e b-Lapachona In: X Encontro Regional de Química da Sociedade Brasileira de Química - SBQ-Rio, 2005, Rio de Janeiro. . , 2005. 11. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, SOUZA, Maria Cecília B V de, SIQUEIRA, Onofre S Uso de Espongolita e Argilas Naturais na Reação de Transesterificação Acelerada por Microondas In: XXVI Congresso Latinoamericano de Química e 27ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2004, Salvador - BA. . , 2004. 12. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, SOUZA, Maria Cecília B V de, ANTUNES, Octávio Aantunes C., SABINO, Silvio J., ARANDA, Donato A. G., CARNEIRO, José Walkimar de M. Diastereoselective Reduction of Beta-Enamino Esters In: 10th Brazilian Meeting on Organic Synthesis, 2003, São Pedro - SP. . , 2003. 13. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, SOUZA, Maria Cecília B V de, SABINO, Silvio J., ANTUNES, Octávio Aantunes C. Natural Clays as Efficient Catalysts for Obtaining Chiral beta-Enamino Esters In: 10th Brazilian Meeting on Organic Synthesis, 2003, São Pedro - SP. . , 2003. 14. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, SOUZA, Maria Cecília B V de Uso de um microondas doméstico adaptado para reações de transesterificação catalisadas por argilas naturais In: IX Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química - Rio, 2003, Rio de Janeiro. . , 2003. Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 26/08/2007 às 21:47:24 Página 8 de 11 15. SILVA, F. C., RIANELLI, Renata de Souza, FERREIRA, Vitor Francisco, PEREIRA, W. C. Transesterificação de b-Cetoésteres com Derivados de Carboidratos Catalisadas por Argilas Naturais In: 25ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2002, Poços de Caldas - MG. . , 2002. 16. SILVA, F. C., BRENELLI, E. C. S., FERREIRA, Vitor Francisco, MENDES, L. S., CUNHA, Maria Fernanda V Síntese e Redução Microbiológica de beta-Ceto Ésteres Derivados de Carboidratos In: 24ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2001, Poços de Caldas - MG. . , 2001. 17. SILVA, F. C., MENDES, L. S., FERREIRA, Vitor Francisco, SANDOVAL, Y. I. S., SOUZA, Maria Cecília B V de, FONSECA, M. G., CUNHA, Maria Fernanda V Use of Carbohydrate Chiral Auxiliaries in Asymmetric Synthesis by Reaction of Rhodium-Stabilized Carbenoids with N-butyl Vinil Ether In: 9th Brasilian Meeting on Organic Synthesis, 2001, Curitiba - Paraná. . , 2001. 18. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco Síntese de Diazo Ésteres de Derivados de Carboidratos Através de Reações de Transesterificação In: 10º Seminário de Iniciação Científica e Prêmio Vasconcellos Torres de Ciência e Tecnologia, 2000, Niterói - RJ. . , 2000. 19. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, PEREIRA, L. O. R., CUNHA, Anna Cláudia, SOUZA, Maria Cecília B V de Síntese de Pirróis Substituídos e Nucleosídeos Reversos a partir de 3-acilbiciclodiidrofuranos In: 23ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2000, Poços de Caldas - MG. . , 2000. 20. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco Preparação de Carboidratos Aminados In: 9o Seminário de Iniciação Científica e Prêmio UFF Vasconcellos Torres de Ciência e Tecnologia, 1999, Niterói - RJ. . , 1999. 21. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, CUNHA, Anna Cláudia, PEREIRA, L. O. R., SOUZA, Maria Cecília B V de Síntese de Pirróis Substituídos a Partir de 3-Acilbiciclodiidrofuranos In: VIII Encontro Regional de Química SBQ Rio, 1999, Rio de Janeiro - RJ. . , 1999. 22. SILVA, F. C., RIBEIRO, C. M. R., GONÇALVES, Â. S., SOLDAINI, R. R., PINHEIRO, Sergio, FERREIRA, Vitor Francisco, FARIAS, F. M. C. Carbohydrate and Pinene-Based Chiral Ligands in Addition of Organometallic Reagents to Carbonyl In: 8th Brazilian Meeting on Organic Syntesis, 1998, São Pedro - SP. . , 1998. Produção Técnica Softwares sem registro ou patente 1. SILVA, F. C. Programa de Atualização em Ensino de Química para a Melhoria da Qualidade de Ensino Médio, 2004 Processos ou técnicas com registro ou patente 1. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, RIANELLI, Renata de Souza, PEREIRA, W. C., BOAS, Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 26/08/2007 às 21:47:24 Página 9 de 11 Roberto Cerrini Villas Processo de Preparação de Beta-cetoésteres Superiores por Transesterificação com Argilas Naturais Reusáveis, como Catalisadores, e Álcoois., 2003 Patente: Privilégio de Inovação n.PI0304725-3, PROCESSO DE PREPARAÇÃO DE BETA-CETOÉSTER. Demais produções técnicas 1. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco Efeitos da Interação Radiação x Matéria, 2004. (Outra produção técnica) 2. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco Efeitos da Interação Radiação x Matéria - Parte 2, 2004. (Outra produção técnica) 3. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, COUTINHO, Lucidéa Guimarães R Programa de Atualização em Ensino de Química Para a Melhoria da Qualidade de Ensino Médio, 2004. (Especialização, Curso de curta duração ministrado) 4. SILVA, F. C. Avanços na Espectrometria de Massas Aplicadas a Polissacarídeos, 2003. (Outra produção técnica) 5. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco Desenvolvimento de novos métodos sintéticos para preparação de nucleosídeos antivirais - um novo método para a introdução de ligação dupla entre os carbonos c-2 e c-3 da d-ribose - síntese de didesidrodidesoxinucleosídeos, 2002. (Relatório de pesquisa) 6. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco Desenvolvimento de uma nova metodologia para preparação de nucleosídeos contendo núcleo pirrólico e 1,2,3-triazólico com potencial atividade antiviral, 2001. (Relatório de pesquisa) 7. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco, COUTINHO, Lucidéa Guimarães Rebello II Programa para a Melhoria da Qualidade do Ensino de Química no Ensino Médio, 1999. (Especialização, Curso de curta duração ministrado) 8. SILVA, F. C., FERREIRA, Vitor Francisco Síntese de Carboidratos Aminados, 1999. (Relatório de pesquisa) Orientações e Supervisões Orientações e Supervisões concluídas Iniciação científica 1. Ivson Lelis Gama. Síntese de naftoquinonas com potencial atividade antimicrobianas. 2006. Iniciação científica (Química) - Universidade Federal Fluminense 2. Patrícia de Oliveira Lopes. Síntese de naftoquinonas com potencial atividade antimicrobianas. 2006. Iniciação científica (Química) - Universidade Federal Fluminense Eventos Participação em eventos 1. 29a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2006. (Congresso) 29a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química. Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 26/08/2007 às 21:47:24 Página 10 de 11 2. X Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química - Rio, 2005. (Congresso) Apresentação de Trabalho. 3. 11th Brasilian Meeting on Organic Synthesis, 2005. (Congresso) Apresentação de Trabalho. 4. I Simpósio de Difração de Raio X, 2005. (Simpósio) I Simpósio de Difração de Raio X. 5. XXVI Congresso Latinoamericano de Química e 27ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, 2004. (Congresso) Apresentação de Trabalho. 6. IX Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química - Rio, 2003. (Congresso) Apresentação de Trabalho. 7. New Concepts and Applications of Physical Organic Chemistry, 2002. (Outra) Workshop New Concepts and Applications of Physical Organic Chemistry. 8. 23ª Reunião Anual Sociedade Brasileira de Química, 2000. (Outra) Curso de curta duração de Planejamento de Fármacos. Totais de produção Produção bibliográfica Artigos completos publicado em periódico.................................................. Capítulos de livros publicados............................................................ Comunicações em anais de congressos e periódicos (proceedings e suplementos).............. 13 4 27 Produção técnica Softwares (multimídia).................................................................... Processos ou técnicas (outra)............................................................. Curso de curta duração ministrado (especialização)........................................ Relatório de pesquisa..................................................................... Outra produção técnica.................................................................... 1 1 2 3 3 Orientações Orientação concluída (iniciação científica)............................................... Orientação concluída (iniciação científica)............................................... 1 1 Eventos Participações em eventos (congresso)...................................................... Participações em eventos (simpósio)....................................................... Participações em eventos (outra).......................................................... 5 1 2 Página gerada pelo Sistema Currículo Lattes em 26/08/2007 às 21:47:24 Página 11 de 11 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva “A sorte favorece os audazes” “Fortuna audaces juvat” (Virgílio, poema épico Eneida – século I a.C.) UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Aos meus pais Romário Lopes da Silva, Neide de Carvalho da Silva e a minha irmã Isabel Cristina de Carvalho da Silva que muito significam para mim, sem os quais a minha vida não teria o mesmo sentido. UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva À minha amiga e amor Renata de Souza Rianelli, pelo seu imenso carinho, amor, ajuda, paciência (muita paciência), apoio, incentivo e confiança que faz tornar o meu presente precioso, enfim ...por TUDO. UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva “Se vi mais longe foi porque estava sobre ombros de gigantes” (Isaac Newton, em carta a Robert Hooke – 1676) Ao meu amigo Vitor Francisco Ferreira UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva AGRADECIMENTOS À DEUS Ao professor e amigo de todas as horas Vitor Francisco Ferreira pela orientação, competência, apoio e constante empenho em proporcionar aos seus alunos as melhores condições de trabalho possíveis, tornando possível o desenvolvimento deste trabalho. A professora e amiga Maria Cecília Bastos Vieira de Souza pela orientação, apoio e dedicação na elaboração deste trabalho. A todo corpo docente do Departamento de Química Orgânica, pela disponibilidade de seus profissionais que de alguma maneira colaboraram, de forma significativa para elaboração deste trabalho. Às funcionárias Vânia Braz e Rosanna Valitutto Duncan, pela realização dos espectros de infravermelho. Aos funcionários Joaquim Célio Soares da Silva, Livia Gonelli, Rosanna Valitutto Duncan e Rodrigo Bagueira, pela realização dos espectros de Ressonância Magnética Nuclear. À funcionária Liliane Cunha de Mello, da Secretaria do Programa de Pós-Graduação em Química Orgânica, pela amizade, apoio, dedicação e disponibilidade nos momentos necessários. Ao professor Gilberto Alves Romeiro, pela realização dos espectros de Massas. Aos meus companheiros de Laboratório, Ivson Lelis Gama, Pedro M. S. de Oliveira, Patrícia Lopes, Mariana Filomena do Carmo Cardoso, Felipe Corrêa Rodrigues, Alessandro Kappel Jordão e todos aqueles que passaram por lá nesses últimos 5 anos, pelo apoio e estimulante convivência. UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Aos meus amigos Sabrina Baptista Ferreira e David Rodrigues da Rocha, pela amizade, companheirismo, dedicação e empenho durante a realização deste trabalho e pelos momentos de alegria e muita descontração, juntamente com seus respectivos companheiros Floriano Paes Silva e Aline Fernandes. Ao CNPq, a FAPERJ e a CAPES pela bolsa concedida e financiamento à pesquisa. UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva SUMÁRIO Lista de Abreviaturas e Convenções Resumo Abstract Prefácio Resumo Gráfico i iii v vii ix 1. Introdução 1.1. Carboidrato 1.2. Tecnologia Quiral 1.3. Carboidratos em Síntese Assimétrica 1.3.1. Reações de alquilação assimétrica 1.3.1.1. Reações de adição 1,4 a ésteres α,β-insaturados 1.3.1.2. C-α-Alquilação assimétrica de ésteres 1.3.1.3. Reações seqüenciais assimétricas 1.3.1.4. Reações pericíclicas estereosseletivas 1.3.1.5. Outras Aplicações Como Auxiliares Quirais 2. Objetivos 2.1. Objetivo Geral 2.2. Objetivos específicos 3. Justificativa 4. Metodologia 4.1. Subprojeto A: Obtenção dos β-cetoésteres derivados de carboidratos utilizando-se argilas nacionais como catalisadores reutilizáveis em condições térmicas 4.2. Subprojeto B: Desenvolvimento de um novo método de obtenção de β-enaminoésteres quirais sob catálise por argilas naturais em um único pote reacional 4.3. Subprojeto C: Desenvolvimento de método de obtenção de aminoésteres por redução quimiosseletiva de enaminoésteres quirais visando a síntese de aminoácidos quirais 4.4. Subprojeto D: Obtenção de triazóis glicoconjugados com potencial atividade farmacológica 5. Resultados e Discussão 5.1. Obtenção dos β-cetoésteres derivados de carboidratos utilizando-se argilas nacionais como catalisadores reutilizáveis, em condições térmicas e sob irradiação de microondas 5.1.1. Adaptação de forno microondas doméstico para realização de reações sob refluxo e catalisadas por argilas 5.1.2. Calibração do aparelho de microondas adaptado 5.1.3. Preparação dos álcoois derivados de carboidratos 10-15 e 94-95 5.1.4. Reações de transesterificação catalisadas por argilas 5.2. Desenvolvimento de um novo método de obtenção de βenaminoésteres quirais sob catálise por argilas naturais em um pote reacional 5.3. Estudo da redução quimiosseletiva de β-enaminoésteres visando a síntese de β-aminoácidos quirais 5.4. Subprojeto D: Obtenção de triazóis derivados de carboidratos, com 01 01 04 06 10 10 13 19 22 26 35 35 35 37 39 39 39 40 42 43 45 46 48 53 57 69 94 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva potencial atividade farmacológica 6. Conclusões e Perspectivas 7. Parte Experimental 7.1. Materiais e Métodos 7.1.1. Adaptação do forno de MO doméstico 7.1.2. Mapeamento da posição do feixe de MO 7.1.3. Determinação da potência do forno de MO 7.1.4. Protocolo dos Testes Farmacológicos 7.1.5. Avaliação da atividade anti-HIV 7.2. Procedimentos para obtenção dos álcoois derivados de carboidratos 10-15 e 94-96 7.3. Procedimento geral para obtenção dos β-cetoésteres (99a-q) derivados de carboidratos 7.4. Procedimento geral para reação de obtenção dos β-enaminoésteres (100a-u) derivados de carboidratos 7.4.1. Obtenção dos β-enaminoésteres (100a-q) derivados de carboidratos, em um único pote reacional, catalisada por argilas 7.4.2. Obtenção dos β-enaminoésteres (100a-u) derivados de carboidratos via sal acetato da benzilamina 7.5. Procedimentos para obtenção dos álcoois derivados de carboidratos aminados 135a e 135b 7.6. Procedimento geral para reação de obtenção dos β-enaminoésteres (101a-b) derivados de carboidratos 7.7. Procedimento geral para reação de obtenção dos β-aminoésteres derivados de carboidratos 7.8. Procedimento geral para obtenção dos derivados 1,2,3-triazólicos 104a-g 7.9. Procedimento geral para obtenção dos derivados 1,2,3-triazólicos 105a-g 115 121 121 122 123 123 124 124 127 141 154 154 155 172 177 178 197 202 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva LISTA DE ABREVIATURAS E CONVENÇÕES δ νmáx. 1D 2D Ac APT Ar AZT Bu Bn Boc BSA Bz Cbz CC50 C.C.F. COSY d dd ddd dTTP DMF DMSO dt e.d. EDTA Elisa E.M. Et ET EI EM HETCOR HMBC HMPA HMQC HPLC IC50 I.V. iPr J LDA m Me MO ou MW Ms Deslocamento químico Freqüência de absorção máxima Uma dimensão Duas dimensões Grupo acetila “Attachement Proton Test” Grupo aromático Zidovudina Grupo butila Grupo benzila Grupo t-butiloxicarbonila (COtC4H9) Albumina do soro bovino Grupo benzoíla Grupo carbenziloxi (BnOC=O) Concentração capaz de inibir 50% a viabilidade celular Cromatografia em camada fina “Correlated Spectroscopy” Dubleto Duplo dubleto Duplo duplo dubleto Desoxirribonucleotídeo de timina trifosfato Dimetilformamida Dimetilssulfóxido Duplo tripleto Excesso diastereoisomérico Ácido etilenodiaminatetraacético Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay Espectrometria de massas Grupo etila Estado de transição Impacto Eletrônico Espectrometria de massas “Heteronuclear Chemical Shift Correlation” “Heteronuclear Multiple Bond Correlation” Hexametilfosforamida “Heteronuclear Multiple-Quantum Coherence” Cromatografia líquida de alta performance É a concentração capaz de inibir 50% a atividade Espectroscopia de infravermelho Grupo isopropila Constante de acoplamento Diisopropilamideto de lítio Multipleto Grupo metila Microondas Grupo metanossulfonila i UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva m/z NaHMDS Tf p.f. Ph Piv PMA ppm q RMN de 13C RMN de 1H s SDS sext t td t.a. TBS TCA TFA THF TMS TR Ts UV Razão massa/carga Hexametildisilazida de sódio (NaN(Si(CH3)3)2) Grupo triflato Ponto de fusão Grupo fenila Grupo pivaloíla Ácido fosfomolíbdico Parte por milhão Quarteto Ressonância magnética nuclear de carbono 13 Ressonância magnética nuclear de hidrogênio Singleto Dodecil sulfonato de sódio Sexteto Tripleto Triplo dubleto Temperatura ambiente Grupo tert-butildimetilsilila Ácido tricloroacético Ácido trifluoracético Tetraidrofurano Tetrametilsilano ou grupo trimetilsilila Transcriptase reversa Grupo p-toluenossulfonila Ultravioleta ii UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva RESUMO No presente trabalho o objetivo principal foi desenvolver metodologias para a preparação de β-aminoésteres e triazóis glicoconjugados a partir de β-cetoésteres, utilizando-se carboidratos como auxiliares de quiralidade. Obteve-se 84 (oitenta e quatro) substâncias, 50 (cinqüenta) destas inéditas. Foram desenvolvidas três novas metodologias sintéticas sendo que duas destas foram utilizadas para preparar βcetoésteres como R2OC=OCH2-COOR1, nos quais R1 é um grupo derivado de um carboidrato da série D como os acetonídeos da ribose, galactose, glicose, alose, frutose, xilose e o α-metil glicosídeo da glicose e R2 é um grupo fenil ou metil. As reações envolveram transesterificações entre álcoois derivados de carboidratos e β-cetoésteres etílicos empregando-se as argilas naturais esmectita, atapulgita e vermiculita, como catalisadores sólidos, usando-se aquecimento convencional ou irradiação por microondas. Todas as substâncias foram obtidas com bons rendimentos tanto nas reações sob aquecimento convencional quanto naquelas aceleradas por microondas. Comprovou-se também que as três diferentes argilas utilizadas mantinham sua eficiência quando recuperadas e reutilizadas. As reações promovidas pela irradiação por microondas foram realizadas empregando-se um forno de microondas doméstico adaptado com condensador de refluxo e um tubo de vidro em forma de “U” para o controle da quantidade de radiação a ser absorvida pelo sistema. Outra metodologia sintética estudada foi a reação de obtenção de βenaminoésteres derivados de carboidratos como de R2C-NH(Bn)=CH-COOR1, nos quais R1 é um grupo derivado de carboidratos e R2 é o grupo fenil ou metil, realizada em um único pote reacional, reagindo-se álcoois derivados de carboidratos (R1OH) e βcetoésteres etílicos (R2COCH2CO2Et), empregando-se as argilas naturais esmectita, atapulgita e vermiculita, como catalisadores sólidos. Todas as substâncias foram obtidas em bons rendimentos. Foram também estudadas condições de reação para a obtenção de β-iminoésteres do tipo R2C=N(Bn)CH2-COOR1. Para a ampliação do uso sintético dos β-enaminoésteres quirais derivados dos carboidratos citados anteriormente foram estudadas condições reacionais para sua redução quimio e diastereosseletiva usando-se como redutor o NaBH4 em meio de ácido carboxílico. Os β-aminoesteres quirais R2C-NH(Bn)CH2-COOR1, nos quais R1 é um grupo carboidrato e R2 é um grupo fenil ou metil, foram isolados com rendimentos iii UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva muito bons. Os excessos diastereoisoméricos obtidos não foram considerados satisfatórios. O melhor excesso ocorreu na redução do β-enaminoéster derivado do diacetonídeo da D-frutose quando se empregou NaBH(OAc)3 como agente redutor. Outras tentativas de redução tais como o aumento do volume espacial do agente de redução, como ocorre empregando-se NaBH(OBz)3, a aproximação do auxiliar quiral do carbono onde ocorrerá a redução e a troca do grupo metila pelo grupo fenila na posição γ à carbonila não aumentaram a diastereosseleção da redução, levando-nos a acreditar que a razão de diastereosseletividade da reação depende do auxiliar de quiralidade. Dando prosseguimento ao uso dos β-enaminoésteres quirais derivados de carboidratos já obtidos neste trabalho na síntese orgânica, foi estudada uma rota sintética para a obtenção de derivados 1,2,3-triazólicos glicoconjugados tendo como unidade carboidrato acetonídeos da ribose, galactose, glicose, frutose e alose ou mesmo estes carboidratos livres. Estes novos compostos triazólicos foram obtidos em bons rendimentos. A metodologia empregada nessas reações foi a de ciclização [2N+1N], usando-se a mesilazida como reagente de transferência de grupo diazo, seguindo-se de ciclização intramolecular. A reação de desproteção das hidroxilas da unidade carboidrato destes compostos foi realizada em meio ácido, gerando triazóis contendo a unidade carboidrato na sua forma livre, em rendimentos quantitativos. Esses dois tipos de triazóis foram submetidos à avaliação farmacológica primária, in vitro, quanto à sua atividade inibitória da enzima transcriptase reversa do vírus HIV-1 (50 μM). O índice CC50 também foi determinado. Para as substâncias mais ativas foram realizadas as determinações de seus valores de IC50. Os derivados triazólicos dos acetonídeos da ribose, glicose e xilose apresentaram uma expressiva atividade inibitória: 63,6%, 64,7% e 65,4%, respectivamente, tendo o AZT como padrão. iv UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva ABSTRACT The aim of this work was the development of new methodologies for preparing β-aminoesters and glicoconjugated 1,2,3-triazoles from β-ketoesters, using carbohydrates as chiral auxiliaries, which resulted in the synthesis of 84 compounds. Among them, 50 are unknown products. Three new methodologies were developed, two of them related to the synthesis of β-ketoesters R2OC=OCH2-COOR1, R1 being carbohydrate derivatives of the D series, such as ribose, galactose, fructose, alose, glucose, xylose acetonides; α-methylglucoside derivatives and R2 is a phenyl or a methyl group. These methodologies involve transesterification reactions between alcohol carbohydrate derivatives and ethyl β-ketoesters, using natural clays such as smectite, atapulgite and vermiculite as a solid catalyst, under heating or acceleration by microwaves. All of β-ketoesters were produced in good yields under conventional heating or when accelerated by microwaves. The three different clays used allowed us to prove the maintenance of their efficiency after recovering and reusing. The reactions promoted by microwave irradiation were carried out by using a domestic microwave oven which was adapted with a reflux condenser and a glass tube in a “U” form in order to control the radiation quantity absorbed by the system. The other synthetic methodology studied was the preparation in a one-pot reaction of β-enaminoester carbohydrate derivatives R2C-NH(Bn)=CH-COOR1, in which R1 is a carbohydrate moiety and R2 is phenyl or methyl group), by reaction between an alcohol derived from carbohydrates (R1OH) and ethyl β-ketoesters (R2COCH2CO2Et) using natural clays such as smectite, atapulgite and vermiculite as a solid catalyst. All of the substances were obtained in good yields. In addition, the reaction conditions to prepare β-iminoesters such as R2C=N(Bn)CH2-COOR1 were studied. In order to explore the synthetic use of the chiral β-enaminoesters carbohydrate derivatives mentioned above, there were studied the reaction conditions for their chemo and diastereoselective reduction employing NaBH4 as a reducing agent in the presence of a carboxylic acid. The chiral β-aminoesters R2C-NH(Bn)CH2-COOR1, in which R1 is a carbohydrate moiety and R2 is a phenyl or methyl group were prepared in very good yields. The diasteroisomeric excess obtained had not been considered good. The best one was produced by the reduction of the β-enaminoester derived from D-fructose v UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva diacetonide, using NaBH(OAc)3 as the reducing agent. Others experiments such as the increasing of the steric size of the reducing agent, such as in NaBH(OBz)3; the approachment of the chiral auxiliary to the carbon to be reduced and s the substitution of the methyl group by a phenyl group in γ position related to the carbonyl group were done and did not increase the diastereoselection, leading us to believe that the diastereoselectivity ratio depends on structural features of the chiral auxiliary. In continuity, the chiral β-enaminoester carbohydrate derivatives mentioned before were used in a synthetic route to study the obtain of glicoconjugated 1,2,3triazoles containing the carbohydrate unity ribose, galactose, fructose, alose, glucose, xylose acetonides or carbohydrates in their native form. These new substances were produced in good yields. The methodology employed in these reactions was a [2N + 1N] cyclization reaction, using mesylazide as the diazo transfer group, followed by intramolecular cyclization. The deprotection reaction of the hydroxyl groups of the carbohydrate unity was done in acid conditions to produce the corresponding glicoconjugated 1,2,3-traizoles in excellent yields. These two kinds of glicoconjugated 1,2,3-triazoles had been submitted to a prime pharmacological evaluation of in vitro inhibition of the activity of HIV-1 reverse transcriptase enzyme (50 μM). The CC50 index was also determinate. For the more promising compounds, the IC50 had been stablished. The triazoles containing ribose, glucose and xylose acetonides as the carbohydrate moiety showed significant inhibitory activities (50 μM): 63.6%, 64.7% and 65.4% respectively, compared with AZT as standard. vi UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva PREFÁCIO A presente tese de doutoramento estuda de uma forma abrangente, o desenvolvimento de metodologias para a preparação de β-aminoésteres e triazóis a partir de β-cetoésteres, utilizando carboidratos como auxiliar de quiralidade e triazóis glicoconjugados, respectivamente. Uma vez que este trabalho envolve a participação de carboidratos em todas as sínteses, decidiu-se apresentar na Introdução Geral um breve texto sobre a importância desses compostos, nas mais diversas áreas. Nesta introdução é feito um histórico sucinto sobre os carboidratos, que representa uma classe de substâncias bastante explorada pelo nosso grupo de pesquisa. Apresenta ainda, uma discussão sobre a aplicação destes compostos em síntese assimétrica principalmente como auxiliares quirais em reações de alquilação assimétrica, pericíclicas estereosseletiva (Diels-Alder e cicloadição 1,3dipolar), dentre outras assim como a discussão dos respectivos estados de transição elucidando as origens das estereosseletividades. Na segunda parte, estão apresentados os Objetivos (Gerais e Específicos) e as Justificativas deste trabalho seguido das Metodologias utilizadas para alcançar estes objetivos. A terceira parte da tese traz a discussão dos resultados obtidos, apresentando inicialmente as sínteses relacionadas à busca de uma nova metodologia para a obtenção de β-cetoésteres derivados de carboidratos. Após, é apresentado um novo método para obtenção de β-enaminoésteres quirais em um único pote reacional a partir de álcoois derivados de carboidratos e a partir da sua redução foram obtidos β-aminoésteres quirais em uma avaliação dos carboidratos como auxiliares de quiralidade. Em seguida, aproveitando a diversidade sintética dos β-enaminoésteres previamente obtidos foram sintetizados derivados 1,2,3-triazólicos glicoconjugados derivados de carboidratos na sua forma livre ou derivatizados como acetonídeos. As conclusões e as perspectivas deste trabalho estão discriminadas na parte seis da tese, sendo, em seguida apresentada na Parte Experimental. Ao final desta tese encontram-se as cópias dos artigos publicados no decorrer da realização do curso de Doutorado, a listagem dos trabalhos apresentados em Congressos e ainda outros tipos de publicações. vii UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Os espectros referentes às análises na região do Infravermelho e por 1 13 Ressonância Magnética de H e C em 1D e 2D, encontram-se gravados em CD-ROM em arquivos com extensão do tipo .pdf, anexado ao volume da tese, e estão organizados em arquivos de acordo com a numeração das substâncias no texto da tese. É fornecido também, uma cópia do programa Adobe Acrobat Reader 7.0 para a visualização dos arquivos em .pdf. As referências bibliográficas e notas estão citadas sob forma de nota de rodapé, visando facilitar o acesso às mesmas. viii UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva RESUMO GRÁFICO O R2*OH R1 10-15 94-96 Bn Tolueno, refluxo, argila, 48h O + OEt 10, R2 = a 11, R2 = b O Bn N N N Bn N N N TFA/H2O OR2* 48h, t.a. OR3* O O 104a-g R2 = a-g *R2 1) TsCl, piridina, t.a., 24h NH O O O O O c O O OEt O O O OO O a O O OCH3 O OBn O O O g O O h O 101a, R2 = a 101b, R2 = b O b NH CH3CN 101a, R2 = a 101b, R2 = b O O O O *R2 NaBH4, HOAc OEt 2) NaN3, DMF, 110 C 3) PPh3, THF, H2O, Refluxo, 24 h 4) 97, Argila, 48h, t.a. OCH3 105a-g R2 = a-g O o O R2= OR2* 102a-q, R1 = CH3 ou Ph R2 = a-i MsN3 NaH CH3CN t.a., 48h 99a-q, R1 = CH3 ou Ph R2 = a-i R2*OH NH O R1 CH3CN 100a-q, R1 = CH3 ou Ph R2 = a-i OR2* R1 NaBH4, RCO2H OR2* Argila Tolueno Reluxo Δ ou M.O. O Bn O R1 depois BnNH2, t.a., 24h 97, R1=CH3 98, R1=Ph NH O O O O O d BnO HO BnO O O Bn O e O OCH3 i f OH O a R3= OH O OH HO OH b OH OH OH OH O OH HO HO d c HO O OH HO OH e OH OH OH OH OH O O HO f OH O OBn g OH OH ix Introdução UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 1. Introdução 1.1. Carboidrato Carboidrato ou sacarídeo (Latin saccharum = açúcar) pode ser definido como a classe de substância contendo os grupos funcionais aldeído ou cetona numa cadeia poliidroxilada. Esta classe de substâncias representa as biomoléculas mais abundantes na Terra. Através do processo de fotossíntese, a cada ano são convertidos mais de 100 bilhões de m3 de CO2 e H2O em celulose e em outros produtos de plantas 1,2. Conforme definição aceita pela IUPAC 3 este termo genérico inclui monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos, assim como substâncias derivadas dos monossacarídeos por redução do grupo carbonílico e oxidação de uma ou mais hidroxilas. Atualmente o emprego foi ampliado e inclui também substâncias que, por exemplo, possuam a hidroxila substituída por hidrogênio, grupamentos amino, tiol e ainda que possuam outros heteroátomos. Os monossacarídeos são monômeros – unidades simples sem conexão glicosídica – a partir das quais carboidratos mais complexos são constituídos. Aqueles que possuem grupamentos aldeídicos são chamados de aldoses e os que possuem grupamentos cetônicos são chamados de cetoses. Os carboidratos também são chamados, em uma nomenclatura vulgar, de açúcares. Estes existem difundidos em toda natureza; eles ocorrem em todos os seres vivos e são essenciais para a vida3. Alguns existem praticamente puros, tais como a sacarose, o amido e a celulose, sendo que este último é encontrado no algodão e na madeira. Carboidratos modificados fazem parte, principalmente, das membranas celulares e do DNA que é a biomolécula que carrega as importantes informações genéticas nas células. Carboidratos poliméricos mais complexos, ligados covalentemente a proteínas e lipídios (glicoconjugados), atuam como sinalizadores da localização intracelular ou o destino de um metabólito 4. 1. Lichtenthaler, F. W.; “Carbohydrates”; Ullmann’s Encyclopedia of Industrial Chemistry; Vol. 1; 6th Ed.; 2002. 2. Lichtenthaler, F. W.; “Unsaturated O- and N-heterocycles from carbohydrate feedstocks”; Acc. Chem. Res.; 2002; 35 (9); 728-737. 3. McNaught, A. D.; “Nomenclature of carbohydrate (IUPAC Recommendation 1996)”; Pure & Appl. Chem.; 1996; 68 (10); 1919-2008. 4. a) Ferrier, R. J.; Collins, P.M.; “Monosaccharide chemistry”; Penguin Books; Australia, 1972. b) Collins, P. M.; Ferrier, R. J.; “Monosaccharides Their Chemistry and Their Roles in Natural Products”; John Wiley & Sons; Chichester; 1995. 1 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Apesar dos carboidratos estarem relacionados a diversas funções na bioquímica dos seres vivos, esta classe de substâncias tem sido largamente estudada também pelos químicos orgânicos. Na química orgânica, procura-se entender os seus diversos aspectos tais como, reações químicas, estereoquímica, mecanismos das suas reações, seu aproveitamento em síntese orgânica e em métodos de análise 5,6. A palavra carboidrato foi introduzida na literatura por A. Dumas (1800 - 1884) em 1843, que determinou a fórmula mínima CH2O para do D-glicose (1), que foi o primeiro carboidrato a ser purificado e ter suas configurações relativa e absoluta determinadas. A fórmula molecular da glicose (1) é C6H12O6. Também é usada a representação C6(H2O)6, resultando desta o termo carboidrato ou hidrato de carbono. Em 1866, Friedrich August Kekulé von Stradonitz (1829-1896) propôs o nome dextrose para a glicose uma vez que a mesma era destrorrotatória. Em termos de volume de produção industrial mundial, os carboidratos ficam atrás apenas dos óleos vegetais. Cerca de 95% da biomassa produzida na natureza, aproximadamente 200 bilhões de toneladas é formada por carboidratos. Apesar desta enorme quantidade de matéria orgânica biossintetizada, apenas 3% é utilizada pelo homem. O restante se decompõe e é reciclado pela própria natureza2. Na utilização industrial, excluindo a alimentação, essa percentagem cai muito mais e seu uso é restrito a alguns mono e dissacarídeos de baixo peso molecular 7. A D-ribose (2) é a pentose mais abundante na natureza e é essencial para os ácidos nucléicos. As hexoses D-glicose (1), D-galactose (3), D-frutose (4), o dissacarídeo D-sacarose (5), a rafinose (trissacarídeo) e a celulose (polissacarídeo) são os carboidratos mais abundantes na natureza. A D-xilose (6) e a D-alose (7) são mais raras. Os carboidratos são extremamente atrativos como matéria-prima na indústria química pela sua disponibilidade em grande quantidade, o que diminui consideravelmente o seu custo; por serem substâncias enantiomericamente puras com configuração absoluta conhecida e de características funcionais, estereoquímicas e conformacionais peculiares e oriundas de tecnologia renovável, logo ecologicamente mais adequadas; por 5. David, S.; “The molecular and supramolecular chemistry of carbohydrate”; Oxford University Press; Oxford; 1997. 6. - Dietrich, S. M. C.; Ribeiro, R. T. L. F.; Chu, E. P.; Buckeridge, M. S.; “O açúcar das plantas”; Ciência Hoje; 1988; 7 (39); 42-48. 7. Pinheiro, S.; Ferreira, V. F.; “Abordagens em síntese assimétrica”; Quim. Nova; 1998; 21 (3); 312-318. 2 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva apresentarem cadeia poliidroxilada com vários centros quirais; e pela possibilidade de manipulação seletiva das hidroxilas por métodos químicos ou bioquímicos 8. Estas características asseguram, por exemplo, que catalisadores com carboidratos como estruturas poderão ter um alto grau de regio e estereosseletividade em reações de formação de novas ligações, o que dificilmente ocorre com outras classes de catalisadores. Na figura 1 encontram-se destacados alguns carboidratos. Dentre estes, a Dglicose (1), D-frutose (4) e a D-sacarose (5) podem ser discriminados como os representantes mais importantes com contribuições na química envolvendo o desenvolvimento de novas tecnologias, novas rotas sintéticas, seu emprego em estudos de auxiliares de quiralidade e a manipulação química desses auxiliares quirais em síntese assimétrica 9. OH HO HO O HO OH OH OH D-glicose (1) OH O OH OH OH HO OH OH OH OH D-galactose (3) D-ribose (2) O HO O OH OH D-frutose (4) OH HOHO O OH HO O HO OH OH O HO HO OH D-sacarose (5) O O HO OH OH D-xilose (6) OH OH OH D-alose (7) Figura 1: Exemplos de carboidratos abundantes na natureza e com expressivo significado econômico Nos últimos anos, vem se notando uma crescente preocupação e interesse na produção de fármacos enantiomericamente puros, uma vez que, freqüentemente, apenas 8. Bols, M.; “Carbohydrate building blocks”; John Wiley & Sons, Inc.; New York; 1996. 9. Ferreira, V. F.; “Carboidratos abundantes em síntese orgânica”; Química Nova, 1995, 18 (3), 267-273. 3 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva um dos enantiômeros de fármacos quirais possui a atividade biológica desejada10. Isto tem levado a um aumento do uso de monossacarídeos como substratos quirais, catalisadores quirais, matéria-prima para preparação de pequenos blocos quirais 11, ligantes quirais 12, indutores de quiralidade e auxiliares quirais13. Sem dúvida nenhuma os carboidratos têm suas maiores aplicações em síntese assimétrica como substrato quiral. Além disto, pode-se afirmar que a D-Glicose (1) é o carboidrato mais utilizado nesta área da síntese assimétrica 14. 1.2. Tecnologia Quiral A preparação de substâncias quirais de forma enantiomericamente pura, que já representou apenas um desafio intelectual, tornou-se, nas últimas décadas, uma necessidade prática, derivada da dependência entre a configuração absoluta das substâncias orgânicas e sua atividade biológica. São muitos os exemplos de produtos das indústrias farmacêutica e de defensivos agrícolas nas quais a atividade biológica desejável está fortemente relacionada a uma determinada configuração absoluta. A tecnologia quiral envolve basicamente um conjunto de técnicas disponíveis voltadas para a obtenção e controle analítico de substâncias enantiomericamente puras, 10. a) Ferreira, V. F.; Barreiro, E. J.; Costa, P. R. R.; “Substâncias Enantiomericamente Puras (SEP): A Questão dos Fármacos Quirais”; Quim. Nova; 1997; 20 (6); 647-656. b) Cossy, J.; BouzBouz, S.; Pradaux, F.; Willis, C.; Bellosta, V.; “Chiral titanium complexes. Synthesis of optically active unsaturated alcohols, diols, polypropionates and their use in the synthesis of biologically active compounds”; Synlett; 2002; (10); 1595-1606. 11. de Souza, M. C. B. V.; da Silva, M. N.; Ferreira, V. F.; “A two-step preparation of a new C-4 chiral building block derivative of D-erythronic acid”; Synlett; 1998; (12); 1339-1340. 12. a) Imhof, W.; Göbel, A.; Schweda, L.; Görls, H.; “Synthesis and characterization of chiral iron carbonyl complexes from imine ligands with carbohydrates and amino acids as substituents”; Polyhedron; 2005; 24 (18); 3082-3090. b) Borriello, C.; Del Litto, R.; Panunzi, A.; Ruffo, F.; “Mn(III) complexes of chiral 'salen' type ligands derived from carbohydrates in the asymmetric epoxidation of styrenes”, Tetrahedron: Asymmetry; 2004; 15 (4); 681-686. c) Guimet, E.; Diéguez, M.; Ruiz, A.; Claver, C.; “Thioether-phosphinite and diphosphinite ligands derived from D-xylose for the copper-catalyzed asymmetric 1,4-addition to 2-cyclohexenone”; Tetrahedron: Asymmetry; 2005; 16 (12); 2161-2165. d) Shen, Y. -M.; Wang, B.; Shi, Y.; “Enantioselective Synthesis of 2-Aryl Cyclopentanones by Asymmetric Epoxidation and Epoxide Rearrangement”; Angew. Chem. Int. Ed.; 2006; 45 (9); 1429-1432. 13. Totani, K.; Takao, K.; Tadano, K.; “Sugar as a tool for asymmetric synthesis: some effective approaches”; Synlett; 2004; (12); 2066-2080. 14. a) Hanessian, S.; “Total Synthesis of Natural Products: The ‘Chiron’ Approach”; Pergamon Press; Oxford; 1983. b) Hanessian, S.; “Preparative Carbohydrate Chemistry-A Selection of Themes and Methods”; Marcel Dekker Inc.; New York; 1996. b) Dieguez, M.; Pamies, O.; Ruiz, A.; Diaz, Y.; Castillon, S.; Claver, C.; “Carbohydrate derivative ligands in asymmetric catalysis”; Coord. Chem. Rev.; 2004; 248 (21-24); 2165-2192. c) Meng, X. Q.; Zhang, W. H.; Liu, Y. H.; Feng, Y. Q.; “Advances of Dglucose derivatives in asymmetric catalytic reactions”; Chinese J. Org. Chem.; 2006; 26 (6); 793-802. 4 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva em escala piloto ou laboratorial. Existem cinco estratégias sintéticas básicas para a geração de centros quirais de forma estereocontrolada e que fazem uso de substrato quiral (“chiron approach”), biocatalisadores, catalisadores quirais, auxiliares quirais e reagentes quirais (base quiral, eletrófilo quiral, etc.). Como substratos quirais, normalmente são empregados produtos naturais tais como carboidratos, terpenos, aminoácidos ou alcalóides dentre outros 15. O emprego de catalisadores quirais é a estratégia mais difundida na indústria, sendo a catálise homogênea muito utilizada, principalmente em reações de hidrogenação16,17. No entanto, o uso dos auxiliares quirais ainda continua atual e em muitos casos supera outras metodologias 18, sendo a desvantagem mais aparente do seu emprego o fato de envolver pelo menos duas etapas de síntese a mais uma vez que o grupo quiral transfere quiralidade para a molécula desejada, estando ligado apenas transitoriamente à estrutura a ser preparada. Comparando-se outros produtos naturais com os carboidratos como pentofuranoses e hexofuranoses, nota-se que estes têm sido pouco estudados na síntese assimétrica, apesar de estarem disponíveis para uso na forma de vários estereoisômeros. Os carboidratos são importantes blocos de construção quiral na síntese orgânica, especialmente na síntese de produtos naturais 19. São também considerados uma importante ferramenta para a síntese assimétrica, uma vez que a unidade quiral evidencia uma excelente possibilidade para o reconhecimento molecular, como 15. a) Katsuki, T.; Sharpless, K. B.; “The first practical method for asymmetric epoxidation”; J. Am. Chem. Soc.; 1980; 102 (18); 5974-5976. b) Sharpless, K. B.; Amberg, W.; Beller, M.; Chen, H.; Hartung, J.; Kawanami, Y.; Lubben, D.; Manoury, E.; Ogino, Y.; Shibata, T.; Ukita, T.; “New ligands double the scope of the catalytic asymmetric dihydroxylation of olefins”; J. Org. Chem.; 1991; 56 (15); 4585-4588. c) Evans, D. A.; Bartroli, J.; Shin, T. L.; “Enantioselective aldol condensations. 2. Erythro-selective chiral aldol condensations via boron enolates”; J. Am. Chem. Soc.; 1981; 103 (8); 2127-2129. d) Evans, D. A.; Ennis, M. D.; Mathre, D. J.; “Asymmetric alkylation reactions of chiral imide enolates. A practical approach to the enantioselective synthesis of .alpha.-substituted carboxylic acid derivatives”; J. Am. Chem. Soc.; 1982; 104 (6); 1737-1739. e) Evans, D. A.; Britton, T. C.; Ellman, J. A.; Dorow, R. L.; “The asymmetric synthesis of .alpha.-amino acids. Electrophilic azidation of chiral imide enolates, a practical approach to the synthesis of (R)- and (S)-alpha-azido carboxylic acids”; J. Am. Chem. Soc.; 1990; 112 (10); 4011-4030. f) Groaning, M. D.; Meyers, A. I.; “Chiral non-racemic bicyclic lactams. Auxiliarybased asymmetric reactions”; Tetrahedron; 2000; 56 (51); 9843-9873. g) Enders, D.; Klatt, M.; “Asymmetric synthesis with (S)-2-methoxymethylpyrrolidine (SMP) - A pioneer auxiliary”; Synthesis; 1996; (12); 1403-1418. 16. Zassinovich, G., Mestrani, G.; Gladiali, S.; “Asymmetric hydrogen transfer-reactions promoted by homogeneous transition-metal catalysts”; Chem. Rev.; 1992; 92 (5); 1051-1069. 17. Desimoni, G.; Faita, G.; Quadrelli, P.; “Pyridine-2,6-bis(oxazolines), helpful ligands for asymmetric catalysts”; Chem. Rev.; 2003; 103 (8); 3119-3154. 18. Gnas, Y.; Glorius, F.; “Chiral Auxiliaries – Principles and Recent Applications”; Synthesis; 2006; (12); 1899-1930. 19. Hollingsworth, R. I.; Wang, G.; “Toward a carbohydrate-based chemistry: Progress in the development of general-purpose chiral synthons from carbohydrates ”; Chem. Rev.; 2000; 100 (12); 42674282. 5 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva exemplificado pelo fato de que as glicoproteínas e os oligossacarídeos participam na modulação da função biológica 20. 1.3. Carboidratos em Síntese Assimétrica Reações assimétricas usando carboidratos como substratos quirais têm sido relatadas por vários grupos de pesquisa 21,22. Estruturalmente, as unidades de carboidratos utilizadas em síntese assimétrica estão subdivididas em piranoses (anéis de 6 membros) e furanoses (anéis de 5 membros). Neste aspecto, recentemente nosso grupo de pesquisa avaliou, pela primeira vez, um série de acetonídeos de carboidratos mono- ou diidroxilados (10-18) como ligantes quirais em reações de Reformatsky assimétrica 23. Esses ligantes foram avaliados na reação entre benzaldeído e bromoacetato de etila com zinco metálico, e em THF sob refluxo, gerando o éster quiral 9. Os ligantes diidroxilados derivados do D-manitol forneceram o aduto com melhor excesso diastereoisomérico para a reação de formação do 3-hidroxi-3-fenilpropanoato de etila indicando que a capacidade de complexação do ligante no estado de transição é um importante fator na enantiosseletividade, provavelmente devido ao impedimento estérico proveniente da porção do açúcar (Esquema 1). 20. Dwek, R. A.; “Glycobiology: toward understanding the function of sugars”; Chem. Rev.; 1996; 96 (2); 683-720. 21. Cintas, P.; “Asymmetric-synthesis of α-amino-acids from carbohydrates as chiral templates”; Tetrahedron; 1991; 47 (32); 6079-6111. 22. Hultin, P. G.; Earle, M. A.; Sudharshan, M.; “Synthetic studies with carbohydrate-derived chiral auxiliaries”; 1997; 53 (44); 14823-14870. 23. Ribeiro, C. M. R.; Santos, E. S.; Jardim, A. H. O.; Maia, M. P.; da Silva, F. C.; Moreira, A. P. D.; Ferreira, V. F.; “Asymmetric Reformatsky reaction: application of mono- and dihydroxy carbohydrate derivatives as chiral ligands”; Tetrahedron: Asymmetry; 2002; 13 (16); 1703-1706. 6 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva O OH 8a (Zn, BrCH2CO2Et) H CO2Et L*, THF, refluxo 8 HO OCH3 O 10 O 9 O O O HO O O O OH O O O O O O OH O O O O O OH O O 13 O 11 O 14 12 L* = O O O O OH O OH O O O OH O O HO O 16 O O OH O 17 15 O OH 18 Esquema 1: Reação de Reformatsky assimétrica utilizando acetonídeos de carboidratos (10-18) como ligantes quirais Com o intuito de se investigar se a habilidade de complexação dos ligantes estava relacionada com o excesso diastereoisomérico do produto, foram realizadas várias reações usando-se os ligantes 17 e 18 em diferentes razões molares. Conforme ilustrado na tabela 1, a quantidade do ligante é um importante fator no controle da estereosseletividade. Tabela 1: Reações enantiosseletiva de Reformatsky de benzaldeído catalisada por 10-18 Ligante (L*) Razão molar (8:8a:L*) Tempo (h) Rendimento (%) % e.e. 9 (configuração) 10 1:3:1 3,0 42 0 11 1:3:1 2,0 53 4 (R) 12 1:3:1 2,5 56 10 (S) 13 1:3:1 2,5 46 3 (S) 14 1:3:1 3,0 52 19 (S) 15 1:3:1 3,0 47 18 (R) 16 1:3:1 3,0 60 <3 (R) 17 1:3:1 2,0 58 30 (R) 18 1:3:1 3,0 60 20 (R) 14 1:3:0,5 3,0 45 <3 (S) 14 1:3:2 3,0 45 22 (S) 14 1:3:3 2,5 10 24 (S) 14 1:2:2 2,5 20 9 (S) 17 1:3:0,5 3,0 50 8 (R) 17 1:3:2 3,0 52 30 (R) 17 1:3:3 3,0 48 30 (R) 7 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Dentre as glicofuranoses, o diacetonídeo da glicose (12, DAG) é um dos derivados de carboidratos mais utilizados em síntese assimétrica. Neste aspecto, Kakinuma e colaboradores empregaram o DAG (12) em diversas reações como, por exemplo, mostrado no esquema 2 que ilustra o rearranjo térmico de Overman, uma versão aza de um rearranjo [3,3]-sigmatrópico, na qual os grupos propenil e tricloroacetamida em C-3 do glicofuranosídeo sofrem rearranjo gerando o derivado alanina N-substituído 22 em altos excessos enantioméricos 24. O O O H O O R2 HN O Refluxo O R1 O O Xileno, 36h O R2 O Cl3COCHN CCl3 R1 21, >98% 20 O O O RuCl3, NaIO4 O O O 19 HOOC H2N R2 R1 23 HCl HOOC Cl3COCHN R2 R1 22, 36% 88% ee (R1=CH3, R2=H) >98% ee (R1=H, R2=CH3) Esquema 2: Rearranjo estereosseletivo de Overman utilizando a glicofuranose (19) como auxiliar de quiralidade 24. a) Kakinuma, K.; Koudate, T.; Li, H.-Y.; Eguchi, T.; “Enantiocontrol by intrinsic antiparallel double repulsion on diacetone-D-glucose template - enantioselective synthesis of alanine and chirally deuterated glycine”; Tetrahedron Lett.; 1991; 32 (41); 5801-5804. b) Kakinuma, K.; Matsuzawa, T.; Eguchi, T.; “Diacetone glucose architecture as a chirality template. Crucial effects of the intramolecular oxygens upon the LiAlH4 reduction of the propargyl alcohol of 3-C-ethynyl-1,2-5,6-di-O-isopropylidene-alpha-Dallofuranose derivatives”; Tetrahedron; 1991; 47 (34); 6975-6982. c) Kakinuma, K.; Iihama, Y.; Takagi, I.; Ozawa, K.; Yamauchi, N.; Imamura, N.; Esumi, Y.; Uramoto, M.; “Diacetone glucose architecture as a chirality template. Versatile synthon for the chiral deuterium labeling and synthesis of all diastereoisomers of chirally monodeuterated glycerol”; Tetrahedron; 1992; 48 (18); 3763-3774. d) Kakinuma, K.; Terasawa, H.; Li, H. Y.; Miyazaki, K.; Oshima, T.; “Enantioselective synthesis of (2R,3S)-3-alkylmalic acids, competent substrates for 3-isopropylmalate dehydrogenase”; Biosci., Biotechnol., Biochem.; 1993; 57 (11); 1916-1923. e) Eguchi, T.; Koudate, T.; Kakinuma, K.; “The overman rearrangement on a diacetone-D-glucose template - kinetic and theoretical-studies on the chirality transcription”; Tetrahedron; 1993; 49 (21); 4527-4540. f) Kishida, M.; Yamauchi, N.; Sawada, K.; Ohashi, Y.; Eguchi, T.; Kakinuma, K.; “Diacetone-glucose architecture as a chirality template. Enantioselective synthesis of (R)-mevalonolactone and (R)-[H-2(9)]mevalonolactone on carbohydrate template”; J. Chem. Soc., Perkin Trans. 1; 1997; (6); 891-895. 8 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Kunz e colaboradores estudaram principalmente o uso da posição anomérica (C1) como fonte de indução de quiralidade 25. A estereosseletividade da reação de Strecker visando à preparação de α-aminoácidos foi explorada usando-se diversos derivados tetra-O-pivaloil-β-D-galactosilimina (24), gerando os produtos de adição de cianeto βpirânicos 25 com configuração R majoritariamente, e com excessos diastereioisoméricos R:S variando de excelentes (100:0) a bons (6,5:1), como mostra o esquema 3 26. PivO PivO PivO OPiv O N OPiv (CH3)3SiCN R O O ZnCl 2 CN OPiv O O N PivO R O PivO OPiv H N OPiv HCOOH 25a-i Cl R O CN R Zn 24a-i Cl HCl O H3N COOH R 26a-i, quantitaivo H R Solvente Catalisador (mol%) p-MeC6H4 p-MeC6H4 p-NO2C6H4 p-NO2C6H4 p-FC6H4 p-FC6H4 p-ClC6H4 i-Pr t-Bu 2-propanol THF 2-propanol THF 2-propanol THF THF THF THF ZnCl2 (100%) SnCl4 (130%) ZnCl2 (5%) SnCl4 (130%) ZnCl2 (5%) SnCl4 (130%) SnCl4 (130%) SnCl4 (130%) SnCl4 (130%) T (oC) Tempo (h) Diastereosseletividade (αR)-14:(αS)-14 Anômero α Rendimento (%) 0 -78 a-30 20 -30 20 -78 a-30 -60 a-10 -78 a-10 -78 a-10 1 8 48 8 24 8 4 5 3 6,5:1 12:1 7:1 100:0 6,5:1 10:1 11:1 8:1 13:1 Traços Traços 5% Traços 5% Traços Traços Traços 78 87 80 91 75 84 84 74 86 Esquema 3: Síntese estereosseletiva de Strecker utilizando derivado amino-galactopiranosídico como auxiliar de quiralidade 25. a) Kunz, H.; Pfrengle, W. ; “Asymmetric-synthesis on carbohydrate templates - stereoselective Ugi synthesis of alpha-amino-acid derivatives”; J. Am. Chem. Soc.; 1988; 110 (2); 651-652. b) Kunz, H.; Pfrengle, W.; “Carbohydrates as chiral templates - asymmetric ugi-synthesis of alpha-amino-acids using galactosylamines as the chiral matrices”; Tetrahedron; 1988; 44 (17); 5487-5494. c) Kunz, H.; Sager, W.; Pfrengle, W.; Schanzenbach, D.; “Reversal of asymmetric induction in stereoselective Strecker synthesis on galactosyl amine as the chiral matrix”; Tetrahedron Lett.; 1988; 29 (35); 4397-4400. d) Kunz, H.; Pfrengle, W.; “Carbohydrates as chiral templates - stereoselective tandem Mannich-Michael reactions for the synthesis of piperidine alkaloids”; Angew. Chem., Int. Ed. Engl.; 1989; 28 (8); 1067-1068. e) Kunz, H.; Schanzenbach, D.; “Carbohydrates as chiral templates - stereoselective synthesis of beta-amino acids”; Angew. Chem., Int. Ed. Engl.; 1989; 28 (8); 1068-1069. f) Kunz, H.; Pfrengle, W.; Sager, W.; “Carbohydrates as chiral templates - diastereoselective Ugi synthesis of (S)-amino acids using O-acylated D-arabinopyranosylamine as the auxiliary”; Tetrahedron Lett.; 1989; 30 (31); 4109-4110. g) Pfrengle, W.; Kunz, H.; “Hetero-Diels-Alder reactions on a carbohydrate template - stereoselective synthesis of (S)-anabasin”; J. Org. Chem.; 1989; 54 (18); 4261-4263. 26. Kunz, H.; Sager, W.; “Diastereoselective Strecker synthesis of alpha-aminonitriles on carbohydrate templates”; Angew. Chem., Int. Ed. Engl.; 1987; 26 (6); 557-559. 9 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 1.3.1. Reações de alquilação assimétrica 1.3.1.1 Reações de adição 1,4 a ésteres α,β-insaturados Reações de adição 1,4 assimétricas encontram-se dentre as das mais proeminentes reações de formação de ligação C-C com geração de um novo centro quiral 27. Um grande número de auxiliares de quiralidade vêm sendo desenvolvidos para este tipo de reação 28,29. Reações de adição de Michael a ésteres crotonílicos quirais derivados dos acetonídeos da glicose 27a e frutose 27b foram bastante estudadas pelo nosso grupo de pesquisa 30. A melhor diastereosseletividade (e.d. = 60%) foi obtida para a adição conjugada de BuCuBF3 ao derivado crotonílico 27a em baixa temperatura (78oC) gerando o aduto R 28a (Esquema 4). 27. a) Totani, K.; Nagatsuka, T.; Takao, K.; Ohba, S.; Tadano, K.; “Highly stereoselective 1,4-conjugate addition of organocopper reagents to methyl alpha-D-glucopyranoside derivatives tethering an unsaturated ester moiety at C-4 or C-6”; Org. Lett.; 1999; 1 (9); 1447-1450. b) Totani, K.; Nagatsuka, T.; Yamaguchi, S.; Takao, K.; Ohba, S.; Tadano, K.; “Highly diastereoselective 1,4-addition of an organocuprate to methyl alpha-D-gluco-, alpha-D-manno-, or alpha-D-galactopyranosides tethering an alpha,beta-unsaturated ester. Novel asymmetric access to beta-C-substituted butanoic acids”; J. Org. Chem.; 2001; 66 (18); 5965-5975. 28. a) Tomioka, K.; Suenaga, T.; Koga, K.; “Asymmetric conjugate addition-reaction by the use of (S)gamma-trityloxymethyl-gamma-butyrolactam as a chiral auxiliary”; Tetrahedron Lett.; 1986; 27 (3); 369372. b) Oppolzer, W.; Kingma, A. J.; Poli, G.; “Asymmetric 1,4-additions of gilman reagents to alpha,beta-disubstituted (E)-enoylsultams enolate protonations”; Tetrahedron; 1989; 45 (2); 479-488. c) Amberg, W.; Seebach, D.; “(E,R,R)-5-Alkylidene-2-tert-butyl-6-methyl-1,3-dioxan-4-ones preparation from (R)-3-hydroxybutyric acid, cuprate additions, and hydrolyzes to 3-hydroxycarboxylic acids with chiral secondary alkyl substituents in the 2-position”; Chem. Ber.; 1990; 123 (12); 2413-2428. d) Enders, D.; Vazquez, J.; “Asymmetric synthesis of alpha-substituted beta-formyl delta-lactones via a Michael addition/alpha-alkylation protocol”; Synlett; 1999; (5); 629-631. 29. Rück, K.; Kunz, H.; “Stereoselective conjugate addition of organoaluminum chlorides to alpha,betaunsaturated carboxylic-acid derivatives”; Synthesis; 1993; (10); 1018-1028. 30. Pinheiro, S.; Pedraza, S. F.; Peralta, M. A.; Carvalho, E. M.; Farias, F. M. C.; Ferreira, V. F.; “1,2:5,6di-O-isopropylidene-alpha-D-glucofuranose and 2,3:4,5-di-O-isopropylidene-β-D-fructopyranose as chiral auxiliaries in Michael and aldol addition reactions”; J. Carbohydr. Chem.; 1998; 17 (6); 901-913. 10 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva BuCuBF3 (10 equiv.) O Bu O OR OR Et2O, N2 27 28 O O O O ou R= O O OO O a O b Crotonato Temperatura (oC) Aduto (Endo/Exo) Rendimento (%) 27a -20 28a 59 42 27a -78 28a 57 60 27b -20 28b 47 22 27b -78 28b 61 16 e.d. (%) Esquema 4: Adição de Michael a ésteres crotonílicos quirais derivados de carboidratos A estereosseletividade pode ser racionalizada a partir da conformação S-trans do crotonato 27a na qual a carbonila adota uma conformação syn-periplanar ao hidrogênio H-3’. Adicionalmente, a coordenação do cobre com o oxigênio na posição 5’ promove a adição conjugada principalmente pela face Si gerando o produto de adição R-28a. A baixa estereosseletividade observada para o éster 27b pode ser atribuída à mistura de confôrmeros na qual o grupo a carbonila é syn-periplanar ao hidrogênio H-1’ ou ao hidrogênio H-1”. Neste caso, o ataque nucleofílico ocorre em ambas as faces (Esquema 5). Bu O O O Cu O O O O F3B O O OO H1' O O H " 1 Cu Bu Face Si R-28a Face Si R-28b O BF3 O O OO H1' O OH " 1 O Cu Bu BF3 Face Re S-28b Esquema 5: Estados de transição para o ataque nucleofílico aos derivados 27a e 27b 11 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Mais recentemente, Totani e colaboradores31 estudaram a estereosseletividade da adição 1,4 de diferentes organocupratos de magnésio ao éster crotonil glicopiranosídeo 29 gerando o produto de adição pela face Re majoritariamente em relação ao carbono β, e ainda, a reação com compostos organolítios dos que se adicionam preferencialmente pela face Si (Esquema 6). R (a) O O O TBSO TBSO OCH3 O S-30 R R% e.d.% a Et 85 90 b t-Bu 58 86 c Ph 85 90 R-30 R R% e.d.% a Et 92 92 b t-Bu 95 96 c Ph 92 94 S-30a-c (Re) O O TBSO TBSO OCH3 29 R a) CuBr.(CH3)2S, RMgX, o THF-(CH3)2S (2:1), -78 C (b) O O O TBSO TBSO b) RLi, THF, -78 oC OCH3 R-30a-c (Si) Esquema 6: Adição 1,4 de organometálicos ao éster crotonil glicopiranosídeo 29 A razão da estereosseletividade pode ser visualizada através do esquema 7. No caso da adição de cupratos, o ácido complexa com um par de elétrons da carbonila forçando o éster crotonílico 29 a adquirir configuração s-trans. O volumoso grupo tbutila bloqueia uma das faces favorecendo o ataque do nucleófilo pela outra. Já no caso da adição de compostos organolitiados, não há quelação, existindo apenas o bloqueio de uma das faces. Assim, e o ataque em 29 ocorre na sua conformação S-cis, diferentemente do caso anterior. 31. Totani, K.; Asano, S.; Takao, K.; Tadano, K.; “Highly stereoselective alpha-alkylations, 1,4-additions, and one-pot 1,4-addition/alpha-methylations achieved on 4-O-acyl and 4-O-crotonyl derivatives of methyl 6-deoxy-2,3-di-O-(t-butyldimethylsilyl)-alpha-D-glucopyranoside”; Synlett; 2001; (11); 17721776. 12 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva No Caso de R2CuMgBr Espécie organometálica ou haleto de magnésio Ln-M Ln-M O H TBSO OCH3 s-cis,syn H O O TBSO TBSO OCH O O TBSO O 3 s-trans,syn O Ln-M O Cuprato O Si O O TBSO TBSO OCH R H H 3 O O TBSO OCH 3 R O H O O TBSO ET-I TBSO OCH3 Aduto Re (S-30) No Caso de RLi s-cis,syn RLi R O Si O H O O TBSO O O O H TBSO OCH3 TBSO OCH3 Aduto Si (R-30) ET-II Esquema 7: Estados de transição para o ataque das espécies de organometálicos ao derivado 29 1.3.1.2. C-α-Alquilação assimétrica de ésteres A α-alquilação estereosseletiva de ésteres ou cetonas é uma das reações de formação C-C mais estudadas. Várias C-α-alquilações assimétricas foram desenvolvidas utilizando-se auxiliares quirais e os mecanismos destas reações foram estudados com profundidade 32,33. Considerando-se os carboidratos, em nosso grupo de 32. a) Evans, D. A.; Asymmetric Synthesis; Vol. 3; Morrison, J. D., Ed.; Academic Press: New York; 1984; p. 1. b) Lutomski, K. A.; Meyers, A. I.; Asymmetric Synthesis; Vol. 3; Morrison, J. D., Ed.; Academic Press: New York; 1984; p. 213. (c) Enders, D.; Asymmetric Synthesis; Vol. 3; Morrison, J. D., Ed.; Academic Press: New York; 1984; p. 275. d) Yu, H.; Ballard, C. E.; Boyle, P. D.; and Wang, B.; “An inexpensive carbohydrate derivative used as a chiral auxiliary in the synthesis of α-hydroxy carboxylic acids”; Tetrahedron; 2002; 58 (38); 7663-7679. 13 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva pesquisa foram também estudadas α-alquilações assimétricas de enolatos de vários ésteres quirais derivados da frutose. A alquilação cinética dos enolatos 31-34a no sistema LDA/THF a -78 o C levou à formação dos derivados 35 e 36 com diastereosseletividades moderadas (Esquema 8) 34. R1 O O OO O O O R3 R1 O Condições O R2 OO O O OLi O O O O OO R3 R2 35, R1 = Bn, R2 = Me, R3 = H 31, R1 = Bn, R2 = R3 = H O 32, R1 = R1 O R2 O 36, R1 = R2 = R3 = H O O 33, R1 = Me, R2 = R3 = H 34, R1 = R2 = H, R3 = Alil OMe R2 = iPr, R3 = H OMe Entrada Enolato 1 2 3 4 5 31a 32a 33a 33a 34a Condições LDA/THF/-78 oC LDA/THF/-78 oC LDA/THF/-78 oC LDA/THF/HMPA/-78 oC LDA/THF/-78 oC Produto Rendimento (%) S:R 35 36 35 35 Não reagiu 40 56 34 40 - 63:37 70:30 66:34 50:50 - Esquema 8: C-α-alquilação assimétrica de ésteres derivados do 2,3:4,5-di-O-isopropilideno-β-Dfrutopiranose (31-34) Para determinação geométrica dos enolatos gerados sob condições cinéticas, o éster 33 foi convertido em seus cetenosililcetais 37 e 38 (Esquema 9). A formação do silil enolato E é favorecida em THF, porém na presença de HMPA o silil enolato Z é formado preferencialmente. Os resultados de excessos diastereoisoméricos vistos nas entradas 1-3 na tabela, quando comparados com a razão de 37:38 sugere que a etapa de alquilação de 33a é diastereosseletiva. Por exemplo, o enolato E gerou 33. a) Oppolzer, W.; Dudfield, P.; Stevenson, T.; Godel, T.; “Camphorsulfonamide-shielded, asymmetric 1,4-additions and enolate alkylations - synthesis of a southern corn-rootworm pheromone”; Helv. Chim. Acta; 1985; 68 (1); 212-215. b) Oppolzer, W.; Rodriguez, I.; Starkemann, C.; Walther, E.; “Chiral toluene-2,alpha-sultam auxiliaries - asymmetric alkylations, acylations and aldolizations of N-acyl derivatives”; Tetrahedron Lett.; 1990; 31 (35); 5019-5022. c) Sarakinos, G.; Corey, E. J.; “A practical new chiral controller for asymmetric Diels-Alder and alkylation reactions”; Org. Lett.; 1999; 1 (11); 1741-1741. 34. Costa, P. R. R.; Ferreira, V. F.; Alencar, K. G.; Filho, H. C. A.; Ferreira, C. M.; Pinheiro, S.; “2,3:4,5di-O-isopropylidene-β-D-fructopyranose as chiral auxiliary in asymmetric alpha-alkylation of ester enolates”; J. Carbohydr. Chem.; 1996; 15 (6); 691-699. 14 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva preferencialmente o S-éster e o enolato Z favoreceu a formação do R-éster. Contudo, este auxiliar quiral em particular não produziu enolatos com altas seletividades E/Z. O O O 1) Condições O O O OO 2) TBDMSCl O O O O OO 33 O + O TBDMS O O O OO 37 TBDMS 38 Condições Razão 37:38 LDA/THF, -78 oC LDA/THF, HMPA, -78 oC 23:77 86:14 Esquema 9: Formação cinética dos cetenosililcetais 37 e 38 A origem da diastereosseletividade facial encontrada nos enolatos derivados de 33a provavelmente está relacionadas a pronunciada habilidade de complexação de cátions com carboidratos. Os cátions de lítio complexam intramolecularmente com o oxigênio do enolato e com O-2 e/ou O-3 na porção do auxiliar quiral. Isso aumenta a rigidez da conformação do estado de transição bloqueando predominantemente a face Si. Esta hipótese foi investigada através da reação na presença de HMPA (entrada 4), um reagente que diminui a complexação intramolecular nos átomos de oxigênios do carboidrato. Neste caso, o enolato Z predomina (Esquema 9). Apesar de todas as tentativas de alquilação do enolato 34a terem falhado, o enolato 31a reage com iodeto de metila produzindo o éster 35 com a mesma configuração como visto na benzilação de 33a (Entrada 1). Para racionalizar este resultado inesperado, notou-se que o enolato 31a foi gerado pelo LDA preparado de uma solução de butillítio em hexano enquanto que o enolato 34a tratado com LDA livre em uma solução de hexano. Essa diferença provavelmente é resultante da degradação dos reagentes que influenciam diretamente na taxa, regioquímica e estereoquímica das reações. Além do auxiliar de quiralidade derivado da frutose, nosso grupo de pesquisa estudou também a alquilação assimétrica de enolatos de lítio de ésteres quirais 15 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva derivados dos diacetonídeos da frutose, alose e glicose na síntese de (±)-β-piperonil-γbutirolactona (Esquema 10) 35. LDA, THF, -78 oC O O CO2R* O CO2R* O Brometo de alila 40a-c 39a-c O O O O R* = O O O O a O O O b O O c O O Entrada R* 40 (%) % e.d. (R:S) 1 2 3 a b c 56 52 44 40 (70:30) 16 (58:42) 40 (30:70) Esquema 10: α-Alquilação assimétrica de 39a-c Os resultados obtidos mostram claramente, como esperado, que a diastereosseletividade foi dependente da estrutura do auxiliar quiral. A habilidade de formação de complexos dos auxiliares derivados de carboidratos é bastante afetada pelas várias possibilidades de sítios complexantes com lítio na etapa de alquilação. Com exceção do enolato derivado do éster 39b, que não mostrou qualquer diastereodiferenciação, os enolatos de 39a e 39c apresentaram diastereosseleções moderadas (Re e Si, respectivamente), provavelmente devido à maior rigidez do estado de transição π-facial. Mais recentemente, Totani e colaboradores estudaram a C-α-alquilação cinética do éster propiônico 40 com diferentes haletos como agente alquilante e hexametildisilazano de sódio (NaHMDS) como base, gerando os produtos com configuração S no carbono alquilado (diastereoisômeros S-41a-c). LDA ou butillítio também foram utilizados como base, empregando-se brometo de benzila como eletrófilo, gerando o produto com configuração R no carbono alquilado (diastereoisômeros R-41a) como mostra o esquema 1131. 35. Costa, P. R. R.; Ferreira, V. F.; Filho, H. C. A.; Pinheiro, S.; “Carbohydrates and terpenes as chiral auxiliaries: The stereoselective synthesis of (+) or (-)-β-piperonyl-gamma-butirolactone”; J. Braz. Chem. Soc.; 1996; 7 (1); 67-73. 16 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva O (a) R O O TBSO TBSO O S-41 R R% e.d.% a Bn 97 >90 b alil 85 >90 c Bu 90 >90 OCH3 S-41(a-c) O O TBSO TBSO O OCH3 40 O Bn TBSO (b) a) NaHMDS, RX, THF, -78 oC a -18 oC b) Base, BnBr,THF, Base R% e.d.% LDA 17 68 BuLi 72 46 O TBSO OCH3 R-41a -78 oC a -18 oC Na N(CH3)3 NaHMDS = (H3C)3N Si N(CH3)3 Esquema 11: C-α-alquilação assimétrica utilizando um derivado 6-desoxi-glicopiranosídeo como auxiliar de quiralidade A estereosseleção da reação de C-α-alquilação pode ser visualizada melhor através dos estados de transição I e II mostrados no esquema 12. Empregando-se NaHMDS, há formação do enolato de sódio que assume uma configuração na qual o grupo t-butila bloqueia uma das faces. Neste caso, não há equilíbrio entre rotâmeros. Utilizando-se LDA, há formação do enolato de lítio que forma um agregado volumoso, fazendo com que o enolato que vai se adicionar ao eletrófilo fique numa posição mais afastada do grupo t-butila. Desta forma, há possibilidade de reação em ambas as faces, diminuindo a estereosseletividade. 17 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Base: NaHMDS RX Na O O O O O Si R TBSO O O TBSO TBSO OCH3 OCH3 S-41a-c ET-I Base: LDA N Li Li O O O TBSO Li O N TBSO O O TBSO Li TBSO OCH3 OCH3 Mistura de agregados iônicos Bn RX O Li O O TBSO TBSO Li N O Si O O O TBSO ET-II OCH3 O OCH3 O Bn TBSO O TBSO R-41a OCH3 Esquema 12: Estados de transição para a reação de C-α-alquilação do derivado 40 usando-se diferentes bases Um outro derivado similar ao DAG, porém com grupos acetais mais volumosos é a diciclohexilideno-α-D-glicofuranose (DCHG). Esta espécie foi usada por Kakinuma e colaboradores na α-benzilação do éster propionílico 42 (Esquema 13). A indução de quiralidade no carbono α foi governada pelo grupo alcóxido ligado ao carbono C-3 36. 36. Kishida, M.; Eguchi, T.; Kakinuma, K.; “Remote asymmetric induction observed in the alkylation of propionate attached to a carbohydrate template”; Tetrahedron Lett.; 1996; 37 (12); 2061-2062. 18 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva DCHG Bn O R=H, aditivo=LiCl (60%) O 43, 92% ee O O 1) LDA, THF, aditivo, -78 oC O RO 2) BnBr, -78 oC - t.a. O O O DCHG R=Si(CH3)3, aditivo=HMPA (95%) O 42 Bn O O 44, 91% ee Esquema 13: C-α-Benzilação estereosseletiva utilizando o éster propiônílico do DCHG (42) A origem da estereosseletividade pode ser justificada como ilustrado no esquema 14 que mostra duas situações: a) quando se tem a hidroxila em C-3 livre há a formação do E-enolato cíclico quelado 45 protegendo assim uma das faces frente ao ataque do eletrófilo; b) quando se tem a hidroxila em C-3 protegida com TMS, a quelação fica impedida. A razão da boa diastereosseleção do derivado O-sililado é devida à conformação adquirida pelo Z-enolato 46. Li O O O TMSO O O O O O O O O O O O OLi 45 46 Esquema 14: Estado de transição para a C-alquilação dos enolatos E (45) e Z (46) 1.3.1.3. Reações seqüenciais assimétricas 37 Totani e seu grupo de pesquisa também exploraram o potencial do éster crotonílico 47 em reações seqüenciais (Tandem) do tipo adição 1,4 seguida de αalquilação (Esquema 15)27. 37. Rück-Braun, K.; Stamm, A.; Engel, S.; Kunz, H.; “β-Branched α-halo carboxylic acid derivatives via stereoselective 1,4 addition of dialkylaluminum chlorides to α,β-unsaturated N-acyloxazolidinones”; J. Org. Chem.; 1997; 62 (4); 967-975. 19 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Ph 3 TBSO 48, 52% anti:syn = 6:94 >98% e.d. O O Ph TBSO O O CH TBSO (a) O TBSO O OCH3 47 O O CH TBSO (b) OCH3 3 O TBSO OCH3 49, 92% anti:syn = 95:5 >98% e.d. a) CuBr.(CH3)2S, PhMgBr, THF-(CH3)2S (2:1), -18 a 0 oC, em seguida CH3I b) PhLi, THF, -78 oC, em seguida CH3I Esquema 15: Reação Tandem estereosseletiva: adição-1,4/α-metilação A estereosseletividade da reação pode ser explicada pelos dados mostrados no esquema 16. A adição do tipo 1,4 segue o mesmo estado de transição apresentado anteriormente no esquema 7: quando a adição é feita usando-se organocupratos, ela ocorre preferencialmente pela face Re onde o enolato E predomina no equilíbrio devido ao efeito estereoespacial. Já na reação com compostos organolitiados o ataque é feito pela face Si. M Ph O O O TBSO TBSO M OCH3 O ou M Ph O O TBSO O Ph TBSO O O TBSO OCH3 E-enolato TBSO OCH3 CH3I Z-enolato O H3C CH3I Ph M O Si Ph TBSO O O O TBSO ET O O TBSO Ph OCH3 OCH3 O O TBSO CH3 O TBSO OCH3 Esquema 16: Estado de transição para reações seqüenciais (Tandem) do tipo adição 1,4 seguida de αalquilação no éster crotonílico 47 20 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva A fim de verificar o potencial estereosseletivo do enolato gerado a partir do éster propiônico 40 (ver Esquema 11) como um nucleófilo quiral eficaz, Totani e colaboradores exploraram a adição 1,4 do enolato ao crotonato de metila (50). Em seguida, para demonstrar a utilidade do aduto 51 realizaram então a síntese total do monoterpeno acíclico (-)-lasiol (Esquema 17) 38. O O H3CO O TBSO TBS O O 50 O O H3CO o O Carboidrato NaHMDS, THF, -78 a 0 C OCH3 51, 75% anti:syn = >95:5 >90% e.d. 40 DIBALH (1,2 eq) CH2Cl2, -78 oC O O Carboidrato Ph3P=C(CH3)2, THF, -78 oC a t.a. O H 53, 76% O O Carboidrato 52, 86% DIBALH (5 eq.) CH2Cl2, -78 oC HO TBSO OH 54, 92% (-)-lasiol O TBS O OCH3 55, 93% Esquema 17: Síntese total do (-)-lasiol (54) 38. Asano, S.; Tamai, T.; Totani, K.; Takao, K.; Tadano, K.; “Highly stereoselective 1,4-addition of the enolate generated from 6-deoxy-D-glucopyranoside-derived propionyl ester to methyl crotonate: application to total synthesis of (-)-lasiol”; Synlett; 2003; (14); 2252-2254. 21 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 1.3.1.4. Reações pericíclicas estereosseletivas Nosso grupo de pesquisa relatou a utilização dos acrilatos 3-O-acriloil-4,5-di-Obenzoil-1,2-O-isopropilideno-β-D-frutopiranose (56a) e 3-O-benzil-5-O-acriloil-1,2-Oisopropilideno-α-D-xilofuranose (56b) como auxiliares de quiralidade em reações de Diels-Alder assimétricas com o ciclopentadieno, sob condições térmicas e promovidas por Et2AlCl. Os resultados indicaram relações endo/exo de moderadas a excelentes (Esquema 18) 39. O R O CO2R + CO2R 56a-b (R)-57a-b O R= O O (S)-58a-b O OBn ou O O BzO OBz a b Acrilato Ácido de Lewis T (oC) Rendimento (%) Aduto (Endo/Exo) 57:58 56a - 0 99 a (74:26) 1:1 56a Et2AlCl -78 64 a (78:22) 6:4 56b - 0 85 b (80:20) 1:1 56b Et2AlCl -78 50 b (96:4) 4:6 Esquema 18: Reação de Diels-Alder assimétricas utilizando-se auxiliares quirais derivados da frutose (56a) e da xilose (56b) A diastereosseletividade pode ser justificada através do esquema 19 onde a interação aromática do tipo π-stacking leva a rigidez do sistema permitindo o ataque do dienófilo apenas por uma das faces. 39. Ferreira, V. F.; Pinheiro,S.; Perrone, C. C.; Costa, P. R. R.; “Synthesis of new chiral auxiliares from carbohydrates for Et2AlCl-promoted Diels-Alder reactions”; J. Braz. Chem. Soc.; 2000; 11 (3); 266-273. 22 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Cα - Si Cα - Si Et O O O O O O δ+O δ− Cl Al Et BzO O Et Al O O O Cl O O Et Esquema 19: Formação dos adutos 57 e 58 Anteriormente, também foram avaliados outros auxiliares quirais derivados de carboidratos em reações de Diels-Alder assimétricas com o ciclopentadieno, promovidas por Et2AlCl, feitas em diferentes solventes, destacando-se o diacetonídeo da alose (15, DAAL) e o diacetonídeo da galactose (11, DAGAL) que, apesar de levarem a produtos com rendimentos químicos baixos, apresentaram boa estereosseletividade (Esquema 20) 40. O R O CO2R CH2Cl2, - 78 ºC 59a-b + CO2R (R)-60a-b O O O R= O OO (S)-61a-b O ou O O O a b Acrilato Ácido de Lewis Rendimento (%) Aduto (Endo/Exo) 59a EtAlCl 2 38 98:2 1:1 59a Et2AlCl 11 98:2 3:7 59b Et2AlCl 20 98:2 3:7 59b EtAlCl 2 27 98:2 2:8 60:61 Esquema 20: Reação de Diels-Alder assimétrica utilizando auxiliares quirais derivados da galactose (59a) e da alose (59b) 40. Ferreira, M. L. G.; Pinheiro, S.; Perrone, C. C.; Costa, P. R. R.; Ferreira, V. F.; “New carbohydratebased chiral auxiliaries in Diels-Alder reaction”; Tetrahedron: Asymmetry; 1998; 9 (15); 2671-2680. 23 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva A diastereosseletividade pode ser explicada pelo esquema 21 onde a complexação do ácido de Lewis Et2AlCl com os oxigênios da carbonila do grupo acrilato e do isopropilideno ou do anel pirânico leva a rigidez da conformação permitindo o ataque do dienófilo preferencialmente por uma das faces. OO OO Cα-Re O O O O Al Et Et Cl O O O OAlCl2Et O O Cα-Re Cα-Si (S)-61a (S)-61a (R)-60a O O O O EtCl2Al O Cl O O O Et O (S)-61b O O O O Cα-Re Al Et Cα-Si (R)-60b O Cα-Re (S)-61b Esquema 21: Formação dos adutos 60 e 61 Enholm e Jiang também estudaram reações de Diels-Alder assimétricas inter (Esquema 22) e intramoleculares (Esquema 23) utilizando o diacetonídeo da D-frutose como auxiliar de quiralidade 41. Na versão intermolecular, foram usados Et2AlCl e EtAlCl2 como ácidos de Lewis sendo que o primeiro levou a melhor resultado, obtendo-se razão endo/exo de 92:8 e 79% de rendimento. 41. Enholm, E. J.; Jiang, S.; “Highly diastereoselective Diels-Alder reactions using a fructose diacetonide chiral scaffold”; J. Org. Chem.; 2000; 65 (15); 4756-4758. 24 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva O O Et O O O O Ácido de Lewis O O O CH2Cl2, -78 oC Al O O O O Et O Cl O O O O OO O 63 62 LiAlH4 THF Ácido de Lewis Et2AlCl EtAlCl2 Endo:Exo 92:8 85;15 H Rendimento 79% 77% OH 64, 61% [α]D - 88 (c 0.98, EtOH 95%) Esquema 22: Reação de Diels-Alder assimétricas utilizando diacetonídeo da frutose como auxiliar quiral Paralelamente, a reação assimétrica de Diels-Alder intramolecular produziu excelente relação entre os diastereoisômeros endo/exo: 99:1. Primeiramente foi realizada a síntese do éster 66 a partir da reação entre o alcóxido 65 e o cloreto de ácido 67 (Esquema 23). O O O + OLi O O O Cl THF O O O 66 65 O O O O 67, 58% 23 oC CH2Cl2 Et2AlCl HO RO H O H O LiAlH4, THF O H H 69, 58% [α]D - 40 (c 1.9, EtOH) 68, 66% 99:1 (endo:exo) O O O O O Esquema 23: Reação de Diels-Alder assimétrica intramolecular utilizando diacetonídeo da frutose como auxiliar quiral 25 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Seguindo a mesma linha de pesquisa em reações pericíclicas assimétricas utilizando carboidrato como auxiliar quiral, Totani e colaboradores estudaram a cicloadição assimétrica 1,3-dipolar (cicloadição [3+2]) de óxidos de nitrilas a ésteres acrílicos derivados de carboidratos na preparação de isoxazolinas quirais. Como observado anteriormente para este auxiliar quiral, o grupo t-butila ligado ao silício bloqueia uma das faces do sistema α,β-insaturado levando aos heterociclos 72a e 72b em excelentes excessos diastereoisoméricos (Esquema 24) 42. R C N O O TBSO TBSO O R C N O O OCH3 O CH2Cl2, t.a. Si O O O TBSO 71 72 R R% e.d.% a Ph 96 98 O N b t-Bu 90 OCH3 98 O O O TBSO R TBSO OCH3 72a-b Esquema 24: Cicloadição 1,3-dipolar assimétrica utilizando derivado acrílico de um 6-desoxiglicopiranosídeo como auxiliar quiral (71) 1.3.1.5. Outras Aplicações Como Auxiliares Quirais Lin e colaboradores 43 realizaram a síntese dos quatro estereoisômeros da γbutirolactona α,γ-substituída (76 e 77) em altas purezas enantioméricas (até 93% para o isômero trans e >99% para o cis) usando vários acetonídeos de carboidratos como auxiliares quirais, onde destacam-se os auxiliares a e b, através da reação de 42. a) Tamai, T.; Asano, S.; Totani, K.; Takao, K.; Tadano, K.; “Highly stereoselective [3+2] cycloadditions of nitrile oxides to methyl-4-O-acryloyl-6-deoxy-2,3-O-(t-butyldimethylsilyl)-α-Dglucopyranoside”; Synlett; 2003; (12); 1865-1867. 43. Wang, W.; Zhong, Y; Lin, G.; “Carbohydrate as chiral auxiliares in enantioselective synthesis of four stereoisomers of optically active α,γ-substituted γ-butyrolactones”; Tetrahedron Lett.; 2003; 44 (24); 4613-4616. 26 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva acoplamento redutivo promovida por SmI2 na presença de uma da sulfonamida quiral 78 como fonte protônica (Esquema 25) 44,45. O 2SmI2, THF, O OR* Ar + Ar Fonte Protônica -78 oC a -10 oC O O + Ar trans 73 a-b 74, Ar = naftil 75, Ar = p-Br-C6H4 O O cis 76, Ar = naftil 77, Ar = p-Br-C6H4 Fonte Protônica O R* = O O O O O O O O NH O a SO2 (-)-78 b R* Produto Fonte Protônica (±78) trans/cis ee% (trans) ee% (cis) R% a 76 (-)-78 3/97 - 98 75 a 76 (+)-78 2/98 26 92 67 b 76 (-)-78 3/97 - 92 65 a 77 (-)-78 3/97 - 99 59 b 77 (+)-78 1/99 - >99 65 Esquema 25: Síntese do 2,4-dimetil-4-aril-γ-butirolactona usando acetonídeos de carboidratos como auxiliares quirais A reação de acoplamento redutivo promovida por SmI2 segue o mecanismo radicalar proposto no esquema 26, onde inicialmente ocorre a formação de aril óxidoradical que em seguida sofre acoplamento redutivo com o éster metilacrílico derivado da frutose (73a-b). A reação do aduto de redução com outro equivalente de iodeto de 44. Fukuzawa, S.; Seki, K.; Tatsuzawa, M.; Mutoh, K.; “A facile synthesis of chiral -butyrolactones in extremely high enantioselectivity mediated by samarium(ii) iodide”; J. Am. Chem. Soc.; 1997; 119 (6); 1482-1483. 45. a) Xu, M.-H.; Wang, W.; Xia, L.-J.; Lin, G.-Q.; “Development of a new reaction system for the synthesis of highly optically active α,γ-substituted γ-butyrolactones”; J. Org. Chem.; 2001; 66 (11); 39533962. b) Xu, M.-H.; Wang, W.; Lin, G.-Q.; “A highly efficient asymmetric synthesis of optically active α,γ-substituted γ-butyrolactones using a chiral auxiliary derived from isosorbide”; Org. Lett.; 2000; 2 (15); 2229-2232. c) Wang, W.; Xu, M.-H.; Lei, X.-S.; Lin, G.-Q.; “Chiral sulfonamide induced enantioselective protonation of samarium enolate in the reaction of α,β-unsaturated ester with ketone”; Org. Lett.; 2000; 2 (24); 3773-3776. 27 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva samário leva à formação da espécie “enólica” que por sua vez é então hidrolisada diastereosseletivamente pela fonte protônica (±)-78, formando então o primeiro centro quiral para posterior ciclização e eliminação do auxiliar quiral, gerando as γbutirolactona α,γ-substituídas (76 e 77). O O I Sm O I SmI2 Ar OR* O OSmI2 Ar OR* Ar SmI2 *RO OSmI2 X-H Ar I Sm I Ar OSmI2 OSmI2 OR* Ar OSmI2 H O OSmI2 O Ar I H O O Sm I O OR* O * * Ar OR* OR* Ar O * * Esquema 26: Mecanismo de acoplamento redutivo promovida por SmI2 na síntese estereosseletiva de γbutirolactona A origem da estereosseletividade da geração dos produtos 76 e 77 promovida pelos auxiliares quirais a e b foi proposta pelos autores com base no estado de transição mostrado no esquema 27. O O O O I Sm I O OH O O Ar O O O I I Sm O Ar O O O Ar O O Esquema 27: Intermediários para geração de 76 e 77 28 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Seguindo ainda a linha de síntese das γ-butirolactonas α,γ-substituídas Lin e colaboradores 46 desenvolveram duas amidas derivadas dos carboidratos isosorbida (79) isomanida (80) funcionando como auxiliares de quiralidade e uma fonte protônica simultaneamente para a mesma reação anterior (Esquema 28). O O OR* 2SmI2, THF, + Fonte Protônica -78 oC a -10 oC H3CO 81 79-80 H O O H H O O H NHR 79a, R = Ts 79b, R = Boc 79c, R = Cbz R* = Ar O O + Ar 82 (trans) Auxiliar Quiral Mts = O O 82 (cis) O S O Fonte Protônica NHR 80a, R = Ts 80b, R = Boc 80c, R = Cbz 80d, R = Mts 80e, R = Tris Tris = O S O Cbz = O O Éster 82 (trans/cis) ee% (trans) ee% (cis) 79a 72/28 95 (+) 29 (-) R% 57 79b 65/35 94 (+) 20 (-) 60 79c 71/29 96 (+) >99 (-) 44 80a 31/69 77 (+) 87 (+) 91 80b 67/33 99 (+) 81 (+) 36 80c 75/25 71 (+) 79 (+) 82 80d 25/75 90 (+) >99 (+) 59 80e 33/67 85 (+) 99 (+) 57 Esquema 28: Síntese enantiosseletiva de α-metil-γ-metil-γ-anisil-γ-butirolactona por reação de acoplamento redutivo utilizando-se amidas quirais derivadas de carboidrato como auxiliares quirais e fonte protônica O estado de transição apresentado no esquema 29 foi proposto pelos autores para explicar a etapa do processo de protonação. Neste caso, são mostrados três modelos nos quais a diastereosseletividade da reação dependente diretamente da natureza do carboidrato e do substituinte R da amida. 46. Huang, L. –L.; Xu, M. –H.; Lin, G. –Q.; “A new entry to asymmetric synthesis of optically active α,γsubstituted γ-butyrolactones, using a carbohydrate derived amide as both a chiral auxiliary and a proton source”; J. Org. Chem.; 2005; 70 (2); 529-532. 29 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva No caso de 79a-c I Sm OH O (Não-volumoso) O CH3 Ar O O CH3 (Volumoso) H NHR Sm I I I Ar O O 82 H* (Face Re) No caso de 80b e 80c I Sm O (Não-volumoso) O CH3 Ar CH3 (Volumoso) I OH O O Sm H I RHN I Ar O O 82 No caso de 80a, 80d e 80e (Volumoso) Ar CH3 (Não-volumoso) Si O O O I Sm H NH Sm I I H3C S O I R O OH O Ar O O 82 Esquema 29: Proposta de estado de transição para geração de 82 Na busca de novas metodologias para a síntese de aminoácidos quirais, Grison e colaboradores 47 sintetizaram novas iminas quirais da (S)-α-metilbenzilamina (86a-e e 86’a-e), contendo derivados de carboidratos (85a-e) como auxiliares quirais para serem reduzidas a α-aminoésteres substituídos (87a-e e 87’a-e) com e NaBH3CN ou H2 (sob pressão) como agente redutor em diferentes solventes (Esquema 30). 47. Grison, C.; Coutrot, F.; Coutrot, P.; “Synthesis of new glycosyl-a-aminoacid derivatives for glycopeptide chemistry”; Tetrahedron; 2001; 57 (29); 6215-6227. 30 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva CHCl2CO2iPr, RCHO CO2iPr O Et2O, iPrOK/iPrOH, 0oC 83a-e 1) MgI2, Et2O, 35oC H O CO2iPr Cl R 99-79% 2) NaHSO3, H2O R 67-89% 84a-e/84'a-e Ph H3C 85a-e NH2 H (n equivalente) Ph Peneira molecular, H3C N o solvente,T ( C), t1 (h) H2 ou NaBH3CN CO2iPr H CH 2 R Ph H3C solvente, 20oC, tempo t2 (h) 86a-e O O R= O O a Éster 85a O O O c O O O OCH3 b H CH 2 R O O OCH3 OOO O CO2iPr 87a-e/87'a-e OCH3 O O H N e d Produto n Solvente T (oC) t1 (h) Agente redutor t2 (h) R global (%) Razão diastereoisomérica 87a/87’a 1 iPrOH 20 24 H2, 1 bar 24 30 43/57 85a 87a/87’a 1 AcOEt 20 24 H2, 1 bar 24 36 50/50 85a 87a/87’a 1 C6H6 20 24 H2, 1 bar 24 - - 85a 87a/87’a 2 iPrOH 20 24 H2, 1 bar 24 70 49/51 85a 87a/87’a 2 iPrOH 20 24 H2, 10 bar 8 86 49/51 85a 87a/87’a 2 C6H6 Refluxo 13 H2, 10 bar 8 92 45/55 85b 87b/87’b 2 iPrOH 20 24 H2, 1 bar 24 30 54/46 85b 87b/87’b 2 iPrOH 20 24 NaBH3CN 3,5 62 70/30 85c 87c/87’c 2 iPrOH 20 24 H2, 10 bar 8 40 60/40 85c 87c/87’c 2 iPrOH 20 24 NaBH3CN 3,5 65 60/40 85d 87d/87’d 2 iPrOH 20 24 H2, 1 bar 24 42 50/50 85d 87d/87’d 2 iPrOH 20 24 NaBH3CN 3,5 35 53/47 85e 87e/87’e 2 iPrOH 20 24 H2, 1 bar 24 45 39/61 Esquema 30: Síntese de novos glicosil-α-aminoácidos a partir de aminação redutiva de α-cetoéster derivados de carboidratos Mesmo com a combinação da unidade quiral do carboidrato e a configuração (S) do carbono N-α-metilbenzílico, nenhum excesso diastereoisomérico significativo foi obtido na geração dos α-aminoésteres (87a-e e 87’a-e). Contudo, um possível mecanismo de adição do hidreto foi proposto pelos autores e está mostrado no esquema 31. 31 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Ataque pela face Re O O O (R) O HN (S) H H Ph CH3 OiPr H3C O H Ph (S) N O O O O O O O O O (R) O OiPr Ataque pela face Si N (S) Ph O O O OiPr H CH3 O (S) O HN (S) H H Ph CH3 OiPr Esquema 31: Ataque do nucleófilo por ambas as faces na reação de redução diastereosseletiva de αenaminoésteres (86) utilizando derivados de carboidratos como auxiliar quiral Bach e Höfer estudaram a fotodesconjugação assimétrica de glicoésteres α-(4trimetilsilil-3-butinil) substituídos (90a-e) em bons rendimentos 48. A conversão dos quatro ésteres quirais derivados dos diacetonídeos da D-glicose, D-alose, D-gulose e Dfrutose (88a-d) nos seus correspondentes ésteres 90a-d foi obtida em bons rendimentos. A fotodesconjugação gerou os ésteres β,γ-insaturados 91a-d em moderados a excelentes excessos diastereoisoméricos. Os melhores resultados foram obtidos com os auxiliares de quiralidade derivados da glicose e da frutose, como ilustrado no esquema 32. Diante do fato de que a fotodesconjugação assimétrica dos ésteres 90a-d apresentar diastereosseletividade R gerando assim os (R)-ésteres 91a-d exclusiva ou majoritariamente. Os autores avaliaram o auxiliar de quiralidade derivado da L-frutose na desconjugação fotoquímica do éster 90e produzindo assim seu respectivo éster 91e com a mesma diastereosseletividade de seu enantiômero (>95%) e com a orientação do centro quiral formado invertida (S). 48. Bach, T.; Höfer, F.; “Photochemical deconjugation of chiral 3-methyl-2-butenoates derived from carbohydrate-based alcohols: the influence of the sugar backbone on the facial diastereoselectivity”; J. Org. Chem.; 2001; 66 (10); 3427-3434. 32 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva O *R O O ClPO(OEt)2 *R O OPO(OEt)2 O Me2CuLi, Et2O O *R O NaH, Et2O 90 89 88 TMS TMS O OH Me2N *R hν, C5H12 TMS LiAlH4, Et2O O + HO HO R-92 91 O O O O O R* = TMS O O 89 77 91 89 90 O O O Rendimento (%) 90 91 88 85 61 73 73 80 82 70 Rendimento Global (%) 55 O O O O O O O O O b R* e O O TMS O O O a b c d TMS O a S-92 d c 92 88 78 80 85 e e.d. % (91) e.e. % (92) >95 38 66 >95 >95 (R) 36 (R) 66 (R) >95 (R) >95 >95 (S) Esquema 32: Síntese do álcool homoalílico 92 por fotodesconjugação assimétrica/redução A origem da diastereosseletividade foi proposta pelos autores, onde a partir do modelo enólico dos ésteres 93a, 93d e 93e a protonação ocorre preferencialmente por uma das faces dependendo da conformação do carboidrato. No caso do derivado da Dglicose (93a), a protonação ocorre diastereosseletivamente pela face Si, pois o grupo isopropilideno das posições 5’ e 6’ bloqueia o ataque protônico pela outra face. Quanto aos derivados D (93d) e L (93e) da frutose, neste último os isopropilidenos estão representados por pontos a fim de facilitar a visualização. A geometria é tal que a hidroxila enólica permanece eclipsada com o hidrogênio H-3’ do anel pirânico. Assim, o ataque protônico é realizado pelas faces Si e Re para os ésteres 90d e 90e respectivamente (Esquema 33). 33 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva TMS TMS O O O O OH O O O Face Si O O H H O O O O OH O 93a HO 93d Face Si Face Re TMS 93e Esquema 33: Proposta de geração do produto 91 34 Objetivos UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 2. Objetivos 2.1. Objetivo Geral Desenvolver metodologias para a preparação de β-aminoésteres e triazóis a partir de β-cetoésteres, utilizando-se carboidratos como auxiliares de quiralidade e glicoconjugados com triazóis, respectivamente. 2.2. Objetivos específicos Para entendimento dos objetivos gerais, estes foram subdivididos em subprojetos. 2.2.1. Subprojeto A Obtenção de β-cetoésteres derivados de carboidratos 49 (tipo I) através da reação de transesterificação utilizando-se argilas naturais e nacionais como catalisadores reutilizáveis sob condições térmicas (Esquema 34). O Carboidrato-OH + R 1 O O Transesterificação OEt Argila, Δ R1 O O Carboidrato Tipo I Esquema 34: Proposta de estudo para a reação de transesterificação com argilas naturais em condições térmicas. 2.2.1. Subprojeto B Preparação de β-enaminoésteres quirais derivados de carboidratos do tipo II (Esquema 35). 49. O termo carboidrato está sendo utilizado nos esquemas 34, 35 e 36 de forma geral para indicar os derivados adequadamente protegidos, ou totalmente desprotegidos, como por exemplo, sob a forma de acetonídeos. 35 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva O O NH OEt, Catalisador R1 Carboidrato-OH O Carboidrato O R1 BnNH2 Tipo II Esquema 35: Proposta de reação de obtenção de enaminonas quirais com argilas naturais em um único pote reacional 2.2.1. Subprojeto C Redução quimio e diastereosseletiva de β-enaminoésteres quirais (tipo III e V) utilizando-se derivados de carboidratos como auxiliares de quiralidade (Esquema 36). NH O NH R1 O Carboidrato Tipo II Carboidrato O R1 Carboidrato O Carboidrato Tipo III Redução Quimio e Diastereosseletiva NH O NH O OEt OEt Tipo IV Tipo V Esquema 36: Proposta de redução quimio e diastereosseletiva de enaminoésteres quirais 2.2.1. Subprojeto D Preparação de triazóis glicoconjugados (tipos VI e VII) para avaliação de sua atividade inibitória frente a enzima transcriptase reversa do vírus HIV-1 (Esquema 37). NH R1 O O Tipo II Carboidrato MsN3 Bn N N N R1 TFA/H2O O Carboidrato Bn N N N R1 Carboidrato Nativo O O Tipo VI O Tipo VII Esquema 37: Proposta de obtenção de triazóis glicoconjugados 36 Justificativa UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 3. Justificativa O grupo de pesquisa em Síntese de Carboidratos e Nucleosídeos da UFF tem trabalhado nos últimos anos com carboidratos como potenciais auxiliares de quiralidade, em diversas reações assimétricas7,9,11,30,35, como por exemplo, DielsAlder39,40, α-alquilação34 e Reformatsky23. Assim, em 2001, foram iniciados estudos com a reação de transesterificação que é um processo de transformação de um éster em outro éster catalisado por ácidos ou bases 50. Os carboidratos, por serem substâncias quirais, dotadas de características funcionais, estereoquímicas e conformacionais peculiares, tornam-se substratos interessantes para a manipulação química. Os acetonídeos derivados de carboidratos têm sido utilizados como catalisadores e auxiliares quirais18, sendo que alguns controlam com um alto grau de regio e estereosseletividade a formação de novos centros quirais23,30,34,35,36,39,40,41,44,45,47,48. Já alguns mono e diacetonídeos são comercialmente disponíveis com alto grau de pureza enantiomérica, como por exemplo, o diacetonídeo da glicose, proveniente de fontes relativamente baratas e inesgotáveis, pois ocorrem em todos os seres vivos 51. Um outro aspecto da síntese orgânica assimétrica está relacionado com a produção de fármacos enantiomericamente puros, uma vez que, freqüentemente, apenas um dos enantiômeros de fármacos quirais possui a atividade biológica desejada. Isto tem levado a um aumento do uso de monossacarídeos como substratos quirais, catalisadores quirais, matéria-prima para preparação de pequenos blocos quirais, ligantes quirais, indutores de quiralidade e auxiliares quirais30,34,35,39,40. Estes fatos tornam estas substâncias muito atrativas para a síntese orgânica, tanto do ponto de vista do seu emprego como reagentes de partida quanto como catalisadores e auxiliares de quiralidade. Sem dúvida, os carboidratos têm suas maiores aplicações em síntese assimétrica como substrato quiral. Pode-se afirmar que a D-Glicose (1) é o carboidrato mais utilizado na síntese assimétrica7. 50. Otera, J.; “Transesterification”; Chem. Rev.; 1993; 93 (4); 1449-1470. 51. a) Stinson, S. C.; “Chiral Drugs”; Chem. Eng. & News; 1992; 70 (39); 46-79. 95. b) Wainer, I. W.; “Drug Stereochemistry: Analytical Methods and Pharmacology”; 2ª Ed; Marcel Decker, N.Y. 1993. c) Federsel, H. J.; “Drug Chirality-Scale-UP, Manufacturing and Control”; Chemtech; 1993; 23 (12); 24-33. d) Chan, A. S. C.; “A New Route to Important Chiral Drugs”; Chemtech; 1993; 23 (3); 46-51. e) Crosby, J.; “Synthesis of Opically Active Compounds: A large scale perspective”; Tetrahedron; 1991; 47 (27); 4789-4846. f) Eliel, E. L.; Wilen, S. H.; Mander, L. N.; “Stereochemistry of Organic Compounds”; N.Y. 1994. 37 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Os β-aminoácidos estão presentes como componentes em uma variedade de produtos naturais 52, assim como blocos de construção quiral 53 úteis na síntese de novos candidatos a fármacos. Embora menos abundantes na natureza, estão também presentes em peptídeos naturais. Comparado aos α-aminoácidos, poucos procedimentos para a produção de β-aminoácidos opticamente puros estão disponíveis tanto em escala laboratorial quanto industrial. Neste aspecto, alguns métodos foram relatados na literatura, mas muito poucos envolvem a redução diastereosseletiva de enaminoésteres 54. A importância dos compostos heterocíclicos é incontestável, particularmente no que se refere ao fato de que sistemas heterocíclicos fazem parte das estruturas de inúmeras substâncias em uso como medicamentos 55. Dentre os sistemas heterocíclicos mais estudados atualmente destacam-se os triazóis, que têm despertado muito interesse pelo fato de possuírem um vasto campo de aplicações, que vão desde usos como explosivos, até como agroquímicos e fármacos 56. Por todas as informações apresentadas nos parágrafos anteriores, justifica-se plenamente a continuidade dos estudos dos carboidratos como auxiliares de quiralidade, associada ao desenvolvimento de novas metodologias para obtenção de β-aminoácidos quirais e para a preparação de novos triazóis glicoconjugados que possam ter seu perfil farmacológico investigado. 52. Nicoloau, K. C.; Guy, R. K.; “The Conquest of Taxol”; Angew Chem. Int., Ed. Engl.; 1995; 34 (19); 2079-2090. 53. Spatola, A. F. In Chemistry and Biochemistry of Amino acids, peptides and Proteins; Weinstein, B., Ed., Marcel Dekker; N.Y.; 1983. 54. a) Bártoli, G.; Cimarelli, C.; Mercantoni, E.; Palmiere, G.; Petrini, M.; “Chemoselective and diastereoselective reduction of beta-enamino esters - a convenient synthesis of both cis-gamma-amino and trans-gamma-amino alcohols and beta-amino esters”; J. Org. Chem.; 1994; 59 (18); 5328-5335. b) Cimarelli, C.; Palmieri, G.; “Stereoselective reduction of enantiopure beta-enamino esters by hydride: A convenient synthesis of both enantiopure beta-amino esters”; J. Org. Chem.; 1996; 61 (16); 5557-5563. c) Palmiere, G.; Cimarelli, C.; “Chemo- and stereoselective reduction of enaminones for the preparation of biologically active compounds”; Arkivoc; 2006; (VI); 104-126. 55. a) Roth, H. J.; Kleemann, A.; Beisswenger, T.; Pharmaceutical Chemistry Drug Synthesis, Chichester: Ellis Harwood, 1988; Tavares, W.; Manual de Antibióticos e Quimioterápicos Antiinfecciosos, Atheneu: Belo Horizonte, 1996. b) Gilmam, A. G.; Rall, T. W.; Nies, A. S.; Taylor, P.; Goodman & Gilman - As Bases Farmacológicas da Terapêutica, 8a ed., Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 1991. 56. Melo; J. O. F.; Donnici, C. L.; Augusti, R.; Ferreira, V. F.; de Souza, M. C. B. V.; Ferreira M. L. G.; Cunha, A. C.; “Heterociclos 1,2,3-triazólicos: histórico, métodos de preparação, aplicações e atividades farmacológicas”; 2006; 29 (3); 569-579. 38 Metodologia UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 4. Metodologia Subprojeto A: Obtenção dos β-cetoésteres derivados de carboidratos utilizando-se argilas nacionais como catalisadores reutilizáveis em condições térmicas Para alcançar este objetivo, propõe-se a metodologia apresentada no Esquema 38, que consiste na utilização de argilas naturais como catalisadores na reação de transesterificação para obtenção dos β-cetoésteres derivados de carboidratos (99a-q) a partir dos seus respectivos acetonídeos (10-15, 94-95) ou do α-metilglicosídeo 96, na presença dos β-cetoésteres 97 ou 98, em condições térmicas. O R2*-OH + O O OEt R1 R1 97, R1=CH3 98, R1=Ph 10-15 ou 94-96 O OR2* 99a-q R2* = acetonídeos de carboidratos ou o α-metilglicosídeo Esquema 38: Proposta de síntese para obtenção dos β-cetoésteres 99a-q Subprojeto B: Desenvolvimento de um novo método de obtenção de βenaminoésteres quirais sob catálise por argilas naturais em um único pote reacional Para obtenção dos β-enaminoésteres 100 propõe-se uma metodologia sintética a partir da reação dos respectivos acetonídeos de carboidratos (10-15, 94-95) ou do αmetilglicosídeo 96 com β-cetoésteres como 97 ou 98 (Esquema 39) seguindo-se da reação dos β-cetoésteres derivados de carboidratos 99a-q com benzilamina, sob catálise ácida. O R2*-OH 10-15 ou 94-96 + R1 O NH OEt 97, R1=CH3 98, R1=Ph O R1 OR2* 100a-q R2* = acetonídeos de carboidratos ou o α-metilglicosídeo Esquema 39: Proposta de síntese para obtenção dos β-cetoésteres 100a-q 39 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Subprojeto C: Desenvolvimento de método de obtenção de aminoésteres por redução quimiosseletiva de enaminoésteres quirais visando a síntese de aminoácidos quirais Para alcançar este objetivo de obtenção dos β-aminoésteres quirais 102a-q e 103a-b, propõe-se a metodologia apresentada no Esquema 40, que consiste na utilização de derivados de carboidratos como auxiliares de quiralidade através da redução quimio e diastereosseletiva dos enaminoésteres quirais 100a-q, obtidos no subprojeto B, ou ainda dos N-glicosil enaminoésteres 101a-b, em meio de hidreto de sódio e boro e ácido carboxílico. Espera-se que o carboidrato exerça uma ação que leve o agente redutor a discriminar uma das faces da enamina, gerando β-aminoésteres com bons excessos diastereoisoméricos. NH O R1 NH OR2* O OR2* R1 100a-q 102a-q Redução Quimio e Diastereosseletiva *R2 NH *R2 O NH O OEt OEt 101a-b 103a-b R2* = acetonídeos de carboidratos ou o α-metilglicosídeo Esquema 40: Proposta de síntese para obtenção dos aminoésteres quirais 102 e 103 utilizando-se derivados de carboidratos como auxiliares de quiralidade Subprojeto D: Obtenção de triazóis glicoconjugados com potencial atividade farmacológica Visando produzir novos derivados 1,2,3-triazólicos quirais do tipo 104 e 105 com potencial farmacológico serão preparados triazóis glicoconjugados. Para a obtenção dos triazóis 104 e 105 (Esquema 41) propõe-se a metodologia sintética que emprega os β-enaminoésteres 100 obtidos, como descritos anteriormente, em uma 40 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva reação de transferência de grupo diazo seguida de ciclização intramolecular. Com o objetivo de aumentar o hidrofilicidade dos compostos triazólicos glicoconjugados a serem avaliados biologicamente, propõe-se realizar a desproteção das hidroxilas do carboidrato removendo-se por hidrólise os grupos isopropilidênicos em meio de ácido, gerando os respectivos triazóis glicoconjugados do tipo 105 (Esquema 41). NH R1 O OR2* Bn N N N R1 OR2* O 100 104 Bn N N N R1 OR3* O 105 R2* = acetonídeos de carboidratos R3* = carboidrato livre Esquema 41: Proposta de síntese para compostos triazólicos gliconjugados dos tipos 104 e 105 41 Resultados e Discussão UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 5. Resultados e Discussão A reação de transesterificação é um processo de transformação de um éster em outro éster catalisada por ácidos ou bases. Vários catalisadores são relatados na literatura para esta reação, como por exemplo, DMAP 57, triflato de difenilamônio 58, amberlist-15 59, hexametilenotetramina 60, etc. Tendo em vista aspectos relativos à demanda ambiental atual, vários grupos iniciaram estudos com catalisadores sólidos inorgânicos para reações orgânicas, como por exemplo, zeólitas 61, óxidos metálicos 62, argilas 63, etc. Assim, é grande o interesse em muitas áreas da química orgânica por catalisadores eficientes, de baixo custo, não tóxicos, utilizáveis em condições reacionais brandas, que sejam de fácil recuperação e reutilizáveis. Estes catalisadores são ditos ambientalmente recomendáveis63, como são por exemplo, argilas modificadas como caolinitas (montmorilonitas K-10) 64, alumina 65, sílica 66 e hidrocalcitas 67 usadas como catalisadores em reações de transesterificação. Recentemente, nosso grupo demonstrou que argilas naturais brasileiras podem ser utilizadas eficientemente para a reação de 57. a) Taber, D. F.; Amedio, J. C.; Patel, Jr. Y. K.; “Preparation of .beta.-keto esters by 4-DMAPcatalyzed ester exchange”; J. Org. Chem.; 1985; 50 (19); 3618-3619. b) Gilbert, J. C.; Kelly, T. A.; “Transesterification of 3-oxo esters with allylic alcohols”; J. Org. Chem.; 1988; 53 (2); 449-450. 58. Wakasugi, K.; Misaki, T.; Yamada, K.; Tanabe, Y.; “Diphenylammonium triflate (DPAT): efficient catalyst for esterification of carboxylic acids and for transesterification of carboxylic esters with nearly equimolar amounts of alcohols”; Tetrahedron Lett.; 2000; 41 (27); 5249-5252. 59. Chavan, S. P.; Subbarao, Y. T.; Dantale, S. W.; Sivappa, R.; “Transesterification of ketoesters using Amberlyst-15”; Synth. Commun.; 2001; 31 (2); 289-294 . 60. Ribeiro, R. S.; de Souza, R. O. M. A.; Vasconcellos, M. L. A. A.; Oliveira, B. L.; Ferreira, L. C.; Aguiar, L. C. S.; “Hexamethylenetetramine-mediated transesterification of beta-keto esters”; Synthesis; 2007; (1); 61-64. 61. Balaji, B. S.; Sasidharan, M.; Kumar, R.; Chanda, B.; “A facile and selective synthesis of beta-keto esters via zeolite catalysed transesterification”; Chem. Commun.; 1996; (6); 707-708. 62. Ma, X. B.; Gong, J. L.; Wang, S. P; He, F.; Yang, X.; Wang, G.; Xu, G. H.; “Characterization and reactivity of silica-supported bimetallic molybdenum and stannic oxides for the transesterification of dimethyl oxalate with phenol”; J. Mol. Catal. A: Chem.; 2004; 218 (2); 253-259. 63. a) Kaneda, K.; “Cation-Exchanged Montmorillonites as Solid Acid Catalysts for Organic Synthesis”; Synlett; 2007; (7); 999-1015. b) Vaccari, A.; “Clays and catalysis: a promising future”; Appl. Clay Sci.; 1999; 14 (4); 161-168. 64. Ponde, D. E.; Deshpande, V. H.; Bulbule, V. J.; Sudalai, A.; Gajare, A. S. ; “Selective catalytic transesterification, transthiolesterification, and protection of carbonyl compounds over natural Kaolinitic Clay”; J. Org. Chem.; 1998; 63 (4); 1058-1063. 65. Xie, W. L.; Peng, H.; Chen, L. G.; “Transesterification of soybean oil catalyzed by potassium loaded on alumina as a solid-base catalyst”; Appl. Catal. A; 2006; 300 (1); 67-74. 66. Yadav, G. D.; Jadhav, S. R.; “Synthesis of reusable lipases by immobilization on hexagonal mesoporous silica and encapsulation in calcium alginate: Transesterification in non-aqueous medium”; Microporous Mesoporous Mater.; 2005; 86 (1-3); 215-222. 67. Choudary, B. M.; Kantam, M. L.; Reddy, C. V.; Aranganathan, S.; Santhi, P. L.; Figueras, F.; “MgAl-O-t-Bu hydrotalcite: a new and efficient heterogeneous catalyst for transesterification”; J. Mol. Catal. A: Chem.; 2000; 159 (2); 411-416. 42 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva transesterificação de β-cetoésteres com carboidratos (Esquema 42) 68. Neste trabalho utilizaram-se três tipos de argilas naturais das classes esmectita, atapulgita e vermiculita que se mostraram catalisadores eficientes e reutilizáveis68, em condições térmicas (tolueno em refluxo). A desvantagem deste processo é o longo tempo reacional, iguais ou superior a 48 horas, que acarreta grande consumo de energia externa. O R2OH Tolueno, refluxo, argila O + R1 OEt O OR2 R1 Δ, 48h 10, 12-15 O + EtOH 99a-j 97, R1=CH3 98, R1=Ph O a, R2= OCH3 O b, R2= O O O O O O R1 = Me, R2 = a, 73-93% R1 = Me, R2 = b, 76-98% R1 = Me, R2 = c, 50-51% O O O c, R2= d, R2= O O O O O O O R1 = Me, R2 = d, Quant R1 = Me, R2 = e, 84-95% R1 = Ph, R2 = a, 72-76% R1 = Ph, R2 = b, 82-89% R1 = Ph, R2 = c, 78-82% R1 = Ph, R2 = d, 87-98% O O R1 = Ph, R2 = e, 60-99% O e, R2= O O Esquema 42: Obtenção dos carboidratos transesterificados 5.1. Obtenção dos β-cetoésteres derivados de carboidratos utilizando-se argilas nacionais como catalisadores reutilizáveis, em condições térmicas e sob irradiação de microondas Tendo em vista o excelente resultado obtido com estas argilas citadas anteriormente nas reações de transesterificação sob condições térmicas, decidiu-se utilizá-las para a preparação dos β-cetoésteres. Porém, como mencionado anteriormente, 68. da Silva, F. C.; Ferreira, V. F.; Rianelli, R. S.; Perreira, W. C.; “Natural clays as efficient catalyst for transesterification of beta-keto esters with carbohydrate derivatives”; Tetrahedron Lett.; 2002; 43 (7); 1165-1168. 43 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva o longo tempo reacional (~48h) era um fator limitante do processo. Decidiu-se assim, estudar uma alternativa para acelerar a esta reação. Nos dias atuais nos quais as demandas por processos sintéticos mais limpos e eficientes têm sido consideradas muito relevante devido a aspectos ambientais 69, duas condições reacionais parecem ser bastante adequadas para as reações químicas em escala preparativa: reações livres de solventes e reações aceleradas sob irradiação de microondas 70. Neste sentido, devido à eficiência dos aparelhos de microondas em aquecer rapidamente meios reacionais, estes têm sido muito utilizados em diversas transformações orgânicas reduzindo o seu tempo reacional, muitas vezes de dias e horas para minutos ou segundos. Artigos de revisões recentes sobre reações aceleradas por microondas 71 mostram que é grande a diversidade de tipos de reações beneficiadas por esta espécie de aquecimento 72. Existem no mercado nacional diferentes fornos de microondas que se adaptam a várias finalidades. Porém este possuem ainda preços elevados. Assim, muitos pesquisadores têm optado por desenvolver projetos próprios de fabricação de fornos de microondas 73,74 ou utilizar fornos domésticos para fins laboratoriais, com ou sem adaptações 75. Neste nosso trabalho, para as reações de transesterificação, adaptamos um forno de microondas doméstico. O efeito da irradiação de microondas sobre os tempos das reações de transesterificação foi avaliado usando-se como modelo a reação entre β69. a) Sanseverino, A. M.; “Síntese orgânica limpa”; Quim. Nova; 2000; 23 (1); 102-107. b) Anastas, P. T.; Kirchhoff, M. M.; Williamson, T. C.; “Catalysis as a foundational pillar of green chemistry”; Appl. Catal., A; 2001; 221 (1-2); 3-13. c) Anastas, P. T.; Bartlett, L. B.; Kirchhoff, M. M.; Williamson, T. C.; “The role of catalysis in the design, development, and implementation of green chemistry”; Catal. Today; 2000; 55 (1-2); 11-22. 70. a) Lew, A.; Krutzik, P. O.; Hart, M. E.; Chamberlin, A. R.; “Increasing Rates of Reaction: Microwave-assisted Organic Synthesis for Combinatorial Chemistry”; J. Comb. Chem.; 2002; 4 (2); 95105. b) Pillai, U. R.; Demessei, E. S.; Varma, R. S.; “Microwave-expedited olefin epoxidation over hydrotalcites using hydrogen peroxide and acetonitrile”; Tetrahedron Lett.; 2002; 43 (16); 2909-2911. 71. a) Lidström, P.; Tierney, J.; Wathey, B.; Westman, J.; “Microwave assisted organic synthesis-a review”; Tetrahedron; 2001; 57 (45); 9225-9283. b) Larhed, M.; Moberg, C.; Hallberg, A.; “Microwaveaccelerated homogeneous catalysis in organic chemistry”; Acc. Chem. Res.; 2002; 35 (9); 717-727. c) Sanseverino, A. M.; “Microondas em Síntese Orgânica”; Quim. Nova; 2002; 25 (4); 660-667. d) Varma, R. S.; “Solvent-free accelerated organic syntheses using microwaves”; Pure Appl. Chem.; 2001; 73 (1); 193-198. 72. Graebin, C. S.; Eifler-Lima, V. L.; “O Uso do Forno de Microondas na Síntese Orgânica em Fase Sólida”; Quim. Nova; 2005; 28 (1); 73-76 e referências citadas. 73. Carmosini, N.; Ghoreshy, S.; Koether, M. C.; “The gravimetric analysis of nickel using a microwave oven”; J. Chem. Educ.; 1997; 74 (8); 986-987. 74. Arruda, M. A. Z.; Santelli, R. E.; “Mecanização no Preparo de Amostras por Microondas: o Estado da Arte”; Quim. Nova; 1997; 20 (6); 638-643. 75. Pecoraro, E.; Davolos, M. R.; Jafelicci Jr., M. R.; “Adaptações em Forno de Microondas Doméstico para Utilização em Laboratório”; Quim. Nova; 1997; 20 (1); 89-92. 44 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva cetoésteres 97 e 98 e acetonídeos de carboidratos 10-15 e 94-96, sob catálise das argilas naturais: esmectita, atapulgita e vermiculita. 5.1.1. Adaptação de forno microondas doméstico para realização de reações sob refluxo e catalisadas por argilas Primeiramente foi adaptado um forno de microondas doméstico da marca Eletrolux modelo ME27F com capacidade de 28 L e os primeiros testes realizados com o equipamento indicaram que as reações de transesterificação ocorreriam com um tempo reacional entre 7-9 h, na qual foi muito inferior aquele necessário para realizar estas mesmas reações sob aquecimento convencional (48 h). Mesmo com as adaptações realizadas no forno visando o resfriamento do magnetron, este pode vir a sofrer danos irreversíveis, devido à baixa absorção das microondas excedentes e da irradiação não absorvida pelo meio reacional. Isto ocorre principalmente quando se emprega solvente de baixa polaridade, como por exemplo tolueno. Sabendo-se que a freqüência do aparelho é de 2450 MHz e que solventes polares, em especial a água, absorvem bem este tipo de radiação, foi confeccionado então um tubo de vidro em forma de “U” (Figura 2) pelo qual se fez passar água resfriada externamente para captação das microondas excedentes. Essa absorção pode ser regulada na medida em que se aumente ou diminua o volume de água no tubo ou que o mesmo avance ou recue em relação à face posterior do forno. Este tubo foi de suma importância para a vida útil do magnetron uma vez que nas reações utilizou-se tolueno, como solvente. A introdução do tubo em “U” para moderação das microondas no interior do forno já havia sido descrita por Hogarth e colaboradores 76 para reações sob refluxo. Entretanto, no nosso caso, o tubo se localiza na face posterior do forno, como já mencionado, próximo ao fundo do mesmo, permitindo a circulação de água no ponto de maior focalização das ondas. 76. Ardon, M.; Hayes, P. D.; Hogartha, G.; “Microwave-assisted reflux in organometallic chemistry: Synthesis and structural determination of molybdenum carbonyl complexes - An intermediate-level organometallic-inorganic experiment”; J. Chem. Educ.; 2002; 79 (10); 1249-1251. 45 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva (a) (b) (c) Figura 2: Sistema moderador de ondas. (a) Tubo em “U” e adaptador 24/40 para balão e condensador de refluxo. (b) Foto da face posterior do forno. (c)Tubo em “U” e balão de reação conectados ao forno de microondas 5.1.2. Calibração do aparelho de microondas adaptado Antes dos experimentos de transesterificação foi preciso verificar se as adaptações feitas não comprometeriam significativamente a segurança do usuário e a eficiência original do forno. Para isto, foi realizado um teste simples para verificar vazamento de microondas que consiste em expor uma maçã imersa em um copo d’água nos pontos de suspeita de vazamento. Em caso de vazamento, a fruta terá sua maturação acelerada pelas ondas e conseqüentemente haverá um escurecimento na sua região central. Assim, foram dispostas quatro maçãs: uma na posição frontal, uma acima do aparelho, próximo ao furo superior, e duas na posição posterior em frente aos furos de encaixe do tubo em “U”. Após, a realização de uma reação teste de transesterificação, 46 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva nas condições já citadas, por um tempo de cinco minutos, observou-se que não havia vazamento. A determinação da potência do forno de microondas foi realizada pela medida indireta da elevação da temperatura da água por um tempo estabelecido. Um bécher de 2 L contendo 1L de água destilada foi posicionado exatamente no ponto assinalado pelo papel de fax (Figura 4). O aquecimento foi realizado por 120 s, nos graus de potência disponíveis no aparelho (10 a 100). A potência (P) foi determinada pela razão entre a energia absorvida pela água (nCpΔT) e o tempo de irradiação (t), conforme a equação P = nCpΔT/t - na qual, “n” é o número de mols de água, neste caso 55,6 mols; Cp é a capacidade calorífica molar da água (75,3 J K-1 mol-1); ΔT é a variação de temperatura observada e t é o tempo de irradiação (120 s). É conhecido que esta elevação de temperatura (ΔT) é diretamente proporcional à potência da radiação de microondas. Maiores detalhes sobre este procedimento foram recentemente relatados por Nascentes e colaboradores 77 e Sabadini e colaboradores 78. Os resultados obtidos neste processo estão mostrados na Tabela 2 e a curva de calibração correspondente está apresentada na figura 3. Observou-se que a potência do forno é crescente em função da temperatura, mas não corresponde ao valor relatado pelo fabricante no manual do aparelho. Tabela 2: Determinação da potência do forno de MO adaptado Grau de Potência (%) 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Variação de Temperatura (K) 1,0 2,0 4,0 6,0 7,0 10,0 12,0 13,0 18,0 19,0 Potência (W) 34,89 139,56 169,77 209,33 244,22 348,89 418,67 453,56 628,00 662,89 77. Rosini, F.; Nascentes, C. C.; Nóbrega, J. A.; “Experimentos Didáticos Envolvendo Radiação Microondas”; Quim. Nova 2004, 27 (6), 1012-1015. 78. Barboza, A. C. R. N.; Cruz, C. V. M. S.; Graziani, M. B.; Lorenzetti, M. C. F.; Sabadini, E.; “Aquecimento em Forno de Microondas/Desenvolvimento de Alguns Conceitos Fundamentais”; Quim. Nova; 2001; 24 (6); 901-904. 47 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 700 600 500 400 300 200 100 0 0 20 40 60 80 100 120 Grau de P otência (%) Figura 3: Curva de calibração da potência do aparelho de MO A posição do ponto ótimo de irradiação no interior do forno foi determinada através de mapeamento do seu interior, utilizando-se papel de fax termo-sensível (Figura 4). Na Figura 2 pode-se observar a localização do ponto ótimo de irradiação. (a) (b) Figura 4: Mapeamento do forno de MO usando papel de fax termo-sensível. (a) Forramento total da base com folha de papel de fax. (b) Ponto ótimo de irradiação no interior do forno 5.1.3. Preparação dos álcoois derivados de carboidratos 10-15 e 94-95 Inicialmente, preparou-se os acetonídeos dos carboidratos 10-15 e 94-95 e o αmetilglicosídeo tribenzilado 96 (Figura 5) precursores para os subprojetos seguintes BD. 48 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva HO OCH3 O O O O O HO O O O OH O O O O O O O O OCH3 O O O O OH O 15 HO O OBn O OH O O 14 BnO HO BnO O 94 O 13 12 HO O O O OH O O O 11 10 O O Bn O 95 OCH3 96 Figura 5: Álcoois derivados de carboidratos estudados nas reações de transesterificação Os acetonídeos 10-15 foram obtidos diretamente a partir dos seus respectivos monossacarídeos por métodos já descritos na literatura 79,80,81,82. O diacetonídeo da alose 15 foi preparado em duas etapas a partir de uma seqüência de reações envolvendo primeiramente a síntese do diacetonídeo da glicose 12, oxidação da hidroxila 3’-OH e redução diastereosseletiva da carbonila cetônica obtida usando-se NaBH4 em meio de solução etanol/água. As etapas de oxidação e redução na posição C-3’ foi realizada em um único pote reacional (Esquema 43) 83. HO O OH I2, Acetona OH O O O OH Refluxo, 6h OH OH D-glicose (1) 1) (COCl)2,CH2Cl2, Et3N DMSO, -80 ºC, 1,5h O O 2) NaBH4, EtOH/H2O -60 a -40 ºC 12, 80% O O O O OH O 15, 98% Esquema 43: Rota sintética de preparação do diacetonídeo da alose 15 79. Verhart, C. G. J.; Carls, B. M. G.; Zwanenburg, B.; Chittenden, G. J. F.; “Acetalation studies. Reaction of sucrose and some related sugars with acetone in the presence of iodine - a novel cleavage isopropylidenation method”; Rec. Trav. Chim. Pays-Bas; 1992; 111 (7-8); 348-352. 80. Silva, F. C.; Ferreira, V. F.; Perrone, C. 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Posterior hidrólise seletiva do grupo isopropilidênico nas posições C-5’ e C-6’ destes acetonídeos utilizando-se ácido fosfomolíbdico (1%) suportado em gel de sílica 85 levou aos derivados diidroxilados 108 e 109 que foram submetidos a clivagem oxidativa da ligação C-5’ – C-6’ com NaIO4, em etanol/água, seguida de redução do grupo aldeído formado empregando-se NaBH4 em etanol/água (Esquema 44) 86. O O RX, NaH O OH O O O THF, DMSO O OR O O 12 O 106, R = Bn, X = Br, Refluxo; 3h; 95% 107, R = Me, X = I, t.a.; 24h; 99% PMA/SiO2 (1 mol%) CH3CN, t.a., 24h HO O OR 1) NaIO4, EtOH/H2O O O 94, R = Bn, 92% 95, R = Me, 90% HO HO O OR 2) NaBH4, EtOH/H2O O O 108, R = Bn, 85% 109, R = Me, 80% Esquema 44: Rota sintética de preparação dos diacetonídeos derivados da xilose 94 e 95 O derivado α-metilglicosídeo tribenzilado 96 foi preparado a partir da αmetilglicose através de uma seqüência de reações envolvendo a proteção das hidroxilas 84. Heathcock, C. H.; White, C. T.; Morrison, J. J.; VanDerveer, D.; “Acyclic stereoselection. Double stereo-differentiation as a method for achieving superior crams rule selectivity in aldol condensations with chiral aldehydes”; J. Org. Chem.; 1981; 46 (7); 1296-1309. 85. Yadav, J. S.; Raghavendra, S.; Satyanarayana, M.; “Phosphomolybdic acid supported on silica gel: an efficient, mild and reusable catalyst for the chemoselective hydrolysis of acetonides”; Synlett; 2005; (16) 2461-2464. 86. Fleet, G. W. J.; Witty, D. 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HO HO HO O a OH OCH3 110 O O HO O OH OCH3 111, 87% b BnO HO BnO O Bn c, d O O O BnO Bn OCH3 96, 95% O O OCH3 112, 99% a) PhCH(OCH3)2, DMF, TsOH, 50ºC, 87% b) BnBr, THF, NaH, Refluxo, 3h, 99% c) NaCNBH3, THF d) HCl, Et2O Esquema 45: Rota de síntese do α-metilglicosídeo tribenzilado 96 Os derivados de carboidratos 10-15 e 94-96 tiveram suas estruturas confirmadas por espectroscopia de ressonância magnética nuclear de 1H e 13 C e de infravermelho. Seus dados espectroscópicos encontram-se listados na parte experimental e os rendimentos globais estão apresentados na Tabela 3. 87. Roën, A.; Padrón, J. I.; Vázquez, J. T.; “Hydroxymethyl Rotamer Populations in Disaccharides”; J. Org. Chem.; 2003; 68 (12); 4615-4630. 88. Szolcsányi, P.; Gracza, T.; Koman, M.; Prónayová; Liptajc, T.; “Pd(II)-catalysed aminocarbonylation as a key step in the total synthesis of C-6 homologues of 1-deoxynojirimycin and1-deoxy-lidonojirimycin”; Tetrahedron: Asymmetry; 2000; 11 (12); 2579-2597. 89. Elhalabi, J.; Rice, K. J.; “Thiosugar nucleotide analogues: synthesis of uridine 5’-(2,3,6-tri-O-acetyl4-S-acetyl-4-thio-α-D-galactopyranosyl diphosphate)”; Carbohydr. Res.; 2001; 335 (3); 159-165. 51 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Tabela 3: Resultados obtidos na preparação dos derivados de carboidratos (carboidrato-OH) Entrada Carboidrato-OH HO O Rendimento Global (%) 1 95 1 80 1 80 2 33 1 80 2 78 4 59 4 57 4 82 OCH3 O 1 Número de Etapas O 10 O 2 HO O O O O 11 O O O OH 3 O O 12 O O 4 OH O O O 13 O 5 O O OH O O 14 O O O 6 O OH O HO 15 O OBn 7 O O 94 HO O OCH3 8 O O 95 9 BnO HO BnO O Bn O OCH3 96 52 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 5.1.4. Reações de transesterificação catalisadas por argilas Uma vez obtidos os álcoois quirais derivados de carboidratos 10-15 e 94-96 foram efetuadas as reações de transesterificação com os β-cetoésteres etílicos 97 e 98. Os acetonídeos foram dissolvidos em tolueno (20 mL/1 g de acetonídeo) e em seguida foram misturados com 1,5 equivalentes de acetoacetato de etila (97) ou benzoilacetato de etila (98), adicionando-se ao meio a argila apropriada. Cabe ressaltar que as argilas utilizadas neste trabalho têm sido alvo de diversas pesquisas tanto sob o ponto de vista das suas propriedades físico-químicas 90, como o de sua utilização como catalisadores em reações de transferência de diazo 91. As reações sob condições térmicas foram realizadas fazendo-se aquecimento através de manta aquecedora e as efetuadas sob ação das microondas foram feitas no equipamento desenvolvido para esta finalidade. As reações de obtenção de 99a-q estão mostradas no Esquema 46 e os resultados obtidos em termos de rendimentos, com o uso das diferentes argilas, nas duas condições reacionais estão apresentados na Tabela 4. 90. a) Araujo, A.; de Santos, O.; “Estudo de propriedades de argilas esmectíticas (montmoriloníticas) de Campina Grande, Paraíba. Parte IV Ocorrência de paligorsquita (grupo das hormitas) no Sítio Bravo, distrito de Boa Vista”; Cerâmica; 1986; 32 (203); 339-350. b) Díaz, F. R.; “Estudos, em escala de laboratório, visando corrigir a viscosidade plástica dilatante de esmectita de cor verde-lodo, de Lages, Boa Vista, Campina Grande, Paraíba”; Cerâmica; 1986; 32 (203); 319-331. 91. Rianelli, R. S.; de Souza, M. C. B. V.; Ferreira, V. F.; “Mild diazo transfer reaction catalyzed by modified clays”; Synth. Commun.; 2004; 34 (5); 951-959. 53 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva O R2OH + O R1 10-15 ou 94-96 OEt Tolueno, refluxo, argila M.O. ou Δ O 99a, R1 = Me, R2 = a 99b, R1 = Me, R2 = b O + EtOH OR2 R1 99c, R1 = Me, R2 = c 99a-q 97, R1=CH3 98, R2=Ph 99d, R1 = Me, R2 = d 99e, R1 = Me, R2 = e 99f, R1 = Me, R2 = f O O OCH3 O O O O O O O O O O O OBn O O O O f OO O c g O O O O O O b a R2= O O O OCH3 h O O O OO d BnO HO BnO Bn i 99h, R1 = Me, R2 =h 99i, R1 = Me, R2 = i e O O 99g, R1 = Me, R2 = g 99j, R1 = Ph, R2 = a 99k, R1 = Ph, R2 = b 99l, R1 = Ph, R2 = c 99m, R1 = Ph, R2 = d 99n, R1 = Ph, R2 = e OCH3 99o, R1 = Ph, R2 = f 99p, R1 = Ph, R2 = g 99q, R1 = Ph, R2 = i Esquema 46: Esquema reacional utilizado nas transesterificações catalisadas por argilas No processo térmico de transesterificação, a mistura foi aquecida sob refluxo durante 48 horas. Os rendimentos das reações variaram entre 50 e 99% (Tabela 4). Nas reações com o uso de microondas, cada mistura de reagentes, em solvente tolueno, foi submetida a sucessivos pulsos microondas de 90 minutos, na potência máxima do aparelho, durante um período que variou entre 6 a 9 horas. Deve-se ressaltar que o marcador de tempo do aparelho só permitia irradiações de no máximo 90 minutos, por vez. Em ambos os processos, após as reações, foi efetuada filtração e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida e o óleo resultante foi purificado por cromatografia em coluna de silicagel do tipo “flash” eluindo-se com uma mistura de hexano/acetato de etila (9:1) como gradiente. Os rendimentos das reações variaram entre 35% e 95% (Tabela 4). 54 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Tabela 4: Resultados obtidos nas reações de transesterificação entre 10-15 ou 94-96 e 97 ou 98 catalisadas por argilas, em condições térmicas e sob irradiação por microondas Entrada 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Produto 99a 99b 99c 99d 99e 99f 99g 99h 99i 99j 99k 99l 99m 99n 99o 99p 99q Esmectita 73 76 50 98 95 73 72 75 82 72 89 78 91 60 75 85 68 Térmico, % em 48h Atapulgita Vermiculita 93 93 86 98 50 51 99 98 94 84 96 62 70 73 65 70 81 79 75 76 82 82 80 82 87 98 93 99 90 68 89 90 66 67 Microondas, % (tempo) Esmectita Atapulgita Vermiculita 70 (7h) 73 (7h) 93 (7h) 76 (7h) 73 (7h) 80 (7h) 52 (9h) 35 (9h) 43 (9h) 73 (6h) 90 (6h) 95 (6h) 60 (7h) 70 (7h) 55 (7h) 62 (9h) 68 (9h) 63 (9h) 70 (7,5h) 69 (7,5h) 72 (7,5h) 65 (7,5h) 60 (7,5h) 75 (7,5h) 83 (7,5h) 81 (7,5h) 80 (7,5h) 65 (9h) 65 (9h) 67 (9h) 70 (9h) 72 (9h) 85 (9h) 50 (9h) 47 (9h) 55 (9h) 60 (9h) 57 (9h) 55 (9h) 60 (9h) 60 (9h) 83 (9h) 82 (9h) 72 (9h) 79 (9h) 88 (9h) 83 (9h) 87 (9h) 63 (9h) 64 (9h) 66 (9h) As reações feitas sob irradiação por microondas ocorreram com significantes aumentos de velocidade, sendo o tempo reacional reduzido em até 88% (entrada 4). Analisando-se a Tabela 4 pode-se observar que a vermiculita (6 derivados obtidos com rendimentos > 90% e 3 com rendimentos entre 80 e 90%) e a atapulgita (6 derivados isolados com rendimentos > 90% e 6 com rendimentos entre 80 e 90%) foram as argilas de melhor performance no método que empregou o aquecimento convencional. Por outro lado, nas reações aceleradas por microondas a vermiculita (2 derivados obtidos com rendimentos > 90% e 5 com rendimentos entre 80 e 90%) mostrou-se a mais eficiente das três argilas. Em uma análise geral, pode-se dizer que a vermiculita foi a argila mais eficiente dentre as estudadas, tanto nas reações sob aquecimento convencional quanto naquelas irradiadas por microondas. Isto pode ser explicado pela sua maior área superficial 119,67 m2/g em relação a da esmectita, com área superficial de 68,88 m2/g e da atapulgita, com área superficial de 49,30 m2/g. Observou-se, em ambos os tipos de procedimentos, que as reações foram mais eficientes para álcoois primários do que secundários, e que seus rendimentos químicos são dependentes da estrutura do carboidrato. Deve-se ressaltar que as argilas foram reutilizadas nas diversas reações efetuadas, mantendo sua eficiência, e mostrando que a irradiação de microondas não alterou sua estrutura durante o processo. Sabendo-se que as argilas testadas possuem caráter ácido, foi proposto, então um mecanismo para a formação dos β-cetoésteres 99a-q, o qual a reação se desenvolve 55 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva através da formação do intermediário ceteno conforme descrito por Clemens e colaboradores 92 (Esquema 47). O R1 H H H H H H H Argila O O O -H OEt R1 OEt H H OH R1 OR2 O H OEt R1 -EtOH EtOH O -H+ R1 O H R1 = CH3 (97) ou Ph (98) R2OH = 10-15 ou 94-96 O O + O OH OR2 H C R1 H OH R2OH O OR2 R1 99a-q Esquema 47: Mecanismo de transesterificação Este estudo de adaptação do forno de microondas doméstico para promover reações de transesterificação catalisadas por argilas naturais foi apresentado no X Encontro Regional de Química da Sociedade Brasileira de Química-SBQ-Rio (2003) sob título “Uso de um microondas doméstico adaptado para reações de transesterificação catalisadas por argilas naturais” e na XXVI Congresso Latinoamericano de Química/27ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química em 2004 sob o título “Uso de Espongolita e Argilas Naturais na Reação de Transesterificação Acelerada por Microondas” sendo eleito como um dos melhores painéis apresentados do na seção de química orgânica. Posteriormente, este trabalho foi publicado como nota técnica no periódico Química Nova (2006) sob o título “Adaptação de Forno de Microondas Doméstico para Realização de Reações de Transesterificação Sob 92. a) Clemens, R. J.; Hyatt, J. A.; “Acetoacetylation with 2,2,6-trimethyl-4H-1,3-dioxin-4-one - A convenient alternative to diketene”; J. Org. Chem.; 1985; 50 (14); 2431-2435. b) Clemens, R. J.; Witzeman, J. S.; “Kinetic and spectroscopic studies on the thermal-decomposition of 2,2,6-trimethyl-4H1,3-dioxin-4-one - generation of acetylketene”; J. Am. Chem. Soc.; 1989; 111 (6); 2186-2193. 56 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Refluxo e Catálise Por Argilas” (ver anexo) 93. No trabalho publicado na Química Nova93 foram citados apenas os resultados obtidos para as reações com os acetonídeos 10-15 que geraram os β-cetoésteres 99a-l. Posteriormente a esta publicação, foram realizadas as preparações dos demais β-cetoésteres 99m-q derivados dos demais carboidratos usados neste trabalho de tese. 5.2. Desenvolvimento de um novo método de obtenção de β-enaminoésteres quirais sob catálise por argilas naturais em um pote reacional Obtidos os β-cetoésteres derivados de carboidratos 99a-f prosseguiu-se o trabalho com a preparação dos seus β-enaminoésteres correspondentes. O método mais comum de preparação de enaminonas é a condensação de compostos β-dicarbonílicos com aminas primárias ou secundárias, em refluxo de benzeno ou tolueno, com remoção azeotrópica de água 94. Adaptações bastante comuns desta reação envolvem o uso de acetato de aminas voláteis ou amônia 95, o emprego de catalisadores ácidos, como ácido ascórbico 96, e a utilização de derivados carbonílicos mais reativos, como ésteres ou cloretos de ácidos vinílogos (no caso de aminas pouco básicas) 97, usando-se acetonitrila como solvente, quando a amina estiver na forma de cloridrato98. A condensação de aminas com derivados 1,3-dicarbonílicos 99, ainda hoje é o método mais utilizado na preparação de enaminonas 100. Adaptações recentes deste método envolvem o uso de 93. Da Silva, F. C.; Ferreira, V. F.; de Souza, M. C. B. V.; “Adaptação de forno de microondas doméstico para realização de reações de transesterificação sob refluxo e catálise por argilas”; Quim. Nova; 2006; 29 (2); 376-380. 94. Dixon, K.; Greenhill, J. V.; “Study of rates of hydrolysis of certain enaminones”; J. Chem. Soc. Perkin Trans. 2; 1974; (2); 164-168. 95. Baraldi, P. 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Bull.; 1998; 47 (11); 2246-2248. 57 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva catalisadores como BF3⋅Et2O 101, TsOH 102, nitrato cérico amoniacal (CAN) 103, TMSOTf e cloreto cérico em condições ambientalmente favoráveis sem solventes 104, e ainda as que fazem uso de ultra-som em meio a ácido acético105, na presença de perclorato de zinco 106, líquido iônico 107, peneira molecular 4 A 108 e tribrometo de índio 109. Tendo em vista nossa experiência com o emprego de argilas naturais como mencionado anteriormente, decidiu-se utilizá-las também como catalisadores sólidos para a preparação dos β-enaminoésteres desejados. Assim, foi realizada a preparação do β-enaminoéster etílico 100u reagindo-se acetoacetato de etila (97) com benzilamina, em tolueno, utilizando-se as argilas naturais esmectita, vermiculita e atapulgita como catalisadores sólidos conforme mostrado no Esquema 48. O O BnNH2, Tolueno OEt 97 NH O OEt Argila, 24h, t.a. 100u Esquema 48: Preparação da enaminona 100u sob catálise com argila 101. Benovsky, P.; Stephenson, G. A.; Stille, J. R.; “Asymmetric formation of quaternary centers through aza-annulation of chiral β-enamino amides with acrylate derivatives”; J. Am. Chem. Soc.; 1998; 120 (11); 2493-2500. 102. a) Parr, R. W.; Reiss, J. A.; “An application of the nenitszescu reaction to the synthesis of 1,2annulated indoles and benz[6]indoles”; Aust. J. Chem.; 1984; 37 (6); 1263-1270. b) Yapi, A. D.; Mustofa, M.; Valentin, A.; Chavignon, O.; Teulade, J. C.; Mallie, M.; Chapat, J. P.; Blache, Y.; “New potential antimalarial agents: Synthesis and biological activities of original diaza-analogs of phenanthrene”; Chem. Pharm. 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Catal.; 2006; 348 (1-2); 184190. 58 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Após a adição da benzilamina à solução contendo tolueno, acetoacetato de etila (97) e 20% em peso da argila, o sistema foi submetido a agitação magnética por 24 horas, sob temperatura ambiente. O andamento da reação foi acompanhado por c.c.f.. ao fim da mesma, a mistura foi filtrada e o solvente foi evaporado. O β-enaminoéster 100u foi obtido na forma de um óleo amarelo viscoso e os rendimentos das reações estão discriminados na Tabela 5. Tabela 5: Rendimentos obtidos nas reações de obtenção do β-enaminoéster 100u promovidas por argilas Argila NH Vermiculita Atapulgita Esmectita 98% 95% 94% O OEt 100u Realizadas as reações teste de obtenção da enaminona 100u, os βenaminoésteres quirais derivados de carboidratos 100a-q foram preparados em um único pote reacional por reações de transesterificação seguida de formação do βenaminoéster. Cabe destacar que não há qualquer referência na literatura sobre a síntese de β-enaminoésteres em um único pote reacional, sob catálise de argilas ou de zeólitas (Esquema 49). O R2OH 10-15 ou 94-96 + Tolueno, refluxo, argila, 48h O R1 OEt NH O R1 depois BnNH2, t.a., 24h 97, R1=CH3 98, R2=Ph OR2 100a-q + EtOH 100a, R1 = Me, R2 = a 100b, R1 = Me, R2 = b 100c, R1 = Me, R2 = c 100d, R1 = Me, R2 = d 100e, R1 = Me, R2 = e 100f, R1 = Me, R2 = f O O OCH3 O O O O O O R2= O O a O OBn O O O O f OO O b c O O O O O O g O O O O O O O d 100g, R1 = Me, R2 = g 100h, R1 = Me, R2 =h e 100i, R1 = Me, R2 = i 100j, R1 = Ph, R2 = a O OCH3 h O O BnO HO BnO O Bn i O OCH3 100k, R1 = Ph, R2 = b 100l, R1 = Ph, R2 = c 100m, R1 = Ph, R2 = d 100n, R1 = Ph, R2 = e 100o, R1 = Ph, R2 = f 100p, R1 = Ph, R2 = g 100q, R1 = Ph, R2 = i Esquema 49: Esquema reacional utilizado na síntese de enaminoésteres catalisadas por argilas em um único pote reacional 59 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Nestas reações, os derivados de carboidratos 10-15 e 94-96 foram reagidos com os β-cetoésteres 97 ou 98 e posteriormente com a benzilamina para produzirem os βenaminoésteres 100a-q. A reação de transesterificação entre os álcoois quirais derivados de carboidratos 10-15 e 94-96 e o β-cetoéster 97 ou 98 foi conduzida em condições térmicas68, sob catálise de argilas, conforme já descrito anteriormente. Em seguida, sem prévio isolamento do β-cetoéster derivado de carboidrato (99a-q), o sistema foi resfriado a temperatura ambiente e foram adicionados 3,0 equivalentes de benzilamina e agitou-se a solução por mais 24 horas a temperatura ambiente. Após filtração e evaporação do solvente sob pressão reduzida, o óleo resultante foi cromatografado em coluna de silicagel do tipo “flash”, eluindo-se com um gradiente de hexano/trietilamina (98:2) a hexano/trietilamina (9:1). Os resultados estão discriminados na Tabela 6. Tabela 6: Resultados obtidos nas reações de obtenção dos β-enaminoésteres 100a-q catalisadas por argilas realizadas em um único pote reacional Entrada Produto Bn NH Esmectita (%) Atapulgita (%) Vermiculita (%) O O 1 OCH3 O O 94 65 75 80 79 69 50 75 60 55 60 98 81 70 53 O 100a O 2 O Bn NH O O O O O 100b O O O 3 HN Bn O O O O 100c O O 4 O O O O O HN Bn 100d O 5 O O O O O O HN Bn 100e 60 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva O O O 6 O O Bn Bn NH NH 51 43 60 40 50 63 45 53 67 83 84 87 75 73 20 89 59 66 62 55 82 85 70 40 80 40 39 O O 100f O O 7 O OBn O O 100g Bn NH O O 8 O OCH3 O O Bn NH O BnO O BnO 9 O O Bn Bn 10 NH 100h OCH 3 100i O Ph O OCH3 O O O 100j O Ph 11 Bn O NH O O O O O 100k O HN O O 12 O Bn Ph O O O 100l O O 13 O O O O Ph O HN Bn 100m O 14 O O O O O O Ph HN Bn 100n 61 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva O O 15 O Ph Bn Bn 16 O NH O NH 40 30 60 20 35 43 34 33 25 O O 100o O O Ph O OBn O O Bn 17 Ph NH O 100p BnO O O BnO Bn O OCH3 100q Analisando-se a Tabela 6 pode-se observar que a esmectita (1 derivado obtido com rendimento > 90% e 6 com rendimentos entre 80 e 90%) e a vermiculita (1 derivado obtido com rendimento > 90% e 2 com rendimentos entre 80 e 90%) levaram a melhores resultados de reação do que a atapulgita, quando realizadas sob aquecimento convencional. Em uma análise geral, também a esmectita foi a que se mostrou mais eficiente dentre as três argilas empregadas. Sabendo-se que a primeira etapa de reação é a de transesterificação e, como já visto anteriormente, a área superficial das argilas influencia diretamente no desempenho catalítico, a segunda etapa, que é a reação de condensação da benzilamina com o β-cetoéster, é regida pelo índice de acidez da argila. Logo, dentre as três argilas estudadas, a de menor pH é a esmectita, com pH de 7,04, a este fato deve estar relacionado o seu melhor desempenho frente a vermiculita (pH = 8,40) e atapulgita (pH = 7,45). A Figura 6 apresenta um gráfico demonstrativo do desempenho catalítico das argilas frente à reação de obtenção das enaminonas em um único pote reacional. 62 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Esmectita Atapulgita Vermiculita 100 90 80 Rendimento 70 60 50 40 30 20 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Figura 6: Desempenho catalítico das argilas na preparação dos β-enaminoésteres 100a-q Os rendimentos das reações variaram entre 20% e 98% para os β-enaminoésteres e observou-se que quando o β-cetoéster precursor era o acetoacetato de etila (100a-i, R1=CH3) as reações apresentaram rendimentos superiores as de obtenção das enaminonas fenílicas (100j-q, onde R1 = Ph). Isto pode ser explicado pela menor reatividade da carbonila cetônica nos β-cetoésteres 99j-q frente ao ataque nucleofílico da benzilamina devido à conjugação do sistema π-aromático com o sistema πcarbonílico. Adicionalmente, deve-se ressaltar, para o caso desta cetona, a alta concentração da forma “enólica” presente em média em cerca de 22% 110 em relação a forma “ceto”, conforme ilustrado no Esquema 50, reduzindo assim, a concentração do derivado cetônico mais reativo. BnNH2 O X O OH O OR2 99j-q, 78% OR2 22% Esquema 50: Possibilidades de ataque nucleofílico no sistema ceto-enol de 99j-q 110. Burdett, J. L.; Rogers, M. T.; “Keto-enol tautomerism in β-dicarbonyls studied by nuclear magnetic resonance spectroscopy. Proton chemical shifts and equilibrium constants of pure compounds”; J. Am. Chem. Soc.; 1964; 86 (11); 2105-2109. 63 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva A fim de se contornar o problema dos baixos rendimentos para obtenção dos βenaminoésteres 100j-q em conseqüência da baixa reatividade da carbonila cetônica frente ao nucleófilo, a benzilamina, o sistema reacional foi mantido sob refluxo, ao invés de se usar temperatura ambiente para a reação. Em seguida, foram adicionados 3,0 equivalentes de benzilamina. Nestas condições, após 6 horas, comprovou-se o término da reação por meio de análise por c.c.f.. O sistema reacional foi então resfriado até a temperatura ambiente, seguindo-se de filtração e evaporação do solvente sob pressão reduzida. O óleo resultante foi purificado por cromatografia em coluna de silicagel do tipo “flash”, eluindo-se com um gradiente de hexano/trietilamina (98:2) a hexano/trietilamina (9:1), obtendo-se dois produtos: um menos polar sob a forma de um óleo amarelo viscoso e outro mais polar, que se tratava do álcool derivado dos carboidratos 10-15, 94 ou 96, ou seja, dos materiais de partida. Ao se investigar a estrutura do produto menos polar formado, por meio de técnicas espectroscópicas, pode-se concluir que se tratava da acrilamida 114 (N-benzil3-benzilamino-3-fenil-acrilamida) ao invés do β-enaminoéster desejado. A Figura 7 ilustra o espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio da acrilamida 114 (300,00 MHz, solvente: CDCl3, padrão de referência: TMS). Figura 7: Espectro de ressonância magnética nuclear de 1H da acrilamida 114 64 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Três fatores podem ter contribuído para a formação da acrilamida 114: a alta temperatura do sistema reacional; a alta labilidade do radical derivado de carboidrato combinada a baixa nucleofilicidade da carbonila cetônica dos β-cetoésteres 99j-q frente ao nucleófilo benzilamina, conforme já ilustrado no esquema 50; a quantidade em excesso de benzilamina no meio reacional (3 equivalentes), em relação a do β-cetoéster. A relação indicada anteriormente representa um total de 1,5 eq (1,0 do βcetoéster quiral derivado de carboidrato formado na primeira etapa + 0,5 eq do βcetoéster 97 ou 98 remanescente). Acredita-se que a formação da acrilamida 114 ocorre em duas etapas: a primeira em que há a adição da benzilamina à carbonila do éster com eliminação do radical carboidrato, formando assim a β-cetoamida 113; outra, em seguida, em que 113 reage novamente com a benzilamina formando uma imina que se encontra em equilíbrio com a acrilamida 114. O Esquema 51 ilustra uma proposta mecanística para este processo. O H H H H H H Argila O Ph O OH Ph OR2 O -H+ OR2 H O Ph H H OR2 H R2OH = 10-15 ou 94-96 -R2OH O OH -H Ph NHBn O O + Ph O O OH Ph NHBn H H OH O BnH2N Argila Ph NHBn Ph 113 Bn N Bn O -H+ NHBn NH NHBn OH BnNH2 OH O Ph NHBn BnNH2 Ph Bn C Ph NH O -H2O NHBn BnHN OH2 O Ph NHBn O Ph NHBn 114 Esquema 51: Proposta mecanística para formação da acrilamida 114 65 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Em uma tentativa de se contornar o problema, fez-se uma nova reação, partindose do monoacetonídeo da ribose (10) ou do diacetonídeo da glicose (12). A primeira etapa de reação que foi a transesterificação foi realizada nas mesmas condições empregadas anteriormente e em seguida, mantendo-se o refluxo, adicionou-se 1,5 eq de benzilamina. Após 6 horas de reação, comprovou-se o total consumo do β-cetoéster benzoílico (99a ou 99c) gerado na etapa anterior por meio de análise por c.c.f. e o sistema foi resfriado até a temperatura ambiente. A mistura foi filtrada e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida. O óleo resultante foi cromatografado em coluna de silicagel do tipo “flash” eluindo-se com um gradiente de hexano/trietilamina (98:2) a hexano/trietilamina (9:1). Ao se investigar a estrutura do produto isolado, por meio de técnicas espectroscópicas, pode-se concluir que se tratava do β-iminoéster 115j ou 115l e não o β-enaminoéster 100j ou 100l desejado. As Figuras 8 e 9 ilustram os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio dos β-iminoésteres 115j e 115l, respectivamente (300,00 MHz, solvente: CDCl3, padrão de referência: TMS). Figura 8: Espectro de ressonância magnética nuclear de 1H do iminoéster 115j 66 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Pode-se observar no espectro do produto 115j (Figura 8) a presença do sinal singleto em 3,99 ppm relativo aos hidrogênios α-metilênicos e a ausência do sinal do hidrogênio do tipo NH em torno de 9,0 ppm que estaria presente no caso de se tratar do seu tautômero enaminoéster 100j. No espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio do β-iminoéster 115l, mostrado na Figura 9, observa-se também a presença do sinal em 4,01 ppm na forma de um singleto referente aos hidrogênio α-metilênicos (300,00 MHz, solvente: CDCl3, padrão de referência: TMS). Figura 9: Espectro de ressonância magnética nuclear de 1H do iminoéster 115l Existem vários relatos na literatura quanto à predominância da forma imínica e sobre a enamínica, ou vice-versa, dependendo do solvente e do pH do meio 111. 111. a) Caccamese, S.; Principato G.; “Resolution of the enantiomers of tetrahydrozoline by chiral HPLC. The racemization of the enantiomers via an imine-enamine tautomerism”; Tetrahedron: Asymmetry; 1998; 9 (16); 2939-2945. b) Kurasawa, Y.; Hosaka, T.; Takada, A.; Kim, H. S.; Okamoto, Y.; “Substituent and Solvent Effects on the Tautomer Ratios between the Hydrazone Imine and Diazenyl Enamine Forms in p- and m- Substituted 3-(Arylhydrazono)methyl-2-oxo-1,2-dihydroquinoxalines”; J. Heterocycl. Chem.; 1995; 32 (2); 445-450. c) Boulard S, Gordon, P.; Stanforth, S. P.; “The Wittig Reaction of Fluorinated Amides: an Unusual Fragmentation of Oxaphosphetane Intermediates”; J. Chem. Res., Synop.; 1998; (12); 728-729. d) Stanforth, P.; “The Wittig reaction of fluorinated amides: formation of enamine and imine tautomers”; Tetrahedron; 2001; 57 (9); 1833-1836. e) Guthrie, J. P.; Jordan, F.; 67 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Considerando a baixa nucleofilicidade da carbonila cetônica nos benzoilésteres 99j-q e o fato das argilas serem catalisadores ácidos muito fracos, concluímos que após a adição da benzilamina ao meio reacional o pH do sistema aumenta. Esta elevação do pH favorece a formação da imina 112, conforme ilustrado no Esquema 52. O H H H H H H Argila O Ph OR2 OH O Ph BnH2N OH O OR2 99a, R2OH = 10 99c, R2OH = 12 Ph OR2 BnNH2 BnNH2 ou Argila Bn H N Bn pH ácido O Ph OR2 N H O Ph BnHN OH2O OR2 Ph OR2 H H H+ Enamina pH básico Bn N O Ph OR2 Imina Esquema 52: Mecanismo de formação do enaminoéster 100 e do iminoéster 115 Os enaminoésteres 100 e os iminoésteres 115 foram usado como matériasprimas no subprojeto C, que estudou a avaliação dos grupos de carboidrato como auxiliares quirais na redução quimio e distereosseletiva para a formação de derivados βaminoésteres. Este estudo de desenvolvimento de um novo método de síntese de βenaminoésteres quirais derivados de carboidratos catalisada por argilas naturais em um único pote reacional foi apresentado no 10th Brazilian Meeting on Organic Synthesis (2003) sob título “Natural Clays as Efficient Catalysts for Obtaining Chiral β“Enamine formation and hydrolysis. Ethyl β-cyanomethylaminocrotonate”; J. Am. Chem. Soc.; 1972; 94 (26); 9132-9136. f) Jordan, F.; “Direct determination of C-protonation and hydrolysis rates in enamines. Application to ethy1 β-cyanomethylaminocrotonate”; J. Am. Chem. Soc.; 1974; 96 (3); 825-828. 112. Coward, J. K.; Bruice, T. C.; “Mechanism of hydrolysis of primary and secondary enamines”; J. Am. Chem. Soc.; 1969; 91 (19); 5329-5339. 68 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Enamino Esters”. Posteriormente, este trabalho foi publicado no periódico Catalysis Communications (2004) sob o título “Natural Clays as Efficient Catalysts for Obtaining Chiral β-Enamino Esters” (ver anexo) 113. Neste trabalho publicado no Catalysis Communications (referência 112) foram incluídos apenas os acetonídeos 1015 dos quais foram gerados os β-enaminoésteres 100a-f e 100k-o. Posteriormente a esta publicação foram estudadas as preparações dos demais β-enaminoésteres 100g-i e 100pq. 5.3. Estudo da redução quimiosseletiva de β-enaminoésteres visando a síntese de β-aminoácidos quirais O uso de carboidratos como auxiliares quirais ainda continua atual e em muitos casos supera outras metodologias18 sintéticas, sendo a desvantagem mais aparente do seu emprego o fato de envolver pelo menos duas etapas de síntese a mais uma vez que o grupo quiral é inserido para transferir quiralidade para a molécula desejada, sendo esta ligação apenas transitória. Vários exemplos que demonstram a utilidade dos carboidratos como auxiliares de quiralidade já foram mostrados na introdução desta tese. Comparando-se outros produtos naturais com os carboidratos como pentofuranoses e hexofuranoses, nota-se que estes têm sido pouco empregados em síntese assimétrica, apesar de estarem disponíveis para uso na forma de vários estereoisômeros. Os carboidratos são importantes blocos de construção quiral na síntese orgânica, especialmente na síntese de produtos naturais19. São também considerados uma importante ferramenta para a síntese assimétrica, uma vez que a unidade quiral evidencia uma excelente possibilidade para o reconhecimento molecular, como exemplificado pelo fato de que as glicoproteínas e os oligossacarídeos participam na modulação da função biológica20. Nesta parte do trabalho estudou-se a redução quimio e distereosseletiva dos βenaminoésteres quirais 100 derivados de carboidratos e dos iminoésteres 115, em uma avaliação dos carboidratos 10-15 e 95-96 como auxiliares de quiralidade. A síntese 113. da Silva, F. C.; Souza, M. C. B. V.; Ferreira, V. F. ; Sabino, S. J. ; Antunes, O. A. C.; “Natural clays as efficient catalysts for obtaining chiral β-enaminosters”; Catal. Commun.; 2004; 5 (3); 151-155. 69 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva destes β-aminoéteres quirais visa a obtenção de β-aminoácidos enantiomericamente puros. Os β-aminoácidos estão presentes como componentes de uma variedade de produtos naturais52 assim como se constituem em blocos de construção quiral53, úteis na síntese de compostos biologicamente ativos. Embora menos abundantes na natureza, estão presentes nas estruturas de peptídeos naturais. Os poli-β-peptídeos sintéticos possuem propriedades estruturais interessantes e têm potencial importância farmacológica. Além disso, os β-aminoácidos são precursors sintéticos das β-lactamas, que são compostos biologicamente ativos e têm despertado grande interesse atualmente. Comparado-se com os α-aminoácidos, poucos procedimentos para a produção de βaminoácidos opticamente puros estão disponíveis tanto em escala laboratorial quanto industrial. Neste aspecto, alguns métodos foram relatados na literatura, sendo que muito poucos envolvem a redução diastereoselective de enaminoésteres54. Existem alguns métodos de redução de enaminoésteres a aminoésteres, como por exemplo, empregando-se hidreto de sódio e boro que é um excelente agente redutor e é amplamente usado na redução de iminas e β-cetoésteres 114 ou ainda combinado ao ácido bórico 115 ou ao cloreto cérico 116 apresenta alta quimiosseletividade na redução de iminas. Hidreto de zinco e boro também é usado na redução de enaminonas 117. Por outro lado, a redução de enaminoésters por hidrogenação catalítica é um dos mais eficientes e convenientes métodos na preparação de β-aminoésteres 118, como por exemplo, na hidrogenação de β-enaminoésteres usando-se catalisador de ródio 119. 114. Gribble, G. W.; Nutaitis, C. F.; “Sodium-borohydride in carboxylic-acid media - a review of the synthetic utility of acyloxyborohydrides”; Org. Prep. Proced. Int.; 1985; 17 (4-5); 317-384. 115. Cho, B. T.; Kang, S. K.; “Clean and simple chemoselective reduction of imines to amines using boric acid-activated sodium borohydride under solvent-free conditions”; Synlett; 2004; (9); 1484-1488. 116. Palmieri, G.; “Synthesis of enantiopure o-hydroxybenzylamines by stereoselective reduction of 2imidoylphenols: Application in the catalytic enantioselective addition of diethylzinc to aldehydes”; Eur. J. Org. Chem.; 1999; 65 (4); 805-811. 117. Cimarelli, C.; Palmieri, G.; “Asymmetric reduction of enantiopure imines with zinc borohydride: stereoselective synthesis of chiral amines”; Tetrahedron: Asymmetry; 2000; 11 (12); 2555-2563. 118. Zhang, F. -Y.; Kwok, W. H.; Chan, A. S. C.; “A comparison of the asymmetric hydrogenation catalyzed by rhodium complexes containing chiral ligands with a binaphthyl unit and those with a 5,5’,6,6’,7,7’,8,8’-octahydro-binaphthyl unit”; Tetrahedron: Asymmetry; 2001; 12 (16); 2337-2342. 119. a) Dai, Q.; Yang, W.; Zhang, X.; “ Efficient rhodium-catalyzed asymmetric hydrogenation for the synthesis of a new class of N-aryl β-amino acid derivatives”; Org. Lett.; 2005; 7 (23); 5343-5345. b) Gridnev, I. D.; Higashi, N.; Imamoto, T.; “On the origin of opposite stereoselection in the asymmetric hydrogenation of phenyl- and tert-butyl-substituted enamides”; J. Am. Chem. Soc.; 2000; 122 (42); 10486-10487. c) Gridnev, I. D.; Yasutake, M.; Higashi, N.; Imamoto, T.; “Asymmetric hydrogenation of enamides with Rh-BisP* and Rh-miniPHOS catalysts. Scope, limitations, and mechanism”; J. Am. Chem. Soc.; 2001; 123 (22); 5268-5276. d) Enthaler, S.; Erre, G.; Junge, K.; Holz, J.; Borner, A.; Alberico, E.; 70 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Contudo, a redução de β-enaminoésteres quirais usando-se hidreto de sódio e boro ainda é pouco estudada. O método empregado em nosso trabalho foi o mesmo desenvolvido por Cimarelli e Palmieri54 na qual a redução é realizada usando-se hidreto de sódio e boro em ácido carboxílico, neste caso em ácido acético, formando-se então o agente redutor triacetoxi hidreto de sódio e boro em meio de acetonitrila, conforme ilustrado no Esquema 53. NaBH4 + 3HOAc R3 NH R1 O NaBH4, HOAc OR3 100 NaBH(OAc)3 + 3H2 CH3CN R3 NH O OR3 R1 102 Esquema 53: Redução quimiosseletiva do enaminoéster 100 promovida por NaBH4/HOAc Antes da avaliação dos carboidratos como auxiliares de quiralidade na redução dos enaminoésteres quirais 100a-q, com o objetivo de validação do método, realizou-se uma reação protótipo usando-se hidreto de sódio e boro em ácido acético. A partir do β-enaminoéster etílico 100u sintetizado anteriormente foi realizada a reação de redução, onde primeiramente foi preparado o agente redutor NaBH(OAc)3 em um balão tritubulado munido de condensador de ar, borbulhador e de um adicionador de sólido contendo hidreto de sódio e boro. Certificando-se de que o sistema estivesse seco e de que a atmosfera era inerte, adicionou-se a 30 equivalentes de ácido acético glacial, no balão, e a este foram adicionadas pequenas porções de 3 equivalentes de NaBH4, durante 30 minutos, mantendo-se a temperatura em aproximadamente 10 ºC. Após o término da evolução de gás (cerca de 1 hora) adicionou-se o mesmo volume de acetonitrila seca. Em seguida adicionou-se o β-enaminoéster 100u dissolvido em acetonitrila e o sistema foi mantido sob agitação magnética, à temperatura ambiente. A reação foi acompanha por c.c.f. e após 24 horas observou-se que o β-enaminoéster foi totalmente consumido. Em seguida, o meio foi neutralizado com solução aquosa saturada de bicarbonato de sódio e o produto foi extraído com clorofórmio. A fase Nieddu, I.; Gladiali, S.; Beller, M.; “Development of practical rhodium phosphine catalysts for the hydrogenation of β-dehydroamino acid derivatives”; Org. Process Res. Dev.; 2006; (No Prelo) 71 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva orgânica foi seca com sulfato de magnésio anidro e evaporada sob pressão reduzida obtendo-se dois produtos de polaridades distintas na forma de um óleo amarelo claro (Esquema 54). NaBH4 + 3HOAc NH NaBH(OAc)3 + 3H2 NaBH4 (3 eq), HOAc (30 eq) O OEt MISTURA DE DOIS PRODUTOS CH3CN, t.a., 24h 100u Esquema 54: Redução do enaminoéster 100u usando NaBH(OAc)3 como agente redutor Para se determinar a estrutura de cada um dos dois produtos formados a reação foi repetida e acompanhada por cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massas de baixa resolução (Esquema 55). Esquema 55: Monitoramento da reação de redução do enaminoéster 100u por GC-MS 72 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Os cromatogramas mostraram que após 4 horas de reação houve o consumo quase total do enaminoéster 100u, originando o β-aminoéster 102u desejado com m/z = 221, e que em seguida iniciou-se a formação de um outro produto com 28 unidades de massa atômica a mais do que o β-aminoéster 102u (m/z = 249), indicando ter ocorrido a adição de um radical etila ao produto ao produto anterior da redução. Ainda visando elucidar a estrutura dos dois produtos em questão, o óleo resultante da reação foi cromatografado em coluna de silicagel do tipo “flash” eluindose com um hexano/acetato de etila (1:1). Por meio de técnicas espectroscópicas pode-se concluir que o produto menos polar isolado se tratava do β-aminoéster N-etilado 116 e que o produto mais polar correspondia ao β-aminoéster desejado 102u. As Figuras 10 e 11 ilustram os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio dos aminoésteres 102u e 116, respectivamente (300,00 MHz, solvente: CDCl3, padrão de referência: TMS). Figura 10: Espectro de ressonância magnética nuclear de 1H do N-etil-β-aminoéster 102u Pode-se observar na Figura 10 observa-se presença de um dubleto em 1,33 ppm e de um tripleto em 1,24 ppm referente aos hidrogênio metílicos da cadeia principal e do 73 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva grupo carboxietila. O sexteto em 3,16 ppm é referente ao hidrogênio metínico do centro assimétrico gerado na redução. No espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio de 116 (Figura 11), pode-se destacar o sinal tripleto em 1,01 ppm relativo à metila do grupamento N-etila e ainda os hidrogênios metilênicos relativos ao grupamento N-benzila em 3,47 e 3,66 ppm (300,00 MHz, solvente: CDCl3, padrão de referência: TMS). Figura 11: Espectro de ressonância magnética nuclear de 1H do N-etil-β-aminoéster 116 Objetivando-se aperfeiçoar as condições reacionais para obtenção apenas do produto de redução 102u variou-se alguns parâmetros reacionais como as quantidades do agente de redução (NaBH(OAc)3) assim como a temperatura e o tempo de reação. Com a diminuição da temperatura reacional para 0 ºC e mantendo-se a quantidade do agente redutor em 3,0 equivalentes (condição A) observou-se que após 4 horas houve a formação apenas do produto de redução 102u em rendimento quantitativo. Na condição C, que envolvia temperatura superior (temperatura ambiente) e o mesmo tempo reacional (4 horas) houve a formação de uma mistura equimolar dos produtos de redução 102u e N-alquilação 116. Ao aumentar-se a quantidade do agente de redução para 12,5 equivalentes e o tempo reacional para 24 horas, mantendo a 74 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva temperatura a 0 ºC (condição B) observou-se a formação dos produtos de N-alquilação 116 e de redução 102u, em proporção de 9:1. Porém, ao se elevar a temperatura desta reação até a ambiente (condição D) observou-se a formação apenas do produto de Nalquilação 116 (Esquema 56). Em todas as situações as misturas reacionais resultantes foram cromatografadas em coluna de silicagel do tipo “flash” conforme dito anteriormente e as proporções entre os produtos de redução 102u e de N-alquilação 116 isolados foram calculados a partir dos seus isolamentos. N O NH + O OEt OEt 102u, 53% 116, 47% C N O NH D O A NH O OEt OEt 116 OEt 102u 100u B N O + NH OEt OEt 116, 90% O 102u, 10% A = NaBH4 (3 eq), HOAc (30 eq), CH3CN, 4h, 0 oC B = NaBH4 (12,5 eq), HOAc (150 eq), CH3CN, 4h, 0 oC C = NaBH4 (3 eq), HOAc (30 eq), CH3CN, 24h, t.a. D = NaBH4 (12,5 eq), HOAc (150 eq), CH3CN, 24h, t.a. Esquema 56: Condições reacionais para redução de β-enaminona 100u A reação de redução do β-enaminoéster 100u segue o mecanismo proposto por Cimarelli e Palmieri54, conforme mostrado no Esquema 57. 75 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva NaBH4 + 3 HOAc NaBH(OAc)3 + 3 H2 Ac OAc O O B OAc H OAc HN -OAc O Ac O B O HN H O 100u HOAc, CH3CN Ac O B O OAc NHBn H O Ac O Ac O B HOAc -B(OAc)3 O Ac H N O H O O HN O 102u Esquema 57: Mecanismo de redução do β-enaminoéster 100u Apesar da seqüência dos cromatogramas gasosos (Esquema 55) já ter confirmado que a reação de N-alquilação era consecutiva, ou seja, ocorria a partir do βaminoéster formado, foi realizada a reação de alquilação do β-aminoéster 102u nas condições reacionais D (Esquema 56) para reforçar as conclusões a que se chegou pelos resultados observados (Esquema 58). Neste experimento, o produto 116 foi obtido quantitativamente, confirmando a hipótese anterior. NH O NaBH4, HOAc, OEt 102u N O OEt CH3CN, 24h, t.a. 116, 100% Esquema 58: N-alquilação do β-aminoéster 102u em NaBH4/HOAc A reação de N-alquilação de 102u segue o mecanismo proposto no Esquema 59. 76 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva O NH O OBH(OAc)2 O N O O BH(OAc)2 H N O H O BH(OAc)2 O OEt OEt OEt 102u OAc AcO N B OAc O H O O B OAc OAc N H OAc N O OEt O B OAc O OEt OEt H+ N OAc O N O B OAc O OEt OEt 116 Esquema 59: Mecanismo proposto para N-alquilação do β-aminoéter 102u Em uma pesquisa na literatura, observou-se que a N-alquilação controlada de aminas promovida por NaBH4, em meio de ácido carboxílico já é amplamente conhecida 120 como por exemplo, as N-alquilações de indóis descritas por Gribble e colaboradores 121 (Esquema 60). N 118, 53% NaBH4 HCO2H CH3CO2H N CF3 NaBH4 NaBH4 117 N H CF3CO2H rt --> Δ 119, 86% N H 121, 40% NaBH4 (CH3)2CHCO2H + N F3C 122, 5% + N N F3C CF3 123, 13% Produto de condensação de Bayer N 120, 49% Esquema 60: N-alquilações de indóis promovida por NaBH4 em meio de ácido carboxílico 120. Grible, G. W.; “Sodium borohydride in carboxilic media: a phenomenal reduction system”, Chem. Soc. Rev.; 1998; 27 (6); 395-404. 121. a) Grible, G. W.,; Lord, P. D.; Dietz, S. E.; Eaton, J. T.; Johnson, J. L.; “Reactions of sodium borohydride in acidic media. Reduction of indoles and alkylation of aromatic amines with carboxylic acids”; J. Am. Chem. Soc.; 1974; 96 (25); 7812-7814. b) Gribble, G. W.; Nataitis, C. F.; Leese, R. M.; “Reactions of sodium-borohydride in acidic media on the reaction of indole with sodium-borohydride in trifluoroacetic-acid”; Heterocycles; 1984; 22 (2); 379-386. 77 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Gribble e colaborares120 também estudaram a N-alquilação controlada de anilinas promovida por hidreto de sódio e boro em meio de ácido carboxílico, conforme ilustrado no esquema 61. NHEt N NaBH4/EtCO2H 50 oC, 70% 132 NEt2 131 125 NaBH4 HOAc 20 oC 88% HN 1) Acetona 2) NaBH4/HOAc NaBH4/HOAc 50-60 oC 74% NH2 1) PhCHO 2) NaBH4/HOAc 20 oC NHCH2Ph 68% 130 NaBH4 HOAc 50-55 oC 69% Et 1) Acetona 2) NaBH4 HOAc 50-55 oC 79% N 126 124 1) PhCHO 2) NaBH4/HOAc 50-60 oC, 80% NaBH4 (CH3)3CCO2H 40-45 oC Et N CH2Ph NHCH2C(CH3)3 127 129 128 Esquema 61: N-alquilações de anilinas promovida por NaBH4 em meio de ácido carboxílico Uma vez determinadas as condições experimentais mais adequadas para a redução quimio e diastereosseletiva apenas dos β-enaminoésteres 100a-h, partiu-se para a avaliação dos álcoois quirais 10-15 e 94-96 como auxiliares de quiralidade, utilizandose como agente redutor o triacetato hidreto de sódio e boro (NaBH(OAc)3 preparado in situ em ácido acético e acetonitrila à temperatura de 0 ºC, conforme mostrado no Esquema 62. 78 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva NaBH4, HOAc NH O NH O OR2 OR2 CH3CN, 0 ºC, 6h 100a-h O OCH3 O O O O O O O O O O O O O c 102a, R2 = a 102b, R2 = b 102c, R2 = c OO d O 102d, R2 = d 102e, R2 = e O O O O 102f, R2 = f O OBn O O OO O b a R2= 102a-h O O O e g O O OCH3 h 102g, R2 = g O O 102h, R2 =h f Esquema 62: Reação de redução dos β-enaminoésteres 100a-h Primeiramente foi preparado o agente redutor NaBH(OAc)3 em um balão tritubulado munido de condensador de ar, borbulhador e de um adicionador de sólido contendo hidreto de sódio e boro. O sistema foi flambado sob argônio e a seguir adicionou-se 30 equivalentes de ácido acético glacial, pequenas porções de 3,0 equivalentes de NaBH4, durante 30 minutos, mantendo-se a temperatura em aproximadamente 10 ºC. Após o término da evolução de gás hidrogênio (cerca de 1 hora) adicionou-se acetonitrila seca (50% v/v do HOAc) e levou-se a temperatura do sistema a 0 ºC. Em seguida adicionou-se o β-enaminoéster (100a-h) correspondente dissolvido em acetonitrila. O sistema foi mantido sob agitação magnética mantendo-se a temperatura a 0 ºC. A reação foi acompanhada por c.c.f. e após 6 horas o meio foi então neutralizado com solução aquosa saturada de bicarbonato de sódio e o produto foi extraído com clorofórmio. A fase orgânica foi seca com sulfato de magnésio anidro e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida em evaporador rotatório. Obteve-se os βaminoésteres 102a-h como um óleo amarelo claro. Vale ressaltar que os rendimentos reacionais foram calculados sem prévia purificação dos produtos e que os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio foram obtidos a partir dos produtos brutos isolados das reações. Os excessos diastereoisoméricos foram então medidos por espectroscopia de RMN de hidrogênio e os resultados estão mostrados na Tabela 7. 79 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Tabela 7: Resultados obtidos na redução diastereosseletiva dos β-enaminoésteres 100a-h Entrada Produto NH Rendimento (%) Excesso Diastereoisomérico (%) 82 N/A 80 16 87 N/A 85 32 99 N/A 80 10 99 N/A 94 N/A O O OCH3 O 1 O O 102a O 2 O NH O O O O O 102b O HN O O 3 O O O O 102c O 4 O O O O O O HN 102d O 5 O O O O O O HN 102e O O O 6 O O NH NH O 102f O O O 7 O OBn O O 102g NH O O 8 O OCH3 O O 102h Na Tabela 7 pode-se observar que os rendimentos reacionais variaram entre 8099% e os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio mostraram que os auxiliares de quiralidade derivados dos álcoois dos carboidratos 10-15, 94 e 95 não se mostraram eficientes na reação de redução quimio e diastereosseletiva dos βenaminoéteres 100a-h. 80 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Os excessos diastereoisoméricos dos produtos formados foram medidos com base nos sinais dos hidrogênios metilênicos α-carbonílicos que se apresentaram como duplos dubletos entre 2,40-2,50 ppm com constante de acoplamento J = 15,4 Hz entre si, conforme ilustrado na Figura 11, onde pode-se observar a presença dos duplos dubletos duplicados correspondentes aos dois diastereoisômeros formados (300,00 MHz, solvente: CDCl3, padrão de referência: TMS). Figura 12: Expansão de área do espectro de RMN de 1H relativa aos sinais hidrogênios metilênicos αcarbonílicos da mistura diastereoisomérica dos β-aminoéteres 102a-i Com o objetivo de se aumentar a diastereosseleção da redução e considerando-se o mecanismo proposto no Esquema 57 foi feita uma nova tentativa de reação usando-se hidreto de boro e sódio em ácido benzóico. Pensou-se que com o aumento do volume estérico do agente de redução a diastereosseleção também aumentaria. Para isso, foi empregado na reação teste o β-enaminoéster 100e derivado do diacetonídeo da frutose e o sistema redutor NaBH4/PhCO2H, uma vez que na sua redução usando-se ácido acético, o excesso diastereoisomérico foi de apenas 4%. A reação foi realizada então nas mesmas condições anteriores com a diferença de que agora o ácido benzóico foi adicionado ao meio reacional, tendo sido dissolvido em acetonitrila seca. O β-aminoéster 102e foi obtido também na forma de um óleo amarelo em rendimento quantitativo. Porém, a diastereosseleção foi de apenas 4% (Entrada 4, Tabela 7), ou seja, a diastereosseleção de 4% não foi alterada em relação ao sistema 81 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva NaBH4/HOAc (Esquema 63), levando a suspeita de que diastereosseletividade é regida pela estrutura do auxiliar quiral. O O O O O O NaBH4, PhCO2H, O O HN CH3CN, 4h, 0 oC O O O 100e O O O HN 102e, 99% e.d. = 4% Esquema 63: Reação de redução do β-enaminoéster 102e usando o sistema NaBH4/PhCO2H Uma outra hipótese aventada foi que a aproximação do auxiliar quiral do carbono onde ocorrerá a redução acarrete em maior diastereosseleção da reação de redução. Para testar esta hipótese, seria necessário sintetizar um β-enaminoéster na qual a porção carboidrato estivesse incorporada a amina. Foram então sintetizados dois novos enaminoésteres N-glicosilado derivados do monoacetonídeo da ribose 101a e do diacetonídeo da galactose 101b e foram feitas as suas respectivas reações de redução, com mesma metodologia já empregada (NaBH4/HOAc). Primeiramente foi realizada a síntese dos carboidratos aminados 135a-b. A primeira etapa da síntese consistiu na preparação dos derivados tosilados 133a-b 122 a partir dos acetonídeos 10 e 11, os quais foram posteriormente submetidos à reação de substituição nucleofílica, levando à formação dos respectivos azidocarboidratos 134ab 123. Estes, por sua vez, sofreram redução, levando aos aminocarboidratos 135a-b 124,125 (Esquema 64). Todas as etapas de preparação destes carboidratos tiveram rendimentos 122. a) Lerner, L. M.; “Enantiomeric forms of 9-(5-deoxy-β-erythro-pent-4-enofuranosyl)adenine and a new preparation of 5-deoxy-D-lyxose”; Carbohydr. Res.; 1977; 53 (2); 177-185. b) Raymond, A. L.; Schröeder, E. F.; “Synthesis of some iodo-sugar derivatives”; J. Am. Chem. Soc.; 1948; 70 (8); 2785-2791. b) Schmidt, O. T.; “Isopropylidene Derivatives”; Methods in Carbohydr. Chem.; 1963; Vol. 2; Academic Press; NY; 318-325. 123. Hill, J.; Hough, L.; Richardson, A. C.; “Nucleophilic replacement reactions of sulphonates. The preparation of derivatives of 4,6-diamino-4,6-dideoxy-D-glucose and D-galactose”; Carbohyd. Res.; 1968; 8 (1); 7-18. 124. Secrist, J. A.; Logue, M. W.; “Amine Hydrochlorides by Reduction in the Presence of Chloroform”; J. Org. Chem.; 1972; 37 (2); 335-336. 125. Staudinger, H.; Hauser, E.; “Über neuer organische. Phosphosrverbindungen IV. Phosphinimine”; Helv. Chim. Acta; 1921; 4; 861-886. 82 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva muito bons. Suas estruturas foram confirmadas por espectroscopia de infravermelho e de ressonância magnética nuclear de 1H e de 13C. a b R2OH 10, R2 = a 11, R2 = b c R2OTs R2N3 133a, R2 = a, 78% 133b, R2 = b, 75% 134a, R2 = a, 75% (17h) 134b, R2 = b, 85% (40h) R2 = O O 135a, R2 = a, 90% 135b, R2 = b, 85% O OCH3 O R2NH2 O O O O b a a) TsCl, piridina, t.a., 24h. b) NaN3, DMF, 110 oC. c) PPh3, THF, H2O, Refluxo, 24 h Esquema 64: Síntese dos carboidratos aminados 135a-b Em seguida, foram realizadas as sínteses dos β-enaminoésteres 101a-b pela metodologia já descrita anteriormente113, em tolueno utilizando-se as argilas esmectita, vermiculita e atapulgita como catalisadores sólidos, conforme mostrado no Esquema 66. O O R2 R2NH2, Tolueno, OEt NH O OEt Argila, 24h, t.a. 97 101a-b O R2= O O OCH3 O O O O O a b Esquema 65: Rota de preparação para os β-enaminoésteres 101a-b Os rendimentos ficaram bem abaixo dos obtidos na síntese dos β-enaminoésteres 100. Neste caso, a relação molar entre as aminas 135a-b e o β-cetoéster 97 foi de 1:1. Os rendimentos variaram entre 50-60% e estão mostrados na Tabela 8. Tabela 8: Rendimentos da preparação dos β-iminoésteres 101a-b catalisadas por argilas Produto Esmectita Atapulgita Vermiculita 60% 57% 59% 101a 50% 51% 55% 101b 83 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Finalmente, os β-enaminoésteres 101a e 101b foram submetidos às reações de redução nas mesmas condições reacionais empregadas anteriormente, com NaBH4 em meio de ácido acético a 0 ºC durante 6 horas (Esquema 67). R2 NH R2 HOAc, NaBH4, O OEt R2 = O 103a-b O OCH3 O O OEt CH3CN, 0oC, 6h 101a-b NH O O O O O a, 80% b, 50% Esquema 66: Síntese dos β-aminoésteres 103a-b Os excessos diastereoisoméricos dos β-aminoésteres 103a-b formados foram medidos por RMN de 1H integrando-se o sinal dos hidrogênios da metila da cadeia principal, um dubleto, conforme ilustrado na figura 12 (300,00 MHz, solvente: CDCl3, padrão de referência: TMS). 84 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Figura 13: Espectro parciais de RMN de 1H relativo ao sinal da metila da cadeia principal da mistura diastereoisomérica dos β-aminoéteres 103a-b A maior proximidade do auxiliar de quiralidade derivado da galactose ao sítio da reação de redução do enaminoéster 101b não contribuiu para um aumento da diastereosseleção. Com o auxiliar de quiralidade na posição carbóxiester na redução de 100b o excesso diastereoisomérico foi de 16% (Entrada 2, Tabela 7) e com o βenaminoéster contendo o carboidrato na posição β à carbonila o excesso foi de 10%. Por outro lado, para o auxiliar de quiralidade derivado do monoacetonídeo da ribose a aproximação do carboidrato ao centro de redução contribuiu significativamente para o aumento da diastereosseleção: pois com o auxiliar quiral na posição carbóxiéster, conforme na redução do β-enaminoéster 100a, o excesso diastereoisomérico foi de apenas 4% e com o N-carboidrato na posição β à carbonila o excesso foi de 18%. Apesar do aumento na diastereosseleção, um excesso de 18% ainda não é considerado um valor significativo para o objetivo de síntese de β-aminoácidos enantiomericamente puros. Dando continuidade ao objetivo de síntese de β-aminoácidos enantiomericamente puros usando-se derivados de carboidratos como auxiliares de 85 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva quiralidade, foi realizado um estudo de redução dos iminoésteres fenílicos 115j e 115m, já obtidos anteriormente, com a hipótese de que o radical fenil na posição γ à carbonila pudesse contribuir para o aumento da diastereosseletividade da redução. Usando-se a mesma metodologia de redução empregada para os βenaminoésteres 102a-i com o sistema de redução hidreto de sódio e boro em ácido acético (Esquema 62), realizou-se a tentativa de redução dos β-iminoésteres 115j e 115m. Após a geração do agente redutor in situ, NaBH(OAc)3, o sistema foi mantido sob agitação magnética, a temperatura de 0 ºC. A reação foi acompanhada por cromatografia em camada fina e observou-se que após 6 horas a reação não havia ocorrido. Assim, manteve-se o sistema reacional sob agitação magnética por mais 24 horas, a temperatura ambiente, e em seguida o meio foi neutralizado com solução saturada de NaHCO3 e a solução foi extraída com clorofórmio. A fase orgânica foi seca com sulfato de sódio anidro e o solvente foi evaporado em evaporador rotatório. O produto bruto isolado em cada caso correspondia ao β-iminoéster 115j ou 115m não se observando a formação dos β-aminoésteres 102j e 102m desejados (Esquema 67). N NaBH4, HOAc O Ph OR2 NH CH3CN, 0 ºC (6h) depois t.a. (24h) O Ph 115j, R2 = a 115m, R2 = c OR2 102j, R2 = a 102m, R2 = c O R2= OCH3 O O O O O a O c O Esquema 67: Tentativa de redução dos β-iminoésteres 115j e 115m Apesar de existirem alguns exemplos na literatura 126 de redução de iminas usando-se NaBH(OAc)3, não há relatos sobre a redução de β-iminoésteres usando-se 126. a) Menand M.; Blais, J. C.; Valery, J. M.; Xie, J.; “De Novo synthesis of sugar-aza-crown ethers via a domino Staudinger aza-Wittig reaction”; J. Org, Chem.; 2006; 71 (8); 3295-3298. b) Rylabder, P. N.; Hydrogenation Methods; 1985; Academic Press; NY. c) Tarasevich, V. A.; Kozlov, N. G.; “Reductive amination of oxygen-containing organic compounds”; Russ. Chem. Rev.; 1999; 68 (1); 55-72. d) AbdelMagid, A. F.; Carson, K. G.; Harris, B. D.; Maryanoff, C. A.; Shah, R. D.; “Reductive amination of aldehydes and ketones with sodium triacetoxyborohydride. Studies on direct and indirect reductive 86 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva este sistema de redução empregado por nós. Isto pode ser explicado pelo fato de que a estrutura do β-iminoéster não permite a formação do intermediário borado do tipo VIII, como acontece para β-enaminoésteres, e conseqüentemente não há a transferência do hidreto para formar então o intermediário do tipo IX (Esquema 68). OAc O B OAc H OAc HN R2O -OAc R1 Tipo VIII Enaminoéster OAc O R2O H N R1 Ac O Ac O B O HN H R2O R1 B OAc OAc -OAc Iminoéster Ac O Ac O B O N H R1 R2O O Ac O Ac B H O N R2O R1 Tipo IX Tipo X Esquema 68: Formação do intermediário IX para formação de β-aminoéster Considerando-se que as enaminonas fenílicas 100j-p eram de grande interesse para a obtenção dos β-aminoésteres fenílicos 102j-p e baseando-se na idéia de que o radical fenil na posição γ à carbonila pudesse levar a um aumento da diastereosseletividade da redução, decidiu-se pela preparação das mesmas e estudar seu comportamento na redução. Tendo em vista os baixos rendimentos obtidos na preparação dos β-enaminoéster fenílicos 100j-p (Tabela 6, Entradas 10-16, Páginas 61 e 62) utilizando-se a metodologia em um único pote reacional, sob catálise de argilas, buscou-se outra metodologia para sua síntese. Sabendo-se que a forma tautomérica da enamina é favorecida em meio ácido conforme já mostrado no esquema 51 (Página 66), os β-enaminoésteres fenílicos 100j-p foram obtidos a partir dos β-cetoésteres fenílicos 99j-p por metodologia 127 já descrita na literatura usando-se o sal acetato da benzilamina em tolueno sob refluxo (Esquema 69). amination procedures”; J. Org. Chem.; 1996; 61 (11); 3849-3862. e) Abdelmagid, A. F.; Harris, B. D.; Maryanoff, C. A.; “A reductive amination/lactamization procedure using borohydride reagents”; Synlett; 1994; (1); 81-83. 127. Sano, T.; Horiguchi, Y.; Toda, J.; Imafuku, K.; Tsuda, Y.; “Dioxopyrrolines Syntheses of 2-aryl-3ethoxycarbonyl-delta-2-pyrroline-4,5-diones”; Chem. Pharm. Bull.; 1984; 32 (2); 497-503. 87 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva O O Ph BnNH2; HOAc, OR2 99j-p R2= O O O O O O O O Ph Tolueno, refluxo O OCH3 O NH O O O O O O b c a OR2 100j-p OO O d 100j, R2 = a 100k, R2 = b 100l, R2 = c 100m, R2 = d 100n, R2 = e O O O O O O O 100o, R2 = f O OBn O O O O e 100p, R2 = g g O f Esquema 69: Síntese dos β-enaminoésteres 100j-p Primeiramente, 5,0 equivalentes da benzilamina foram neutralizados com ácido acético glacial em um bécher e imediatamente houve a cristalização do sal acetato de benzilamônio e este foi adicionado ao balão contento o β-cetoéster 99j-p dissolvido em tolueno. O sistema foi submetido a agitação magnética e foi mantido sob refluxo em banho de óleo de silicone. A reação foi acompanhada por cromatografia em camada fina e observou-se que após 6 horas todo o β-cetoéster havia sido consumido. Em seguida a mistura foi lavada com água e a fase orgânica foi seca com sulfato de sódio anidro. O solvente foi evaporado sob pressão reduzida. O óleo resultante foi cromatografado em coluna de gel de sílica do tipo “flash” eluindo-se com uma mistura de hexano/trietilamina (98:2) a hexano/trietilamina (9:1) como gradiente. Os βenaminoésteres fenílicos 100j-q foram obtidos na forma de um óleo amarelo viscoso e os rendimentos variaram entre 56-80%. Os rendimentos estão mostrados na Tabela 9. 88 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Tabela 9: Resultados obtidos na preparação dos β-enaminoésteres 100j-q Entrada Produto Bn 1 NH Rendimento (%) O Ph O OCH3 O O 80 O 100j 2 O Ph Bn O NH O 62 O O O O 100k O O O 3 HN O Bn Ph 60 O O O 100l O 4 O O O O O 61 Ph O HN Bn 100m O 5 O O O O 50 O O Ph HN Bn O O 6 O 57 O Ph Bn Bn 7 100n Ph NH O NH O O 100o O O O OBn 56 O O 100p Estes rendimentos foram considerados bons, destacando-se a obtenção do βenaminoéster 100j como o melhor. As estruturas dos compostos foram confirmadas por espectroscopia de infravermelho e de ressonância magnética nuclear de 1H e de 13C. A figura 14 ilustra o espectro de ressonância magnética nuclear de 1H do β-enaminoéster 100j no qual se pode destacar o singleto do hidrogênio olefínico α à carbonila em 4,71 ppm e o sinal do hidrogênio NH em 8,87 ppm como um singleto largo (300,00 MHz, solvente: CDCl3, padrão de referência: TMS). 89 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Figura 14: Espectro de RMN de 1H do β-enaminoéster 100j Em seguida, foram promovidas as reações de redução dos β-enaminoésteres fenílicos 100j-p pela mesma metodologia empregada anteriormente usando-se NaBH(OAc)3 como agente de redução. NaBH4, HOAc NH O Ph O O O O O O O O R2= O OCH3 O NH O OR2 CH3CN, 0 ºC, 8h 100j-p O c OR2 102j-p O O O O b a Ph OO O d 102j, R1 = Ph, R2 = a 102k, R1 = Ph, R2 = b 102l, R1 = Ph, R2 = c 102m, R1 = Ph, R2 = d 102n, R1 = Ph, R2 = e O O O OO O O 102o, R1 = Ph, R2 = f O OBn O O O O e 102p, R1 = Ph, R2 = g g O f Esquema 70: Reação de redução dos β-enaminoésteres fenílicos 100j-p Após a formação in situ do agente redutor, o β-enaminoéster fenílico dissolvido em acetonitrila foi adicionado ao meio e a temperatura foi mantida a 0 ºC durante todo o 90 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva processo reacional. A reação foi acompanhada por cromatografia em camada fina e observou-se que após 8 horas todo o β-enaminoéster fenílico havia sido consumido. Os β-aminoésteres 102j-p foram obtidos como um óleo amarelo claro. Os excessos distereoisoméricos foram então medidos por espectroscopia de RMN de 1H e os resultados estão mostrados na Tabela 10. Tabela 10: Resultados obtidos na redução diastereosseletiva dos β-enaminoésteres 100j-p Entrada Produto Bn 1 NH Rendimento (%) Excesso Diastereoisomérico (%) 96 N/A 85 N/A O Ph O OCH3 O O O 100j O Ph 2 Bn O NH O O O O O 100k O O O HN O Bn Ph N/A O 3 90 O O 100l O O 4 O O O O Ph O HN 80 Bn N/A 100m O O 5 O O O N/A O O HN Bn O O 6 100n O O Ph Bn Bn 7 82 Ph Ph NH O NH 80 10 87 N/A O O 100o O O O OBn O O 100p 91 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Na Tabela 10 observa-se que os rendimentos reacionais variaram entre 80-96%. Os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio mostraram que a presença do grupo fenil β-carbonílico combinada a do radical derivado de carboidrato na molécula não foram fatores eficientes em termos de diastereosseleção da reação de redução quimiosseletiva dos β-enaminoéteres 100j-p. Vale ressaltar que os rendimentos reacionais foram calculados sem prévia purificação dos produtos e que os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio também foram obtidos diretamente a partir dos produtos brutos. As medidas da relação diastereoisomérica dos isômeros formados e assim como no caso da redução dos β-enaminoésteres 100a-h, foram realizadas tomando-se por base os sinais dos hidrogênios metilênicos α-carbonílicos que se apresentaram como um duplo dubleto entre 2,50-3,00 ppm com constante de acoplamento J = 15,6 Hz, conforme ilustrado na Figura 15. No caso, do derivado 102n os sinais destes hidrogênios apresentavam-se sobrepostos, dificultando assim a medida de sua integração. Neste caso, o cálculo do excesso diastereoisomérico foi feito com base no sinal do hidrogênio anomérico H-1’ do carboidrato (300,00 MHz, solvente: CDCl3, padrão de referência: TMS). Figura 15: Expansão do espectro de RMN de 1H relativo aos hidrogênios metilênicos α-carbonílicos da mistura diastereoisomérica dos β-aminoéteres 102j-q 92 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Existem vários exemplos na literatura de reações assimétricas induzidas por interações π-stacking39,41,128 e diante destes resultados ruins quanto ao uso dos carboidratos 10-15, 94 e 96 na reação de redução dos seus respectivos β-enaminoéster metílicos (100a-h) e fenílicos (100j-p) decidiu-se realizar a redução dos βenaminoésteres 100i e 100q derivados do α-metilglicosídeo tribenzilado 96 acreditandose que um possível efeito de π-stacking poderia contribuir para um aumento da diastereosseleção neste tipo de reação de redução (Esquema 71). OBn NH O R1 NH O O O BnO Bn 100i, R1= CH3 100q, R1 = Ph O R1 OBn O O BnO Bn OCH3 O OCH3 102i, R1= CH3, 0 ºC, 8h, 85%, e.d. = 20% 102q, R1 = Ph, 0 ºC (8h) a t.a. (24h), não reagiu Esquema 71: Reação de redução dos β-enaminoésteres 100i e 100q Cabe destacar que a síntese do β-enaminoéster fenílico 100q foi realizada a partir da metodologia já empregada anteriormente usando-se o sal acetato de benzilamina obtendo-se um rendimento de 70%. No Esquema 71 pode-se observar que para a reação de redução do βenaminoéster 100i o excesso diastereoisomérico foi de apenas 20%. Isto pode ser explicado pelo fato de que o grupo metila na posição β a carbonila não ter característica de aceptor π-stacking e sim de doador. Com isso, a interação ocorre entre os grupos Obenzílicos O-2’ e O-3’ permitindo que a transferência do hidreto aconteça por ambos os lados, acarretando assim a baixa diastereosseleção, conforme detalhado no Esquema 72. Por outro lado, excepcionalmente para na reação de redução do β-enaminoéster 100q, após a geração do agente redutor in situ NaBH(OAc)3 o sistema foi mantido sob agitação magnética a uma temperatura de 0 ºC e a observou-se que após 8 horas a reação não havia iniciado. Sendo assim, manteve-se o sistema reacional sob agitação magnética por mais 48 horas e em seguida o ácido acético foi neutralizado com solução 128. a) Aoyagi, S.; Tanaka, R.; Naruse, M.; Kibayashi, C.; “Asymmetric total synthesis of (-)epibatidine”; Tetrahedron Lett.; 1998; 39 (25); 4513-4516. b) Sato, M.; Aoyagi, S.; Yago, S.; Kibayashi, C.; “Lewis acid-promoted asymmetric conjugate allylation of N-acyl-2,3-dihydro-4-pyridones induced by intramolecular pi interactions”; Tetrahedron Lett.; 1996; 37 (50); 9063-9066. c) Chiappe, C.; LoMoro, G.; Munforte, P.; “Naphthyl 3,4,6-tri-O-methyl-beta-D-glucopyranoside as a chiral auxiliary in an asymmetric 1,4-addition reaction”; Tetrahedron Asymm.; 1997; 8 (14); 2311-2317. 93 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva saturada de NaHCO3 saturada e extraída com clorofórmio, a fase orgânica foi seca e o solvente evaporado em evaporador rotatório. Ao final, todo o β-enaminoéster 100q foi quase totalmente recuperado, não observando-se a formação dos β-aminoésteres 102q desejado. Isto pode ser explicado pelo fato de que os grupamentos O-benzílicos nas posições O-3’ e O-6’ em interação do tipo π-stacking com a dupla ligação da cadeia enamínica impedirem estericamente a transferência do hidreto na reação de redução de 100q, essa interação é favorecida pelo fato do anel fenílico α,β-insaturado desempenhar o papel de aceptor π-stacking (Esquema 72). Bn NH Bn OBn O O O Bn O Bn O OAc OAc NH O O H O O B B O Bn OCH3 O OCH3 O NH O O O Bn Ac H N R2O Ph 100q Bn O Ac O R2 = i Bn OBn O Bn AcO OAc B NH O H O O O OCH3 100i O Ac O OBn B O O Ac H N R2O O OCH3 R2 = i e.d. = 20% Esquema 72: Elucidação para diastereosseleção da redução dos β-enaminoésteres 100q e 100i 5.4. Subprojeto D: Obtenção de triazóis derivados de carboidratos, com potencial atividade farmacológica Em continuidade aos objetivos traçados iniciamos um estudo para a ampliação do emprego destes β-enaminoésteres 100 em síntese orgânica. Esta é uma linha de trabalho intensivamente estudada no nosso grupo e aqui visa explorar o potencial destes compostos na síntese de triazóis 129. A idéia central então, é a preparação de compostos 1,2,3-triazólicos derivados de carboidratos derivatizados (104), ou contendo a unidade carboidrato com suas hidroxilas livres (105, nativos 130), a partir dos β-enaminoésteres quirais 100. 129. Romeiro, G. A.; Pereira, L. O. R.; de Souza, M. C. B. V.; Ferreira, V. F.; Cunha, A. C.; “A new and efficient procedure for preparing 1,2,3-triazoles”; Tetrahedron Lett.; 1997; 38 (29); 5103-5106. 130. Neste trabalho, para simplificação, será denominado de carboidrato nativo, aquele carboidrato totalmente desprotegido, similar ao seu monossacarídeo de partida. 94 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva A importância dos compostos heterocíclicos é incontestável, particularmente no que se refere ao fato de que inúmeros deles possuem usos como medicamentos55. Dentre os sistemas heterocíclicos mais estudados na atualidade encontram-se os triazóis, que têm despertado muito interesse pelo fato de possuírem um vasto campo de aplicações, que vão desde usos como explosivos, até como agroquímicos e fármacos56,131. A síntese pioneira de 1,2,3-triazóis foi a preparação de 2-aril-1,2,3-2H-triazóis desenvolvida por von Pechmann, em 1888, que tratou bis-fenil-hidrazonas derivadas de compostos 1,2-dicarbonílicos com ácido nítrico 132 (Esquema 73). H R R H N N N N Ph R R HNO3 Δ N N + PhNH2 N Ph Ph 137 136, R = H ou CH3 Esquema 73: Síntese de 1,2,3-triazóis a partir de bis-fenil-hidrazonas Os 1,2,3-triazóis podem ser sintetizados por diversas rotas sintéticas clássicas ou modernas. A metodologia clássica via osazona (ex. 136) foi desenvolvida por Hudson e colaboradores que por oxidação com sulfato de cobre em solução aquosa fornece o derivado 1,2,3-triazólico 133. A clivagem oxidativa da unidade carboidrato pode gerar a derivados úteis em síntese orgânica como 139 e 140. 131. Tomé, A. C. Em Hetarenes and Related Ring System with three or More Heteroatoms.1,2,3Triazoles. Storr, R. C.; Gilchrist, T. L. Eds.; George Thieme Verlag: New York; 2004; Chapter 13; pp 415-602. 132. a) Pechmann, H. V.; Weshsarg, K.; “Dinitrosoacetonhydrazon CH(NOH).C(N2HC6H6).CH(NOH)”; Ber.; 1888; 21; 2992-2996. 133. a) Hudson, C. S.; Hann, R. M.; “The action of copper sulfate on phenylosazones of the sugars. Phenyl-D-glucosotriazole”; J. Am. Chem. Soc.; 1944; 66 (5); 735-738. b) Hudson, C. S.; Hann, R. M.; Haskins, W. T.; “The action of copper sulfate on the phenyl osazones of the sugars. II. Some new osotriazoles”; J. Am. Chem. Soc.; 1945; 67 (6); 939-941. c) Hudson, C. S.; Hann, R. M.; Haskins, W. T.; “The action of copper sulfate on the phenylosazones of the sugars. IV. The phenylosotriazoles of some heptoses”; J. Am. Chem. Soc.; 1947; 69 (5); 1050-1052. 95 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva OH HOH2C HO O HO OH 1) PhNHNH2; 65-70 ºC OH 2) CuSO4(aq) 1%, Δ OH 1 OH OH N CHO NaIO4 N N Ph N H2O N N 139, 59% Ph 138, >97% CO2H KMnO4 N H2O N N Ph 140, 87% Esquema 74: Conversão da D-glicose, através da glucosazona, em 1,2,3-triazóis Como exemplo de metodologia moderna pode-se citar a cicloadição 1,3-dipolar, que é bastante empregada na síntese de derivados 1,2,3-triazólicos. As referidas cicloadições 1,3-dipolares entre azidas e alcinos, de modo geral ocorrem rapidamente, sendo um dos métodos mais versáteis para preparação de 1,2,3-triazóis. O uso de acetilenos simétricos, de fácil obtenção, é o ponto de partida para a preparação de muitos outros derivados triazólicos. Normalmente, o derivado acetilênico simplesmente é aquecido juntamente com a azida, com ou sem solvente. A desvantagem desta reação é que o uso de acetilenos não-simétricos nestas reações com azidas leva à mistura de dois 1,2,3-triazóis isoméricos, uma vez que a regiosseletividade é baixa ou inexistente (Esquema 75) 134. R1 N N N Δ R3 + R2 R2 R3 N N N R1 R3 + R2 N N N R1 Esquema 75: Cicloadição 1,3-dipolar entre derivados azidas e derivados acetilênicos 134. Orgueira, H.A.; Fokas, D.; Isome, Y.; Chan, P.C.M.; Baldino, C.M.; “Regioselective synthesis of [1,2,3]-triazole catalyzed by Cu(I) generated in situ from Cu(0) nanosize activated powder and amine hydrochloride salts”; Tetrahedron Lett.; 2005; 46 (16); 2911-2914. 96 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Vários esforços têm sido direcionados para o controle da regiosseletividade 135 destas cicloadições em questão. Recentemente, foi descrito o uso do cobre como catalisador na reação entre os derivados azidas e acetilenos terminais (141). Isto além de aumentar a velocidade da reação, controla integralmente sua regiosseletividade levando ao produto 1,4. Segundo Sharpless e colaboradores 136, a reação se passa via um intermediário formado pelo derivado acetileno e o metal (142), o que favorece o processo de anelação de maneira regiosseletiva levando a obtenção somente do regioisômero 1,4 (143) em altos rendimentos (Esquema 76)134,137. R1 R2 N N N Cu (I) + H2O, t.a R2 141 R2 Cu N N N N N R1 142 N R1 143 Esquema 76: Reação 1,3-dipolar catalisada por cobre Esta metodologia, denominada de click chemistry 138 foi empregada para a preparação, com rendimentos quantitativos, de 50 novos compostos triazólicos com 135. a) Hlasta, D. J.; Ackerman, J. H.; “Steric Effects on the Regioselectivity of an Azide-Alkyne Dipolar Cycloaddition Reaction: The Synthesis of Human Leukocyte Elastase Inhibitors”; J. Org. Chem.; 1994; 59 (21); 6184-6189. b) Mock, W. L.; Irra, T. A.; Wepsiec, J. P.; Adhya, M.; “Catalysis by cucurbituril The significance of bound-substrate destabilization for induced triazole formation”; J. Org. Chem.; 1989; 54 (22); 5302-5308. c) Peng, W.; Zhu, S.; “Efficient synthesis of 5-fluoroalkylated 1H-1,2,3-triazoles and application of the bromodifluoromethylated triazole to prepare new gem-difluorinated triazole compounds.”; Synlett; 2003; (2); 187-190. 136. Rostovtsev, V. V.; Green, L. G.; Fokin, V. V.; Sharpless, K. B.; “A stepwise Huisgen cycloaddition process: Copper(I)-catalyzed regioselective "ligation" of azides and terminal alkynes”; Angew. Chem., Int. Ed.; 2002; 41 (14); 2596-2599. 137. a) Wu, Y. M.; Deng, J.; Fang, X.; Chen, Q. Y.; “Regioselective synthesis of fluoroalkylated [1,2,3]triazoles by Huisgen cycloaddition”; J. Fluorine Chem.; 2004; 125 (10); 1415-1423. b) Reddy, K. R.; Rajgopal, K.; Kantam, M. L.; “Copper(II)-Promoted Regioselective Synthesis of 1,4-Disubstituted 1,2,3Triazoles in Water”; Synlett; 2006; (6); 957-959. 138. A “Click Chemistry” é um conceito que foi introduzido por Barry Sharpless em 2001 que descreve uma química voltada para a síntese rápida e eficiente de moléculas orgânicas a partir da união de pequenos fragmentos. a) Kolb, H. C.; Finn, M. G.; Sharpless, K. B.; “Click chemistry: Diverse chemical function from a few good reactions”; Angew. Chem. Int. Ed.; 2001; 40 (11); 2004-2021. b) Oliveira, R. N.; Sinou, D.; Srivastava, R. M.; “A very simple synthesis of 1-(ethyl 6-O-acetyl-2,3,4-trideoxy-alpha-Derythro-hex-2-enopyranos-4-yl)-1,2,3-triazole derivatives”; Synthesis; 2006; (3); 467-470. c) Hotha, S.; Kashyap, S.; “Click Chemistry. Inspired synthesis of pseudo-oligosaccharides and amino acid glycoconjugates”; J. Org. Chem.; 2006; 71 (1); 364-367. d) Girard, C.; Önen, E.; Aufort, M.; Beauvière, S.; Samson, E.; Herscovici, J.; “Reusable polymer-supported catalyst for the [3+2] Huisgen cycloaddition in automation protocols”; Org. Lett.; 2006; 8 (8); 1689-1692. e) Gao, Y.; Lam, Y.; “[3+2] Cycloaddition reactions in the solid-phase synthesis of 1,2,3-triazoles”; Org. Lett.; 2006; 8 (15); 3283-3285. f) 97 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva potencial atividade inibitória da enzima protease do HIV 139. Dentre estes os compostos 144 e 145, inibiram e alto grau a enzima protease do vírus HIV e três de suas variáveis mutantes (Esquema 77). O OH N3 N O BOC CH3 N N R S O R H N N N O CH 3 OH N S O O H2O:t-BuOH (1:1) Cu0/Cu+2 OH N H N O CH 3 OH N N S O O O 144 N N H N O O CH 3 OH N N O O S O 145 Esquema 77: Síntese de novos inibidores da enzima protease do HIV Outra metodologia moderna utilizada na síntese de triazóis é a de ciclização [2N+1N]. Esta nomenclatura está relacionada ao número de átomos de nitrogênio, em cada molécula, que reage para a formação do anel triazólico. Esta abordagem está baseada no equilíbrio tautomérico anelar, que ocorre em altas temperaturas, entre o anel 1,2,3-triazólico (149) e a forma aberta diazoimina (150)56,140, conforme mostrado no Esquema 79. Beckmann, H. S. G.; Wittmann, V.; “One-pot procedure for diazo transfer and azide-alkyne cycloaddition: triazole linkages from amines”; Org. Lett.; 2007; 9 (1); 1-4. g) Andersen, J.; Bolvig, S.; Liang, X.; “Efficient one-pot synthesis of 1-aryl-1,2,3-triazoles from aryl halides and terminal alkynes in the presence of sodium azide”; Synlett; 2005; (19); 2941-2947. h) Aucagne, V.; Leigh, D. A.; “Chemoselective formation of successive triazole linkages in one pot: “Click-Click” chemistry”; Org. Lett.; 2006; 8 (20); 4505-4507. 139. Sharpless, K. B.; Hartmuth, C. K.; “The growing impact of click chemistry on drug discovery”; Drug Disc. Today; 2003; 8 (24); 1128-1137. 140. Ferreira, V. F.; Souza, M. C. B. V.; Ferreira, M. L. G.; Cunha, A. C.; “Heterociclos contendo o núcleo triazólico: Métodos de síntese, reatividade e atividade biológica”; Cadernos do Instituto de Química-UFRJ; Pinto, A.C.; Bicca, R.A.; eds; 1999, pág. 2. 98 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva α-diazoimina R N N H2N N Ph 159 R N2 R N H2N N Ph HN Ph N H 160 N R Ciclização Pseudopericíclica HN Ph N H N N 162 161 Esquema 78: Equilíbrio tautomérico seguido de um rearranjo de Dimroth Esta metodologia foi explorada por vários grupos de pesquisa para a obtenção de derivados 1,2,3-triazóis com diferentes atividade biológicas 141,142 e na preparação de nucleosídeos reversos triazólicos 143 (Esquema 79). N2 R NH2 O O O O O 163 ou 164 O R N MeOH /H2O (2:1), AcOH O O 135b O O O O O Diazoacetilacetona N2 N2 H O O 163 O R O O 165a, R = R = H, 38% 165b, R = R = CH3, 30% Diazomalonaldeido H N N N R O H3C CH3 O O 164 Esquema 79: Síntese de nucleosídeos reversos triazólicos Um dos processos mais recentes para a síntese de triazóis, baseado na metodologia [2N+1N], mas com inversão da ordem de introdução dos átomos de 141. Dabak, K.; Sezer, O.; Akar, A.; Anaç, O.; “Synthesis and investigation of tuberculosis inhibition activities of some 1,2,3-triazole derivatives”; Eur. J. Med. Chem.; 2003; 38 (2); 215-218. 142. Cunha, A. C.; Figueiredo, J. M.; Tributino, J. L. M.; Miranda, A. L. P.; Castro, H. C.; Zingali, R. B.; Fraga, C. A. M.; de Souza, M. C. B. V.; Ferreira, V. F.; Barreiro, E. J.; “Antiplatelet properties of novel N-substituted-phenyl-1,2,3-triazole-4-acylydrazone derivates”; Bioorg. Med. Chem.; 2003; 11 (9); 20512059. 143. Cunha, A. C.; Pereira, L. O. R.; Souza, R. O. P.; de Souza, M. C. B. V.; Ferreira, V. F.; “Synthesis of 4-Acyl-1H-1,2,3-Triazolic Nucleosides”; Nucleosides, Nucleotides & Nucleic Acids; 2001; 20 (8); 15551569. 99 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva nitrogênio, foi desenvolvida por Ferreira e colaboradores129,140. Nesta nova metodologia utilizam-se agentes de transferências de diazo 144,145 com a finalidade de ceder o grupo diazo (2N) para uma enamina (1N) previamente formada (Esquema 80). O R1 H3C R2 NH O 1) NaH, CH3CN R2 2) R3N3, CH3CN 166a, R1 = Bn, R2 = CH3 166b, R1 = Ph, R2 = CH3 166c, R1 = Bu, R2 = CH3 N N N R1 CH3 167a, R1 = Bn, R2 = CH3, 97% (R3 = Ms) 167b, R1 = Ph, R2 = CH3, 40% (R3 = Ts) 167c, R1 = Bu, R2 = CH3, 79% (R3 = Ms) Esquema 80: Síntese de triazóis por transferência de diazo Este procedimento tem sido aplicado com sucesso na síntese de nucleosídeos reversos triazólicos143 (Esquema 81). 144. a) Wolf, A. W.; Hendrickson, J. B.; “The direct introduction of the diazo function in organic synthesis”; J. 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Commun.; 2003; 9 (3); 235-238. 100 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva CH3 H2N OCH3 O O R O CH3 H3C N H 97 ou 167 OCH3 O O O K-10, 24h, t.a O 101a, R = CH3 - 60% 168, R = OEt - 50% 135a NaH, CH3CN MsN3, 24h t.a N N O R N O CH3 OH OCH3 OH 170a, R = CH3, 70% 170b, R = OEt, 75% N N I2, CH3OH 10h, 70 ºC N O R CH3 O OCH3 O O 169a, R = CH3, 74% 169b, R = OEt, 70% Esquema 81: Síntese de nucleosídeos reversos triazólicos utilizando a metodologia de transferência de diazo O interesse em derivados 1,2,3-triazólicos pela área farmacológica deve-se ao fato destes compostos serem bioisósteros dos anéis heterocíclicos imidazólico, 1,2,4triazólico e tetrazólico, encontrados em substâncias com atividades farmacológicas diversas, como antifúngica, antidepressiva, antiviral, antitumoral e anti-hipertensiva. Os 1,2,3-triazóis e seus derivados representam uma classe de compostos em desenvolvimento no campo da química moderna de heterociclos. 1,2,3-triazóis são substâncias de origem sintética 146 e com múltiplas aplicações. Exibem atividade biológica variadas, incluindo atividades anti-HIV 147 e antiviral 148 em geral, antimicrobiano 149, antiepilética 150, antitumoral 151, antifúngica 152, antitrombótica142, 146. Katrinski, A. R.; Ress, C. W.; In Comprehensive Heterocyclic Chemistry: The structure, Reactions, Synthesis and Uses of Heterocyclic Compound; 1984; Vol 5; Pergamon Press Ltd.; NY; p. 669-732. 147. a) Alvarez, R.; Velazquez, S.; San-Felix, A.; Aquaro, S.; Clerq, E. D.; Perno, C. -F.; Karlsson, A.; Balzrini, J.; Camaraza, M. J.; “1,2,3-Triazole-[2',5'-bis-o-(tert-butyldimethylsilyl)-beta-D-ribofuranosyl]3'-spiro-5''-(4''-amino-1'',2''-oxathiol 2'',2''-dioxide) (TSAO) analogs - synthesis and anti-HIV-1 activity”; J. Med. Chem.; 1994; 37 (24); 4185-4194. b) Talekar, R. 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São ainda empregados como corantes, inibidores de corrosão, materiais fotográficos e também como fungicidas, herbicidas e inseticidas. Em continuidade aos objetivos traçados e utilizando-se os β-enaminoésteres 100a-g obtidos anteriormente, partiu-se para a preparação dos compostos 1,2,3triazólicos derivados de carboidratos 104a-g e 105a-g. A metodologia empregada para obtenção destes triazóis foi a de ciclização [2N+1N] explorada anteriormente pelo nosso grupo de pesquisa129,140, usando-se a mesilazida com reagente de transferência de grupo diazo144. No Esquema 82 está mostrada a rota que foi estabelecida para este estudo. against the fastidious gram-negative organisms haemophilus influenzae and moraxella catarrhalis”; J. Med. 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O produto desejado foi extraído com clorofórmio e a fase orgânica foi lavada com água, seca com sulfato de magnésio anidro e evaporada sob pressão reduzida em evaporador rotatório. Obteve-se os derivados 1,2,3-triazólicos 104a-d e 104g como um óleo amarelo claro e 104e (P.F. = 164-165 ºC) e 104f (P.F. = 97-98 ºC) na forma de um sólido amarelo claro. A seguir, a Tabela 11 apresenta os rendimentos das reações e os valores das rotações ótica específica dos produtos. 103 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Tabela 11: Resultados obtidos na obtenção dos triazóis 104a-g Entrada Produto 1 O N N N OCH3 O Rendimento (%) Rotação Ótica 92 [α] D20 – 33 (c 1.5, CHCl3) 50 [α] D20 – 40 (c 1.5, CHCl3) 50 [α] D20 – 30 (c 1.6, CHCl3) 70 [α] D20 – 14 (c 1.6, CHCl3) 80 [α] D20 – 105 (c 1.6, CHCl3) 50 [α] D20 + 83 (c 1.5, CHCl3) 70 [α] D20 – 25 (c 1.5, CHCl3) O O O 104a N N N 2 O O O O O O O 104b N N N O O 3 O O O O O N N N O 4 O O O 104c O O O 104d O 5 O O N N N O O O O 104e O O 6 O N N N O O O 104f O 7 N N N O O O OBn O O 104g Analisando-se os dados mostrados nesta Tabela 11, pode-se constatar que os rendimentos reacionais variaram de moderados a muito bons, sendo o melhor aquele obtido para o produto 104a. Estes derivados 1,2,3-triazólicos foram caracterizados por 104 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e infravermelho. Nos espectros de RMN de 1H pode-se destacar o desaparecimento do sinal NH tripleto existente antes no espectro do β-enaminoéster em 8,90 ppm, e do sinal do hidrogênio olefínico α-carbonílico em 4,61 ppm. Observam-se ainda a desblindagem dos hidrogênios metilênicos do grupamento benzílico cujo deslocamento químico passou de 4,51 ppm para 5,50 ppm, conforme exemplificado para os derivados do diacetonídeo da alose 100f e 104f na figura 16 (300,00 MHz, solvente: CDCl3, padrão de referência: TMS). Figura 16: Expansões dos espectros de RMN de 1H de 100f e 104f Visando a realização de ensaios de atividade biológica, em seguida foi feita a desproteção das hidroxilas da unidade de carboidrato aumento assim a solubilidade desses triazóis em solventes polares, especialmente em água (Esquema 84). 105 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva N N N 104a-g TFA/H2O (1:1) N N N 105a-g t.a., 48h OR1 O OR2 O OH O a R2= OH O OH HO OH b OH OH OH OH O OH HO HO d c OH OH 105c, R2 = c 105d, R2 = d OH OH OH HO O 105a, R2 = a 105b, R2 = b O HO O OH HO OH e f OH O OBn g 105e, R2 = e OH OH 105f, R2 = f 105g, R2 = g Esquema 83: Rota de preparação dos derivados 1,2,3-triazólicos 105a-g A remoção dos grupamentos isopropilidênicos foi efetuada por metodologia já conhecida 155 na qual os derivados 1,2,3-triazólicos 104a-g foram adicionados em balão contendo uma solução de TFA/H2O (1:1). O sistema foi submetido a agitação magnética, durante 48 horas e, em seguida, o solvente foi removido em bomba de alto vácuo e os derivados 1,2,3-triazólicos foram isolados como um óleo marrom, em rendimentos quantitativos. Os derivados 1,2,3-triazólicos 105a-g foram obtidos como uma mistura de seus anômeros α e β e observou-se que 105c e 105f quem contém os radicais D-glicose (1) e D-alose (7), respectivamente, em suas estruturas apresentaram-se nas suas formas α e βpirânicas. A figura 15 mostra a expansão de uma região do espectro de ressonância magnética nuclear de hidrogênio da mistura α e β-pirânica do composto 1,2,3-triazólico derivado da D-glicose (105c). Pode-se observar um dubleto em 5,11 ppm (J = 9,3 Hz) relativo ao hidrogênio anomérico α e um dubleto em 4,56 ppm (J = 7,6 Hz) correspondente ao hidrogênio anomérico β. 155. Winans, K. A.; Bertozzi, C. 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Os valores de CC50 157 também foram determinados e para as substâncias mais ativas (%inibição > 60%) foram realizados testes de IC50 (número de repetições igual a cinco, n = 5) 158, conforme mostrado na tabela 12. Analisando-se os dados contidos nesta tabela pode-se observar que dentre as substâncias 104a-g e 105a-g os derivados 1,2,3-triazólicos 104a, 104d e 104g apresentaram uma expressiva atividade inibitória da enzima transcriptase reversa do vírus HIV-1: 63,6%, 64,7% e 65,4% (Entradas 1, 4 e 7), respectivamente, na concentração de 50 μM. O padrão de verificação foi o AZT (Entrada 15), que apresentou inibição de 94,3%, na mesma concentração. Observou-se também que as 156. Porcentagem de inibição a 50 μM é a porcentagem de inibição da atividade da enzima Transcriptase Reversa a uma concentração de 50 μM. 157. Concentração CC50 é a concentração da droga capaz de inibir 50% a viabilidade celular ou citotoxicidade. 158. Concentração IC50 é a concentração da droga capaz de inibir 50% a atividade da enzima Transcriptase Reversa (in vitro). 107 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva substâncias 104a e 104g apresentaram valores de IC50 expressivos (2,2 ± 0,8 μM e 1,98 ± 0,4 μM respectivamente) e excelente viabilidade celular (CC50) com valores maiores de 500 μM (Entradas 1 e 7). Tabela 12: Resultado dos testes contra transcriptase reversa do vírus HIV dos 1,2,3-triazóis 104 e 105 Entrada 1,2,3-triazol 1 O N N N OCH3 O % Inibição (50 μM) CC50 (μM) IC50 (μM) 63,6 837,45 2,2 ± 0,8 28,8 123,42 N.R. 3,0 3529,00 N.R. 64,7 208,37 5,0 ± 0,5 43,5 2745,47 N.R. 47,9 3382,47 N.R. 65,4 724,06 1,98 ± 0,4 O O O 104a N 2 O N O N O O O O O 104b O O 3 O N N N O O O 104c O N N N 4 O O O O O O O O 5 O O N N N O O O 104d O 104e N O 6 O N O O O O N O 104f 7 N N N O O O OBn O O 104g 108 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 8 O N N N O 1172,64 N.R. 45,6 25640,55 N.R. 14,0 1437,50 N.R. 35.9 1798,60 N.R. 45,6 648,90 N.R. 35,8 800,45 N.R. 36,2 596,00 N.R. 94,3 126,00 0,01 ± 0,8 O 105a OH OH N 9 33,2 OH N O N OH OH O O HO OH 105b OH HO O O 10 OH O OH N N N 105c OH 11 N N N OH O OH O 12 O HO O 105d OH O HO OH OH N N N O 105e O HO OH 14 N N N OH OHO O 13 N N N O O 105f O OBn OH 15 AZT OH 105g Comparando-se as atividades da enzima transcriptase reversa do vírus HIV-1 tratadas com os derivados 1,2,3-triazólicos derivados de acetonídeos 104a, 104d e 104g (Entradas 1, 4 e 7) com as de seus análogos 105a, 105d e 105g (Entradas 8, 11 e 14) observou-se que os 1,2,3-triazóis glicoconjugados derivatizados foram mais ativos do que os 1,2,3-triazóis derivados de carboidratos nativos demonstrando que a 109 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva lipofilicidade dessas substâncias é um dos possíveis fatores que podem contribuir para a atividade inibitória desses compostos. A ausência de uma enzima análoga à RT em células humanas e o conhecimento prévio de inibidores de RT, utilizados no tratamento de retroviroses animais tornaram a inibição da RT o alvo terapêutico óbvio para o tratamento da infecção por HIV 159. Atualmente, no mercado, existem sete medicamentos nucleosídeo-nucleotídeo capazes de inibir a enzima transcriptase reversa 160: AZT (zidovudina), d4T (stavudina), ddC (zalcitabina), 3TC (lamivudina), ddI (didadosina), ABC (abacavir) e tenofovir diisopropil (viread) (Figura 18) 161. 159. a) Peçanha, E. P.; Antunes, O. A. C.; “Estratégias farmacológicas para a terapia anti-AIDS”; Quim. Nova; 2002; 25 (6B); 1108-1116. b) Shimada, M.; Hosaka, H.; Takaku, H.; Smith, J. S.; Roth, M. J.; Inouye, S.; Inouye, M.; “Specificity of priming reaction of hiv-1 reverse-transcriptase, 2’-OH OR 3’OH”; J. Biol. Chem.; 1994; 269 (6); 3925-3927. 160. de Souza, M. V. N.; de Almeida, M. V.; “Drogas anti-HIV: passado, presente e perspectivas futuras”; Quim. 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Chem.; 2005; 48 (5); 1297-1313. 110 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva O CH3 HN O HO O N NH2 CH3 N O HO O N HO O NH2 N O N N O HO O N S O N3 170, AZT Zidovudina 171, d4T Stavudina 172, ddC Zalcitabina 173, 3TC Lamivudina NH2 O N HN HO NH N O N N N H2N HO N N O 175, ABC Abacavir N N O O O O O 174, ddI Didadosina N N OO P O O CH3 176 Tenofovir diisopropil Viread Figura 18: Medicamentos nucleosídeo-nucleotídeo disponíveis no mercado capazes de inibir a enzima transcriptase reversa Para que os nucleosídeos tenham atividade inibitória na enzima transcriptase reversa, eles necessitam ser fosforilados pelas enzimas celulares chamadas de quinases. Após fosforilação, são incorporados ao RNA e então interrompem a replicação viral 162. Dentre os análogos de nucleosídeos utilizados na clínica médica encontram-se os fármacos 170-176, onde o único que já um tipo de fosforilação é Tenofovir (176). Novos possíveis medicamentos anti-HIV inibidores da enzima transcriptase reversa baseados na analogia nucleosídeo-nucleotídeo (IsTRN), estão em fase de testes clínicos (Figura 19)161. O BCCH-10652 (177, dOTC) demonstrou ter atividade anti-HIV e, apesar de sua similaridade estrutural com o 3TC (173), se mostrou ativo contra o vírus HIV-1 resistente a este último medicamento. O (-)-FTC (178) está em fase de testes clínicos do tipo III para o vírus HIV e fase II para o vírus da hepatite tipo B 162. a) Clair, S.; Richards, C. A.; Spector, T.; Weinhold, K. J.; Miller, W. H.; Langlois, A. J.; Furman, P. A.; “3’-Azido-3’-deoxythymidine triphosphate as an inhibitor and substrate of purified human immunodeficiency virus reverse transcriptase”; Antimicrob. Agents Chemother.; 1987; 31 (12); 19721977. b) Huang, P.; Farquhar, D.; Plunkett, W.; “Selective action of 3’-azido-3’-deoxythymidine-5’triphosphate on viral reverse transcriptases and human DNA-polymerases”; J. Biol. Chem.; 1990; 265 (20); 11914-11918. c) Ikemoto, T.; Nishiguchi, A.; Mitsudera, H.; Wakimasu, M.; Tomimatsu, K.; “Convenient efficient synthesis of TAK-779, a nonpeptide CCR5 antagonist: development of preparation of various ammonium salts using trialkylphosphite and N-halogenosuccinimide”; Tetrahedron; 2001; 57 (8); 1525-1529. 111 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva (BHV), sendo considerado como um forte candidato para se incorporar ao coquetel antiHIV, assim como no combate a infecções causadas pelo vírus da hepatite tipo B. O ciclosaligenil d4TMP (179) e o d4T (180) ariloxi-fosforamida possuem potente atividade anti-HIV contra o HIV-1 resistente, estando em fase de testes clínicos do tipo I. O bis(POM)-PMEA (181, adefovir dipivoxil) está em fase de testes III contra o HIV e o BHV. O fosfotriester bis-(S-acetil-2-tioetil) do ddA [bis(SATE)ddAMP] se mostra 1000 vezes mais potente contra o vírus HIV-1 que o ddA. O amdoxovir [DAPD, (-)-βD-2,6-diaminopurina dioxolano] (182) foi ativo contra vírus HIV-1 resistentes ao AZT (170) e ao 3TC (173), estando em fase II de testes clínicos. NH2 N O HO O NH2 N O HO S HN F N O O P O O O N S O CH3 O N O H3CO O P N H H3C O O CH3 HN O O N O O N3 177, dOTC 180, d4T Ariloxi-fosforamidato 179, d4TMP Ciclosaligenil 178, (-)-FTC Emtricitabina NH2 N RO O P RO N N N O NH2 NH2 N N H2N HO N O N O 181, R = CH2OCO(CH3)3 bis(POM)-PMEA Adefovir dipivoxil 182, DAPD Amdoxovir N N O H3C S H3C S O O P O O N O N O 183, R = CH2CH2SCOCH3 bis(SATE)ddAMP Figura 19: Compostos anti-HIV inibidores da transcriptase reversa nucleosídeo-nucleotídeo (IsTRN) em fase de testes clínicos Atualmente, existem no mercado três medicamentos não nucleosídeonucleotídeos, capazes de inibir a enzima transcriptase reversa: nevirapina 163, efavirenz 164 e delavirdina (Figura 20). 163. Grozinger, K. G.; Fuchs, V.; Hargrave, S.; Mauldin, J.; Vitous, C.; J. Heterocycl. Chem. 1995, 32, 259. 164. a) Cocuzza, A. J.; Chidester, D. R.; Cordova, B. C.; Klabe, R. M.; Jeffrey, S.; Diamond, S.; Weigelt, C. A.; Ko, S. S.; Bacheler, L. T.; Erickson-Viitanen, S. K.; Rodgers, J. D.; “4,1-Benzoxazepinone analogues of efavirenz (Sustiva (TM)) as HIV-1 reverse transcriptase inhibitors”; Bioorg. Med. Chem. Lett.; 2001; 11 (11); 1389-1392. b) Cocuzza, A. J.; Chidester, D. R.; Cordova, B. C.; Jeffrey, S.; Parsons, R. L.; Ko, S. S.; Bacheler, L. T.; Erickson-Viitanen, S; Trainor, G. L.; “Synthesis and evaluation of efavirenz (Sustiva (TM)) analogues as HIV-1 reverse transcriptase inhibitors: Replacement of the cyclopropylacetylene side chain”; Bioorg. Med. Chem. Lett.; 2001; 11 (9); 1177-1179. 112 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva H3C H3CO2S O NH HN H3C F3C N CH3 Cl HN N H 184, Nevirapina (Vitramune) O 185, Efavirenz HN N N N 186, Delavirdina Figura 20: Medicamentos não nucleosídeo-nucleotídeos disponíveis no mercado capazes de inibir a enzima TR Mais de 30 classes de diferentes compostos já foram identificadas como inibidoras da transcriptase reversa da classe dos não nucleosídeo-nucleotídeo (IsTRNN). Novos possíveis medicamentos anti-HIV do tipo IsTRNN estão em fase de testes clínicos 165. Contudo, existem poucos relatos na literatura sobre derivados 1,2,3-triazólicos com atividade inibitória da enzima transcriptase reversa. Alvarez e colaboradores 166 sintetizaram alguns análogos não nucleosídeos do tipo Triazol-Silil-Amino-Oxatio (TSAO) - 1,2,3-triazol-[2’,5’-bis-O-(-tert-butildimetilsilil)-β-D-ribofuranosil]-3’-espiro5’-(4’-amino-l”,2”-oxatio-2”,2”-dióxido) (Figura 21). Estes análogos 1,2,3-triazólicos mostraram expressivos valores de inibição, expresso em EC50 167, nas enzimas transcriptase reversa, obtidas de linhagens de células CEM e MT-4, onde podem ser destacados os compostos 187b, 187g e 195 como os mais ativos (Figura 21). 165. De Clercq, E.; “The role of non-nucleoside reverse transcriptase inhibitors (NNRTIs) in the therapy of HIV-1 infection”; Antiviral Res.; 1998; 38 (3); 153-179. 166. Alvarez, R.; Velazquez, S.; Sanfelix, A.; Aquaro, S.; DeClercq, E.; Perno, C. F.; Karlsson, A.; Balzarini, J; Camarasa, M. J.; “1,2,3-Triazole-[2’,5’-bis-O-(tert-butyldimethylsilyl)-beta-Dribofuranosyl]-3’-spiro-5”-(4”-amino-1”,2”-oxathiol-2”,2”-dioxide) (TSAO) analogs - Synthesis and antiHIV-1-activity”; J. Med. Chem.; 1994; 37 (24); 4185-4194. 167. Concentração EC50 é a concentração da droga capaz de inibir 50% a atividade da enzima Transcriptase Reversa (in vivo). 113 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva N R2 N N N N N R1 N N R1 187a-k a, R2 = CO2CH3 b, R2 = CO2Et c, R2 = COCH3 d, R2 = CH(OEt)2 R2 N R1 189 189a-b e, R2 = CH2OCH3 f, R2 = CH2Br g, R2 = (CH2)2CH3 h, R2 = (CH2)3CH3 COR N N N N R1 R3 188a-j N N N N R1 R2 N R1 190, R = NH2 191, R = NHCH3 192, R = N(CH3)2 i, R2 = (CH2)3Cl j, R2 = TMS k, R2 = CH3 COR 193, R = NH2 194, R = NHCH3 195, R = N(CH3)2 EC50 TBSO R1= H2N CEM O 187b O S O O 0,79 0,13 MT-4 0,54 0,39 1,30 0,20 0,12 0,012 OTBS 187g 195 0,92 0,06 0,06 Figura 21: 1,2,3-triazólicos Análogos TSAO com atividade contra transcriptase reversa A unidade ribosídica (ou análogo) presente nas estruturas dos compostos antiHIV inibidores da transcriptase reversa nucleosídeo-nucleotídeo (IsTRN), nos análogos não nucleosídeos TSAO e principalmente dos derivados 1,2,3-triazólicos 104a, 104d e 104g desempenha uma importante função na interação destes compostos com a enzima transcriptase reversa. Contudo, similarmente aos análogos não nucleosídeos triazólicos TSAO, o anel 1,2,3-triazol presente nos compostos 104a, 104d e 104g permite a interação destes com os grupos funcionais polares presentes na enzima transcriptase reversa que pode ter natureza eletrostática, lipofílica ou ligações de hidrogênio166 favorecendo sua atividade inibitória. Em adição, como já descrito anteriormente, os compostos 1,2,3-triazólicos contendo a unidade carboidrato com suas hidroxilas livres (nativos) 105a e 105g (derivados da ribose e xilose, respectivamente), mostraram-se menos ativos do que seus análogos 104a e 104g (derivados dos monoacetonídeos da ribose e xilose, respectivamente) demonstrando que a lipofilicidade dessas substâncias é um fator importante na atividade inibitória desses compostos. 114 Conclusões e Perspectivas UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 6. Conclusões e Perspectivas • Conclusões Neste trabalho foram desenvolvidas três novas metodologias sintéticas: obtenção de β-cetoésteres 99a-q derivados de carboidratos por reações de transesterificação com álcoois derivados de acetonídeos (ou não) de carboidratos 10-15 e 94-96 promovidas por aquecimento convencional ou aceleradas por microondas utilizando argilas naturais como catalisadores; obtenção de β-enaminoésteres quirais derivados de carboidratos 100a-q em um único pote reacional utilizando argilas naturais como catalisadores; obtenção de β-aminoésteres 102 e 103 quirais derivados de carboidratos por redução quimio e diastereosseletiva de β-enaminoésteres quirais utilizando derivados de carboidratos como auxiliares de quiralidade; e por último a preparação de 1,2,3-triazóis glicoconjugados para avaliação de atividade inibitória da enzima transcriptase reversa do vírus HIV. Por estas metodologias foram sintetizadas 84 substâncias das quais 50 destas são inéditas A obtenção β-cetoésteres 99a-q derivados de carboidratos, via reações de transesterificação com álcoois derivados de acetonídeos (ou não) de carboidratos 10-15 e 94-96 promovidas por aquecimento convencional, utilizando-se argilas dos tipos esmectita, atapulgita e vermiculita como catalisadores mostrou-se bastante eficiente e produziu os β-cetoésteres em bons rendimentos (50-99%). Em continuidade, o estudo destas reações com estas argilas recuperadas e reutilizáveis mostrou-se bastante eficaz, mostrando que estes catalisadores são ambientalmente recomendáveis. A adaptação do forno de microondas doméstico com equipamento para refluxo na realização das reações de transesterificação catalisadas por argilas naturais resultou numa redução do tempo reacional em até 88% e a com rendimentos que variaram de bons a excelentes (47-95%). Foi desenvolvida uma metodologia de obtenção de β-enaminoésteres quirais derivados de carboidratos 100a-q em um único pote reacional utilizando argilas naturais como catalisadores em rendimentos que variaram entre 20-98% e ainda foram estabelecidas condições reacionais para obtenção de β-iminoésteres fenílicos. Foram estabelecidas condições reacionais para a obtenção dos β-aminoésteres a partir da redução quimio e diastereosseletiva dos β-enaminoésteres quirais 100a-q 115 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva utilizando derivados de acetonídeos (ou não) de carboidratos como auxiliares de quiralidade usando o NaBH(OAc)3 ou NaBH(OBz)3, ambos gerados in situ, como agentes de redução para produzir β-aminoésteres quirais derivados de carboidratos 102 e 103 em rendimentos entre 50-99%. Os auxiliares de quiralidade 10-15 e 94-96 derivados de carboidratos não se mostraram eficientes na diastereosseleção da reação de redução dos seus β-enaminoésteres, pois o maior excesso diastereoisomérico obtido foi de 32% na redução do β-enaminoéster derivado da frutose 100d usando o NaBH(OAc)3 como agente redutor na qual gerou o β-aminoéster 102d. A obtenção dos derivados 1,2,3-triazólicos 104a-g e 105a-g derivados de carboidratos a partir dos β-enaminoésteres 100a-g usando a metodologia [2N + 1N], mostrou-se eficiente. Os 1,2,3-triazóis 104a, 104d e 104g apresentaram uma expressiva atividade inibitória da enzima Transcriptase Reversa do vírus HIV-1 com 63,6%, 64,7% e 65,4%, respectivamente. 116 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva • Perspectivas Como perspectiva geral para continuidade deste trabalho de tese sugere-se novos estudos envolvendo derivados de carboidratos em síntese assimétrica como auxiliares de quiralidade e catalisadores quirais, por exemplo, e ainda na síntese de substâncias bioativas pelo nosso grupo de pesquisa. Para continuação do estudo da síntese de β-aminoésteres diastereoisomericamente puros a partir da redução estereosseletiva de β-enaminoésteres propõem-se o uso do derivado 5-metil-6-desoxi-α-glicopiranose13 contendo grupamentos volumosos como o radical pivaloila ou t-butildimetilsilila nas posições 2’ e 3’ a fim de se aumentar a diastereosseleção da reação de redução de β-enaminoésteres (Esquema 84). NH R1 NH O O O R3O R3 O OCH3 100v, R1 = CH3 e R3 = TBS 100w, R1 = Ph e R3 = TBS 100x, R1 = CH3 e R3 = Piv 100y, R1 = Ph e R3 = Piv NaBH4, HOAc, CH3CN R1 O O O R3O R3 O OCH3 102v, R1 = CH3 e R3 = TBS 102w, R1 = Ph e R3 = TBS 102x, R1 = CH3 e R3 = Piv 102y, R1 = Ph e R3 = Piv Esquema 84: Obtenção de β-aminoésteres 102v-y utilizando outros carboidratos Com isso, espera-se que o bloqueio da face Re provido por pelo radical R3 (pivaloila ou TBS) na posição 3’ promova a adição do hidreto seletivamente apenas pela face Si, conforme exemplificado pelo Esquema 85, levando ao β-aminoéster 102v de configuração R. A ausência de um grupo substituinte na posição C-6’ amplificaria a diastereosseleção. 117 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva NH OAc OAc B NH O H H O O O Si TBSO OCH3 O NaBH4, HOAc, O O TBSO TBS CH3CN O OCH3 100v NH O O O TBSO TBS 102v O OCH3 Esquema 85: Redução diastereosseletiva do β-enaminoéster 100v usando NaBH4/HOAc Ainda nesta mesma linha de trabalho, outra perspectiva para incremento da diastereosseletividade das reações de redução dos β-enaminoésteres derivados de carboidratos 100a-q é a utilização de Zn(BH4)2 como agente redutor117 (Esquema 86). As enaminas propostas anteriormente 100v-y também poderiam ser avaliadas com este agente de redução. Zn(BH4)2, THF NH O R1 102a, R1 = Me, R2 = a 102b, R1 = Me, R2 = b NH O R1 OR2 100a-q OR2 102c, R1 = Me, R2 = c 102d, R1 = Me, R2 = d 102a-q 102e, R1 = Me, R2 = e 102f, R1 = Me, R2 = f O O OCH3 O O O O O O R2= O O O O c a O O O OBn O f OO O g O O O O d 102g, R1 = Me, R2 = g 102h, R1 = Me, R2 =h e 102i, R1 = Me, R2 = i 102j, R1 = Ph, R2 = a O OCH3 O O O O O O b O O O h O BnO HO BnO O Bn i O OCH3 102k, R1 = Ph, R2 = b 102l, R1 = Ph, R2 = c 102m, R1 = Ph, R2 = d 102n, R1 = Ph, R2 = e 102o, R1 = Ph, R2 = f 102p, R1 = Ph, R2 = g 102q, R1 = Ph, R2 = i Esquema 86: Redução dos β-enaminoésteres 100a-q usando Zn(BH4)2 como agente redutor 118 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Espera-se que a coordenação do zinco com os oxigênios do radical de carboidrato forneça uma rigidez conformacional ao estado de transição promovendo assim a adição do hidreto principalmente pela face Re, conforme exemplificado no esquema 87, levando ao β-aminoéster 102d de configuração R. O O O O Zn(BH4)2 O O O O O O H OO H B O H H N H Zn Bn H H B H H O NHBn THF 100d O O O O NHBn O O O 102d Esquema 87: Redução diastereosseletiva do β-enaminoéster 100d usando Zn(BH4)2 Outra alternativa seria um estudo de hidrogenação catalítica dos βenaminoésteres 100a-q utilizando catalisador do ródio118,119 ou paládio 168 visando a síntese de β-aminoésteres diastereoisomericamente puros (Esquema 88). 168. a) Dondoni, A.; Massi, A.; Minghini, E.; “A facile and general entry to C-glycosyl (R)- and (S)-bamino acid pairs from glycosyl cyanides through enamino ester intermediates”; Synlett, 2006; (4); 539542. b) Furukawa, M.; Okawara, T.; Noguchi, Y.; Terawaki, Y.; “Asymmetric syntheses of betaaminoacids by the reduction of enamines”; Chem. Phram. Bull.; 1979; 27 (9); 2223-2226. 119 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva NH O R1 OR2 102a, R1 = Me, R2 = a 102b, R1 = Me, R2 = b NH O H2 (6atm), Tolueno R1 Catalisador de Pd ou Rh 100a-q OR2 102c, R1 = Me, R2 = c 102d, R1 = Me, R2 = d 102a-q 102e, R1 = Me, R2 = e 102f, R1 = Me, R2 = f O O OCH3 O O O O O O O O c O O O OBn O f O g O O O O O O d 102g, R1 = Me, R2 = g 102h, R1 = Me, R2 =h e 102i, R1 = Me, R2 = i 102j, R1 = Ph, R2 = a O OCH3 O O O OO O b a R2= O O O O O h O BnO HO BnO O Bn O OCH3 i 102k, R1 = Ph, R2 = b 102l, R1 = Ph, R2 = c 102m, R1 = Ph, R2 = d 102n, R1 = Ph, R2 = e 102o, R1 = Ph, R2 = f 102p, R1 = Ph, R2 = g 102q, R1 = Ph, R2 = i Esquema 88: Proposta de hidrogenação catalítica dos β-enaminoésteres 100a-q Dando continuidade ao estudo farmacológico dos triazóis glicoconjugados 104 e 105 pretende-se ainda avaliá-los quanto a atividade anti-agregação plaquetária em colaboração com a profª. Helena C. Castro (IB-UFF/Labiomol). Tendo em vista que os análogos do TSAO citados anteriormente como os únicos compostos 1,2,3-triazólicos relatados na literatura166 inibidores da enzima transcriptase reversa do vírus HIV-1 pretende-se sintetizar e estudar o poder inibitório frente a enzima transcriptase reversa de outros 1,2,3-triazóis contendo anel furânico em sua estrutura. 120 Parte Experimental UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7. Parte Experimental 7.1. Materiais e Métodos A determinação estrutural das substâncias sintetizadas foi realizada através dos métodos instrumentais de espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio (RMN de 1H) e de carbono 13 (RMN de 13 C) a 300 e 75 MHz, respectivamente, por Espectroscopia de Infravermelho (IV) e por espectroscopia de massas. Os espectros de RMN foram obtidos em aparelho Varian Unity e os deslocamentos químicos foram determinados utilizando-se TMS ou o solvente como referência interna. Os valores destes deslocamentos foram referidos em partes por milhão (ppm) em relação ao TMS e as constantes de acoplamento (J) em Hertz (Hz). As áreas dos sinais foram obtidas por integração eletrônica, suas multiplicidades descritas da seguinte forma: s-singlete; d-dublete; t-triplete; m-multiplete. Os espectros na região do infravermelho foram obtidos em espectrofotômetro Perkin-Elmer, modelo 1420 de feixe duplo, em pastilhas de KBr anidro ou em feixe sobre janelas de NaCl. Os valores para as absorções foram expressos em número de onda, utilizando como unidade o centímetro recíproco (cm-1). Os espectros de massas foram realizados em aparelho do tipo Hewlett Packard 5985 instrumento de alta resolução, utilizando a técnica de impacto de elétrons (70 eV) no laboratório do Prof. Dr. Marcos N. Eberlin (IQ – UNICAMP). O processo de monitoramento das reações foi realizado através da cromatografia em camada fina (c.c.f.), em cromatofolhas de sílica gel 60-F-254, com 0,2 mm de espessura (ref. Merck 5554). Os eluentes foram preparados volume a volume (v/v) e a visualização das substâncias foi efetuada por revelação com reagente sulfato de amônio ou com solução etanólica de vanilina 3% em ácido sulfúrico. Para purificação de substâncias por cromatografia em coluna foi utilizada silicagel 60 do tipo flash 230-400 Mesh ASTM (0,035-0,070 mm, ref. Acros Organics). O ácido acético glacial empregado nos trabalhos experimentais foi submetido a refluxo com anidrido crômico (CrO3) em uma proporção de 2,0 g para cada 100 mL do 121 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva ácido por 1 hora 169 e os demais solventes utilizados foram previamente tratados conforme descrito na literatura 170. O hidreto de sódio e boro (Ref. Aldrich, 19,807-2) e o cianohidreto de sódio e boro (Ref. Fluka, 71435) foram obtidos comercialmente. As argilas utilizadas foram fornecidas pelo Centro de Tecnologia Mineral (CETEM). Estas foram obtidas da Fazenda Bravo, no distrito de Boa Vista, Paraíba do Sul. Em trabalhos anteriores no grupo68,113, estas foram submetidas a uma série de etapas de preparação envolvendo operações de cominuição, homogeneização e quarteamento. Foram feitas pilhas cônicas e triangulares para homogeneizar o material e, após quarteá-lo em frações, obteve-se a amostra final com massa e granulometria adequadas (0,1-0,15 mm) à realização das reações. Não foi realizado qualquer tipo de tratamento ou ativação das argilas. Estas apresentaram as seguintes áreas superficiais medida pelo método BET 171: esmectita 68,88 m2/g, atapulgita 49,30 m2/g e vermiculita 119,67 m2/g. As determinações das rotações ópticas foram feitas em um polarímetro PerkinElmer 243B em cubeta de 1 dm, no laboratório do Prof. Dr. José Oswaldo Previato do Instituto de Biofísica da UFRJ. Para as reações em microondas, foi usado um forno da marca Eletrolux modelo ME27F, convenientemente adaptado às condições de refluxo. Os espectros dos compostos encontram-se gravados em um CD-ROM que está anexado a esta tese. 7.1.1. Adaptação do forno de MO doméstico O forno de MO utilizado em todos os experimentos é da marca Eletrolux®, 110 V, modelo ME27F, 28 L, com gerador de MO na faixa de freqüência de 2450 MHz. Para execução dos experimentos de transesterificação em refluxo sob irradiação de MO foi necessário efetuar-se um furo na parte superior do forno, exatamente no centro de sua cuba. Este furo foi revestido internamente com um anel de cobre (Figura 169. Armareg, W. L. F.; Perrin, D. D.; “Purification of laboratory chemicals”; Pergamon Press: NY; 3ª ed.; 1988. 170. Ferreira, V. F.; “Alguns aspectos sobre a secagem dos principais solventes orgânicos”; Quim. Nova; 1992; 15 (4); 348-351. 171. Clausen, L.; Fabricius, I.; “BET measurements: Outgassing of minerals”; J. Colloid Interface Sci.; 2000; 227 (1); 7-15. 122 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 2, Página 46). Para adaptação de um condensador de refluxo ao forno foi confeccionado um adaptador de vidro, com 24 cm de comprimento e com conexões 24/40 (Figura 2a, Página 46). É importante ressaltar que o condensador e o anel de cobre foram bem ajustados, para evitar o vazamento de microondas. Para aumentar a segurança, os pontos por onde passavam as conexões de vidro, foram vedados externamente com cola de silicone, que além de impedir o possível vazamento de microondas, também é de fácil remoção, e resiste a temperaturas superiores a 110oC. as reações também devem ser realizadas no interior de capela fechada. Com a finalidade de aumentar a vida útil do magnetron, adaptou-se uma ventoinha de tamanho 12x12x2 cm acima do magnetron e foram feitos 88 furos de 0,50 cm de diâmetro na face lateral direita do forno, permitindo a saída do ar quente. A alimentação da ventoinha foi feita através da fonte do aparelho (110 V) e era acionada pelo botão liga/desliga, situado atrás da mesma. Estes dois dispositivos, ventoinha e conjunto de furos, conferiram maior refrigeração ao magnetron, evitando seu desarmamento por superaquecimento pelo termostato do forno (Figura 2b, Página 46). Confeccionou-se um tubo de vidro em forma de “U” (Figura 2, Página 46) pelo qual se fez passar água tendo a função de absorver as microondas excedentes sendo esta absorção regulada na medida em que se aumentava ou diminuía o volume de água no tubo ou ainda em que se fazia o seu avanço ou recuo, tomando como base a face posterior do interior do forno. 7.1.2. Mapeamento da posição do feixe de MO A base inferior do forno, sem o prato giratório, foi totalmente coberta com uma folha de papel de fax termo-sensível (Figura 4, Página 48) e fez-se irradiar microondas na potência 100% do aparelho, durante 10 segundos. 7.1.3. Determinação da potência do forno de MO A determinação da potência do forno de MO foi realizada pela medida indireta da elevação da temperatura da água por um tempo estabelecido. Um bécher de 2 L contendo 1L de água destilada foi posicionado exatamente no ponto assinalado no papel 123 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva de fax (Figura 4, Página 48). O aquecimento foi realizado por 120 s, nos graus de potência disponíveis no aparelho (10 a 100). A potência (P) foi determinada pela razão entre a energia absorvida pela água (nCpΔT) e o tempo de irradiação (t), conforme a equação - P = nCpΔT/t - na qual, “n” é o número de mols de água, neste caso 55,6 mols; Cp é a capacidade calorífica molar da água (75,3 J K-1mol-1); ΔT é a variação de temperatura observada e t é o tempo de irradiação (120 s). 7.1.4. Protocolo dos Testes Farmacológicos Os testes farmacológicos foram realizados no laboratório de virologia da IBUFF pelo grupo da professora Izabel Christina de Palmer Paixão Frugulhetti. 7.1.5. Avaliação da atividade anti-HIV a) Cultivo das bactérias Escherichia coli DH5α O estoque bacteriano foi preparado a partir de culturas em fase estacionária de crescimento. Após a adição de glicerol estéril (50%), a suspensão bacteriana foi congelada a -70 °C. Para realização dos experimentos, foi retirada com auxilio de alça de platina uma pequena alíquota da cultura congelada, e semeada sobre a superfície de placa de Petri contendo meio NZYN-Agar (NZ amine, NaCl, Bacto Yest Extract, MgSO4.7H2O, bacto-agar). As placas foram incubadas em estufa a 37 ºC, durante aproximadamente 12 horas. Uma colônia foi retirada e inoculada em meio NZYN. A cultura em suspensão foi incubada a 37 °C, sob agitação, durante um período de 12 horas. b) Plasmídeo O plasmídeo pUC12N contém a região codificante para a enzima transcriptase reversa do vírus HIV-1, subunidade p66. A enzima transcriptase reversa foi obtida 124 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva através de sistema de expressão em Escherichia coli transformada com o plasmídeo pUC12N 172. c) Transformação de bactérias O plasmídeo pUC12N foi utilizado para transformação das bactérias Escherichia coli DH5α e posterior estocagem. Foi utilizada a técnica descrita por Mandel e Higa 173, na qual as células competentes foram preparadas mediante tratamento com cloreto de cálcio. As bactérias foram cultivadas em meio de cultura NZYN a 37 °C, com agitação durante 15 horas. A cultura foi diluída em meio NZYN na proporção de 1:50 e, novamente, colocada para crescer até atingir a fase exponencial de crescimento (DO600nm = 0,6). A seguir, 20 mL da cultura foram centrifugados a 5.000 rpm por 10 minutos a 4 °C (Centrífuga Sigma 3K30K). O precipitado foi ressuspenso e as bactérias foram submetidas a uma centrifugação. Em seguida, o precipitado resultante foi ressuspenso em 2 mL de CaCl2 100 mM gelado. Para a transformação, foram misturados 0,1 mL da suspensão de células competentes com 2 μL do DNA de plasmídeo (50 ng). A mistura de transformação foi mantida no gelo durante 30 minutos e submetida a um choque térmico de 42 ºC por 90 segundos. A seguir as bactérias foram espalhadas sobre placas contendo meio seletivo NZYN + Ampicilina (100 μg/mL) e incubadas a 37" \s 12 ºC por 15 horas. d) Isolamento e purificação da transcriptase reversa do HIV-1 A cultura de E. coli DH5α transformada com o plasmídeo pUC12N foi crescida por 12 horas em incubadora com agitação orbital a 37 ºC. As células foram coletadas por centrifugação a 10.000 rpm por 2 minutos (Centrífuga Sigma 3K30K) e o sedimento lavado com tampão de lavagem (100mM NaCl, 20mM Tris-HCl, 20% de glicerol (V/V), 1% Triton X-100, 1 mM EDTA, 2 mM ditiotreitol, 25 mM Tris-HCl, pH 8,0) e 172. Hizi, A.; McGill, C.; Hughes, H.; “Expression of soluble, enzymatically active, human immunodeficiency virus reverse transcriptase in Escherichia coli and analysis of mutants”; Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A.; 1988; 85 (4); 1218-1222. 173. Mandel, M.; Higa, A.; “Calcium-dependent bacteriophage DNA infection”; J. Mol. Biol.; 1970; 53 (1); 159-162. 125 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva mantidas a 4°C por 15 minutos. O material insolúvel foi removido por centrifugação a 10.000 rpm por 2 minutos e o sobrenadante foi imediatamente processado para a etapa de purificação172. A purificação foi realizada utilizando-se o sistema HPLC (Shimadzu Liquid Chomatography System) e todo o procedimento foi realizado à temperatura ambiente (18-20 ºC) com um fluxo de 1 mL/min, sem perda significativa da atividade enzimática. e) Eletroforese em Gel de Poliacrilamida: A partir das amostras de proteínas mantidas em tampão T∅ foram preparados géis de eletroforese. As amostras foram analisadas em relação ao controle. As amostras foram aquecidas por 100 ºC por 2 minutos e submetidas a um gel contendo 10% de poliacrilamida, 0,1% de SDS e corado com azul de coomassie 0,1%. Em seguida, o gel foi desidratado e submetido a um autorradiograma em filme X-KODAK. Posteriormente, o perfil protéico foi analisado. f) Avaliação da atividade polimerase da enzima transcriptase reversa A mistura de reação para a atividade polimerase continha em 10 μl de reação: 50 mM de Tris-HCl, pH 7,8, 50 mM de KCl, 6 mM de MgCl2, 1 mM de ditiotreitol, 1 mg/ml de BSA, 5 μM de dTTP, 20 μCi/ml de [3H]dTTP (62 Ci/mmol), 0.20 DO de poly (rA).o (dT) e 1 pmol da enzima. O tempo de incubação foi de 30 minutos a 37 °C, e a reação foi interrompida pela adição de TCA 10%, contendo 20 mM de pirofosfato de sódio. O precipitado foi então coletado em filtro Whatman GF/C e lavado com TCA 10%. A radioatividade foi determinada através de cintilação líquida. g) Viabilidade Celular A viabilidade celular foi determinada segundo o método de exclusão do corante vital azul de Trypan 174. Neste teste, utilizou-se placas de 24 poços e os derivados 1,2,3- 174. Chen, K. S.; Katz, J.; “Zonation of glycogen and glucose syntheses, but not glycolysis, in rat liver”; Biochem. J.; 255; 99-104. 126 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva triazólicos em diferentes concentrações que foram comparadas com o controle não tratado. As células foram mantidas a 37 ºC e 5% de atm de CO2. VIABILIDAD E = VIÁVEIS × 100 TOTAIS Também foram realizados testes de citotoxicidade usando-se placas de 96 poços de fundo chato, onde as monocamadas confluentes foram tratadas com as substâncias a serem analisadas e após 72 h foi adicionado 5 mg/mL de MTT. Após 4 h de incubação a 37 ºC será adicionado 10 % de SDS e 0,01 N de HCl, e após 24 h os poços foram lidos em leitor de Elisa em 540 e 650 nm. 7.2. Procedimentos para obtenção dos álcoois derivados de carboidratos 10-15 e 94-96 7.2.1. Obtenção do 1-O-metil-2,3-O-isopropilideno-β-D-ribofuranose (10)79 5 HO O 4 3 O 10 OCH3 1 2 O 6 Em um balão de fundo redondo de 25 mL, imerso em um banho de gelo, contendo uma solução de 1,0 g (5 mmols) de D-ribose (2), 5 mL de acetona seca e 5 mL de metanol, foi adicionado, lentamente, 0,5 mL de H2SO4 98%. A mistura foi submetida à agitação magnética sob atmosfera de nitrogênio por 48 horas. Logo após, foi adicionado NaHCO3 até se alcançar pH neutro. A mistura foi filtrada a vácuo e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida. A mistura foi dissolvida em 50 mL de acetato de etila e a camada orgânica foi lavada com água (3 x 50 mL) e seca com sulfato de sódio anidro. Após evaporação do solvente sob pressão reduzida em evaporador rotatório, obteve-se o produto 10 como um óleo amarelo com 95% de rendimento (1,30 g). A substância foi analisada pelas espectroscopias de massas, de RMN de 1H e de 13C e por infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 3453 (OH); 1374 e 1382 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 3,43 (3H, s, OCH3); 4,97 (1H, s, H-1); 4,59 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-2); 4,83 (1H, d, J = 6,1 Hz, 127 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva H-3); 4,42 (1H, t, J = 2,9 Hz, H-4); 3,61 (1H, dd, J = 3,7 e 12,5 Hz, H-5); 3,69 (1H, dd, J = 2,7 e 12,5 Hz, H-5’). RMN de 13 C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,5 (CH3); 26,1 (CH3); 55,2 (OCH3); 109,7 (C-1); 85,6 (C-2); 81,3 (C-3); 88,1 (C-4); 63,7 (C-5); 111,9 (C-6). 7.2.2. Obtenção do 1,2:3,4-di-O-isopropilideno-α-D-galactopiranose (11)79,122 O 7 5 6 1 HO O O 4 O3 2 O 11 8 Em um balão de fundo redondo contendo 9,0 g (50 mmols) de Dgalactose (3), 200 mL de acetona seca e 20,0 g de (125 mmols) de sulfato cúprico anidro foi adicionado, gota a gota, 1,0 mL de ácido sulfúrico concentrado. A mistura foi mantida sob agitação magnética por 24 horas, sendo monitorada através de c.c.f.. Após o término da reação, filtrou-se a mistura reacional sob vácuo e a solução foi neutralizada com NaHCO3. Após filtração, o solvente foi evaporado sob vácuo e o óleo resultante foi dissolvido em 100 mL de acetato de etila. A solução foi lavada com água (3 x 50 mL), e em seguida foi seca com sulfato de sódio anidro. Obteve-se o diacetonídeo da galactose 11 na forma de um óleo amarelo, com 80% de rendimento (10,4 g). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV (filme) νmáx. (cm-1): 3487 (OH); 1382 (estiramentos de ligações C-H das metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,34 (6H, s, CH3); 1,35 (6H, s, CH3); 1,46 (3H, s, CH3); 1,54 (3H, s, CH3); 5,58 (1H, d, J = 5,1 Hz, H-1’); 4,34 (1H, dd, J = 5,1 e 2,4 Hz, H-2’); 4,28 (1H, dd, J = 7,8 e 1,5 Hz, H-4’); 3,90-3,81 (1H, m, H-5); 3,90- 3,81 (2H, m, H-6’ e H-6”). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,1 (CH3); 24,7 (CH3); 25,7 (CH3); 25,8 (CH3); 96,1 (C-1’); 70,3 (C-2’); 70,5 (C-3’); 71,3 (C-4’); 68,0 (C-5’); 62,0 (C-6’); 109,2 (C-7’); 108,5 (C-8’). 128 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.2.3. Obtenção do 1,2:5,6-di-O-isopropilideno-α-D-glicofuranose (12)79 6 O 8 O Em um balão de fundo redondo de 1000 mL, foi adicionada uma 5 O OH 4 3 12 1 2 O O 7 solução de D-Glicose (1) (10 g; 56,0 mmols), acetona seca (500 mL) e iodo (700 mg). A mistura foi mantida sob agitação magnética e refluxo durante 6 horas. Em seguida, resfriou-se o sistema até à temperatura ambiente e adicionou-se solução de tiossulfato de sódio 0,5 M até descoloração do meio. Após evaporação do solvente a solução foi extraída com diclorometano (3 x 100 mL) e as fases orgânicas foram combinadas e a solução resultante foi lavada com água e foi seca com sulfato de sódio anidro. O produto foi recristalizado com hexano à quente e carvão ativo. Obteve-se o diacetonídeo da glicose 12 na forma de cristais brancos com 80% de rendimento (11,6 g) e p.f. 108-109 ºC (p.f. 107-108 ºC81). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 3475 (OH). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,36 (3H, s, CH3); 1,45 (3H, s, CH3); 1,50 (3H, s, CH3); 5,94 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1); 4,53 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2); 4,31 (1H, d, J = 2,9 Hz, H-3); 4,07 (1H, dd, J = 2,7 e 7,6 Hz, H-4); 4,35 (1H, ddd, J = 5,4; 6,1 e 7,8 Hz, H-5); 3,99 (1H, dd, J = 5,4 e 8,5 Hz, H-6); 4,17 (1H, dd, J = 6,1 e 8,5 Hz, H-6’); 2,65 (1H, d, J = 3,4 Hz, OH). RMN de 13 C (75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,0 (CH3); 26,0 (CH3); 26,6 (CH3); 26,7 (CH3); 105,1 (C-1); 85,0 (C-2); 81,0 (C-3); 74,7 (C-4); 73,1 (C-5); 67,5 (C-6); 111,7 (C7); 109,5 (C-8). 7.2.4. Obtenção do 2,3:4,5-di-O-isopropilideno-β-D-frutopiranose (13) O 2 O O OH 5 1 O4 3 O 6 13 80 Um erlenmeyer de 500 mL contendo uma mistura de açúcar comercial (sacarose (5), 15 g, 44,8 mmols) e acetona (200 mL) foi resfriado externamente em banho de gelo até cerca de 5 ºC. A mistura reacional foi agitada vigorosamente e a seguir foram adicionados, lentamente, 8,0 mL de H2SO4 98%. Manteve-se a agitação por mais 2,5 h à 129 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva temperatura ambiente e, após este tempo o sistema foi resfriado até atingir uma temperatura entre 0 – 10 ºC. Fez-se então a neutralização do meio inicialmente com a adição de 8,0 mL de solução aquosa de NaOH 50% p/v e o pH neutro final da solução foi controlado com a adição de Na2CO3. A mistura foi filtrada a vácuo e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida, resultando em um xarope amarelo claro que foi dissolvido em 200 mL de diclorometano sendo a solução resultante transferida para um erlenmeyer contendo 200 mL de solução de H2SO4 0,5 M. A mistura foi então submetida à agitação vigorosa por 2 horas e em seguida, a fase orgânica foi separada, lavada sucessivamente com solução aquosa saturada de NaHCO3 (2 x 50 mL) e com água (4 x 50 mL). Após, secagem com sulfato de sódio anidro o solvente foi evaporado sob pressão reduzida obtendo-se um sólido branco, o qual foi recristalizado em hexano a quente e carvão ativo. O diacetonídeo da frutose 13 foi obtido sob forma de agulhas finas com p.f. 94-95 °C (p.f. 96-96 ºC79) em 33% de rendimento (3,80 g). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV (filme) νmáx. (cm-1): 3295 (OH); 1376 (estiramentos de ligações C-H das metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,37 (3H, s, CH3); 1,40 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 1,55 (3H, s, CH3); 3,69 (1H, d, J = 11,4 Hz, H-1’ ou H-1”); 3,70 (1H, d, J = 8,1 Hz, H-1’ ou H-1”); 4,35 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’); 4,62 (1H, dd, J = 8,0 e 2,6 Hz, H-4’); 4,25 (1H, ddd, J = 8,0; 2,0 e 0,8 Hz, H-5’); 3,78 (1H, dd, J = 13,1 e 0,8 Hz, H-6’ ou H-6”); 3,93 (1H, dd, J = 13,05 e 2,0 Hz, H-6’ ou H-6”). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,6 (CH3), 26,3 (CH3), 23,8 (CH3), 25,2 (CH3), 65,2 (C-1’), 102,9 (C-2’), 70,6 (C-3’), 69,6 (C-4’), 70,7 (C-5’), 61,0 (C-6’), 108,9 (C-7’), 108,3 (C-8’). 7.2.5. Obtenção do 1,2:4,5-di-O-isopropilideno-β-D-frutopiranose (14)79 7 O 2 1O O OH 5 4 3 O O 8 14 6 A um balão de 250 mL sob agitação mecânica, contendo uma suspensão de D-frutose (3,00 g; 16,7 mmols) e acetona seca (60 mL), foi adicionado lentamente 0,30 mL de H2SO4 98%. A mistura foi agitada por duas horas sob temperatura ambiente e depois foi resfriada até 0 ºC. Em seguida, foi adicionado NaHCO3 até se alcançar pH neutro. Após a 130 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva evaporação da acetona sob pressão reduzida, o resíduo foi extraído com diclorometano (4 x 15 mL). As fases orgânicas foram combinadas e a solução resultante foi lavada com água (2 x 15 mL) e seca com sulfato de magnésio anidro, o solvente foi evaporado sob pressão reduzida e o resíduo obtido foi recristalizado em hexano. O 1,2:4,5-di-Oisopropilideno-β-D-frutopiranose (14) foi obtido sob a forma de cristais brancos, com 80% de rendimento (3,50 g), e com p.f. 117-118 ºC (p.f. 117-118 oC79). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV (filme) νmáx. (cm-1): 3460 (OH); 1377 (estiramentos de ligações C-H das metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,37 (3H, s, CH3); 1,44 (3H, s, CH3); 1,52 (3H, s, CH3); 1,54 (3H, s, CH3); 3,98 (1H, d, J = 8,7 Hz, H-1’ ou H-1”); 4,19 (1H, d, J = 8,7 Hz, H-1’ ou H-1”); 3,67 (1H, d, J = 6,9 Hz, H-3’); 4,15 (1H, d, J = 1,5 Hz, H-4’); 4,2 (1H, ddd, J = 6,1; 2,7 e 0,9 Hz, H-5’); 4,01 (1H, d, J = 12,9 Hz, H-6’ ou H-6”); 4,12 (1H, dd, J = 11,0 e 2,4 Hz, H-6’ ou H-6”). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,7 (CH3); 26,0 (CH3); 26,1 (CH3); 27,7 (CH3); 71,8 (C-1’); 104,3 (C-2’); 69,6 (C-3’); 73,1 (C-4’); 77,0 (C-5’); 60,3 (C-6’); 111,6 (C-7’); 109,0 (C-8’). 7.2.6. Obtenção de 1,2:5,6-di-O-isopropilideno-α-D-alofuranose (15)82,83 O O Um balão de fundo redondo de 500 mL contendo uma solução de cloreto de oxalila (5,0 mL, 57,2 mmols) em CH2Cl2 seco (70 mL) O O 15 OH O foi resfriado até a temperatura de -80 ºC em banho de gelo seco e acetona. Em seguida, foi adicionado solução de 8,2 mL (115,3 mmols) de DMSO dissolvido em 20 mL de CH2Cl2 seco, gota a gota, utilizando-se cânula, por um período de 20 min. A mistura reacional foi agitada por 15 min, e em seguida foram adicionados 5 g (19,2 mmols) de 1,2:5,6-di-O-isopropilideno-α-Dglicofuranose (12) dissolvidos em 150 mL de CH2Cl2 seco, gota a gota, por um período de 30 min. A mistura reacional foi mantida sob agitação magnética por 90 min, a -80 ºC e, em seguida, foram adicionados, ao meio reacional, 20,2 mL (144,6 mmols) de trietilamina, gota a gota por um período de 20 min. Durante esta adição a temperatura foi mantida a -70 ºC. Em seguida, foram adicionados 1,45 g (38,8 mmols) de NaBH4 131 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva dissolvidos em 100 mL de uma mistura de EtOH/H2O (8:2), mantendo-se, durante a adição, a temperatura entre -60 to -40 ºC. A seguir, manteve-se a mistura reacional sob agitação magnética até que o sistema atingisse a temperatura ambiente e foram adicionados então ao meio 150 mL de uma solução saturada de NaCl. A mistura resultante foi extraída com CH2Cl2 (3 x 100 mL) e a fase orgânica foi lavada com água destilada (3 x 100 mL), e foi seca com Na2SO4 anidro. A evaporação do solvente sob pressão reduzida em evaporador rotatório levou ao diacetonídeo da alose 15, com 98% de rendimento (7,10 g) sob a forma de cristais brancos com p.f. 75-77 ºC (p.f. 77-78 ºC82). A substância foi analisada por espectroscopias de RMN de 1H e de 13 C e de infravermelho. IV (filme) νmáx. (cm-1): 3478 (OH); 1373 (estiramentos de ligações C-H das metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,47 (3H, s, CH3), 1,48 (3H, s, CH3), 1,37 (3H, s, CH3), 1,38 (3H, s, CH3), 5,82 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’), 4,62 (1H, dd, J = 3,9; 5,2 Hz, H-2’), 4,05 (1H, m, H-3’), 2,67 (1H, s, OH), 3,82 (1H, dd, J = 4,8; 8,4 Hz, H4’), 4,31 (1H, dt, J = 4,8; 6,6 Hz, H-5’), 4,05 (2H, m, H-6’ e H-6”). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,0 (CH3), 26,0 (CH3), 26,2 (CH3), 26,3 (CH3), 103,6 (C-1’), 78,7 (C-2’), 72,2 (C-3’), 79,4 (C-4’), 75,3 (C-5’), 65,5 (C-6’), 112,5 (C-7’), 109,5 (C-8’). 7.2.7. Obtenção do 3-O-benzil-1,2:5,6-di-O-isopropilideno-α-D-glicofuranose (106)84 4'a 3'a 2'a 1'a Ha O 6'O Hb 8' O 5' O 1' 4' 2' O 3' 106 O 7' A uma suspensão de NaH (920 mg, 38,5 mmols) em 40 mL de THF seco foi adicionado 10 g (38,5 mmols) de diacetonídeo da glicose (12) dissolvidos em THF (20 mL) e em seguida adicionou-se 5 mL de DMSO. A mistura foi submetida a refluxo e então 4,6 mL (38,5 mmols) de brometo de benzila foram adicionados e o refluxo foi mantido por mais 3 horas. Em seguida, a mistura foi vertida em 500 mL de água destilada e a solução obtida foi saturada com NaCl e sendo então extraída com acetato de etila (3 x 100 mL). As fases orgânicas foram combinadas e lavadas com água destilada (3 x 50 132 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva mL), seca com Na2SO4 anidro e o solvente evaporado sob pressão reduzida. O óleo resultante foi cromatografado em coluna de silicagel do tipo flash usando-se gradiente de hexano/acetato de etila (9:1) como eluente. O produto 106 foi obtido como óleo amarelo com 95% de rendimento (12,8 g). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 1500 e 1450 (C=C); 1380 (estiramentos de ligações C-H das metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,31 (3H, s, CH3); 1,38 (3H, s, CH3); 1,43 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 5,90 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,59 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’); 4,02 (1H, d, J = 2,9 Hz, H-3’); 4,15 (1H, dd, J = 2,9 e 7,8 Hz, H-4’); 4,37 (1H, t, J = 6,1 e 7,8 Hz, H-5’); 4,01 (1H, dd, J = 5,9 e 8,5 Hz, H-6’); 4,12 (1H, dd, J = 6,1 e 8,5 Hz, H-6”); 4,69 (1H, d, J = 12,0 Hz, Ha); 4,63 (1H, d, J = 12,0 Hz, Hb); 7,27-7,36 (2H, m, H-2’a); 7,27-7,36 (2H, m, H-3’a); 7,27-7,36 (1H, m, H-4’a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,3 (CH3); 26,1 (CH3); 26,6 (CH3); 26,7 (CH3); 105,2 (C-1’); 82,5 (C-2’); 81,2 (C-3’); 81,5 (C-4’); 72,2 (C-5’); 67,3 (C-6’); 11,6 (C-7’); 108,8 (C-8’); 72,4 (OCH2Ph); 137,5 (C-1’a); 127,5 (C-2’a); 128,3 (C-3’a); 127,7 (C-4’a). 7.2.8. Obtenção do 3-O-benzil-1,2-O-isopropilideno-α-D-glicofuranose 85 (108) 4'a 3'a 2'a 1'a Ha HO O Hb HO 5' O 1' 4' 2' O 3' 108 O 7' 6' A uma solução contendo 3,5 g (10 mmols) do diacetonídeo da glicose benzilado (106) e 20 mL de acetonitrila foram adicionados 1 mol% do catalisador PMA/SiO2 (0,01 mmol, calculado em relação ao PMA) 175 seguindo-se de adição de 0,4 mL de H2O. A mistura foi agitada sob temperatura ambiente por mais 24 horas. Em seguida, fez-se filtração a mistura foi filtrada e o sólido lavado com THF. A evaporação do solvente sob pressão reduzida levou a um óleo que foi cromatografado em coluna de silicagel do tipo flash usando-se 175. Kishore Kumar, G. D.; Baskaran, S.; “Opening of N-tosyl aziridines with nucleophiles catalyzed by phosphomolybdic acid supported on silica gel”; Synlett; 2004; (10); 1719-1722. 133 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva gradiente de hexano/acetato de etila (1:1) como eluente. O produto 108 foi obtido como óleo incolor, com 85% de rendimento (2,63 g). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 3460 (OH); 1500 e 1460 (C=C); 1387 (estiramentos de ligações C-H das metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,33 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 5,95 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,64 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’); 4,10-4,15 (1H, m, H-3’); 4,104,15 (1H, m, H-4’); 4,03 (1H, ddd, J = 3,4; 5,6 e 7,8 Hz, H-5’); 3,69 (1H, dd, J = 5,6 e 11,5 Hz, H-6’); 3,82 (1H, dd, J = 3,4 e 11,5 Hz, H-6”); 4,74 (1H, d, J = 11,7 Hz, Ha); 4,54 (1H, d, J = 11,7 Hz, Hb); 7,32-7,41 (2H, m, H-2’a); 7,32-7,41 (2H, m, H-3’a); 7,32-7,41 (1H, m, H-4’a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,0 (CH3); 26,5 (CH3); 104,9 (C-1’); 81,9 (C-2’); 81,7 (C-3’); 79,7 (C-4’); 68,9 (C-5’); 64,1 (C-6’); 111,6 (C-7’); 72,0 (OCH2Ph); 137,1 (C-1’a); 127,6 (C-2’a); 128,4 (C-3’a); 127,9 (C-4’a). 7.2.9. Obtenção do 3-O-benzil-1,2-O-isopropilideno-α-D-xilofuranose (94)86 4'a 3'a 2'a 1'a Ha O Hb HO 5' O 1' 4' 2' O 3' 94 O 7' A uma solução do diol 106 (1,5g, 4,8 mmols) em 35 mL de uma solução de etanol/água (9:1) foram adicionados sob agitação vigorosa, em pequenas porções, 1,5 g (7 mmols) de NaIO4. Após 3 horas foram adicionados 10 mL de CH2Cl2 e o precipitado resultante foi filtrado. Este sólido foi lavado com CH2Cl2. A solução orgânica foi concentrada por evaporação sob pressão reduzida até o volume de 30 mL, sendo então resfriada à 0°C. Em seguida, adicionou-se, gota a gota, solução de NaBH4 (360 mg, 9,5 mmols) em 13 mL de solução de etanol/água (8:2). A mistura foi agitada adicionalmente pó 12 horas, a temperatura ambiente, sendo então interrompida pela adição de sulfato de amônio até que não mais houvesse evolução de gás amônia. Neste ponto, a mistura foi filtrada e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida. Em seguida, foram adicionados 100 mL de CH2Cl2 e a fase orgânica foi lavada com água (3 x 50 mL), seca com sulfato de sódio anidro e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida. O derivado da xilose 94 foi obtido como 134 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva um óleo incolor, com 92% de rendimento (1,25 g). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 3500 (OH); 1497 e 1455 (C=C); 1377 (estiramentos de ligações C-H das metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,33 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 5,99 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,64 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-2’); 4,01 (1H, d, J = 3,4 Hz, H-3’); 4,03 (1H, td, J = 3,4 e 5,1, H-4’); 3,85 (1H, dd, J = 5,1 e 12,0 Hz, H-5’); 3,94 (1H, dd, J = 5,1 e 12,0 Hz, H-5”); 2,13 (1H, sl, OH); 4,72 (1H, d, J = 12,0 Hz, Ha); 4,49 (1H, d, J = 12,0 Hz, Hb); 7,28-7,40 (2H, m, H-2’a); 7,28-7,40 (2H, m, H-3’a); 7,28-7,40 (1H, m, H-4’a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,0 (CH3); 26,5 (CH3); 104,8 (C-1’); 82,0 (C-2’); 80,0 (C-3’); 82,4 (C-4’); 60,6 (C-5’); 111,5 (C-6’); 71,6 (OCH2Ph); 136,9 (C-1’a); 127,5 (C-2’a); 128,4 (C-3’a); 127,9 (C-4’a). 7.2.10. Obtenção do 3-O-metil-1,2:5,6-di-O-isopropilideno-α-D- 84 glicofuranose (107) 6' O 8' O 5' O 4' 2' 3' 107 A uma suspensão de NaH (920 mg, 38,5 mmols) em 40 mL de OCH3 1' O O 7' THF seco foram adicionados 10 g (38,5 mmols) do diacetonídeo da glicose (12) dissolvidos em THF (20 mL). A mistura foi mantida sob agitação magnética e adicionou-se 2,4 mL (38,5 mmols) de iodeto de metila. Manteve-se a agitação por mais 3 horas. A seguir, a mistura foi filtrada e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida. O óleo resultante foi dissolvido em acetato de etila e as fases orgânicas foram combinadas e lavadas com água destilada (3 x 50 mL), seca com Na2SO4 anidro e o solvente foi evaporado a pressão reduzida. O produto 107 foi obtido como óleo incolor com 99% de rendimento (10,4 g). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13 C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 1373 e 1382 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). 135 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,36 (3H, s, CH3); 1,43 (3H, s, CH3); 1,50 (3H, s, CH3); 5,87 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,57 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’); 3,78 (1H, d, J = 2,9 Hz, H-3’); 4,10 (1H, dd, J = 2,9 e 7,8 Hz, H-4’); 4,30 (1H, ddd, J = 5,4; 6,1 e 7,8 Hz, H-5’); 4,00 (1H, dd, J = 5,4 e 8,5 Hz, H-6’); 4,08 (1H, dd, J = 6,1 e 8,5 Hz, H-6”); 3,46 (3H, s, OCH3). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,6 (CH3); 26,4 (CH3); 27,0 (CH3); 27,1 (CH3); 105,4 (C-1’); 83,8 (C-2’); 81,2 (C-3’); 82,0 (C-4’); 72,6 (C-5’); 67,4 (C-6’); 11,9 (C-7’); 109,2 (C-8’); 58,4 (OCH3). 7.2.11. Obtenção do 3-O-metil-1,2-O-isopropilideno-α-D-glicofuranose (108)85 6' HO HO 5' A uma solução contendo 3,5 g (10 mmols) do derivado 107 e 20 mL OCH3 O 4' 109 2' 3' 1' O O 7' de acetonitrila foram adicionados 1 mol% do catalisador PMA/SiO2 (0,01 mmol, calculado sobre o PMA)175 seguindo-se de adição de 0,4 mL de H2O. A mistura foi agitada à temperatura ambiente por 24 horas. A seguir, a mistura foi filtrada e o sólido isolado foi lavado com THF. Em seguida, o solvente foi evaporado sob pressão reduzida e o óleo resultante foi cromatografado em coluna de silicagel do tipo flash usando-se gradiente de hexano/acetato de etila (1:1) como eluente. O produto 108 foi obtido como óleo incolor com 85% de rendimento (2,63 g). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 1373 e 1382 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,33 (3H, s, CH3); 1,50 (3H, s, CH3); 5,92 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,60 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-2’); 3,89 (1H, d, J = 3,4 Hz, H-3’); 4,14 (1H, dd, J = 3,4 e 7,6 Hz, H-4’); 4,01 (1H, ddd, J = 3,4; 5,4 e 7,6 Hz, H-5’); 3,73 (1H, dd, J = 5,6 e 11,5 Hz, H-6’); 3,84 (1H, dd, J = 3,4 e 11,5 Hz, H-6”); 3,47 (3H, s, OCH3). 136 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.2.11. Obtenção do 3-O-metil-1,2-O-isopropilideno-α-D-xilofuranose (95)86 5' HO O 4' 1' solução de etanol/água (9:1), foram adicionados, em pequenas O O 7' porções, 1,9 g (9 mmols) de NaIO4, sob agitação vigorosa. Após 3 2' 3' 95 A uma solução do diol 108 (1,5g, 6,4 mmols) em 35 mL de uma OCH3 horas de reação, adicionou-se 10 mL de CH2Cl2 e o precipitado obtido foi filtrado e lavado com CH2Cl2. A solução obtida foi concentrada por evaporação até o volume de 30 mL e em seguida, resfriou-se a mesma até uma temperatura de 0°C para adição, gota a gota, de solução de NaBH4 (460 mg, 12,2 mmols) em 13 mL de solução de etanol/água (8:2). A mistura resultante foi mantida sob agitação por 12 horas e à temperatura ambiente. A seguir, a reação foi interrompida pela adição de sulfato de amônio até que não houvesse mais evolução de amônia. A mistura foi filtrada e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida. Em seguida, foram adicionados 100 mL de CH2Cl2 e a solução foi lavada com água (3 x 50 mL), foi seca com sulfato de sódio anidro e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida. O produto 95 foi obtido como um óleo incolor, com 90% de rendimento (1,20 g). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 3460 (OH); 1375 e 1384 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,34 (3H, s, CH3); 1,50 (3H, s, CH3); 5,96 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,60 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-2’); 3,83 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-3’); 4,29 (1H, td, J = 3,7 e 4,9, H-4’); 3,88 (1H, dd, J = 4,9 e 12,0 Hz, H-5’); 3,94 (1H, dd, J = 4,9 e 12,0 Hz, H-5”); 2,18 (1H, sl, OH); 3,43 (3H, s, OCH3). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,0 (CH3); 26,5 (CH3); 104,7 (C-1’); 81,4 (C-2’); 79,9 (C-3’); 85,1 (C-4’); 60,4 (C-5’); 111,4 (C-6’); 57,8 (OCH3). 7.2.12. Obtenção do 1-O-metil-4,6-O-benzilideno-α-D-glicopiranose (111)87 3'a 4'a 2'a 7' O 1'a O HO 111 6' 5' O 1' 3' 2'OH OCH3 Uma solução de 10 g (51,5 mmols) de 1-metil-α-Dglicopiranose (110), 97 mg (0,5 mmol) de ácido ptoluenossulfônico e 11,6 mL (77,3 mmols) de dimetoxi- 137 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva fenilmetano 176 em 100 mL de DMF seco foi aquecida em evaporador rotatório à temperatura de 50 ºC. Depois de 2 horas, o DMF foi removido por destilação sob pressão reduzida (~ 1 mmHg) e o sólido resultante foi filtrado a vácuo e lavado sucessivamente com éter etílico, água gelada e éter etílico. Os cristais foram secos em dessecador contendo P2O5 como agente dessecante por 24 horas e obteve-se 1-O-metil4,6-O-benzilideno-α-D-glicopiranose (111) na forma de cristais brancos em 87% de rendimento (12,6 g) com p.f. 159-161 ºC (p.f. 158-160 ºC87). A estrutura da substância foi analisada e confirmada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13 C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 3406 (OH). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 3,45 (3H, s, OCH3); 4,78 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 3,61 (1H, dd, J = 3,9 e 9,3 Hz, H-2’); 3,92 (1H, t, 9,3 Hz, H-3’); 3,48 (1H, t, J = 9,3 Hz, H-4’); 3,70-3,95 (1H, m, H-5’); 4,29 (1H, dd, J = 3,7 e 9,0 Hz, H-6’); 3,703,95 (1H, m, H-6”); 5,52 (1H, s, H-7’); 3,45 (1H, s, 2’-OH); 3,00 (1H, sl, 3’-OH); 7,487,51 (2H, m, H-2’a); 7,36-7,39 (2H, m, H-3’a); 7,36-7,39 (1H, m, H-4’a). RMN de 13 C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 55,3 (OCH3); 99,7 (C-1’); 72,5 (C- 2’); 71,0 (C-3’); 80,7 (C-4’); 62,2 (C-5’); 68,7 (C-6’); 101,7 (C-7’); 136,9 (C-1’a); 129,0 (C-2’a); 126,2 (C-3’a); 128,1 (C-4’a). 7.2.13. Obtenção do 1-O-metil-2,3-di-O-benzil-4,6-O-benzilideno-α-D- 84,88 glicopiranose (112) 2'a 6' O 5' O 1'a O 4'a 1' O 2' 1'b 3' O OCH3 8' 4'b 9' 2'b 1'c 3'b 2'c 3'a 112 7' 4'c 3'c A uma suspensão de NaH (920 mg, 38,5 mmols) em 40 mL de THF seco foram adicionados 5,3 g (19 mmols) do 1-metil-4,6-O-benzilideno-α-D-glicopiranose (111) dissolvidos em THF (20 mL). Em seguida, 5 mL de DMSO foram adicionados. A mistura foi levada ao 176. Procedimento para preparação do dimetoxi-fenilmetano: a uma solução contendo 20 mL (2,23 mols) de benzaldeído 100 mL de metanol seco e Na2SO4 anidro foram adicionados 8 mL de H2SO4 98% e a mistura foi agitada durante 6 horas. A seguir, a solução foi neutralizada com adição de NaHCO3 e a mistura foi filtrada a vácuo. Em seguida o solvente foi evaporado e dimetilacetal do benzaldeído foi obtido como um líquido incolor em rendimento quantitativo. 138 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva refluxo e 4,6 mL (38,5 mmols) de brometo de benzila foram adicionados. O refluxo foi mantido por mais 3 horas. Em seguida, a mistura foi vertida sobre 500 mL de água destilada e a solução resultante foi saturada com NaCl e a seguir foi extraída com acetato de etila (3 x 100 mL). As fases orgânicas foram combinadas e lavadas com água destilada (3 x 50 mL). Secou-se com Na2SO4 anidro e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida. O óleo resultante foi cromatografado em coluna de gel de sílica do tipo flash usando-se gradiente de hexano/acetato de etila (9:1) como eluente. O produto 112 foi obtido como um óleo amarelo, com 99% de rendimento (8,60 g). A substância foi analisada e sua estrutura foi confirmada por espectroscopias de RMN de 1H e de 13C. RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 3,40 (3H, s, OCH3); 4,59 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 3,56 (1H, dd, J = 3,7 e 9,3 Hz, H-2’); 4,05 (1H, t, 9,3 Hz, H-3’); 3,60 (1H, t, J = 9,3 Hz, H-4’); 3,83 (1H, td, J = 4,6 e 10,0 Hz, H-5’); 4,27 (1H, dd, J = 4,6 e 10,0 Hz, H-6’); 3,72 (1H, d, J = 10,0 Hz, H-6”); 5,55 (1H, s, H-7’); 4,70 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-8’) ou 4,84 (1H, d, J = 11,2 Hz, H-8’); 4,70 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-8”) ou 4,84 (1H, d, J = 11,2 Hz, H-8”); 4,70 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-9’) ou 4,84 (1H, d, J = 11,2 Hz, H9’); 4,70 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-9”) ou 4,84 (1H, d, J = 11,2 Hz, H-9”); 7,27-7,51 (2H, m, H-2’a); 7,27-7,51 (2H, m, H-3’a); 7,27-7,51 (1H, m, H-4’a); 7,27-7,51 (2H, m, H2’b); 7,27-7,51 (2H, m, H-3’b); 7,27-7,51 (1H, m, H-4’b); 7,27-7,51 (2H, m, H-2’c); 7,27-7,51 (2H, m, H-3’c); 7,27-7,51 (1H, m, H-4’c). RMN de 13 C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 55,2 (OCH3); 99,0 (C-1’); 79,0 (C- 2’); 78,4 (C-3’); 81,9 (C-4’); 62,1 (C-5’); 68,9 (C-6’); 101,1 (C-7’); 73,6 ou 75,2 (C-8’); 73,6 ou 75,2 (C-9’); 137,2 ou 138,0 ou 138,5 (C-1’a); 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,3 ou 128,7 (C-2’a); 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,3 ou 128,7 (C-3’a); 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,3 ou 128,7 (C-4’a); 137,2 ou 138,0 ou 138,5 (C-1’b); 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,3 ou 128,7 (C-2’b); 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,3 ou 128,7 (C-3’b); 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,3 ou 128,7 (C-4’b); 137,2 ou 138,0 ou 138,5 (C1’c); 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,3 ou 128,7 (C-2’c); 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,3 ou 128,7 (C-3’c); 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,3 ou 128,7 (C-4’c). 139 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.2.14. Obtenção do 1-O-metil-2,3,6-tri-O-benzil-α-D-glicopiranose (96) A uma solução contendo 4,5 g (9,7 mmols) de 1-O-metil- 4'a 3'a 2,3-di-O-benzil-4,6-O-benzilideno-α-D-glicopiranose (112) 2'a 1'a 7' 6' O 5' O HO 1' O 1'b 3' 2'O OCH3 8' 4'b 9' 2'b 1'c 3'b 2'c 96 4'c 3'c dissolvido em 100 mL de THF seco foram adicionados 8,0 g (0,13 mol) de cianohidreto de sódio e boro. A mistura foi agitada sob temperatura ambiente até completa dissolução do NaBH3CN. Em seguida, foi adicionada lentamente uma solução 1 M de HCl em éter etílico recém preparada e isenta de água até que não mais houvesse evolução de gás HCN. Em seguida, a mistura foi diluída em 400 mL de diclorometano e a solução foi lavada com água (2 x 100 mL). A fase orgânica foi seca com sulfato de sódio anidro e concentrada sob pressão reduzida em evaporador rotatório. O óleo resultante foi cromatografado em coluna de gel de sílica do tipo flash usando-se gradiente de hexano/acetato de etila (7:3) como eluente. O produto 96 foi obtido como óleo amarelo, com 95% de rendimento (7,6 g). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C. RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 3,38 (3H, s, OCH3); 4,63 (1H, d, J = 3,4 Hz, H-1’); 3,53 (1H, dd, J = 3,4 e 9,3 Hz, H-2’); 3,79 (1H, t, 9,3 Hz, H-3’); 3,60 (1H, t, J = 9,3 Hz, H-4’); 3,67-3,74 (1H, m, H-5’); 3,67-3,74 (1H, m, H-6’); 3,67-3,74 (1H, m, H-6”); 5,00 (1H, d, J = 11,2 Hz, H-7’) ou 4,77 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-7’) ou 4,59 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-7’); 4,73 (1H, d, J = 11,2 Hz, H-7”) ou 4,66 (1H, d, J = 12,2 Hz, H7”) ou 4,53 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-7”); 5,00 (1H, d, J = 11,2 Hz, H-8’) ou 4,77 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-8’) ou 4,59 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-8’); 4,73 (1H, d, J = 11,2 Hz, H-8”) ou 4,66 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-8”) ou 4,53 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-8”); 5,00 (1H, d, J = 11,2 Hz, H-9’) ou 4,77 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-9’) ou 4,59 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-9’); 4,73 (1H, d, J = 11,2 Hz, H-9”) ou 4,66 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-9”) ou 4,53 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-9”); 7,25-7,39 (2H, m, H-2’a); 7,25-7,39 (2H, m, H-3’a); 7,25-7,39 (1H, m, H-4’a); 7,25-7,39 (2H, m, H-2’b); 7,25-7,39 (2H, m, H-3’b); 7,25-7,39 (1H, m, H-4’b); 7,25-7,39 (2H, m, H-2’c); 7,25-7,39 (2H, m, H-3’c); 7,25-7,39 (1H, m, H-4’c). RMN de 13 C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 55,1 (OCH3); 98,0 (C-1’); 70,5 (C- 2’); 81,3 (C-3’); 69,7 (C-4’); 79,4 (C-5’); 69,2 (C-6’); 73,0 ou 73,4 ou 75,2 (C-7’); 73,0 ou 73,4 ou 75,2 (C-8’); 73,0 ou 73,4 ou 75,2 (C-9’); 137,8 ou 137,9 ou 138,6 (C-1’a); 140 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 127,4 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 (C-2’a); 127,4 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 (C-3’a); 127,4 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 (C-4’a); 137,8 ou 137,9 ou 138,6 (C-1’b); 127,4 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 (C-2’b); 127,4 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 (C-3’b); 127,4 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 (C4’b); 137,8 ou 137,9 ou 138,6 (C-1’c); 127,4 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 (C-2’c); 127,4 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 (C-3’c); 127,4 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 (C-4’c). 7.3. Procedimento geral para obtenção dos β-cetoésteres (99a-q) derivados de carboidratos Em um balão de fundo redondo de 50 mL contendo 4 mmol do carboidrato derivatizado 10-15 ou 94-96, a argila em quantidade correspondente a 20 % p/p em relação ao carboidrato e 20 mL de tolueno, adicionou-se 6 mmol do β-cetoéster (97, 0,76 mL ou 98, 1,04 mL) apropriado. O sistema foi refluxado em banho de óleo (48h)68 ou sob radiação de microondas (6-9h)93. Em seguida, resfriou-se a mistura até a temperatura ambiente e após filtração, o solvente foi evaporado sob pressão reduzida em evaporador rotatório, resultando em um óleo que foi cromatografado em coluna de gel de sílica do tipo flash e eluída com gradiente hexano/acetato de etila (9:1). Os βcetoésteres 99a-q foram analisados por espectroscopias de RMN de 1H e de 13 C, de infravermelho e por espectrometria de massas de alta resolução. 141 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.3.1. Obtenção de 3-oxo-butirato de 5-(1-metil-2,3-O-isopropilideno)-β-Dribofuranose (99a) O O Sólido branco – p.f. 39-40 ºC 5' O O 4' 3' 99a O OCH3 1' 2' O 6' [α] D20 - 54 (c 1.220, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1747 e 1716 (C=O), 1373 e 1374 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,33 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 4,98 (1H, s, H-1’); 4,60 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-2’); 4,67 (1H, dd, J = 0,7 e 6,1 Hz, H-3’); 4,38 (1H, dt, J = 0,7 e 6,8 Hz, H-4’); 4,22 (1H, dd, J = 7,1 e 11,2 Hz, H-5’); 4,16 (1H, dd, J = 6,8 e 11,2 Hz, H-5”); 2,28 (3H, s, COCH3); 3,51 (2H, s, (OCOCH2COCH3). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,7 (CH3); 26,2 (CH3); 109,2 (C-1’); 84,9 (C-2’); 81,5 (OCOCH2COCH3); (C-3’); 83,8 29,9 (C-4’); (COCH3); 65,2 (C-5’); 166,4 112,4 (C-6’); (OCOCH2COCH3); 49,6 200,0 (OCOCH2COCH3). E.M. m/z (intensidade relativa %): 273 (M+·-15, 35), 189 (14), 173 (18), 129 (11), 111 (23), 85 (53), 61 (68). Calculado para C13H27O8: 288,1209 e [C12H17O7]+·: 273,0974. Encontrado: 273,0913 (para M+·-15). 7.3.2. Obtenção de 3-oxo-butirato do 6-(1,2:3,4-di-O-isopropilideno)-α-Dgalactopiranose (99b) O 7' 5' 1' O 6' O O 4' 3' O 2' O O 8' Hb Ha O 99b Sólido branco – p.f. 75-76 ºC [α] D20 - 47 (c 1.0, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1749 e 1714 (C=O), 1384 e 1371 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,33 (3H, s, CH3); 1,34 (3H, s, CH3); 1,45 (3H, s, CH3); 1,51 (3H, s, CH3); 5,54 (1H, d, J = 4,9 Hz, H-1’); 4,33 (1H, dd, J = 2,7 e 5,1 Hz, H-2’); 4,63 (1H, dd, J = 2,4 e 7,8 Hz, H-3’); 4,24 (1H, dd, J = 1,9 e 7,8 Hz, H4’); 4,05 (1H, ddd, J = 1,7; 4,6 e 7,1 Hz, H-5’); 4,28 (1H, dd, J = 7,6 e 11,5 Hz, H-6’); 142 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 4,36 (1H, dd, J = 4,4 e 11,4 Hz, H-6”); 3,47 (1H, d, J = 15,8 Hz, Ha); 3,53 (1H, d, J = 15,8 Hz, Hb); 2,28 (3H, s, COCH3). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,2 (CH3); 24,7 (CH3); 25,7 (CH3); 25,8 (CH3); 96,1 (C-1’); 70,2 (C-2’); 70,5 (C-3’); 70,8 (C-4’); 65,6 (C-5’); 64,0 (C-6’); 109,5 (C-7’); 108,6 (C-8’); 49,8 (OCOCH2COCH3); 29,9 (COCH3); 166,8 (OCOCH2COCH3); 200,2 (OCOCH2COCH3). E.M. m/z (intensidade relativa %): 329 (M+·-15, 80), 245 (10), 169 (11), 113 (26), 81 (63). Calculado para C16H24O8: 344,1471 e [C15H21O8]+·: 329,1236. Encontrado: 329,1228 (para M+·-15). 7.3.3. Obtenção do 3-oxo-butirato de 3-(1,2:5,6-di-O-isopropilideno)-α-Dglicofuranose (99c) O O 8' O 6' O O Hb Ha 5' O 1' 4' 2' O 3' O 7' 99c Óleo amarelo [α] D20 - 28 (c 1.4, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1753 e 1721 (C=O), 1374 e 1374 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,32 (3H, s, CH3); 1,41 (3H, s, CH3); 1,52 (3H, s, CH3); 5,88 (1H, d, J = 3,5 Hz, H-1’); 4,58 (1H, d, J = 3,5 Hz, H-2’); 5,31 (1H, d, J = 2,9 Hz, H-3’); 4,19-4,25 (1H, m, H-4’); 4,19-4,25 (1H, m, H-5’); 3,99-4,11 (1H, m, H-6’); 3,99-4,11 (1H, m, H-6”); 2,28 (3H, s, COCH3); 3,56 (1H, d, J = 16,0 Hz, Ha); 3,50 (1H, d, J = 16,0 Hz, Hb). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,0 (CH3); 26,0 (CH3); 26,5 (CH3); 26,7 (CH3); 104,9 (C-1’); 83,0 (C-2’); 76,7 (C-3’); 79,5 (C-4’); 72,0 (C-5’); 67,2 (C-6’); 112,2 (C-7’); 109,3 (C-8’); 49,7 (OCOCH2COCH3); 29,9 (COCH3); 165,6 (OCOCH2COCH3); 199,9 (OCOCH2COCH3). E.M. m/z (intensidade relativa %): 329 (M+·-15, 67), 330 (10), 127 (19), 113 (24), 109 (10), 101 (100), 85 (45), 59 (15). Calculado para C16H24O8: 344,1471 e [C15H21O8]+·: 329,1236. Encontrado: 329,1237 (para M+·-15). 143 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.3.4. Obtenção do 3-oxo-butirato de 1-(2,3:4,5-di-O-isopropilideno)-β-Dfrutopiranose (99d) O 2' 7' O O O 5' 4' 3' 1' O O O 8' 99d Óleo amarelo 6' [α] D20 - 18 (c 0.4, CH2Cl2). O IV νmax (cm-1, filme): 1749 e 1721 (C=O), 1376 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,35 (3H, s, CH3); 1,38 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 1,54 (3H, s, CH3); 4,14 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1’); 4,45 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1”); 4,29 (1H, d, J = 2,4 Hz, H-3’); 4,61 (1H, dd, J = 2,7 e 8,1 Hz, H-4’); 4,264,22 (1H, m, H-5’); 3,77 (1H, dd, J = 0,7 e 12,9 Hz, H-6’); 3,91 (1H, dd, J = 1,9 e 12,9 Hz, H-6”); 2,29 (3H, s, COCH3); 3,50 (2H, s, (OCOCH2COCH3). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 23,9 (CH3); 25,0 (CH3); 25,7 (CH3); 26,2 (CH3); 65,9 (C-1’); 101,1 (C-2’); 70,4 (C-3’); 69,8 (C-4’); 70,6 (C-5’); 61,1 (C-6’); 109,0 (C-7’); 108,7 (C-8’); 49,6 (OCOCH2COCH3); 29,9 (COCH3); 166,3 (OCOCH2COCH3); 199,9 (OCOCH2COCH3). E.M. m/z (intensidade relativa %): 329 (M+·-15, 100), 245 (22), 171 (23), 127 (33), 85 (60). Calculado para C16H24O8: 344,1471 e [C15H21O8]+·: 329,1236. Encontrado: 329,1138 (para M+·-15). 7.3.5. Obtenção do 3-oxo-butirato de 3-(1,2:4,5-di-O-isopropilideno)-β-Dfrutopiranose (99e) 7' O 6' 2' 1' O O O Ha 5' Hb 4' 3' O O 8' O O 99e Sólido branco – p.f. 72-73 ºC [α] D20 - 127 (c 0.4, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1727 e 1727 (C=O), 1372 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,36 (3H, s, CH3); 1,38 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 1,55 (3H, s, CH3); 3,97 (2H, s, H-1’); 5,16 (1H, d, J = 7,8 Hz, H-3’); 4,29 (1H, dd, J = 5,1 e 7,8 Hz, H-4’); 4,23 (1H, ddd, J = 1,0; 2,2 e 5,4 Hz, H-5’); 4,12-4,10 144 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva (1H, m, H-6’); 4,12-4,10 (1H, m, H-6”); 3,52 (1H, d, J = 15,5 Hz, Ha); 3,58 (1H, d, J = 15,5 Hz, Hb); 2,29 (3H, s, COCH3). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,8 (CH3); 26,2 (CH3); 26,3 (CH3); 27,6 (CH3); 71,5 (C-1’); 103,2 (C-2’); 71,0 (C-3’); 74,5 (C-4’); 73,6 (C-5’); 60,2 (C-6’); 112,0 (C-7’); 109,5 (C-8’); 50,0 (OCOCH2COCH3); 29,9 (COCH3); 166,5 (OCOCH2COCH3); 199,7 (OCOCH2COCH3). E.M. m/z (intensidade relativa %): 329 (M+·-15, 20), 245 (17), 185 (12), 169 (17), 143 (12), 127 (38), 126 (50), 117 (18), 109 (18), 100 (17), 86 (11), 85 (100), 72 (21), 69 (20), 59 (46), 57 (20). Calculado para C16H24O8: 344,1471 e [C15H21O8]+·: 329,1236. Encontrado: 329,1236 (para M+·-15). 7.3.6. Obtenção de 3-oxo-butirato do 3-(1,2:5,6-di-O-isopropilideno)-α-Dalofuranose (99f) 6' O 8' O 5' 4' Sólido branco – p.f. 45-46 ºC O 3' 2' O O O 1' O O 7' [α] D20 + 105 (c 1.3, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1749 e 1720 (C=O), 1373 (estiramentos de ligações 99f C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,35 (3H, s, CH3); 1,43 (3H, s, CH3); 1,53 (3H, s, CH3); 1,60 (3H, s, CH3); 5,84 (1H, d, J = 3,6 Hz, H-1’); 4,85 (1H, dd, J = 3,7 e 5,1 Hz, H-2’); 4,90 (1H, dd, J = 5,1 e 8,5 Hz, H-3’); 4,14 (1H, dd, J = 4,6 e 8,3 Hz, H4’); 4,29 (1H, ddd, J = 4,6; 5,6 e 6,8 Hz, H-5’); 4,10 (1H, dd, J = 6,8 e 8,5 Hz, H-6’); 3,89 (1H, dd, J = 5,8 e 8,5 Hz, H-6”); 2,31 (3H, s, COCH3); 3,50 (2H, s, (OCOCH2COCH3). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,9 (CH3); 26,2 (CH3); 26,5 (CH3); 26,6 (CH3); 104,1 (C-1’); 77,4 (C-2’); 73,4 (C-3’); 77,5 (C-4’); 74,9 (C-5’); 65,6 (C-6’); 113,1 (C-7’); 109,9 (C-8’); 49,8 (OCOCH2COCH3); 29,8 (COCH3); 166,1 (OCOCH2COCH3); 199,6 (OCOCH2COCH3). E.M. m/z (intensidade relativa %): 329 (M+·-15, 90), 330 (16), 271 (12), 245 (19), 243 (10), 185 (46), 143 (12), 127 (17), 113 (11), 101 (100), 85 (40), 72 (12), 58 (21), 54 145 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva (10). Calculado para C16H24O8: 344,1471 e [C15H21O8]+·: 329,1236. Encontrado: 329,1237 (para M+·-15). 7.3.7. Obtenção do 3-oxo-butirato de 5-(3-O-benzil-1,2-O-isopropilideno)-αD-xilofuranose (99g) 4'a 3'a O 2'a 1'a 6' O 5' O O 4' O 2' 3' 99g 1' O O Sólido amarelo – p.f. 90-91 ºC [α] D20 - 40 (c 1.5, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1744 e 1721 (C=O), 1389 e 1378 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 5,96 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,63 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-2’); 3,97 (1H, d, J = 2,0 Hz, H-3’); 4,38-4,42 (1H, m, H-4’); 4,38 (1H, dd, J = 7,1 e 10,2 Hz, H-5’); 4,43 (1H, dd, J = 6,8 e 10,2 Hz, H-5”); 4,68 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6’); 4,48 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6”); 2,25 (3H, s, COCH3); 3,46 (2H, s, OCOCH2COCH3); 7,28-7,39 (2H, m, H-2’a); 7,28-7,39 (2H, m, H-3’a); 7,28-7,39 (1H, m, H-4’a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,0 (CH3); 26,6 (CH3); 105,0 (C-1’); 81,8 (C-2’); 81,3 (C-3’); 77,6 (C-4’); 62,9 (C-5’); 71,6 (C-6’); 111,7 (C-7’); 49,6 (OCOCH2COCH3); 29,9 (COCH3); 136,9 (C-1’a); 127,5 (C-2’a); 128,3 (C-3’a); 127,8 (C-4’a); 166,7 (OCOCH2COCH3); 200,1 (OCOCH2COCH3). 7.3.8. Obtenção do 3-oxo-butirato de 5-(3-O-metil-1,2-O-isopropilideno)-αD-xilofuranose (99h) O O O 99h Óleo amarelo 5' O 4' OCH3 1' 3' 2' O O 7' [α] D20 - 28 (c 1.4, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1747 e 1721 (C=O), 1385 e 1376 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). 146 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,34 (3H, s, CH3); 1,51 (3H, s, CH3); 5,93 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,60 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-2’); 3,77 (1H, d, J = 3,1 Hz, H-3’); (1H, ddd, J = 3,1; 3,9 e 6,7 Hz, H-4’); 4,46 (1H, dd, J = 3,9 e 10,9 Hz, H-5’); 4,29 (1H, dd, J = 6,7 e 10,9 Hz, H-5”); 2,28 (3H, s, COCH3); 3,51 (2H, s, OCOCH2COCH3); 3,41 (1H, s, OCH3). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,1 (CH3); 26,6 (CH3); 105,1 (C-1’); 81,2 (C-2’); 84,1 (C-3’); 77,7 (C-4’); 63,1 (C-5’); 111,7 (C-7’); 49,7 (OCOCH2COCH3); 30,0 (COCH3); 57,7 (OCH3); 166,8 (OCOCH2COCH3); 200,2 (OCOCH2COCH3). 7.3.9. Obtenção do 3-oxo-butirato de 4-(1-O-metil-2,3,6-tri-O-benzil)-α-Dglicopiranose (99i) 3'a 4'a 2'a O 1'a O O 7' 6' 5' O Ha Hb O O 1' 1'b 3' 2'O OCH3 8' 4'b 9' 2'b 1'c 3'b 2'c 99i 4'c 3'c Óleo incolor RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 3,39 (3H, s, OCH3); 4,61 (1H, d, J = 3,4 Hz, H-1’); 3,60 (1H, dd, J = 3,4 e 9,5 Hz, H-2’); 3,92 (1H, t, 9,5 Hz, H-3’); 5,12 (1H, dd, J = 9,5 e 10,0 Hz, H-4’); 3,79 (1H, ddd, J = 2,7; 4,6 e 10,0 Hz, H-5’); 3,53 (1H, dd, J = 4,6 e 10,7 Hz, H-6’); 3,59 (1H, dd, J = 2,7 e 10,7 Hz, H-6”); 4,90 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-7’) ou 4,79 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-7’) ou 4,54 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-7’); 4,63 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-7”) ou 4,63 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-7”) ou 4,49 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-7”); 4,90 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-8’) ou 4,79 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-8’) ou 4,54 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-8’); 4,63 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-8”) ou 4,63 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-8”) ou 4,49 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-8”); 4,90 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-9’) ou 4,79 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-9’) ou 4,54 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-9’); 4,63 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-9”) ou 4,63 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-9”) ou 4,49 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-9”); 7,24-7,37 (2H, m, H-2’a); 7,24-7,37 (2H, m, H-3’a); 7,24-7,37 (1H, m, H-4’a); 7,24-7,37 (2H, m, H-2’b); 7,24-7,37 (2H, m, H-3’b); 7,24-7,37 (1H, m, H-4’b); 7,24-7,37 (2H, m, H-2’c); 7,24-7,37 (2H, m, H-3’c); 7,24-7,37 (1H, m, H-4’c); 2,10 (3H, s, COCH3); 3,11 (1H, d, J = 15,7 Hz, Ha); 3,21 (1H, d, J = 15,7 Hz, Hb). RMN de 13C (75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 55,2 (OCH3); 97,9 (C-1’); 70,8 (C-2’); 79,4 (C-3’); 68,3 (C-4’); 78,9 (C-5’); 68,4 (C-6’); 73,3 ou 73,4 ou 75,0 (C-7’); 73,3 ou 73,4 147 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva ou 75,0 (C-8’); 73,3 ou 73,4 ou 75,0 (C-9’); 137,6 ou 137,7 ou 138,5 (C-1’a); 127,4 ou 127,6 ou 127,8 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-2’a); 127,4 ou 127,6 ou 127,8 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-3’a); 127,4 ou 127,6 ou 127,8 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-4’a); 137,6 ou 137,7 ou 138,5 (C-1’b); 127,4 ou 127,6 ou 127,8 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-2’b); 127,4 ou 127,6 ou 127,8 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-3’b); 127,4 ou 127,6 ou 127,8 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-4’b); 137,6 ou 137,7 ou 138,5 (C-1’c); 127,4 ou 127,6 ou 127,8 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-2’c); 127,4 ou 127,6 ou 127,8 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-3’c); 127,4 ou 127,6 ou 127,8 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-4’c); 30,0 (COCH3); 49,6 (OCOCH2COCH3); 165,6 (OCOCH2COCH3); 200,1 (OCOCH2COCH3). 7.3.10. Obtenção do 3-oxo-3-fenil-propionato de 5-(1-metil-2,3-O- isopropilideno)-β-D-ribofuranose (99j) 3a 2a O 1a O Óleo amarelo 5' O 4a 99j OCH3 1' O 4' 3' O 2' O 6' [α] D20 - 40 (c 1.7, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1748 e 1689 (C=O), 1652 e 1624 (C=C). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,31 (3H, s, CH3); 1,47 (3H, s, CH3); 4,96 (1H, s, H-1’); 4,57 (1H, d, J = 5,8 Hz, H-2’); 4,64 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-3’); 4,38 (1H, dt, J = 0,7 e 6,8 Hz, H-4’); 4,17 (1H, dd, J = 6,8 e 11,2 Hz, H-5’); 4,24 (1H, dd, J = 6,3 e 11,2 Hz, H-5”); 4,05 (2H, s, OCOCH2COPh); 7,94 (2H, dd, J = 1,5 e 7,1 Hz, H-2a); 7,49 (1H, dd, J = 6,3 e 7,1 Hz, H-3a); 7,59 (2H, dd, J = 1,5 e 6,3 Hz, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,8 (CH3); 26,3 (CH3); 109,3 (C-1’); 85,0 (C-2’); 81,6 (C-3’); 83,9 (C-4’); 65,3 (C-5’); 112,4 (C-6’); 135,6 (C-1a); 128,6 (C2a); 133,6 (C-3a); 128,4 (C-4a); 45,6 (OCOCH2COPh); 167,0 (OCOCH2COPh); 192,0 (OCOCH2COPh). E.M. m/z (intensidade relativa %): 335 (M+·-15, 27), 245 (15), 147 (23), 105 (100), 68 (37). Calculado para C18H22O7: 350,1366 e [C17H19O7]+·: 335,1131. Encontrado: 335,1168 (para M+·-15). 148 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.3.11. Obtenção do 3-oxo-3-fenil-propionato de 6-(1,2:3,4-di-O- isopropilideno)-α-D-galactopiranose (99k) 4a 3a 2a 1a O 7' 5' 6' 1' O O O 4' 3' 2' O O O 8' O Óleo amarelo [α] D20 - 42 (c 1.3, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1745 e 1688 (C=O), 1383 (estiramentos de ligações C-H de metilas 99k geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,32 (3H, s, CH3); 1,44 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 5,52 (1H, d, J = 4,9 Hz, H-1’); 4,37-4,30 (1H, m, H2’); 4,60 (1H, dd, J = 2,4 e 7,8 Hz, H-3’); 4,19 (1H, dd, J = 1,8 e 8,0 Hz, H-4’); 4,04 (1H, ddd, J = 1,9; 5,1 e 7,8 Hz, H-5’); 4,37-4,30 (1H, m, H-6’); 4,37-4,30 (1H, m, H6”); 4,05 (2H, s, OCOCH2COPh); 7,93 (2H, dd, J = 1,5 e 7,1 Hz, H-2a); 7,58 (1H, dd, J = 7,1 e 7,8 Hz, H-3a); 7,48 (2H, dd, J = 1,5 e 7,8 Hz, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,3 (CH3); 24,8 (CH3); 25,8 (CH3); 25,8 (CH3); 96,1 (C-1’); 70,3 (C-2’); 70,5 (C-3’); 70,7 (C-4’); 65,6 (C-5’); 64,0 (C-6’); 109,4 (C-7’); 108,7 (C-8’); 135,8 (C-1a); 128,6 (C-2a); 133,5 (C-3a); 125,9 (C-4a); 45,6 (OCOCH2COPh); 167,2 (OCOCH2COPh); 192,1 (OCOCH2COPh). E.M. m/z (intensidade relativa %): 391 (M+·-15, 41), 147 (30), 105 (100), 81 (56). Calculado para C21H26O8: 406,1628. Encontrado: 391,0457 (para M+·-15). 7.3.12. Obtenção do 3-oxo-3-fenil-propionato de 3-(1,2:5,6-di-O- isopropilideno)-α-D-glicofuranose (99l) O 6' O 8' O 5' O O 4' 99l O 2' 3' 1' O O 7' 1a 2a Óleo amarelo 3a 4a [α] D20 - 19 (c 0.3, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1753 e 1688 (C=O), 1373 e 1374 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,29 (3H, s, CH3); 1,31 (3H, s, CH3); 1,40 (3H, s, CH3); 1,51 (3H, s, CH3); 5,81 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,58 (1H, dd, J = 3,7 Hz, H-2’); 5,33 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’); 4,19 (1H, dd, J = 2,7 e 7,9 Hz, H-4’); 3,96- 149 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 4,05 (1H, m, H-5’); 3,96-4,05 (1H, m, H-6’); 3,96-4,05 (1H, m, H-6”); 4,11 (1H, d, J = 10,9 Hz, Ha); 4,05 (1H, d, J = 10,9 Hz, Hb); 7,92 (2H, dd, J = 1,5 e 7,1 Hz, H-2a); 7,49 (1H, dd, J = 7,1 e 7,8 Hz, H-3a); 7,61 (2H, dd, J = 1,5 e 7,8 Hz, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,0 (CH3); 26,0 (CH3); 26,5 (CH3); 26,7 (CH3); 104,9 (C-1’); 82,9 (C-2’); 76,8 (C-3’); 79,4 (C-4’); 72,1 (C-5’); 67,0 (C-6’); 112,2 (C-7’); 109,2 (C-8’); 135,6 (C-1a); 128,2 (C-2a); 133,8 (C-3a); 126,0 (C-4a); 45,6 (OCOCH2COPh); 166,1 (OCOCH2COPh); 191,9 (OCOCH2COPh). E.M. m/z (intensidade relativa %): 391 (M+·-15, 50), 147 (26), 105 (100). Calculado para C21H26O8: 406,1628 e [C20H23O8]+·: 391,1393. Encontrado: 391,1079 (para M+·15). 7.3.13. Obtenção do 3-oxo-3-fenil-propionato de 1-(2,3:4,5-di-O- isopropilideno)-β-D-frutopiranose (99m) O 7' Hb 2' O O O 5' 4' 3' 1' O O O 8' 99m 6' Ha 4a 1a 2a 3a O Óleo amarelo [α] D20 - 25 (c 1.6, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1750 e 1688 (C=O), 1376 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,34 (3H, s, CH3); 1,34 (3H, s, CH3); 1,47 (3H, s, CH3); 1,53 (3H, s, CH3); 4,58 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1’); 4,19 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1”); 4,29 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’); 4,60 (1H, dd, J = 2,7 e 7,8 Hz, H-4’); 4,274,22 (1H, m, H-5’); 3,76 (1H, dd, J = 0,7 e 12,9 Hz, H-6’); 3,91 (1H, dd, J = 1,7 e 12,9 Hz, H-6”); 4,11 (1H, d, J = 15,6, Ha); 4,05 (1H, d, J = 15,6, Hb); 7,94 (2H, dd, J = 1,5 e 7,1 Hz, H-2a); 7,48 (1H, dd, J = 7,1 e 7,8 Hz, H-3a); 7,60 (2H, dd, J = 1,5 e 7,8 Hz, H4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 23,9 (CH3); 25,0 (CH3); 25,7 (CH3); 26,3 (CH3); 65,9 (C-1’); 101,4 (C-2’); 70,3 (C-3’); 69,8 (C-4’); 70,6 (C-5’); 61,1 (C-6’); 108,9 (C-7’); 108,6 (C-8’); 135,7 (C-1a); 128,4 (C-2a); 133,6 (C-3a); 125,9 (C-4a); 45,5 (OCOCH2COPh); 166,6 (OCOCH2COPh); 191,7 (OCOCH2COPh). E.M. m/z (intensidade relativa %): 391 (M+·-15, 85), 245 (13), 171 (16), 147 (42), 105 (100), 77 (18). Calculado para C21H26O8: 406,1628 e [C20H23O8]+·: 391,1393. Encontrado: 391,1230 (para M+·-15). 150 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.3.14. Obtenção do 3-oxo-3-fenil-propionato de 3-(1,2:4,5-di-O- isopropilideno)-β-D-frutopiranose (99n) Sólido branco – p.f. 82-83 ºC 7' O 2' 1' O O O 5' 2a 3a 4' 3' O 1a O 4a O 8' O 6' 99n [α] D20 - 140 (c 1.2, CH2Cl2) IV νmax (cm-1, filme): 1749 e 1688 (C=O), 1384 e 1373 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,31 (3H, s, CH3); 1,36 (3H, s, CH3); 1,47 (3H, s, CH3); 1,56 (3H, s, CH3); 3,96 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1’); 4,03 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1”); 5,20 (1H, d, J = 7,8 Hz, H-3’); 4,27 (1H, dd, J = 5,3 e 7,8 Hz, H-4’); 4,23 (1H, ddd, J = 1,0; 2,3 e 5,4 Hz, H-5’); 4,17-4,08 (1H, m, H6’); 4,17-4,08 (1H, m, H-6”); 4,17-4,08 (2H, m, OCOCH2COPh); 7,94 (2H, dd, J = 1,5 e 7,1 Hz, H-2a); 7,48 (1H, dd, J = 7,1 e 7,8 Hz, H-3a); 7,60 (2H, dd, J = 1,5 e 7,8 Hz, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,7 (CH3); 26,2 (CH3); 26,5 (CH3); 27,6 (CH3); 71,3 (C-1’); 103,3 (C-2’); 70,8 (C-3’); 74,6 (C-4’); 73,6 (C-5’); 60,1 (C-6’); 112,0 (C-7’); 109,5 (C-8’); 135,6 (C-1a); 128,7 (C-2a); 133,7 (C-3a); 126,0 (C-4a); 45,9 (OCOCH2COPh); 167,0 (OCOCH2COPh); 191,8 (OCOCH2COPh). E.M. m/z (intensidade relativa %): 391 (M+·-15, 12), 147 (32), 126 (21), 105 (100), 77 (22), 59 (18). Calculado para C21H26O8: 406,1628 e [C20H23O8]+·: 391,1393. Encontrado: 391,1393 (para M+·-15). 7.3.15. Obtenção do 3-oxo-3-fenil-propionato de 3-(1,2:5,6-di-O- isopropilideno)-α-D-alofuranose (99o) 6' O 8' O 4' 4a 3a 5' Hb Ha 2a Óleo amarelo O 3' 2' O 1a O O 1' O O 7' [α] D20 + 85 (c 1.8, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1748 e 1689 (C=O), 1373 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos 99o grupamentos isopropilidênicos). 151 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,31 (3H, s, CH3); 1,35 (3H, s, CH3); 1,39 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 5,83 (1H, d, J = 3,8 Hz, H-1’); 4,85 (1H, dd, J = 3,9 e 5,1 Hz, H-2’); 4,91 (1H, dd, J = 5,1 e 8,4 Hz, H-3’); 4,14 (1H, dd, J = 3,9 e 8,5 Hz, H4’); 4,32-4,26 (1H, m, H-5’); 4,01 (1H, dd, J = 7,0 e 8,6 Hz, H-6’); 3,84 (1H, dd, J = 6,0 e 8,7 Hz, H-6”); 4,12 (1H, d, J = 15,5 Hz, Ha); 4,06 (1H, d, J = 15,5 Hz, Hb); 7,97 (2H, dd, J = 1,5 e 7,1 Hz, H-2a); 7,48 (1H, dd, J = 7,1 e 7,8 Hz, H-3a); 7,60 (2H, dd, J = 1,5 e 7,8 Hz, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,9 (CH3); 26,0 (CH3); 26,4 (CH3); 26,5 (CH3); 103,9 (C-1’); 77,8 (C-2’); 73,0 (C-3’); 77,3 (C-4’); 74,6 (C-5’); 65,1 (C-6’); 113,0 (C-7’); 109,8 (C-8’); 135,7 (C-1a); 128,5 (C-2a); 133,6 (C-3a); 126,0 (C-4a); 45,4 (OCOCH2COPh); 166,4 (OCOCH2COPh); 191,4 (OCOCH2COPh). E.M. m/z (intensidade relativa %): 391 (M+·-15, 61), 247 (13), 147 (18), 105 (100), 101 (53), 77 (17). Calculado para C21H26O8: 406,1628 e [C20H23O8]+·: 391,1393. Encontrado: 391,1393 (para M+·-15). 7.3.16. Obtenção do 3-oxo-3-fenil-propionato de 5-(3-O-benzil-1,2-Oisopropilideno)-α-D-xilofuranose (99p) 4'a 3'a 2a 3a O 2'a 1'a 6' O O 1a 5' O 4' 4a 99p O 2' 3' O 1' O Óleo amarelo [α] D20 - 41 (c 1.6, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1747 e 1687 (C=O), 1384 e 1375 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,47 (3H, s, CH3); 5,95 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,61 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’); 3,94 (1H, d, J = 2,6 Hz, H-3’); 4,38-4,48 (1H, m, H-4’); 4,38-4,48 (1H, m, H-5’); 4,38-4,48 (1H, m, H-5”); 4,38-4,48 (1H, m, H-6’); 4,64 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-6”); 4,01 (2H, s, OCOCH2COPh); 7,28-7,94 (2H, m, H-2’a); 7,28-7,94 (2H, m, H-3’a); 7,28-7,94 (1H, m, H-4’a); 7,28-7,94 (2H, m, H-2a); 7,28-7,94 (2H, m, H-3a); 7,28-7,94 (1H, m, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,1 (CH3); 26,6 (CH3); 105,1 (C-1’); 81,9 (C-2’); 81,4 (C-3’); 77,7 (C-4’); 62,9 (C-5’); 71,7 (C-6’); 111,7 (C-7’); 45,6 152 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva (OCOCH2COPh); 137,0 (C-1’a); 127,6 (C-2’a); 128,3 (C-3’a); 127,8 (C-4’a); 135,7 (C1a); 128,3 (C-2a); 128,6 (C-3a); 128,4 (C-4a); 167,1 (OCOCH2COPh); 192,1 (OCOCH2COPh). 7.3.17. Obtenção do 3-oxo-3-fenil-propionato de 4-(1-O-metil-2,3,6-tri-Obenzil)-α-D-glicopiranose (99q) 3'a 4'a 2'a 3a 2a O 1'a 1a 4a O O 7' 6' 5' O Ha Hb O O 1' 1'b 3' 2'O OCH3 8' 4'b 9' 1'c 2'b 3'b 2'c 99q 4'c 3'c Óleo incolor RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 3,37 (3H, s, OCH3); 4,60 (1H, d, J = 3,4 Hz, H-1’); 3,60 (1H, dd, J = 3,4 e 9,5 Hz, H-2’); 3,91 (1H, t, 9,5 Hz, H-3’); 5,17 (1H, dd, J = 9,5 e 10,0 Hz, H4’); 3,77 (1H, ddd, J = 2,7; 4,6 e 10,0 Hz, H-5’); 3,53 (1H, dd, J = 4,6 e 10,8 Hz, H-6’); 3,61 (1H, dd, J = 2,7 e 10,8 Hz, H-6”); 4,86 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-7’) ou 4,78 (1H, d, J = 12,1 Hz, H-7’) ou 4,51 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-7’); 4,67 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-7”) ou 4,61 (1H, d, J = 12,1 Hz, H-7”) ou 4,43 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-7”); 4,86 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-8’) ou 4,78 (1H, d, J = 12,1 Hz, H-8’) ou 4,51 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-8’); 4,67 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-8”) ou 4,61 (1H, d, J = 12,1 Hz, H-8”) ou 4,43 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-8”); 4,86 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-9’) ou 4,78 (1H, d, J = 12,1 Hz, H-9’) ou 4,51 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-9’); 4,67 (1H, d, J = 11,7 Hz, H9”) ou 4,61 (1H, d, J = 12,1 Hz, H-9”) ou 4,43 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-9”); 7,19-7,84 (2H, m, H-2a); 7,19-7,84 (2H, m, H-3a); 7,19-7,84 (1H, m, H-4a); 7,19-7,84 (2H, m, H2’a); 7,19-7,84 (2H, m, H-3’a); 7,19-7,84 (1H, m, H-4’a); 7,19-7,84 (2H, m, H-2’b); 7,19-7,84 (2H, m, H-3’b); 7,19-7,84 (1H, m, H-4’b); 7,19-7,84 (2H, m, H-2’c); 7,197,84 (2H, m, H-3’c); 7,19-7,84 (1H, m, H-4’c); 3,63 (1H, d, J = 15,6 Hz, Ha); 3,78 (1H, d, J = 15,6 Hz, Hb). RMN de 13C (75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 55,1 (OCH3); 98,0 (C-1’); 70,8 (C-2’); 79,4 (C-3’); 67,4 (C-4’); 79,0 (C-5’); 68,3 (C-6’); 73,3 ou 73,5 ou 75,0 (C-7’); 73,3 ou 73,5 ou 75,0 (C-8’); 73,3 ou 73,5 ou 75,0 (C-9’); 135,6 ou 137,7 ou 137,9 ou 138,6 (C-1a); 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 128,6 ou 128,7 (C-2a); 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 128,6 ou 128,7 (C-3a); 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 153 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 128,6 ou 128,7 (C-4a); 135,6 ou 137,7 ou 137,9 ou 138,6 (C-1’a); 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 128,6 ou 128,7 (C-2’a); 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 128,6 ou 128,7 (C-3’a); 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 128,6 ou 128,7 (C-4’a); 135,6 ou 137,7 ou 137,9 ou 138,6 (C-1’b); 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 128,6 ou 128,7 (C-2’b); 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 128,6 ou 128,7 (C-3’b); 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 128,6 ou 128,7 (C-4’b); 135,6 ou 137,7 ou 137,9 ou 138,6 (C-1’c); 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 128,6 ou 128,7 (C-2’c); 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 128,6 ou 128,7 (C-3’c); 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 128,6 ou 128,7 (C-4’c); 45,7 (OCOCH2COPh); 166,0 (OCOCH2COPh); 191,2 (OCOCH2COPh). 7.4. Procedimento geral para reação de obtenção dos β-enaminoésteres (100a-u) derivados de carboidratos 7.4.1. Obtenção dos β-enaminoésteres (100a-q) derivados de carboidratos, em um único pote reacional, catalisada por argilas113 Em um balão de fundo redondo de 50 mL contendo 4 mmols do álcool derivado de carboidrato 10-15 ou 94-96, a argila em quantidade correspondente a 20 % p/p em relação ao carboidrato e 20 mL de tolueno, adicionou-se 6 mmols do β-cetoéster 97 (0,76 mL) ou 98 (1,04 mL). O sistema foi levado ao refluxo em banho de óleo e manteve-se a agitação por 48h68. Em seguida, resfriou-se a mistura até a temperatura ambiente, adicionaram-se 12 mmols (1,3 mL) de benzilamina e deixou-se sob agitação por mais 24 h. A seguir, filtrou-se o sólido e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida, resultando em um óleo que foi cromatografado em coluna de gel de sílica sendo eluída com uma mistura de hexano/trietilamina com gradiente de 98:2 até 95:5. 154 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva Os enaminoésteres foram analisados por medida de rotação ótica específica, por espectrometria de massas, por espectroscopia de RMN de 1H e de 13 C e por infravermelho. 7.4.2. Obtenção dos β-enaminoésteres (100a-u) derivados de carboidratos via sal acetato da benzilamina127 Em um bécher contendo 5,0 mmols de benzilamina (0,535 g) foram adicionados 5,0 mmols de ácido acético glacial e obteve-se o sal acetato de benzilamônio na forma de cristais brancos. Em seguida, em um balão de fundo redondo de 50 mL contendo 1,0 mmol do β-cetoéster 99 foram adicionados 5,0 mmols do acetato de benzilamônio e a mistura foi mantida sob refluxo durante 6 horas. O sistema foi então resfriado e a mistura foi lavada com água (2 x 50 mL). A fase orgânica foi seca com sulfato sódio anidro seguida de filtração e o solvente evaporado sob pressão reduzida, resultando em um óleo que foi cromatografado em coluna de silicagel sendo eluída com uma mistura de hexano/trietilamina com gradiente de 98:2 até 95:5. Os β-enaminoésteres foram analisados por medida de rotação ótica específica, por espectrometria de massas, espectroscopias de RMN de 1H e de 13C e por infravermelho. 7.4.3. Obtenção do 3-Benzilamino-but-2-enoato de 5-(1-O-metil-2,3-Oisopropilideno)-β-D-ribofuranose (100a) 3a 4a 2a 1a NH 4 3 2 Óleo amarelo O 5' O 4' 100a O 3' 2' O O 6' OCH3 1' [α] D20 - 31 (c 0.3, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1652 (C=O), 1605 (C=C). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 4,97 (1H, s, H-1’); 4,60 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-2’); 4,70 (1H, dd, J = 0,7 e 6,1 Hz, H-3’); 4,38 (1H, t, J = 7,2 Hz, H-4’); 4,06 (2H, d, J = 7,3 Hz, H-5’); 3,31 (3H, s, OCH3); 4,58 (1H, s, H-2); 1,92 (3H, s, H-4); 4,43 (2H, d, J = 6,3 Hz, NHCH2Ph); 7,24-7,37 (2H, m, H-2a); 7,24-7,37 (2H, m, H-3a); 7,24-7,37 (1H, m, H-4a); 8,91 (1H, sl, NH). 155 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,8 (CH3); 26,2 (CH3); 109,0 (C-1’); 85,0 (C-2’); 81,9 (C-3’); 84,5 (C-4’); 62,5 (C-5’); 112,2 (C-6’); 54,6 (OCH3); 46,6 (NHCH2Ph); 82,5 (C-2); 162,2 (C-3); 19,2 (C-4); 138,4 (C-1a); 127,2 (C-2a); 128,6 (C3a); 126,5 (C-4a); 169,6 (C=O). E.M. m/z (intensidade relativa %): 377 (100), 362 (M+·-15, 100), 195 (23), 174 (55), 147 (24), 113 (25), 91 (100). Calculado para C20H27NO6: 377,1838 e [C19H24NO6]+·: 362,1604. Encontrado: 362,1265 (para M+·-15). 7.4.4. Obtenção do 3-Benzilamino-but-2-enoato de 6-(1,2:3,4-di-O- isopropilideno)-α-D-galactopiranose (100b) 4 3 2 4a 3a 1a 2a NH O 7' 5' 6' 1' O O O 4' 3' O 2' O O 8' 100b Óleo amarelo [α] D20 - 42 (c 0.2, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1650 (C=O), 1607 (C=C). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,34 (3H, s, CH3); 1,45 (3H, s, CH3); 1,51 (3H, s, CH3); 5,54 (1H, d, J = 5,1 Hz, H-1’); 4,31 (1H, dd, J = 2,4 e 5,1 Hz, H-2’); 4,61 (1H, dd, J = 2,4 e 7,8 Hz, H-3’); 4,27 (1H, dd, J = 1,9 e 7,8 Hz, H-4’); 4,06 (1H, ddd, J = 1,8; 4,9 e 7,1 Hz, H-5’); 4,26 (1H, dd, J = 5,6 e 11,2 Hz, H-6’); 4,18 (1H, dd, J = 7,1 e 11,2 Hz, H-6”); 4,60 (1H, s, H-2); 1,90 (3H, s, H-4); 4,43 (2H, d, J = 5,6 Hz, NHCH2Ph); 7,23-7,36 (2H, m, H2a); 7,23-7,36 (2H, m, H-3a); 7,23-7,36 (1H, m, H-4a); 8,92 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,3 (CH3); 24,8 (CH3); 25,8 (CH3); 25,8 (CH3); 96,2 (C-1’); 70,4 (C-2’); 70,5 (C-3’); 70,9 (C-4’); 66,0 (C-5’); 61,2 (C-6’); 109,3 (C-7’); 108,5 (C-8’); 46,5 (NHCH2Ph); 82,9 (C-2); 161,9 (C-3); 19,2 (C-4); 138,6 (C-1a); 127,1 (C-2a); 128,5 (C-3a); 126,4 (C-4a); 169,9 (C=O). E.M. m/z (intensidade relativa %): 433 (20), 300 (30), 245 (25), 210 (19), 174 (70), 127 (20), 91 (100). Calculado para C23H31NO7: 433,2101. Encontrado: 433,1545 (para M+·). 156 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.4.5. Obtenção do 3-Benzilamino-but-2-enoato de 3-(1,2:5,6-di-O- isopropilideno)-α-D-glicofuranose (100c) O 6' O O 8' O 5' 2 O 4' 3' 3 2a 3a 4a 4 Óleo amarelo [α] D20 - 13 (c 1.5, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1655 (C=O), 1604 (C=C). 1' RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,29 O O 7' (3H, s, CH3); 1,33 (3H, s, CH3); 1,42 (3H, s, CH3); 2' 100c 1a HN 1,51 (3H, s, CH3); 5,88 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,53 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’); 5,20 (1H, d, J = 2,9 Hz, H-3’); 4,25-4,33 (1H, m, H-4’); 4,25-4,33 (1H, m, H-5’); 4,05 (2H, d, J = 5,6 Hz, H-6’); 4,52 (1H, s, H-2); 1,94 (3H, s, H-4); 4,44 (2H, d, J = 6,3 Hz, NHCH2Ph); 7,25-7,38 (2H, m, H-2a); 7,25-7,38 (2H, m, H-3a); 7,25-7,38 (1H, m, H-4a); 8,96 (1H, t, J = 6,3 Hz, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,2 (CH3); 26,0 (CH3); 26,6 (CH3); 26,6 (CH3); 104,8 (C-1’); 83,5 (C-2’); 74,3 (C-3’); 79,5 (C-4’); 72,6 (C-5’); 66,4 (C-6’); 111,7 (C-7’); 108,7 (C-8’); 46,7 (NHCH2Ph); 82,0 (C-2); 162,9 (C-3); 19,2 (C-4); 138,0 (C-1a); 127,3 (C-2a); 128,6 (C-3a); 126,6 (C-4a); 168,7 (C=O). E.M. m/z (intensidade relativa %): 433 (100). Calculado para C23H31NO7: 433,2101. Encontrado: 433,1278 (para M+·). 7.4.6. Obtenção do 3-Benzilamino-but-2-enoato de 1-(2,3:4,5-di-O- isopropilideno)-β-D-frutopiranose (100d) O 2 3 4 2' 7' O 4a O O 5' 1' 4' 3' O O HN 3a O 1a 8' 2a 100d 6' Óleo amarelo [α] D20 - 22 (c 1.6, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1658 (C=O), 1606 (C=C). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,34 (3H, s, CH3); 1,43 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 1,54 (3H, s, CH3); 4,05 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1’); 4,36 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1”); 4,38 (1H, d, J = 2,0 Hz, H-3’); 4,61 (1H, dd, J = 2,3 e 8,0 Hz, H-4’); 4,24 (1H, dd, J = 1,4 e 7,5 Hz, H-5’); 3,92 (1H, dd, J = 1,8 e 13,1 Hz, H-6’); 3,75 (1H, d, J = 13,1 Hz, H-6”); 4,55 (1H, s, H-2); 1,91 (3H, t, J = 157 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 6,3 Hz, H-4); 4,42 (2H, d, J = 6,1 Hz, NHCH2Ph); 7,23-7,36 (2H, m, H-2a); 7,23-7,36 (2H, m, H-3a); 7,23-7,36 (1H, m, H-4a); 8,94 (1H, t, J = 6,3 Hz, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 23,9 (CH3); 25,1 (CH3); 25,7 (CH3); 26,3 (CH3); 63,0 (C-1’); 102,0 (C-2’); 70,2 (C-3’); 70,0 (C-4’); 70,7 (C-5’); 61,0 (C-6’); 108,8 (C-7’); 108,4 (C-8’); 46,6 (NHCH2Ph); 82,6 (C-2); 162,1 (C-3); 19,2 (C-4); 138,4 (C-1a); 127,1 (C-2a); 128,5 (C-3a); 126,4 (C-4a); 169,2 (C=O). E.M. m/z (intensidade relativa %): 245 (32), 195 (21), 127 (13), 91 (100). Calculado para C23H31NO7: 433,2101. Encontrado: 433,2010 (para M+·). 7.4.7. Obtenção do 3-Benzilamino-but-2-enoato de 3-(1,2:4,5-di-O- isopropilideno)-β-D-frutopiranose (100e) Sólido branco – p.f. 128,5-129 oC 7' O 2' O O O 1' 5' 4' 2 3' O 3 O 4 8' O HN [α] D20 - 115 (c 1.1, CH2Cl2). 6' 100e 1a IV νmax (cm-1, filme): 1652 (C=O), 1607 (C=C). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,36 (3H, s, 4a 2a 3a CH3); 1,40 (3H, s, CH3); 1,50 (3H, s, CH3); 1,57 (3H, s, CH3); 3,90 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1’); 3,95 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1”); 5,12 (1H, d, J = 7,8 Hz, H-3’); 4,30 (1H, dd, J = 5,4 e 7,8 Hz, H-4’); 4,22 (1H, ddd, J = 0,7; 2,4 e 5,4 Hz, H-5’); 4,14 (1H, dd, J = 2,4 e 13,4 Hz, H-6’); 4,06 (1H, d, J = 13,4 Hz, H-6”); 4,60 (1H, s, H-2); 1,91 (3H, s, H-4); 4,43 (2H, d, J = 6,3 Hz, NHCH2Ph); 7,24-7,40 (2H, m, H-2a); 7,24-7,40 (2H, m, H-3a); 7,24-7,40 (1H, m, H4a); 8,89 (1H, t, J = 6,3 Hz, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,8 (CH3); 26,2 (CH3); 26,7 (CH3); 27,7 (CH3); 71,4 (C-1’); 104,1 (C-2’); 67,4 (C-3’); 75,1 (C-4’); 73,6 (C-5’); 60,1 (C-6’); 111,7 (C-7’); 109,2 (C-8’); 46,6 (NHCH2Ph); 82,4 (C-2); 162,6 (C-3); 19,3 (C-4); 138,4 (C-1a); 127,2 (C-2a); 128,6 (C-3a); 126,5 (C-4a); 169,2 (C=O). E.M. m/z (intensidade relativa %): 418 (M+·-15, 100), 174 (100), 91 (85). Calculado para C23H31NO7: 433,2101. Encontrado: 433,1599 (para M+·). 158 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.4.8. Obtenção do 3-Benzilamino-but-2-enoato de 3-Benzilamino-but-2enoato de 3-(1,2:5,6-di-O-isopropilideno)-α-D-alofuranose (100f) 5' 4' 4 3 2 4a 3a 2a NH 1a Sólido branco – p.f. 124-124,5 oC 6' O 8' O O 3' 2' IV νmax (cm-1, filme): 1648 (C=O), 1606 (C=C). O O 7' O O [α] D20 + 160 (c 0.4, CH2Cl2). 1' RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,34 (3H, 100f s, CH3); 1,35 (3H, s, CH3); 1,43 (3H, s, CH3); 1,55 (3H, s, CH3); 5,82 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,81 (1H, dd, J = 3,7 e 4,6 Hz, H-2’); 4,91 (1H, dd, J = 4,9 e 8,8 Hz, H-3’); 4,20 (1H, dd, J = 3,4 e 8,8 Hz, H-4’); 4,35 (1H, ddd, J = 3,4; 6,6 e 6,6 Hz, H-5’); 4,04 (1H, dd, J = 6,8 e 8,5 Hz, H-6’); 3,92 (1H, dd, J = 6,3 e 8,3 Hz, H-6”); 4,61 (1H, s, H-2); 2,03 (3H, s, H-4); 4,51 (2H, d, J = 6,3 Hz, NHCH2Ph); 7,29-7,39 (2H, m, H-2a); 7,29-7,39 (2H, m, H-3a); 7,29-7,39 (1H, m, H-4a); 8,89 (1H, t, J = 6,3 Hz, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,1 (CH3); 26,0 (CH3); 26,5 (CH3); 26,6 (CH3); 103,8 (C-1’); 78,2 (C-2’); 70,2 (C-3’); 77,1 (C-4’); 74,8 (C-5’); 64,9 (C-6’); 112,8 (C-7’); 109,6 (C-8’); 46,7 (NHCH2Ph); 82,2 (C-2); 162,7 (C-3); 19,3 (C-4); 138,2 (C-1a); 127,2 (C-2a); 128,6 (C-3a); 126,6 (C-4a); 168,8 (C=O). E.M. m/z (intensidade relativa %): 418 (M+·-15, 14), 245 (23), 192 (20), 174 (20), 135 (12), 127 (24), 113 (11), 106 (18), 101 (46), 92 (20), 91 (100), 59 (26). Calculado para C23H31NO7: 433,2101. Encontrado: 433,2101 (para M+·). 7.4.9. Obtenção do 3-Benzilamino-but-2-enoato de 5-(3-O-benzil-1,2-Oisopropilideno)-α-D-xilofuranose (100g) Óleo amarelo 4'a 3'a 2a 3a 4a 1a NH 4 3 2 100g O O 5' O 2'a 1'a 6' O 2' 4' 3' 1' O O 7' [α] D20 - 25 (c 1.2, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1651 (C=O), 1606 (C=C). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,31 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 5,94 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,61 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-2’); 3,97 (1H, d, J = 2,9 Hz, H-3’); 4,39-4,42 (1H, m, H-4’); 4,33 (1H, dd, J = 6,3 e 11,7 Hz, 159 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva H-5’); 4,39-4,42 (1H, m, H-5”); 4,66 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6’); 4,52 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6”); 4,56 (1H, s, H-2); 1,90 (3H, s, H-4); 4,42 (2H, d, J = 6,0 Hz, NHCH2Ph); 7,23-7,35 (2H, m, H-2a); 7,23-7,35 (2H, m, H-3a); 7,23-7,35 (1H, m, H-4a); 7,23-7,35 (2H, m, H-2’a); 7,23-7,35 (2H, m, H-3’a); 7,23-7,35 (1H, m, H-4’a); 8,92 (1H, t, J = 5,8 Hz, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,1 (CH3); 26,6 (CH3); 105,0 (C-1’); 82,1 (C-2’); 81,5 (C-3’); 78,4 (C-4’); 59,9 (C-5’); 71,8 (C-6’); 111,5 (C-7’); 46,6 (NHCH2Ph); 82,7 (C-2); 162,0 (C-3); 19,2 (C-4); 138,4 (C-1a); 126,5 (C-2a); 128,6 (C3a); 128,3 (C-4a); 137,2 (C-1’a); 127,2 (C-2’a); 127,7 (C-3’a); 127,5 (C-4’a); 169,7 (C=O). E.M. m/z (intensidade relativa %): 195 (27), 194 (22), 92 (20), 91 (100), 77 (10). Calculado para C26H31NO6: 453,2151. Encontrado: 453,2151 (para M+·). 7.4.10. Obtenção do 3-Benzilamino-but-2-enoato de 5-(3-O-metil-1,2-Oisopropilideno)-α-D-xilofuranose (100h) 3a 4a 2a 1a Óleo amarelo NH 4 3 2 100h O 5' OCH3 O O 4' 2' 1' O 3' O 6' [α] D20 - 12 (c 2.0, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1651 (C=O), 1607 (C=C). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 5,92 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,57 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-2’); 3,75 (1H, d, J = 3,2 Hz, H-3’); 4,374,40 (1H, m, H-4’); 4,33 (1H, d, J = 5,1 Hz, H-5’); 4,20 (1H, dd, J = 5,1 e 9,5 Hz, H5”); 3,40 (3H, s, OCH3); 4,59 (1H, d, J = 0,5 Hz, H-2); 1,92 (3H, d, J = 0,5 Hz, H-4); 4,43 (2H, d, J = 6,3 Hz, NHCH2Ph); 7,24-7,28 (2H, m, H-2a); 7,30-7,37 (2H, m, H-3a); 7,30-7,37 (1H, m, H-4a); 8,92 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,1 (CH3); 26,6 (CH3); 105,0 (C-1’); 82,7 (C-2’); 81,6 (C-3’); 78,4 (C-4’); 59,9 (C-5’); 57,9 (OCH3); 111,4 (C-6’); 46,6 (NHCH2Ph); 84,1 (C-2); 162,0 (C-3); 19,2 (C-4); 138,4 (C-1a); 126,5 ou 127,2 ou 128,6 (C-2a); 126,5 ou 127,2 ou 128,6 (C-3a); 126,5 ou 127,2 ou 128,6 (C-4a); 169,8 (C=O). 160 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.4.11. Obtenção do 3-Benzilamino-but-2-enoato de 4-(1-O-metil-2,3,6-tri-Obenzil)-α-D-glicopiranose (100i) 4a 3a 2a 1a 100i 3'a 4'a 2'a NH 1'a O O 4 3 7' 6' 5' O 2 O 1' O 2' 1'b 3' O OCH3 8' 4'b 9' 2'b 1'c 3'b 2'c 4'c 3'c Óleo amarelo RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 3,41 (3H, s, OCH3); 4,61 (1H, d, J = 3,6 Hz, H-1’); 3,57 (1H, dd, J = 3,6 e 9,5 Hz, H-2’); 3,93 (1H, t, 9,5 Hz, H-3’); 5,05 (1H, dd, J = 9,5 e 10,7 Hz, H-4’); 3,86 (1H, ddd, J = 2,4; 5,8 e 10,7 Hz, H-5’); 3,51 (1H, dd, J = 5,8 e 10,7 Hz, H- 6’); 3,59 (1H, dd, J = 2,4 e 10,7 Hz, H-6”); 4,50 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-7’) ou 4,80 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-7’) ou 4,80 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-7’); 4,50 (1H, d, J = 11,7 Hz, H7”) ou 4,64 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-7”) ou 4,71 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-7”); 4,50 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-8’) ou 4,80 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-8’) ou 4,80 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-8’); 4,50 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-8”) ou 4,64 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-8”) ou 4,71 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-8”); 4,50 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-9’) ou 4,80 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-9’) ou 4,80 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-9’); 4,50 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-9”) ou 4,64 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-9”) ou 4,71 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-9”); 7,22-7,37 (2H, m, H-2a); 7,22-7,37 (2H, m, H-3a); 7,22-7,37 (1H, m, H-4a); 7,22-7,37 (2H, m, H-2’a); 7,22-7,37 (2H, m, H-3’a); 7,22-7,37 (1H, m, H-4’a); 7,22-7,37 (2H, m, H-2’b); 7,22-7,37 (2H, m, H-3’b); 7,227,37 (1H, m, H-4’b); 7,22-7,37 (2H, m, H-2’c); 7,22-7,37 (2H, m, H-3’c); 7,22-7,37 (1H, m, H-4’c); 4,45 (2H, d, J = 6,3 Hz, NHCH2Ph); 4,52 (1H, s, H-2); 1,93 (3H, s, H4); 9,06 (1H, t, J = 6,3 Hz, NH). RMN de 13C (75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 55,1 (OCH3); 98,2 (C-1’); 70,2 (C-2’); 79,9 (C-3’); 69,3 (C-4’); 79,1 (C-5’); 68,4 (C-6’); 73,3 ou 73,4 ou 75,3 (C-7’); 73,3 ou 73,4 ou 75,3 (C-8’); 73,3 ou 73,4 ou 75,3 (C-9’); 138,0 ou 138,1 ou 138,3 ou 138,6 (C-1a); 126,6 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,6 (C-2a); 126,6 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,6 (C-3a); 126,6 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,6 (C-4a); 138,0 ou 138,1 ou 138,3 ou 138,6 (C-1’a); 126,6 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,6 (C2’a); 126,6 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,6 (C-3’a); 126,6 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,6 (C-4’a); 138,0 ou 138,1 ou 138,3 ou 138,6 (C-1’b); 126,6 ou 161 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 127,2 ou 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,6 (C2’b); 126,6 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,6 (C-3’b); 126,6 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,6 (C-4’b); 138,0 ou 138,1 ou 138,3 ou 138,6 (C-1’c); 126,6 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,6 (C2’c); 126,6 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,6 (C-3’c); 126,6 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,4 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,6 (C-4’c); 46,7 (NHCH2Ph); 82,5 (C-2); 162,3 (C-3); 19,3 (C-4); 168,8 (C=O). 7.4.12. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-prop-2-enoato de 5-(1-O-metil2,3-O-isopropilideno)-β-D-ribofuranose (100j) 4'a Óleo amarelo 3'a [α] D20 - 27 (c 2.0, CH2Cl2). 2'a 1'a 3a 4a 2a 1a 3 IV νmax (cm-1, filme): 1659 (C=O), 1611 e 1594 O NH 2 100j 5' O 4' O 3' 2' O O 6' OCH3 1' (C=C), 1382 e 1373 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 4,98 (1H, s, H-1’); 4,61 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-2’); 4,72 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-3’); 4,40 (1H, t, J = 7,3 Hz, H-4’); 4,12 (2H, d, J = 7,3 Hz, H-5’); 3,33 (3H, s, OCH3); 4,71 (1H, s, H-2); 4,28 (2H, d, J = 6,3 Hz, NHCH2Ph); 7,16-7,41 (2H, m, H-2a); 7,16-7,41 (2H, m, H-3a); 7,16-7,41 (1H, m, H-4a); 7,16-7,41 (2H, m, H2’a); 7,16-7,41 (2H, m, H-3’a); 7,16-7,41 (1H, m, H-4’a); 8,87 (1H, t, J = 6,3 Hz, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,9 (CH3); 26,3 (CH3); 109,1 (C-1’); 85,1 (C-2’); 81,9 (C-3’); 84,4 (C-4’); 62,9 (C-5’); 112,2 (C-6’); 54,7 (OCH3); 48,2 (NHCH2Ph); 85,4 (C-2); 165,1 (C-3); 135,6 ou 138,9 (C-1a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,5 ou 129,2 (C-2a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,5 ou 129,2 (C-3a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,5 ou 129,2 (C-4a); 135,6 ou 138,9 (C1’a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,5 ou 129,2 (C-2’a); 126,7 ou 127,1 ou 162 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 127,7 ou 128,2 ou 128,5 ou 129,2 (C-3’a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,5 ou 129,2 (C-4’a); 169,5 (C=O). 7.4.13. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-prop-2-enoato de 6-(1,2:3,4-di-Oisopropilideno)-α-D-galactopiranose (100k) 4a 3a 2a 1a 2 3 NH 1'a 2'a 3'a 4'a O 7' 5' 6' 1' O O O 4' 3' O 2' O O 8' Óleo amarelo [α] D20 - 75 (c 1.6, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1652 (C=O), 1611 e 1595 (C=C). 100k RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,33 (3H, s, CH3); 1,34 (3H, s, CH3); 1,46 (3H, s, CH3); 1,52 (3H, s, CH3); 5,55 (1H, d, J = 5,1 Hz, H-1’); 4,32 (1H, dd, J = 2,4 e 5,1 Hz, H-2’); 4,62 (1H, dd, J = 2,4 e 8,1 Hz, H3’); 4,25-4,30 (1H, m, H-4’); 4,08 (1H, td, J = 1,9 e 6,6 Hz, H-5’); 4,25-4,30 (1H, m, H6’); 4,25-4,30 (1H, m, H-6”); 4,74 (1H, s, H-2); 4,26 (2H, d, J = 6,6 Hz, NHCH2Ph); 7,14-7,39 (2H, m, H-2a); 7,14-7,39 (2H, m, H-3a); 7,14-7,39 (1H, m, H-4a); 7,14-7,39 (2H, m, H-2’a); 7,14-7,39 (2H, m, H-3’a); 7,14-7,39 (1H, m, H-4’a); 8,87 (1H, t, J = 6,6 Hz, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,3 (CH3); 24,9 (CH3); 25,8 (CH3); 25,9 (CH3); 96,2 (C-1’); 70,4 (C-2’); 70,5 (C-3’); 70,9 (C-4’); 66,0 (C-5’); 61,6 (C-6’); 109,3 (C-7’); 108,6 (C-8’); 48,1 (NHCH2Ph); 85,9 (C-2); 164,8 (C-3); 135,7 (C-1a); 126,6 ou 127,0 ou 128,2 ou 128,4 ou 129,1; (C-2a); 126,6 ou 127,0 ou 128,2 ou 128,4 ou 129,1 (C-3a); 126,6 ou 127,0 ou 128,2 ou 128,4 ou 129,1 (C-4a); 139,1 (C-1’a); 126,6 ou 127,0 ou 128,2 ou 128,4 ou 129,1 (C-2’a); 126,6 ou 127,0 ou 128,2 ou 128,4 ou 129,1 (C-3’a); 126,6 ou 127,0 ou 128,2 ou 128,4 ou 129,1 (C-4’a); 169,7 (C=O). 163 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.4.14. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-prop-2-enoato de 3-(1,2:5,6-di-Oisopropilideno)-α-D-glicofuranose (100l) 4'a 1'a O 6' O O 8' O 5' 3 [α] D20 - 17 (c 0.8, CH2Cl2). 2'a 1a 2a IV νmax (cm-1, filme): 1657 (C=O), 1611 e 1595 (C=C), 3a 1373 e 1382 (estiramentos de ligações C-H de metilas 4a geminais dos grupamentos isopropilidênicos). 1' RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,31 (3H, O O 7' s, CH3); 1,33 (3H, s, CH3); 1,43 (3H, s, CH3); 1,53 (3H, 2' 3' 100l 2 O 4' HN Óleo amarelo 3'a s, CH3); 5,88 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,59 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’); 5,24 (1H, d, J = 2,9 Hz, H-3’); 4,33 (1H, dd, J = 2,9 e 6,6, H-4’); 4,264,30 (1H, m, H-5’); 4,05 (2H, d, J = 5,6 Hz, H-6’); 4,64 (1H, s, H-2); 4,28 (2H, d, J = 6,6 Hz, NHCH2Ph); 7,14-7,42 (2H, m, H-2a); 7,14-7,42 (2H, m, H-3a); 7,14-7,42 (1H, m, H-4a); 7,14-7,42 (2H, m, H-2’a); 7,14-7,42 (2H, m, H-3’a); 7,14-7,42 (1H, m, H4’a); 8,94 (1H, t, J = 6,6 Hz, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,8 (CH3); 25,7 (CH3); 26,2 (CH3); 26,2 (CH3); 104,5 (C-1’); 83,1 (C-2’); 74,3 (C-3’); 79,1 (C-4’); 72,2 (C-5’); 66,0 (C-6’); 111,4 (C-7’); 108,4 (C-8’); 47,9 (NHCH2Ph); 84,3 (C-2); 165,2 (C-3); 134,9 ou 138,2 (C-1a); 126,4 ou 126,8 ou 127,2 ou 127,9 ou 128,1 ou 128,9 (C-2a); 126,4 ou 126,8 ou 127,2 ou 127,9 ou 128,1 ou 128,9 (C-3a); 126,4 ou 126,8 ou 127,2 ou 127,9 ou 128,1 ou 128,9 (C-4a); 134,9 ou 138,2 (C-1’a); 126,4 ou 126,8 ou 127,2 ou 127,9 ou 128,1 ou 128,9 (C-2’a); 126,4 ou 126,8 ou 127,2 ou 127,9 ou 128,1 ou 128,9 (C-3’a); 126,4 ou 126,8 ou 127,2 ou 127,9 ou 128,1 ou 128,9 (C-4’a); 168,7 (C=O). 164 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.4.15. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-prop-2-enoato de 1-(2,3:4,5-di-Oisopropilideno)-β-D-frutopiranose (100m) 3a 4a 2a O 7' 2 2' 6' 3 O O O 1a 5' 1' O 4' 3' O HN Ha O 8' 1'a Hb 2'a 100m 3'a 4'a Óleo amarelo D [α] 20 - 26 (c 1.0, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1620 (C=O), 1594 (C=C). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,35 (3H, s, CH3); 1,40 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 1,55 (3H, s, CH3); 3,66 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1’); 3,71 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1”); 4,35 (1H, d, J = 2,4 Hz, H-3’); 4,61 (1H, dd, J = 2,4 e 8,1 Hz, H-4’); 4,25 (1H, ddd, J = 1,0; 2,0 e 8,1 Hz, H-5’); 3,92 (1H, dd, J = 2,0 e 12,9 Hz, H-6’); 3,78 (1H, dd, J = 2,0 e 12,9 Hz, H-6”); 4,47 (1H, s, H-2); 4,22 (1H, d, J = 6,8 Hz, Ha); 4,50 (1H, d, J = 6,8 Hz, Hb); 7,18-7,36 (2H, m, H-2a); 7,18-7,36 (2H, m, H3a); 7,18-7,36 (1H, m, H-4a); 7,18-7,36 (2H, m, H-2’a); 7,18-7,36 (2H, m, H-3’a); 7,187,36 (1H, m, H-4’a); 5,33 (1H, t, J = 6,8 Hz, NH) e 9,42 (1H, sl). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 23,8 (CH3); 25,2 (CH3); 25,6 (CH3); 26,3 (CH3); 65,3 (C-1’); 102,9 (C-2’); 70,6 (C-3’); 69,9 (C-4’); 70,8 (C-5’); 61,1 (C-6’); 108,8 (C-7’); 108,4 (C-8’); 48,0 (NHCH2Ph); 88,8 (C-2); 163,5 (C-3); 136,3 (C-1a); 126,8 (C-2a); 128,3 (C-3a); 128,1 (C-4a); 139,6 (C-1’a); 126,7 (C-2’a); 128,4 (C-3’a); 127,8 (C-4’a); 169,9 (C=O). 7.4.16. Obtenção do 3-Benzilamino3-fenil-prop-2-enoato de 3-(1,2:4,5-di-Oisopropilideno)-β-D-frutopiranose (100n) 7' O 6' 2' 1' O O O 5' 2 4' 3' O 3 O 8' O 1a HN 2a 100n 1'a 2'a 4'a 3'a Óleo amarelo [α] D20 - 169 (c 1.7, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1658 (C=O), 1611 e 1594 (C=C), 4a 3a 1373 e 1383 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,37 (3H, s, CH3); 1,37 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 1,61 (3H, s, CH3); 3,93 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1’); 3,98 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1”); 5,18 (1H, d, J = 165 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7,8 Hz, H-3’); 4,32 (1H, dd, J = 5,4 e 7,8 Hz, H-4’); 4,23 (1H, ddd, J = 0,7; 2,4 e 5,4 Hz, H-5’); 4,15 (1H, dd, J = 2,4 e 13,2 Hz, H-6’); 4,07 (1H, d, J = 13,2 Hz, H-6”); 4,73 (1H, s, H-2); 4,28 (2H, d, J = 6,6 Hz, NHCH2Ph); 7,16-7,40 (2H, m, H-2a); 7,16-7,40 (2H, m, H-3a); 7,16-7,40 (1H, m, H-4a); 7,16-7,40 (2H, m, H-2’a); 7,16-7,40 (2H, m, H-3’a); 7,16-7,40 (1H, m, H-4’a); 8,86 (1H, t, J = 6,6 Hz, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,8 (CH3); 26,3 (CH3); 26,7 (CH3); 27,8 (CH3); 71,5 (C-1’); 104,1 (C-2’); 67,8 (C-3’); 75,2 (C-4’); 73,6 (C-5’); 60,1 (C-6’); 111,9 (C-7’); 109,3 (C-8’); 48,2 (NHCH2Ph); 85,2 (C-2); 165,3 (C-3); 135,6 ou 138,9 (C-1a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,4 ou 129,2 (C-2a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,4 ou 129,2 (C-3a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,4 ou 129,2 (C-4a); 135,6 ou 138,9 (C-1’a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,4 ou 129,2 (C-2’a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,4 ou 129,2 (C-3’a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,4 ou 129,2 (C-4’a); 169,1 (C=O). 7.4.17. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-prop-2-enoato de 3-(1,2:5,6-di-Oisopropilideno)-α-D-alofuranose (100o) 6' O 8' O 5' 4' 4a 3a 2a 1a 3 2 NH 2'a Óleo amarelo O 3' 2' O O O 7' 100o 4'a [α] D20 + 118 (c 1.3, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1655 (C=O), 1610 e 1594 (C=C), 1372 e 1381 (estiramentos de ligações C-H de metilas O 1'a 3'a 1' geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,36 (3H, s, CH3); 1,37 (3H, s, CH3); 1,44 (3H, s, CH3); 1,56 (3H, s, CH3); 5,84 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,84 (1H, dd, J = 3,9 e 4,9 Hz, H-2’); 4,96 (1H, dd, J = 4,9 e 8,8 Hz, H-3’); 4,23 (1H, dd, J = 3,7 e 8,8 Hz, H-4’); 4,36 (1H, dt, J = 3,7 e 6,6 Hz, H-5’); 3,92 (1H, dd, J = 6,6 e 8,5 Hz, H-6’); 4,04 (1H, dd, J = 6,3 e 8,5 Hz, H6”); 4,74 (1H, s, H-2); 4,29 (2H, d, J = 6,6 Hz, NHCH2Ph); 7,16-7,41 (2H, m, H-2a); 7,16-7,41 (2H, m, H-3a); 7,16-7,41 (1H, m, H-4a); 7,16-7,41 (2H, m, H-2’a); 7,16-7,41 (2H, m, H-3’a); 7,16-7,41 (1H, m, H-4’a); 8,85 (1H, t, J = 6,6 Hz, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,2 (CH3); 26,1 (CH3); 26,6 (CH3); 26,6 (CH3); 103,9 (C-1’); 78,2 (C-2’); 70,6 (C-3’); 77,2 (C-4’); 74,9 (C-5’); 65,0 (C-6’); 166 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 112,9 (C-7’); 109,7 (C-8’); 48,2 (NHCH2Ph); 84,9 (C-2); 165,4 (C-3); 135,4 (C-1a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,3 ou 128,5 ou 129,3 (C-2a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,3 ou 128,5 ou 129,3 (C-3a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,3 ou 128,5 ou 129,3 (C-4a); 138,8 (C-1’a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,3 ou 128,5 ou 129,3 (C-2’a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,3 ou 128,5 ou 129,3 (C-3’a); 126,7 ou 127,1 ou 127,7 ou 128,3 ou 128,5 ou 129,3 (C-4’a); 168,8 (C=O). 7.4.18. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-prop-2-enoato de 5-(3-O-benzil1,2-O-isopropilideno)-α-D-xilofuranose (100p) 4"a Óleo amarelo 3"a 4'a 3'a 2"a 1"a 2a 3a 4a NH 1a 3 2 100p O 5' O O O 4' 2'a 1'a 6' IV νmax (cm-1, filme): 1655 (C=O), 1611, 1595 e 1' O O 7' C-H 2' 3' [α] D20 - 18 (c 0.9, CH2Cl2). 1572 (C=C), 1382 e 1374 (estiramentos de ligações de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 5,96 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,62 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-2’); 3,98 (1H, d, J = 2,9 Hz, H-3’); 4,35-4,46 (1H, m, H-4’); 4,35-4,46 (1H, m, H-5’); 4,35-4,46 (1H, m, H-5”); 4,52 (1H, d, J = 12,1 Hz, H-6’); 4,63 (1H, d, J = 12,1 Hz, H6”); 4,69 (1H, s, H-2); 4,27 (2H, d, J = 6,6 Hz, NHCH2Ph); 7,15-7,40 (2H, m, H-2a); 7,15-7,40 (2H, m, H-3a); 7,15-7,40 (1H, m, H-4a); 7,15-7,40 (2H, m, H-2’a); 7,15-7,40 (2H, m, H-3’a); 7,15-7,40 (1H, m, H-4’a); 7,15-7,40 (2H, m, H-2”a); 7,15-7,40 (2H, m, H-3”a); 7,15-7,40 (1H, m, H-4”a); 8,87 (1H, t, J = 6,6 Hz, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,1 (CH3); 26,7 (CH3); 105,1 (C-1’); 82,1 (C-2’); 81,5 (C-3’); 78,4 (C-4’); 60,3 (C-5’); 71,9 (C-6’); 111,6 (C-7’); 48,2 (NHCH2Ph); 85,8 (C-2); 164,8 (C-3); 135,6 ou 139,0 (C-1a); 126,7 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 ou 129,1 (C-2a); 126,7 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 ou 129,1 (C-3a); 126,7 ou 127,1 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 ou 129,1 (C-4a); 137,2 (C-1’a); 127,1 (C-2’a); 126,7 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 ou 129,1 (C-3’a); 126,7 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 ou 129,1 (C-4’a); 135,6 ou 139,0 (C- 167 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 1”a); 126,7 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 ou 129,1 (C-2”a); 126,7 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 ou 129,1 (C-3”a); 126,7 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,4 ou 129,1 (C-4”a); 169,6 (C=O). 7.4.19. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-prop-2-enoato de 4-(1-O-metil2,3,6-tri-O-benzil)-α-D-glicopiranose (100q) Óleo amarelo 4a 3a 3'a 2a 4'a 2'a 1'a O NH O 7' 2b 3 6' 2 5' O 3b O 1b 1' O 1'b 3' 2'O 4b OCH3 8' 4'b 9' 2'b 1'c 3'b 2'c 1a 100q 4'c 3'c RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 3,42 (3H, s, OCH3); 4,64 (1H, d, J = 3,7 Hz, H1’); 3,61 (1H, dd, J = 3,7 e 9,5 Hz, H-2’); 3,96 (1H, t, 9,5 Hz, H-3’); 5,13 (1H, dd, J = 9,5 e 10,2 Hz, H-4’); 3,89 (1H, ddd, J = 2,7; 5,6 e 10,2 Hz, H-5’); 3,55 (1H, dd, J = 5,6 e 10,7 Hz, H-6’); 3,63 (1H, dd, J = 2,7 e 10,7 Hz, H-6”); 4,85 (1H, d, J = 11,0 Hz, H-7’) ou 4,84 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-7’) ou 4,56 (2H, s, H-7’); 4,74 (1H, d, J = 11,0 Hz, H-7”) ou 4,67 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-7”); 4,85 (1H, d, J = 11,0 Hz, H-8’) ou 4,84 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-8’) ou 4,56 (2H, s, H-8’); 4,74 (1H, d, J = 11,0 Hz, H-8”) ou 4,67 (1H, d, J = 12,2 Hz, H8”); 4,85 (1H, d, J = 11,0 Hz, H-9’) ou 4,84 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-9’) ou 4,56 (2H, s, H-9’); 4,74 (1H, d, J = 11,0 Hz, H-9”) ou 4,67 (1H, d, J = 12,2 Hz, H-9”); 7,25-7,39 (2H, m, H-2a); 7,25-7,39 (2H, m, H-3a); 7,17-7,44 (1H, m, H-4a); 7,17-7,44 (2H, m, H2b); 7,17-7,44 (2H, m, H-3b); 7,17-7,44 (1H, m, H-4b); 7,25-7,39 (2H, m, H-2’a); 7,257,39 (2H, m, H-3’a); 7,17-7,44 (1H, m, H-4’a); 7,17-7,44 (2H, m, H-2’b); 7,17-7,44 (2H, m, H-3’b); 7,17-7,44 (1H, m, H-4’b); 7,17-7,44 (2H, m, H-2’c); 7,17-7,44 (2H, m, H-3’c); 7,17-7,44 (1H, m, H-4’c); 4,32 (2H, d, J = 6,3 Hz, NHCH2Ph); 4,64 (1H, s, H2); 9,05 (1H, t, J = 6,3 Hz, NH). RMN de 13C (75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 55,1 (OCH3); 98,2 (C-1’); 69,2 (C-2’); 79,9 (C-3’); 69,8 (C-4’); 79,2 (C-5’); 69,1 (C-6’); 73,3 ou 73,4 ou 75,4 (C-7’); 73,3 ou 73,4 ou 75,4 (C-8’); 73,3 ou 73,4 ou 75,4 (C-9’); 135,6 ou 138,0 ou 138,1 ou 138,5 ou 138,8 (C-1a); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-2a); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 168 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-3a); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-4a); 135,6 ou 138,0 ou 138,1 ou 138,5 ou 138,8 (C-1b); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-2b); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-3b); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-4b); 135,6 ou 138,0 ou 138,1 ou 138,5 ou 138,8 (C-1’a); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C2’a); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-3’a); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-4’a); 135,6 ou 138,0 ou 138,1 ou 138,5 ou 138,8 (C-1’b); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-2’b); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-3’b); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-4’b); 135,6 ou 138,0 ou 138,1 ou 138,5 ou 138,8 (C-1’c); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-2’c); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-3’c); 128,6 ou 128,7 ou 127,1 ou 127,2 ou 127,3 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 ou 128,5 (C-4’c); 48,2 (NHCH2Ph); 85,2 (C-2); 165,2 (C-3); 168,7 (C=O). 169 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.4.20. Obtenção da N-benzil-3-benzilamino-3-fenil-acrilamida (114) Óleo amarelo 5 IV νmax (cm-1, filme): 1620 (C=O), 1594 e 1574 (C=C). 4 NH O 3 H 2 RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 4,51 (1H, s, 2' 1 N H 1' H-2); 9,43 (1H, sl, H-4); 4,22 (2H, d, J = 6,6 Hz, H-5); 5,32 (1H, t, J = 5,9 Hz, H-1’); 4,48 (2H, d, J = 5,9 Hz, H-2’); 114 7,17-7,37 (15H, m, Ar). 7.4.21. Obtenção do 3-Benzilimino-3-fenil-propionato de 5-(1-O-metil-2,3-Oisopropilideno)-β-D-ribofuranose (115j) 4'a Ha Hb 3a Sólido Branco – p.f. 72-73 oC 2'a IV νmax (cm-1, filme): 1679 (C=O), 1633 (C=O), 1'a N 1a 4a 3'a 3 2a 1598 (C=C). O 2 115j 5' O 4' O 3' 2' O OCH3 1' O 6' RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 4,97 (1H, s, H1’); 4,59 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-2’); 4,83 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-3’); 4,42-4,44 (1H, m, H-4’); 3,70 (1H, dd, J = 2,0 e 12,5 Hz, H-5’); 3,61-3,65 (1H, m, H-5”); 3,43 (3H, s, OCH3); 3,99 (2H, s, H-2); 4,51 (1H, d, J = 12,2 Hz, Ha); 4,53 (1H, d, J = 12,2 Hz, Hb) 7,23-8,01 (2H, m, H-2a); 7,23-8,01 (2H, m, H-3a); 7,23-8,01 (1H, m, H-4a); 7,23-8,01 (2H, m, H2’a); 7,23-8,01 (2H, m, H-3’a); 7,23-8,01 (1H, m, H-4’a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,5 (CH3); 26,1 (CH3); 109,7 (C-1’); 85,5 (C-2’); 81,2 (C-3’); 88,0 (C-4’); 63,7 (C-5’); 111,9 (C-6’); 55,2 (OCH3); 45,2 (=NCH2Ph); 43,4 (C-2); 195,7 (C-3); 135,9 ou 137,7 (C-1a); 127,2 ou 127,4 ou 128,3 ou 128,4 ou 128,6 ou 133,8 (C-2a); 127,2 ou 127,4 ou 128,3 ou 128,4 ou 128,6 ou 133,8 (C-3a); 127,2 ou 127,4 ou 128,3 ou 128,4 ou 128,6 ou 133,8 (C-4a); 135,9 ou 137,7 (C1’a); 127,2 ou 127,4 ou 128,3 ou 128,4 ou 128,6 ou 133,8 (C-2’a); 127,2 ou 127,4 ou 128,3 ou 128,4 ou 128,6 ou 133,8 (C-3’a); 127,2 ou 127,4 ou 128,3 ou 128,4 ou 128,6 ou 133,8 (C-4’a); 165,7 (C=O). 170 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.4.22. Obtenção do 3-Benzilimino-3-fenil-propionato de 3-(1,2:5,6-di-Oisopropilideno)-α-D-glicofuranose (115l) Ha O 6' O O 8' O 5' 115j 2 O 4' 2' 3' N 3 1' O O 7' Hb 1'a 2'a 3'a 1a 2a 4'a Sólido branco – p.f. 69-70 ºC IV νmax (cm-1, filme): 1694 (C=N), 1651 (C=O), 3a 1598 (C=C), 1372 e 1373 (estiramentos de 4a ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,36 (3H, s, CH3); 1,44 (3H, s, CH3); 1,50 (3H, s, CH3); 5,94 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,54 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’); 4,33 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’); 4,07 (1H, dd, J = 2,7 e 7,6 Hz, H-4’); 4,35 (1H, ddd, J = 5,4; 6,1 e 7,6 Hz, H-5’); 3,99 (1H, dd, J = 5,4 e 8,5 Hz, H-6’); 4,16 (1H, dd, J = 6,1 e 8,5 Hz, H-6”); 4,01 (2H, s, H-2); 4,49 (1H, s, Ha); 4,51 (1H, s, Hb); 8,00 (1H, dd, J = 1,5 e 7,3 Hz, H-2a) e 7,99 (1H, dd, J = 1,5 e 7,3 Hz, H-2a); 7,49 (1H, dd, J = 1,5 e 7,3 Hz, H3a) e 7,51 (1H, dd, J = 1,5 e 7,3 Hz, H-3a); 7,62 (1H, tt, J = 1,5 e 7,3 Hz, H-4a); 7,277,36 (2H, m, H-2’a); 7,27-7,36 (2H, m, H-3’a); 7,27-7,36 (1H, m, H-4’a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,0 (CH3); 26,0 (CH3); 26,5 (CH3); 26,6 (CH3); 105,0 (C-1’); 84,9 (C-2’); 74,7 (C-3’); 81,0 (C-4’); 73,0 (C-5’); 67,3 (C-6’); 111,6 (C-7’); 109,3 (C-8’); 43,4 (=NCH2Ph); 45,1 (C-2); 195,7 (C-3); 137,6 (C-1a); 127,3 ou 127,4 ou 128,4 ou 128,5 ou 128,7 ou 133,9 (C-2a); 127,3 ou 127,4 ou 128,4 ou 128,5 ou 128,7 ou 133,9 (C-3a); 127,3 ou 127,4 ou 128,4 ou 128,5 ou 128,7 ou 133,9 (C-4a); 135,9 (C-1’a); 127,3 ou 127,4 ou 128,4 ou 128,5 ou 128,7 ou 133,9 (C-2’a); 127,3 ou 127,4 ou 128,4 ou 128,5 ou 128,7 ou 133,9 (C-3’a); 127,3 ou 127,4 ou 128,4 ou 128,5 ou 128,7 ou 133,9 (C-4’a); 165,7 (C=O). 171 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.5. Procedimentos para obtenção dos álcoois derivados de carboidratos aminados 135a e 135b 7.5.1. Obtenção do 1-O-metil-2,3-O-isopropilideno-5-O-p-toluenossulfonil-βD-ribofuranose (133a)122 3' 2' H3C 1' 4' O S O 5 4 O 133a Em um balão de fundo redondo de 50 mL foram OCH3 O 3 2 O O 6 1 adicionados 4,5 g (2,20 mmols) do monoacetonídeo da ribose 10 e 8,5 mL de piridina seca. A mistura foi resfriada externamente através de banho de gelo e, em seguida, adicionou-se 5,3 g (2,70 mmols) de cloreto de p-toluenossulfonila. Manteve-se agitação sob temperatura ambiente e atmosfera de nitrogênio. A reação foi acompanhada por c.c.f.. Após 20 horas de reação, resfriou-se a mistura reacional e adicionou-se ao meio 2 mL de água destilada. Agitou-se por mais 30 minutos e em seguida adicionou-se 50 mL de diclorometano e lavou-se a fase orgânica com uma solução aquosa de HCl 50% (2 x 50 mL), com uma solução saturada de NaHCO3 (2 x 50 mL) e por fim com água gelada (1 x 50 mL). A fase orgânica foi seca com sulfato de sódio anidro e após filtração foi concentrada sob pressão reduzida. O produto 133a foi obtido como um sólido branco, com p.f. 84-85 °C (p.f. = 85-86 °C122), em 78% (6,15 g) de rendimento. A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 1358 e 1180 (bandas de estiramento assimétrica e simétrica do grupo SO2). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,29 (3H, s, CH3); 1,45 (3H, s, CH3); 2,46 (3H, s, ArCH3); 3,24 (3H, s, OCH3); 4,93 (1H, s, H-1); 4,53 (1H, d, J = 6,0 Hz, H-2); 4,60 (1H, dd, J = 0,3 e 5,7 Hz, H-3); 4,31 (1H, ddd, J = 0,6; 6,9 e 7,2 Hz, H-4); 4,02 (2H, dd, J = 1,5 e 7,5 Hz, H-5); 7,36 (2H, dd, J = 0,3 e 8,7 Hz, H-3’); 7,81 (2H, dd, J = 0,6 e 8,7 Hz, H-2’). RMN de 13 C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 21,5 (ArCH3); 24,7 (CH3); 26,2 (CH3); 54,9 (OCH3); 109,3 (C-1); 84,7 (C-2); 81,2 (C-3); 83,4 (C-4); 69,1 (C-5); 112,6 (C-6); 144,9 (C-1’); 127,8 (C-2’); 129,8 (C-3’); 132,6 (C-4’). 172 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.5.2. Obtenção do 1,2:3,4-di-O-isopropilideno-6-O-p-toluenossulfonil-α-Dgalactopiranose (133b) 3' 2' H3C 4' 133b 1' O O 7 5 1 6 S O O O 4 3 O 2 O O 8 Em um balão de fundo redondo foram adicionados 5,0 g (19,2 mmols) do diacetonídeo da galactose 11 e 30 mL de piridina seca. A seguir, resfriou-se o meio reacional através de banho de gelo e foram adicionados 11,1 g (58,2 mmols) de cloreto de ptoluenossulfonila. Após a adição, retirou-se o banho refrigerante e manteve-se a mistura reacional sob agitação magnética a temperatura ambiente e atmosfera inerte. Após 16 horas de reação acompanhada por c.c.f., foi adicionado ao meio gelo picado e também uma solução aquosa de HCl 50% até que o pH atingisse valor igual a 1. Em seguida, a mistura resultante foi extraída com diclorometano (2 x 100 mL) e a fase orgânica foi lavada com solução aquosa saturada de bicarbonato de sódio e depois com água destilada. A fase orgânica foi então seca com sulfato de sódio e após filtração foi concentrada sob pressão reduzida, obtendo-se um óleo amarelo claro. A adição de álcool isopropílico, levou a cristalização do produto 133b como de cristais brancos, em 75% (5,97 g) de rendimento, com p.f. 88-89 °C (p.f. 91-92 °C122). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 1355 e 1190 (bandas de estiramento assimétrica e simétrica do grupo SO2), 901 (S=O). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,52 (3H, s, CH3); 1,36 (3H, s, CH3); 1,33 (3H, s, CH3); 1,30 (3H, s, CH3); 2,46 (3H, s, ArCH3); 5,47 (1H, d, J = 5,1 Hz; H-1); 4,31 (1H, dd, J = 2,7 e 5,1 Hz, H-2); 4,60 (1H, dd, J = 2,7 e 7,8 Hz, H-3); 4,24-4,19 (1H, m, H-4); 4,24-4,19 (1H, m, H-5); 4,13-4,04 (2H, m, H-6); 7,82 (2H, dd, J = 1,5 e 6,6 Hz, H-1’); 7,35 (2H, dd, J = 0,6 e 8,7 Hz, H-2’). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,8 (CH3); 25,7 (CH3); 24,8 (CH3); 24,2 (CH3); 21,5 (ArCH3); 96,0 (C-1); 70,4 (C-2, C-3 ou C-4); 70,3 (C-2, C-3 ou C-4); 70,2 (C-2, C-3 ou C-4); 65,8 (C-5); 68,1 (C-6); 109,4 (C-7); 108,8 (C-8); 144,6 (C-1’); 129,6 ou 128,0 (C-2’); 129,6 ou 128,0 (C-3’); 132,7 (C-4’). 173 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.5.3. Obtenção do 1-O-metil-5-azido-5-desóxi-2,3-O-isopropilideno-β-Dribofuranose (134a) 5 N3 OCH3 O 4 1 3 2 O O 134a Em um balão bitubulado de fundo redondo de 25 mL, foram adicionadas 700 mg de 133a (1,96 mmols), 7 mL de DMF e 2,55 g de azida sódica (39,2 mmols). A mistura foi mantida sob agitação magnética e atmosfera inerte, à uma temperatura de 120 6 o C durante 13 horas. Em seguida, filtrou-se e o sólido foi lavado com acetona. A solução foi concentrada sob pressão reduzida e o óleo resultante foi cromatografado em coluna de gel de sílica do tipo “flash” usando hexano/acetato de etila (9:1) como eluente. O derivado da ribose 134a foi obtido na forma de um óleo amarelo, com 75% de rendimento (336 mg)122. A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 2110 (N3), 1355 e 1382 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,35 (3H, s, CH3); 1,52 (3H, s, CH3); 3,41 (3H, s, OCH3); 5,03 (1H, s, H-1); 4,64 (1H, s, H-2’); 4,64 (1H, s, H-3’); 4,34 (1H, td, J = 0,6 e 7,5 Hz, H-4’); 3,30 (1H, dd, J = 6,9 e 12,5 Hz, H5), 3,48 (1H, dd, J = 6,9 e 12,5 Hz, H5’). RMN de 13 C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,8 (CH3); 26,3 (CH3); 55,1 (OCH3); 109,7 (C-1’); 85,0 (C-2’ ou C-4’); 81,9 (C-3’); 85,3 (C-2’ ou C-4’); 53,7 (C5’); 112,6 (C6’). 7.5.4. Obtenção do 1,2:3,4-di-O-isopropilideno-6-azido-6-desóxi-α-D- 123 galactopiranose (134b) N3 O 7 1 O O 4 3 2 O O 8 134b 6 5 A uma solução de 2,0 g (4,8 mmols) do tosilato 133b em DMF (20 mL) foram adicionados 2,18 g (33,6 mmols) de azida de sódio. Manteve-se a mistura reacional sob agitação magnética à temperatura de 110 ºC. Após 40 horas de reação, acompanhada por c.c.f., adicionou-se 20 mL de água destilada ao meio reacional e em seguida a mistura foi extraída com acetato de etila. A fase orgânica foi seca com sulfato de sódio 174 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva anidro e após filtração foi concentrada em evaporador rotatório. O óleo resultante foi cromatografado em coluna de gel de sílica do tipo “flash” utilizando-se gradiente hexano/acetato de etila (9:1) como eluente. O produto 134b foi obtido na forma de um óleo amarelo claro com 85% de rendimento (1,10 g). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 2104 (N3). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,34 (3H, s, CH3); 1,35 (3H, s, CH3); 1,46 (3H, s, CH3); 1,55 (3H, s, CH3); 5,56 (1H, d, J = 5,1 Hz, H-1); 4,35 (1H, dd, J = 2,4 e 5,1 Hz, H-2); 4,65 (1H, dd, J = 2,4 e 7,8 Hz, H-3); 4,21 (1H, dd, J = 2,1 e 7,8 Hz, H-4); 3,93 (1H, ddd, J = 1,8, 5,4 e 7,8 Hz, H-5); 3,53 (1H, dd, J = 7,8 e 12,6 Hz, H-6); 3,38 (1H, dd, J= 5,4 e 12,9 Hz, H-6’). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,9 (CH3); 25,8 (CH3); 24,8 (CH3); 24,3 (CH3); 96,2 (C-1); 71,0 (C-2, C-3 ou C-4); 70,7 (C-2, C-3 ou C-4); 70,3 (C-2, C-3 ou C-4); 66,9 (C-5); 50,5 (C-6); 109,5 (C-7); e 108,7 (C-8). 7.5.5. Obtenção do 1-O-metil-5-amino-5-desóxi-2,3-O-isopropilideno-β-D125 ribofuranosídeo (135a) 5 H2N OCH3 O 4 135a 3 2 O O 6 1 Em um balão bitubulado de fundo redondo de 25 mL contendo uma solução de 134a (0,224 g; 0,978 mmol) em 4 mL de THF foi adicionada 0,352 g de trifenilfosfina (5,415 mmols) e 0,4 mL de água. A mistura foi mantida sob agitação magnética, em atmosfera inerte à temperatura de 80 oC. A reação foi acompanhada por c.c.f. e após 7 horas o solvente foi evaporado sob pressão reduzida e o óleo resultante foi cromatografado em uma coluna de gel de sílica do tipo “flash”, usando-se uma mistura de hexano/acetato de etila (6:4) como eluente para remoção da trifenilfosfina. Logo após, o produto foi removido da coluna eluindo-se com acetato de etila puro. Obteve-se o produto 135a como óleo amarelo, com 90% de rendimento (177 mg). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 3300 (deformação axial N-H), 1355 e 1382 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). 175 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 1,73 (2H, sl, NH2); 3,37 (3H, s, OCH3); 4,97 (1H, s, H-1); 4,59 (1H, d, J = 6,0 Hz, H-2); 4,62 (1H, dd, J = 0,9 e 6,2 Hz, H-3); 4,17 (1H, td, J = 0,9 e 7,2 Hz, H-4); 2,81 (2H, dd, J = 0,9 e 7,1, H-5). RMN de 13 C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,7 (CH3); 26,2 (CH3); 54,9 (OCH3); 109,3 (C-1); 85,2 (C-2’); 81,9 (C-3); 88,4 (C-4); 45,2 (C-5); 112,1 (C-6). 7.5.6. Obtenção de 1,2:3,4-di-O-isopropilideno-6-amino-6-desóxi-α-D- galactopiranose (135b)125 O 7 5 1 6 H2N O O 4 O3 2 O 8 135b Em um balão bitubulado de fundo redondo, de 25 mL, contendo uma solução de 134b (0,351 g; 1,0 mmol) em 4 mL de THF foi adicionada 0,352 g de trifenilfosfina (5,415 mmols) e 0,4 mL de água. A mistura foi mantida sob agitação magnética e atmosfera inerte, à uma temperatura de 80 oC. A reação foi acompanhada por c.c.f.. Após 10 horas, o solvente foi evaporado sob pressão reduzida e o óleo resultante foi cromatografado em uma coluna de silicagel do tipo flash, usando-se uma mistura de hexano/acetato de etila (6:4) como eluente inicialmente para a remoção da trifenilfosfina, e logo a seguir eluiuse com acetato de etila puro para o isolamento do produto. Obteve-se o produto 135a como um óleo amarelo, com 90% de rendimento (287 mg). A substância foi analisada por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. IV νmax (cm-1, filme): 3317 (deformação axial N-H), 1382 e 1374 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,33 (3H, s, CH3); 1,35 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 1,57 (3H, s, CH3); 1,70 (2H, sl, NH2); 5,54 (1H, d, J = 5,1 Hz, H-1); 4,33 (1H, dd, J = 2,4 e 5,1 Hz, H-2); 4,67 (1H, dd, J = 2,4 e 7,8 Hz, H-3); 4,22 (1H, dd, J = 2,1 e 7,8 Hz, H-4); 3,91 (1H, ddd, J = 1,8, 5,4 e 7,8 Hz, H-5); 3,50 (1H, dd, J = 7,8 e 12,6 Hz, H-6); 3,35 (1H, dd, J= 5,4 e 12,9 Hz, H-6’). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,2 (CH3); 24,8 (CH3); 25,7 (CH3); 25,9 (CH3); 96,0 (C-1); 71,1 (C-2, C-3 ou C-4); 70,7 (C-2, C-3 ou C-4); 70,3 (C-2, C-3 ou C-4); 66,8 (C-5); 50,3 (C-6); 109,6 (C-7); e 108,9 (C-8). 176 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.6. Procedimento geral para reação de obtenção dos β-enaminoésteres (101a-b) 113 derivados de carboidratos Em um balão de fundo redondo de 50 mL contendo 4 mmols do amino derivado de carboidrato, 135a ou 135b, a argila em quantidade correspondente a 20 % p/p em relação ao carboidrato e 20 mL de tolueno, adicionou-se 6 mmols (0,76 mL) de acetoacetato de etila (97). O sistema foi submetido a agitação magnética por 24 h. Em seguida, filtrou-se a mistura e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida, resultando em um óleo que foi cromatografado em coluna de gel de sílica sendo eluída com uma mistura de hexano/trietilamina com gradiente de 98:2 até 95:5. Os β-enaminoésteres 101a e 101b foram analisados por medida de rotação ótica específica, por espectrometria de massas, por espectroscopia de RMN de 1 H e de 13 C e de infravermelho. 7.6.1. Obtenção do 3-[5-(1-O-metil-2,3-O-isopropilideno)-5-desóxi-β-D- ribofuranosilamino]-but-2-enoato de etila (101a) 4 2 3H N 4' O O Óleo amarelo 5' O 3' 2' O OCH3 1' IV νmax (cm-1, filme): 1652 (C=O), 1608 (C=C). O 6' [α] D20 + 24 (c 1.5, CH2Cl2). 101a RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 5,00 (1H, s, H-1’); 4,60 (1H, d, J = 6,6 Hz, H-2’); 4,63 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-3’); 4,27 (1H, dt, J = 0,7 e 7,1 Hz, H-4’); 3,31 (1H, dd, J = 2,7 e 5,4 Hz, H-5’); 3,34 (1H, dd, J = 2,9 e 5,6 Hz, H-5”); 3,39 (3H, s, OCH3); 4,50 (1H, s, H-2); 1,93 (3H, s, H-4); 4,09 (2H, dq, J = 0,7 e 7,1 Hz, CH2CH3); 1,24 (3H, t, J = 7,1 Hz, CH2CH3); 8,77 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,9 (CH3); 26,2 (CH3); 109,4 (C-1’); 85,5 (C-2’); 81,8 (C-3’); 85,1 (C-4’); 46,1 (C-5’); 112,4 (C-6’); 55,1 (OCH3); 58,2 (CH2CH3); 14,4 (CH2CH3); 83,3 (C-2); 160,6 (C-3); 19,3 (C-4); 170,2 (C=O). E.M. m/z (intensidade relativa %): 315 (100), 300 (M+. – 15, 22), 284 (15), 270 (31), 238 (13), 226 (36), 171 (13), 142 (34), 96 (15). Calculado para C15H25NO6: 315,1682. Encontrado: 315,1742 (para M+·). 177 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.6.2. Obtenção do 3-[6-(1,2:3,4-di-O-isopropilideno)-6-desóxi-α-D- galactopiranosilamino]-but-2-enoato de etila (101b) O 7' H 6' 5' 1' N O O 4' 3' 2' O OO 8' 101b 4 3 2 O Óleo amarelo [α] D20 - 57 (c 1.5, CH2Cl2). IV νmax (cm-1, filme): 1687 (C=O), 1653 (C=C). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,33 (3H, s, CH3); 1,35 (3H, s, CH3); 1,45 (3H, s, CH3); 1,53 (3H, s, CH3); 5,53 (1H, d, J = 4,9 Hz, H-1’); 4,31 (1H, dd, J = 2,4 e 5,2 Hz, H-2’); 4,62 (1H, dd, J = 2,4 e 7,9 Hz, H-3’); 4,24 (1H, dd, J = 1,8 e 7,9 Hz, H-4’); 3,81-3,85 (1H, m, H5’); 3,44-3,48 (1H, m, H-6’); 3,44-3,48 (1H, m, H-6”); 4,46 (1H, s, H-2); 1,96 (3H, s, H-4); 4,09 (2H, q, J = 7,1 Hz, CH2CH3); 1,24 (3H, t, J = 7,1 Hz, CH2CH3); 8,61 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,2 (CH3); 24,7 (CH3); 25,8 (CH3); 25,9 (CH3); 96,1 (C-1’); 70,3 (C-2’); 70,5 (C-3’); 70,6 (C-4’); 66,9 (C-5’); 42,7 (C-6’); 109,2 (C-7’); 108,5 (C-8’); 58,1 (CH2CH3); 14,4 (CH2CH3); 82,9 (C-2); 161,5 (C-3); 19,2 (C-4); 170,2 (C=O). E.M. m/z (intensidade relativa %): 371 (8), 245 (66), 192 (33), 191 (19), 190 (11), 187 (10), 175 (12), 174 (95), 173 (78), 172 (16), 169 (13), 147 (22), 146 (25), 144 (12), 127 (14), 113 (22), 100 (30), 99 (11), 91 (100), 85 (24), 81 (21), 71 (14), 69 (19), 59 (32). Calculado para C18H29NO7: 371,1944. Encontrado: 371,1929 (para M+·). 7.7. Procedimento geral para reação de obtenção dos β-aminoésteres derivados de carboidratos (102a-u e 103a-b)54 Um balão tritubulado munido de condensador de ar, equipado com um borbulhador, e um adicionador de sólido contendo hidreto de sódio e boro, foi flambado sob atmosfera de argônio. Adicionou-se em seguida 5 mL (90 mmols) de ácido acético glacial ou 1,10 g (9 mmols) de ácido benzóico dissolvido em acetonitrila seca. Em seguida, o sistema foi resfriado externamente através de banho de gelo e água até 10 ºC, e pequenas porções de NaBH4 (342 mg, 9 mmols) foram adicionados durante 30 minutos, mantendo-se a temperatura do meio em aproximadamente 10 ºC. Cessada a 178 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva evolução de gás hidrogênio, que ocorreu em cerva de 1 hora, adicionou-se 2 mL de acetonitrila seca e deixou-se a temperatura do sistema a 0 ºC (banho de gelo). Em seguida, adicionou-se 3 mmols do β-enaminoéster (100a-u ou 101a-b) dissolvido em 3 mL de acetonitrila seca. Manteve-se o sistema sob agitação magnética, a 0 ºC. A reação foi acompanhada por c.c.f., e após 4-8 horas o meio foi então neutralizado com solução aquosa saturada de bicarbonato de sódio e a mistura foi extraída com clorofórmio (3 x 30 mL). As fases orgânicas foram combinadas e lavadas com uma solução aquosa de NaHCO3 saturada (2 x 30 mL) e com água destilada (2 x 30 mL). Secou-se com sulfato de magnésio anidro, filtrou-se e o solvente foi evaporado sob pressão reduzida em evaporador rotatório, obtendo-se os β-aminoésteres 102a-u e 103a-b como um óleo amarelo claro. Os β-aminoésteres (102a-u e 103a-b) foram analisados por espectrometria de massas, por espectroscopia de RMN de 1 H e de 13 C e de infravermelho. 7.7.1. Obtenção do 3-Benzilaminobutanoato de 5-(1-O-metil-2,3-O- isopropilideno)-β-D-ribofuranose (102a) 2a 3a Ha IV νmax (cm-1, filme): 1737 (C=O), 1382 e Hb 1a NH 4a 4 3 2 102a O 1374 (estiramentos de ligações C-H de metilas 5' O 4' O 3' 2' O O 6' OCH3 1' geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,31 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 4,97 (1H, s, H-1’); 5,08 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-2’); 4,64 (1H, dd, J = 0,7 e 6,1 Hz, H-3’) e 4,62 (1H, dd, J = 0,7 e 6,1 Hz, H-3’); 4,35 (1H, dt, J = 1,0 e 7,1 Hz, H-4’); 4,09 (1H, dd, J = 7,1 e 11,2 Hz, H-5’); 4,14 (1H, dd, J = 7,1 e 11,2 Hz, H-5”); 3,30 (3H, s, OCH3); 2,55 (1H, dd, J = 6,8 e 15,4 Hz, H-2b) e 2,56 (1H, dd, J = 6,8 e 15,4 Hz, H-2b); 2,44 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2c) e 2,45 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2c); 1,20 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4); 3,87 (1H, d, J = 12,9 Hz, Ha); 3,78 (1H, d, J = 12,9 Hz, Hb); 7,22-7,37 (2H, m, H-2a); 7,22-7,37 (2H, m, H-3a); 7,22-7,37 (1H, m, H-4a); 2,29 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,7 (CH3); 26,2 (CH3); 109,1 (C-1’); 84,9 (C-2’); 81,6 (C-3’); 83,9 e 83,9 (C-4’); 64,3 e 64,3 (C-5’); 112,3 (C-6’); 54,6 (OCH3); 41,2 (NHCH2Ph); 50,8 e 50,8 (C-2); 49,4 e 49,4 (C-3); 20,1 (C-4); 139,9 (C- 179 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 1a); 126,7 ou 127,8 e 127,9 ou 128,1 (C-2a); 126,7 ou 127,8 e 127,9 ou 128,1 (C-3a); 126,7 ou 127,8 e 127,9 ou 128,1 (C-4a); 171,5 (C=O). E.M. m/z (intensidade relativa %): 379 (8), 364 (M+·-15, 1), 134 (100), 106 (62), 91 (51). Calculado para C20H29NO6: 379,1995. Encontrado: 379,2025 (para M+·). 7.7.2. Obtenção do 3-Benzilaminobutanoato de 6-(1,2:3,4-di-O- isopropilideno)-α-D-galactopiranose (102b) O 7' 5' 3 2 6' 1' O 4a O O 4' 3' 1a O 2' NH O 3a O 8' 2a Ha Hb 4 102b IV νmax (cm-1, filme): 1650 (C=O), 1607 (C=C). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,31 (3H, s, CH3) e 1,32 (3H, s, CH3); 1,34 (3H, s, CH3) e 1,34 (3H, s, CH3); 1,45 (3H, s, CH3) e 1,46 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3) e 1,54 (3H, s, CH3); 5,52 (1H, d, J = 4,9 Hz, H-1’) e 5,57 (1H, d, J = 4,9 Hz, H-1’); 4,32 (1H, dd, J = 2,4 e 5,1 Hz, H-2’) e 4,34 (1H, dd, J = 2,4 e 5,1 Hz, H-2’); 4,60 (1H, dd, J = 2,4 e 7,8 Hz, H-3’) e 4,62 (1H, dd, J = 2,4 e 7,8 Hz, H-3’); 4,28 (1H, dd, J = 1,7 e 7,8 Hz, H-4’); 4,03 (1H, ddd, J = 1,7; 5,6 e 7,3 Hz, H-5’); 4,20-4,24 (1H, m, H-6’); 3,86 (1H, dd, J = 7,1 e 14,4 Hz, H-6”); 2,46 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2b) e 2,47 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2b); 2,57 (1H, dd, J = 6,8 e 15,4 Hz, H-2c) e 2,58 (1H, dd, J = 6,8 e 15,4 Hz, H-2c); 3,18 (1H, sext, J = 6,6 Hz, H-3) e 3,19 (1H, sext, J = 6,6 Hz, H-3); 1,19 (3H, d, J = 6,6 Hz, H-4); 3,75 (1H, d, J = 14,4 Hz, Ha) e 3,77 (1H, d, J = 14,4 Hz, Ha); 3,85 (1H, d, J = 14,4 Hz, Hb); 7,22-7,36 (2H, m, H-2a); 7,22-7,36 (2H, m, H-3a); 7,22-7,36 (1H, m, H-4a); 2,16 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,1 e 24,3 (CH3); 24,7 e 24,8 (CH3); 25,7 e 25,8 (CH3); 25,9 e 25,9 (CH3); 96,1 e 96,2 (C-1’); 70,2 e 70,4 (C-2’); 70,5 e 70,6 (C-3’); 70,8 e 71,4 (C-4’); 67,9 (C-5’); 62,1 (C-6’); 109,5 (C-7’); 108,5 e 108,6 (C-8’); 41,0 e 41,1 (NHCH2Ph); 50,8 e 53,3 (C-2); 49,5 (C-3); 20,0 e 20,1 (C-4); 139,9 (C-1a); 126,8 ou 128,0 ou 128,2 e 128,3 (C-2a); 126,8 ou 128,0 ou 128,2 e 128,3 (C-3a); 126,8 ou 128,0 ou 128,2 e 128,3 (C-4a); 172,0 (C=O). 180 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.7.3. Obtenção do 3-Benzilaminobutanoato de 3-(1,2:5,6-di-O- isopropilideno)-α-D-glicofuranose (102c) Hb O 6'O 8' O O 5' O 4' 2' 3' 3a HN 1a 2 IV νmax (cm-1, filme): 1743 (C=O), 1373 e 1374 Ha 2a 4a 3 4 dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,25 1' O O 7' (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais 102c (3H, s, CH3) e 1,26 (3H, s, CH3); 1,29 (3H, s, CH3); 1,38 (3H, s, CH3); 1,51 (3H, s, CH3); 5,80 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’) e 5,81 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,46 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’) e 4,49 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’); 5,27 (1H, sl, H-3’); 4,16-4,20 (1H, m, H-4’); 3,98-4,09 (1H, m, H-5’); 4,16-4,20 (1H, m, H-6’); 3,98-4,09 (1H, m, H-6”); 2,44 (1H, dd, J = 5,9 e 14,9 Hz, H-2b); 2,54 (1H, dd, J = 6,8 e 14,9 Hz, H-2c) e 2,55 (1H, dd, J = 6,8 e 14,9Hz, H-2c); 3,20 (1H, sext, J = 6,3 Hz, H-3); 1,18 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4) e 1,19 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4); 3,75 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha) e 3,74 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha); 3,84 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb) e 3,85 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb); 7,23-7,33 (2H, m, H-2a); 7,23-7,33 (2H, m, H-3a); 7,23-7,33 (1H, m, H-4a); 1,99 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,9 e 25,0 (CH3); 26,0 (CH3); 26,6 (CH3); 26,7 (CH3); 104,9 (C-1’); 83,2 (C-2’); 75,8 e 75,9 (C-3’); 79,6 e 79,7 (C-4’); 72,2 (C-5’); 67,1 (C-6’); 112,1 (C-7’); 109,2 (C-8’); 50,8 (NHCH2Ph); 41,3 e 41,4 (C2); 49,5 e 49,8 (C-3); 20,1 e 20,2 (C-4); 139,8 e 139,9 (C-1a); 126,9 ou 127,9 e 128,0 ou 128,3 (C-2a); 126,9 ou 127,9 e 128,0 ou 128,3 (C-3a); 126,9 ou 127,9 e 128,0 ou 128,3 (C-4a); 170,6 e 170,8 (C=O). 181 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.7.4. Obtenção do 3-Benzilaminobutanoato de 1-(2,3:4,5-di-O- isopropilideno)-β-D-frutopiranose (102d) O 7' 2 4 6' 2' 3 4a O O O 5' 1' 4' 1a 3' O O HN 3a O 8' 2a Hb Ha 102d IV νmax (cm-1, filme): 1741 (C=O). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,33 (3H, s, CH3) e 1,34 (3H, s, CH3); 1,37 (3H, s, CH3) e 1,38 (3H, s, CH3); 1,47 (3H, s, CH3) e 1,48 (3H, s, CH3); 1,52 (3H, s, CH3) e 1,53 (3H, s, CH3); 4,04 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1’) e 4,05 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1’); 4,40 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1”) e 4,41 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1”); 4,27 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’) e 4,28 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’); 4,59 (1H, dd, J = 2,7 e 7,8 Hz, H-4’); 4,23 (1H, dd, J = 1,2 e 7,8 Hz, H-5’); 3,79 (1H, d, J = 12,9 Hz, H-6’); 3,89 (1H, d, J = 12,9 Hz, H-6”) e 3,90 (1H, d, J = 12,9 Hz, H-6”); 2,44 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2b) e 2,45 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2b); 2,56 (1H, dd, J = 6,8 e 15,4 Hz, H-2c) e 2,57 (1H, dd, J = 6,8 e 15,4 Hz, H-2c); 3,20 (1H, sext, J = 6,6 Hz, H-3) e 3,21 (1H, sext, J = 6,6 Hz, H-3); 1,16 (3H, d, J = 6,3, H-4) e 1,17 (3H, d, J = 6,3, H-4); 3,74 (1H, d, J = 12,9 Hz, Ha) e 3,75 (1H, d, J = 12,9 Hz, Ha); 3,82 (1H, d, J = 12,9 Hz, Hb) e 3,84 (1H, d, J = 12,9 Hz, Hb); 7,21-7,33 (2H, m, H-2a); 7,21-7,33 (2H, m, H-3a); 7,21-7,33 (1H, m, H-4a); 1,98 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 23,9 (CH3); 25,0 e 25,1 (CH3); 25,7 (CH3); 26,2 e 26,3 (CH3); 65,1 (C-1’); 101,3 (C-2’); 70,3 e 70,4 (C-3’); 69,8 (C-4’); 70,6 (C-5’); 61,1 (C-6’); 108,9 (C-7’); 108,5 (C-8’); 41,1 e 41,2 (NHCH2Ph); 51,0 (C2); 49,4 (C-3); 20,2 e 20,2 (C-4); 139,9 (C-1a); 126,8 ou 128,0 ou 128,3 (C-2a); 126,8 ou 128,0 ou 128,3 (C-3a); 126,8 ou 128,0 ou 128,3 (C-4a); 171,4 (C=O). 182 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.7.5. Obtenção do 3-Benzilaminobutanoato de 3-(1,2:4,5-di-O- isopropilideno)-β-D-frutopiranose (102e) 7' O 2' O O O 1' 5' 4' 3' 2 O O 3 4 8' O HN 1a 4a Ha 102e Hb 2a 3a 6' IV νmax (cm-1, filme): 1739 (C=O), 1373 e 1374 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,34 (3H, s, CH3); 1,36 (3H, s, CH3) e 1,38 (3H, s, CH3); 1,47 (3H, s, CH3); 1,53 (3H, s, CH3); 3,87 (1H, d, J = 9,3 Hz, H- 1’); 3,95 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1”); 5,14 (1H, d, J = 7,8 Hz, H-3’) e 5,15 (1H, d, J = 7,8 Hz, H-3’); 4,27 (1H, dd, J = 5,4 e 7,8 Hz, H-4’) e 4,28 (1H, dd, J = 5,4 e 7,8 Hz, H-4’); 4,22 (1H, dd, J = 2,7 e 5,4 Hz, H-5’); 4,10-4,12 (1H, m, H-6’); 4,10-4,12 (1H, m, H-6”); 2,48 (1H, dd, J = 6,3 e 15,2 Hz, H-2b) e 2,53 (1H, dd, J = 6,3 e 15,2 Hz, H-2b); 2,62 (1H, dd, J = 6,6 e 15,2 Hz, H-2c) e 2,67 (1H, dd, J = 6,3 e 15,2 Hz, H-2c) 3,24 (1H, sext, J = 6,6 Hz, H-3); 1,21 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4) e 1,22 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4); 3,78 (1H, d, J = 12,7 Hz, Ha) e 3,79 (1H, d, J = 12,7 Hz, Ha); 3,85 (1H, d, J = 12,7Hz, Hb); 7,25-7,37 (2H, m, H-2a); 7,25-7,37 (2H, m, H-3a); 7,25-7,37 (1H, m, H-4a); 2,00 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,9 e 26,0 (CH3); 26,1 e 26,1 (CH3); 26,2 (CH3); 27,6 (CH3); 71,6 e 71,7 (C-1’); 103,5 (C-2’); 70,1 (C-3’); 74,6 (C-4’); 73,5 (C-5’); 60,3 e 60,4 (C-6’); 111,8 (C-7’); 109,5 (C-8’); 50,8 e 50,9 (NHCH2Ph); 41,5 (C2); 49,6 e 49,7 (C-3); 20,3 e 20,3 (C-4); 140,0 (C-1a); 126,8 ou 128,0 ou 128,2 (C-2a); 126,8 ou 128,0 ou 128,2 (C-3a); 126,8 ou 128,0 ou 128,2 (C-4a); 171,6 (C=O). 183 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.7.6. Obtenção do 3-Benzilaminobutanoato de 3-(1,2:5,6-di-O- isopropilideno)-α-D-alofuranose (102f) 6' 8' O O 5' 4' 4 3 2 4a 1a 3a 2a NH Ha Hb IV νmax (cm-1, filme): 1740 (C=O). O 3' 2' O O 1' RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,28 (3H, O 7' s, CH3) e 1,29 (3H, s, CH3); 1,31 (3H, s, CH3) e 1,33 O 102f (3H, s, CH3); 1,39 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3) e (3H, s, CH3); 5,82 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,82 (1H, dd, J = 3,7 e 4,8 Hz, H-2’) e 4,88 (1H, dd, J = 3,7 e 4,8 Hz, H-2’); 4,86 (1H, dd, J = 4,4 e 8,3 Hz, H-3’); 4,13 (1H, dd, J = 4,4 e 8,3 Hz, H-4’); 4,29 (1H, ddd, J = 4,4; 5,6 e 6,8 Hz, H-5’); 4,05 (1H, dd, J = 6,8 e 8,3 Hz, H-6’) e 4,06 (1H, dd, J = 6,8 e 8,3 Hz, H-6’); 3,88 (1H, dd, J = 5,6 e 8,3 Hz, H-6”) e 3,89 (1H, dd, J = 5,6 e 8,3 Hz, H-6”); 2,51 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2b); 2,61 (1H, dd, J = 6,8 e 15,4 Hz, H-2c); 3,25 (1H, sext, J = 6,6 Hz, H-3); 1,23 (3H, d, J = 6,6 Hz, H-4) e 1,24 (3H, d, J = 6,6 Hz, H-4); 3,81 (1H, d, J = 12,9 Hz, Ha) e 3,88 (1H, d, J = 12,9 Hz, Hb); 7,23-7,39 (2H, m, H-2a); 7,23-7,39 (2H, m, H-3a); 7,23-7,39 (1H, m, H-4a); 2,35 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,7 e 24,8 (CH3); 26,0 (CH3); 26,4 e 26,4 (CH3); 26,4 e 26,4 (CH3); 103,9 e 104,0 (C-1’); 77,4 (C-2’); 72,5 e 72,6 (C-3’); 77,3 (C-4’); 74,7 e 74,8 (C-5’); 65,4 e 65,5 (C-6’); 112,9 (C-7’); 109,8 (C-8’); 50,7 (NHCH2Ph); 40,8 e 41,0 (C-2); 49,4 e 49,6 (C-3); 20,0 e 20,2 (C-4); 139,9 (C-1a); 126,8 ou 128,0 ou 128,2 (C-2a); 126,8 ou 128,0 ou 128,2 (C-3a); 126,8 ou 128,0 ou 128,2 (C-4a); 171,0 e 171,1 (C=O). 184 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.7.7. Obtenção do 3-Benzilaminobutanoato de 5-(3-O-benzil-1,2-Oisopropilideno)-α-D-xilofuranose (102g) 4'a 2a 3a Ha 3'a Hb 1a NH 4a 4 3 2 102g O O 5' O O 4' 2'a 1'a 6' RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1' O O 7' J = 3,7 Hz, H-1’); 4,62 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-2’); 2' 3' IV νmax (cm-1, filme): 1734 (C=O). 1,32 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 5,95 (1H, d, 3,95 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’); 4,33-4,38 (1H, m, H-4’); 4,33-4,38 (1H, m, H-5’); 4,33-4,38 (1H, m, H-5”); 4,47 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6’); 4,67 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6”); 2,40 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2b) e 2,41 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2b); 2,52 (1H, dd, J = 6,8 e 15,4 Hz, H-2c) e 2,53 (1H, dd, J = 6,8 e 15,4 Hz, H-2c); 3,16 (1H, sext, J = 6,3 Hz, H3); 1,16 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4); 3,83 (1H, d, J = 12,9 Hz, Ha) e 3,84 (1H, d, J = 12,9 Hz, Ha); 3,74 (1H, d, J = 12,9 Hz, Hb) e 3,75 (1H, d, J = 12,9 Hz, Hb); 7,20-7,38 (2H, m, H-2a); 7,20-7,38 (2H, m, H-3a); 7,20-7,38 (1H, m, H-4a); 7,20-7,38 (2H, m, H-2’a); 7,20-7,38 (2H, m, H-3’a); 7,20-7,38 (1H, m, H-4’a); 2,01 (1H, sl, NH). RMN de 13C (75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,5 (CH3); 27,1 (CH3); 105,5 (C-1’); 82,3 (C-2’); 81,8 e 81,9 (C-3’); 78,3 (C-4’); 62,5 (C-5’); 72,1 (C-6’); 112,1 (C-7’); 41,6 (NHCH2Ph); 51,3 e 51,4 (C-2); 49,8 e 49,9 (C-3); 20,6 (C-4); 140,5 (C-1a); 127,2 e 127,2 ou 127,9 e 128,0 ou 128,3 e 128,4 ou 128,4 e 128,4 ou 128,6 e 128,7 ou 128,8 e 128,9 (C-2a); 127,2 e 127,2 ou 127,9 e 128,0 ou 128,3 e 128,4 ou 128,4 e 128,4 ou 128,6 e 128,7 ou 128,8 e 128,9 (C-3a); 127,2 e 127,2 ou 127,9 e 128,0 ou 128,3 e 128,4 ou 128,4 e 128,4 ou 128,6 e 128,7 ou 128,8 e 128,9 (C-4a); 137,4 (C-1’a); 127,2 e 127,2 ou 127,9 e 128,0 ou 128,3 e 128,4 ou 128,4 e 128,4 ou 128,6 e 128,7 ou 128,8 e 128,9 (C-2’a); 127,2 e 127,2 ou 127,9 e 128,0 ou 128,3 e 128,4 ou 128,4 e 128,4 ou 128,6 e 128,7 ou 128,8 e 128,9 (C-3’a); 127,2 e 127,2 ou 127,9 e 128,0 ou 128,3 e 128,4 ou 128,4 e 128,4 ou 128,6 e 128,7 ou 128,8 e 128,9 (C-4’a); 172,3 (C=O). E.M. m/z (intensidade relativa %): 454 (3, M+·-1), 134 (43), 106 (55), 91 (100). Calculado para C26H33NO6: 455,2308 e C26H31NO6+·: 454,2230. Encontrado: 454,2077 (para M+·-1). 185 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.7.8. Obtenção do 3-Benzilaminobutanoato de 5-(3-O-metil-1,2-O- isopropilideno)-α-D-xilofuranose (102h) Ha 2a Hb 3a 1a 4a IV νmax (cm-1, filme): 1733 (C=O). NH O 4 3 2 5' OCH3 O O 4' 2' 3' 102h 1' O O 6' RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,33 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 5,92 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,59 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-2’); 3,73 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’); 4,33-4,41 (1H, m, H-4’); 4,33-4,41 (1H, m, H-5’); 4,23 (1H, dd, J = 8,5 e 12,7 Hz, H-5”); 3,37 (3H, s, OCH3) e 3,38 (3H, s, OCH3); 2,44 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2b) e 2,45 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2b); 2,55 (1H, dd, J = 6,8 e 15,4 Hz, H-2c) e 2,56 (1H, dd, J = 6,8 e 15,4 Hz, H-2c); 3,17 (1H, sext, J = 6,3 Hz, H-3) e 3,18 (1H, sext, J = 6,3 Hz, H-3); 1,17 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4); 3,84 (1H, d, J = 12,9 Hz, Ha); 3,76 (1H, d, J = 12,9 Hz, Hb); 7,21-7,33 (2H, m, H-2a); 7,21-7,33 (2H, m, H-3a); 7,21-7,33 (1H, m, H-4a); 1,97 (1H, sl, NH). RMN de 13C (75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,1 (CH3); 26,7 (CH3); 105,1 (C-1’); 84,1 (C-2’); 81,3 (C-3’); 77,8 (C-4’); 62,2 (C-5’); 111,6 (C-6’); 40,9 e 41,0 (NHCH2Ph); 50,7 e 50,8 (C-2); 49,5 (C-3); 19,9 e 20,0 (C-4); 139,4 (C-1a); 126,9 e 127,0 ou 128,3 e 128,4 ou 128,1 (C-2a); 126,9 e 127,0 ou 128,3 e 128,4 ou 128,1 (C-3a); 126,9 e 127,0 ou 128,3 e 128,4 ou 128,1 (C-4a); 171,9 (C=O). 7.7.9. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-propionato de 4-(1-metil-2,3,6-triO-benzil)-α-D-glicopiranose (102i) 4a 3a 2a 1a 3'a 4'a 2'a NH 1'a O O 4 3 7' 6' 5' O 2 O 1' O 2' 1'b 3' O OCH3 8' 4'b 9' 2'b 1'c 3'b 2'c 102i 4'c 3'c RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 3,40 (3H, s, OCH3) e 3,41 (3H, s, OCH3); 4,61 (1H, d, J = 3,6 Hz, H-1’); 3,58 (1H, dd, J = 3,6 e 9,5 Hz, H-2’) e 3,59 (1H, dd, J = 3,6 e 9,5 Hz, H-2’); 3,91 (1H, t, 9,5 Hz, H-3’) e 3,92 (1H, t, 9,5 Hz, H-3’); 5,05 (1H, dd, J = 9,5 e 10,3 Hz, H-4’) e 5,06 (1H, dd, J = 9,5 e 10,3 Hz, H-4’); 3,80 (1H, ddd, J = 2,7; 5,1 e 10,3 Hz, H-5’); ,43 (1H, dd, J = 5,8 e 10,5 Hz, H-6’); 3,50 (1H, dd, J = 2,7 e 10,5 Hz, H-6”); 4,62 1H, d, J = 12,0 Hz, H-7’) ou 4,77 (1H, d, J = 12,0 Hz, 186 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva H-7’) e 4,78 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-7’) ou 4,87 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-7’) e 4,90 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-7’); 4,41 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-7”) e 4,43 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-7”) ou 4,48 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-7”) e 4,46 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-7”) ou 4,63 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-7”) e 4,61 1H, d, J = 11,5 Hz, H-7”); 4,62 1H, d, J = 12,0 Hz, H-8’) ou 4,77 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-8’) e 4,78 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-8’) ou 4,87 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-8’) e 4,90 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-8’); 4,41 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-8”) e 4,43 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-8”) ou 4,48 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-8”) e 4,46 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-8”) ou 4,63 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-8”) e 4,61 1H, d, J = 11,5 Hz, H-8”); 4,62 1H, d, J = 12,0 Hz, H-9’) ou 4,77 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-9’) e 4,78 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-9’) ou 4,87 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-9’) e 4,90 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-9’); 4,41 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-9”) e 4,43 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-9”) ou 4,48 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-9”) e 4,46 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-9”) ou 4,63 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-9”) e 4,61 1H, d, J = 11,5 Hz, H-9”); 7,19-7,37 (2H, m, H-2a); 7,19-7,37 (2H, m, H-3a); 7,19-7,37 (1H, m, H-4a); 7,19-7,37 (2H, m, H-2’a); 7,19-7,37 (2H, m, H-3’a); 7,19-7,37 (1H, m, H-4’a); 7,197,37 (2H, m, H-2’b); 7,19-7,37 (2H, m, H-3’b); 7,19-7,37 (1H, m, H-4’b); 7,19-7,37 (2H, m, H-2’c); 7,19-7,37 (2H, m, H-3’c); 7,19-7,37 (1H, m, H-4’c); 2,14 (1H, dd, J = 5,9 e 15,6 Hz, H-2b) e 2,16 (1H, dd, J = 5,9 e 15,6 Hz, H-2b); 2,30 (1H, dd, J = 6,8 e 15,6 Hz, H-2c) e 2,41 (1H, dd, J = 6,8 e 15,6 Hz, H-2c); 3,03 (1H, sext, J = 6,3 Hz, H3) e 3,02 (1H, sext, J = 6,3 Hz, H-3); 1,04 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4) e 1,02 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4); 3,54 (1H, d, J = 12,9 Hz, Ha); 3,64 (1H, d, J = 12,9 Hz, Hb) e 3,65 (1H, d, J = 12,9 Hz, Hb); 1,72 (1H, sl, NH). RMN de 13C (75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 55,1 e 55,2 (OCH3); 97,9 (C-1’); 70,2 (C2’); 79,3 (C-3’); 68,5 (C-4’); 79,0 (C-5’); 68,7 (C-6’); 73,3 ou 73,3 ou 75,0 (C-7’); 73,3 ou 73,3 ou 75,0 (C-8’); 73,3 ou 73,3 ou 75,0 (C-9’); 137,6 ou 137,7 ou 138,3 e 138,4 ou 139,9 e 140,0 (C-1a); 127,3 ou 127,4 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-2a); 127,3 ou 127,4 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-3a); 127,3 ou 127,4 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-4a); 137,6 ou 137,7 ou 138,3 e 138,4 ou 139,9 e 140,0 (C-1’a); 127,3 ou 127,4 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-2’a); 127,3 ou 127,4 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C3’a); 127,3 ou 127,4 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-4’a); 137,6 ou 137,7 ou 138,3 e 138,4 ou 139,9 e 140,0 (C-1’b); 127,3 ou 127,4 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 187 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 128,2 ou 128,3 (C-2’b); 127,3 ou 127,4 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-3’b); 127,3 ou 127,4 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-4’b); 137,6 ou 137,7 ou 138,3 e 138,4 ou 139,9 e 140,0 (C-1’c); 127,3 ou 127,4 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-2’c); 127,3 ou 127,4 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C3’c); 127,3 ou 127,4 ou 127,5 ou 127,6 ou 127,7 ou 127,8 ou 127,9 ou 128,0 ou 128,1 ou 128,2 ou 128,3 (C-4’c); 41,0 e 41,1 (NHCH2Ph); 50,8 (C-2); 49,1 e 49,2 (C-3); 20,0 (C-4); 170,7 e 170,8 (C=O). 7.7.10. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-propionato de 5-(1-O-metil-2,3O-isopropilideno)-β-D-ribofuranose (102j) IV νmax (cm-1, filme): 1733 e 1738 (C=O), 1382 e 4'a 3'a 1373 (estiramentos de ligações C-H de metilas 2'a 1'a Ha Hb NH 1a 4a 3 2 geminais dos grupamentos isopropilidênicos). O O 2a 3a RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,30 5' 4' O 3' 2' O O 102j 6' OCH3 1' (3H, s, CH3); 1,47 (3H, s, CH3); 4,94 (1H, s, H1’); 4,54 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-2’); 4,50 (1H, dd, J = 1,0 e 6,1 Hz, H-3’); 4,30 (1H, dt, J = 1,0 e 6,8 Hz, H-4’); 4,02 (1H, dd, J = 6,8 e 11,2 Hz, H-5’); 4,07 (1H, dd, J = 6,8 e 11,2 Hz, H-5”); 3,25 (3H, s, OCH3) e 3,27 (3H, s, OCH3); 2,68 (1H, dd, J = 5,6 e 15,4 Hz, H-2b); 2,77 (1H, dd, J = 8,5 e 15,4 Hz, H-2c) e 2,78 (1H, dd, J = 8,5 e 15,4 Hz, H-2c); 4,11 (1H, dd, J = 5,6 e 8,5 Hz, H-3) e 4,12 (1H, dd, J = 5,6 e 8,5 Hz, H-3); 3,54 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha); 3,65 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb) e 3,66 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb); 7,20-7,37 (2H, m, H-2a); 7,20-7,37 (2H, m, H-3a); 7,20-7,37 (1H, m, H-4a); 7,20-7,37 (2H, m, H-2’a); 7,20-7,37 (2H, m, H-3’a); 7,20-7,37 (1H, m, H-4’a); 1,83 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,8 (CH3); 26,2 (CH3); 109,2 (C-1’); 85,0 (C-2’); 81,6 (C-3’); 83,8 e 83,9 (C-4’); 64,4 e 64,5 (C-5’); 112,3 (C-6’); 54,7 e 54,8 (OCH3); 42,7 e 42,8 (NHCH2Ph); 51,0 e 51,1 (C-2); 58,6 e 58,7 (C-3); 140,0 e 142,1 (C-1a); 126,7 ou 126,9 ou 127,4 ou 127,9 e 128,0 ou 128,2 ou 128,5 (C-2a); 126,7 ou 126,9 ou 127,4 ou 127,9 e 128,0 ou 128,2 ou 128,5 (C-3a); 126,7 ou 126,9 ou 188 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 127,4 ou 127,9 e 128,0 ou 128,2 ou 128,5 (C-4a); 140,0 e 142,1 (C-1’a); 126,7 ou 126,9 ou 127,4 ou 127,9 e 128,0 ou 128,2 ou 128,5 (C-2’a); 126,7 ou 126,9 ou 127,4 ou 127,9 e 128,0 ou 128,2 ou 128,5 (C-3’a); 126,7 ou 126,9 ou 127,4 ou 127,9 e 128,0 ou 128,2 ou 128,5 (C-4’a); 171,1 (C=O). 7.7.11. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-propionato de 6-(1,2:3,4-di-Oisopropilideno)-α-D-galactopiranose (102k) 3a 4a 2a O 7' 5' 6' 3 2 1' O O O 1a 4' O 3' 2' NH O Ha O 8' Hb 1'a 2'a 3'a 4'a 102k IV νmax (cm-1, filme): 1735 (C=O), 1611 e 1595 (C=C), 1373 e 1382 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,31 (3H, s, CH3); 1,31 (3H, s, CH3); 1,43 (3H, s, CH3) e 1,44 (3H, s, CH3); 1,46 (3H, s, CH3) e 1,48 (3H, s, CH3); 5,51 (1H, d, J = 4,9 Hz, H1’) e 5,52 (1H, d, J = 4,9 Hz, H-1’); 4,31 (1H, dd, J = 2,4 e 4,9 Hz, H-2’) e 4,39 (1H, dd, J = 2,4 e 4,9 Hz, H-2’); 4,56 (1H, dd, J = 2,4 e 7,6 Hz, H-3’) e 4,58 (1H, dd, J = 2,4 e 7,6 Hz, H-3’); 4,21 (1H, dd, J = 3,2 e 7,6 Hz, H-4’); 3,93-4,04 (1H, m, H-5’); 3,934,04 (1H, m, H-6’); 4,10-4,16 (1H, m, H-6”); 2,68 (1H, dd, J = 5,1 e 15,6 Hz, H-2b); 2,80 (1H, dd, J = 8,5 e 15,6 Hz, H-2c); 4,10-4,16 (1H, m, H-3); 3,54 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha) e 3,55 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha); 3,64 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb) e 3,65 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb); 7,21-7,38 (2H, m, H-2a); 7,21-7,38 (2H, m, H-3a); 7,21-7,38 (1H, m, H4a); 7,21-7,38 (2H, m, H-2’a); 7,21-7,38 (2H, m, H-3’a); 7,21-7,38 (1H, m, H-4’a); 1,90 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,2 e 24,3 (CH3); 24,8 (CH3); 25,6 e 25,7 (CH3); 25,8 e 25,9 (CH3); 96,1 (C-1’); 70,3 e 70,4 (C-2’); 70,5 e 70,6 (C-3’); 70,8 (C-4’); 65,3 e 65,5 (C-5’); 63,0 e 63,2 (C-6’); 109,4 (C-7’); 108,6 (C-8’); 42,7 e 42,8 (NHCH2Ph); 51,1 e 51,2 (C-2); 58,6 e 58,8 (C-3); 140,0 e 140,1 ou 142,2 e 142,3 (C1a); 126,6 e 126,7 ou 126,7 e 127,0 ou 127,1 e 127,3 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,4 e 128,5 (C-2a); 126,6 e 126,7 ou 126,7 e 127,0 ou 127,1 e 127,3 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,4 e 128,5 (C-3a); 126,6 e 126,7 ou 126,7 e 127,0 ou 127,1 e 127,3 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,4 e 128,5 (C-4a); 140,0 e 140,1 ou 142,2 e 142,3 (C-1’a); 126,6 e 126,7 ou 126,7 e 127,0 ou 127,1 e 127,3 ou 127,9 e 189 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,4 e 128,5 (C-2’a); 126,6 e 126,7 ou 126,7 e 127,0 ou 127,1 e 127,3 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,4 e 128,5 (C-3’a); 126,6 e 126,7 ou 126,7 e 127,0 ou 127,1 e 127,3 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,4 e 128,5 (C-4’a); 171,4 e 171,5 (C=O). 7.7.12. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-propionato de 3-(1,2:5,6-di-Oisopropilideno)-α-D-glicofuranose (102l) 4'a 3'a 2'a 1'a O HN 1a Ha Hb 3 8' O 6'O 2 4a 2a O 5' O 3a 1' 4' 2' O 3' O 7' 102l IV νmax (cm-1, filme): 1743 (C=O), 1373 e 1382 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,25 (3H, s, CH3) e 1,26 (3H, s, CH3); 1,26 (3H, s, CH3) e 1,27 (3H, s, CH3); 1,38 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3) e 1,50 (3H, s, CH3); 5,56 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’) e 5,72 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,04 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’) e 4,32 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’); 5,16 (1H, d, J = 2,9 Hz, H-3’) e 5,18 (1H, d, J = 2,9 Hz, H-3’); 4,08-4,20 (1H, m, H-4’); 4,08-4,20 (1H, m, H-5’); 3,98-4,01 (2H, m, H-6’); 2,71 (1H, dd, J = 5,7 e 14,8 Hz, H-2b); 2,80 (1H, dd, J = 8,1 e 14,8 Hz, H-2c); 4,08-4,20 (1H, m, H-3); 3,53 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha) e 3,55 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha); 3,63 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb) e 3,66 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb); 7,23-7,36 (2H, m, H-2a); 7,23-7,36 (2H, m, H-3a); 7,23-7,36 (1H, m, H-4a); 7,23-7,36 (2H, m, H-2’a); 7,23-7,36 (2H, m, H-3’a); 7,23-7,36 (1H, m, H-4’a); 1,87 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,0 e 25,1 (CH3); 26,0 (CH3); 26,5 (CH3); 26,7 e 26,8 (CH3); 104,8 (C-1’); 82,9 e 83,0 (C-2’); 75,9 e 76,2 (C-3’); 79,4 (C4’); 72,2 e 72,3 (C-5’); 66,9 e 67,0 (C-6’); 111,9 e 112,0 (C-7’); 109,1 e 109,2 (C-8’); 42,6 e 42,9 (NHCH2Ph); 51,0 e 51,2 (C-2); 58,8 e 58,9 (C-3); 138,8 ou 138,9 e 141,7 e 141,8 (C-1a); 126,9 e 127,2 ou 127,5 e 127,6 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 e 128,4 ou 128,5 e 128,6 (C-2a); 126,9 e 127,2 ou 127,5 e 127,6 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 e 128,4 ou 128,5 e 128,6 (C-3a); 126,9 e 127,2 ou 127,5 e 127,6 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 e 128,4 ou 128,5 e 128,6 (C-4a); 138,8 ou 138,9 e 141,7 e 141,8 (C-1’a); 126,9 e 127,2 ou 127,5 e 127,6 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 e 128,4 ou 128,5 e 128,6 (C-2’a); 126,9 e 127,2 ou 190 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 127,5 e 127,6 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 e 128,4 ou 128,5 e 128,6 (C3’a); 126,9 e 127,2 ou 127,5 e 127,6 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 e 128,4 ou 128,5 e 128,6 (C-4’a); 170,1 e 170,3 (C=O). 7.7.13. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-propionato de 1-(2,3:4,5-di-Oisopropilideno)-β-D-frutopiranose (102m) 3a 2a 4a O 7' 2 2' 3 O O O 1a 5' 4' 1' 3' O O HN Ha O 8' 1'a Hb 2'a 3'a 102m 6' 4'a IV νmax (cm-1, filme): 1741 (C=O). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,29 (3H, s, CH3) e 1,31 (3H, s, CH3); 1,32 (3H, s, CH3) e 1,34 (3H, s, CH3); 1,46 (3H, s, CH3) e 1,47 (3H, s, CH3); 1,50 (3H, s, CH3) e 1,50 (3H, s, CH3); 4,00 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1’) e 4,04 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1’); 4,35 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1”) e 4,36 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-1”); 4,13 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’) e 4,23 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’); 4,54 (1H, dd, J = 2,7 e 7,8 Hz, H4’) e 4,57 (1H, dd, J = 2,7 e 7,8 Hz, H-4’); 4,14-4,22 (1H, m, H-5’); 3,72 (1H, d, J = 12,9 Hz, H-6’) e 3,73 (1H, d, J = 12,9 Hz, H-6’); 3,86 (1H, d, J = 12,9 Hz, H-6”) e 3,87 (1H, d, J = 12,9 Hz, H-6”); 2,67 (1H, dd, J = 5,4 e 15,6 Hz, H-2b) e 2,68 (1H, dd, J = 5,4 e 15,6 Hz, H-2b); 2,78 (1H, dd, J = 8,5 e 15,6 Hz, H-2c) e 2,79 (1H, dd, J = 8,5 e 15,6 Hz, H-2c); 4,14-4,22 (1H, m, H-3); 3,54 (1H, d, J = 12,9 Hz, Ha); 3,64 (1H, d, J = 12,9 Hz, Hb) e 3,65 (1H, d, J = 12,9 Hz, Hb); 7,19-7,38 (2H, m, H-2a); 7,19-7,38 (2H, m, H-3a); 7,19-7,38 (1H, m, H-4a); 7,19-7,38 (2H, m, H-2’a); 7,19-7,38 (2H, m, H-3’a); 7,19-7,38 (1H, m, H-4’a); 1,80 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 23,9 e 24,0 (CH3); 25,0 e 25,1 (CH3); 25,7 e 25,8 (CH3); 26,2 e 26,3 (CH3); 65,1 e 65,2 (C-1’); 101,2 e 101,3 (C-2’); 70,2 e 70,3 (C-3’); 69,8 (C-4’); 70,6 (C-5’); 61,0 e 61,1 (C-6’); 108,9 e 109,0 (C-7’); 108,5 e 108,6 (C-8’); 42,7 e 42,9 (NHCH2Ph); 51,1 e 51,2 (C-2); 58,6 e 58,7 (C-3); 140,0 ou 142,1 e 142,2 (C-1a); 126,7 ou 127,0 ou 127,4 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,5 e 128,6 (C-2a); 126,7 ou 127,0 ou 127,4 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,5 e 128,6 (C-3a); 126,7 ou 127,0 ou 127,4 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,5 e 128,6 (C-4a); 140,0 ou 142,1 e 142,2 (C-1’a); 126,7 ou 127,0 ou 127,4 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,5 e 128,6 (C-2’a); 126,7 ou 127,0 ou 127,4 ou 127,9 e 191 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,5 e 128,6 (C-3’a); 126,7 ou 127,0 ou 127,4 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,5 e 128,6 (C-4’a); 170,9 e 171,0 (C=O). 7.7.14. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-propionato de 3-(1,2:4,5-di-Oisopropilideno)-β-D-frutopiranose (102n) 7' O 2' O 6' O O 1' 5' 4' 2 2a O 3' 3 O O 8' 1a HN Hb 1'a Ha 102n 2'a 4'a 3'a IV νmax (cm-1, filme): 1742 (C=O), 1625 e 1584 (C=C), 1372 e 1383 (estiramentos de ligações C-H de metilas 3a 4a geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,30 (3H, s, CH3) e 1,33 (3H, s, CH3); 1,33 (3H, s, CH3) e 1,33 (3H, s, CH3); 1,45 (3H, s, CH3) e 1,46 (3H, s, CH3); 1,52 (3H, s, CH3) e 1,54 (3H, s, CH3); 3,50 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1’) e 3,92 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1’); 3,81 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1”) e 3,82 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1’); 5,09 (1H, d, J = 7,8 Hz, H-3’) e 5,13 (1H, d, J = 7,8 Hz, H-3’); 4,25 (1H, dd, J = 5,4 e 7,8 Hz, H-4’); 4,20 (1H, dd, J = 2,4 e 5,4 Hz, H-5’); 4,07-4,10 (1H, m, H-6’); 4,07-4,10 (1H, m, H-6”); 2,71 (1H, dd, J = 6,1 e 15,1 Hz, H-2b); 2,85 (1H, dd, J = 8,5 e 15,1 Hz, H-2c); 4,14-4,18 (1H, m, H-3); 3,55 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha) e 3,56 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha); 3,63 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb) e 3,65 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb); 7,16-7,40 (2H, m, H-2a); 7,20-7,37 (2H, m, H-3a); 7,20-7,37 (1H, m, H-4a); 7,20-7,37 (2H, m, H2’a); 7,20-7,37 (2H, m, H-3’a); 7,20-7,37 (1H, m, H-4’a); 1,91 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,9 e 25,9 (CH3); 26,1 e 26,3 (CH3); 26,2 e 26,2 (CH3); 27,5 e 27,6 (CH3); 71,3 e 71,6 (C-1’); 103,4 (C-2’); 70,0 e 70,2 (C3’); 74,6 e 74,6 (C-4’); 73,4 e 73,5 (C-5’); 60,2 e 60,3 (C-6’); 111,8 (C-7’); 109,5 (C8’); 42,9 e 43,1 (NHCH2Ph); 51,1 (C-2); 58,7 e 59,0 (C-3); 139,9 ou 142,0 e 142,1 (C1a); 126,7 e 126,8 ou 126,9 e 127,0 ou 127,4 e 127,5 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,5 e 128,6 (C-2a); 126,7 e 126,8 ou 126,9 e 127,0 ou 127,4 e 127,5 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,5 e 128,6 (C-3a); 126,7 e 126,8 ou 126,9 e 127,0 ou 127,4 e 127,5 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,5 e 128,6 (C-4a); 139,9 ou 142,0 e 142,1 (C-1’a); 126,7 e 126,8 ou 126,9 e 127,0 ou 127,4 e 127,5 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,5 e 128,6 (C-2’a); 126,7 e 126,8 ou 126,9 e 127,0 ou 127,4 e 127,5 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,5 e 128,6 (C-3’a); 126,7 e 192 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 126,8 ou 126,9 e 127,0 ou 127,4 e 127,5 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,5 e 128,6 (C-4’a); 171,0 e 171,2 (C=O). 7.7.15. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-propionato de 3-(1,2:5,6-di-Oisopropilideno)-α-D-alofuranose (102o) 4a 5' 4' 3a 2a 1a Ha Hb 2'a 3 2 NH IV νmax (cm-1, filme): 1739 (C=O), 1610 e 1596 (C=C), 6' 8' O O O 3' 2' O 1' O O 7' O 102o 4'a geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,26 (3H, s, CH3) e 1,28 (3H, s, CH3); 1,30 (3H, s, CH3) e 1,31 (3H, s, 1'a 3'a 1373 e 1382 (estiramentos de ligações C-H de metilas CH3); 1,35 (3H, s, CH3) e 1,40 (3H, s, CH3); 1,45 (3H, s, CH3) e 1,47 (3H, s, CH3); 5,80 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’) e 5,81 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,74-4,88 (1H, m, H-2’); 4,74-4,88 (1H, m, H-3’); 4,104,30 (1H, m, H-4’); 4,10-4,30 (1H, m, H-5’); 3,80 (1H, dd, J = 5,8 e 8,5 Hz, H-6’) e 3,84 (1H, dd, J = 5,8 e 8,5 Hz, H-6’); 3,99 (1H, dd, J = 5,8 e 8,5 Hz, H-6”) e 4,01 (1H, dd, J = 5,8 e 8,5 Hz, H-6”); 2,69 (1H, dd, J = 5,1 e 15,6 Hz, H-2b) e 2,78 (1H, dd, J = 5,1 e 15,6 Hz, H-2b); 2,81 (1H, dd, J = 8,5 e 15,6 Hz, H-2c) e 2,83 (1H, dd, J = 8,5 e 15,6 Hz, H-2c); 4,10-4,30 (1H, m, H-3); 3,55 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha) e 3,56 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha); 3,65 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb) e 3,66 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb); 7,19-7,43 (2H, m, H-2a); 7,19-7,43 (2H, m, H-3a); 7,19-7,43 (1H, m, H-4a); 7,19-7,43 (2H, m, H2’a); 7,19-7,43 (2H, m, H-3’a); 7,19-7,43 (1H, m, H-4’a); 1,90 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,7 e 24,8 (CH3); 26,0 e 26,1 (CH3); 26,3 (CH3); 26,4 e 26,5 (CH3); 103,8 e 103,9 (C-1’); 77,4 (C-2’); 72,5 e 72,4 (C-3’); 77,3 (C-4’); 74,7 e 74,8 (C-5’); 65,2 e 65,4 (C-6’); 112,8 e 112,9 (C-7’); 109,7 e 109,8 (C-8’); 42,6 e 42,7 (NHCH2Ph); 51,1 e 51,2 (C-2); 58,5 e 58,9 (C-3); 140,0 e 140,1 ou 142,1 e 142,2 (C-1a); 126,6 e 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,9 e 127,9 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 e 128,4 (C-2a); 126,6 e 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,9 e 127,9 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 e 128,4 (C-3a); 126,6 e 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,9 e 127,9 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 e 128,4 (C-4a); 140,0 e 140,1 ou 142,1 e 142,2 (C-1’a); 126,6 e 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,9 e 127,9 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 e 128,4 (C-2’a); 126,6 e 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,9 e 127,9 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 e 128,4 (C-3’a); 126,6 e 126,7 ou 127,0 ou 193 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 127,3 e 127,4 ou 127,9 e 127,9 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 e 128,4 (C-4’a); 170,6 e 170,8 (C=O). 7.7.16. Obtenção do 3-Benzilamino-3-fenil-propionato de 5-(3-O-benzil-1,2O-isopropilideno)-α-D-xilofuranose (102p) IV νmax (cm-1, filme): 1733 e 1738 (C=O). 4"a 3"a 4'a 2"a Ha 1"a Hb NH O 1a 3 2 2a 4a 3a 5' O O RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 2'a 1'a 6' (3H, s, CH3); 1,47 (3H, s, CH3); 5,93 (1H, d, J = 3,9 O 4' 2' 3' 102p 3'a O Hz, H-1’); 4,59 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-2’) e 4,60 (1H, 1' d, J = 3,9 Hz, H-2’); 3,87 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’) e O 7' 3,91 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’); 4,26-4,35 (1H, m, H4’); 4,26-4,35 (1H, m, H-5’); 4,26-4,35 (1H, m, H- 5”); 4,43 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6’) e 4,44 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6’); 4,64 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6”); 2,62 (1H, dd, J = 5,4 e 15,6 Hz, H-2b) e 2,63 (1H, dd, J = 5,4 e 15,6 Hz, H-2b); 2,73 (1H, dd, J = 8,5 e 15,6 Hz, H-2c) e 2,74 (1H, dd, J = 8,5 e 15,6 Hz, H2c); 4,09 (1H, dd, J = 5,4 e 8,5 Hz, H-3) e 4,10 (1H, dd, J = 5,4 e 8,5 Hz, H-3); 3,52 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha) e 3,53 (1H, d, J = 13,2 Hz, Ha); 3,64 (1H, d, J = 13,2 Hz, Hb); 7,19-7,38 (2H, m, H-2a); 7,19-7,38 (2H, m, H-3a); 7,19-7,38 (1H, m, H-4a); 7,19-7,38 (2H, m, H-2’a); 7,19-7,38 (2H, m, H-3’a); 7,19-7,38 (1H, m, H-4’a); 7,19-7,38 (2H, m, H-2”a); 7,19-7,38 (2H, m, H-3”a); 7,19-7,38 (1H, m, H-4”a); 1,92 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,1 (CH3); 26,6 (CH3); 105,0 (C-1’); 81,9 (C-2’); 81,4 (C-3’); 77,8 (C-4’); 62,0 e 62,1 (C-5’); 71,6 e 71,7 (C-6’); 111,6 (C7’); 42,6 (NHCH2Ph); 51,0 e 51,1 (C-2); 58,5 e 58,6 (C-3); 137,0 ou 140,0 ou 142,1 e 142,2 (C-1a); 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,5 e 127,6 ou 127,8 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 ou 128,4 e 128,5 (C-2a); 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,5 e 127,6 ou 127,8 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 ou 128,4 e 128,5 (C-3a); 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,5 e 127,6 ou 127,8 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 ou 128,4 e 128,5 (C-4a); 137,0 ou 140,0 ou 142,1 e 142,2 (C-1’a); 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,5 e 127,6 ou 127,8 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 ou 128,4 e 128,5 (C-2’a); 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,5 e 127,6 ou 127,8 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 ou 128,4 e 128,5 (C-3’a); 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,5 e 127,6 ou 127,8 ou 127,9 e 194 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 ou 128,4 e 128,5 (C-4’a); 137,0 ou 140,0 ou 142,1 e 142,2 (C-1”a); 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,5 e 127,6 ou 127,8 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 ou 128,4 e 128,5 (C-2”a); 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,5 e 127,6 ou 127,8 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 ou 128,4 e 128,5 (C-3”a); 126,7 ou 127,0 ou 127,3 e 127,4 ou 127,5 e 127,6 ou 127,8 ou 127,9 e 128,0 ou 128,1 e 128,2 ou 128,3 ou 128,4 e 128,5 (C-4”a); 171,2 (C=O). 7.7.17. Obtenção do 3-Benzilamino-butirato de etila (102u) 2a 3a RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 2,38 (1H, 5 1a NH 4a 3 4 O dd, J = 5,9 e 15,1 Hz, H-2); 2,49 (1H, dd, J = 6,8 e 15,1 O 2 Hz, H-2’); 3,16 (1H, sext, J = 6,3 Hz, H-3); 1,16 (1H, d, J = 6,3 Hz, H-4); 3,75 (1H, d, J = 12,9 Hz, H-5); 3,83 (1H, d, 102u J = 12,9 Hz, H-5’); 1,24 (3H, t, J = 7,1 Hz, OCH2CH3); 4,13 (2H, q, J = 7,1 Hz, OCH2CH3); 7,21-7,34 (5H, m, Ar). RMN de 13 C (75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 14,0 (OCH2CH3); 20,1 (C-4); 41,3 (C-5); 49,4 (C-3); 50,9 (C-2); 60,1 (OCH2CH3); 126,7 (C-4a); 127,9 (C-2a); 128,2 (C-3a); 139,9 (C-1a); 172,1 (C=O). 7.7.18. Obtenção do 3-(Benzil-etil-amino)-butirato de etila (116) 2a 3a RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 2,28 (1H, dd, 5 1a N 4a 4 3 O 2 J = 7,1 e 13,9 Hz, H-2); 2,59 (1H, dd, J = 7,8 e 13,9 Hz, HO 2’); 3,41 (1H, sext, J = 6,8 Hz, H-3); 1,08 (1H, d, J = 6,6 Hz, H-4); 3,46 (1H, d, J = 14,0 Hz, H-5); 3,66 (1H, d, J = 116 14,0 Hz, H-5’); 1,01 (3H, t, J = 7,1 Hz, NCH2CH3); 2,39- 2,53 (2H, m, NCH2CH3); 1,26 (3H, t, J = 7,3 Hz, OCH2CH3); 4,06-4,23 (2H, m, OCH2CH3); 7,21-7,36 (5H, m, Ar). 195 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.7.19. Obtenção do 3-[5-(1-metil-2,3-O-isopropilideno)-5-desóxi-β-D- ribofuranosilamino]-butanoato de etila (103a) 4 2 IV νmax (cm-1, filme): 1733 (C=O). 3H N 4' O O 5' O 3' 2' O OCH3 1' O 6' RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,30 (3H, s, CH3); 1,46 (3H, s, CH3); 4,93 (1H, s, H-1’) e 4,94 (1H, s, H1’); 4,55 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-2’) e 4,56 (1H, d, J = 6,1 Hz, 103a H-2’); 4,60 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-3’) e 4,61 (1H, d, J = 6,1 Hz, H-3’); 4,24 (1H, dt, J = 0,7 e 7,1 Hz, H-4’) e 4,26 (1H, dt, J = 0,7 e 7,1 Hz, H-4’); 2,65 (1H, dd, J = 7,8 e 11,7 Hz, H-5’) e 2,75 (1H, dd, J = 7,8 e 11,7 Hz, H-5’); 2,65 (1H, dd, J = 6,3 e 11,7 Hz, H-5’) e 2,74 (1H, dd, J = 6,3 e 11,7 Hz, H-5’); 3,33 (3H, s, OCH3) e 3,34 (3H, s, OCH3); 2,44 (1H, dd, J = 6,8 e 15,4 Hz, H-2a); 2,30 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2b) e 2,31 (1H, dd, J = 5,9 e 15,4 Hz, H-2a); 3,09 (1H, sext, J = 6,6 Hz, H-3) e 3,10 (1H, sext, J = 6,6 Hz, H-3); 1,10 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4) e 1,11 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4); 4,10 (2H, q, J = 7,1 Hz, CH2CH3) e 4,11 (2H, q, J = 7,1 Hz, CH2CH3); 1,23 (3H, t, J = 7,1 Hz, CH2CH3) e 1,24 (3H, t, J = 7,1 Hz, CH2CH3); 1,93 (1H, sl, NH). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,8 e 24,9 (CH3); 26,3 e 26,3 (CH3); 109,5 e 109,6 (C-1’); 86,2 e 86,4 (C-2’); 82,6 (C-3’); 85,2 (C-4’); 50,2 (C-5’); 112,1 (C6’); 54,9 e 55,0 (OCH3); 60,1 (CH2CH3); 14,0 (CH2CH3); 41,5 e 41,6 (C-2); 50,1 (C-3); 20,2 e 20,3 (C-4); 172,0 e 172,1 (C=O). 7.7.20. Obtenção do 3-[6-(1,2:3,4-di-O-isopropilideno)-6-desóxi-α-D- galactopiranosilamino]-butanoato de etila (103b) 4 3 2 O O 7' H 5' 6' 1' N O O 4' 3' 2' O OO 8' 103b IV νmax (cm-1, filme): 1733 (C=O). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,34 (3H, s, CH3); 1,35 (3H, s, CH3); 1,46 (3H, s, CH3); 1,55 e 1,57 (3H, s, CH3); 5,55 (1H, d, J = 5,1 Hz, H-1’); 4,32 (1H, dd, J = 2,4 e 5,1 Hz, H-2’) e 4,33 (1H, dd, J = 2,4 e 5,1 Hz, H-2’); 4,60 (1H, dd, J = 2,2 e 8,1 Hz, H-3’) e 4,61 (1H, dd, J = 2,2 e 8,1 Hz, H-3’); 4,21 (1H, dd, J = 2,2 e 8,1 Hz, H-4’) e 4,22 (1H, dd, J = 2,2 e 8,1 Hz, H-4’); 3,87-3,98 (1H, m, H-5’); 2,81 (1H, dd, J = 4,1 e 12,2 Hz, H-6’) 2,88 (1H, dd, J = 4,1 e 12,2 Hz, H-6’); 2,93 (1H, 196 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva dd, J = 8,3 e 12,2 Hz, H-6”); 2,36 (1H, dd, J = 6,3 e 15,4 Hz, H-2a); 2,54 (1H, dd, J = 6,3 e 15,4 Hz, H-2b); 3,19 (1H, sext, J = 6,1 Hz, H-3); 1,16 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4) e 1,20 (3H, d, J = 6,3 Hz, H-4); 4,14 (2H, q, J = 7,1 Hz, CH2CH3) e 4,15 (2H, q, J = 7,1 Hz, CH2CH3); 1,26 (3H, t, J = 7,1 Hz, CH2CH3) e 1,27 (3H, t, J = 7,1 Hz, CH2CH3). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,2 e 24,2 (CH3); 24,8 (CH3); 25,8 (CH3); 25,9 (CH3); 96,2 (C-1’); 70,3 e 70,4 (C-2’); 70,6 e 70,7 (C-3’); 71,7 (C-4’); 66,7 e 66,9 (C-5’); 41,5 e 41,6 (C-6’); 109,0 (C-7’); 108,3 (C-8’); 60,1 e 60,2 (CH2CH3); 14,0 (CH2CH3); 46,6 e 46,7 (C-2); 50,0 e 50,2 (C-3); 20,3 (C-4); 172,0 e 172,1 (C=O). 129 7.8. Procedimento geral para obtenção dos derivados 1,2,3-triazólicos 104a-g A uma mistura de hidreto de sódio (160 mg, 6,67 mmols) livre de óleo em acetonitrila seca (4 mL), sob atmosfera inerte, à temperatura ambiente, foram adicionados 1,85 mmols do β-enaminoéster 100a-g dissolvidos em 4 mL de acetonitrila seca. A mistura foi mantida sob agitação magnética por 30 minutos e em seguida, foram adicionados 605 mg (5 mmols) de mesilazida 177,144 dissolvidos em 1 mL de acetonitrila seca. Manteve-se a agitação por mais 48 horas e a seguir adicionou-se 10 mL de água destilada. A mistura foi então extraída com diclorometano (3 x 30 mL) e a fase orgânica foi lavada com água destilada (2 x 10 mL), foi seca com sulfato sódio anidro, filtrada e concentrada sob pressão reduzida. Os derivados 1,2,3-triazólicos 104a-g obtidos foram analisados por medida de rotação ótica específica, por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C e de infravermelho. 177. Procedimento para a preparação da mesilazida: Em um balão de fundo redondo bitubulado de 500 mL contendo 100 mL de acetona e 15 mL de cloreto de metanossulfonila (22,2 g, 0,194 mmol), adicionou-se lentamente 18,9 g (0,29 mmol) de NaN3. A reação foi mantida sob agitação a temperatura ambiente durante 1,5 h. Em seguida, a mistura foi filtrada em funil sinterizado e a azida de sódio não reagida foi lavada com acetona (3 X 10 mL). O solvente foi evaporado sob pressão reduzida e o óleo obtido foi solubilizado em 15 mL de CH2Cl2. Após lavagem da solução orgânica com uma solução aquosa saturada de NaHCO3 (2 X 30 mL), secagem com Na2SO4 anidro e evaporação do solvente sob pressão reduzida, obteve-se um óleo amarelo claro (19,71 g, 0,84 mmol) com rendimento de 84%. 197 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.8.1. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 5-(1O-metil-2,3-O-isopropilideno)-β-D-ribofuranose (104a) 3a 2a 4a Óleo amarelo [α] D20 - 33 (c 1.5, CHCl3). 1a 5 N 4 N N 5' O 4' O O 3' 2' O 104a OCH3 1' O 6' IV νmax (cm-1, filme): 1652 (C=O), 1605 (C=C). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,48 (3H, s, CH3); 4,99 (1H, s, H-1’); 4,64 (1H, d, J = 5,8 Hz, H-2’); 4,80 (1H, dd, J = 0,6 e 5,8 Hz, H-3’); 4,51 (1H, dt, J = 0,6 e 6,9 Hz, H-4’); 4,38 (1H, d, J = 6,9 Hz, H-5’); 4,39 (1H, d, J = 6,9 Hz, H-5”); 3,33 (3H, s, OCH3); 2,46 (3H, s, C5-CH3); 5,54 (2H, s, NCH2Ph); 7,16-7,39 (2H, m, H-2a); 7,16-7,39 (2H, m, H-3a); 7,16-7,39 (1H, m, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,7 (CH3); 26,2 (CH3); 109,2 (C-1’); 84,9 (C-2’); 81,6 (C-3’); 83,8 (C-4’); 64,6 (C-5’); 112,3 (C-6’); 54,8 (OCH3); 51,8 (NCH2Ph); 136,3 (C-4); 138,3 (C-5); 8,9 (C5-CH3); 133,6 (C-1a); 127,0 (C-2a); 128,9 (C-3a); 128,4 (C-4a); 160,9 (C=O). 7.8.2. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 6(1,2:3,4-di-O-isopropilideno)-α-D-galactopiranose (104b) Óleo amarelo 3a 2a Ha 4a 1a Hb N 5 N N 4 104b O 7' 5' 1' O 6' O O 4' 3' 2' O O O 8' [α] D20 - 40 (c 1.5, CHCl3). IV νmax (cm-1, filme): 1732 (C=O), 1382 e 1373 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,34 (3H, s, CH3); 1,46 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 5,54 (1H, d, J = 4,5 Hz, H-1’); 4,33 (1H, dd, J = 2,4 e 4,6 Hz, H-2’); 4,63 (1H, dd, J = 2,4 e 7,8 Hz, H-3’); 4,34 (1H, dd, J = 1,9 e 7,8 Hz, H4’); 4,18 (1H, td, J = 1,7 e 6,3 Hz, H-5’); 4,49 (1H, d, J = 6,3 Hz, H-6’); 2,45 (3H, s, C5-CH3); 5,52 (1H, d, J = 15,6 Hz, Ha); 5,58 (1H, d, J = 15,6 Hz, Hb); 7,15-7,18 (2H, m, H-2a); 7,32-7,39 (2H, m, H-3a); 7,32-7,39 (1H, m, H-4a). 198 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 24,3 (CH3); 24,8 (CH3); 25,8 (CH3); 25,9 (CH3); 96,1 (C-1’); 70,4 (C-2’); 70,5 (C-3’); 70,8 (C-4’); 65,8 (C-5’); 63,5 (C-6’); 109,5 (C-7’); 108,6 (C-8’); 51,9 (NCH2Ph); 136,7 (C-4); 138,2 (C-5); 9,1 (C5-CH3); 133,8 (C-1a); 127,1 (C-2a); 129,0 (C-3a); 128,5 (C-4a); 161,1 (C=O). 7.8.3. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 3(1,2:5,6-di-O-isopropilideno)-α-D-glicofuranose (104c) 3a 2a 1a 4a N N 5 N 4 8' O 6'O O O 5' O 4' 2' 1' O 3' O 7' 104c Óleo amarelo [α] D20 - 30 (c 1.6, CHCl3). IV νmax (cm-1, filme): 1726 (C=O), 1383 e 1374 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,27 (3H, s, CH3); 1,31 (3H, s, CH3); 1,41 (3H, s, CH3); 1,54 (3H, s, CH3); 5,97 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,64 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’); 5,51 (1H, d, J = 2,9 Hz, H-3’); 4,33 (1H, dd, J = 2,9 e 7,8 Hz, H-4’); 4,41 (1H, ddd, J = 5,1; 5,6 e 7,8 Hz, H-5’); 4,09 (1H, dd, J = 5,1 e 8,8 Hz, H-6’); 4,14 (1H, dd, J = 5,6 e 8,8 Hz, H-6”); 2,46 (3H, s, C5CH3); 5,54 (2H, s, NCH2Ph); 7,18-7,20 (2H, m, H-2a); 7,32-7,39 (2H, m, H-3a); 7,327,39 (1H, m, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,1 (CH3); 26,1 (CH3); 26,6 (CH3); 26,7 (CH3); 105,0 (C-1’); 83,3 (C-2’); 76,4 (C-3’); 79,7 (C-4’); 72,4 (C-5’); 67,0 (C-6’); 112,1 (C-7’); 109,1 (C-8’); 51,9 (NCH2Ph); 136,1 (C-4); 138,8 (C-5); 8,9 (C5-CH3); 133,6 (C-1a); 127,1 (C-2a); 129,0 (C-3a); 128,5 (C-4a); 160,3 (C=O). 199 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.8.4. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 1(2,3:4,5-di-O-isopropilideno)-β-D-frutopiranose (104d) Ha 1a Hb 2a 3a 7' N O 5 6' 2' N O O O N 4 5' 1' O 4' 3' O O 104d 8' Óleo amarelo 4a [α] D20 - 14 (c 1.6, CHCl3). IV νmax (cm-1, filme): 1723 (C=O), 1382 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,34 (3H, s, CH3); 1,46 (3H, s, CH3); 1,51 (3H, s, CH3); 1,54 (3H, s, CH3); 4,26 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-1’); 4,69 (1H, dd, J = 11,5 Hz, H-1”); 4,59 (1H, d, J = 2,7 Hz, H-3’); 4,65 (1H, dd, J = 2,7 e 7,8 Hz, H-4’); 4,244,28 (1H, m, H-5’); 3,78 (1H, dd, J = 0,5 e 12,9 Hz, H-6’); 3,96 (1H, dd, J = 1,7 e 12,9 Hz, H-6”); 2,47 (3H, s, C5-CH3); 5,51 (1H, d, J = 15,4 Hz, Ha); 5,57 (1H, d, J = 15,4 Hz, Hb); 7,14-7,17 (2H, m, H-2a); 7,32-7,39 (2H, m, H-3a); 7,32-7,39 (1H, m, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 23,9 (CH3); 25,2 (CH3); 25,7 (CH3); 26,4 (CH3); 64,5 (C-1’); 101,4 (C-2’); 70,1 (C-3’); 69,9 (C-4’); 70,7 (C-5’); 61,1 (C-6’); 109,0 (C-7’); 108,9 (C-8’); 51,7 (NCH2Ph); 136,3 (C-4); 138,7 (C-5); 8,8 (C5-CH3); 133,7 (C-1a); 127,0 (C-2a); 128,9 (C-3a); 128,4 (C-4a); 160,9 (C=O). 7.8.5. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 3(1,2:4,5-di-O-isopropilideno)-β-D-frutopiranose (104e) 7' O 6' 2' 1' O N N O O 4 5' 4' N 3' O O 5 O 8' 104e Sólido Amarelo – p.f. 164-165 ºC [α] D20 - 105 (c 1.6, CHCl3). IV νmax (cm-1, filme): 1729 (C=O), 1373 e 1385 1a 4a 2a 3a (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,36 (3H, s, CH3); 1,43 (3H, s, CH3); 1,50 (3H, s, CH3); 1,59 (3H, s, CH3); 3,93 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1’); 4,01 (1H, dd, J = 9,3 Hz, H-1”); 5,40 (1H, d, J = 8,1 Hz, H-3’); 4,48 (1H, dd, J = 5,4 e 8,1 Hz, H-4’); 4,28 (1H, dd, J = 1,8 e 5,4 Hz, H-5’); 4,12 (1H, d, J = 13,7 Hz, 200 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva H-6’); 4,20 (1H, dd, J = 2,4 e 13,7 Hz, H-6”); 2,46 (3H, s, C5-CH3); 5,53 (2H, s, NCH2Ph); 7,13-7,21 (2H, m, H-2a); 7,32-7,40 (2H, m, H-3a); 7,32-7,40 (1H, m, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,9 (CH3); 26,2 (CH3); 26,3 (CH3); 27,6 (CH3); 71,5 (C-1’); 103,5 (C-2’); 70,3 (C-3’); 74,7 (C-4’); 73,6 (C-5’); 60,2 (C-6’); 112,1 (C-7’); 109,5 (C-8’); 51,8 (NCH2Ph); 136,0 (C-4); 138,4 (C-5); 9,1 (C5-CH3); 133,6 (C-1a); 127,0 (C-2a); 128,9 (C-3a); 128,4 (C-4a); 160,9 (C=O). 7.8.6. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 3(1,2:5,6-di-O-isopropilideno)-α-D-alofuranose (104f) 4a 8' O 6' O 5' O Ha 4' Hb 3' 2' 1a N 3a 2a 5 N N 4 104f Sólido Amarelo – p.f. 97-98 ºC 1' O O 7' O O [α] D20 + 83 (c 1.5, CHCl3). IV νmax (cm-1, filme): 1733 e 1714 (C=O), 1380 e 1372 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,32 (3H, s, CH3); 1,32 (3H, s, CH3); 1,38 (3H, s, CH3); 1,54 (3H, s, CH3); 5,88 (1H, d, J = 3,9 Hz, H-1’); 4,93 (1H, dd, J = 3,9 e 5,1 Hz, H-2’); 5,11 (1H, dd, J = 5,1 e 8,3 Hz, H-3’); 4,36-4,43 (1H, m, H-4’); 4,36-4,43 (1H, m, H-5’); 4,03 (1H, dd, J = 6,1 e 8,8 Hz, H-6’); 4,10 (1H, dd, J = 6,6 e 8,8 Hz, H-6”); 2,46 (3H, s, C5-CH3); 5,50 (1H, d, J = 15,6 Hz, Ha); 5,56 (1H, d, J = 15,6 Hz, Hb); 7,17-7,21 (2H, m, H-2a); 7,32-7,39 (2H, m, H-3a); 7,32-7,39 (1H, m, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 25,1 (CH3); 26,4 (CH3); 26,9 (CH3); 26,9 (CH3); 104,4 (C-1’); 78,0 (C-2’); 72,8 (C-3’); 77,8 (C-4’); 75,0 (C-5’); 65,7 (C-6’); 113,5 (C-7’); 110,2 (C-8’); 52,3 (NCH2Ph); 136,4 (C-4); 139,1 (C-5); 9,4 (C5-CH3); 134,0 (C-1a); 127,6 (C-2a); 129,4 (C-3a); 128,9 (C-4a); 160,8 (C=O). 201 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.8.7. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 5-(3O-benzil-1,2-O-isopropilideno)-α-D-xilofuranose (104g) 3a 4a [α] D20 - 25 (c 1.5, CHCl3) 4'a 3'a 2a 1a 2'a N 5 N N 4 5' O O 104g O 1'a 6' O 4' 1' O O 7' 2' 3' IV νmax (cm-1, filme): 1721 (C=O), 1374 e 1360 (estiramentos de ligações C-H de metilas geminais dos grupamentos isopropilidênicos). RMN de 1H (300,00 MHz, CDCl3) δ (ppm): 1,33 (3H, s, CH3); 1,49 (3H, s, CH3); 5,98 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-1’); 4,65 (1H, d, J = 3,7 Hz, H-2’); 4,08 (1H, d, J = 2,7 Hz, H- 3’); 4,58-4,63 (1H, m, H-4’); 4,58-4,63 (2H, m, H-5’); 4,54 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6’); 4,72 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6”); 2,42 (3H, s, C5-CH3); 5,54 (2H, s, NCH2Ph); 7,17-7,39 (2H, m, H-2a); 7,17-7,39 (2H, m, H-3a); 7,17-7,39 (1H, m, H-4a); 7,17-7,39 (2H, m, H2’a); 7,17-7,39 (2H, m, H-3’a); 7,17-7,39 (1H, m, H-4’a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, CDCl3) δ (ppm): 26,1 (CH3); 26,6 (CH3); 105,0 (C-1’); 82,0 (C-2’); 81,4 (C-3’); 77,8 (C-4’); 62,1 (C-5’); 71,7 (C-6’); 111,7 (C-7’); 51,8 (NCH2Ph); 137,0 (C-4); 138,3 (C-5); 8,9 (C5-CH3); 133,7 (C-1a); 128,3 (C-2a); 128,9 (C-3a); 128,4 (C-4a); 136,4 (C-1’a); 127,0 (C-2’a); 127,5 (C-3’a); 127,7 (C-4’a); 161,0 (C=O). 7.9. Procedimento geral para obtenção dos derivados 1,2,3-triazólicos 105a-g155 A um balão de fundo redondo contendo 1 mmol do 1,2,3-triazol 104a-g foram adicionados 10 mL de solução aquosa a 50% de ácido trifluoracético. A mistura foi mantida sob agitação magnética por 48 horas. Em seguida, o solvente foi removido sob pressão reduzida e obteve-se os derivados 1,2,3-triazólicos 105a-g como um óleo marrom, com rendimentos quantitativos. Os derivados 1,2,3-triazólicos 104a-g foram analisados por espectroscopia de RMN de 1H e de 13C. 202 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.9.1. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 5-Dribofuranose (105a) RMN de 1H (300,00 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 4a 3a 5,10 (1H, s, H-1’); 4,35 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-2’) 2a 1a 5 N 4 N N 5' O 4' O e 4,33 (1H, d, J = 11,7 Hz, H-2’); 4,60 (1H, dd, J O 1' OH 3' 2' OH OH = 3,2 e 11,7 Hz, H-3’); 4,08 (1H, dd, J = 3,2 e 6,6 Hz, H-4’); 3,80 (1H, d, J = 4,4 Hz, H-5’); 4,14 (1H, d, J = 4,4 e 6,6 Hz, H-5”); 2,60 (3H, s, C5- 105a CH3); 5,77 (2H, s, NCH2Ph); 7,31-7,51 (2H, m, H-2a); 7,31-7,51 (2H, m, H-3a); 7,317,51 (1H, m, H-4a). RMN de 13 C (APT, 75,0 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 102,0 (C-1’); 79,1 (C-2’); 71,2 (C-3’); 75,4 (C-4’); 66,2 (C-5’); 51,0 (NCH2Ph); 136,0 (C-4); 138,8 (C-5); 9,1 (C5CH3); 135,2 (C-1a); 127,5 (C-2a); 129,1 (C-3a); 128,3 (C-4a); 161,1 (C=O). 7.9.2. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 6-Dgalactopiranose (105b) 3a 4a 2a 1a RMN de 1H (300,00 MHz, DMSO-d6) δ N 5 N 4 N 105b (ppm): 5,06 (1H, d, J = 3,5 Hz, H-1’) e 5,05 1' 5' OH O 6' O OH 4' HO3' 2' O OH (1H, d, J = 3,0 Hz, H-1’); 3,68 (1H, dd, J = 3,5 e 9,5 Hz, H-2’); 3,79-3,87 (1H, m, H-3’); 3,93 (1H, dd, J = 2,8 e 7,0 Hz, H-4’) e 3,98 (1H, dd, J = 5,2 e 7,2 Hz, H-4’); 4,33-4,38 (1H, m, H-5’); 4,23-4,27 (1H, m, H-6’); 4,27-4,45 (1H, m, H-6”); 2,57 (3H, s, C5-CH3) e 2,58 (3H, s, C5-CH3); 5,73 (2H, s, NCH2Ph); 7,30-7,55 (2H, m, H-2a); 7,30-7,55 (2H, m, H-3a); 7,30-7,55 (1H, m, H-4a). RMN de 13 C (APT, 75,0 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 97,5 e 92,8 (C-1’); 69,4 e 71,9 (C-2’); 73,1 e 76,0 (C-3’); 67,8 e 68,8 (C-4’); 81,5 e 82,7 (C-5’); 64,4 e 64,3 (C-6’); 50,9 (NCH2Ph); 135,9 (C-4); 138,8 e 138,7 (C-5); 8,87 e 8,92 (C5-CH3); 135,1 (C-1a); 127,4 (C-2a); 128,9 (C-3a); 128,2 (C-4a); 161,0 (C=O). 203 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.9.3. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 3-Dglicopiranose (105c) 2a 3a RMN de 1H (300,00 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 6' OH 4' 5' O HO 1' O 5 2' OH OH 3' N 1a N 4 O N 5,11 (1H, d, J = 9,3 Hz, H-1’α); 4,56 (1H, d, J = 7,6 Hz, H-1’β); 3,27 (1H, m, H-2’α); 3,30 (1H, dd, J = 7,6 e 9,5, H-2’β); 3,55-3,66 (1H, m, H- 105c 4a 3’α); 3,50 (1H, dd, J = 5,8 e 9,5 Hz, H-3’β); 3,34- 3,40 (1H, m, H-4’α e H-4’β); 3,55-3,66 (1H, m, H-5’α e H-5’β); 3,55-3,66 (2H, m, H6’α e H-6’β); 2,57 (3H, s, C5-CH3); 5,73 (2H, s, NCH2Ph); 7,31-7,53 (2H, m, H-2a); 7,31-7,53 (2H, m, H-3a); 7,31-7,53 (1H, m, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 92,3 (C-1’α); 96,8 (C-1’β); 70,4 (C-2’α); 76,2 (C-2’β); 72,8 (C-3’α); 73,5 (C-3’β); 68,1 (C-4’α e β); 71,9 (C-5’α); 78,5 (C-5’β); 60,8 (C-6’α e β); 50,8 (NCH2Ph); 136,4 (C-4α); 136,6 (C-4β); 138,2 (C-5α); 138,3 (C-5β); 9,0 (C5-CH3); 135,2 (C-1a α e β); 127,4 (C-2a α e β); 128,9 (C-3a α e β); 128,1 (C-4a α e β); 160,6 (C=O α); 160,8 (C=O β). 7.9.4. Obtenção do substância 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4- carboxilato de 1-D-frutopiranose (105d) 2a 3a 1a N OH 5 6' 2' 1' N O O N 4 5' OH 4' 3' O HO OH 105d RMN de 1H (300,00 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 4a 4,22 (1H, d, J = 11,5 Hz, H-1’); 4,34 (1H, dd, J = 11,5 Hz, H-1”); 4,28-4,30 (1H, m, H-3’); 4,284,30 (1H, m, H-4’); 3,91-3,99 (1H, m, H-5’); 3,91-3,99 (1H, m, H-6’); 3,74-3,84 (1H, m, H- 6”); 2,59 e 2,60 (3H, s, C5-CH3); 5,77 e 5,78 (1H, s, NCH2Ph); 7,32-7,53 (2H, m, H2a); 7,32-7,53 (2H, m, H-3a); 7,32-7,53 (1H, m, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 65,2 (C-1’); 97,0 e 100,2 (C-2’); 69,1 (C-3’); 67,8 (C-4’); 69,6 (C-5’); 63,5 (C-6’); 50,9 (NCH2Ph); 136,2 (C-4); 138,7 (C-5); 9,1 e 9,2 (C5-CH3); 135,2 (C-1a); 127,4 (C-2a); 129,0 (C-3a); 128,2 (C-4a); 160,6 (C=O). 204 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.9.5. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 3-Dfrutopiranose (105e) OH 2' 1' OH N N O O 4 5' N HO 4' 3' 5 OH O RMN de 1H (300,00 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 3,41- 6' 3,59 (2H, m, H-1’); 5,43 (1H, d, J = 10,0 Hz, H-3’); 4,01 1a 2a 3a 105e 4a (1H, dd, J = 3,5 e 10,0 Hz, H-4’); 3,88-3,89 (1H, m, H5’); 4,00 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6’); 3,64 (1H, dd, J = 1,2 e 12,0 Hz, H-6”); 2,60 e 2,61 (3H, s, C5-CH3); 5,77 e 5,78 (2H, s, NCH2Ph); 7,33-7,53 (2H, m, H-2a); 7,33-7,53 (2H, m, H-3a); 7,33-7,53 (1H, m, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 64,7 (C-1’); 97,4 e 101,6 (C-2’); 68,4 (C-3’); 70,9 (C-4’); 67,8 (C-5’); 63,6 (C-6’); 51,2 (NCH2Ph); 136,7 (C-4); 138,7 (C-5); 9,3 (C5-CH3); 135,5 (C-1a); 127,8 (C-2a); 129,3 (C-3a); 128,5 (C-4a); 161,0 (C=O). 7.9.6. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 3-Dalopiranose (105f) HO 2a 3a 5 RMN de 1H (300,00 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 6' OH 4' 5' O 1' OH 3' 2' OH O N 1a N 4 N e 8,0 Hz, H-2’); 4,80 (1H, d, J = 8,0 Hz, H-3’); 3,683,76 (1H, m, H-4’); 3,49-3,58 (1H, m, H-5’); 3,49- O 105f 4a 5,69 (1H, d, J = 3,2 Hz, H-1’); 3,43 (1H, dd, J = 3,2 3,58 (1H, m, H-6’); 3,75 (1H, dd, J = 6,8 e 11,0 Hz, H-6”); 2,58 (3H, s, C5-CH3); 5,73 (1H, s, NCH2Ph); 7,29-7,54 (2H, m, H-2a); 7,29-7,54 (2H, m, H-3a); 7,29-7,54 (1H, m, H-4a). RMN de 13C (APT, 75,0 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 94,1 (C-1’); 74,6 (C-2’); 75,3 (C3’); 65,9 (C-4’); 70,1 (C-5’); 61,2 (C-6’); 50,9 (NCH2Ph); 136,8 (C-4); 137,8 (C-5); 9,4 (C5-CH3); 135,2 (C-1a); 127,5 (C-2a); 129,0 (C-3a); 128,2 (C-4a); 160,6 (C=O). 205 UFF – IQ – GPQ – Tese de Doutorado Fernando de Carvalho da Silva 7.9.7. Obtenção do 1-Benzil-5-metil-1H-[1,2,3]triazol-4-carboxilato de 5-(3O-benzil)-D-xilofuranose (105g) 3a 4a 2a 1a 4'a RMN de 1H (300,00 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 4,82 3'a (1H, d, J = 4,4 Hz, H-1’); 4,10-4,31 (1H, m, H-2’); 2'a N 5 N N 4 O 5' O 2' 3' 105g 4,51-4,59 (1H, m, H-3’); 4,59-4,70 (1H, m, H-4’); 4,77 1' O 4' O 1'a 6' OH (1H, dd, J = 3,4 e 12,4 Hz, H-5’); 4,82 (1H, d, J = 12,4 OH Hz, H-5”); 4,61 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6’); 4,68 (1H, d, J = 12,0 Hz, H-6”); 2,55 e 2,56 (3H, s, C5-CH3); 5,77 (2H, s, NCH2Ph); 7,32-7,57 (2H, m, H-2a); 7,32-7,57 (2H, m, H-3a); 7,32-7,57 (1H, m, H-4a); 7,32-7,57 (2H, m, H-2’a); 7,32-7,57 (2H, m, H-3’a); 7,32-7,57 (1H, m, H-4’a). RMN de 13 C (APT, 75,0 MHz, DMSO-d6) δ (ppm): 102,1 (C-1’); 83,8 (C-2’); 82,4 (C-3’); 78,0 (C-4’); 63,0 (C-5’); 71,4 (C-6’); 50,9 (NCH2Ph); 138,3 (C-4); 138,7 (C-5); 8,8 (C5-CH3); 135,1 (C-1a); 127,4 (C-2a); 128,9 (C-3a); 128,2 (C-4a); 135,1 (C-1’a); 127,4 (C-2’a); 128,9 (C-3’a); 128,2 (C-4’a); 160,9 (C=O). 206 Produção Bibliográfica Catalysis Communications 5 (2004) 151–155 www.elsevier.com/locate/catcom Natural clays as efficient catalysts for obtaining chiral b-enamino esters Fernando C. Silva a, Maria C.B.V. de Souza a, Vitor F. Ferreira Sılvio J. Sabino b, O.A.C. Antunes b a a,* , Departamento de Quımica Org^anica, Instituto de Quımica, GQO, CEG, Centro, Universidade Federal Fluminense, Campus do Valonguinho, Nitero, i RJ 24210-150, Brazil b Instituto de Quımica, UFRJ, CT, bl A, lab. 641, Cidade Universitaria, Rio de Janeiro, RJ 21945-970, Brazil Received 30 September 2003; accepted 18 December 2003 Published online: 28 January 2004 Abstract Smectite, atapulgite and vermiculite clays catalyzed efficiently trans-esterifications and enamino esters formation in one-pot reaction from b-keto esters, carbohydrate derivatives and amines, in good to excellent yields without decomposition of the carbohydrate moieties. Ó 2004 Elsevier B.V. All rights reserved. Keywords: Catalysis; Clays; Smectite; Atapulgite; Vermiculite; Montmorillonite; Enamine; Esters; Sugars 1. Introduction Clays are silicates with layered structures. The physical and chemical properties of these materials can be directly related to their structures [1]. These can exchange cations and can be used as catalysts for many applications. Their unique structures allowed layer manipulation, including formation of intercalation compounds and pillarization. Montmorillonite, {[M2 (OH)2 (Si4 O10 )] xH2 O}, M ¼ Al and/or Mg, a dioctahedral three layer structure, intercalated with water, is one of the most used clays [1], it has been used, for instance to deprotect 1,1-diacetates [2] and to promote solventless addition reactions of furans [3]. The use of these materials as catalysts have been extensively reviewed [4–6]. Vaccari described the different methods of preparation of (pillared) cationic and anionic clays [4] and described the extensive use of these materials as catalysts [5]. Tanabe and H€ olderich [6] * Corresponding author. Tel.: +55-21-620-1313x29; fax: +55-21-6207769. E-mail address: [email protected]ff.br (V.F. Ferreira). 1566-7367/$ - see front matter Ó 2004 Elsevier B.V. All rights reserved. doi:10.1016/j.catcom.2003.12.008 treated these materials in terms of their acid/base properties, exemplifying their uses along other materials. Montimorillonite has been used, in aqueous medium, to promote multicomponent reactions [7]. These reactions represented important models for chemical processes, with an enormous potential for industrial applications since, in the same reactor, two or more synthetic steps, in the presence of three or more reagents, are carried out sequentially, as showed by Cativiela et al. [8] in the production of D L -5-(4-hydroxyphenyl)hydantoin an important intermediate for the enzymatic [9–12] production of D -phenylglycines used in antibiotics. The beneficial of using catalysis in terms of the so called green chemistry have been stressed by different authors [13]. Particularly, the use of clays represents important steps due to their low cost, readily availability and recycle, in addition to their potential use in vapor phase [14] or under sonication [15]. In general, therefore, the catalytic properties of clays are linked not only to their acid/base properties [16], but also to their capacity of water exchange [17]. In addition, a vast fascinating related field, able to integrate the use of these materials in two- or multicomponent reactions is the so called ribose nucleic acid 152 F.C. Silva et al. / Catalysis Communications 5 (2004) 151–155 world [18]. Therefore, any contribution involving clays in condensation reactions could be linked, by analogy, to the very early steps in the origin of life. Many methodologies for the preparation of both natural and unnatural a-amino acids in optically pure form are available for laboratory and industrial scale. On the other hand, fewer procedures for the production of b-amino acids have been published so far. Although less abundant in nature, they are also present in natural peptides, whilst synthetic poly-b-peptides have interesting structural properties and are potentially important pharmaceutical compounds. Furthermore, b-amino acids are synthetic precursors of b-lactams, which are biologically active compounds of current interest. In this respect, useful methods have been developed for the synthesis of enantiomerically pure b-amino acids from b-enamino esters as the pioneering works of Achiwa and Soga [19] and Lubell et al. [20]. Although some procedures for the synthesis of enamino esters have been described in the literature [21–23], the synthesis of new b-enamino esters carrying chiral auxiliaries is still a challenging synthetic endeavor. One general method to produce b-enamino carbonyl compounds involves the acid catalyzed condensation of amines with b-dicarbonyl compounds, exemplified with the use of inorganic solids such as zeolites and montmorillonite K-10 [24–26]. The growing use of clays as catalysts in organic reactions [27–32] have particular importance due to their promptly availability, low cost, mild reaction condi- tions, non-corrosiveness, easy recovery and reuse [33], in addition to their claimed effects in chemo- and regioselectivities. However, some commercially available clays (e.g., montmorillonite K-10) are inappropriate to be used in some reactions involving carbohydrates since they led to extensive degradation of the carbohydrate moiety [4,5,34]. 2. Results and discussion In a search for obtaining chiral enamino esters derived from b-keto esters and carbohydrate derivatives, we decided to investigate the use of some natural clays as catalysts in these desired one pot mild trans-esterifications and enamino esters formation, avoiding carbohydrate moiety decomposition. Inspiration comes from the allegedly enrollment of clays in the synthesis of (poly) nucleosides in the early steps in the origin of life [18,35]. Therefore, we herein describe a mild and efficient protocol for the one pot trans-esterification and N -benzylenamino esters formation from commercially available b-keto esters (1, R ¼ Me and 2, R ¼ Ph) and methoxy-2,3-O-isopropylidene-a-D -ribofuranose (3a), l,2:3,4-di-O-isopropylidene-a-D -galactopyranose (3b) l,2: 5,6-di-O-isopropylidene-b-D -glucofuranose (3c), 2,3:4,5di-O-isopropylidene-b-D -fructopyranose (3d), l,2: 4,5di-O-isopropylidene-b-D -fructopyranose (3e) and, l,2: 5,6-di-O-isopropylidene-b-D -allofuranose (3f) employing Scheme 1. F.C. Silva et al. / Catalysis Communications 5 (2004) 151–155 three eco-friendly natural clays as catalyst: smectite, atapulgite and vermiculite (Scheme 1). With these clay catalysts, the carbohydrate derivatives (3a–f) underwent one pot trans-esterifications and benzyl-enamino esters formation with ethyl acetoacetate (1) and ethyl benzoylacetate (2) to afford synthetically useful esters 4a–l in good to excellent yields (Table 1). The degradation of the carbohydrates, which were observed in the trans-esterification step using Montmorillonite K-10, were strongly reduced with the present clays and, in some experiments the products were obtained in high degree of purities (entries 1 and 27) simply by removing the excess of the starting materials. In general, atapulgite and vermiculite clays showed better performance than smectite as previously observed in claysÕ catalyzed trans-esterifications [34]. Sterical constrains affected reactionsÕ yields: in general higher yields were obtained with primary (3a and 3b) than with secondary alcohols (3c, 3e and 3f) and with R1 ¼ Me than with R1 ¼ Ph. Table 1 Clays catalyzed production of enamino esters 4a–n as described in Scheme 1 Entry b-Keto ester 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 R1 ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph ¼ CH3 ¼ Ph Alcohol (R2 –OH) Enamino ester Catalyst Yield (%) 3a 3a 3b 3b 3c 3c 3d 3d 3e 3e 3a 3a 3b 3b 3c 3c 3d 3d 3e 3e 3a 3a 3b 3b 3c 3c 3d 3d 3e 3e 3f 3f 4a 4b 4c 4d 4e 4f 4g 4h 4i 4j 4a 4b 4c 4d 4e 4f 4g 4h 4i 4j 4a 4b 4c 4d 4e 4f 4g 4h 4i 4j 4k 4l Smectite Smectite Smectite Smectite Smectite Smectite Smectite Smectite Smectite Smectite Atapulgite Atapulgite Atapulgite Atapulgite Atapulgite Atapulgite Atapulgite Atapulgite Atapulgite Atapulgite Vermiculite Vermiculite Vermiculite Vermiculite Vermiculite Vermiculite Vermiculite Vermiculite Vermiculite Vermiculite Vermiculite Vermiculite 94 75 80 89 50 62 55 85 81 80 65 73 79 59 75 55 60 70 70 40 75 20 69 66 60 82 98 40 53 39 60 60 153 3. Experimental 3.1. Clays origin The clays were obtained from Bravo farm [36], Boa Vista District, Paraıba, Brazil. They were ground to 0.150 mm and used in the reactions without any pretreatment or activation. Their specific surface areas were measured by the BET-method [37]: smectite 68.88 m2 /g, atapulgite 49.30 m2 /g and vermiculite 119.67 m2 /g. Percentual composition of clays was determined by X-ray powder diffraction [34]. The acetonides 3a [38], 3b–e [39] and 3f [40] were prepared by standard methods described in the literature from the appropriate carbohydrates. 3.2. General experimental procedure A mixture of the appropriate b-keto ester (6 mmol), the carbohydrate–acetonides (4 mmol) and the clay (0.208 g) in toluene (20 mL) was refluxed for 48 h and allowed to cool to room temperature. Benzylamine (1.3 mL, 12 mmol) was added to this mixture, which was stirred during an additional 24 h period. After this period, this was filtered to remove the clay and the filtrated evaporated under reduced pressure. The residue was chromatographed on silica gel column (Merck 70–230 mesh), eluted with a gradient mixture of n-hexane: triethylamine 98:2 to 95:5. The b-enamino esters 4a–j and 41 were obtained as light yellow oils and the b-enamino ester 4k was obtained as white solid with m.p. 123–124 °C. 3.3. Spectral data of some new enamino esters 1 4a, ½aD 20 – 12° (c 5, CHCl3 ); IR (film) mmax (cm ): 1736 (C@O, ester); 3295 and 1652 (N–H); 1 H NMR (300 MHz) d (ppm): 4.97 (s, 1H, H-l); 4.70 (d, J ¼ 6.0 Hz, 1H, H-2); 4.60 (d, J ¼ 6.0 Hz, 1H, H-3); 4.38 (t, J ¼ 7.5 Hz, 1H, H-4); 4.06 (d, J ¼ 7.5 Hz, 2H, H-5); 3.32 (s, 3H, H6); 1.48 (s, 3H, H-8); 1.32 (s, 3H, H-9); 4.57 (d, J ¼ 0.3 Hz, 1H, H-11); 1.92 (d, J ¼ 0.3 Hz, 3H, H-13); 8.91 (s, 1H, H-14); 4.43 (d, J ¼ 6.3 Hz, 2H, H-15); 7.20–7.40 (m, 5H, H-17–H-19); 13 C NMR (75 MHz) d (ppm): 109.6 and 109.4 (C-l), 85.4 and 84.8 (C-2), 82.8 and 82.2 (C-3), 86.3 (C-4), 62.9 (C-5), 54.9 (C-6), 112.5 (C-7), 26.6 and 26.1 (C-8), 25.2 and 24.7 (C-9), 170.2 and 170.0 (C-10), 83.3 (C-11), 162.5 and 162.2 (C-12), 19.5 and 19.6 (C13), 47.0 and 46.9 (C-15), 138.9 and 138.7 (C-16), 129.0 and 128.9 (C-17a and C-17b), 126.8 and 126.9 (C-18a and C18b), 127.6 and 127.5 (C-19); HRMS found for [M ) 15]þ : 418.1866, calcd. for C22 H28 NO7 . 1 4b, ½aD 20 – 26° (c1, CHC13 ); IR (film) mmax (cm ): 1 1745 (C@O, ester); 3288 and 1655 (N–H); H NMR (300 MHz) d (ppm): 4.98 (s, 1H, H-l); 4.71 (d, J ¼ 6.0 Hz, 1H, H-2); 4.60 (d, J ¼ 6.0 Hz, 1H, H-3); 4.40 (t, J ¼ 7.5 Hz, 1H, H-4); 4.11 (d, J ¼ 7.5 Hz, 2H, H-5); 3.32 (s, 3H, 154 F.C. Silva et al. / Catalysis Communications 5 (2004) 151–155 H-6); 1.48 (s, 3H, H-8); 1.32 (s, 3H, H-9); 4.64 (s, 1H, H11); 8.93 (s, 1H, H-17); 4.28 (d, J ¼ 6.3 Hz, 2H, H-l8); 7.10–7.40 (m, 10H, H-14–H-16 and H-20–H-22); 13 C NMR (75 MHz) d (ppm): 8 109.4 (C-l), 85.7 (C-2), 82.2 (C-3), 84.8 (C-4), 63.2 (C-5), 55.0 (C-6), 26.6 (C-7), 25.2 (C-8), 112.6 (C-9), 165.4 (C-10), 85.4 (C-11), 169.8 (C12), 139.2 (C-13), 128.6 (C-14a and C-14b), 127.0 (C-15a and C-15b), 127.4 (C-16), 48.5 (C-18), 139.6 (C-19), 128.8 (C-20a and C-20b), 128.0 (C-21a and C-21b), 129.5 (C-22). 1 4c, ½aD 20 – 5° (c5, CHCl3 ); IR (film) mmax (cm ): 1736 1 (C@O, ester); 3297 and 1655 (N–H); H NMR (300MHz) d (ppm): 5.54 (d, J ¼ 5.1 Hz, 1H, H-l); 1.45 (s, 3H, H-1b); 1.52 (s, 3H, H-1c); 4.31 (dd, J ¼ 5.0 and 2.4 Hz, 1H, H-2); 4.61 (dd, J ¼ 7:8 and 2.4 Hz, 1H, H-3); 3.90–4.10 (m, 3H, H-6, H-5 and H-4); 4.07–4.04 (m, 1H, H-60 ); 4.60 (s, 1H, H-8); 1.91 (s, 3H, H-10); 8.92 (s, 1H, H-11); 4.42 (d, J ¼ 6.4 Hz, 2H, H-12); 1.33 (s, 3H, H17a); 1.34 (s, 3H, H-17b); 7.33–7.25 (m, 5H, H-14–H16); 13 C NMR (75MHz) d (ppm): 96.4 (C-1), 109.5 and 112.4 (C-1a), 26.5 (C-1b), 26.1 (C-1c), 70.6 (C-2), 70.8 (C-3), 71.2 (C-4), 66.3 (C-5), 62.8 and 61.4 (C-6), 170.1 and 169.9 (C-7), 85.3 and 84.7 (C-8), 162.1 and 162.5 (C9), 19.4 and 19.5 (C-10), 46.8 and 46.9 (C-12), 138.8 and 138.6 (C-13), 126.7 and 126.8 (C-14a and C-14b), 128.8 and 128.9 (C-15a and C-15b), 127.4 and 127.5 (C-16), 108.7 and 109.3 (C-17), 25.1 (C-17a), 24.6 (C-17b). 1 4d, ½aD 20 – 40° (c1, CHCl3 ); IR (film) mmax (cm ): 1742 (C@O, ester); 3307 and 1685 (N–H); 1 H NMR (300 MHz) d (ppm): 5.57 (d, J ¼ 5.1 Hz, 1H, H-1); 1.46 (s, 3H, H-1b); 1.54 (s, 3H, H-1c); 4.34 (dd, J ¼ 5.1 and 2.4 Hz, 1H, H-2); 4.61 (dd, J ¼ 7.8 and 2.4 Hz, 1H, H-3); 4.27 (dd, J ¼ 1.5 and 7.8 Hz, 1H, H-4); 4.20–4.24 (m, 1H, H-5); 3.60–3.80 (m, 2H, H-6 and H-60 ); 4.50 (s, 1H, H-8); 8.35 (s, 1H, H-14); 1.26 (s, 3H, H-17a); 1.34 (s, 3H, H-17b); 7.10–7.70 (m, 10H, H-11–H-13 and H-17–H19). 3 1 4e, ½aD 20 – 20° (c5, CHCl ); IR (film) mmax (cm ): 1745 1 (C@O, ester); 3294 and 1656 (N–H); H NMR (300 MHz) d (ppm): 5.87 (d, J ¼ 3.9 Hz, IH, H-1); 1.42 (s, 3H, H-1b); 1.51 (s, 3H, H-1c); 4.54–4.52 (m, 1H, H-2); 5.20 (d, J ¼ 2.7 Hz, 1H, H-3); 4.33–4.25 (m, 2H, H-5 and H4); 1.33 (s, 3H, H-5b); 1.29 (s, 3H, H-5c); 4.06–4.04 (m, 2H, H-6); 4.54 (s, IH, H-7); 1.93 (s, 3H, H-10); 8.96 (s, 1H, H-11); 4.43 (d, J ¼ 6.3 Hz, 2H, H-12); 7.43–7.24 (m, 5H, H-14–H-16); 13 C NMR (75 MHz) d (ppm): 105.2 (C-1), 112.1 (C-1a), 26.9 (C-1b), 26.4 (C-1c), 82.4 (C-2), 79.9 (C-3), 74.6 (C-4), 73.0 (C-5), 109.1 (C-5a), 25.5 (C5b and C-5c), 66.7 (C-6), 83.9 (C-7), 169.1 (C-8), 163.2 (C-9), 19.6 (C-10), 47.1 (C-12), 137.0 (C-13), 127.0 (C14a and C-14b), 129.0 (C-15a and C-15b), 127.7 (C-16); HRMS found for [M ) 15]þ : 418.1866, calcd. for C22 H28 NO7 . 1 4f, ½aD 20 – 19° (c1, CHCl3 ); IR (film) mmax (cm ): 1736 1 (C@O, ester); 3290 and 1655 (N–H); H NMR (300 MHz) d (ppm): 5.90 (d, J ¼ 3.7 Hz, IH, H-1); 1.54 (s, 3H, H-1b); 1.44 (s, 3H, H-1c); 4.37–4.25 (m, 3H, H-2, H-4 and H-5); 5.25 (d, J ¼ 2.7 Hz, IH, H-3); 4.07–4.05 (m, 2H, H-6 and H-60 ); 1.32 (s, 3H, H-5b); 1.34 (s, 3H, H5c); 4.66 (s, 1H, H-7); 8.95 (s, 1H, H-14); 4.60 (d, J ¼ 3.9 Hz, 2H, H-15); 7.42–7.17 (m, 10H, H-11–H-13 and H16a–H-18); 13 C NMR (75 MHz) d (ppm): 105.2 (C-1), 112.2 (C-1a), 26.9 (C-1b), 26.4 (C-1c), 83.8 (C-2), 79.8 (C-3), 75.0 (C-4), 72.9 (C-5), 109.2 (C-5a), 26.4 (C-5b), 25.5 (C-5c), 66.8 (C-6), 85.0 (C-7), 165.9 (C-8), 168.9 (C9), 138.9 (C-10), 127.5 (C-11a and C-11b), 127.1 (C-12a and C-12b), 128.6 (C-13), 48.6 (C-l5), 140.3 (C-16), 128.6 (C-16a and C-16b), 128.8 (C-17a and C-17b), 127.9 (C-18). 1 4g, ½aD 20 – 22° (c5, CHCl3 ); IR (film) mmax (cm ): 1736 1 (C@O, ester); 3297 and 1658 (N–H); H NMR (300 MHz) d (ppm): 4.05 (d, J ¼ 11.4 Hz, 1H, H-1); 4.36 (d, J ¼ 11.4 Hz, 1H, H-10 ); 1.54 (s, 3H, H-2b); 1.49 (s, 3H, H-2c); 4.38 (d, J ¼ 2.7 Hz, 1H, H-3); 4.61 (dd, J ¼ 2.7 and 7.8 Hz, 1H, H-4); 4.24 (dd, J ¼ 1.2 and 7.8 Hz, 1H, H-5); 3.75 (dd, J ¼ 0.6 and 12.9 Hz, 1H, H-6); 3.92 (dd, J ¼ 1.8 and 12.9 Hz, 1H, H-60 ); 4.55 (s, 1H, H-8); 1.90 (d, J ¼ 0.3 Hz, 3H, H-10); 8.94 (s, 1H, H-11); 4.42 (d, J ¼ 6.3 Hz, 2H, H-12); 7.20–7.44 (m, 5H, H-14–H-16); 13 C NMR (75 MHz) d (ppm): 63.3 (C-1), 102.3 (C-2), 109.2 (C-2a), 26.1 (C-2b), 26.7 (C-2c), 71.1 (C-3), 70.4 (C-4), 108.7 (C-4a), 24.3 (C-4b), 25.4 (C-4c), 70.5 (C-5), 61.3 (C-6), 169.6 (C-7), 82.9 (C-8), 162.4 (C-9), 19.5 (C10), 46.9 (C-12), 138.7 (C-13), 128.9 (C-14a and C-14b), 126.8 (C-15a and C-15b), 127.5 (C-16). 1 4i, ½aD 20 – 31° (c5, CHCl3 ); IR (film) mmax (cm ): 1736 (C@O, ester); 3297 and 1652 (N–H); 1372; 1 H NMR (300 MHz) d (ppm): 3.90 (d, J ¼ 9.3 Hz, 1H, H-1); 3.95 (d, J ¼ 9.3 Hz, 1H, H-10 ); 1.50 (s, 3H, H-1b); 1.58 (s, 3H, H-1c); 5.12 (d, J ¼ 7.8 Hz, 1H, H-3); 4.30 (dd, J ¼ 5.4 and 7.8 Hz, 1H, H-4); 1.36 (s, 3H, H-4b); 1.40 (s, 3H, H4c); 4.20–4.26 (m, IH, H-5); 4.14 (dd, J ¼ 2.4 and 13.5 Hz, IH, H-6); 4.06 (d, J ¼ 13.5 Hz, IH, H-60 ); 4.45 (si, 2H, H-8 and H-12); 1.92 (s, 3H, H-10); 8.86 (s, 1H, H11); 7.24–7.38 (m, 5H, H-14–H-16); RMN 13 C (75 MHz) d (ppm): 70.3 (C-1), 109.2 (C-1a), 26.0 (C-1b), 26.7 (C1c), 102.3 (C-2), 70.5 (C-3), 71.0 (C-4), 108.7 (C-4a), 25.4 (C-4b), 25.9 (C-4c), 71.1 (C-5), 63.3 (C-6), 169.6 (C-7), 82.9 (C-8), 162.4 (C-9), 19.5 (C-10), 46.9 (C-12), 138.7 (C-13), 129.0 (C-14a and C-14b), 126.8 (C-15a and C15b), 127.5 (C-16); HRMS found for [M ) 15]þ : 362.1604, calcd. for C19 H24 N06 . 4. Conclusions We believe that the present methodology is quite general, since it was tested successfully for several carbohydrate derivatives. In summary, to the best of our knowledge this is the first report on clays catalyzed (one pot) production of (chiral) b-enamino esters, in moderate to high yields without decomposition of the F.C. Silva et al. / Catalysis Communications 5 (2004) 151–155 carbohydrate moieties. In addition, the outstanding performance of these clays in the production of the title compounds can be linked to a more general subject: their role as catalysts in the synthesis of (poly) nucleosides. Acknowledgements Finantial support from CNPq, CAPES, FAPERJ, PRONEX and FUJB is acknowledged. References [1] N.N. Greenwood, A. Earnshaw, Chemistry of the Elements, Pergamon Press, Oxford, 1984, pp. 406–413. [2] T.-S. Li, Z.-H. Zhang, C.-G. Fu, Tetrahedron Lett. 38 (1997) 3285. [3] M. Avalos, R. Babiano, J.L. Bravo, P. Cintas, J.L. Jimenez, J.C. 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However, longer reflux times can be troublesome since domestic microwave ovens are not prepared for these harsh conditions. This technical note presents our finding on heterogeneous catalysis transesterification reactions between b-ketoesters and carbohydrate derivatives under heating or microwave irradiation using an adapted domestic microwave oven. Keywords: microwave; transesterification; clay catalysis INTRODUÇÃO Nos dias atuais nos quais as demandas por processos sintéticos mais limpos e eficientes têm sido consideradas muito relevantes devido a aspectos ambientais, duas condições reacionais parecem bastante adequadas para as reações químicas em escala preparativa: reações livres de solventes e reações aceleradas sob irradiação de microondas (MO). Neste sentido, devido à eficiência de aparelhos de MO em aquecer rapidamente meios reacionais, estes têm sido muito utilizados em diversas transformações orgânicas reduzindo seus tempos de realizações, muitas vezes de dias e horas para minutos ou segundos. Revisões recentes de artigos publicados em periódicos de nível científico reconhecido sobre reações aceleradas por MO2-5 mostram que é grande a diversidade de tipos de reações beneficiadas por esta espécie de aquecimento6. Os fornos de MO também podem ser utilizados para muitos outros fins nos laboratórios de química7. Evidentemente, já existem no mercado internacional diferentes fornos de MO que se adaptam a diversas finalidades, porém ainda com preços elevados que impossibilitam seu uso como equipamento de rotina em laboratório. Assim, muitos pesquisadores têm optado por desenvolver projetos próprios de fabricação de fornos de MO8 ou utilizar fornos domésticos para fins laboratoriais, com ou sem adaptações9. Manter reações sob refluxo por longo período de tempo (>24 h) por métodos convencionais é uma operação laboratorial freqüentemente utilizada. O uso de fornos de MO, adaptados ou não, para reações com estas características, encontra-se ainda limitado por motivos técnicos, principalmente no que diz respeito ao tempo de vida útil do magnetron, componente mais caro do forno, responsável por gerar as MO. Reações que utilizam catalisadores inorgânicos sólidos que possam ser regenerados representam um avanço no campo da química ambientalmente responsável. As argilas são materiais naturais, terrosos e de granulação fina que podem ser utilizados como catalisadores sólidos para muitas reações orgânicas. Devido à necessidade de se enfatizar o desenvolvimento de processos químicos *e-mail: [email protected] menos danosos ao ambiente e na busca de otimização de processos que envolvam a substituição em reações de ácidos e bases aquosas por catalisadores sólidos, há um grande interesse no estudo ou no desenvolvimento de novos catalisadores que tenham como base sólidos inorgânicos. O uso de argilas como catalisadores tem merecido atenção nas áreas de química orgânica, incluindo-se a síntese orgânica, principalmente no que se relaciona à quimio e regiosseletividade, ao baixo custo de materiais, às condições reacionais brandas, à sua fácil obtenção e possibilidade de sua reutilização10-13. As reações de transesterificação têm recebido maior destaque mais recentemente devido à demanda por biodiesel, incentivada pelo programa nacional de combustíveis alternativos derivados de óleos vegetais. Estas reações também são importantes do ponto de vista preparativo14, pois ésteres complexos podem ser obtidos a partir de outros mais simples. Este processo normalmente é realizado sob temperaturas elevadas e por longos tempos reacionais (>24 h). O uso de catalisadores heterogêneos, como argilas e outros sólidos inorgânicos, leva à diminuição deste tempo de reação15. Assim, a transferência de calor por MO e o emprego de argilas são fatores que podem resultar em condições bastante adequadas para redução dos tempos16. Este trabalho tem por objetivo adaptar um forno de microondas doméstico de modo que possa vir a ser utilizado por longos períodos de tempo em reações de transesterificação17. O efeito da irradiação de MO sobre os tempos das reações de transesterificação será avaliado usando-se como modelo a reação entre β-cetoésteres (1,2) e acetonídeos (3a-f) sob catálise de argilas naturais de três tipos: esmectita, atapulgita e vermiculita. RESULTADOS E DISCUSSÃO Adaptação de forno de microondas doméstico para realização de reações sob refluxo e catálise por argilas Os primeiros testes realizados com o equipamento adaptado indicaram que as reações de transesterificação ocorreriam com um tempo entre 7-9 h, muito menor que o necessário para realizar estas mesmas nas reações sob aquecimento convencional (48 h). Mesmo com as adaptações para resfriamento do magnetron, Vol. 29, No. 2 Adaptação de Forno de Microondas Doméstico pode haver danos irreversíveis ao mesmo, devido à baixa absorção das microondas excedentes e das não absorvidas na reação, principalmente por solvente de baixa polaridade (ex. tolueno). Sabendose que a freqüência do aparelho é de 2450 MHz e que solventes polares, em especial a água, absorvem bem este tipo de radiação, foi confeccionado um tubo de vidro em forma de “U” (Figura 1), pelo qual se fez passar água resfriada externamente para captação das MO excedentes. Essa absorção pode ser regulada na medida em que se aumente ou diminua o volume de água no tubo ou que o mesmo avance ou recue em relação à face posterior do forno. Este tubo mostrou-se de suma importância para a vida útil do magnetron, uma vez que nas reações utilizou-se tolueno, solvente de baixa polaridade. A introdução do tubo em “U” para moderação das MO no interior do forno já havia sido descrita por Hogarth e colaboradores18 para reações sob refluxo. Entretanto, no nosso caso o tubo se localiza na face posterior do forno, como já mencionado, próximo ao fundo do mesmo, permitindo a circulação de água no ponto de maior focalização das ondas. 377 Calibração do aparelho de microondas adaptado A determinação da potência do forno de MO foi realizada utilizando-se o método do aumento da temperatura da água. É conhecido que esta elevação de temperatura (ΔT) é diretamente proporcional à potência da radiação de microondas. Maiores detalhes sobre este procedimento foram recentemente relatados por Nascentes e colaboradores19 e Sabadini e colaboradores20. Os resultados obtidos neste processo estão mostrados na Tabela 1 e a curva de calibração correspondente está apresentada na Figura 2. Observouse que a potência do forno é crescente em função da temperatura, mas não corresponde ao valor relatado pelo fabricante no manual do aparelho. A posição do ponto ótimo de irradiação no interior do forno foi determinada através de mapeamento do seu interior, utilizando-se papel de fax termo-sensível. Na Figura 1 pode-se observar a localização do ponto ótimo de irradiação. Figura 2. Curva de calibração da potência do aparelho de MO Figura 1. Sistema moderador de ondas. (a) Tubo em “U” e adaptador 24/40 para balão e condensador de refluxo. (b) Foto da face posterior do forno. (c) Tubo em “U” e balão de reação conectados ao forno de microondas Figura 3. Mapeamento do forno de MO usando papel de fax termo-sensível. (a) Forramento total da base com folha de papel de fax. (b) Ponto ótimo de irradiação no interior do forno 378 da Silva et al. Quim. Nova Tabela 1. Determinação da potência do forno de MO adaptado Grau de Potência (%) Variação de Temperatura (K) Potência (W) 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1,0 2,0 4,0 6,0 7,0 10,0 12,0 13,0 18,0 19,0 34,89 139,56 169,77 209,33 244,22 348,89 418,67 453,56 628,00 662,89 Reações de transesterificação catalisadas por argilas Nas preparações dos β-cetoésteres derivados de carboidratos (4a-l) foram utilizadas argilas brasileiras como catalisadores (Esquema 1). As reações sob condições térmicas foram realizadas em manta aquecedora e as efetuadas sob ação das MO mostraram que o forno adaptado é resistente às condições reacionais empregadas. Inicialmente, preparou-se os acetonídeos dos carboidratos 1a-f 21-24. Em seguida, foram efetuadas as reações de transesterificação com os β-cetoésteres etílicos 2 e 3. Os acetonídeos foram dissolvidos em tolueno (20 mL/1 g de acetonídeo) e, em seguida, misturados com 1,5 equivalentes de acetoacetato de etila (7) ou benzoilacetato de etila (8) e adicionou-se a argila apropriada. As argilas utilizadas neste trabalho têm sido alvo de diversas pesquisas, tanto sob o ponto de vista de suas propriedades físico-químicas 25-26 , como de sua utilização como catalisadores em reações orgânicas27. No processo térmico de transesterificação, a mistura foi aquecida sob refluxo durante 48 h. Os rendimentos das reações variaram entre 50 e 99% (Tabela 2). Nas reações com uso de MO, cada mistura de reagentes, em solvente tolueno, foi submetida a sucessivos pulsos de 90 min de MO, na potência máxima do aparelho, durante um período que variou entre 6 a 9 h. Deve-se ressaltar que o marcador de tempo do aparelho só permitia irradiações de no, máximo, 90 min por vez. Em ambos os processos, após as reações de transesterificação, foram efetuadas a filtração da argila e a evaporação do solvente sob pressão reduzida. O óleo resultante foi cromatografado em coluna de sílica Esquema 1. Esquema reacional utilizado nas transesterificação catalisadas por argilas gel do tipo “flash”, eluindo-se com um gradiente de hexano/ acetato de etila (9:1). Os rendimentos das reações variaram entre 35 e 95%. Como já verificado em trabalhos anteriores realizados pelo nosso grupo de pesquisa15, os rendimentos das reações de transesterificação catalisadas pelas argilas são excelentes (50-99%), embora o tempo reacional seja muito grande (48 h). Este tipo de reações quando feito sob irradiação por microondas ocorreu com significantes aumentos de velocidade, sendo o tempo reacional reduzido em até 88%. Observou-se, em ambos os procedimentos, que as reações foram mais eficientes para álcoois primários que secundários, e que seus resultados são dependentes da estrutura do carboidrato. Devese ressaltar que as argilas foram reutilizadas nas diversas reações efetuadas, mantendo sua eficiência, e mostrando que a irradiação de MO não alterou sua estrutura durante o processo. CONCLUSÃO Devido ao alto custo dos fornos de MO comercializados para uso em síntese orgânica, acreditamos que a adaptação de fornos de MO domésticos para este fim, de custo em torno de 300 ve- Tabela 2. Resultados obtidos nas reações de transesterificação entre 1a-f e 2 ou 3 catalisadas por argilas em condições térmicas e sob irradiação por microondas Produto 4a 4b 4c 4d 4e 4f 4g 4h 4i 4j 4k 4l Esmectita 73 72 76 89 50 78 98 91 95 60 73 75 Térmico, % em 48h Atapulgita 93 75 86 82 50 80 99 87 94 93 96 90 Vermiculita 93 76 98 82 51 82 98 98 84 99 62 68 Esmectita 70 (7 h) 65 (9 h) 76 (7 h) 70 (9 h) 52 (9 h) 50 (9 h) 73 (6 h) 60 (9 h) 60 (7 h) 60 (9 h) 62 (9 h) 82 (9 h) Microondas, % (tempo) Atapulgita Vermiculita 73 (7 h) 93 (7 h) 65 (9 h) 67 (9 h) 73 (7 h) 80 (7 h) 72 (9 h) 85 (9 h) 35 (9 h) 43 (9 h) 47 (9 h) 55 (9 h) 90 (6 h) 95 (6 h) 57 (9 h) 55 (9 h) 70 (7 h) 55 (7 h) 60 (9 h) 83 (9 h) 68 (9 h) 63 (9 h) 72 (9 h) 79 (9 h) Vol. 29, No. 2 Adaptação de Forno de Microondas Doméstico 379 zes menor, é perfeitamente viável, face aos experimentos realizados e aos resultados obtidos. O sistema moderador de microondas mostrou-se eficiente e aumentou a vida útil do magnetron. As reações de transesterificação catalisadas por argila e utilizadas como modelo mostraram que a irradiação por MO reduziu significativamente o tempo do processo em todos os casos estudados, quando comparados aos das mesmas reações sob condições térmicas. Dependendo do álcool e da argila empregados nas reações houve redução de até 88% no tempo reacional, também se utilizando as condições térmicas como parâmetro para comparação. MATERIAIS E MÉTODOS A determinação estrutural das substâncias sintetizadas foi realizada através dos métodos instrumentais de espectroscopia na região de IV e por RMN de 1H . Os solventes e reagentes, para fins sintéticos, foram tratados conforme as necessidades requeridas. O processo de monitoramento das reações foi realizado através da cromatografia em camada fina (c.c.f.), em cromatofolhas de sílica gel 60- F-254, com 0,2 mm de espessura de camada (ref. Merck 5554). Os eluentes foram preparados volume a volume (v/v) e a visualização das substâncias foi efetuada por revelação com reagente sulfato de amônio ou com solução etanólica de vanilina 3% em ácido sulfúrico. Para purificação de substâncias por cromatografia em coluna foi utilizada sílica gel 60 (0,063-0,200 mm), (ref. Merck 7734). As argilas utilizadas foram obtidas da Fazenda Bravo, Município de Boa Vista, Paraíba, Brasil e foram submetidas a uma série de etapas de preparação envolvendo operações de cominuição, homogeneização e quarteamento. Foram feitas pilhas cônicas e triangulares para homogeneizar o material e, após quarteá-lo em frações, obteve-se a amostra final com massa e granulometria adequadas (0,1-0,15 mm) à realização das reações. Figura 4. Adaptação de forno de microondas doméstico para reações sob refluxo. (a) diagrama esquemático das furações da cuba e revestimento dos furos com anel de cobre. (b) foto frontal do equipamento de microondas adaptado Adaptação do forno de MO doméstico O forno de MO utilizado em todos os experimentos é da marca Eletrolux®, 110 V, modelo ME27F, 28 L com gerador de MO na faixa de freqüência de 2450 MHz. Para execução dos experimentos de transesterificação em refluxo sob irradiação de MO foi necessário efetuar-se um furo localizado na parte superior do forno, exatamente no centro de sua cuba. Este furo foi revestido internamente com um anel de cobre (Figura 4). Para adaptação de um condensador de refluxo ao forno foi confeccionado um adaptador de vidro, com 24 cm de comprimento e com conexões 24/40 (Figura 1). É importante ressaltar que o condensador e o anel de cobre deve estar bem ajustados, para se evitar o vazamento de microondas. Para aumentar a segurança sugere-se que os pontos por onde passam as conexões de vidro, sejam vedados externamente com cola de silicone que, além de impedir o possível vazamento de microondas, é de fácil remoção e resiste a temperaturas superiores a 110 oC. Sugere-se também que os experimentos sejam realizados no interior de uma capela fechada. Com a finalidade de aumentar a vida útil do magnetron, adaptou-se uma ventoinha de tamanho 12x12x2 cm acima do magnetron e foram feitos 88 furos de 0,50 cm de diâmetro na face lateral direita do forno, permitida a saída do ar quente (Figura 5). A alimentação da ventoinha foi feita através da fonte do aparelho (110 V) e era acionada pelo botão liga/desliga, situado atrás da mesma. Estes dois dispositivos, ventoinha e conjunto de furos, conferiram maior refrigeração ao magnetron, evitando seu desarmamento por superaquecimento pelo termostato do forno (Figura 5). Confeccionou-se um tubo de vidro em forma de “U” (Figura 5) pelo qual se fez passar água, tendo a função de absorver as microondas excedentes. Esta absorção era regulada na medida em que se aumentava ou diminuía o volume de água no tubo, ou se fazia seu avanço ou recuo, tomando como base a face posterior do interior do forno. Mapeamento da posição do feixe de MO A base inferior do forno, sem o prato giratório, foi totalmente coberta com uma folha de papel de fax termo-sensível (Figura 3) e fez-se irradiar microondas na potência 100% do aparelho, durante 10 s. Determinação da potência do forno de MO A determinação da potência do forno de MO foi realizada pela medida indireta da elevação da temperatura da água por um tempo estabelecido. Um becher de 2 L contendo 1 L de água destilada foi posicionado exatamente no ponto assinalado pelo papel de fax (Figura 4). O aquecimento foi realizado por 120 s, nos graus de potência disponíveis no aparelho (10 a 100). A potência (P) foi determinada pela razão entre a energia absorvida pela água (nCpΔT) e o tempo de irradiação (t), conforme a equação - P = nCpΔT/t - na qual n é o número de mols de água, neste caso 55,6 mols; Cp, a capacidade calorífica molar da água (75,3 J K-1 mol1 ); ΔT, a variação de temperatura observada e t, o tempo de irradiação (120 s). 380 da Silva et al. Quim. Nova AGRADECIMENTOS V. F. Ferreira e M. C. B. V. de Souza agradecem ao CNPq pelas bolsas de produtividade e pelos apoios financeiros do CNPq, FAPERJ, UFF e PROAP-CAPES. F. C. da Silva agradece à CAPES pela bolsa de doutorado concedida ao Programa de Pós-Graduação em Química Orgânica da UFF. Os autores agradecem ao Prof. C. Zucco (UFSC) pelas suas valiosas sugestões e informações técnicas e ao Sr. R. L. da Silva pelas adaptações realizadas no forno. REFERÊNCIAS Figura 5. Adaptação do sistema de refrigeração do magnetron. (a) Adaptação da ventoinha sobre o magnetron e dos furos laterais para circulação de ar. (b) foto lateral do sistema de refrigeração do microondas Método geral de transesterificação As reações de transesterificação entre os β-cetoésteres etílicos (2 e 3) e acetonídeos (1a-f) foram realizadas em tolueno (20 mL/1 g de acetonídeo) ao qual se adicionou 1,5 equivalentes de acetoacetato de etila (2) ou benzoilacetato de etila (3), 1 equivalente do acetonídeo e 20% em peso da argila apropriada (em relação ao acetonídeo). Após os tempos indicados na Tabela 2, a argila foi removida por filtração, o solvente foi evaporado sob pressão reduzida e o produto bruto resultante foi cromatografado em coluna de gel de sílica utilizando-se mistura de eluentes de polaridade crescente entre hexano/acetato de etila. Os rendimentos das reações estão mostrados na Tabela 2. Os β-cetoésteres 4a-l foram analisados por métodos espectroscópicos de RMN de 1H e por IV e os dados estão de acordo aqueles descritos na literatura15. 1. Lew, A.; Krutzik, P. O.; Hart, M. E.; Chamberlin, A. R.; J. Comb. Chem. 2002, 4, 95. 2. Lidström, P.; Tierney, J.; Wathey, B.; Westman, J.; Tetrahedron 2001, 57, 9225. 3. Larhed, M.; Moberg, C.; Hallberg, A.; Acc. Chem. Res. 2002, 35, 717. 4. Sanseverino, A. M.; Quim. Nova 2002, 25, 660. 5. Varma, R. S.; Pure Appl. Chem. 2001, 73, 193. 6. Graebin, C. S.; Eifler-Lima, V. L.; Quim. Nova 2005, 28, 73 e referências citadas. 7. Carmosini, N.; Ghoreshy, S.; Koether, M. C.; J. Chem. Educ. 1997, 74, 986. 8. Arruda, M. A. Z.; Santelli, R. E.; Quim. Nova 1997, 20, 638. 9. Pecoraro, E.; Davolos, M. R.; Jafelicci Jr., M. R.; Quim. Nova 1997, 20, 89. 10. Ferreira, V. F.; Souza, M. C. V. S.; Rianelli, R. S.; Silva, F. C.; Antunes, O. A. C. Em Progress in Catalisys Research; Bevy, L. P., ed.; Nova Science Publishers: New York, 2005, cap. 7 11. Vaccari, A.; Appl. Clay Sci. 1999, 14, 161. 12. Yadav, J. S.; Reddy, S.; Kumar, G. M.; Merthy, Ch. V. S. R.; Tetrahedron Lett. 2001, 42, 89; Vodnár, J.; Farkas, J.; Békássy, S.; Appl. Catal., A 2001, 208, 329; Rigo, B.; Waterlot, C.; Couturier, D.; Tetrahedron Lett. 2000, 41, 317; Choudary, B. M.; Choudary, N. S.; Kantam, L. M.; Tetrahedron 2000, 56, 7291; Sartori, G.; Maggi, R.; Conforti, M. L.; Bigi, F.; Tetrahedron 2000, 56, 2709; Campanati, M.; Vaccari, A.; Catal. Today 2000, 60, 289. 13. Díaz, F. R. V.; Santos, P. S.; Quim. Nova 2001, 24, 345. 14. Otera, J.; Chem. Rev. 1993, 93, 1449. 15. Ferreira, V. F.; Pereira, W. C.; Silva, F. C.; Rianelli, R. S.; Tetrahedron Lett. 2002, 43, 1165 e referências citadas. 16. Braibante, H. T. S.; Braibante, M. E. F.; Rosso, G. B.; Oriques, D. A .; J. Braz. Chem. Soc. 2003, 14, 994. 17. Silva, F. C.; de Souza, M. C. B. V.; Ferreira, V. F.; Resumos da 27a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, Salvador, Brasil, 2004. 18. Ardon, M.; Hayes, P. D.; Hogartha, G.; J. Chem. Educ. 2002, 79, 1249. 19. Rosini, F.; Nascentes, C. C.; Nóbrega, J. A.; Quim. Nova 2004, 27, 1012. 20. Barboza, A. C. R. N.; Cruz, C. V. M. S.; Graziani, M. B.; Lorenzetti, M. C. F.; Sabadini, E.; Quim. Nova 2001, 24, 901. 21. Verhart, C, G. J.; Carls, B. M. G.; Zwanenburg, B.; Chittenden, G. J. F.; Rec. Trav. Chim. Pays-Bas 1992, 111, 348. 22. Silva, F. C.; Ferreira, V. F.; Perrone, C. C.; Quim. Nova 2001, 24, 905. 23. Fisher, E.; Chem. Ber. 1895, 28, 1145. 24. Sowa, W.; Thomas, G. H. S.; Can. J. Chem. 1966, 44, 836. 25. Araujo, A.; de Santos, O.; Cerâmica 1986, 32, 339. 26. Díaz, F. R.; Cerâmica 1986, 32, 319. 27. Rianelli, R. S.; de Souza, M. C. B. V.; Ferreira, V. F.; Synth. Commun. 2004, 34, 951. 10th Brazilian Meeting on Organic Synthesis (BMOS-10) Natural Clays as Efficient Catalysts for Obtaining Chiral β-Enamino Esters. Maria Cecília B.V. de Souzaa, Fernando C. Silvaa, Vitor F. Ferreiraa, S. J. Sabinob, O.A.C. Antunesb,* a Instituto de Química, Universidade Federal Fluminense, Niterói RJ 24210-150, Brazil. bInstituto de Química,UFRJ, Rio de Janeiro, RJ 21945-970, Brazil. In a search for obtaining chiral enamino esters derived from β-keto esters and carbohydrate derivatives, we decided to investigate the use of some natural clays as catalysts in these desired one pot mild transesterifications and enamino esters formation, avoiding carbohydrate moiety decomposition. Inspiration comes from the allegedly enrollment of clays in the synthesis of (poly)nucleosides in the early steps in the origin of life [18,35]. Therefore, we herein describe a mild and efficient protocol for the one pot transesterification and N-benzylenamino esters formation from commercially available β-keto esters (1, R = Me and 2, R = Ph) and methoxy-2,3-O-isopropylidene-α-D-ribofuranose (3a), 1,2:3,4-di-O-isopropylidene-αD-galactopyranose (3b) 1,2:5,6-di-O-isopropylidene-β-D-glucofuranose (3c), 2,3:4,5-di-O-isopropylidene-βD-fructopyranose (3d), 1,2:4,5-di-O-isopropylidene-β-D-fructopyranose (3e) and, 1,2:5,6-di-Oisopropylidene-β-D-allofuranose (3f) employing three eco-friendly natural clays as catalyst: smectite, atapulgite and vermiculite (scheme 1). With these clay catalysts, the carbohydrate derivatives (3a-f) underwent one pot transesterifications and benzyl-enamino esters formation with ethyl acetoacetate (1) and ethyl benzoylacetate (2) to afford synthetically useful esters 4a-l in good to excellent yields (40-98%). All the compounds furnished satisfactory analytical data. O R1 Bn O + R2-OH OEt 1, R1 = Me 2, R1 = Ph 3a-f a, R2 = OCH3 O clay Tolueno; refluxo 48 h b, R2 = O Me Me O O O Me O Me Me Me O O e, R2 = O O Me Me O O O d, R2 = O Me Me O c, R2 = 4a, R1 = Me, R2 = a 4b, R1 = Ph, R2 = a 4c, R1 = Me, R2 = b 4d, R1 = Ph, R2 = b 4e, R1 = Me, R2 = c 4f, R1 = Ph, R2 = c 4g, R1 = Me, R2 = d 4h, R1 = Ph, R2 = d 4i, R1 = Me, R2 = e Me Me O OR2 4a-l Me Me O + EtOH R1 O Me O BnNH2 O O H N 4j, R1 = Ph, R2 = e 4k, R1 = Me, R2 = f 4l, R1 = Ph, R2 = f O Me Me Me O O O O f, R2 = O O Me O Me Me Me We believe that the present methodology is quite general, since it was tested successfully for several carbohydrate derivatives. In summary, to the best of our knowledge this is the first report on clays catalyzed (one pot) production of (chiral) β-enamino esters, in moderate to high yields without decomposition of the carbohydrate moieties. In addition, the outstanding performance of these clays in the production of the title compounds can be linked to a more general subject: their role as catalysts in the synthesis of (poly)nucleosides. São Pedro, São Paulo, August 24-28, 2003 10th Brazilian Meeting on Organic Synthesis (BMOS-10) Diastereoselective Reduction of Beta-Enamino Esters Vitor F. Ferreira1, Maria Cecília B. V. de Souza1, José Walkimar de M. Carneiro1, Fernando C. Silva1, Donato A. G. Aranda2, Sílvio J. Sabino3, O. A. C. Antunes3,* 1 Instituto de Química/UFF; 2Escola de Química/UFRJ; 3Instituto de Química/UFRJ Beta-Amino acids have been found as components in a variety of natural products 1 as well as useful chiral building blocks in the synthesis of biologically active compounds. 2 Although less abundant in nature, they are also present in natural peptides. Furthermore, beta-amino acids are synthetic precursors of betalactams, which are biologically active compounds of current interest. Fewer procedures for the production of beta-amino acids in optically pure form are available for laboratory and industrial scale. In this respect, some methods have been reported in the literature, but only few of them involve the reduction of enamino esters 3 . In a search for obtaining chiral beta-amino acids from enamino esters, we decided to investigate the use of some readily available chiral auxiliaries, such as (-)-menthol, (S) or (R)- alpha-phenylethylamine and methoxy-2,3-O-isopropylidene-α-D-ribofuranose to produce enamino esters derivatives to be used in diastereoselective reduction with sodium borohydride. Therefore, we here in describe a mild and efficient protocol for the preparation of some beta-amino esters in good to excellent diastereoselectivy. Reduction of enamines containing only (S) or (R)-alpha-phenylethylamine moieties led to poor does (entries 1-2). However, the N-benzylenamine containing L-(-)-menthol moiety afforded a very high de (entry 4 3). This diastereoselectivy is uncommon since L-(-)-menthol has been reported to be a poor chiral auxiliary . The effect of the ester moiety was confirmed with the N-benzylenamine-methoxy-2,3-O-isopropylidene-α-Dribofuranosyl ester (entry 6) which also afforded a very high de. The mutual interaction among the L-(-)menthol with (R) and (S)-alpha-phenylethylamine has been possible to be observed in entries 4 and 5. A cooperative effect has been observed with the (S)-amine and L-(-)-menthol. A possible explanation to these effects can be attributed to sterical effects on the double bond. So, the overall effect of changing to (R)amine disturbed the more favorable environment for the diastereoselective reduction. Semi-empirical (AM1) and two-layer hybrid DFT:semi-empirical (ONIOM) calculation are in progress to confirm this explanation. In all cases the reaction product was transformed into the known amino alcohol 5 to confirm ees and absolute stereochemistry. In conclusion, a very efficient and non expensive procedure was developed for the production of betaamino acids in very high diastereoisomeric excess. Entry Ester (R) 1 Et 2 Et 3 4 l-menthyl l-menthyl 5 l-menthyl 6 methoxy-2,3-O-isopropylideneα-D-ribofuranosyl R' O N COOR 1 R' H R'NH2 2 1 Amine (R’-NH-) (S)-alphaphenylethylamine (R)-alphaphenylethylamine benzylamine (S)-alphaphenylethylamine (R)-alphaphenylethylamine benzylamine N +43(C=2) (R) 12 -48(C=5) (S) >99 >99 +6,5(C=5) -7,0(C =5) (S) (R) 60 +6,8(C=5) (S) >99 -45(C=5) (S) D [α] 20 H COOR 3a-f [b] Configuration. d.e (%) 25 [a] NH2 COOR 4-a-f OH 5 Nicolau, K.C.; Guy R.K., Angew Chem. Int., Ed. Engl., 1995, 34, 2079. Spatola, A. F. In Chemistry and Biochemistry of Amino Acids, Peptides and Proteins; Weinstein, B., Ed., Marcel Dekker: New York, 1983 Bártoli, G.; Cimarelli, C.; Mercantoni, E.; Palmieri, G.; Petrini, M. J. Org. Chem. 1994, 59, 5328. 4 D’ Ângelo, J.; Maddaluno, J. J. Am. Chem. Soc. 1986, 108, 8112. 2 3 São Pedro, São Paulo, August 24-28, 2003 10tli eBraziCian:A1eetingon 2003 OrganicSyntliesis - 28 August, ~~ ~." . UNICAMP Silva, Vitor F. Ferre ira, S. J Sabino, o.A.C 24 I herein certify that Maria C B. V de Souza, Fern Antunes Catalysts for Obtaining Chiral fJ-Enamino CERTIFICATE has presented the work entitled Natural Clays as EiJ Esters. on the 10th Brazilian Meeting on HotelFazenda FonteColineVerde SãoPedra - SãoPaulo - Brazil 10tli (BraziCian:Jv1eeting on OrganicSyntliesis 24 - 28 August, 2003 CERTIFICATE ~~ ...,," UNICAMP I herein certify that Vitor F. Ferreira, Maria C. B. V. dê'Souza, José W de M Carneiro, Fernando C. Silva,DonatoA. G. Aranda,SílvioJ Sabino, O.A. C. Antunes " ~kL. Prof. pr. Carlos Roque Duarte Correia General Secretary - 10th BMOS O'$;)hêld in São Pedra, Brazil. .>f has presented the work entitled Diastereoselective R~duction of Beta-Enamino Esters. ff on the 10th Brazilian Meeting on Organic Synthes'is(10th Hotel Fazenda Fonte Coline Verde São Pedra - São Paulo - Brazil Uso de um microondas doméstico adaptado para reações de transesterificação catalisadas por argilas naturais Fernando de Carvalho da Silva, Maria Cecília Bastos Vieira de Souza, Vitor Francisco Ferreira* Departamento de Química Orgânica, Instituto de Química, Universidade Federal Fluminense [email protected] Palavras Chaves: microondas; transesterificação; β-ceto-ésteres Os β-ceto-ésteres tem sido utilizados como intermediários em diversas sínteses de produtos naturais complexos, principalmente utilizando diazo compostos preparados a partir destes β-ceto-ésteres. A reação de transesterificação é o mais importante processo de preparação destas substâncias. Recentemente nosso grupo mostrou que três argilas naturais brasileiras são eficientes como catalisadores sólidos reutilizáveis para esta reação 1 . Entertanto, o longo tempo de refluxo da reação (48 horas) dificultava o processo. Tendo em mente que o aquecimento por microondas ou aquecimento dielétrico, é muito eficiente na aceleração de muitas reações orgânicas, decidimos adaptar um forno doméstico de microondas e testar sua eficiência nesta reação, visando principalmente a diminuição do tempo reacional. Nesta comunicação discutiremos a adaptação do forno e os resultados que foram obtidos nesta reação, que estão resumidos na tabela abaixo. Tabela 1: Resultados parciais obtidos na transesterificação dos β-cetoésteres derivados de carboidratos. Produto Térmico (%) – 48h Esmectita Atapulgita Vermiculita 73 93 93 72 75 76 76 86 98 89 82 82 95 94 84 60 93 99 98 99 98 4a 4b 4c 4d 4e 4f 4g O Esmectita 70 (7h) 65 (9h) 76 (7h) 70 (9h) 60 (7h) 60 (9h) 73 (6h) Microondas (%) Atapulgita Vermiculita 73 (7h) 93 (7h) 65 (9h) 67 (9h) 73 (7h) 80 (7h) 72 (9h) 85 (9h) 70 (7h) 55 (7h) 60 (9h) 83 (9h) 90 (6h) 95 (6h) O Tolueno, refluxo, argila R1 OEt + O 4 a-g Me O O O O O Me O Me O Me Me Me O O Me Me c, R2 = Me O O O d, R2 = O O Me EtOH OR2 R1 b, R2 = OCH3 O + 3 a-d 1, R1 = CH3 2, R1 = Ph a, R2 = O R2OH Me Me O 4a, R1 = Me, R2 = a 4b, R1 = Ph, R2 = a 4c, R1 = Me, R2 = b 4d, R1 = Ph, R2 = b 4e, R1 = Me, R2 = e O Me 4f, R1 = Ph, R2 = e 4g, R1 = Me, R2 = d O Me 1 Silva, F. C.; Ferreira, V. F.; Rianelli, R. S.; Pereira, W. C., Tetrahedron Lett., 2002, 43, 1165. IL' qtje o I. trabalholjlnti . - IME Sociedáde i Br"'jlIe/l:a de ~L - .. ~..Rio, lendo como lIDa anlores FERREIRA E MARIA CECÍLIA B. V. ,.;' ~ ID1à'aOUSO DE IUM MICROONDAS CERTI'FICADO 30/0UTUBRO a 01INOVEMBRO de 2003 Instituto Militarde Engenharia IX ENCONTRO REGIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA - RIO Certificamos da DOMÉSTICO ADMirADO P~ REAÇQ~~ DE TRANSESTERIFICAÇÃO . CATALISADAS POR! ARGllAS NA'I1JRf!8 foi apresentado no IX Encontro Regional / FERNANDO C. DA SILVN.:fub'rF. SOUZA. Rio de Janeiro, 01 de novembro deJ2003. / Sociedade Brasileira de Química ( SBQ) e Federación Latinoamericana de Asociaciones Químicas (FLAQ) Uso de Espongolita e Argilas Naturais na Reação de Transesterificação Acelerada por Microondas Fernando C. Silva (PG)a, Vitor F. Ferreira (PQ)a, Maria Cecília Bastos Vieira de Souza (PQ)a, Onofre Salgado Siqueira (PQ)b a Universidade Federal Fluminense, Instituto de Química, Departamento de Química Orgânica, Campus do Valonguinho, CEG, 24020-150, Niterói, RJ; bUniversidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Cidade Universitária, CEP 79070900, Campo Grande (MS). Palavras Chave: espongolita, argila, transesterificação. Tabela 1. Resultados obtidos na transesterificação dos álcoois derivados de carboidratos. Introdução Os β-cetoésteres têm consideráveis aplicações acadêmicas e industriais. Estes compostos têm sido utilizados como síntons em diversas sínteses de produtos naturais complexos, principalmente utilizando-se diazocompostos preparados a partir deste β-Cetoésteres. Vários catalisadores vêm sendo reportados na literatura para a transesterificações. Preocupações relacionadas à não agressão ao meio ambiente aumentaram em muito o interesse no desenvolvimento de novos catalisadores para reações orgânicas baseados em sólidos inorgânicos reutilizáveis, assim como o uso de microondas para promover reações. Nesse contexto, as argilas e outros sólidos, como catalisadores, têm recebido crescente atenção em muitas áreas da química orgânica. Recentemente nosso grupo mostrou que três argilas naturais brasileiras são eficientes como catalisadores sólidos reutilizáveis para 1 transesterificações . Este trabalho apresenta os resultados obtidos neste tipo de reação, sob condições de irradiação de microondas feita em um forno doméstico adaptado, visando principalmente à diminuição do tempo reacional. Foram empregados catalisadores sólidos como as argilas naturais esmectita, atapulgita e vermiculita e a espongolita 2 que consiste em agulhas de sílica (espículas) presentes em esqueletos de esponjas compostas por argilas, quartzo, mica e material orgânico. R1 Rendimento (tempo) R2** Produto S* E* A* V* CH3 3a 4a 89 (7,5h) 70 (7h) 73 (7h) 93 (7h) Ph 3a 4b 73 (9h) 65 (9h) 65 (9h) 67 (9h) CH3 3b 4c 90 (7,5h) 76 (7h) 73 (7h) 80 (7h) Ph 3b 4d 85 (9h) 70 (9h) 72 (9h) 85 (9h) CH3 3c 4e 55 (7,5h) 60 (7h) 70 (7h) 55 (7h) Ph 3c 4f 45 (9h) 60 (9h) 60 (9h) 83 (9h) CH3 3d 4g 92 (7,5h) 73 (6h) 90 (6h) 95 (6h) Ph 3d 4h 85 (9h) 60 (9h) 57 (9h) 55 (9h) CH3 3e 4i 40 (9h) 52 (9h) 35 (9h) 43 (9h) Ph 3e 4j 70 (9h) 50 (9h) 47 (9h) 55 (9h) CH3 3f 4k 65 (9h) 62 (9h) 68 (9h) 63 (9h) Ph 3f 4l 70 (9h) 82 (9h) 72 (9h) 79 (9h) * A= atapulgita, E = esmectita, V = vermiculita, S = espongolita ** Metóxi-2,3-O-isopropilideno-α-D-ribofuranose (3a), 1,2:3,4-diOisopropilideno-α-D-galactopiranose (3b), 2,3:4,5-di-Oisopropilideno-β-D-frutopiranose (3c), 1,2:4,5-di-O- isopropilidenoβ-D-frutopiranose (3d), 1,2:5,6-di-Oisopropilideno-β-Dglicofuranose(3e),1,2:5,6-di-O-isopropilideno-β-D-alofuranose (3f). Resultados e Discussão Conclusões Com estas argilas e a espongolita os β-cetoésteres quirais derivados de carboidratos 4a-l foram obtidos em rendimentos de moderado a excelente (Tabela 1). As argilas e a espongolita empregadas nas transesterificações foram catalisadores eficientes e reutilizáveis, e o uso de microondas neste tipo de reação reduziu o tempo reacional em até 70 %. O O O O Tolueno, MW catalisador sólido R1 OEt 1, R1 = CH3 2, R1 = Ph R2OH 3 a-f Agradecimentos R1 OR2 4 a-l Figura 1. Reação geral de transesterificação. a CNPQ, FAPERJ e CAPES 1 Silva, F. C.; Ferreira; V. F.; Rianelli, R. S.; Pereira, W. C. Tetrahedron Lett.. 2002, 43, 1165. 2 Dos Santos, F. J.; Siqueira, O. S.; Delben, A. A. S. T.; Delben, J. R. J; Melnikov, P. Clay Minerals. 2002, 37, 249. 27 Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química e XXVI Congreso Latinoamericano de Química – 30 de Maio a 02 de Junho de 2004 !i~ ~~Q XXVI CongresoLatinoamericanode Química 27~ Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química ATESTADO Salvador, 30 de maio a 2 de junho de 2004 Microondas CARVALHO,F. c. Salvador, 02 de junho de 2004 Atestamos que foi apresentado no XXVI CLAQ/27~ RASBQuímica o trabalho Uso de Espongolita e Argilas Naturais na Reação de Transesterificação por Acelerada por 00-145 de autoria de FERREIRA, v. F. SOUZA, M. C. B. V. SIOUEIRA, o. S. Luiz Carlos Dias lliOJ) Paulo Cezar Vieira cAorJenador Comissão Organizadora 27' Reunião Anual SBQ @J~ Presidente da SBQ SOCIEDADEBRASILEIRADE QUfMICA !:i~ XXVI CONGRESO LA TIONOAME RICA NO DE QUÍMICA / 27~REUNIÃ O ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA Salvador - BA, 30 de maio a 2 de junho de 2004 CERTIFICADO Atestamos que o trabalho QO-145 - Uso de Espongolita Naturais na Reação de Transesterificação e Argilas por Acelerada por Microondas, de autoria de S/LVA, F. C.; FERRE/RA, V. F.; SOUZA, M. C. B. V. e S/QUE/RA, O. S., foi eleito como um dos melhores painéis apresentados do na Seção de Química Orgânica, realizada durante o XXVI CONGRESO LATINOAMERICANODE QUíMICA I 27~ REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUíMICA, Salvador BA. ~J QCM6 lliM Luiz Carlos Dias CoordenadorComissãoOrganizadora XXVI CLAQ/27gRASBQ - Diastereoselective Reduction of β-Enamino Esters Derivatives of Carbohydrates Fernando de C. da Silva1, Vitor F. Ferreira1, Maria Cecília B. V. de Souza1, O. A. C. Antunes2 1-Universidade Federal Fluminense,Instituto de Química, Campus do Valonguinho 24020-150 Niterói - RJ, Brazil; 2- Universidade do Brasil, Instituto de Química, CT, Bl. A, lab. 641, Cidade Universitária, Rio de Janeiro, RJ 21945-970, Brazil. * Corresponding author. Tel.: 0-55-26292345; fax: 0-55-26292135; e-mail: [email protected] Keywords: beta-enamino esters, carbohydrates, diastereosselective reduction INTRODUCTION β-Aminoacids have been found as components in a variety of natural products 1 they are well as useful chiral building blocks in the synthesis of biologically active compounds. 2 Although less abundant in nature, they are also present in natural peptides. Furthermore, β-aminoacids are synthetic precursors of β-lactams, which are biologically active compounds of current interest. There are only a few procedures described in the literature for the production of β-aminoacids in their optically pure form in laboratorial or industrial scale and only few of them involve the reduction of enamino 3,4 esters . RESULTS AND DISCUSSION The synthesis of β-enamino ester compounds (3ah) was carried out by reacting benzylamine with beta-ketoesters (1a-f) or the amines 2a or 2b with ethyl acetoacetate (1g). The reactions were performed under natural clay esmectite catalysis 5 (Scheme 1). Scheme 1: Synthesis of β-enamino esters. O O 1a-f O PhCH3, Reflux, 24h 1g O O O O O O O O O O O d 3a-f R1 NH NaBH(OAc)3 O OEt 3g-h NH CH3CN, 0oC, 6h o CH3CN, 0 C, 6h O * OR1 4a-f R1 NH O * OEt 4g-h Table 1. Yields of Compounds 3a-h and 4a-h and d.e. Entry 1 2 3 4 5 6 7 8 beta-enamino esters (%) 3a (94) 3b (80) 3c (51) 3d (62) 3e (81) 3f (85) 3g (60) 3h (50) beta-amino esters (%) 4a (82) 4b (70) 4c (45) 4d (87) 4e (99) 4f (85) 4g (80) 4h (50) d.e. (%) >98 >98 0 8 8 36 14 8 CONCLUSION In this work us report a mild and efficient protocol to reduction β-enamino esters 3a-h into β-amino esters 4a-h in moderate to excellent diastereoselectivy using carbohydrate acetonides with chiral auxiliaries. REFERENCES c b O OR1 ACKNOWLEDGMENTS O O NaBH(OAc)3 O O O O O O NH UFF, FAPERJ, CAPES, CNPq O O O OCH3 NH OEt 3g, R1=a 3h, R1=b R1NH2 (2b) a R1= OR1 3a-f OEt O O BnNH2 (2a) R1 O O NH PhCH3, Reflux, 24h OR1 of 1H RMN data (300 MHz). The best d.e. were observed compounds 4a and 4b (table 1) entries 1 and 2 respectively. Scheme 2: Synthesis of β-amino ester (4a-h). O O O O O e f The diastereosselective reduction of the β-enamino esters (3a-h) was carried out, by reaction with sodium triacetoxyborohydrate (generated in situ, 0oC (Scheme 2). All the new compounds obtained were fully identified by spectroscopy analysis and the diasterioisomeric excess was determined on basis 1 Nicolau, K.C.; Guy R.K., Angew Chem. Int., Ed. Engl., 1995, 34, 2079. 2 Spatola, A. F. In Chemistry and Biochemistry of Amino Acids, Peptides and Proteins; Weinstein, B., Ed., Marcel Dekker: New York, 1983 3 Bártoli, G.; Cimarelli, C.; Mercantoni, E.; Palmieri, G.; Petrini, M. J. Org. Chem. 1994, 59, 5328. 4 Harris, M. I. N. C.; Braga, A. C. H., J. Braz. Chem. Soc., 2004, 15, 971. 5 Silva, F. C.; Souza, M. C. B. V.; Ferreira, V. F.; Sabino, S. J.; Antunes, O. A. C., Catal. Commun., 2004, 5 , 151. I l t h Brazilian Meeting on Organic Synthesis - - 29 31 August/ 01 - 02 September, 2005 Canela, RS Brazil CERTIFICATE L be .$ 5 w 3 1960 The Organizing Committee certifies that the contribution entitled "Diastereoselective Reduction of $-Enamino Esters Derivatives of Carbohydrates" authored by Fernando de C. da Silva, Vitor F . Ferreira, Maria Cecilia B. V. de Souza and 0. A. C. Antunes, has been presented at the llth ~razilian Meeting on Organic Synthesis. 1 Antonio Luiz Br ga General Secretary I* BMOS Sociedade Brasileira de Química ( SBQ) Síntese e avaliação antiplaquetária de 1,2,3-triazóis derivados de carboidratos. Fernando de C. da Silva1,* (PG), Vitor F. Ferreira1,* (PQ), Maria Cecília B. V. de Souza1, Maria Lustosa2, Helena C. Castro2,* (PQ). *e-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]. 1 Universidade Federal Fluminense, Instituto de Química, Departamento de Química Orgânica, Campus do Valonguinho, CEG, 24020-150, Niterói/RJ, Tel. 2629-2362/2629-2345, Laboratório de Síntese Orgânica/Carboidratos e Quinonas (http://www.uff.br/posorganica). 2Universidade Federal Fluminense, Instituto de Biologia, Departamento de Biologia Celular e Molecular, CEG, Campus do Valonguinho, Niterói/RJ, 3o andar, Tel. 2629-2294/2629-2281, Modelagem Molecular/ LabioMol (http://www.uff.br/labiomol). Palavras Chave: 1,2,3-triazóis, carboidratos, antitrombóticos. agregação (Figura 2). A trombose arterial é um quadro patológico, que envolve principalmente a agregação plaquetária, e está relacionada a vários fatores de risco como idade, obesidade, tabagismo, uso de contraceptivos orais ou terapia de reposição hormonal, câncer, histórico familiar e trombose prévia ou embolismo, que aumentam a incidência desta doença1. Recentemente, alguns derivados 1,2,3-triazólicos apresentaram significativa atividade inibitória em ensaios de agregação plaquetária, apontando para o potencial antitrombótico deste sistema 2. plaquetária induzida por colágeno 18 16 14 Agregacao (Slope) Introdução 12 10 8 6 4 2 Resultados e Discussão 0 Inicialmente foram sintetizados os compostos 1,2,3-triazólicos derivados de carboidratos 4a-g a partir de suas respectivas enaminonas3 3a-g (Figura 1), pela metodologia de transferência de diazo.4 O R 1-OH NH O + 2) BnNH 2, 24h, t.a. OEt 1a-g Ph 1) Tolueno, Argila, Δ, 48h 2 O CH 3SO 2N 3, NaH OR 1 3a-g N N CH 3CN, 48h, t.a. OR 1 N O O O a, 65% O R 1= O f, 30% O O OBn O OCH 3 O O O O O O O b, 38% O g, 86% O O O e, 44% O O O O O O c, 40% O O d, 67% Figura 1. Obtenção dos derivados triazólicos 4a-g. Os resultados mostraram que dois dos sete derivados triazólicos (100μM) testados em ensaios in vitro inibiram significativamente (85-100%) a a b c d e f g Os derivados triazólicos 4d e 4e que apresentaram potencial como antitrombóticos possuem em suas estruturas os carboidratos frutose e xilose, respectivamente. A caracterização do perfil antiplaquetário dos derivados triazólicos frente a outros agonistas como ADP e adrenalina, bem como a determinação do IC50 estão em andamento. Conclusões O O O a O 4a-g O Control DMSO Figura 2: Efeito dos derivados triazólicos na agregação induzida por colágeno. 29 Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química Os derivados 1,2,3-triazólicos foram obtidos em rendimentos de bons a excelentes. Dois compostos apresentaram atividade antiplaquetária significativa, apontando-os como protótipos em potencial para o desenho de novos agentes antiplaquetários. Agradecimentos CNPQ, FAPERJ e CAPES 1. Goto, S., Curr Med Chem Cardiovasc Hematol Agents 2004, 2, 149. 2. Cunha, A. C.; Figueiredo, J. M.; Tributino, J. L. M.; Miranda, A. L. P; Castro, H. C.; Zingali, R. B.; Fraga, C. A. M.; Souza, M. C. B. V.; Ferreira, V. F. e Barreiro, E. J., Bioorg. Med. Chem. 2003, 11, 2051. 3. Romeiro, G. A.; Pereira, L. O. R.; Souza, M. C. B. V.; Ferreira, V. F. e Cunha, A. C., Tetrahedron Lett. 1997, 38, 5103. 4. Silva, F. C.; Souza, M. C. B. V.; Ferreira, V. F.; Sabino, S. J. e Antunes, O. A. C., Catal. Commun. 2004, 5, 151. -0 C" 2 (D V) (D c 0 3 -al znr-. Y8 (I, 0 g a2 l a 0 =s 0 (I, 3 al ' D , 2 g: nr z 0 P -I m V) -- 2. $ u a all 0 - a > N 1. (I, N 2 cn a .; 3 =al a g g E. 0 a 0