FACULDADE DE CUIABÁ – FAUC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL João Rodrigues de Souza A PSICOPEDAGOGIA E A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL CUIABÁ- MT JULHO – 2015 2 RESUMO O objetivo deste estudo visa apresentar a importância da Psicopedagogia na Educação Infantil, apresentando a informática como um meio auxiliar de aprendizagem no âmbito de cada escola, mas, sobretudo, de se assegurar uma participação ativa nesse processo de evolução, como garantia de êxito da psicopedagogia e a informática na educação infantil. O estudo foi realizado de forma qualitativa e quantitativa, baseado em uma escola de educação infantil particular da cidade de Cuiabá-MT. Neste estudo ficou evidente que a informática para as crianças da educação infantil está se desenvolvendo rapidamente e requer um trabalho diferenciado, por isso os profissionais que atuam nesta área precisam oferecer condições de aprendizagem, nas mais diferentes áreas do conhecimento, interligadas ao processo de desenvolvimento infantil. Palavras-Chaves: Educação Infantil, Psicopedagogia, Informática. INTRODUÇÃO Inicialmente, o estudo que será desenvolvidos neste artigo pretendem destacar não apenas a importância de se discutir a importância da Psicopedagogia na Educação Infantil, mas o valor apresentado pela informática como um meio auxiliar de aprendizagem no âmbito de cada escola, mas, sobretudo, de se assegurar uma participação ativa nesse processo de evolução, como garantia de êxito da psicopedagogia e a informática na educação infantil. O ato de discutirmos formas de melhorar a inclusão da informática educacional, sobretudo, na educação infantil, nos mostra como devemos aprofundar a maneira pedagógica de usufruir do potencial oferecido pelas máquinas, onde o conhecimento do psicopedagogo em integração com os professores habilitados nas diferentes disciplinas devem analisar os efeitos da utilização dos recursos na dinâmica de sala de aula, buscando encontrar a melhor maneira de aplicação desse meio auxiliar de ensino-aprendizagem. Implicando em surgimento de tendência nova no modo de se projetar o uso de computadores na educação infantil, cujo elemento de partida é a própria análise da escola, no que diz respeito aos seus currículos escolares a serem aplicados no decorrer do estudo infantil. Neste contexto a psicopedagogia é fundamental para a aplicação dos parâmetros corretos de aplicação do ensino-aprendizagem, onde um dos objetivo deste estudo é apresentar para os alunos a ferramenta computacional como um meio auxiliar de aprendizagem. 3 DESENVOLVIMENTO Na educação o computador se apresenta hoje, como um objeto tecnológico e cultural inteiramente novo, renovado e em contínua evolução. Entretanto, os efeitos e as potencialidades futuras dessa integração parecem cada vez mais concretos, não somente no rumo da tecnologia, mas pedagogicamente falando no desempenho que alcançará a nossa educação infantil no aspecto da aprendizagem. A Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, já tratava especificamente no Art. 29, 30 e 31, sobre a Educação Infantil: Art. 29 - A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 5 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade. Art. 30 – A Educação Infantil será oferecida em: I – Creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até 3 anos de idade; II – Pré–escola, para as crianças de 4 a 5 anos de idade. Art. 31 - Na Educação infantil a avaliação é feita mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. É prudente que haja qualidade na relação da psicopedagogia com a informática na educação infantil, acima de tudo significa sensibilizarmos e mobilizarmos pais e professores para a importância da criança ter uma participação ativa no processo de construção do conhecimento. Segundo observação de Fischer (2000): A criança tem o computador como um grande aliado no processo de construção do conhecimento porque quando digitam suas ideias, ou o que lhes é ditado, não sofrem frente aos erros que cometem. Como o programa destaca as palavras erradas, elas podem auto corrigir-se continuamente, aprendendo a controlar suas impulsividades e vibrando em cada palavra digitada sem erro. Neste contexto, podemos perceber que o errar não é um problema, que não acarreta a vergonha nem a punição, pelo contrário, serve para refletir e para encontrar a direção lógica da solução. A transformação, que vem atingindo, a cada instante o ensino como um todo e mostrando a presença cada vez maior de computadores em sala de aula é o entendimento verdadeiro e enriquecido nas atividades da educação infantil. Como cita a própria Fischer, “as crianças aprendem sem ter medo de errar e sem medo de serem constrangidas por outros alunos, sendo assim, através da utilização desse instrumento educacional em uma escola, a probabilidade de angariar valores, objetivos e metas preestabelecidas na educação infantil são bem maiores.” 4 Em uma perspectiva de interação na relação ensino-aprendizagem, buscaremos atender os seguintes objetivos: - aprimorar a ferramenta computacional no ensino-aprendizagem na educação infantil; - cooperar com o psicopedagogo em suas intervenções; e - verificar a qualidade da aplicação da ferramenta computacional na educação infantil. Para que fossem atendidas as problemáticas apresentadas, foi realizado um estudo de forma quantitativa e qualitativa em uma escola particular de educação infantil da cidade de Cuiabá-MT, onde foram realizadas observações de cunho psicopedagógico. Nestas observações sempre estive presente com o acompanhamento da coordenadora pedagógica e dos professores responsável pela sala de aula a ser observada. Foram observados 17 (dezessete) alunos com a faixa etária de 5 a 6 anos de idade, sendo desenvolvido vários tipos de atividades lúdicas, que eram apresentado de forma tradicional e depois apresentados com o apoio da ferramenta computacional. Temos como exemplo: a apresentação de atividade onde buscava despertar os alunos para percepção da camuflagem, proteção e segurança que os animais desencadeavam aproveitando a natureza. Antes de iniciar a apresentação com a ferramenta computacional, o trabalho foi desenvolvido através do livro físico e reforçado com uma apresentação dos desenhos em cartaz, apresentando aluno a aluno. Ao iniciarmos a apresentação com o apoio da ferramenta computacional observou-se um ambiente agradável e confortável para os alunos que em todo o momento estavam correspondendo e interagindo. No primeiro momento os alunos observaram a projeção das imagem, onde através de intervenções dos professores iam respondendo as perguntas apontadas no quadro. Em um segundo momento os alunos foram divididos em 4 (quatro) grupos de 4 (quatro) alunos, sendo entregue um tablet por grupo. A partir deste instante os grupos respondiam as perguntas feita pelo professor, por exemplo: apresente no tablet a cor da camuflagem do lagarto em outra página. Neste instante os alunos procuravam a cor específica do lagarto (na imagem) manipulando o tablet para encontrar a tela correspondente. A resposta era quase instantânea, tal facilidade tinham com a ferramenta computacional. Ao fim das aulas foram realizadas algumas intervenções com perguntas direta aos professores e aos alunos: - para os professores: 1. O que observaram no auxílio da ferramenta computacional em relação ao meio lápis e papel? 5 - Um professor observou que os alunos interagem de forma diferente em relação ao lápis e papel, mas que esta interação em sua opinião deve-se por ser algo novo e atual do cotidiano de cada aluno. Já outro professor não encontra diferença em relação ao livro físico, pois a riquezas de imagem e qualidade do material não deixa a desejar para a ferramenta computacional. 2. Em relação ao uso da ferramenta, qual a sua intimidade com o computador? - Um respondeu que tem grande facilidade e usa em quase tudo que pode usufruir tanto no meio educacional como no seu cotidiano. E o outro respondeu que tem pouco contato e que usa apenas para realizar algumas pesquisas. - para os alunos: 1. Se eles encontraram alguma diferença da aula com o livro físico e a aula apresentada no tablet? - 3 alunos não encontraram nenhuma diferença, pois as imagem que tinham no livro foram também apresentadas no tablet, e 14 alunos viram de forma mais interativa. 2. Qual foi a melhor forma de ver as imagem apresentadas na aula? - 15 alunos, responderam que foi no tablet, porque podia aumentar e diminuir as imagem e era como se estivessem tocando, e 2 não sentiram diferença. 3. Quantos alunos tinham contato com jogos interativos e educacionais em sua casa? - 6 alunos responderam que sim, pois os pais sempre jogavam com eles e 11 não souberam respondeu com franqueza. 4. Quantos alunos sabiam manipular celulares, tablet, computador ou notebook? Todos responderam que sabiam. Após esta visão do estudo, a necessidade do psicopedagogo de acompanhar e buscar as revoluções tecnológicas fica mais evidente, não apenas para sim mas para acompanhar e auxiliar o docente e os discente, contudo, verifica-se que o docente é a porta de entrada da renovação construtivista do conhecimento. Confirmando o pensamento anterior, Borba e Penteado (2001) disserta sobre a importância da construção do conhecimento auxiliada pelo psicopedagogo: O uso inteligente de computadores na educação vem auxiliar o processo de construção do conhecimento. O computador deve ser usado como uma máquina a ser ensaiada e não sermos ensinadas por ela. Ela deve ser instrumento que auxilia a aprendizagem. Assim sendo, torna-se imprescindível que haja também uma transformação nos fundamentos e metodologias de aprendizagem, permitindo o aparecimento de diferentes modalidades de ensino e aprendizagem agem e que ajude a construir cidadãos equilibrados e conscientes. Diante dessa nova situação, é importante que o psicopedagogo possa refletir sobre essa nova realidade, repensar sua prática e construir novas formas de ação que permitam não só lidar, com essa nova realidade, como também construí-la. 6 Ao utilizarmos o computador, vimos que seus programas de softwares são tão eficientes no auxílio imediato, principalmente onde podemos elaborar programas didáticos buscando soluções, utilizando jogos didáticos, divertir-se em atividades criativas, explorando a composição do computador para a criação de desenhos e imagens, bem como outros tipos de programas que se pode utilizar para apoiar a educação infantil em seu desempenho progressista. Neste momento de contínua atualização dos meios tecnológicos e da era da comunicação, os psicopedagogos precisam esta preparados e qualificados tanto na área institucional com na área clínica, sendo um amparo eficiente aos professores que precisam de uma contínua reciclagem para difundir e mediar uma real prática pedagógica de ensino-aprendizagem. Segundo ALLESSANDRINI (1996), no que se refere ao papel do psicopedagogo em instituições de ensino: O psicopedagogo pode reprogramar projetos educacionais facilitadores de uma aprendizagem mais dinâmica e significante,supervisionando programas, treinando educadores e atuando junto a profissionais de educação, ou então buscando o aprimoramento da qualidade de aprendizagem do sujeito que apresenta dificuldades escolares. Ao entendermos o que Allessandrine cita acima, temos que levar em consideração que é necessário ao psicopedagogo estar inteirado das pesquisas que fazem referência ao pensamento da criança e do jovem, de como interagem com o meio a sua volta, e de que maneira constroem saberes e aprendem. CONSIDERAÇÕES FINAIS Enfim, devido ao avanço muito rápido dos meios tecnológicos, é fato compreender que o tema estudado é bastante complexo e ainda carente de estudos. Embora, esteja sendo progressivamente incorporada ao espaço escolar, a informática enfrenta dificuldades de condições materiais e de caráter pedagógico, em especial na educação infantil. Segundo Msech (2002): Cabe aos professores que quiserem participar deste processo de transformação social, uma constante reciclagem. Para que eles não se tornem – como já ouvimos de muitos professores o “lixo” descartável desta nova era. Um professor atualizado é aquele que tem olhos para o futuro e a ação no presente, para não perder as possibilidades que o momento atual continuamente lhe apresenta. Porém isto não alguma coisa que o sistema educacional possa obrigar os professores a fazer. A informática ainda é uma opção, uma decisão do professor frente aos novos rumos e trabalho. Verificou-se no estudo que apesar de ter sido feito um estudo de observação e coleta de dados em uma unidade de ensino privado, que tem uma metodologia própria e bem aprimorada para a educação infantil, verifica-se uma 7 necessidade de um acompanhamento mais integrado com psicopedagogos atualizados tecnologicamente. Hoje sabe-se que na educação infantil é possível ir além, pesquisar, criar, proporcionar a interação com a linguagem construtiva. Na educação infantil os conteúdos pedagógicos devem ser desenvolvidos com base nas vivências das crianças, em suas relações afetivas e experiências de interação do mundo. Com base nisso, as crianças não vão para a escola para apenas receberem cuidados e brincar, mas para desenvolver e despertar o interesse por aulas participativas, interativas, envolventes e que contribuam para o seu próprio conhecimento. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA ALLESSANDRINI, C. D. Oficina criativa e Psicopedagogia. 3. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1996. ALMEIDA, F.J. Educação e Informática: os Computadores na Escola. São Paulo: Cortez, 1987. BORBA, Marcelo C. e PENTEADO, Miriam Godoy - Informática e Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. BOSSA, N.A. A psicopedagogia no Brasil – Contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artmed, 2007. CORTES, H. S. O Computador e a Informática na Vida do Estudante. Mundo Jovem, v.310. FISCHER, Julianne. Sugestões para o desenvolvimento do trabalho pedagógico. São Paulo: Cortez, 2000. Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. MSECH, IN: BRASIL, IESDE S.A. Módulo 4 – Curso Normal, Curitiba: IESDE, 2002. SANTOS, N. Computadores na Educação. Em Aberto, v.57.