Acta Scientiae Veterinariae ISSN: 1678-0345 [email protected] Universidade Federal do Rio Grande do Sul Brasil Martini-Santos, Bruno José; Diefenbach, Aline; Cunha Peixoto, Tiago; Escarião Nóbrega Jr., Janduí; Leite Anjos, Bruno Anomalias congênitas múltiplas em felinos domésticos neonatos Acta Scientiae Veterinariae, vol. 40, núm. 4, 2012, pp. 1-6 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=289023924022 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto Acta Scientiae Veterinariae, 2012. 40(4): 1087. CASE REPORT ISSN 1679-9216 (Online) Pub. 1087 Anomalias congênitas múltiplas em felinos domésticos neonatos Multiple Congenital Abnormalities in Newborn Domestic Kittens Bruno José Martini-Santos1, Aline Diefenbach2, Tiago Cunha Peixoto3, Janduí Escarião Nóbrega Jr.4 & Bruno Leite Anjos5 ABSTRACT Background: Congenital defects and diseases have hereditary or acquired etiology that affects domestic and wildlife animals, and humans. These anomalies are usually isolated and their location and intensity determine the survival of affected animals. Congenital malformations in domestic cats are less frequent than in dogs. Although some racial groups of cats seem to present greater predisposition to develop certain types of congenital defects and / or hereditary diseases, such information is controversial and has been discussed in several reports. Some malformations are rare in cats and poorly reported in Brazil and when they occur, mostly, are not identified or the etiology is unknown. Case: This report describes the clinicopathological features of three newborn Persian kittens of the same dam. They were examined soon after birth because had multiple congenital malformations that involved the oral and nasal cavities, limbs, eyes, abdominal cavity and the vertebrae. The abnormalities were characterized by hyperextension in limbs and palatosquisis (Kittens 1, 2, and 3), unilateral and bilateral clinical anophthalmia (Kittens 1 and 3, respectively), unilateral cheiloschisis (Kittens 2), kyphosis, and abdominosquisis (1). At necropsy the Kitten 1 showed in the right eye socket rudiments of the eye covered with skin, and failure in the lining of the hard palate with bilateral hypoplasia of the soft palate. Microscopically, the microphthalmia was confirmed, and were observed dysplastic structures similar to the lens, retina and the ciliary body, and periocular glandular structures, as well as confirmed aplasia cutis in the hard palate with abrupt failure in the ectodermal and mesodermal tissues. Based on epidemiological findings, as well as the types of macroscopic and microscopic changes observed in this study, suggests hereditary component to the pathogenesis of these malformations. Discussion: The epidemiological and clinicopathological findings presented by the three Persian cats malformed suggested hereditary congenital abnormalities associated with high degree of inbreeding. Inbreeding corresponds to the crossing between individuals of the same family tree, it is reported in many species and allows unwanted remaining genes being passed on and increase the chances of defects and hereditary diseases in the offspring. Although many of these abnormalities are infrequent and many of them are rare in cats. Several reports point to possible etiologies associated with genetic defects and hereditary diseases in cats. However, there are many congenital abnormalities similar to those observed in this study developed after exposure to stressors during pregnancy, not observed in this work. In this study the association of multiple hereditary anomalies with changes occurring in the offspring are enhanced not only by the account of inbreeding in the cattery, but also by the data concerning the handling of animals, which ruled out the possibility of changes caused by medications or stress caused by the cat during pregnancy. Comparing the human species the chances of the conditions described in this report are inherited are high and can be seen as a consensus among most authors, that animals with these defects should not be introduced into breeding schemes. There are no reports of malformations similar to those observed in this study, occurring simultaneously in the feline species in Brazil. Because of possible hereditary etiology is recommended castration of animals which survive to the abnormalities. Keywords: diseases of feline, congenital abnormalities, newborn kittens, teratology. Descritores: doenças de felinos, anormalidades congênitas, gatos recém-nascidos, teratologia. Received: March 2012 www.ufrgs.br/actavet 1 Accepted: July 2012 2 3 Curso de Medicina Veterinária, Fundação Dom André Arco Verde (FAA), Valença, RJ, Brazil. MV Autônoma, Uruguaiana, RS, Brazil. Curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brazil. 4Curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Areia, PB, Brazil. 5Laboratório de Patologia Veterinária, Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Uruguaiana, RS, Brazil. CORRESPONDENCE: B.L. Anjos [[email protected] - Tel.: +55 (55) 3413-4321- Ramal: 4832]. Laboratório de Patologia Veterinária, Unipampa - Campus Uruguaiana. BR 472, Km 592. Caixa Postal 118. CEP 97500-970 Uruguaiana, RS, Brazil. 1 B.J. Martini-Santos, A. Diefenbach, T.C. Peixoto, et al. 2012. Anomalias congênitas múltiplas em felinos domésticos neonatos. Acta Scientiae Veterinariae. 40(4): 1087. INTRODUÇÃO clínico, os Filhotes 2 e 3, que haviam sido rejeitados pela mãe e segundo o proprietário, não foram mais encontrados na gaiola, possivelmente por terem sido ingeridos pela mãe. Ao exame clínico realizado logo após o nascimento, verificou-se que todos os animais apresentavam artrogripose caracterizada por hiperextensão dos membros torácicos e pélvicos, mais acentuada nas articulações metatarso-falangeanas, anoftalmia uni e bilateral (1 e 2, respectivamente) com acentuada diminuição da fenda ocular em ambos os filhotes, palatosquise bilateral acentuada com hipoplasia de septo nasal (2 e 3) (Figura 1) e queilosquise unilateral esquerda (2) (Figura 2). O filhote 1 apresentou ainda falha no revestimento epitelial da mucosa que recobre o palato duro (Figura 3), além de abdominosquise e cifose leve, com alteração limitada/ restrita ao segmento toracolombar [1]. Na avaliação radiográfica dos três filhotes não foram observadas alterações ósseas nos membros torácicos e pélvicos. Na necropsia do Filhote 1 foram observados hiperextensão tíbio-társica bilateral (Figura 4) e leve flexão das articulações metacarpo-falangeanas. A cavidade oral apresentava acentuada falha da mucosa que recobre o palato duro com fusão completa dos processos palatinos que compõem a porção óssea do palato duro confirmando o quadro de epiteliogênese imperfeita. Além disso, observou-se hipoplasia bilateral acentuada do palato mole, que não havia sido anteriormente visualizada durante o exame clínico. A parede abdominal apresentou abdominosquise por fusão incompleta da musculatura abdominal ventral, próximo ao cordão umbilical sem sinais de laceração. A abertura congênita da cavidade permitiu a exposição de praticamente todo a intestino delgado e mesentério adjacente (Figura 5), os quais estavam moderadamente congestos. A abertura apresentava borda semelhante a um anel herniário, mas não houve formação de saco herniário, o que caracterizou o quadro de evisceração. Realizou-se ainda, a remoção de todo o tecido de preenchimento da órbita ocular direita, que macroscopicamente, consistia em um nódulo enegrecido com 0,3 cm de diâmetro, semelhante ao globo ocular, porém acentuadamente reduzido de tamanho e irregular. Histologicamente, o tecido retirado da órbita apresentou estruturas que correspondiam a rudimentos de retina, corpo ciliar e cristalino, envolto por feixes musculares irregulares e tecido glandular semelhante a glândulas lacrimais, o que caracterizou o quadro de microftalmia unilateral acentuada (Figura 6). Numa Anomalias congênitas são anormalidades estruturais e funcionais de tecidos, órgãos e/ou sistemas que podem ser hereditárias ou causadas por agentes infecciosos, plantas tóxicas, substâncias químicas, agressões físicas ou deficiências nutricionais [3,9]. Contudo, muitas malformações podem ocorrrer esporadicamente sem que haja envolvimento de uma causa específica [18]. Os quadros de anomalias congênitas em carnívoros são pouco relatados e a maioria dos casos a etiologia é incerta [10,11,20]. Distúrbios dessa ordem em felinos parecem ser ainda menos frequentes que na espécie canina [4,11]. Embora alguns grupos raciais de gatos como Pelo curto Americano, Burmês, Abissínio e Persa pareçam apresentar maior predisposição no desenvolvimento de alguns tipos de defeitos congênitos e doenças hereditárias, essa informação é controversa, e vem sendo discutida em diversos relatos que apontam conclusões apressadas e acabam rotulando a raça como portadora de uma doença específica [10]. Devido a escassez de dados sobre essas alterações em felinos criados no Brasil e no intuito de auxiliar na sua identificação e controle, esse trabalho tem como objetivo descrever os aspectos clinicopatológicos apresentados por três filhotes persa recém-nascidos, de uma mesma ninhada, com múltiplas anomalias congênitas no estado do Rio de Janeiro. RELATO DE CASO Uma gata Persa, adulta, proveniente de um gatil do estado do Rio de Janeiro com histórico de alto grau de consanguinidade pariu três filhotes (1, 2 e 3), os quais foram submetidos à exame clínico por apresentarem anomalias congênitas graves. Segundo o proprietário do gatil que a gata era nascida no local e como o gatil não dispunha de muitos exemplares ela era descendente de gatos com grau de endogamia elevado. Dessa forma, não foi possível estabelecer a árvore genealógica dos animais. A gata era devidamente vacinada contra panleucopenia felina, calicivirose e rinotraqueite. Os três filhotes que compunham a ninhada apresentaram malformações ao nascimento, especialmente nas cavidades oral e nasal, membros torácicos e pélvicos, olhos, abdômen e vértebras e morreram com até três dias após o nascimento. O Filhote 1 morreu cerca de 24 h após o nascimento e foi necropsiado. No segundo dia após o exame 2 B.J. Martini-Santos, A. Diefenbach, T.C. Peixoto, et al. 2012. Anomalias congênitas múltiplas em felinos domésticos neonatos. Acta Scientiae Veterinariae. 40(4): 1087. submucosa e leve infiltrado linfocitário na submucosa adjacente (Figura 7). Nos casos em estudo, a informação de consanguinidade no gatil, bem como os tipos de anomalias observadas nos três filhotes sugeriram um distúrbio congênito hereditário associado à endogamia. secção transversal do palato duro observou-se fusão óssea normal, com interrupção abrupta do epitélio com moderada hiperplasia paraqueratótica com vacuolização de queratinócitos e afilamento repentino dessa camada, além de diminuição do tecido mesenquimal da Figura 1. Filhote 2: Observa-se Fenda palatina bilateral e hipoplasia do septo nasal. Figura 2. Filhote 3: apresenta queilosquise unilateral esquerda com malformação do plano nasal. Figura 3. Filhote 1: Observa-se revestimento incompleto da mucosa oral que recobre o palato duro. Nota-se ainda a fusão completa dos processos palatinos que formam o palato duro. Figura 5. Filhote 1: Observa-se fenda abdominal próxima na região umbilical com acentuada exposição do intestino delgado e mesentério. Nota-se a congestão difusa moderada das alças intestinais e artrogripose dos membros pélvicos. Figura 4. Filhote 3: Acentuada artrogripose nos membros pélvicos com hiperextensão das articulações metatarso-falangeanas. 3 B.J. Martini-Santos, A. Diefenbach, T.C. Peixoto, et al. 2012. Anomalias congênitas múltiplas em felinos domésticos neonatos. Acta Scientiae Veterinariae. 40(4): 1087. Figura 6. Filhote 1: Microftalmia acentuada do globo ocular esquerdo. Observam-se estruturas rudimentares do cristalino (*), da retina e do corpo ciliar (setas). HE. [Barra = 0,5 mm]. Figura 7. Filhote 1: Corte transversal da cavidade oral (CO) com aplasia cutis (epiteliogênese imperfeita) na mucosa do palato duro (PD). Observa-se interrupção abrupta (septo) da mucosa com falha no revestimento epitelial e submucoso com leve vacuolização de queratinócitos e discreto infiltrado linfoplasmocitário na submucosa adjacente. HE. [Barra = 80 µm]. DISCUSSÃO monstram que ambas as condições são características autossômicas recessivas herdadas [14]. As anomalias observadas no Filhote 2 corresponderam a queilosquise unilateral ou lábio leporino (fenda palatina primária) com hipoplasia do septo nasal associada à palatosquise (fenda palatina secundária); essas alterações são mais frequentes em bovinos e atribuídas, com frequência, a anomalias hereditárias [3]. O Filhote 1 apresentou ainda fenda bilateral em toda extensão do palato mole com comunicação entre as cavidades nasal e oral. Defeitos congênitos no palato mole são pouco descritos em animais e cães parecem apresentá-la com maior frequência [11]. O defeito palatino pode ser herdado ou resultante de injúrias fetais em estágios críticos do desenvolvimento [13]. Nesse mesmo filhote foi observada na cavidade oral extensa área sem revestimento do palato duro. Não foram encontrados relatos que abordem essa alteração em gatos, que a partir de suas características macroscópicas e microscópicas foram compatíveis com epiteliogênese imperfeita “aplasia cutis” [1]. Quando ocorre na cavidade oral é observada principalmente na língua e caracteriza-se microscopicamente por ausência abrupta do epitélio escamoso com vacuolização de queratinócitos mantidos na borda da lesão, podendo haver leve infiltrado linfoplasmocitário [3,9] como observado no filhote 1. Alterações oculares congênitas são assim classificadas quando detectadas no indivíduo no nascimento ou até poucas semanas depois [10]. A microftalmia é um defeito congênito caracterizado por diminuição do globo ocular e, muitas vezes, pode está acompanhado Os achados epidemiológicos e clinicopatológicos apresentados pelos três gatos persa malformados sugeriram um quadro de anormalidades congênitas hereditárias associadas ao alto grau de consanguinidade no gatil. A endogamia, que corresponde ao cruzamento entre indivíduos da mesma árvore familiar é relatada em diversas espécies e permite que genes indesejáveis permaneçam sendo repassados e aumentem as chances de defeitos e doenças hereditárias nas proles [12]. Embora muitas dessas anomalias sejam infrequentes, e muitas delas raras em felinos, diversos relatos apontam para possíveis etiologias genéticas associadas a defeitos e doenças hereditárias em felinos [17]. Embora descartadas pelos dados epidemiológicos desse estudo, causas tóxicas e estressantes são tidas como importantes etiologias no desenvolvimento de malformações em felinos [19]. O uso de antifúngicos como griseofulvina entre outros, em gatas prenhes é descrito como responsável por malformações em tecidos ósseos, como fenda palatina e em tecidos moles, principalmente em estruturas encefálicas em filhotes [19]. Casos de malformações craniofaciais são descritos em gatos associadas à ingestão crônica experimental de altas doses de vitamina A [7,8]. As anomalias descritas nesse trabalho foram múltiplas nos três filhotes. Os Filhotes 1 e 2 apresentaram pelo menos três tipos de anomalias. Na espécie felina, bem como em cães na grande maioria dos relatos essas alterações são mencionadas como defeitos congênitos hereditários embora outras causadas adquiridas possam estar envolvidas [20]. Estudos em cães de- 4 B.J. Martini-Santos, A. Diefenbach, T.C. Peixoto, et al. 2012. Anomalias congênitas múltiplas em felinos domésticos neonatos. Acta Scientiae Veterinariae. 40(4): 1087. Com o aumento crescente da criação de raças puras de felinos no país e a falta de dados epidemiológicos, clinicopatológicos e genéticos sobre essas anomalias, associados ao comportamento antiético de indivíduos e estabelecimentos que comercializam animais com anomalias, genes causadores dessas anomalias continuam sendo repassados para os filhotes, possivelmente em uma maior proporção. Em decorrência de uma possível etiologia hereditária para os vários tipos de anormalidades a recomendação ainda é a castração dos animais que sobrevivem às anomalias. por estruturas oculares disformes ou associada a outras anomalias [10,17]. A artrigropose com hiperextensão de membros torácicos e pélvicos foi observada nos três filhotes desse estudo. Essa alteração é descrita em gatos recém-nascidos sem alterações em estruturas ósseas e caracterizada especialmente por hiperextensão de membros nas articulações metacárpicas e metatársicas [2]. Em humanos, anomalias múltiplas com desenvolvimento de artrogripose também pode ser observada na Síndrome de Edwards [15]. Fazendo-se um paralelo com a espécie humana as chances das condições descritas aqui serem herdadas são altas e pode ser visto como consenso, entre a maioria dos autores, que animais com esses defeitos não devem ser introduzidos em esquemas de melhoramento genético [3,5,10]. Declaration of interest. The authors report no conflicts of interest. The authors alone are responsible for the content and writing of the paper. REFERÊNCIAS 1 Benoit-Biancamano M.O., Drolet R. & D’Allaire S. 2006. Aplasia cutis congenita (epitheliogenesis imperfecta) in swine: observations from a large breeding herd. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation. 18(6): 573-579. 2 Bright S.R., Girling S.L., O’Neill T. & Innes J.F. 2007. Partial tarsal arthrodesis and botulinum toxin A injection for correction of tarsal arthrogryposis in a cat. 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