01/12/2015 Lama coloca nascente em risco Cidades Lama coloca nascente em risco Problema causado por obra do aeroporto alerta órgãos ambientais; compensação poderá ser necessária 01/12/2015 06:01 Diomício Gomes Lago formado pela nascente do Córrego Jaó: água límpida e de tom esverdeado está agora barrenta Gabriela Lima Uma lama espessa tomou conta do lago formado pela nascente do Córrego Jaó, no Setor Santa Genoveva, na área da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). A Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) esteve no local na manhã de ontem e constatou que o barro desceu das obras de drenagem do novo Aeroporto de Goiânia. A principal preocupação é com o assoreamento. Novas vistorias irão constatar a data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22section%20cidades%22%20style%3D%22boxsizing%3A%20borderbox%3B%20outline%3A%200… 1/3 01/12/2015 Lama coloca nascente em risco extensão do dano. “Os sedimentos que caem no lago representam riscos à nascente existente na área”, explicou Wilmar Pires, diretor de Áreas Verdes, Preservação e Conservação da Amma, integrante da equipe técnica que esteve no local. Segundo ele, é preciso uma análise das margens e da região para poder determinar os reais prejuízos a águas e fauna. Wilmar afirma que a obra está localizada a menos de 100 metros da nascente, o que seria irregular segundo o Código Florestal Brasileiro. Também destaca que a Infraero faz captação de água na nascente. No entanto, a empresa federal tem autorização da Secretaria das Cidades e Meio Ambiente (Secima) para operar no local. Por conta da repercussão, fiscais da Secima também estiveram ontem nas obras do aeroporto. De acordo com o gerente de Fiscalização, Auditoria e Monitoramento Ambiental da secretaria, Vitor Lenza Júnior, a análise preliminar mostrou que o impacto está dentro do programado. “Até o momento, todas as condicionantes do licenciamento e da outorga de uso da água estão sendo acatadas”, avaliou. Lenza admite que parte da obra é dentro de uma Área de Preservação Permanente (APP), mas ressalta que “para isso existe o mecanismo de compensação ambiental”. Também afirma que, apesar da agressão momentânea, a obra de drenagem das pistas e da área impermeabilizada do novo terminal “futuramente será de grande importância em função da água pluvial que descerá em grandes quantidades das pistas do aeroporto”. Morador da região do Jaó, Lenza afirma que o problema na baixada do Córrego Jaó é anterior à ampliação do terminal de passageiros. Segundo ele, em períodos de grandes chuvas, é comum o acúmulo de sedimentos na nascente. Ele diz ainda que a via que dá acesso ao aeroporto deveria ser repensada. “Aquela baixada corta uma APP. É natural que a água se acumule ali. O muro que divide a área da Infraero e a estrada já caiu várias vezes. É por isso que hoje ele é um muro vazado, para data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22section%20cidades%22%20style%3D%22boxsizing%3A%20borderbox%3B%20outline%3A%200… permitir que a água escoe sem danificar a estrutura.” 2/3 Lama coloca nascente em risco vezes. É por isso que hoje ele é um muro vazado, para permitir que a água escoe sem danificar a estrutura.” 01/12/2015 Por conta das chuvas da última semana, o barro proveniente das obras de drenagem do novo aeroporto desceu até a represa do Clube Jaó, chamando a atenção de frequentadores. No fim de semana, sócios do espaço de lazer postaram fotos nas redes sociais comparando o problema ao rompimento da barragem em Mariana (MG), que derramou milhares de litros de lama na bacia do Rio Doce. Impacto visual O administrador do Clube Jaó, Ubirajara Berocan Leite Filho, acredita que o impacto seja mais visual. Ele também defende a necessidade da obra. “Eles estão fazendo uma grande represa de contenção, o que ajudará a impedir que a água da chuva cause mais danos”, diz. Segundo Berocan, o lago do Jaó, geralmente de águas limpas e tom esverdeado, fica barrento nos períodos chuvosos. Ele também afirma que, por ficar perto da nascente, não é comum ver peixes no local. No entanto, admite que na última semana a quantidade de lama preocupou a administração. Berocan destaca que o grupo Jaó foi o responsável pela recuperação da nascente e, por isso, quando percebeu o impacto, procurou a Infraero. Mas está satisfeito com o projeto apresentado. “Somos um dos principais interessados na preservação, mas não tem como fazer um omelete sem quebrar os ovos”, diz. No entanto, Berocan defende a necessidade de se definir uma compensação ambiental. data:text/html;charset=utf8,%3Ch2%20class%3D%22section%20cidades%22%20style%3D%22boxsizing%3A%20borderbox%3B%20outline%3A%200… 3/3