Hospital AC Camargo
Tópico: HOSPITAL AC
CAMARGO
Veículo: Mato Grosso Notícias Data: 03/05/2013
MT
Página: 07:00:00
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Editoria: Noticias
Médico de José Alencar defende 'onco check-up' contra câncer
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A forma mais eficaz de diminuir os casos de câncer e aumentar a cura da doença é a realização do “onco check-up”, afirmou o oncologista
Ademar Lopes, do hospital AC Camargo, em entrevista ao Jornal do Terra. Responsável pela cirurgia que deu mais de dois anos de vida ao exvice-presidente José de Alencar, o especialista contou que atualmente 60% dos casos são curados e que, com o diagnóstico precoce, a
estimativa seria de 90%.
Segundo ele, a doença é a segunda que mais mata no mundo inteiro e, mesmo assim, não é um hábito da população fazer exames de
prevenção. “Câncer, no início, não dói, gostaria que fosse doloroso, mas não é. O que acontece são as pessoas terem um nódulo no seio, ‘mas
não dói, então não é câncer’, ter um sangramento vaginal, mas como não dói, então não é câncer’”, exemplificou sobre a falta de auxílio
profissional. Segundo ele, o onco check-up é uma consulta que deve durar cerca de 1 hora, em que o médico examina o paciente da cabeça
aos pés e pede os exames pertinentes.
Um dos problemas no Brasil é a descoberta tardia, apontou. Isso acontece, em parte, pela falta de profissionais na área. “Os médicos do posto
de saúde não estão preparados e os sistema de saúde não está bem estruturado”, disse. “Apenas meia dúzia de faculdades tem a oncologia
como disciplina na grade curricular, precisa estar na base. Precisamos de médicos generalistas que saibam pensar oncologicamente”,
argumentou.
Um pólipo no intestino, segundo ele, pode levar de oito a 10 anos para se transformar em tumor, quando costuma ser detectado. “No momento
em que a pessoa recebe a notícia, parece que a casa caiu. Depois existe uma tomada de consciência de que a doença é frequente e quando
bem tratada tem cura”, contou. Atualmente, o método de tratamento mais utilizado é a quimioterapia intravenosa, no entanto, já existe a
quimioterapia oral e uma tendência a tratamentos personalizados.
“Estamos caminhando para o século da medicina personalizada, medicamentos diferentes para cada tipo de câncer”, avaliou. Os ciclos de
quimioterapia e medicamentos usados estão sendo selecionados de acordo com a doença, tipo de alteração genética e perfil do paciente. O
projeto Genoma, segundo o oncologista, contribuiu para o conhecimento do que cada gene faz e, quando existe o câncer, qual é a mutação que
acontece.
A quimioterapia ainda assusta a população e realmente existem casos raros de morte por conta do tratamento, como devido à baixa dos
glóbulos brancos associada à uma infecção. Mas, sem o tratamento, as chances de óbito são maiores. As alterações nas mucosas da boca,
estômago e intestino que provocam mal-estares durante o tratamento já podem ser combatidas com medicamentos. Até mesmo o
repovoamento de glóbulos brancos tem solução com droga que age em poucos dias e incentiva a médula na produção dos anticorpos.
Uma vez com câncer, existe cerca de 8% de desenvolver outro tipo da doença, disse o médico. É uma pessoa que deve ter acompanhamento
profissional para o resto da vida. Segundo ele, após cinco anos desde a cura, dificilmente, de 5% a 10% de chances, o câncer reaparecerá.
Mas, segundo ele, em 70% a 80% dos casos, a doença volta em até dois anos e em cerca de 15%, em até cinco anos.
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