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Política
Panorama
político
O Estado do Maranhão - São Luís, 15 de dezembro de 2013 - domingo
Ilimar Franco
Eduardo sai do isolamento
O
presidente do PPS, Roberto Freire, vai amanhã ao governador Eduardo Campos (PE) formalizar o apoio à candidatura do socialista ao Planalto. O PPS travou duro debate
interno. Nunca antes políticos de outros partidos haviam participado de suas conferências regionais. Isso ocorreu agora. Derrotados, os aliados do PSDB ainda tentaram lançar Soninha Francine
para impedir que o partido se alinhasse ao PSB.
Reencontro histórico
Um grupo de dirigentes do PPS está apostando na candidatura de Eduardo Campos (PSB) desde o rompimento
deste com o PT nas eleições municipais de 2012. Esse
grupo, que não vê futuro mantendo-se caudatário do
PSDB, venceu o embate interno. Ele aposta em nova polarização política no país. Roberto Freire, depois da decepção com José Serra, abraçou essa proposta. A aliança do
PPS com o PSB retoma uma parceria inaugurada com a
Frente do Recife, em 1955. Nesse ano, o então PCB apoiou
para a prefeitura o socialista Pelópidas da Silveira e, depois,
Miguel Arraes (1960). Os ex-comunistas e os socialistas
ainda elegeram Arraes governador (PE), em 1963.
“Hoje nós temos 89 dos 513
deputados. Já imaginou, Dilma, se
fossem 300? Você ia comer o pão
que o diabo amassou”
Lula, Ex-presidente, em discurso na abertura do 5º Congresso do PT
#tamojunto
Michel Filho/19/06/2013
Lançado pela Secretaria dos Direitos Humanos, o "Manifesto
Brasil sem Preconceito" ganhou a adesão
de dezenas de personalidades, como Martinho da Vila, Paulinho
da Viola, Ney Matogrosso e Beth Carvalho. É um abaixo-assinado para que o Senado aprove projeto que
criminaliza a homofobia e todas as formas
de preconceito.
Supremo varejo
O PSDB de São Paulo já obteve liminar do Tribunal de
Justiça. Mesmo assim, o presidente regional tucano, Duarte Nogueira, pretende bater às portas do STF para impedir
que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, reajuste o
IPTU.
A prioridade
O PT quer, pela primeira vez, eleger um governador no Sudeste. Mas sua prioridade é fortalecer sua bancada no Senado
e eleger uma bancada de cem deputados. Os petistas buscam
ter maior poder de fogo no Congresso.
Apostando nos magoados
O presidenciável Aécio Neves (PSDB) e emissários tucanos
conversaram com Eunício Oliveira (PMDB), candidato ao governo do Ceará, sugerindo composição com Tasso Jereissati ao
Senado. Houve proposta também a Renan Calheiros, de apoio
a Renan Filho em Alagoas.
O PMDB cai na rede
Após pesquisas em nove capitais, o PMDB vai criar um
instrumento de interação com as redes sociais. O presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Eliseu Padilha, diz que o
partido colocará "um exército na rede nos 27 estados".
Reflexão petista
O ministro Marco Aurélio Garcia nadou na contramão dos
petistas no 5º Congresso: "Os partidos mais importantes de
esquerda, quando não fizeram reflexão sobre seus problemas internos, sofreram processo de degeneração."
zzz
A PRESIDENTE DILMA e o seu entorno ficaram preocupados
com o tom raivoso e radical dos militantes no Congresso Nacional do PT.
Com Simone Iglesias, sucursais e correspondentes
[email protected]
Agressor impiedoso, Dino
diz ser “uma honra” ter
Castelo ao seu lado em 2014
Comunista, que usou termos até impublicáveis para classificar o ex-prefeito de São
Luís, agora afaga tucano e seu partido, de olho no tempo de propaganda do PSDB
Arquivo
Mau pagador, inimigo dos
jovens, empresário fracassado,
marido da prefeita que deixou São
Luís sob o lixo e político atrasado.
Foram muitos os ataques de alto
teor de crueldade com os quais o
pré-candidato a governador do
Maranhão, Flávio Dino (PCdoB),
já classificou o ex-prefeito João
Castelo (PSDB). Chegou a chorar,
em 2008, quando o ex-governador
Jackson lago (PDT) decidiu apoiálo, classificando a escolha de
“opção pelo atraso”.
Agora, para contar em seu favor o tempo da propaganda no rádio e na televisão de 2014, Dino diz
que "seria uma honra" ter em seu
palanque o tucano repetidas vezes
espezinhado.
Flávio Dino nunca nomeou
porta-voz para dizer o que pensa
a respeito de João Castelo. E publicizava sua antipatia do tucano
fosse qual fosse a ocasião ou circunstância.
Em 2008, às vésperas da eleição
municipal em que foi derrotado, o
comunista disse, ao vivo, numa
bancada a três metros do tucano,
em debate na TV Mirante, que
Castelo fracassou como empresário, se negava a pagar funcionários e era um endividado desequilibrado. Pior ainda, mexeu
com a família do então adversário
ao dizer que a mulher dele, na
prefeitura, "foi um desastre" para
São Luís.
Processo - Depois de derrotado,
Flávio Dino chorou para as câmeras e passou quatro anos tentando tomar na Justiça o mandato conquistado por Castelo. Na
eleição seguinte, de 2012, quando
o tucano tentava se reeleger, o comunista comandou a campanha
de Edvaldo Holanda Júnior (PTC)
focando principalmente nos defeitos que ele sempre fez questão
de apontar no então prefeito.
A campanha, que mostrou na
TV muito mais Dino do que o próprio Edivaldo Holanda, teve até
uma espécie de linha auxiliar - ou
“laranja”, na linguagem política -:
Ednaldo Neves (PRTB), encarregado de ridicularizar todos os projetos castelistas.
Na semana que passou, Flávio
Dino tentou sepultar tudo o que
dissera de ruim a respeito de João
Castelo. Vendo o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da
presidente Dilma Rouseff consolidar parceria com o PMDB maranhense, o comunista correu
atrás daquele que, para ele, representava tudo de ruim, dizendo
que, agora:"Seria uma honra ter
Castelo comigo".
Pragmatismo
é criticado
pelos aliados
Flávio Dino com João Castelo: o comunista agora sonha com o tucano
“
Todas
as
suas
empresas
fecharam e você
não pagou os
direitos
trabalhistas de
seus
empregados. Por
favor, Castelo,
pague seus
trabalhadores"
"Precisamos de
um prefeito com
bastante
equilíbrio e
você, Castelo,
deve muito, em
ações
trabalhistas"
O prefeito de Balsas, Luiz Rocha Filho, o Rochinha, fez
questão de prestigiar a solenidade que marcou a entrega da
recuperação da MA-006, no
trecho entre Fortaleza dos Nogueiras e o entroncamento da
BR-230.
A boa relação de Luis Fernando com líderes da Oposição é um dos aspectos políticos que marcam o perfil do secretário de Infraestrutura e précandidato do PMDB ao governo do Maranhão.
E essa é uma das grandes dificuldades que a oposição está
encontrando para manter a
preferência do eleitorado em
torno de Flávio Dino, porque
onde Luis Fernando anda oposicionistas reconhecem a boa
gestão dele à frente da Prefeitura de São José Ribamar e o
trabalho que ele tem feito na
Secretaria de Infraestrutura do
Estado.
"A
administração
de Gardênia
foi um desastre.
Deixou a
cidade
amontoada de
lixo por toda
parte"
"Castelo, você
continua tendo
ódio da
juventude"
"Atraso"
Flávio Dino, referindo-se ao ex-prefeito João Castelo
Luis Fernando mantém
boa relação com os
oposicionistas do MA
Em Balsas, na semana
que passou, secretário
reuniu-se com o
prefeito Rochinha
"A minha
decepção com
você só se
amplia"
Divulgação
Rochinha ouve Luis Fernando
O próprio Flávio Dino já teve matéria publicada em jornais reconhecendo a administração de Luis Fernando como
um modelo de gestão.
Em Balsas, a Secretaria de
Infraestrutura inaugura importantes avenidas do município,
a Luiz Gomes e Contorno. E, na
companhia do prefeito Rochinha, Luis Fernando e Maurício
Macedo inauguraram na tarde
de sexta-feira (13) o Distrito Industrial.
A repentina mudança de opinião do comunista Flávio Dino em relação ao ex-prefeito
João Castelo repercutiu negativamente no grupo do próprio candidato a governador.
Seus aliados viram nos elogios
ao tucano um pragmatismo
que põe em risco a imagem
que Dino tenta construir, de
adversário dos políticos tradicionais.
Os mais duros críticos de
Flávio Dino em sua própria
seara foram os professores universitários João de Deus Castro e Ed Wilson Araújo. Tanto
um quanto o outro são considerados quadros históricos da
"mais pura esquerda" maranhense. Ambos publicaram artigos para criticar o que chamaram de "pragmatismo exacerbado" do chefe comunista.
"Daqui a pouco, com tantos
aliados retrógrados, Dino vai ficar a cara do continuísmo. E
Luis Fernando pode até se
apresentar como a renovação",
afirmou o petista Ed Wilson,
professor da UFMA e encantado com a possibildiade de um
governo comunista no Maranhão.
Mas Dino demonstra pouca
importância à crítica dos aliados. Para ele, o que parece interessar é vencer a eleição, a
qualquer custo. Nem que, para
isso, possa ver qualidades em
adversários que sempre viu como "símbolo do atraso", "político ultrapassado" ou "perseguidor da juventude".
João Castelo, por sua vez,
preferiu apenas ironizar as loas
do adversário. "Já tolerei muita coisa na vida. Eu não sou intransigente. Posso fazer política com qualquer pessoa. eu
não sou intolerante. pelo contrário", disse o ex-prefeito, reafirmando, no entanto, que ainda vê Dino como adversário.
O ex-prefeito tucano, calejado pelas inúmeras disputas
eleitorais que já protagonizou
ao longo de mais de 40 anos de
vida pública, se diverte entre
aliados com as loas jogadas por
Flávio Dino, que vê como um
político amador e estudantil.
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Agressor impiedoso, Dino diz ser “uma honra” ter