Caatinga: gerando conhecimento e políticas públicas O último debate do II Seminário Internacional de Convivência com o Semiárido, que foi realizado nos dias 29 e 30 de outubro no Centro Xingó de Convivência com o Semiárido, em Piranhas (AL), com mais de 200 participantes, não podia ter um tema diferente. A gestão do conhecimento em regiões semiáridas fechou o ciclo de debates com sucesso. O moderador do debate, Aldrin Martin Perez Marin, pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), iniciou o encontro destacando que o semiárido hoje não é o mesmo do passado. “Temos hoje em dia um conhecimento robusto produzido na, e para, a região”. Segundo ele, atualmente são 206 universidades e institutos federais, três mil organizações sociais (produzindo pesquisas e informação), e 37.592 mestres e doutores gerando conhecimento. “Isso tudo propicia a criação de políticas públicas”. Além dele, participaram do último debate do Seminário, Antônio Damasceno, chefe do Departamento Acadêmico do Instituto Federal de Alagoas (IFAL) -­‐ Campus Piranhas-­‐AL; José Ferreira Lima Júnior, professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e do Programa de Pós-­‐Graduação da UFCA; e Raimundo Nonato Gomes Júnior, professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Ferreira Júnior apresentou o Programa de Pós-­‐Graduação da UFCA. “Buscamos uma ruptura da formação pós-­‐graduada na capital. O objetivo do programa é produzir conhecimentos para contribuir com o processo de desenvolvimento regional sustentável no semiárido brasileiro”. Antônio Damasceno falou sobre a criação e as ações do Campus Piranhas do Instituto Federal de Alagoas. Segundo ele, a própria comunidade ajuda a definir os cursos que são desenvolvidos de forma apropriada para a realidade do município. “Buscamos projetos para apoiar o desenvolvimento local. Essa interação com a comunidade é muito forte. Existe o conhecimento empírico e o conhecimento dos agricultores. Respeitamos isso e buscamos essa interação”. Raimundo Nonato explicou os principais trabalhos da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) para a Caatinga e o que está por trás dessas ações. “Antigamente se tratava o Nordeste como lugar único de sofrimento e dor. Mas somos muito mais. Temos um ambiente e o povo mais feliz do planeta”. Segundo Nonato, a sociedade tem de evoluir para saber cobrar mais dos governantes. “Não há caminho sem que haja um olhar para nós mesmos. Temos que ver o que cada um de nós pode fazer para nossa região. As experiência mais interessantes que vimos no Seminário envolvem agroecologia e integração de instituições. Temos um rumo, muita coisa Comitê gestor do Centro Xingó de Convivência com o Semiárido Assessoria de Comunicação [email protected] para se espelhar. As universidades estão cheias de informações e pesquisas. Temos que ter amor pelo semiárido. Não apenas amor para a natureza, mas para o povo”, concluiu ele. O Seminário foi finalizado com reflexões como essas, mostrando que o evento cumpriu seus objetivos e que mudar o semiárido é mudar o homem. Saiba mais O Seminário está sendo realizado no Centro Xingó, em Piranhas (AL), desde o dia 29 de outubro e termina hoje. Conta com a participação de técnicos, agricultores, gestores de instituições com atividades relacionadas ao tema e especialistas para debater o assunto por meio da difusão de boas práticas e das tecnologias sociais utilizadas, com sucesso, no semiárido brasileiro. O evento é oferecido pelo Comitê Gestor do Centro Xingó, coordenado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura de Alagoas (Seagri); Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf); Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA); Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID); Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf); Ministério do Meio Ambiente (MMA) e IABS. A iniciativa é realizada em parceria com instituições como o Centro de Inovação em Tecnologia para o Desenvolvimento Humano da Universidade Politécnica de Madri (itdUPM); Universidade Federal do Vale do Cariri (UFCA); Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Alagoas (Sebrae/AL), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Agência Brasileira de Cooperação (ABC). O IABS é a instituição responsável pela realização do seminário e do curso, e pela coordenação das ações técnicas e administrativas do Centro. Logo após o Seminário, o Centro Xingó seguirá com a realização do 2º Curso Internacional de Convivência com o Semiárido, composto por quatro módulos, distribuídos em 200 horas/aula, que terá início em 2 de novembro e seguirá até o dia 18 de dezembro, com intervalos a cada módulo. Comitê gestor do Centro Xingó de Convivência com o Semiárido Assessoria de Comunicação [email protected] 
Download

nota completa