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Caderno Temático
PROJETO ASMA
ATENÇÃO INTEGRAL
A
PESSOA PORTADORA DE ASMA
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Logotipo Governo Democrático
Prefeitura Municipal de Campinas
Hélio de Oliveira Santos
Secretaria Municipal de Saúde
Gilberto Luiz Moraes Selber
Departamento de Saúde
Pedro Humberto dos Santos Scavariello
Coordenação Projeto Asma
Maria Fernanda Costa Haddad
Rogério de Oliveira Araújo
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GRUPO DE TRABALHO – PROJETO ASMA
Adriano C. Bertuccio – Clínico – C.S. Faria lima- D.S.Sul
Alóide L. Guimarães - Enfermeira - Coordenadora CETS/SMS
André R. R. Freitas – Medico Sanitarista - Departamento Administrativo/ SMS
Andréa A. Bacic – Enfermeira - C.S. Vila Ypê – D.S. Sul
Andréia A.S.Regalino – Pediatra – C.S.Itatinga – D.S.Sudoeste
Ana C.M. Zorzeto – Enfermeira- C.S. Faria Lima – D.S Sul
Ana Luiza Chieff – Farmacêutica – DIR XII – SES
Beatriz Ferratim Foratto - Farmacêutica – D.S.Noroeste
Charles Tesser – Medico generalista – C.S.Barão Geraldo/ Getris/ SMS
Clecios V.B.Silva – Educador - IPEB
Cleide M. B. Polastri – Complexo Ouro Verde – D. S. Sudoeste
Deise F. Hedich – Farmacêutica – D.S. Sudoeste
Dulcilene S. Neto – C.S. Sousas – D.S. Leste
Eliana A. Franco – Enfermeira – C.S.S.Quirino- D.S.Leste
Elizete Aredes – Farmacêutica - D.S.Norte
Glaziela M. G. Espíndola – Complexo Ouro Verde – D. S. Sudoeste
Idivan L.Spolisdore – C.S.Taquaral – D.S.Leste
Lígia B. Narbot – C.S. Costa e Silva – D.S. Leste
Lindomar C.R.Ferreira – C.S. DIC III – D.S.Sudoeste
Luciana Carrasco Cantareira – Farmacêutica – D.S.Sul
Luz G.Silva – Clínica- C.S.S.Quirino – D.S.Leste
Luzia F. G. Souto – Pediatra - C.S. Vila Ypê – D.S. Sul
Márcia A. Guedes – Pneumopediatra - Hospital Dr. Mário Gatti
Marcelo F. Parma – Pneumopediatra -Complexo Ouro Verde – D.S. Sudoeste
Maria Ângela G. M. Antonio – Pediatra – Departamento Pediatria – UNICAMP
Maria Auxiliadora Zanin – Departamento de Saúde/ SMS
Maria Fátima Ortolano – Peneumopediatra - FCM-PUCC
Maria Fernanda Costa Haddad – Departamento de Saúde - SMS
Maurício Perroni – Pneumologista clinínico - Policlínica II – D.S. Sul
Mirna R.M.Mota – Pediatra - C.S.S.Quirino – D.S.Leste
Natacha S. T. Carvanan – Pediatra - C.S. Vila Ypê – D.S. Sul
Paula de A. Franco – C.S.DIC III – D.S.Sudoeste
Priscila Bearzotti Pires Chakkour – Departamento de Saúde – SMS
Roberta N. Cardoso – Pneumopediatra - C.S. Florence – D.S.Noroeste
Rita de Cássia Dal Gallo – C.S. Vila Ypê – D.S. Sul
Sílvia H. R. Mateus – Pneumologista clínica - Policlínica II – D.S. Sul
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APRESENTAÇÃO
A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas constituiu um Grupo de Trabalho (GT),
Projeto Asma, com o objetivo de qualificar a atenção à pessoa portadora de asma e de
implementar o uso de medicamentos de alto custo para o tratamento de asma nas Unidades
Básicas de Saúde (UBS), em consonância com a Portaria nº 12 de 12 de novembro de 2002 da
SAS do Ministério da Saúde, que dispõe sobre medicamentos de alto custo, incluindo os para
Asma.
O GT foi composto por profissionais do Departamento de Pediatria da UNICAMP e da
PUCC; do Departamento Administrativo, do Departamento de Saúde da Secretaria Municipal de
Saúde; do Centro de Educação dos Trabalhadores da Saúde/ SMS; pneumologistas da SMS e por
profissionais das diversas categorias que compõe as Equipe das UBS. Durante o processo de
trabalho todos contribuíram com suas experiências para a construção deste Projeto.
Conforme o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Asma Grave da Portaria
citada acima, devem ser incluídos os pacientes que apresentarem qualquer um dos seguintes
critérios: sintomas de asma diários e contínuos; uso de broncodilatador de curta ação pelo menos
2 vezes por dia; espirometria com pico de fluxo expiratório ( PFE) ou volume expiratório
forçado no primeiro segundo (VEF1) com menos de 60% do previsto na fase prébroncodilatador; sintomas noturnos pelo menos 2 vezes por semana; acompanhamento em um
centro de referência ou em unidades com médicos capacitados para prestar assistência a pacientes
asmáticos. São critérios para exclusão os pacientes com pelos menos um dos seguintes itens:
tabagismo atual, exceto para impossibilitados de abandonar o vício por retardo mental ou doença
psiquiátrica grave; predomínio de doença pulmonar obstrutiva crônica; discordância com os
termos expostos no Consentimento Informado; qualquer contra-indicação ao uso dos
medicamentos descritos.
A proposta do Projeto Asma – Atenção integral a pessoa portadora de Asma, tem como
objetivos: capacitar os médicos da UBS para prestar assistência estes pacientes e poderem
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prescrever os medicamentos de alto custo, que antes ficavam somente sob responsabilidade dos
especialistas e ampliar a abordagem a estes pacientes pelas equipes das UBS.
Conforme determinação da portaria, um dos critérios para se incluir o paciente é a medida
da capacidade expiratória por espirometria ou pico de fluxo expiratório máximo (PFE). A SMS
adquiriu vários aparelhos que medem o Peak flow e os disponibilizará para as UBS realizem este
exame.
A portaria também preconiza que sejam excluídos os pacientes tabagistas. Entendemos
que isto não pode ocorrer pois, a Constituição Brasileira nos seus artigos 3º e 5º, fala sobre a
igualdade de direitos de todos os cidadãos; a lei municipal nº 9.809, de 21 de julho de 1998,
regulamenta a coibição de qualquer ato discriminatório que possa ser praticado no município de
Campinas; em 1º de dezembro de 2001, a Prefeitura de Campinas inclui a Redução de Danos
como política pública de saúde, uma vez que entende a mesma como uma estratégia importante
na prevenção das DST/HIV/AIDS entre usuários de drogas injetáveis. Portanto, a exclusão não
cabe na construção de qualquer protocolo, seja ele de Diabetes, Hipertensão, AIDS ou Asma e
uso de medicação de alto custo.
Portanto, condicionar o tratamento de um tabagista asmático a sua abstinência é um ato
discriminatório, que desrespeita uma lei municipal, a Constituição, os direitos humanos, a
CIDADANIA.
O GT programou a realização de uma capacitação com dois momentos: o primeiro com
aula expositiva sobre atualização em asma e dispensação de medicamentos de alto custo e o
segundo uma oficina para treinamento do uso do Peak flow, dispensação dos medicamentos e
técnica para uso dos dispositivos inalatórios. Elaborou também este Caderno Temático, que será
disponibilizado para as UBS.
A redação final do Caderno Temático ficou sob a responsabilidade de Ligia, M. Ângela,
Natacha e Priscila; a Capacitação com Alóide, Ana Luiza, Beatriz, Dulcilene, Deise, Elizete,
M.Auxiliadora, M.Fátima, Marcelo, Mauricio, Márcia, Priscila, Roberta e Silvia.
Esperamos que este trabalho contribua na qualificação das ações das equipes para o
atendimento integral as pessoas portadoras de asma.
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1. INTRODUÇÃO:
A Asma é uma doença crônica de alta prevalência que repercute na vida do paciente
interferindo nas suas relações familiares e sociais. No adulto é causa importante de ausência
ao trabalho e na criança de faltas freqüente a escola, distúrbio de sono, limitação para
atividade física e durante as crises prejudica a sua nutrição, podendo afetar o
desenvolvimento físico e emocional.
O Ministério da Saúde propôs um Programa Nacional de Controle da Asma, onde
disponibilizou medicamentos inalatórios de alto custo, que poderão ser indicados pelos
profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s). Portanto este projeto tem por objetivo
incentivar o cuidado com as pessoas portadoras de Asma.
Neste “Projeto Asma - atenção integral a pessoa portadora de asma”, é proposto um
conjunto de ações que utilizam o conhecimento do processo de saúde-doença que serviram de
subsídio para o contrato de trabalho entre a Equipe e os usuários. Por ser um projeto
necessita de avaliação constante e portanto traz em si a possibilidade de mudança.
A Clínica Ampliada é uma das diretrizes no Programa de Saúde da Família-Paidéia (PSFPaidéia), onde a inclusão de outros elementos além do biológico permite perceber as
diferenças entre as pessoas com a mesma doença e elaborar propostas terapêuticas
diferenciadas e adequadas. É importante mapear as influências externas e internas do
processo de adoecimento e agudização dos pacientes asmáticos, e avaliar qual o sentido que a
doença tem na sua vida. Com este olhar a Equipe terá condições de trabalhar com estes
pacientes de forma individualizada.
Na equipe de saúde todos os profissionais fazem clínica e através do seu saber e
realizando uma escuta qualificada têm possibilidade de ofertar ações de saúde de acordo com
o seu núcleo de formação, ampliando a abordagem a estes pacientes.
O momento de interação entre o profissional de saúde/equipe e paciente é único e
privilegiado para a construção do vínculo, quando ocorre esta relação a responsabilização
pelo cuidado se estabelece, propiciando que os pacientes construam a sua autonomia.
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Adscrição de clientela a uma Equipe de Referência do PSF é outra diretriz proposta, o que
torna mais viável a identificação e o trabalho diferenciado com cada paciente e seus
familiares criando condições mais adequadas para realizar a Clinica Ampliada.
A Equipe de Referência (ER) terá condições de identificar quais os pacientes que
necessitam de acompanhamento intensivo por sua alta vulnerabilidade e construir para ele um
Projeto Terapêutico Singular (PTS). Ao realizar o PTS devem-se considerar os recursos do
paciente, da equipe, da família e da comunidade e propor ações que valorizem os aspectos
saudáveis de sua vida, traçando metas para a melhora de seu quadro.
Outro recurso que podemos utilizar na abordagem ao paciente portador de Asma é a
Visita Domiciliar, para conhecermos o ambiente de moradia e se for preciso fazer
proposições de adequação para torná-lo mais saudável. É também um momento do
acompanhamento e ampliação do vínculo/responsabilização com o paciente. As visitas podem
ser realizadas por qualquer componente da ER, mas o Agente Comunitário de Saúde tem esta
ação como seu núcleo de trabalho. É importante a realização das reuniões da ER com a
participação de todos os profissionais pois este é um momento privilegiado onde ocorre a
trocas de saberes , com ampliação do olhar e qualificação do cuidado.
A pessoa portadora de Asma necessita de um olhar mais acurado e neste momento
propomos este Projeto que contempla uma abordagem mais ampliada, a incorporação de
medicamentos que antes não estavam disponíveis para a Atenção Básica e a oferta do que
chamamos de Práticas Integrativas em saúde, que incluem a Homeopatia, Medicina Chinesa
(Acupuntura, Lian Gong, Massagens), Fitoterapia, Ginástica Postural.
2. DEFINIÇÃO:
“Asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada por hiperresponsividade (HR)
das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, reversível
espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes
de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao
despertar. Resultam de uma interação entre genética, exposição ambiental e outros fatores
específicos que levam ao desenvolvimento e manutenção dos sintomas.” (III Consenso
Brasileiro no Manejo da Asma).
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3. EPIDEMIOLOGIA:
A asma vem sendo considerada um importante problema de saúde pública. No Brasil,
estudos de prevalência têm mostrado uma variação de 10 a 20% de indivíduos acometidos
pela doença.
Em 1996 foi a quarta causa de hospitalização pelo SUS e a terceira entre crianças e
adultos jovens, isto representou 2,8% do gasto total anual e o terceiro maior valor gasto com
uma doença.
O aumento da prevalência vem ocorrendo em decorrência de uma série de fatores, entre
os quais se destacam: as mudanças dos hábitos alimentares, o aumento da pobreza, a
urbanização, a poluição ambiental e as condições ambientais que propiciam a sobrevivência
dos aeroalérgenos intradomiciliares. Além desses fatores, a condição socioeconômica da
família tem influência sobre a evolução e prognóstico.
As taxas de mortalidade por asma são baixas e estão associadas principalmente ao erro na
avaliação da gravidade do quadro que resulta em tratamento inadequado e tardio e à
dificuldade de acesso aos serviços de saúde.
O Núcleo de Saúde Coletiva das UBS’s, diretriz do PSF – Paidéia, é o espaço proposto
para a realização da vigilância em saúde neste território e avaliar o processo de trabalho e seu
impacto no controle dos agravos. Os dados necessários para avaliação e proposição das ações
são fornecidos através da análise de indicadores de saúde. Abaixo temos algumas sugestões:
•
Coeficiente de incidência de asma: mede o risco de adoecer por asma em uma determinada
população.
C.I. =
nº de casos novos na área no ano
x 100.000
população da área no mesmo ano
•
Coeficiente de mortalidade por asma:
C.M. =
n° de óbitos por asma na área por ano
população da área no mesmo ano
x 100.000
9
•
Índice de hospitalização por asma =
N° de casos de asma hospitalizados
x 100
Nº total de casos de asma
•
Índice de encaminhamento para Pronto Socorro por crise de asma =
N° de casos encaminhados para P.S. por crise de asma
x 100
N° total de crise de asma
INDICADORES DE PROCESSO DE TRABALHO
•
Porcentagem de Pacientes graves, sem PTS, do total de Pacientes com Asma da UBS, por
ano.
•
Porcentagem de Pacientes com Asma encaminhados para a especialidade, do total de
Pacientes com Asma da UBS, por ano.
•
Número de 1ª visita domiciliar para Pacientes Asmáticos, do total de Pacientes com Asma, no
ano.
4. DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico da asma é clínico, baseado na anamnese, exame físico e evolução. O uso de
exames laboratoriais para diagnóstico é limitado.
4.1. DIAGNÓSTICO CLÍNICO:
•
Presença de um ou mais dos seguintes sintomas: dispnéia, tosse crônica, sibilância, aperto no
peito ou desconforto torácico, principalmente à noite ou nas primeiras horas da manhã;
•
Presença de sintomas recorrentes;
•
A melhora dos sintomas pode ser espontânea ou pelo uso de medicações específicas para
asma (broncodilatadores, antiinflamatórios esteróides);
•
Exclusão dos diagnósticos diferenciais, de acordo com a faixa etária do paciente.
10
INFORMAÇÕES RELEVANTES QUE DEVEM CONSTAR NA ANAMNESE:
•
Presença de episódios recorrentes de falta de ar (dispnéia);
•
Presença de crises ou episódios recorrentes de chiado no peito (sibilância);
•
Presença de tosse persistente, principalmente à noite ou ao acordar;
•
Interrupção do sono por tosse ou falta de ar;
•
Presença de tosse, sibilância ou aperto no peito após atividade física;
•
Presença de tosse, sibilância ou aperto no peito após exposição a alérgenos como mofo,
poeira domiciliar e animais ou a irritantes como fumaça de cigarro e perfumes ou após
resfriados ou alterações emocionais como riso ou choro;
•
Uso de medicações quando da presença dos sintomas, quais e com qual freqüência;
•
Alívio dos sintomas com o uso de medicação;
•
Sintomatologia intercrises.
EXAMES LABORATORIAIS:
•
Hemograma
•
Dosagem de IgE sérica em maiores de um ano
•
Protoparasitológico seriado
•
Radiografia de tórax AP/Perfil.
4.2.DIAGNÓSTICO FUNCIONAL:
•
Espirometria: deverá ter sua indicação nos casos de asma grave, em pacientes cuja faixa etária
permita a realização do exame e nos quais haja necessidade de intervenção dos especialistas
(pneumologista ou pneumo pediatra).
•
Pico de fluxo expiratório (PFE): deverá ser realizado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS)
desde que a idade do paciente permita sua realização, pelos profissionais treinados das
equipes de referência (médico generalista, clínico, pediatra e enfermeira) na complementação
do diagnóstico clínico.
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4.3. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Algumas doenças que mais freqüentemente podem ser confundidas com a asma precisam ter
seu diagnóstico estabelecido ou afastado. O quadro abaixo resume essas condições, nas
diferentes faixas etárias.
Diagnóstico diferencial
TODAS AS FAIXAS ETÁRIAS
CRIANÇAS/ADOLESCENTES
ADULTOS
Apnéia obstrutiva do sono
Anel vascular
Aspergilose
Bronquiectasias
Bronquiolites
Carcinoma brônquico
Discinesia de laringe
Doença respiratória crônica da
DPOC
prematuridade (Broncodisplasia)
Fístula traqueoesofágica
Fibrose cística
Incoordenação da deglutição
RGE
Embolia pulmonar
Infecções virais ou bacterianas
ICC
Massas hipofaríngeas
Massas mediastinais
Obstrução alta das vias aéreas
Obstrução mecânica das vias
aéreas
Síndrome de Löeffler
Síndrome de hiperventilação
Fonte: III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma, elaborado pelas Sociedades Brasileiras de Pneumologia e
Tisiologia (SBPT), de Alergia e Imunopatologia (SBAI) e de Pediatria (SBP) – 2002 modificado.
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5. CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA ASMA:
A asma é classificada como intermitente e persistente. A persistente é subdividida em leve
moderada e grave. A classificação é fundamental para a instituição do tratamento. Abaixo temos
quadro conforme III Consenso Brasileiro de Manejo da Asma:
Classificação da gravidade da asma
Intermitente
Sintomas
Falta de ar,aperto no
peito, chiado e tosse
Atividades
Em geral normais
Falta ocasional ao
trabalho ou escola
Crises*
Persistente
leve
Persistente
moderada
Diários
mas não contínuos
!
e < 1vez/dia
Prejudicadas
Algumas faltas ao
trabalho ou escola.
Sintomas
com
exercício
moderado
(subir escada)
Ocasionais (leves)
Infrequentes
Freqüentes
Controladas
com Algimas
Algumas com ida à
broncodilatadores,
requerem curso emergência, uso de
sem
ida
à de corticóide
corticóides sistêmicos
emergência
ou internação
" #&%(')*+ ês
$
8:9<;=>
?@&=
A7BDCB
Sintomas noturnos** Raros
Broncodilatador
para alívio
PFE ou VEF nas Pré–
consultas
bd>80%previsto
Limitação para
grandes esforços
Faltas ocasionais
ao trabalho ou
escola
Ocasionais
>2vezes/mês
, -0/(12341576
.
E7FDGHIJHDKMLKHN
Comuns
e >1vez/semana
Persistente grave
Diários
contínuos
Limitação diária
Falta freqüente ao
trabalho ou escola.
Sintomas
com
exercícios
leves
(andar no plano
Freqüentes
graves
Necessidade
de
corticóde
sistêmico,
internação ou com
risco de vida
Quase diários
>2 vezes/semana
OPRQSTJSDUMVW(XZY
> 2vezes/semana e <
2 vezes/dia
PréPré-bd entre 60% e Pré-bd<
60%
bd>ou=80% ou 80% previsto
previsto
previsto
*Pacientes com crises infreqüentes, mas que coloquem a vida em risco, devem se classificados como portadores de
asma persistente grave.
**Despertar noturno regular com chiado ou tosse é um sintoma grave.
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6. ABORDAGEM TERAPÊUTICA
De acordo com o III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma 2002 os principais objetivos do
tratamento do paciente asmático são :
•
Controle dos sintomas
•
Prevenção da limitação crônica ao fluxo aéreo
•
Permitir a realização de atividades do cotidiano
•
Manutenção da função pulmonar normal ou a melhor possível
•
Diminuição nas ocorrências de crises, idas à emergência e hospitalizações
•
Redução da necessidade do uso de broncodilatadores para alívio
•
Prevenção da morte por asma aguda.
O projeto terapêutico proposto é composto por três ações básicas, que devem ser
realizadas harmoniosamente para cada paciente: educação em relação a asma para pacientes,
familiares e equipe de saúde; vigilância ambiental; terapêutica medicamentosa específica.
6.1 - Educação:
Todos os pacientes asmáticos, seus familiares e os profissionais de saúde devem receber
orientações sobre a asma.
A educação dos pacientes e seus familiares pode ser feita individualmente ou em grupos nos
diferentes tipos de atendimento. A educação em saúde continuada é uma estratégia para os
profissionais de saúde manterem-se atualizados de acordo com seu núcleo de atuação.
As ações de educação visam ofertar um bom conhecimento sobre a doença, capacidade de
percepção e reconhecimento de sinais de gravidade, manejo adequado das medicações
disponíveis para o tratamento e reconhecimento de medidas preventivas que possam evitar a
recorrência das crises.
Os seguintes tópicos deverão ser abordados:
•
Concepção de asma como uma doença crônica que pode ser controlada.
•
Identificação dos sintomas que requerem o uso imediato de medicação e avaliação médica.
•
Identificação dos fatores agravantes e orientação sobre como evitá-los.
14
•
Combate a mitos e preconceitos existentes em relação à doença (ex:“ bombinhas fazem mal
ao coração”).
•
Incentivo a prática do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida, como medida
preventiva para o desenvolvimento da asma na infância.
•
Estimulo a manutenção das atividades cotidianas, como: trabalhar (paciente adulto), praticar
esportes, caminhadas freqüentes em parques e praças e brincar livremente.
•
Orientação sobre o controle e tratamento da obesidade, bem como de outras doenças
crônicas que possam prejudicar a evolução do tratamento da asma naquele paciente.
•
Alertar sobre os hábitos que podem ser prejudiciais ao tratamento e à evolução da doença: o
tabagismo e o uso de drogas devem ser abordados com responsabilidade, mas sem
imposições (fator essencial à boa adesão ao tratamento).
•
Técnica adequada de administração da medicação.
6.2 - Vigilância ambiental:
As ações de vigilância ambiental devem ser sempre realizadas para minimizar a exposição
à alérgenos e irritantes independentes do ambiente que o asmático viva favorecendo a melhora
dos sintomas e a diminuição da quantidade de medicação para o controle da doença.
Os principais alérgenos e irritantes a serem controlados são:
•
Poeira doméstica:
É um dos mais importantes alérgenos, responsável pela maioria dos sintomas do aparelho
respiratório. É formada por partículas orgânicas e inorgânicas, provenientes do ambiente (lã,
crina, vegetal, fungos, bactérias, caspa humana e de animais, insetos, ácaros, fibras desintegradas
de carpetes e cortinas, restos alimentares, detritos de mobília). O ácaro é o principal agente
sensibilizador e provocador de sintomas, é microscópico, tem preferência por locais com
temperatura elevada (acima de 25o C) e alta umidade. Alimenta-se da pele morta do ser humano.
As pessoas são alérgicas ao material eliminado em suas fezes.
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•
Bolor:
O bolor é composto por fungos que se alimentam da decomposição da vida vegetal.
Produzem esporos que se projetam no ar e quando inalados por um indivíduo sensível, podem
ocasionar sintomas de alergia.
•
Animais domésticos:
As pessoas sensíveis podem desencadear sintomas alérgicos quando expostas ao pêlo, a
descamação da pele, as substâncias presentes na urina ou na saliva de cães e gatos. Mesmo após a
retirada do animal da casa, os resíduos podem permanecer em suspensão no ar, nos carpetes, na
poeira doméstica e nos ductos de ar condicionado podendo levar de 3 a 6 meses para
desaparecerem completamente.
•
Substâncias químicas irritantes:
As casas têm diversos produtos de limpeza ou outras substâncias químicas que devido ao seu
odor irritativo podem causar sintomas de alergia em indivíduos sensíveis. A má-ventilação pode
agravar esses problemas. As principais substâncias irritantes são: gasolina, naftalina, querosene,
limpa-vidros, amônia, desodorantes, detergentes, sprays, perfumes, tintas, esmalte para unhas,
solventes, líquido de lavagem a seco, óleo, cloro das piscina, cola, desinfetantes, cera para
assoalho.
•
Tabagismo:
Os males provocados pelo fumo passivo já estão comprovados, podendo causar câncer,
doenças cardiovasculares, asma entre outras doenças. Estudos mostram que crianças cujos pais
fumam dentro de casa têm 40% mais chances de desenvolverem infecções respiratórias e asma. A
fumaça que fica no ar após o fumo tem três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de
carbono e cinqüenta vezes mais substâncias cancerígenas.
.
O tratamento do asmático torna-se mais efetivo quando ele consegue organizar-se e viver em
um ambiente com controle da exposição aos alérgenos acima citados. Para isto, é necessário que
todos os pacientes e seus familiares sejam bem orientados no início do tratamento, sendo
fundamental que estas informações sejam sempre reforçadas por todos os profissionais de saúde
responsáveis pelo seu atendimento.
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Orientações sugeridas para o ambiente do paciente asmático:
•
Não fume e nem deixe que fumem junto ao paciente alérgico
•
Toda a aglomeração de objetos no domicílio deve ser reduzida.
•
Manter o quarto de dormir bem arejado e ensolarado.
•
No quarto de crianças pequenas, mantenha os brinquedos em uma caixa. Dar preferência a
brinquedos laváveis.
•
Não deixe flores, perfumes no quarto.
•
Usar travesseiros sintéticos, preferencialmente os de espuma em placas e lavando-os
mensalmente. Não usar travesseiros de penas, penugem ou paina. Forrar travesseiros e
colchões com plástico, que devem ser limpos ao menos uma vez na semana.
•
Conservar todas as roupas, livros e objetos em armários de portas fechadas.
•
Os guarda-roupas devem estar sempre limpos. Não armazene cobertores, roupas de lã e
equipamentos esportivos no quarto.
•
Limpar diariamente os cômodos da casa com pano úmido, principalmente beiradas da cama e
cantos do quarto. Evitar o uso de soluções de limpeza como ceras, detergentes e limpa-vidros.
Evitar levantar pó, não utilizar vassouras ou utilizá-las envoltas em pano úmido. O alérgico
não deve estar presente durante a limpeza da casa.
•
As cortinas devem ser leves e lavadas uma vez por semana.
•
Remover tapetes e carpetes. O piso deve ser preferencialmente de superfície lisa.
•
Evitar ter animais com pêlos ou penas em casa. Caso tenha, mantê-los limpos e intensificar a
limpeza da casa. Impedir o seu acesso aos quartos de dormir.
•
Detectando-se mofo nas paredes, deve-se tentar remover a causa (umidade) e se não for
possível orienta-se a aplicação de hipoclorito de sódio a 0,5%.
6.3 - TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA ALOPÁTICA ESPECÍFICA:
O tratamento medicamentoso pode ser realizado com duas categorias de medicamentos:
os que controlam os sintomas agudos e os que previnem os sintomas.
17
6.3.1 MEDICAMENTOS QUE CONTROLAM OS SINTOMAS AGUDOS
[7\]^`_(]a`bdcegfea`]\ihkj l
•
-agonistas:
Curta duração: (fenoterol, salbutamol e terbutalina) tem ação rápida (1 minuto), seu
efeito dura cerca de 4 a 6 horas e são os medicamentos escolhidos para alívio dos
sintomas agudos. São mais efetivos por via inalatória (solução para nebulização, aerossol
dosimetrado e inaladores de pó). Efeitos adversos mais freqüentes são: taquicardia,
tremor. Doses elevadas podem causar hipopotassemia, cefaléia, ansiedade, sedação,
fadiga, náuseas, vômitos e hipoxemia discreta. O uso freqüente indica necessidade de
antiinflamatório.
•
Longa duração: (salmeterol e formoterol) efeito por até 12 horas. O formoterol tem
início rápido (semelhante aos de curta duração) e o salmeterol tem início de ação em 20
minutos, com pico em 2 a 3 horas. Não tem efeito antiinflamatório. Há evidências que o
formoterol induza melhor controle da asma, podendo ser usado como droga de resgate. A
conjugação corticosteróide inalatório com
m
2
de longa duração é mais efetiva no controle
da asma do que aumentar a dose do corticosteróide. Efeitos adversos semelhantes aos de
curta duração.
Anti-colinérgicos: Brometo de Ipatrópio. Tem início lento, seu efeito é inferior aos
agonistas. É o tratamento de escolha para broncoespasmo causado por
asma grave tem comprovado efeito quando adicionado aos
Xantinas:
Teofilina
e
aminofilina.
Tem sido
n
n
2-bloqueadores.
n
-
Na
2-agonistas.
cada
vez
menos
utilizadas.
São
broncodilatadores de baixa potência e vários efeitos colaterais principalmente em idosos e
lactentes, pois, a dose tóxica é próxima da dose terapêutica. Em concentrações séricas pouco
maiores que 20 mcg/ml os efeitos colaterais incluem náuseas, diarréia, vômitos, cefaléia,
irritabilidade e insônia. Em concentrações mais elevadas podem ocorrer convulsões,
encefalopatia tóxica, hipertermia, dano cerebral e morte. Em intoxicações agudas pode
ocorrer hiperglicemia, hipocalemia, hipotensão e arritmias cardíacas. As teofilinas podem ser
utilizadas para controle das exacerbações agudas mas, sua eficácia para controle ddos
sintomas noturnos é inferior à dos
n
2-agonistas.
18
6.3.2 MEDICAMENTOS QUE PREVINEM OS SINTOMAS:
Cromomas: Cromoglicato e Nedocromil: são drogas com resposta modesta. Somente o
cromoglicato é disponível em nosso meio e quando prescrito deve ser utilizado quatro vezes
por dia.
Antagonistas dos leucotrienos: Montelucaste e zafirlucaste. O efeito broncodilatador é
lento, modesto. Tem efeito antiinflamatório que em longo prazo pode reduzir a hiperreatividade brônquica. Indicado para pessoas com asma persistente ou sintomas induzidos por
exercício físico. Não apresentam efeitos adversos graves.
Corticosteróides: São os medicamentos de escolha no tratamento de pessoas com asma
persistente, pois reduzem o número e a ativação das células inflamatórias e a
hiperresponsividade respiratória. Quando bem indicados e controlados, os efeitos colaterais
são previsíveis:
•
Candidíase oral pode ser evitada com uso de espaçadores e higiene bucal com água logo
após o uso; Rouquidão é comum e reversível;
•
Tosse e irritação na garganta e às vezes boncoconstrição são decorrentes dos propelentes
dos aerossóis. Este problema pode ser solucionado com os inaladores de pó;
•
Supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal depende da dose, duração, formulação
utilizada. Indivíduos com uso oral crônico devem ser monitorados (aferir pressão arterial).
•
Osteoporose é descrita em 30 a 50% dos usuários crônicos de corticosteróide sistêmico.
Pode ser minimizada com atividade física regular, exposição ao sol, alimentação rica em
cálcio e reposição hormonal em mulheres na menopausa;
•
Catarata e glaucoma, por uso crônico de altas doses de corticosteróides inalatórios e orais;
•
Adelgaçamento da pele e equimoses ocorre em idosos e estão na dependência da dose
tempo de uso;
•
Desaceleração do crescimento em crianças pode ocorrer, mas, sem comprometimento da
altura final;
•
Diabete Melito, mais no uso de corticosteróide oral.
19
Corticosteróides inalatórios: Flunisolida, Triamcinolona, Beclometasona, Budesonida,
Fluticasona. Apresentam eficiente deposição em vias aéreas intrapulmonares e rápida
eliminação sistêmica. Estes fármacos apresentam diferentes potências clínicas (flunisolida
o
triamcinolona < beclometasona < budesonida < fluticasona), que podem ser influenciadas
pelo dispositivo de administração. Doses de beclometasona inferiores a 400mcg/dia em
crianças e 800mcg/dia em adultos são consideradas baixo-médias e acima destes valores
doses altas.
Corticosteróides sistêmicos: Prednisona ou prednisolona. Entre os corticosteróides de uso
sistêmico, estes são os que apresentam meia-vida intermediária e menos efeitos colaterais.
Estão indicados nas exarcebações agudas sem resposta aos broncodilatadores. Dose única
diária (dias alternados reduz os efeitos adversos). Podem ser utilizados precocemente, na
menor dose necessária para controle da crise. Pacientes com exarcebações leves e uso de
baixa dose de corticoesteróide inalatório podem inicialmente ter a dose reajustada.
6.3.2 DISPOSITIVOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR VIA
INALATÓRIA
A boa resposta aos medicamentos prescritos depende também da adequação do
dispositivo inalatório ao paciente. Abaixo é apresentada a técnica de uso e as vantagens e
desvantagens dos principais dispositivos inalatórios.
TÉCNICA DE USO DOS DISPOSITIVOS INALATÓRIOS
•
Aerossol dosimetrado – (spray)
- Retirar a tampa
- Agitar o dispositivo
- Posicionar a saída do bocal verticalmente 4 a 5 cm da boca ou usar espaçadores
- Expirar
- Acionar no início da inspiração lenta e profundamente
- Contar até 10 e expirar normalmente
20
•
Aerossol dosimetrado (AD) acoplado a espaçador
- Retirar a tampa do AD e agita-lo
- Acoplar o AD ao espaçador e posicionar a saída do bocal verticalmente
- Expirar normalmente
- Colocar o bocal do espaçador na boca ou a máscara sobre a boca e o nariz, se criança muito
pequena ou idoso com grande dificuldade de uso ou paciente dispneico
- Acionar o AD e logo em seguida iniciar inspiração lenta e profunda pela boca ou fazer 5 a 6
respirações em volume corrente – idosos, crianças, pacientes em risco
- Fazer pausa pós-inspiratória de no mínimo 10 segundos
- Repetir todas as etapas anteriores para cada acionamento do AD.
•
Inaladores de pó (IP)
- Preparo da dose:
Aerolizer: retirar a tampa do IP e colocar uma cápsula, em seguida perfurá-la,
comprimindo as garras laterais,
Turbohaler: retirar a tampa, manter o IP na vertical, girar a base colorida no sentido antihorário e depois no sentido horário até esutar um “clik”.
Diskus: abrir o IP rolando o disco no sentido anti-horário, em seguida puxar sua alavanca
para trás até escutar um “click”
Pulvinal: retirar a tampa, manter o IP na vertical, apertar o botão marrom com uma mão.
girar o IP no sentido anti-horário com a outra mão aparecerá marca vermelha), em
seguida, soltar o botão marrom e girar o IP no sentido horário até escutar um
“click”(aparecerá a marca verde).
- Expirar normalmente e colocar o dispositivo na boca
- Inspirar o mais rápido e profundo possível (fluxo mínimo de 30L/min)
- Fazer pausa pós-inspiratória de 10 segundos
- IP de dose única, fazer nova inspiração, mais profunda que a anterior, se restar pó na
cápsula.
21
•
Nebulizadores de jato
Reservamos para crises graves e para pacientes que não se adaptam aos dispositivos
anteriores
- Diluir o medicamento em 3 a 5 ml de soro fisiológico
- Adaptar a máscara à face (boca e nariz)
- Utilizar ar comprimido ou oxigênio a 6 l/minuto ou compressor elétrico
-
Respirar em volume corrente
Vantagens e desvantagens dos principais dispositivos inalatórios
Vantagens
Desvantagens
Aerossol dosimetrado – AD (spray)
Compacto portátil
múltiplas doses
menor custo do que IP
disponíveis para maioria das drogas
beclometassona HFA – maior deposição
pulmonar
(ainda não disponível)
Aerossol dosimetrado + espaçador
facilita o uso do AD
reduz a deposição na orofaringe 10 X
pode aumentar a deposição pulmonar
possibilitada o uso de AD nas crises, em volume
corrente
Inalador de pó – IP
técnica de uso mais simples (aerossol gerado e
disparado pela inspiração)
compacto e portátil
sem propelentes
múltiplas doses em alguns IP
marcador de dose em alguns IP
Nebulizador de jato – NJ
uso em volume corrente
uso em obstrução grave
uso de mistura de medicamentos
pode ser udado em qualquer idade
baixa deposição na orofaringe
alta percentagem aerossóis de 1 a 5
p
Fonte III Consenso Brasileiro de Manejo da asma
técnica de uso difícil
(requer coordenação disparo/inspiração)
requer propelentes – CFC lesa a camada de
ozônio
efeito freon – cessação da inspiração pelo gás
frio na orofaringe
dificuldade para saber se está vazio terrores,
“viciar e lesar o coração”
grande volume dificulta transporte
volume de acordo com a idade
suscetível aos efeitos da carga estática
manutenção e limpeza periódica
custo de aquisição
deposição pulmonar variávela)
dificuldade de preparo da dose
custo mais elevado
alguns podem ser afetados pela umidade
requer esforço inspiratório mínimo (30 l/m)
má percepção de que a dose foi inalada em
alguns IP
custo de compra do compressor ou oxigênio
requer fonte de energia, muito ruído
débito variável, marcas ineficientes
baixa adesão por dificuldade de transporte ou
demora na inalação
risco de uso de doses excessivas
requer manutenção e limpeza
disponíveis apenas para dois corticóides
22
6.3.3 ETAPAS DO TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO:
Esta etapa do tratamento objetiva o controle dos sintomas e a prevenção das crises. A
preservação da função pulmonar e a prevenção do remodelamento da vias respiratórias podem ser
conseguidas com a indicação precisa e controladas dos medicamentos acima referidos.
No quadro abaixo é apresentado às etapas de acordo com a gravidade da doença.
Tratamento da asma de acordo com a gravidade
Gravidade
Etapa
Tratamento
Em todas as etapas- educação e controle de fatores desencadeantes ou
agravantes
Alivio
q r7stuvw
Intermitente
Manutenção
1ª escolha
Alternativas
I
duração
Persistente
Leve
II
duração
Cromoglicato-crianças
Persistente
moderada
III
duração
CI baixa/média dose +
CI alta dose
ção
------------------------------------------------------------------------
Persistente
grave
IV
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duração
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Ÿ² ƒ¡¢¤£¡œ¥(¦†§ˆ¨R©³«®­7¢‘¦°(±†¡
duração+ antileucotrieno
teofilina de liberação lenta
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Ÿ ƒ¥k¦†§ˆ¨R¡¢¤£¡œ©¬«(­7¢‘¦°(±†¡
duração
duração + CO
duração+ CO+antileucotrienos ou teofilina de
liberação lenta
Fonte III Consenso Brasileiro de Manejo da Asma
7. MANEJO DA CRISE DE ASMA
A asfixia é a causa de morte entre os indivíduos com asma, portanto é mandatória a
identificação de riscos da gravidade das crises. Alguns aspectos já estão estabelecidos como
sendo fundamentais:
•
Três ou mais visitas à emergência ou duas ou mais hospitalizações por asma no último ano
•
Uso freqüente de corticoesteróide sistêmico
•
Crise grave prévia com necessidade de intubação
23
•
Problemas psicossociais (depressão)
•
Co-morbidades associadas
•
Uso de dois ou mais tubos de aerossol dosimetrados de broncodilatador por mês
•
Asma lábil com variações de função pulmonar (> 30% do PFE ou do VEF1 previsto)
•
Má percepção do grau de obstrução
Classificação de Gravidade da Crise Aguda de Asma
ACHADOS*
LEVE/MODERADA
GRAVE
MUITO GRAVE
Gerais
Sem alterações
sem alterações
Cianose,sudorese,exaustão
Estado mental
Normal
normal
Agitação,confusão, sonolência
Dispnéia
ausente ou leve
moderada
grave
Atitudes/ fala
fala frases completas,
fala
deambula,dificuldade
incompletas
para se alimentar
lactente:
frases fala monossilábica, posição semisentada
dificuldade
para se alimentar
Musculatura
leve ou nenhuma retração retrações
acessória
intercostal
Sibilos
sibilos final da inspiração sibilos
retrações intensas ou em declínio
moderadas
ins
e murmúrio inaudível
expiratórios
F respiratória** normal ou aumentada
Aumentada
aumentada
F.C.(bpm)***
<ou=110
>110
>140 ou bradicardia
PFE (previsto)
> 50%
30- 50%
< 30%
SaO2(ar
>95%
91-95%
<ou= 90%
Normal
Ao
ambiente)
PaO2(ar
de <60mmHg
60mmHg
ambiente)
PaCO2(ar
redor
<40mmHg
<40mmHg
>45mmHg
ambiente)
*a presença de vários parâmetros, mas não necessariamente todos, indica a classificação geral da crise.
**FR em crianças normais: < 2 meses de idade: < 60mrm; 2- 11 meses: < 50 mrm; 1 a 5 anos: 40 mrm;
6 a 8 anos: < 30 mrm; > 8anos = adulto.
PFE- pico de fluxo respiratório
Fonte: III Consenso Brasileiro no Manejo de Asma, (modificado)
24
O tratamento da crise deve ser iniciado imediatamente após a verificação da sua gravidade.
Tratamento da crise na UBS
•
Leve/Moderada: inalação com ¸
2
- agonista (1 gota/3 kg; máximo 10 gotas) + Brometo
de ipatrópio (250 a 500mcg/dose ou 20 a 40 gotas por dose). Reavaliar em 20 minutos e
repetir a inalações até 3 vezes, se necessário.Se a resposta a inaloterapia não for adequada,
háá indicação de corticosteróide sistêmico (endovenoso ou oral: Prednisona na dose de 1 a
2 mg/kg/dia/5 dias).
•
Grave: se disponível colocar em oxigeniterapia, 2 mg/kg IM de metil-prednisolona
(máximo de 125mg) e inalação com ¸
2
- agonista + Brometo de ipatrópio. Ecaminhar
para Unidade de Urgência.
8. SITUAÇÕES ESPECIAIS
8.1 Asma ocupacional: investigar sempre o ambiente de trabalho, com relação aos alérgenos , e
também a existência de gases, vapores, fumos ou partículas que possam ser inaladas.
8.2 Asma induzida por drogas: etiologia de 8 a 10% das crises agudas. São elas:
•
AAS, salicilatos, todos os AINH;
•
¸
•
Inibidores da ECA são relativamente seguros e não causam broncoespasmo grave, embora
-bloqueadores;
causem tosse;
•
Propelente – freon, ou outros aditivos utilizados nos aerossóis;
•
Cloreto de benzalcônio, metabissulfito;
•
Tartrazina.
8.3 Asma Noturna: existem alguns fatores predisponentes da asma noturna embora sua causa
não possa ser completamente explicada. Durante a noite há redução dos níveis de catecolaminas e
cortisol plasmático, aumento do tônus parassimpático e redução do número e função fisiológica
25
dos ¹ -receptores. Inalação de antígeno a tarde resulta em reação tardia, além dos alérgenos do
quarto de dormir. RGE associado pode piorar o quadro, também a presença de rinites e sinusites
induz gotejamento posterior piorando o quadro. Medidas de higiene ambiental, e tratamento do
RGE/ rinosinusites melhora sobremaneira os episódios.
8.4 Asma induzida por exercício: ocorre em 70 a 90% dos pacientes com asma. È
provavelmente desencadeada pela perda de água e calor do trato respiratório necessários para
aquecer e umidificar o ar inspirado em condições de hiperventilação. O tratamento é iniciar
profilaxia com corticosteróide inalatório e usar, quando necessário,
¹
2
- agonista inalatório 15-20
minutos antes do exercício.
8.5 Asma na gravidez
O manejo difere muito pouco do preconizado para as não-grávidas. Abaixo é apresentada a
classificação de medicamentos de acordo com o FDA.
Drogas na Gravidez – Classificação FDA
Categoria
A
B
C
D
X
Interpretação
Estudos controlados mostram riscos ausentes
Estudos bem controlados, adequados, em mulheres grávidas não
demonstram risco para o feto.
Nenhuma evidência de risco em humanos
Achados em animais mostraram risco, mas em humanos não ou, se
estudos humanos adequados não foram feitos, os achados em animais foi
negativo
Risco não pode ser excluído
Não existem estudos positivos em humanos e em animais para risco fetal
ou simplesmente inexistem estudos. Contudo, os benefícios potenciais
justificam o risco potencial.
Evidência positiva de risco
Dados de investigação após liberação no mercado mostram risco para o
feto. Mesmo assim, os benefícios potenciais podem sobrepujar o risco.
Contra indicado na Gravidez
Estudos em animais e humanos, ou relatados de investigação após
liberação no mercado, mostraram risco fetal, que é maior que os
benefícios potenciais.
26
Drogas antiasmáticas na gravidez
Classe
Droga específica
Categoria FDA
º - agonistas
Salbutamol
C
Epinefrina
C
Salmeterol
C
Terbutalina
B
Metilxantinas
Teofilina
C
Anticolinérgicos Ipatrópio
B
Corticosteróides Prednisona
Não classificada
Budesonida
Não classificada
Beclometasona
C
Triancinolona
C
Flunisolida
C
Fluticasona
C
Cromomas
Cromoglicato de sódio
B
Nedocromil
B
Antileucotrienos Zafirlucaste
B
Montelucaste
B
9. ENCAMINHAMENTO AO ESPECIALISTA:
O encaminhamento para os especialistas (Poli Clínica II, no Hospital Municipal “Dr.
Mário Gatti”, Complexo Ouro Verde, HC-Unicamp e Hospital Celso Pierro) deverá ser feito
nas seguintes situações:
•
Dúvida sobre o diagnóstico da doença (asma e DPOC, tosse persistente, dispnéia de causa
inaparente)
•
Asma ocupacional
•
Asma de difícil controle
•
Piora da asma na gravidez
27
10. BIBLIOGRAFIA :
1. III Consenso Brasileiro no Manejo da Asma (site da SBPT www.sbpt.org.br)
2. “Aprenda a evitar ALERGIA no seu dia-a-dia –Seu guia prático”. Dirceu Solé.
3. A Asma e a Alergia: os Ácaros, a Sinusite e a Rinite Alérgica” Flavia Janolio.
4. “Criança é a principal vítima de fumo passivo”. Tina Vieira
5. “O doente deve saber se tratar? Asma – Orientações na intercrise”. Lian Pontes de Carvalho.
6. Programa Saúde da Família – Asma (site www.ids-saúde.org.br/medicina )
7. Protocolo Asma Brônquica – Dra Silvia Mateus – Amb. Pneumo Poli II
8. Diretrizes de Asma Brônquica da AMB / CFM (site da AMB www.amb.org.b e CFM
www.cfm.org.br)
9. RADIS – Comunicação em saúde. No 4, Nov/2002, [5].
10. Avaliação do crescimento linear de crianças e adolescentes com asma atópica – Maria Ângela
G. M. Antonio (Tese de Doutorado), Unicamp, 2000.
11. Caderno Temático da Criança SMS- PM São Paulo – 2003
28
APÊNDICE
MEDICAMENTOS ALOPÁTICOS USADOS NO TRATAMENTO DA ASMA
•
BRONCODILATARES
»
•
2
- agonistas de curta duração
Fenoterol (Berotec®; Fenozan ®)
Via de administração: oral e inalatória
Dose: Via Inalatória: 1 gota/3 kg (máx. de 10 gotas), 4 vezes/dia
Via oral: 0,2 mg/kg/dose, 3 a 4 vezes/dia
Apresentação: Solução para inalação 5 mg/ml = 20 gotas
Xarope pediátrico: 2,5 mg/10ml; Comprimidos: 2,5 mg
Salbutamol – genérico (Aerolin ®; Sabutamax ®; Suxar®, …)
Via de administração: oral, inalatória, intravenosa
Dose: Via oral: 0,10 a 0,15 mg/kg /dose (máx. 4 mg), 3 a 4 vezes/dia
Spray oral – 100 mcg/dose a 200 mcg/dose, 3 a 4 vezes/dia
Apresentação: Solução oral: 2 mg/5 ml; Comprimidos: 2 e 4 mg
Spray oral: 100 mcg/dose
Terbutalina (Bricanyl ®)
Via de administração: oral, inalatória e subcutânea
Dose: Via oral 0.075 mg/kg, 3 a 4 vezes/dia
Nebulização 1gota/5kg de peso (máx. 8 gotas), 4 vezes/dia
Apresentação: Injetável (ampolas 2ml): 0,5 mg/ml
Gotas nebulização: 10 mg/ml
Solução oral: 0,3 mg/ ml; Comprimidos: 2,5 e 5 mg
•
»
2
- agonistas de longa duração
Salmeterol (Serevent ®)
Via de administração: inalatória
Dose: crianças maiores de 4 anos e adultos(máx. de 100mcg):
29
Spray: 2 aplicações (50mcg), 2 vezes/dia
Aerossol de pó seco: 50 mcg, 2 vezes/dia,
Apresentação: Spray: 25 mcg/dose
Disk-haler: 50 mcg/dose
Formoterol, Fumarato de (Foradil ®, Oxis Turbuhaler®)
Via de administração: inalatória
Dose: Cápsulas para inalação (pó seco): 5 a 12 anos: 1 cápsula de 12/12 hs
Aerossol: 6 a 12 anos: 1 a 2 jatos de 12/12 hs
Pó para inalação: adultos: 6 a 12 mcg, 1 a 2 vezes/dia (máx. 48mcg)
Apresentação: Aerossol: 12 mcg/dose
Cápsulas para inalação: 12 mcg /cápsula
Pó para inalação: tubos com 60 doses de 6 ou 12 mcg para maiores de 12 anos
•
Metilxantinas
Aminofilina – genérico
Via de administração: oral e intravenosa
Dose: 5 a 7 mg/kg de peso/ dose, 4 vezes ao dia (máx. 100mg/dose)
Apresentação: Comprimidos: 100 e 200 mg
Injetável: 24 mg/ml
Teofilina
Dose: absorção rápida iniciar com 10 mg/kg/dia, divididos em 4 vezes
liberação prolongada 10 mg/kg/dia, 2 vezes ao dia
máxima: 16 mg/kg/dia até 600 mg/dia
Apresentação:
Teofilina solução oral 6,67 mg/ml
liberação prolongada 100mg
•
ANTICOLINÉRGICOS
Brometo de Ipratrópio (Atrovent ®, Iprabon ®)
30
Via de administração: inalatória
Dose: menores de 5 anos: 0,05 a 0,125 mg/dose (4-10 gotas/0,2-0,5ml), 4 vezes ao dia
maiores de 5 anos: 0,125 a 0,250 mg/dose (10-20 gotas/0,5-1,0 ml), 4 vezes ao dia
adultos: 0,250-0,500 mg (20-40 gotas/1,0-2,0 ml), 4 vezes ao dia
Apresentação: Solução p/ inalação a 0,025% (ou a 0,250mg): 4 gotas = 0,05mg
•
ANTIINFLAMATÓRIOS HORMONAIS PARA USO INALATÓRIO
Beclometasona, Dipropionato – Genérico (Beclosol Spray ®, Clenil 250 mcg Spray ®,
Miflasona ®)
Via de administração: inalatória
Dose: 400 a 1.200 mcg/dia em 3 a 4 vezes
Apresentação: Spray solução oral de 50 mcg e de 250 mcg
Budesonida – Genérico (Pulmicort ®, Pulmicort Turbuhaler ®)
Via de administração: suspensão para nebulização e aerossol
Dose: Pó para inalação: maiores de 6 anos: 200 a 800 mcg/dia divididos em 2 a 4 vezes
Suspensão para nebulização: 0,25 a 0,5mg, 2 vezes ao dia
Apresentação: Spray oral: 50 e 200 mcg
Cápsula inalatória: 200mcg
Fluticasona, Propionato – Genérico (Flixotide ®)
Via de administração: inalatória
Dose: maiores de 4 anos: 50 a 100 mcg, 2 vezes ao dia
Apresentação: Spray oral: 50 e 250 mcg/dose
•
ANTIINFLAMATÓRIOS HORMONAIS PARA USO ORAL
Prednisona
Via de administração: oral
Dose: 0,5 a 2,0 mg/kg/dia, dose única matinal
Apresentação: Comprimidos: 5 e 20 mg
Prednisolona
Via de administração: oral
31
‘Dose: 0,5 a 2,0 mg/kg /dia, dose única matinal
Apresentação: Solução oral com 3 mg/ml (Predsin ®)
Solução oral com 1 mg/ml (Prelone ®), pipetas dosadoras em miligramas.
•
ANTI-HISTAMÍNICOS
Cetotifeno – Genérico (Asdron ®, Asmen ®, Zaditen ®, Zetitec ®)
Via de administração: oral
Dose: Crianças com peso inferior a 15 kg: 0,5mg/dose, 2 vezes ao dia
Adultos e crianças com peso superior a 15 kg: 1mg/dose, 2 vezes ao dia
Apresentação: Xarope: 1 mg/5ml
Comprimidos: 1 mg
TÉCNICA DO USO DO MONITOR DO PFE
Deve-se ensinar o paciente a realizar a seguinte seqüência:
1. Ficar em pé
2. Verificar se o marcados está no ponto zero
3. Segurar o aparelho de modo que o marcador possa se movimentar livremente
4. Inspirar profundamente com a boca aberta;
5. Colocar a boca no bocal, fechando bem os lábios para que não haja escape do ar;
6. Expirar com força e o mais rápido que puder;
7. Verificar a medida;
8. Repetir os mesmos procedimentos dos itens 1 a 7, por mais 2 vezes; e
9. Anotar a maior medida das 3.
Para a interpretação dos resultados encontrados com o monitor de PFE é preciso ter um
valor de referência. Num primeiro momento, pode-0se utilizar os valores previstos para a
população normal (Tabela 2). Entretanto, como os valores encontrados para muitos
pacientes são consistentemente mais altos ou mais baixos que os valores previstos para a
população normal, recomenda-se utilizar o valor previsto, até ser definido o melhor valor
do PFE do paciente, por medidas repetidas feitas no consultório ou no domicílio, antes e
32
após o uso de broncodilatador. Geralmente é utilizado para crianças maiores de 6 anos e
adultos.
TABELA 2 – Valores de pico de fluxo e expiratório máximo (PFE) previsto
Para a população de crianças e adolescentes normais por estatura
ESTATURA (cm)
VALOR (l/min.)
ESTATURA (cm)
VALOR(l/min.)
109
145
142
328
112
169
145
344
114
180
147
355
117
196
150
370
119
207
152
381
122
222
155
397
124
233
157
407
127
249
160
423
130
265
163
439
135
291
165
450
137
302
168
466
140
318
170
476
Existe correspondência entre o PFE e os sintomas da asma:
•
No paciente que está bem, sendo capaz de realizar as atividades diárias e sem interrupção
do sono por sintomas de asma, o PFE geralmente é superior a 80% do MVP;
•
Quando o PFE encontra-se entre 60 e 80% do MVP indica a presença de asma persistente
moderada não controlada e costumam estar presentes os seguintes sintomas: fadiga fácil,
tosse seca e persistente, geralmente à noite; chiado no peito com necessidades do uso de
broncodilatador mais de 1 vez por semana.
•
Valores de PFE < 60% indicam asma persistente grave não controlada, com crises leves
ou moderadas.
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