UM NOVO OLHAR NA ESCOLA: AVALIAÇÃO INDIVIDUAL DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO PELO CORPO DISCISCENTE DO ENSINO MÉDIO Remi Ivo Thomaz1 RESUMO O artigo aborda a questão da avaliação institucional na ótica dos alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Arthur da Costa e Silva - EFM da cidade de Ivaí, localizada no centro sul do Estado do Paraná, com vistas à melhoria da qualidade da educação ofertada. Propôs-se uma prática avaliativa, implementada pelo professor PDE, respaldada pelo coletivo dos docentes e funcionários e aplicada ao corpo discente do Ensino Médio, nas 13 turmas dos períodos matutinos e noturno que perfaz um total de 515 alunos (2008), sobre a atuação destes profissionais no dia a dia do colégio. Utilizando-se de questionários avaliativos elaborado pelo coletivo dos profissionais, aplicados a 5 alunos de cada turma durante 4 meses perfazendo um total de 260 respondentes a questões que versavam sobre o desempenho profissional individual, os quais foram disponibilizados aos alunos de forma digital, utilizando-se como ferramenta, os computadores do laboratório do Paraná Digital. O questionário abrangeu questões em relação ao desempenho profissional individual, as opiniões expressas nestes questionários foram repassadas de forma sigilosa para cada profissional, que teve nos dados referente à sua avaliação informações relativas ao seu desempenho inclusive com auto avaliação dos alunos nos estudos, possibilitando que cada um possa saber como sua prática profissional vem atingindo os alunos. Espera-se que tal experiência possa ser aprimorada com o envolvimento de todos na busca da melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem, para que cada um se sinta envolvido no processo educacional e descubra como é importante sua atuação nos resultados positivos, com mudança de conceitos sobre avaliação, de satisfação em ver o seu trabalho reconhecido, redescobrindo as formas de mudar e melhorar o seu fazer diário. Foi importante conhecer a opinião do corpo discente sobre o colégio e o trabalho das pessoas que fazem a escola ser como ela é, buscando fortalecer o envolvimento no processo educacional, sentindo-se parte importante na formação do todo, buscando assim a melhoria que se almeja para a educação pública. Palavras-chave: Avaliação Institucional; Alunos do Ensino Médio; Desempenho profissional Individual. 1 Professor PDE – 2007. Formado pela Escola Superior de Educação Física de Santa Catarina, Pós Graduado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Diretor do Colégio Estadual Arthur da Costa e Silva – EFM de Ivaí - Pr 2 ABSTRACT The article addresses the issue of institutional assessment in the light of the high school students in State College Arthur da Costa e Silva - FSM Ivaí of the city located in the center of the southern state of Parana. With a view to improving the quality of education offered, this goal was in proposing a practical evaluation implemented by Professor PDE and accompanied by collective of teachers and staff and applied to the student body of high school classes in the 13 periods of morning and evening a total of 515 students (2008), about the work of these professionals on the day of school. Using the case of evaluation questionnaires prepared by the group of professionals, applied the 5 students of each group during 4 months a total of 260 respondents the questions that they turned on the individual Professional performance, who were available to students in digital form, using as a tool, the computers of the laboratory of Parana Digital. The questionnaire covered issues in relation to individual performance, the views expressed in these questionnaires were passed in a secretive for each trader, who had the facts concerning its assessment information enabling everyone can learn how their pedagogical practice is reaching the students. It is hoped that this experience can be enhanced with the involvement of all in pursuit of improving the quality of teaching and learning. That each one feels involved in the educational process and discover how important their actions on the positive results, with change of concepts on evaluation, happy to see his work recognized, rediscovering ways to change and improve their daily do. It was important to know the opinion of the student body the college and the work of people who make the school be like she is trying to strengthen the involvement in the educational process, feeling important part in shaping the whole, thereby seeking to improve that aims to be for public education. Keywords: institutional assessment; high school students; Performance individual professinal 1 INTRODUÇÃO A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Paulo Freire As várias formas de se avaliar como o trabalho dentro do ambiente escolar está ocorrendo, oportunizado pelos órgãos administrativos centrais do sistema educacional, muitas vezes não refletem como este trabalho está sendo visto pelos alunos, aqueles aos quais está direcionado o fazer da escola. Os alunos não possuem o hábito de realizar a avaliação sistematizada e formal sobre o desempenho dos profissionais que atuam no ambiente escolar por falta de alguém que os lidere nesta tarefa, que exige a adesão dos profissionais que nela atuam. Normalmente os alunos estão avaliando informalmente os profissionais, nas 3 conversas pelos corredores, nos bate papos pessoalmente ou até virtualmente, como tal professor agiu em um determinado momento, como ele(a) foi atendido na biblioteca ou secretaria, como algum funcionário lhe teceu comentário um tanto grosseiro, ou como outro foi amável e lhe auxiliou em um momento difícil,e outras situações que são oportunizadas no cotidiano da escola e que permanecem apenas nestes comentários informais. É necessário que a formação da consciência do exercício da crítica e autocrítica da escola seja oportunizada aos alunos do Ensino Médio, para que tome um caráter institucional e registrado. Fornecendo dados relevantes frente a situações que visem melhorias possam ser oportunizadas. Os alunos estão constantemente sofrendo avaliações dos mais variados tipos e formas. Será que eles saberiam como avaliar o desempenho daqueles que estão dia a dia em contato com eles? Teriam condições de avaliar como os profissionais responsáveis por elaborar suas refeições e manter os ambientes escolares em condições de higiene e saúde estão atuando? Observam como são atendidos nos setores de documentação e escrituração escolar? Avaliariam com justiça o desempenho dos seus professores? De como a equipe pedagógica e de direção estão atuando para bem conduzir e solucionar todos os problemas enfrentados no desenvolvimento da proposta pedagógica do colégio? Esses questionamentos levaram ao desenvolvimento deste trabalho o qual, partiu da avaliação institucional promovida pela Secretária de Estado da Educação do Paraná, realizada nas escolas da rede pública (PARANA, 2005), e que buscava criar nas escolas o hábito da auto-avaliação institucional, e propunha “avaliar a instituição de forma global, ou seja, contemplando os vários elementos que a constituem em função de sua finalidade”. Porém o principal e maior segmento do ambiente escolar foi pouco ouvido na sistemática adotada, os alunos especialmente do Ensino Médio, são muito importantes para deixarmos de saber a sua opinião de como todo o processo ensino aprendizagem está acontecendo. Assim é que ouviu-se de maneira ampla os alunos do Ensino Médio e expõe-se neste artigo o processo e os aspectos relevantes levantados e que contribuem para a melhoria da escola e de seu ensino, conclusões algumas já esperadas e outras um tanto surpreendentes. Aspectos legais nos deram respaldo, dentre eles o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) que incentiva a participação do adolescente na tomada de decisões no que diz respeito à sua vida. Prevê expressamente o direito da criança e do adolescente à “ liberdade de opinião e expressão” ( Arts. 15 e 16). A criança e o jovem devem ser sempre estimulados ao exercício de exprimir sua opinião a respeito de assuntos relativos a sua vida. Como os que dizem respeito à sua educação, pois a liberdade de expressão constitui um fator de formação da personalidade da mais alta relevância. Como previsto no Projeto Político Pedagógico do Colégio (2006), tem-se por objetivo formar alunos críticos, atuantes no processo de aquisição dos conhecimentos significativos para sua formação como indivíduos participantes na sociedade, para não apenas aceitar o que está pronto e sim, para transformar a realidade social onde vivem. Também no Regimento Escolar do Colégio (2008) prevê-se a participação dos alunos nas decisões sobre o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem ao qual estão sujeitos. Isto porque o aluno aprende quando ele se torna sujeito da sua aprendizagem. Para isso, precisa participar das decisões que dizem respeito ao projeto da escola que faz parte também do projeto de sua vida. Passamos um tempo importante da nossa vida na escola, o aluno é o centro da educação, a opinião dos alunos e 4 principalmente do Ensino Médio deve ser respeitada. Não há educação e aprendizagem sem sujeito da educação e da aprendizagem (GADOTTI,2004). Com o propósito de dar voz aos alunos do Ensino Médio a proposta de intervenção do professor participante do Programa PDE (2007) recebeu o aval primeiramente do Conselho Escolar e seguiu os seguintes procedimentos: Apresentação da História do Colégio enfatizando-se pelo prof. PDE os fatores importantes ocorridos durante o período da implantação do Ensino Médio até os dias atuais, as transformações na sociedade e a importância do Colégio nos avanços obtidos neste período. Sensibilizá-los a respeito do avanço pedagógico em “ouvir” os alunos sobre a sua atuação dentro do ambiente de trabalho. Para tanto houve apresentação, estudo e discussão de textos selecionados para os professores, equipe pedagógica e funcionários. Elaboração de questões pelo coletivo de cada segmento de profissionais, elaborando-se um banco de questões para serem selecionadas e utilizadas no questionário a ser respondido digitalmente por 5 alunos de cada turma do Ensino Médio do Colégio, totalizando 65 respondentes mensais. Na apresentação e nos estudos procurou-se demonstrar a importância que cada profissional tem para o processo educativo e da qualidade da educação ofertada no Colégio. A proposta de avaliação do desempenho dos profissionais da escola foi apresentada junto aos alunos do Ensino Médio e evidenciou-se a responsabilidade de opinar com honestidade e imparcialidade sobre a atuação dos profissionais com os quais eles se relacionam no seu dia-a-dia, desenvolvendo o senso de justiça. Como objetivo específico pretendeu-se com esta iniciativa de inserir na cultura escolar o olhar do aluno assim o trabalho do profissional da educação seja reconhecido como tal, não como sacerdócio, não como missão divina, mas sim como profissão levada a sério por aqueles que optam por tal trabalho. A mudança que a imagem da categoria dos profissionais da educação terá perante a sociedade e principalmente perante os próprios membros da categoria é fundamental para o avanço de toda a sociedade, para tal deve-se todos empenhar-se para que tal mudança aconteça ( ARROYO,2002). Também estabelecer um clima responsável de atuação profissional, comprometendo-se cada qual pelas atividades que lhe cabem por direito e principalmente conhecedor das responsabilidades suas e de seus colegas. O ideal será o clima de parceria, da busca, de auxílio para que o todo seja melhorado, sem o orgulho de pedir ajuda quando sentir necessidade e sem a mesquinhez de auxiliar quando perceber que um colega de trabalho precisa de uma colaboração. No campo da Educação corre-se o risco de cair-se no autoritarismo quando, como escola negou a capacidade de discernimento e singularidade intelectuais dos alunos, assumindo o direito de arbitrar indiscriminadamente sobre as condutas que devem ser exigidas (LA TAILLE,1996). Acreditou-se que dar a chance aos alunos de se expressar, é aproveitar o que eles podem oferecer, para crescer-se como instituição educativa, fazendo do envolvimento no processo algo que fique instituído nas relações interpessoais e nas relações profissionais, favorecendo para que o respeito à hierarquia seja obtido com autoridade da competência, nunca com o emprego de um autoritarismo silenciador e castrador de novas idéias. Como saber se o meu desempenho profissional está atingindo aos alunos de forma satisfatória? Será que estou tendo os meus objetivos atingidos e, se não estou, qual pode ser a razão? Estas perguntas são freqüentes nos pensamentos de 5 quase todos os educadores e de funcionários da escola. Também muitos se perguntam por que meu colega consegue um desempenho melhor numa turma onde encontro dificuldades? Os funcionários que trabalham no serviço de merenda muitas vezes não sabem o porquê da não aceitação de certos cardápios servidos, e outros que atuam na manutenção e limpeza das instalações não compreendem a falta de colaboração no cuidado destes espaços que são utilizados pelos próprios alunos. A direção não dá conta de fiscalizar e vistoriar todos os serviços do estabelecimento o tempo todo e muitas vezes não consegue o envolvimento e o cumprimento das suas funções por aqueles que esperam que esta vigilância ocorra constantemente. Muitos só desempenham suas funções quando se sentem cobrados por seus superiores dentro da hierarquia institucional, não lembrando que o trabalho da escola tem como fim educar os alunos, seja na biblioteca, na secretaria ou no pátio, sendo que o maior interesse deve ser em bem formá-los. Bons funcionários e bons professores muitas vezes acabam se desmotivando ao ver que outros profissionais, que mesmo não desempenhando com muito esmero as suas funções recebem o mesmo salário ao final do mês. O que fazer para atingir o bom desempenho de suas funções ou não deixar que percam o ânimo ? Pretendeu-se que pela avaliação do desempenho profissional individual poder estimular os profissionais a desenvolverem suas atividades da melhor forma possível, principalmente naqueles pontos onde foram percebidas falhas, através das opiniões assinaladas como dificuldades nas respostas dos questionários avaliativos. O profissional que tiver o interesse em crescer na qualidade de sua atividade poderá ter no resultado de sua avaliação um fator de grande valia para este processo, e também aquele que viu reconhecido o seu esforço e sua dedicação, se sentirá recompensado, não financeiramente, mas moralmente em termos de realização humana. 2 O DESAFIO DO DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA O desafio foi o de buscar envolvimento do coletivo escolar nos propósitos de melhoria do colégio pretendida através da proposta do professor PDE, deu início à intervenção no Colégio. As ações foram no sentido da realização de procedimentos teóricos e práticos em diversos momentos. Primeiro foi organizado um encontro onde participaram todos os profissionais que atuam no estabelecimento de ensino, onde foi apresentado um pequeno histórico desde o início das atividades do colégio, sua instalação, a formatura da sua 1ª turma de Ensino Médio no ano de 1985 e fazendo-se um paralelo com o aumento da população do município que ficou em torno de 12,22 % do ano de 1980 ao último senso no ano de 2007 (IBGE, 2007) e o aumento do número de concluintes neste período que foi de 339% (Secretária Colégio Arthur, 2008). Observado então, que o crescimento do número de concluintes e, por conseguinte do número de alunos foi expressivo em relação ao aumento da população do município, levando a fazer várias inferências, uma com certeza, foi o aumento da escolarização da população jovem e adulta. Para isso houve a concorrência de alguns fatores, como a melhoria nas estradas que vem da zona rural para a zona urbana, o aumento das condições econômicas, a obrigatoriedade do Ensino Fundamental. Mas um dos grandes fatores que influenciaram foi a qualidade do ensino ofertado em nosso colégio. O bom 6 desempenho demonstrado por nossos alunos em concursos vestibulares, concursos públicos, ENEM, entre outros, e principalmente como cidadãos, muitos desempenhando papéis de destaque em vários setores da sociedade Ivaiense. Dentro deste contexto social a origem dos alunos do Ensino Médio do Col. Est. Arthur da Costa e Silva situado na sede do município de Ivaí atende em sua grande maioria alunos oriundos da zona rural, com um percentual de 90%. Assim a característica do ensino ofertado sofre a grande influência das expectativas do homem do campo. Características estas, que sofreram transformações consideráveis afetadas pelo fenômeno da globalização e da universalização das informações. A partir do final do século passado e início deste século com o advento da transmissão da TV por satélites e pela recepção por antenas parabólicas presentes na totalidade das residências do nosso município, os alunos chegam bem informados sobre tudo que está acontecendo no mundo, diferentemente do que acontecia em anos anteriores. O jovem do meio rural está igual ou às vezes até melhor informado do que os jovens do meio urbano. A figura tradicional instituída do caipira “ignorante”, com os avanços obtidos pela modernidade deixa de existir, para advir um jovem do meio rural informado de todas as transformações que estão ocorrendo na sociedade em geral. Estes alunos estão evoluindo junto com toda a sociedade local e global, e para tanto estão a exigir que os profissionais que atuam na sua educação também evoluam junto com os avanços culturais, científicos e tecnológicos. Profissionais capacitados para atendê-los de forma plena dentro das suas necessidades. Alunos informados do que ocorre em todas as partes do planeta e reivindicam seus direitos, além de conhecedores dos avanços obtidos nos direitos referentes às crianças e aos adolescentes. A população do município de Ivaí se estrutura conforme uma distribuição contrária a distribuição populacional do Estado do Paraná e do Brasil. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos censos dos anos de 1980, 1991, 1996, 2000 e 2007 mostram que a população paranaense e brasileira concentra-se na zona urbana e com um percentual superior de mulheres em relação aos homens. No município, os dados mostram uma pequena superioridade dos homens em relação às mulheres e a maioria da população permanece residindo na zona rural, dando características peculiares a esta população que compõe as famílias dos alunos do colégio. Diante disso, pode-se tirar conclusões quanto as características do Município de Ivaí que se opõem a uma realidade vivida a nível nacional e estadual onde no mesmo período de tempo a população urbana cresceu em relação à população rural, fato contrário ao ocorrido no município, onde a população rural teve aumento proporcional muito perto ao da população urbana, ficando assim, em número absoluto superior a população urbana, caracterizando bem a procedência do meio agrícola do alunado. A procura pelo Ensino Médio desta população, mesmo sendo da zona rural, cresceu neste período de tempo, e vários fatores influenciaram esta procura, como já citados anteriormente, merecendo destaque a qualidade do ensino ofertado, onde muitos dos jovens concluintes do Ensino Médio se mostravam aptos a dar continuidade aos seus estudos a nível superior, ou em nível tecnológico. E aqueles que não deram continuidade procuram aproveitar os ensinamentos obtidos para melhorar a qualidade de vida sua e de seus familiares. Reforçamos a hipótese de que o aumento tem uma causa principal à qualidade da educação que se atingiu. Como uma das características que 7 influenciam nesta qualidade, e que pode ser citado é a quantidade de alunos freqüentando o colégio no Ensino Médio que fica em 515 alunos no ano letivo de 2008, demanda essa dentro de padrões colocada por muitos autores como um numero ideal (500 a 600 alunos), onde pode efetivar-se um tratamento mais personalizado levando a uma ação pedagógica de pessoalidade, dando ao aluno confiança por sentir-se tratado nas suas individualidades, procurando desenvolver as suas potencialidades. Outro fator coadjuvante é o relacionado aos professores atuantes no momento no colégio, sendo a grande maioria formada por ex-alunos que após concluírem seus cursos superiores retornaram como professores concursados e alguns contratados. Os funcionários administrativos e de serviços gerais a sua grande maioria foi aluno(a) no colégio, e este sem dúvida é um fator de importância para o envolvimento na busca da melhoria constante da qualidade, favorecendo o estabelecimento de vínculos interpessoais. No processo de sensibilização foi necessário discutir sobre o papel desempenhado pelos profissionais da educação que atuam no colégio. Antes, porém clarificaram-se pontos conceituais de acordo com a concepção teórica adotada. Gestão Escolar Democrática – diz respeito à forma como se organiza e se desenvolve o trabalho educativo; democrático refere-se à participação dos envolvidos em todo o processo. A gestão se configura como democrática quando os envolvidos no trabalho educativo participam das discussões e tomada de decisões da gestão escolar. Nesse sentido, dois são os pressupostos básicos para a efetivação da gestão democrática: a eleição para diretores escolares, a qual estabelece uma nova relação política em que o diretor passa a ser representante da comunidade escolar junto ao Estado; e o fortalecimento dos Conselhos Escolares, que é o espaço fundamental para a democratização do exercício do poder, através da participação igualitária dos segmentos da escola nas decisões substantivas para a efetivação do trabalho educativo a ser realizado. A democratização na e da escola é um dos aspectos da democratização da sociedade (PARANA, SEED, 2005). Avaliação Institucional: processo que busca avaliar a instituição de forma global, ou seja, contemplando os vários elementos que a constituem em função de sua finalidade. Através de instrumentos que permitam a manifestação das suas características próprias (identidade), e que também a localizem dentro da globalidade do sistema, sem deixar de articular identidade e globalidade com o contexto social (PARANÁ, SEED, 2005). Educação Escolar: processo sistemático de socialização do saber historicamente construído, a partir da perspectiva da formação humana e da cidadania, inseridas na realidade social com suas contradições econômicas, sociais e políticas (PARANÁ, SEED, 2005). Sabe-se que a escola pública brasileira vive momentos de crise e de desafios que não podem ser reduzidos unicamente à situação de empobrecimento social e ausência de políticas consistentes do Estado. Estes desafios colocados à população, que a escola vem tentando solucionar através da vinculação do ambiente escolar à vida de cada aluno, pois integrar escola e comunidade é uma das soluções para diminuir o afastamento de uma parcela considerável da população que ainda não se encontrou no processo educacional. Um dos desafios na formação de uma cultura escolar vinculada a cultura popular e social de todos os alunos está na incorporação destas culturas dentro dos conteúdos que compõe a grade curricular, estabelecer prioridades que possam estimular cada vez mais a busca pelo conhecimento científico e valorizando o 8 conhecimento popular, chamando a todos para fazer parte da escola, preservando as raízes culturais e estimulando o aprimoramento tecnológico e científico. Dentro deste contexto, Libaneo ( 1990, p. 29) considera: A valorização da escola como instrumento de apropriação do saber é o melhor serviço que se presta aos interesses populares, já que a própria escola pode contribuir para eliminar a seletividade social e torná-la democrática. Se a escola é parte integrante do todo social, agir dentro dela é também agir no rumo da transformação da sociedade. Ratificou-se a importância do colégio ao ser apresentado para todo o coletivo este apanhado histórico, para procurar estabelecer um vínculo de relacionamento entre todos os que estão no momento atuando, fazendo uma localização espaço temporal, estimulando a reflexão sobre sua prática diária dentro da rotina escolar, enfatizando que a totalidade é mais que a soma das ações individuais e que se pode melhorar à medida que se efetive a interação das atividades desenvolvidas de cada um que compõe este coletivo. 2.1 O estudo e a elaboração do instrumento de avaliação: Estabeleceu-se com o coletivo dos profissionais atuantes no colégio, encontros com atividades em grupos onde cada um pudesse conhecer como é desenvolvido o trabalho de seus colegas, de todas as funções instituídas dentro do ambiente escolar. Reconheceu-se assim a importância que cada um tem na formação total do processo de ensino aprendizagem. Nas reuniões procurou-se estimular a troca de experiências vividas por cada um dos profissionais, para que na interação destas experiências pudesse ser enfatizadas atividades para melhoria do desempenho profissional. Teve-se como subsídio o Caderno Pedagógico elaborado especialmente para este fim, utilizando-se de textos de vários autores que mantinham a linha de concepção formativa de uma escola pública democrática e de qualidade. O primeiro texto indicado no caderno “Escola e Democracia” (GADOTTI; ROMÃO, 2004) começavam as discussões e debates por ser tema tão importante dentro das escolas e que deve ser abordado sempre que houver oportunidade para tal. O segundo texto retirado da introdução do livro “Para não ser um professor do século passado” (KALINKE,2004) serviu para os professores, funcionários, pedagogos e direção refletirem sobre o que ficou para traz e o que teremos pela frente relacionado ao tipo de educação que pretendemos, e que tipo de professor precisamos. O terceiro texto trouxe a reflexão sobre outro tema que muito preocupa a todos os educadores, a indisciplina e utilizou-se o texto “ Educação Moral e Limites, princípios norteadores da ação educativa” (LONGAREZI,2001), pois fator de muitas inseguranças no desenvolvimento do trabalho educativo, a indisciplina dos alunos tem de ser pensada por vários enfoques diferentes. Para conhecer as atividades que cada um desempenha no contexto escolar utilizou-se as orientações da CADEP(Centro de Auxilio a Direção e Equipe Pedagógica da Secretária de Educação do Paraná – 2007) sobre O trabalho do pedagogo na Escola Pública pois conhecer as atribuições que cabe a cada trabalhador é saber respeitar a função desempenhada pelo colega. Sobre as atividades dos funcionários utilizou-se o texto “ Funcionários da Escola: Colaboradores no processo de construção da qualidade na escola” (MEC, 2004) pois cada vez mais os funcionários das escolas descobrem o seu valor e os outros profissionais reconhecem o seu papel como educadores. 9 Utilizou-se para discussão e reflexão sobre o papel que o Diretor de Escola precisa cumprir, o texto: “ O diretor, conselho escolar e a gestão democrática na escola” (MEC, 2005) mostrando um panorama sobre a atividade do diretor e dos órgãos colegiados para uma gestão democrática. Foram feitas reuniões para debates e discussões sobre os textos escolhidos e foi sendo aperfeiçoado o entendimento da importância que cada função tem para os objetivos de atingir uma melhoria na qualidade da educação. Muitas vezes o profissional se isola em suas atividades perdendo a noção do todo e principalmente não valorizando a atividade desempenhada pelo outro. O conhecimento das funções que cada um desempenha é uma forma de valorizar o seu colega de trabalho e estabelecer um ambiente mais cordial e harmonioso, assim, agindo com mais vigor no processo educacional. “Os jovens e também os homens em geral formam um “coletivo” quando estão unidos por determinados interesses, dos quais têm consciência e que lhes são próximos” ( Pistrak, 2000, p. 177). Ao final destas reuniões cada grupo específico formulou questões que deveriam compor o questionário avaliativo que seria aplicado aos alunos, desta forma, o coletivo dos funcionários da limpeza formulou questões sobre a sua atividade, o mesmo com os da merenda, da secretaria, da biblioteca. Os professores formularam questões que acharam pertinentes conhecer sobre o seu desempenho profissional, o mesmo ocorrendo com a equipe técnica pedagógica e de direção. Nas questões elaboradas procurou-se no segmento reunido junto aos seus pares, procurando colocar itens de relevância para a avaliação do seu desempenho profissional, não tendo imposição de cima para baixo, não sendo algo pronto e sim construído por aqueles que têm interesse em saber os resultados, para obter as informações que necessitam para poder melhorar as suas atividades. Por não ser algo imposto a “ferro e fogo”, a aceitação por parte dos envolvidos foi geral. A formatação final e os critérios de avaliação também foram discutidos com o coletivo e decidiu-se por consenso, de não utilizar as notas numéricas ( 0 a 10 ou similar) optando-se por conceitos de uma escala: Nunca – Às vezes – Quase sempre – Sempre. As perguntas foram dispostas em um questionário avaliativo em questões fechadas que os alunos responderam de forma digital no laboratório de informática do Paraná Digital. Faz-se necessário ressaltar, que se não fosse pela instalação do laboratório do Paraná Digital todo o processo aqui descrito ficaria se não inviabilizado, em muito prejudicado, uma vez que o sistema de funcionamento do mesmo permitiu uma facilidade de aplicação, a utilização do laboratório alavancou em muito este trabalho. Os computadores que compõe o laboratório do “Paraná Digital” foram desenvolvidos através de uma inovação em informática, um projeto da Universidade Federal do Paraná e a Positivo Informática onde uma única CPU (Unidade de Processamento Central) esta conectada a 4 monitores, 4 teclados e 4 mouses formando assim uma ilha, sendo que a CPU não possui HD e os dados são armazenados em um servidor central, podendo assim serem acessados quando o usuário utiliza qualquer dos terminais do laboratório. A utilização do laboratório de informática do Paraná Digital para a aplicação dos questionários foi um atrativo a mais para que os alunos participassem com atenção e dedicação, como forma de representarem sua real intenção respondendo as perguntas com autonomia. Outro fator que influenciou na forma de aplicação dos questionários digitais foi o econômico, visto que assim, não ouve gastos com papel e impressão que inviabilizariam pelo alto custo que acarretaria, bem como a guarda dos dados seriam em muito dificultada. 10 2.2 Preparando e implementando a aplicação da avaliação: Utilizando-se de duas horas aulas em cada turma, foi realizado, pelo professor PDE, um trabalho de explicação sobre todo o processo da tomada de opinião que os alunos participariam e a importância das respostas sinceras e justas para que cada profissional tivesse a real dimensão de como o seu trabalho está sendo executado. Após a explicação detalhada de qual é o papel de cada um dos profissionais que atua no ambiente escolar, assim como é feita a contratação, quais as exigências legais para o desempenho e qual a escolarização necessária para cada função. Enfatizou-se a importância da sinceridade das respostas, pois apenas quando se tem a real análise de como estamos desempenhando nossas funções é que podemos melhorar. Durante esta atividade também foi solicitado para que os alunos sugerissem questões a serem propostas para que também fosse feita uma auto avaliação pelos alunos de suas atitudes, pois depende muito deles o sucesso do processo ensino aprendizagem. Assim com a colaboração dos alunos, foi dada a formatação final ao questionário avaliativo que foi proposto à todas as turmas do ensino médio do Colégio Estadual Arthur da Costa e Silva – EFM. Esclareceu-se também a individualidade dos resultados, pois a avaliação seria totalmente secreta e que os alunos não sofreriam nenhum tipo de represália e por isso a sinceridade e a justiça deveriam estar presentes no preenchimento dos questionários. A aplicação dos questionários foi realizada em cada turma do ensino médio, num total de 9 turmas do turno matutino totalizando 180 alunos avaliadores, e 4 turmas do turno noturno perfazendo 80 alunos avaliadores, com uma faixa etária de 14 anos a 48 anos A metodologia utilizada para a aplicação da avaliação institucional no laboratório de informática foi a de grupos de cinco alunos de cada turma a cada vez, sorteados de forma aleatória, não se repetindo, até serem inquiridos vinte alunos de cada turma. Optou-se por grupos pequenos, com a intenção de que não houvesse contato próximo, pois o laboratório é composto de vinte computadores dispostos em cinco “ilhas”, portanto, cada aluno ocupou uma “ilha”, tendo assim, tranqüilidade para realmente expressar sua opinião sem nenhuma interferência externa. Assim, as suas respostas estariam realmente expressando a sua compreensão do desenvolvimento do processo educacional ao qual ele está sendo o alvo maior. Foi possível observar que os alunos permaneceram concentrados na atividade e a vontade para se expressar, sendo fatores importantes para os resultados obtidos. A aplicação dos questionários ocorreu durante os horários normais de aulas, durante quatro meses, onde era solicitada autorização para o professor que se encontrava na turma, e sorteavam-se cinco alunos que iriam para o laboratório de informática acompanhado pelo professor PDE e pelo ADM local (funcionário responsável por administrar o laboratório de informática do Paraná Digital), para responderem ao questionário avaliativo. A formatação dada ao questionário ficou de uma forma que não era necessário ter conhecimentos de informática e apenas com alguns movimentos do “mouse” e com a tecla “X” do teclado era o que bastava para a realização da tarefa. Não houve dificuldades na operacionalização da tarefa por parte dos alunos, alguns no início tiveram que receber orientações mais detalhadas. 11 ...a escola não é depositária do saber científico e tecnológico de ponta, dominado pelo capital, ela democratiza, quando muito, alguns princípios teóricos e metodológicos que poderão, no exercício do trabalho, permitir essa apropriação. [...] (KUENZER, 1988, p.17). Após terem sido inquiridos os vinte alunos de cada turma (número que representa mais de 50% dos alunos de cada turma), foram tabulados os dados por membros do Conselho Escolar representantes das Instituições Organizadas da Sociedade para ser mantido a idoneidade e imparcialidade no processo, e disponibilizados os resultados em pastas individuais para cada profissional atuante no colégio de forma sigilosa. Ou seja, somente ele teve acesso aos dados referente a sua avaliação feita pelos alunos do Ensino Médio. No laboratório do Paraná Digital, foi criada uma pasta com o resultado obtido pelo profissional o qual recebeu uma senha sigilosa, a qual somente ele(a) poderia ter acesso, realizando a consulta dos resultados obtidos. Os funcionários de serviços gerais que poderiam apresentar alguma dificuldade de acesso as suas pastas com os resultados das avaliações, foram contemplados com um curso de capacitação para utilização das ferramentas tecnológicas aplicados por duas funcionárias administrativas que estão cursando o “Prófuncionário” e sendo esta atividade uma das ações que contou para o estágio do curso. 2.3 Análise dos resultados: Os resultados foram tabulados por turma (as turmas foram identificadas nesta apresentação de resultados por símbolos fictícios para que o sigilo das respostas seja mantido), e em cada tipo de atividade profissional foi feito um resultado global que pode ser acessado por turno e pelo todo do colégio. Por exemplo, o serviço de limpeza teve globalizado a opinião da turma, do turno e do colégio como exemplificamos nos quadros a seguir: 1ª Série & 1 – AS SALAS ESTÃO SEMPRE LIMPAS NO INICIO DAS AULAS DIARIAMENTE? NUNCA AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 7 SEMPRE 0 2- OS CORREDORES ESTÃO LIMPOS? NUNCA 1 AS VEZES 6 QUASE SEMPRE 7 SEMPRE 3 – OS BANHEIROS ESTÃO LIMPOS E HIGIENIZADOS? NUNCA AS VEZES 9 QUASE SEMPRE 3 SEMPRE 5 4 – O REFEITÓRIO ESTÁ EM CONDIÇÕES PARA UMA REFEIÇÃO SAUDAVÉL? NUNCA AS VEZES 0 QUASE SEMPRE 7 SEMPRE 0 5- AS FUNCIONÁRIAS DEMONSTRAM TRATAMENTO SIMPÁTICO E EDUCADO COM OS ALUNOS? NUNCA 0 AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 7 SEMPRE Quadro 1 Col. Est. Arthur da C. Silva - Setor de limpeza - 2008 12 6 3 13 12 Fonte: Questionário avaliativo PDE No exemplo utilizado, a turma 1ª série &, do turno da manhã, teve nas suas respostas quanto à limpeza do colégio, onde aparece o número de alunos que marcaram o “X” naquela opção, perfazendo um total de 20 alunos. As características observadas nesta turma tiveram suas respostas correspondentes em quase todas as outras turmas e o quadro geral do turno matutino foi concluído conforme demonstrado no quadro abaixo: 12 Resultado da soma das avaliações do turno da manhã 180 alunos pesquisados 1 – AS SALAS ESTÃO SEMPRE LIMPAS NO INICIO DAS AULAS DIARIAMENTE? NUNCA AS VEZES 36 QUASE SEMPRE 55 7 2- OS CORREDORES ESTÃO LIMPOS? NUNCA AS VEZES 44 QUASE SEMPRE 71 11 3 – OS BANHEIROS ESTÃO LIMPOS E HIGIENIZADOS? NUNCA AS VEZES 71 QUASE SEMPRE 45 33 4 – O REFEITÓRIO ESTÁ EM CONDIÇÕES PARA UMA REFEIÇÃO SAUDAVÉL? NUNCA AS VEZES 15 QUASE SEMPRE 41 5 5- AS FUNCIONÁRIAS DEMONSTRAM TRATAMENTO SIMPÁTICO E EDUCADO COM OS ALUNOS? NUNCA AS VEZES 23 QUASE SEMPRE 41 5 Quadro 2 Col. Est. Arthur da C. Silva - Setor de limpeza - 2008 SEMPRE 82 SEMPRE 54 SEMPRE 31 SEMPRE 119 SEMPRE 111 Fonte: Questionário avaliativo PDE Com a análise destes resultados os profissionais que atuam no setor de limpeza podem verificar onde precisam melhorar no seu desempenho, recebendo estas informações não de seus superiores, mas daqueles que se utilizam das instalações no seu dia a dia. Na pasta com os resultados dos questionários, apresentadas todas as turmas e os turnos, para que possa ser comparada e verificada que as mesmas observações aparecem em turnos diferentes mostrando claramente onde deve ser melhorado. Resultado Globalizado manhã + noite 1 – AS SALAS ESTÃO SEMPRE LIMPAS NO INICIO DAS AULAS DIARIAMENTE? NUNCA AS VEZES 52 QUASE SEMPRE 12 80 2- OS CORREDORES ESTÃO LIMPOS? NUNCA AS VEZES 63 QUASE SEMPRE 13 94 3 – OS BANHEIROS ESTÃO LIMPOS E HIGIENIZADOS? NUNCA AS VEZES 101 QUASE SEMPRE 37 71 4 – O REFEITÓRIO ESTÁ EM CONDIÇÕES PARA UMA REFEIÇÃO SAUDAVÉL? NUNCA AS VEZES 20 QUASE SEMPRE 5 53 5- AS FUNCIONÁRIAS DEMONSTRAM TRATAMENTO SIMPÁTICO E EDUCADO COM OS ALUNOS? NUNCA AS VEZES 33 QUASE SEMPRE 8 54 Quadro 3 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Setor de limpeza - 2008 SEMPRE 116 SEMPRE 90 SEMPRE 51 SEMPRE 182 SEMPRE 165 Fonte: Questionário avaliativo PDE Como exemplo, pode-se verificar que a questão destinada a verificar o relacionamento dos funcionários com os alunos, como a questão nº 5, demonstrou que a grande maioria dos alunos opinou que o relacionamento é cordial e educado, apenas uma pequena parcela não concordou. Em futuras capacitações destinadas a esses funcionários, pode-se utilizar estes dados para ampliar as atividades relacionadas ao trato com os alunos e a comunidade para aperfeiçoar esta habilidade já presente. Também os próprios funcionários de posse destes dados poderão solicitar melhores condições de trabalho para que possam cumprir as necessidades apontadas pelos alunos. Como por exemplo, redistribuição de funcionários para satisfazer as exigências de higienização dos sanitários, campanhas junto aos alunos para conservação dos espaços físicos. A partir de respostas dadas as cinco questões que foram elaboradas pelos próprios funcionários responsáveis pela limpeza, podem ser formuladas várias ações para resolver os problemas apresentados, e não apenas ficar buscando os culpados por tais situações. Outro aspecto importante na opinião dos alunos é o serviço de merenda, como é a sua aceitação pela comunidade estudantil e assim temos o seguinte quadro de uma turma do turno da manhã para demonstrar: 13 1ª Série & 1- É SERVIDA TODOS OS DIAS NO HORÁRIO CORRETO? NUNCA AS VEZES 0 QUASE SEMPRE 2 SEMPRE 0 2 – OS UTENSILIOS COMO COPOS E PRATOS ESTÃO LIMPOS? NUNCA AS VEZES 0 QUASE SEMPRE 2 SEMPRE 0 3 – O CARDÁPIO É VARIADO E DE BOA QUALIDADE? NUNCA AS VEZES 10 QUASE SEMPRE 2 SEMPRE 2 4 – A QUANTIDADE SERVIDA É SUFICIENTE PARA TODOS OS ALUNOS QUE PROCURAM A MERENDA? NUNCA AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 4 SEMPRE 0 5 – A MERENDEIRA É GENTIL E AMÁVEL COM OS ALUNOS? NUNCA AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 7 SEMPRE 1 Quadro 4 Col. Est. Arthur da C. Silva - Setor de merenda - 2008 18 18 6 15 11 Fonte: Questionário avaliativo PDE A análise das informações que o quadro nos proporciona é que o maior problema enfrentado está no cardápio ofertado, sua variedade e sua qualidade, onde esta turma na sua maioria acha deficitário. Sendo os demais resultados satisfatórios pelas respostas assinaladas, mas que também podem ser aprimorados ou mantidos nos níveis atuais e não podendo descuidar dessa qualidade para que em próximas avaliações possam ter resultados inferiores aos apresentados no momento. Já uma turma do turno da noite o que nos apresenta: 2ª Série $ 1- É SERVIDA TODOS OS DIAS NO HORÁRIO CORRETO? NUNCA AS VEZES 0 QUASE SEMPRE 2 SEMPRE 0 2 – OS UTENSILIOS COMO COPOS E PRATOS ESTÃO LIMPOS? NUNCA AS VEZES 0 QUASE SEMPRE 3 SEMPRE 0 3 – O CARDÁPIO É VARIADO E DE BOA QUALIDADE? NUNCA AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 6 SEMPRE 0 4 – A QUANTIDADE SERVIDA É SUFICIENTE PARA TODOS OS ALUNOS QUE PROCURAM A MERENDA? NUNCA 0 AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 4 SEMPRE 5 – A MERENDEIRA É GENTIL E AMÁVEL COM OS ALUNOS? NUNCA AS VEZES 0 QUASE SEMPRE 4 SEMPRE 0 Quadro 5 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Setor de merenda - 2008 18 17 13 15 16 Fonte: Questionário avaliativo PDE A análise referente às opiniões que a turma do noturno proporciona em comparação com a do diurno, deixa claro que a questão do cardápio não está tão ruim como do período diurno. Este pode ser um ponto a ser analisado de modo contextualizado, pela procedência do alunado que teve em casa seu desjejum, em contrapartida daqueles que vem direto do trabalho para a escola e não tendo realizado uma refeição anterior a merenda oferecida analisou de maneira positiva o cardápio servido. Buscar a melhoria da qualidade da merenda ofertada a todos, dentro das particularidades de cada segmento de alunos. Observando o quadro demonstrativo no item referente ao serviço da merenda, pode-se ter a visão geral deste segmento da escola que influi no clima educacional e na aprendizagem que é ofertada no colégio. No resultado geral observadas as turmas dos turnos matutino e noturno podemos ter a real situação perante aos alunos deste serviço tão importante no cotidiano do colégio. Vamos observar com atenção o quadro geral para as análises posteriores: 14 Resultado Somatorio dosGlobalizado turnos matutinomanha e noturno+ noite 260 alunos pesquisados 1- É SERVIDA TODOS OS DIAS NO HORÁRIO CORRETO? NUNCA AS VEZES 8 QUASE SEMPRE 28 SEMPRE 0 2 – OS UTENSILIOS COMO COPOS E PRATOS ESTÃO LIMPOS? NUNCA AS VEZES 7 QUASE SEMPRE 32 SEMPRE 2 3 – O CARDÁPIO É VARIADO E DE BOA QUALIDADE? NUNCA AS VEZES 61 QUASE SEMPRE 71 SEMPRE 18 4 – A QUANTIDADE SERVIDA É SUFICIENTE PARA TODOS OS ALUNOS QUE PROCURAM A MERENDA? NUNCA AS VEZES 16 QUASE SEMPRE 63 SEMPRE 8 5 – A MERENDEIRA É GENTIL E AMÁVEL COM OS ALUNOS? NUNCA AS VEZES 23 QUASE SEMPRE 50 SEMPRE 4 Quadro 6 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Setor de merenda - 2008 224 219 110 173 183 Fonte: Questionário avaliativo PDE Estes dados demonstraram claramente o problema a ser enfrentado de imediato que recaiu sobre a variação e qualidade do cardápio servido. As merendeiras puderam planejar ações para buscar sanar o problema apresentado. Assim, um problema existente é tratado com honestidade para buscar-se uma solução, sem que seja necessária uma ordem autoritária, uma vez que o problema foi indicado pelos alunos que se utilizam do serviço todos os dias. Os dados levantados foram oportunizados aos demais funcionários, da biblioteca e da secretaria. Que apresentou os seguintes quadros: Da secretaria: Totalização geral do colégio 260 alunos pesquisados 1 – QUANDO PRECISOU DE SERVIÇOS DA SECRETARIA FOI ATENDIDO DE FORMA AMÁVEL E PRESTATIVA? NUNCA AS VEZES 25 QUASE SEMPRE SEMPRE 4 63 2 – O ATENDIMENTO NA SECRETARIA FOI EFICAZ E RÁPIDO? NUNCA AS VEZES 51 QUASE SEMPRE SEMPRE 9 95 3 – O ATENDIMENTO NA SECRETARIA O DEIXOU SATISFEITO? NUNCA AS VEZES 35 QUASE SEMPRE SEMPRE 7 71 4 – QUANDO PRECISOU DE MATERIAIS DA SECRETARIA O ATENDIMENTO LHE DEIXOU SATISFEITO? NUNCA AS VEZES 30 QUASE SEMPRE SEMPRE 7 71 5 – OS FUNCIONÁRIOS DA SECRETARIA FORAM SIMPÁTICOS E PRESTATIVOS? NUNCA AS VEZES 19 QUASE SEMPRE SEMPRE 5 54 Quadro 7 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Setor da Secretaria - 2008 168 106 147 152 182 Fonte: Questionário avaliativo PDE Da biblioteca: Resultado Geral do Colégio 260 alunos pesquisados 1 – QUANDO PRECISOU DE SERVIÇOS DA BIBLIOTECA FOI ATENDIDO DE FORMA AMÁVEL E PRESTATIVA? NUNCA AS VEZES 25 QUASE SEMPRE 62 SEMPRE 4 2 – O ATENDIMENTO NA BIBLIOTECA FOI EFICAZ E RÁPIDO? NUNCA AS VEZES 54 QUASE SEMPRE 78 SEMPRE 13 3 – O ATENDIMENTO NA BIBLIOTECA O DEIXOU SATISFEITO? NUNCA AS VEZES 36 QUASE SEMPRE 67 SEMPRE 12 4 – QUANDO PRECISOU DE LIVROS E OUTROS MATERIAIS O ATENDIMENTO LHE DEIXOU SATISFEITO? NUNCA AS VEZES 34 QUASE SEMPRE 68 SEMPRE 10 5 – OS FUNCIONÁRIOS DA BIBLIOTECA FORAM SIMPÁTICOS E PRESTATIVOS? NUNCA AS VEZES 27 QUASE SEMPRE 49 SEMPRE 3 Quadro 8 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Setor da Biblioteca - 2008 169 115 143 148 181 Fonte: Questionário avaliativo PDE 15 Atividades realizadas por profissionais da educação tanto o serviço de secretaria como o da biblioteca influenciam na qualidade da educação ofertada por fazerem parte da formação dos alunos. Ao observar as respostas dadas pelos alunos poder-se-a melhorar o atendimento ofertado nas deficiências apresentadas e aprimorar cada vez mais os pontos positivos apresentados nas avaliações. Os funcionários administrativos que estão desempenhando seu trabalho tanto na biblioteca como na secretaria do colégio mantém contato constante com os alunos. Portanto é imprescindível que eles tenham conhecimento como o seu trabalho está sendo reconhecido pelos alunos. Assim de posse dos dados sobre o seu desempenho poderão aprimorar aspectos demonstrados como deficitários e manter ou até melhorar nos quesitos onde já houve uma boa avaliação. Após a aplicação e divulgação dos resultados, foi realizado um trabalho de análise das respostas junto com os funcionários envolvidos, buscando alternativas que tragam benefícios para os alunos e para todo o processo educacional. Todos os profissionais tiveram em suas pastas, informações para que possam utilizar como maneira de melhorar sua prática diária, assim como, cada turma vem observando e reconhecendo o trabalho executado pelo profissional. As utilizações das informações contidas nos resultados dos questionários podem colaborar para que cada um possa desempenhar melhor as suas funções do dia a dia. Em relação aos professores e equipe pedagógica Nos dois quadros a seguir apresenta-se um comparativo referentes a avaliação de professores matérias de disciplinas diferentes da mesma turma, não identificamos a turma, nem a disciplina a que se refere para manter assim o sigilo proposto deste o inicio deste trabalho. Trata-se de uma comparação de desempenho profissional com dados reais retirados dos questionários de pesquisa preenchida pelos alunos do Ensino Médio: Turma: 1 Disciplina X 1 – É ASSÍDUO (NÃO FALTA) E CUMPRE O HORÁRIO DAS AULAS ? NUNCA AS VEZES 4 QUASE SEMPRE SEMPRE 2 5 2 – O PROFESSOR APRESENTA O CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO AO QUAL O ALUNO É SUBMETIDO? NUNCA 3 AS VEZES 9 QUASE SEMPRE 3 SEMPRE 3 – O PROFESSOR RESSALTA A IMPORTÂNCIA DA SUA DISCIPLINA NA FORMAÇÃO DO ALUNO? NUNCA 5 AS VEZES 7 QUASE SEMPRE 2 SEMPRE 4 – O PROFESSOR DEMONSTROU TER CONHECIMENTO DO CONTEÚDO DA SUA DISCIPLINA? NUNCA AS VEZES 7 QUASE SEMPRE SEMPRE 5 7 5 – O PROFESSOR EXPLICA O CONTEÚDO EM UMA LINGUAGEM COMPREENSÍVEL PARA O ALUNO? NUNCA 7 AS VEZES 7 QUASE SEMPRE 3 SEMPRE 6 – O PROFESSOR APARENTEMENTE PREPARA AS AULAS ANTES DE MINISTRA-LAS? NUNCA 4 AS VEZES 3 QUASE SEMPRE 9 SEMPRE 7 – O PROFESSOR CONSEGUE MANTER A DISCIPLINA E O DOMINIO DA SALA? NUNCA 12 AS VEZES 6 QUASE SEMPRE 2 SEMPRE 8 – O PROFESSOR MANIFESTOU ENTUSIASMO PELA SUA MATÉRIA? NUNCA AS VEZES 5 QUASE SEMPRE SEMPRE 7 5 9 – O PROFESSOR CUMPRE E FAZ CUPRIR AS NORMAS ESTABELECIDAS PELO COLÉGIO? NUNCA 3 AS VEZES 8 QUASE SEMPRE 5 SEMPRE 10 – O PROFESSOR EXIGIU NAS AVALIAÇÕES OS CONTEÚDOS DESENVOLVIDOS EM SALA? NUNCA 4 AS VEZES 7 QUASE SEMPRE 2 SEMPRE Quadro 9 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Corpo Docente - 2008 9 5 6 1 3 4 0 3 4 7 Fonte: Questionário avaliativo PDE Ao analisarmos as respostas acima podemos observar entre outros, que um dos problemas enfrentado pelo professor da disciplina X está relacionado com a disciplina em sala de aula, o que vai influenciar no desempenho em outros requisitos dentro do seu trabalho pedagógico. Assim sendo, é de grande pertinência tal informação visto que ela é colocada pelos alunos e não por um coordenador, em que 16 o professor pode alegar estar fora de sala de aula e quer opinar sobre o seu trabalho, quando não vive o dia a dia e a sua prática. Muitas vezes é esta a alegação dada por alguns professores quando participam de encontros pedagógicos e capacitações oportunizadas, dizendo que é muita teoria e a prática tem que aprender sozinho, sem auxílio. A opinião de quem está ali junto com ele(a) na sala de aula pode ser de grande valia, visto pelos alunos os quais são os causadores desta indisciplina, e os mesmos colocam na avaliação que a mesma prejudica o processo ensino aprendizagem, então os alunos tem a consciência que a falta da disciplina em sala prejudica. Cabe ao professor buscar formas de adquirir este domínio de sala. Descoberto o problema cabe buscar suas causas e principalmente as formas de solucioná-lo, encarando a situação de frente e sabendo que o problema foi detectado pelos agentes do processo, os alunos. Para Vasconcellos: “a equipe educacional da escola deve se reciclar, aperfeiçoar sua competência, de forma a poder fundamentar cientificamente suas práticas e mudar aquilo que tem que ser mudado” (2005, p. 97). Traz-se outro exemplo na mesma turma, de avaliação do professor(a), para poder estabelecer parâmetros de comparação de desempenho profissional e também da capacidade de avaliar que os alunos do Ensino Médio já apresentam, então. Turma 1 Disciplina Y 1 – É ASSÍDUO (NÃO FALTA) E CUMPRE O HORÁRIO DAS AULAS ? NUNCA AS VEZES 0 QUASE SEMPRE 1 SEMPRE 1 2 – O PROFESSOR APRESENTA O CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO AO QUAL O ALUNO É SUBMETIDO? NUNCA AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 1 SEMPRE 0 3 – O PROFESSOR RESSALTA A IMPORTÂNCIA DA SUA DISCIPLINA NA FORMAÇÃO DO ALUNO? NUNCA AS VEZES 2 QUASE SEMPRE 2 SEMPRE 0 4 – O PROFESSOR DEMONSTROU TER CONHECIMENTO DO CONTEÚDO DA SUA DISCIPLINA? NUNCA AS VEZES 0 QUASE SEMPRE 3 SEMPRE 0 5 – O PROFESSOR EXPLICA O CONTEÚDO EM UMA LINGUAGEM COMPREENSÍVEL PARA O ALUNO? NUNCA AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 1 SEMPRE 0 6 – O PROFESSOR APARENTEMENTE PREPARA AS AULAS ANTES DE MINISTRA-LAS? NUNCA AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 4 SEMPRE 0 7 – O PROFESSOR CONSEGUE MANTER A DISCIPLINA E O DOMINIO DA SALA? NUNCA AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 3 SEMPRE 0 8 – O PROFESSOR MANIFESTOU ENTUSIASMO PELA SUA MATÉRIA? NUNCA AS VEZES 2 QUASE SEMPRE 4 SEMPRE 1 9 – O PROFESSOR CUMPRE E FAZ CUPRIR AS NORMAS ESTABELECIDAS PELO COLÉGIO? NUNCA AS VEZES 2 QUASE SEMPRE 2 SEMPRE 0 10 – O PROFESSOR EXIGIU NAS AVALIAÇÕES OS CONTEÚDOS DESENVOLVIDOS EM SALA? NUNCA AS VEZES 0 QUASE SEMPRE 2 SEMPRE 0 Quadro 10 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Corpo Docente - 2008 18 18 16 17 18 15 16 13 16 18 Fonte: Questionário avaliativo PDE Pode-se observar que na mesma turma o professor da disciplina Y apresenta uma avaliação do desempenho muito melhor. O professor de posse destes dados deve se empenhar para que consiga atingir todos os alunos, pois sabe que está desempenhando um trabalho muito bom que é reconhecido pelos seus alunos. Não fazendo comparações entre profissionais, mas numa mesma turma, avaliações tão diferentes pode-se estruturar ações a serem desenvolvidas para auxílio do professor que não está conseguindo o domínio de classe. Assim, o professor ao constatar estes dados poderá utilizá-los para buscar melhorar o seu desempenho, sem buscar culpados ou desculpas, apenas com o intuito de melhorar como profissional. Como são dados oportunizados apenas ao profissional este deve agir sem alardes, ou estampando aos outros apenas suas qualidades, mas ser modesto e estar sempre buscando melhorar, o que o bom 17 profissional almeja. As dez questões colocadas para avaliação dos professores e que foram elaboradas pelo seu coletivo, reflete as necessidades informativas que os mesmos apresentaram durante as reuniões organizadas para este fim. Foi criado um banco de questões, identificando a vontade dos professores, sendo que cada uma responde a uma inquietação informativa e a soma das dez questões possibilita uma visão global de como o trabalho do professor está sendo efetuado, pois as mesmas se relacionam entre si, e todas têm importância para a realização do bom trabalho desenvolvido pelo professor. Poderia ser analisado aqui, questão a questão de cada professor e chegaríamos a conclusões diversas, mas a análise do questionário deve ser feita pelo próprio professor e é ele que deve procurar melhorar ou simplesmente ignorar os resultados e continuar sua prática mesmo sabendo das suas falhas e deficiências, mudar é difícil, mas não é impossível. Assim nesta relação de totalidade e complementaridade é que podemos buscar a melhoria do nosso fazer pedagógico, pois: A escola é o instrumento para elaborar os intelectuais de diversos níveis. A complexidade da função intelectual nos vários Estados pode ser objetivamente medida pela quantidade das escolas especializadas e pela sua hierarquização: quanto mais extensa for a “área” escolar e quanto mais numerosos forem os “graus” “verticais” da escola, tão mais complexo serão o mundo cultural, a civilização, de um determinado Estado. (GRAMSCI,1988: p.9). A equipe pedagógica e de direção, como os demais tem um papel de liderança importante para uma educação de qualidade. Foram propostas seis questões que dão uma visão de como o trabalho deste segmento está sendo desenvolvido na opinião dos alunos. Apresentamos a seguir um quadro que mostra como foi avaliada a direção do Colégio por uma turma do período matutino do Ensino Médio. 1ª Série & 1 – A DIREÇÃO DEMONSTA BOA VONTADE EM ATENDÊ-LO? NUNCA AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 5 0 2 – A DIREÇÃO DEMONSTRA COMPETÊNCIA PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE PROFESSORES E ALUNOS? NUNCA AS VEZES 5 QUASE SEMPRE 5 1 3 – A DIREÇÃO DEMONSTRA COMPETÊNCIA PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE ALUNOS COM OUTROS ALUNOS? NUNCA AS VEZES 5 QUASE SEMPRE 4 1 4 – A DIREÇÃO AUXILIA OS ALUNOS QUANDO PERCEBE ALGUMA DIFICULDADE? NUNCA AS VEZES 5 QUASE SEMPRE 7 0 5 – A DIREÇÃO É JUSTA AO TOMAR DECISÕES? NUNCA AS VEZES 0 QUASE SEMPRE 12 0 6 – A DIREÇÃO MOTIVA OS ALUNOS A FAZEREM O MELHOR QUE PODEM? NUNCA AS VEZES 3 QUASE SEMPRE 5 0 Quadro 11 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Setor Adm. e pedag. - 2008 SEMPRE 14 SEMPRE 9 SEMPRE 10 SEMPRE 8 SEMPRE 8 SEMPRE 11 Fonte: Questionário avaliativo PDE Ao observar o quadro de respostas desta turma do turno matutino vê-se que é necessária uma atuação da direção mais presente junto aos problemas vivenciados pelos alunos no seu relacionamento entre eles, e entre os professores. Também deve mostrar aos alunos os critérios utilizados para uma tomada de decisão que tenha haver com eles e se houve justiça em tal situação. Este fator é primordial para o desenvolvimento do caráter do jovem que está estruturando a sua personalidade e 18 ao reconhecer a justiça estabelecida em todas as ocasiões dentro do ambiente escolar, estará formando bases sólidas para sua vida como cidadão participativo e transformador da sociedade. A função de direção assume um papel importante na formação dos jovens, cada atitude deve ser bem pensada antes de ser colocada em prática, e sempre apresentar-se claramente aos alunos, uma vez que a escola existe em função deles. Ao se analisar um quadro de uma terceira série, também sobre o desempenho do Diretor, pode-se observar que houve alterações importantes. 3ª Série @ 1 – A DIREÇÃO DEMONSTA BOA VONTADE EM ATENDÊ-LO? NUNCA AS VEZES 2 QUASE SEMPRE 0 2 – A DIREÇÃO DEMONSTRA COMPETÊNCIA PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE PROFESSORES E ALUNOS? NUNCA AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 0 3 – A DIREÇÃO DEMONSTRA COMPETÊNCIA PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE ALUNOS COM OUTROS ALUNOS? NUNCA AS VEZES 2 QUASE SEMPRE 1 4 – A DIREÇÃO AUXILIA OS ALUNOS QUANDO PERCEBE ALGUMA DIFICULDADE? NUNCA AS VEZES 3 QUASE SEMPRE 2 5 – A DIREÇÃO É JUSTA AO TOMAR DECISÕES? NUNCA AS VEZES 2 QUASE SEMPRE 0 6 – A DIREÇÃO MOTIVA OS ALUNOS A FAZEREM O MELHOR QUE PODEM? NUNCA AS VEZES 3 QUASE SEMPRE 0 3 SEMPRE 15 3 SEMPRE 16 3 SEMPRE 14 4 SEMPRE 11 6 SEMPRE 12 SEMPRE 15 2 Quadro 12 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Setor Adm. e pedag. - 2008 Fonte: Questionário avaliativo PDE Observa-se que os alunos que já tem uma maior vivência escolar, podem também desfrutar de um melhor relacionamento com a direção, aparecendo nos quadros em verde, um maior número de alunos que assinalaram estas opções, mas mesmo assim, tem muitas ações que devem ser melhoradas. A observação mais completa, feita quadro a quadro, turma por turma, deve ocupar os espaços de reflexões que cada profissional sobre o seu fazer pedagógico, estudando as respostas, buscando soluções para as falhas apresentadas. A soma das avaliações sobre a direção no turno da manhã ficou demonstrada: Totalização do turno da manhã 180 alunos pesquisados 1 – A DIREÇÃO DEMONSTA BOA VONTADE EM ATENDÊ-LO? NUNCA 2 AS VEZES 25 QUASE SEMPRE 2 – A DIREÇÃO DEMONSTRA COMPETÊNCIA PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE PROFESSORES E ALUNOS? NUNCA 9 AS VEZES 18 QUASE SEMPRE 3 – A DIREÇÃO DEMONSTRA COMPETÊNCIA PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE ALUNOS COM OUTROS ALUNOS? NUNCA 10 AS VEZES 24 QUASE SEMPRE 4 – A DIREÇÃO AUXILIA OS ALUNOS QUANDO PERCEBE ALGUMA DIFICULDADE? NUNCA 11 AS VEZES 44 QUASE SEMPRE 5 – A DIREÇÃO É JUSTA AO TOMAR DECISÕES? NUNCA 10 AS VEZES 30 QUASE SEMPRE 6 – A DIREÇÃO MOTIVA OS ALUNOS A FAZEREM O MELHOR QUE PODEM? NUNCA AS VEZES 26 QUASE SEMPRE 6 Quadro 13 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Setor Adm./Pedag. - 2008 41 SEMPRE 112 49 SEMPRE 104 45 SEMPRE 101 54 SEMPRE 71 68 SEMPRE 72 42 SEMPRE 106 Fonte: Questionário avaliativo PDE Visto a totalização do turno da manhã, pode-se observar que os aspectos deficitários apontados nas turmas específicas vão se somando turma a turma e dão recursos para o profissional poder planejar ações pedagógicas e comportamentais para poder sanar as deficiências apontadas. 19 Apresentamos a seguir o quadro geral das opiniões sobre a direção: Total Geral do colégio Ensino Médio ( manhã + noite) 260 alunos pesquisados 1 – A DIREÇÃO DEMONSTA BOA VONTADE EM ATENDÊ-LO? NUNCA AS VEZES 31 QUASE SEMPRE 58 3 2 – A DIREÇÃO DEMONSTRA COMPETÊNCIA PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE PROFESSORES E ALUNOS? NUNCA AS VEZES 28 QUASE SEMPRE 66 13 3 – A DIREÇÃO DEMONSTRA COMPETÊNCIA PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE ALUNOS COM OUTROS ALUNOS? NUNCA AS VEZES 37 QUASE SEMPRE 57 12 4 – A DIREÇÃO AUXILIA OS ALUNOS QUANDO PERCEBE ALGUMA DIFICULDADE? NUNCA AS VEZES 52 QUASE SEMPRE 78 16 5 – A DIREÇÃO É JUSTA AO TOMAR DECISÕES? NUNCA AS VEZES 46 QUASE SEMPRE 93 11 6 – A DIREÇÃO MOTIVA OS ALUNOS A FAZEREM O MELHOR QUE PODEM? NUNCA AS VEZES 33 QUASE SEMPRE 58 9 Quadro 14 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Setor Adm./Pedag. - 2008 SEMPRE 168 SEMPRE 153 SEMPRE 154 SEMPRE 114 SEMPRE 110 SEMPRE 160 Fonte: Questionário avaliativo PDE Observando-se este quadro, pode-se ter uma noção ampla de como o trabalho deste profissional está sendo visto pelos alunos do colégio. Dois pontos aparecem como de um desempenho que precisa melhorar na opinião dos alunos e que se refere a competência para solução de problemas envolvendo alunos e professores e na justiça das ações tomadas pela direção. Sempre que algo atinge diretamente pode-se ter julgamentos mais passionais, mas mesmo assim tem um valor como informação para tomada de atitudes que visem melhorar o desempenho profissional. O trabalho na direção de uma instituição escolar é função que tem uma dinâmica pautada na reflexão constante na busca da melhoria da qualidade da educação ofertada, e, para tal dentro de uma gestão democrática toda e qualquer opinião deve ser considerada, e analisada para buscar esta melhoria, não podendo ser descartada as críticas que às vezes podem parecer absurdas porém podem trazer algum crescimento profissional quando analisadas sobre a ótica ampla de opiniões sobre uma mesma questão, aprender a ver os dois lados de cada história é crescer na análise das situações vivenciadas na pratica diária. A gestão democrática da escola pública é uma prática em implantação gradativa, pois a própria democracia está aos poucos se firmando na sociedade brasileira, e talvez este seja um dos grandes papéis que a história nos reservou, aprender a prática democrática de verdade, não a politicagem de muitos anos que a nossa história foi marcada. “A constituição do coletivo escolar autônomo deve, portanto, ser eminentemente flexível e dinâmico” (Pistrak, 2000, p.184). Outro grupo de profissional que tem no seu trabalho o peso de influir diretamente na qualidade da educação em uma escola, as professoras pedagogas tiveram o seu desempenho profissional avaliado pelos alunos, no questionário foi adotado chamar pelo termo mais utilizado pelos próprios alunos “orientadora”, pois a designação de “ professor pedagogo” ainda não é utilizada pelos alunos, então, para que a identificação pelos mesmos ocorresse adotou-se chamar de “ orientadora” devido ao cargo ser ocupada por uma professora pedagoga, e em cada turno esta função é exercida por uma professora distintamente, assim, podemos observar no quadro a seguir o exemplo de uma turma do turno da noite: 20 1ª Série & 1 – A ORIENTADORA DEMONSTRA BOA VONTADE EM ATENDÊ-LO? NUNCA 2 AS VEZES 3 QUASE SEMPRE 3 2 – A ORIENTADORA DEMONSTRA COMPETÊNCIA PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE PROFESSORES E ALUNOS NUNCA 0 AS VEZES 4 QUASE SEMPRE 8 3 – A ORIENTADORA DEMONSTRA COMPETÊNCIA PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE ALUNOS COM OUTROS ALUNOS? NUNCA AS VEZES 1 QUASE SEMPRE 4 0 4 – A ORIENTADORA AUXILIA OS ALUNOS QUANDO PERCEBE ALGUMA DIFICULDADE? NUNCA AS VEZES 2 QUASE SEMPRE 7 3 5 – A ORIENTADORA É JUSTA AO TOMAR DECISÕES? NUNCA 1 AS VEZES 7 QUASE SEMPRE 4 6 – A ORIENTADORA MOTIVA OS ALUNOS A FAZEREM O MELHOR QUE PODEM? NUNCA AS VEZES 2 QUASE SEMPRE 3 1 Quadro 15 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Setor Pedagógico - 2008 SEMPRE 12 SEMPRE 8 SEMPRE 15 SEMPRE 8 SEMPRE 8 SEMPRE 14 Fonte: Questionário avaliativo PDE A observação dos dados contidos no quadro referente à avaliação da orientadora do turno noturno feita pelos alunos de uma primeira série do Ensino Médio mostra vários pontos importantes para serem analisados, como o item referente à motivação dos alunos aparece bem destacado como a maioria dos alunos se sentem motivados, e como nas relações entre professores e alunos precisa melhorar este quesito, são através destas observações dos dados postulados pelos alunos que poderemos melhorar na prática diária do nosso fazer pedagógico. Outra questão difícil é a tomada de decisões consideradas justas pelos alunos, onde a maioria respondeu que a professora pedagoga atua com precisão e toma as decisões consideradas justas, é muito difícil estabelecer critérios de justiça frente à grande variedade de situações que vivenciamos no dia a dia escolar, então de posse desses resultados o profissional poderá desenvolver estas ações com mais segurança, procurando manter e melhorar as suas ações. Observado a totalização das respostas disponibilizadas pelos questionários dos alunos do noturno sobre o desempenho profissional da professora pedagoga temos o seguinte: Resultado das turmas do noturno 80 alunos pesquisados 1 – A ORIENTADORA DEMONSTRA BOA VONTADE EM ATENDÊ-LO? NUNCA AS VEZES 20 QUASE SEMPRE 12 3 2 – A ORIENTADORA DEMONSTRA COMPETÊNCIA PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE PROFESSORES E ALUNOS? NUNCA AS VEZES 16 QUASE SEMPRE 24 2 3 – A ORIENTADORA DEMONSTRA COMPETÊNCIA PARA SOLUCIONAR PROBLEMAS DE RELACIONAMENTO ENTRE ALUNOS COM OUTROS ALUNOS? NUNCA 2 AS VEZES 13 QUASE SEMPRE 13 4 – A ORIENTADORA AUXILIA OS ALUNOS QUANDO PERCEBE ALGUMA DIFICULDADE? NUNCA 7 AS VEZES 16 QUASE SEMPRE 19 5 – A ORIENTADORA É JUSTA AO TOMAR DECISÕES? NUNCA 6 AS VEZES 26 QUASE SEMPRE 22 6 – A ORIENTADORA MOTIVA OS ALUNOS A FAZEREM O MELHOR QUE PODEM? NUNCA AS VEZES 6 QUASE SEMPRE 18 3 Quadro 16 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Setor pedagógico - 2008 SEMPRE 45 SEMPRE 38 SEMPRE 52 SEMPRE 38 SEMPRE 26 SEMPRE 53 Fonte: Questionário avaliativo PDE De posse dos dados obtidos nos questionários o pedagogo poderá planejar ações a serem desenvolvidas junto aos alunos para sanar as dificuldades apontadas 21 e desenvolver ainda mais os pontos positivos assinalados. Concorda-se com Paulo Freire (2005,p.23) que diz “Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças, não se reduzem à condição de objeto um do outro...” Também é interessante apresentar um quadro com a auto-avaliação dos alunos de uma das séries do Ensino Médio, os quais colocam posicionamentos sobre a sua atitude como aluno, mostrando como eles são capazes de discernir sobre os fatores importantes da sua vida, e o reconhecimento do quanto a escola é importante para sua formação Observemos o quadro a seguir e vamos tirar algumas conclusões: Você como aluno do Ensino Médio: 1 – É ASSÍDUO (NÃO FALTA) E CUMPRE O HORÁRIO DAS AULAS ? NUNCA 1 AS VEZES 3 QUASE SEMPRE 7 SEMPRE 9 2 – APRESENTA ESTUDOS E TAREFAS EM DIA, CUMPRE AS EXIGENCIAS DE AVALIAÇÃO? NUNCA 1 AS VEZES 3 QUASE SEMPRE 9 SEMPRE 7 3 – ESTUDA PARA APREENDER E NÃO SÓ PARA TER NOTAS? NUNCA 3 AS VEZES 4 QUASE SEMPRE 6 SEMPRE 7 4 – FAZ PERGUNTAS SOBRE O CONTEÚDO QUE NÃO ENTENDEU E NÃO RI DOS COLEGAS QUE AS FAZEM PEDINDO EXPLICAÇÕES AO PROFESSOR(A)? NUNCA 3 AS VEZES 4 QUASE SEMPRE 5 SEMPRE 8 5 – PROCURA IR ALÉM DOS CONTEÚDOS EXPLICADOS PELO PROFESSOR(A) DURANTE AS AULAS PESQUISANDO EM OUTRAS FONTES (INTERNET, ENCICLOPÉDIAS, LIVROS, ETC...)? NUNCA 5 AS VEZES 8 QUASE SEMPRE 4 SEMPRE 3 6 – É DISCIPLINADO, PRESTA ATENÇÃO E NÃO FAZ ATIVIDADES DIFERENTES À DA AULA (OUVIR MUSICA, LER REVISTAS, ETC...)? NUNCA 1 AS VEZES 4 QUASE SEMPRE 8 SEMPRE 7 7 – AUXILÍO A MINHA TURMA A MANTER UM CLIMA EDUCACIONAL FAVORÁVEL AOS ESTUDOS NA SALA DE AULA ( E NÃO A BAGUNÇA) ? NUNCA 4 AS VEZES 6 QUASE SEMPRE 6 SEMPRE 4 8 – CASO TENHA NOTA(S) ABAIXO DA MÉDIA, ESTUDA MAIS ESTAS MATÉRIAS A FIM DE SUPERAR ESTÁ DIFICULDADE? NUNCA 1 AS VEZES 5 QUASE SEMPRE 3 SEMPRE 11 9 – RESPEITA O PATRIMONIO PUBLICO DA ESCOLA (BANHEIRO, CORREDORES, SALAS DE AULA, CARTEIRAS, CADEIRAS E O MATERIAL ESPORTIVO) PARA CONSERVA-LOS? NUNCA 1 AS VEZES 3 QUASE SEMPRE 4 SEMPRE 12 10 – TRATA COM RESPEITO E EDUCAÇÃO OS FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA E OS SEUS PROFESSORES? NUNCA 1 AS VEZES 3 QUASE SEMPRE 3 SEMPRE 13 Fonte: Questionário avaliativo PDE Quadro 17 Col. Est. Arthur da C. e Silva - Corpo discente - 2008 Ao analisarmos o quadro, vemos que alguns alunos foram severos na sua auto-avaliação, mostrando que os mesmos já se encontram maduros para ter opinião sobre os outros e sobre si mesmos. Um item que chama a atenção, é que a maioria dos alunos não tem o hábito de procurar aprofundar seus conhecimentos fora do ambiente da sala de aula, não utilizando os outros meios de aquisição de informações. Esta auto-avaliação que os professores terão acesso nas turmas onde ministram aulas, será de grande valia, pois possibilita fazer associação de como os alunos avaliaram o professor e como se auto-avaliaram, ajudando na busca de soluções para as carências observadas. “Os sonhos são projetos pelos quais se luta. Sua realização não se verifica facilmente, sem obstáculos. Implica, pelo contrário, avanços, recuos, marchas às vezes demoradas. Implica luta.”(FREIRE,2000 p.54) As mudanças de comportamento, de atitude não são instantâneas, mas podem ser conseguidas a partir do momento que se assume a importância de 22 melhorar. Pode acontecer que com o passar do tempo haja acomodação e passe-se a desempenhar nossas funções quase que automaticamente e não parem para pensar se esta realmente atendendo as necessidades daqueles que precisam do deste trabalho. Este parar para pensar, de posse de dados concretos, é o que se vivenciou com os alunos e os profissionais da educação atuantes no colégio. Conclusão O objetivo inicial da ação foi o de incentivar o envolvimento no trabalho pedagógico de cada profissional para que se sentisse importante para o processo educacional. Após a aplicação de 260 questionários nas turmas do Ensino Médio matutino e noturno, pode-se chegar a indicadores validados. No processo de elaboração, quando alguns profissionais ficaram um pouco temerosos quanto a uma avaliação oportunizada ao corpo discente. Talvez por não se ter o hábito de “ouvir” os alunos, por achar que eles não têm capacidade para avaliar e que aproveitariam esta chance para se vingar. Mas a grande maioria deles ficou animada com a possibilidade de ter este tipo de avanço pedagógico para planejar ações visando aprimorar sua prática. Foi surpreendente a aceitação por parte dos profissionais do colégio, A forma de como a proposta foi apresentada, sendo de maneira democrática a elaboração das questões constituiu-se em fator decisivo para esta aceitação. Durante o processo de aplicação, houve um crescimento na relação de todos os profissionais com o corpo discente, e os alunos passaram a observar com mais atenção as atividades desenvolvidas no colégio. O envolvimento dos profissionais e dos alunos do Ensino Médio ficou evidente durante todo o processo. Como os alunos eram sorteados para o preenchimento dos questionários e estes não eram identificados houve liberdade de opinião, ou seja, liberdade de expressão. Quando se idealizou este tipo de avaliação, pensou-se principalmente em aprimorar o envolvimento, o comprometimento com o avanço do processo de ensino-aprendizagem no colégio. Fazer com que todos se sintam partes do todo e que cada parte é importante, de que em educação nada se consegue sozinho e que todos devem colaborar para atingir-se um bem maior dentro da formação de nossos jovens. Este trabalho superou as expectativas e espera-se ser apenas o início de uma tomada de atitude, onde se estabeleça o hábito de ouvir os alunos, os colegas, enfim, a todos com os quais convivemos no processo educacional que necessita de constantes mudanças e melhorias. amadurecimento de concepções educacionais O processo de transformadoras e necessárias, já se iniciou. Desde que as tecnologias evoluem a passos gigantes, portanto, não podemos ficar andando em passos de anões. Temos que acompanhar estes avanços, sem jamais perder o carinho, o amor pela profissão que acima de tudo forma pessoas, seres humanos que necessitam deste carinho para se tornarem pessoas boas, solidárias, tão necessárias na construção de uma sociedade mais igualitária e justa para um mundo melhor. As evidências das melhorias ocorridas no desempenho profissional se darão durante o transcorrer do tempo, com o amadurecimento de cada um e com a aplicação das medidas de melhorias nas fragilidades que se puder descobrir pela avaliação dos alunos. Espera-se com sua continuidade alcançar níveis satisfatórios no transcorrer do processo, pois totais é utopia, mas que deve ser buscada. Tem-se certeza que, a influência foi positiva para aqueles profissionais que não se envolviam em seu 23 trabalho, apenas cumprindo horário e esperando o fim do mês para receber o salário, e o fim do tempo de serviço para se aposentar, estão mais envolvidos na sua realidade como educadores. A educação de qualidade social na escola pública é possível se todos se envolverem neste processo, alunos auxiliando os professores, funcionários e a equipe pedagógica, e vice-versa, todos buscando os mesmos objetivos, alcançá-los é desafiador, mas não é impossível para quem reflete antes, durante e após as ações realizadas. Espera-se que quando este envolvimento for sentido por parte do corpo discente, isto é, que os profissionais estão se empenhando em buscar dar o melhor de si para a realização do seu fazer diário, eles passarão também a ter uma postura diferente levando isto para os seus lares e concomitantemente poder-se-a fazer com que as famílias passem a se envolver mais no trabalho escolar, participando das atividades desenvolvidas pelo colégio, a haja a elevação do nível de consciência na comunidade. Conseguir o envolvimento dos profissionais da educação, dos alunos e das famílias fará com que a sociedade do entorno da escola, também se envolva e valorize a educação que todos têm direito e que pode ser obtida em uma instituição pública. A educação deve ser a mesma para todos, não importando a sua classe econômica ou social, educação de qualidade para todos, este é o objetivo maior. Esta atividade avaliativa do desempenho profissional individual dos profissionais da educação que atuam no Colégio Estadual Arthur da Costa e Silva pode ser tomada como referência de análise para outras escolas, não como modelo, pois cada escola tem sua realidade particular, e as questões avaliativas tem de partir dos próprios profissionais, de maneira democrática e participativa para que o processo tenha validade na realidade onde está inserida. Com as informações obtidas através dos questionários respondidos pelos alunos e os resultados entregues de forma sigilosa aos profissionais pode-se melhorar a prática diária, buscando atingir de forma satisfatória aos alunos, tendo por base os resultados que eles mesmos proporcionaram, assim ficará mais fácil atingir as expectativas que estarão estampadas na melhoria da qualidade da educação em nosso colégio. Foi dada através do Programa PDE uma contribuição para melhorar o ambiente de trabalho e aprendizagem, fazendo com que todos os envolvidos no processo educacional se sintam importantes para se atingir resultado melhor na busca de uma escola publica séria que prima por sua boa reputação em oferecer um ensino de qualidade para todos os alunos. Referências ARROYO M. G. Oficio de Mestre - Imagens e auto-imagens - Petópolis - RJ : Vozes, 2000. BRASIL Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA - Lei 8.069/90. Brasília, 1990 ______. 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