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04 de setembro de 2015 – Sexta-Feira - # 1.621
Potencial eólico do Brasil é de 500 GW, segundo DEWI
Cassiano Viana – Portal Nacional de Seguros – 03/09/2015
Para especialista, metas atuais para maior participação da energia dos ventos na Matriz Energética são tímidas
Uma das principais consultorias internacionais na área de energia eólica, o DEWI estima que o potencial eólico
brasileiro é de 500 GW, considerando os últimos desenvolvimentos tecnológicos. A estimativa não inclui o
potencial eólico de projetos offshore.
Em 2001, quando foi lançado o primeiro Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, a estimativa era de 143 GW,
considerando torres de até 50 metros.
"Considerando esse potencial e os avanços do setor no país, nos últimos anos, podemos até considerar que as metas
atuais para maior participação da energia dos ventos na Matriz Energética Brasileira são tímidas", observa Jens
Molly, principal especialista do DEWI e um dos mais reconhecidos no mundo, no setor de eólica.
"Estima-se uma capacidade instalada de usinas eólicas de 22,4 mil MW em 2023. Com isso, a participação da
energia eólica no Brasil saltaria dos 3% atuais para 11,5%. No entanto, na Alemanha – um país que não é tão
privilegiado quanto o Brasil em termos de extensão geográfica, irradiação solar e velocidade dos ventos –,
combinadas, as fontes de energia eólica e solar respondem por 15% de toda a eletricidade gerada no país", explica.
De acordo com Molly, que participa, no Rio de Janeiro, do Brazil WindPower 2015, essa participação da eólica na
Alemanha deve crescer bastante com a entrada em operação de novos projetos de parques eólicos em alto mar
(offshore).
"A meta do governo alemão é investir nesses projetos para concretizar a promessa de abandonar a energia nuclear
até 2022. A França, que possui 80% da sua matriz energética baseada na energia nuclear, já sinalizou que deverá
seguir o mesmo caminho", explica. "Fontes sujas de energia estão na contramão do que o mundo hoje exige",
avalia.
Ele lembra que a capacidade instalada de energia eólica na China chegou, no ano passado a 115.000 MW, enquanto
que, nos Estados Unidos, a capacidade instalada chegou a 66.000 MW.
Fundador do DEWI (Deutsches Windenergie-Institut, Instituto Alemão de Energia Eólica), Molly acredita que, por
diversos fatores, o Brasil não conseguirá atender a demanda crescente de energia apenas com as hidrelétricas,
mesmo em um cenário de muita chuva.
"A demanda de energia no Brasil será crescente em função do crescimento populacional, mesmo que não ocorra
mudança no cenário macroeconômico", explica.
"Ao mesmo tempo, o custo da energia das termelétricas é muito alto. Segundo pesquisas, em três anos, o custo do
MWh passou de R$ 100 para R$ 1000 ", destaca.
Para Molly, apesar de ser um mercado novo, carente ainda de formação profissional especializada e de
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desenvolvimento de tecnologia própria, o Brasil já é um dos grandes mercados mundiais de eólica. " O pais é
privilegiado pois a combinação de energias hidrelétrica, eólica e solar no Brasil é ideal", diz. "Para o futuro, além
da previsibilidade de regras e maior número de leilões, o sucesso do setor no Brasil dependerá de uma combinação
de mercado forte e investimentos em pesquisa e desenvolvimento".
Fazenda nega desoneração de PIS/Cofins para produtores de pás eólicas
Wagner Freire – Agência CanalEnergia – 03/09/2015
Fabricantes terão que absorver um custo de produção da ordem de 2,5%, que poderá ser repassado no produto
O Ministério da Fazenda negou nesta semana um pedido formal de desoneração de PIS/Cofins para produtores de
pás eólicas. A negativa foi lamentada pela presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Gannoum,
durante o Brazil Windpower, nesta quinta-feira, 3 de setembro.
Em janeiro deste ano, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 13.097/2015 que reduziu a zero as alíquotas da
contribuição para PIS e Cofins incidentes sobre a receita de vendas e na importação de partes utilizadas nos
aerogeradores. Contudo, a regra não vale para os produtores de pás, que ficaram impossibilitados de repassar o
tributo para os fabricantes de aerogeradores. Segundo Elbia, os produtores de pás terão que absorver um custo de
produção da ordem de 2,5%. "Isso vai bater no preço [da energia] lá na frente", alertou a executiva.
"Quando saiu a lei exonerando os aerogeradores do PIS e da Cofins, a gente achou ótimo porque realmente os
fabricantes não estavam tendo essa possibilidade pelo Reidi [Regime Especial de Incentivos para o
Desenvolvimento da Infra-Estrutura]", disse. "A ideia é que quando se quer desonerar um determinado setor, você
tem que voltar na cadeia para entender até onde vai esse pagamento. Só que na hora de fazer a lei a Fazenda acabou
não fazendo isso, até porque a indústria é muito complexa."
Segundo Elbia, o Ministério da Fazenda disse que "é impossível nesse momento discutir qualquer questão
relacionada à desoneração". A desoneração prevista na lei atinge 80% dos itens que compõem a produção de um
aerogerador.
Indústria eólica garante oferta de equipamentos para o próximo leilão de reserva
Wagner Freire – Agência CanalEnergia – 03/09/2015
Executivos da GE, WEG, Gamesa e Acciona estiverem presentes no Brazil Wind Power 2015
A indústria eólica mandou uma mensagem animadora aos desenvolvedores: não faltam equipamentos para atender
ao mercado. Jean Claude Robert, gerente geral da Divisão de Energias Renováveis da GE para América Latina,
garantiu que a oferta de equipamentos não será problema para o próximo leilão de reserva, marcado para 13 de
novembro, mas cujo suprimento de energia ocorre em 2018.
Este ano, o governo contratou cerca de 600 MW de usinas eólicas. A expectativa do setor é que mais 2,5 GW sejam
contratados próximo certame. Havia um rumor no mercado de que a oferta de equipamentos era insuficiente dado
ao grande volume de contratação nos últimos anos. Esse gargalo poderia atrapalhar os planos de crescimento da
fonte. "Falando da GE, não é um problema para o próximo leilão", disse Robert durante o Brazil Wind Power, no
Rio de Janeiro.
"Se for feito de maneira planejada, tem máquina", ponderou Christiano Forman, diretor da Acciona Windpower
Brasil. O diretor de Vendas no Brasil da Gamesa, Mauro Bittencourt, disse que a companhia já tinha máquinas
disponíveis para o leilão que aconteceu em abril. "O que impactou foi o preço. Eu falo com segurança que a gente
tem máquina disponível", afirmou Bittencourt. Quem também esteve no evento foi o diretor de Energia Eólica da
WEG, João Silva, que também confirmou a oferta de equipamentos.
BNDES: Eólicas já receberam R$ 19 bilhões para 62 parques
Pedro Aurélio Teixeira – Agência CanalEnergia – 03/09/2015
Banco assegura recursos para a fonte, mas agentes buscam novas alternativas de financiamento
De 2003 a 2015, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social já aprovou financiamentos para 62
complexos eólicos, somando R$ 19 bilhões, até agosto. De acordo com Ligia Barros, chefe do departamento de
energias renováveis do banco, os financiamentos para a fonte continuam sendo prioritários para o BNDES,
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concedendo o nível de financiamento mais alto que o banco aplica, de 70% dos itens financiáveis, com 1,2% de
spread, mais a TJLP. Ela participou de debate na última quarta-feira, 2 de setembro, no Brazil Windpower, no Rio
de Janeiro (RJ).
O tema do financiamento tem sido muito caro ao setor elétrico. Em um momento de um retrato econômico adverso,
há a busca por outas opções de financiamento que não sejam as do BNDES, que fez alterações nas regras desde o
ano passado. A executiva do banco reafirmou a disponibilidade dos recursos do banco para o setor de energias
alternativas, em especial a eólica que lidera. Para Marcelo Girão, head de energia do Itaú BBA, há o hábito no setor
de sempre buscar o BNDES, o que criou uma espécie de cultura nos agentes. Segundo ele, o plano de negócios de
agora não é mais o mesmo de alguns anos atrás, quando o empreendedor dava o lance no leilão e tinha certeza que
não haveria grandes alterações.
Ele lembra que os projetos de energia renováveis, em especial as eólicas, continuam no radar do banco, mas que
devido a esse cenário econômico imprevisível e adverso, as exigências serão maiores. "A régua subiu um pouco. Se
o risco aumenta, o retorno tem que aumentar", observa. Ele explica que mesmo grandes players que apresentarem
projetos que não consigam provar a sua qualidade, não vão conseguir êxito.
Ele também acredita que as antigas condições de financiamento do BNDES - que ele julga ter um papel importante
no fomento - não devem ser reeditadas. "Dificilmente volta para 80%. Isso tem um custo e a situação do país hoje
não permite", avisa.
Mas o principal agente de financiamento do setor se mostra disposto a buscar mais linhas par ao setor. Lígia Barros
conta que o banco está buscando se habilitar ao Green Climate Fund, que possui uma carteira para energias
renováveis. Ela lembra que as fontes alternativas atraem o interesse de investidores internacionais. "Temos que
trabalhar todas as frentes. Estamos em um banco público e ele tem estudado todas as alternativas", aponta.
Renova espera eólicas com preços mais elevados no próximo leilão
Pedro Aurélio Teixeira – Agência CanalEnergia – 03/09/2015
Presidente da empresa avaliou que preço de R$ 184/ MWh não trouxe competitividade ao certame
A Renova Energia espera que no próximo leilão de energia nova, o preço de energia fique superior a R$ 200/MWh,
de modo que consiga repor as variações econômicas desde o último leilão, que teve preço teto de R$ 184/MWh. De
acordo com o presidente da empresa, Mathias Becker, isso trará mais competitividade ao certame, o que não
chegou a acontecer no leilão A-3, realizado recentemente. "Não foi um leilão que houve competitividade. Foi um
leilão de quem conseguiu chegar no preço- teto e quem não conseguiu", explicou o executivo, que participou na
última quarta-feira, 2 de setembro, do Brazil Wind Power, no Rio de Janeiro (RJ).
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, já havia adiantado no primeiro dia do
evento que o preço de eólica seria elevado, uma vez que a fonte não repetiu o bom ritmo de contratação que vinha
apresentando. Antes disso, os agentes do setor eólico já alertavam que os R$ 184 eram insuficientes e que o valor
deveria partir de R$ 200/MWh. Becker disse ainda que o IPO feito pela Renova atendeu as expectativas da empresa
e que agora ela se encaminha para a fase de conclusão, que depende de anuências e autorizações.
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Potencial eólico do Brasil é de 500 GW, segundo DEWI