tecnologia A GAZETA Cuiabá, Segunda-feira, 7 de Novembro de 2011 - terra e criação - 3 Máquina preserva raiz da mandioca Produtor inventa ferramenta que substitui o trabalho manual no campo Wisley Tomaz Da Redação D epois de muitos anos de trabalho pesado no campo, o pequeno produtor do município de Rondonópolis (212 Km ao sul de Cuiabá), Pacífico Gonçalves Ramos, 60, tomou a decisão de criar algo para aliviar suas atividades diárias, que consistiam mais especificamente na colheita manual de mandioca. Segundo ele, durante quatro anos, depois de ter uma idéia inusitada, chegou a algo que possibilitava a execução do trabalho de uma maneira mais fácil, rápida e menos cansativa. Pacífico inventou então a máquina de tirar raízes de mandioca. Esta, inclusive, já tem patente requerida e alguns fabricantes interessados em reproduzir a idéia. O produtor explica que o protótipo inicial começou com uma estrutura de madeira, sendo que posterior- mente, com a ajuda de um amigo, fez uma versão em metal que ficou um pouco pesada. Depois de algum tempo, enfim ele chegou à forma atual, produzida por um serralheiro. Esta ficou mais leve e tem um ótimo desempenho. Segundo Pacífico, a máquina produz o serviço de 20 homens, sendo possível arrancar 100 caixas de mandioca em cerca de 30 minutos. Para se ter uma idéia, para arrancar a mesma quantidade usando o método tradicional, com enxada ou enxadão, a pessoa tem que trabalhar mais de dois dias. O produtor diz ainda que a máquina é tão eficiente que não quebra e nem danifica nenhuma raiz. Já em relação ao custo do equipamento, o produtor explica que não é alto e gira em torno de R$ 40,00 quando confeccionada unitariamente. Mas se for produzida por uma grande fábrica em larga escala, por exemplo, o custo poderia ficar ainda menor. Apesar de já ter sido procurado por algumas empresas, o produtor está em busca de uma que possa fabricar o maquinário. Ele apresentou a máquina na Exposição Agropecuária, Comercial e Industrial do Sul de Mato Grosso (Exposul). Recentemente, entrou em contato com técnicos da Agência Sebrae de Rondonópolis em busca de ajuda nesse processo. O produtor é pai de cinco filhos e tem 11 netos. Segundo ele, desde criança trabalha na roça. A partir de agora, O Brasil é o segundo maior produtor de mandioca João de Melo/Empaer porém, deixou a enxada e o enxadão de lado de forma definitiva. Sua propriedade, com 10 alqueires, chamado Sítio Bom Jesus, está localizada na região da Mata Grande onde ele e sua esposa, Eurides Martins Ramos, trabalham sozinhos na produção de cerca de 100 mil covas da raiz. Segundo ele, se a produção não for boa, colhe 30 mil caixas, mas pode chegar a 80 mil que são comercializadas em Rondonópolis e Cuiabá. O preço que recebe é de R$ 18 a R$ 20 por caixa, considerado por ele muito bom. O Brasil destaca-se como o segundo maior produtor mundial de mandioca, produção inferior somente à da Nigéria. Segundo dados da Food and Agriculture Organization FAO (2009), em 2008 a produção brasileira totalizou 26,5 milhões de toneladas, o equivalente a 11,9% do total produzido no mundo. Mamona pode ser alternativa no semiárido Da Assessoria Marcus Vaillant A cultura do tubérculo é responsável por sustentar centenas de famílias em municípios da Grande Cuiabá Técnicos do Ministério da Integração Nacional se reuniram no início do mês com representantes da Evogene Company, empresa de melhoramento genético de plantas. A proposta é expandir e qualificar, com apoio da Embrapa, os estudos sobre a mamona como alternativa na produção de biocombustível no semiárido nordestino. Outras culturas estão sendo avaliadas, como é o caso do agave, uma planta destinada à produção da tequila. Alguns estudos feitos na Austrália apontam que a produtividade de etanol por hectare à base de agave é bastante superior à cana-de-açúcar, chegando a dobrar. O ministro Fernando Bezerra Coelho, juntamente com o secretário nacional de irrigação Ramon Rodrigues e técnicos do Ministério da Integração Nacional estão em missão oficial em Israel para trocar e coletar experiências no setor de irrigação e infraestrutura hídrica. O governo federal anuncia em breve um programa para implantar 200 mil hectares de perímetros irrigados no semiárido. “As pesquisas já estão bastante avançadas tendo a Evogene, inclusive, instalado campos experimentais no Maranhão, no Ceará e na Bahia”, acrescenta Ramon Rodrigues. A empresa tem foco na definição do genoma de certas espécies vegetais, com o objetivo voltado para três aspectos: potencializar as melhores características produtivas; permitir melhores práticas de cultivo ligadas a mecanização agrícola e melhores respostas no uso de defensivos agrícolas.