Boletim Informativo Clube Niteroiense de Montanhismo Ano X – número 25 Niterói, Junho de 2014 Abertura da Temporada de Montanhismo do PARNASO: Um Dia de Vários Cumes • • • • • Croqui: Via Moby Dick, uma via esquecida no Morro do Morcego • Montanhismo nos parques estaduais do Rio de Janeiro • Os Cuidados com as mãos • Temos que cuidar de nosso equipamento • Meteorologia para Montanhistas • 2 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 mensagem do presidente sugestão de leitura Que venha 2014! Tenha uma boa leitura! Por Alex Figueiredo Por Maria de Lourdes, Eny Hertz e Leandro do Carmo Feliz Solstício de Inverno! No Guidão da Liberdade, de Antonio Olinto Ferreira Prezados montanhistas, chegou a melhor estação para o montanhismo! Adeus Sol, tu estás longe da gente! Temos agora noites mais longas e, por consequência, dias mais agradáveis para nos pendurar nas rochas e passear pelas trilhas, então, vamos aproveitar! Até o meio do ano completamos quase 80 atividades pelo Clube, atividades que nos levaram à floresta e para a rocha, além da integração de nós, montanhistas, com atividades que nos levaram a troca e aprendizado, apreciação de lindas vistas e de conhecer novos lugares ... por que não continuar? Agora temos uma estação que, se a floresta não nos agracia nem com flores e nem com frutas, temos um céu azul lindíssimo que nos permite fotos incríveis! Temos as serras com suas temperaturas negativas e estrelas imperdíveis! Logo, o que vocês estão fazendo aqui lendo isso? Corram para a pedra! Beijos a todos Alex Figueiredo Presidente fique de olho Sócios do CNM!!! Novembro se aproxima... Final do ano teremos eleição para nova diretoria que administrará o clube pelos próximos 2 anos. O tempo passa... A última eleição foi no final de 2012, em assembléia realizada no Bar do Quilombo, no Engenho do Mato, vocês se lembram??? De acordo com nosso estatuto, serão escolhidos o presidente, vice-presidente e tesoureiro, bem como o conselho fiscal. Mas para exercer o direito de votar e ser votado, o sócio deverá estar em dia com sua anuidade ou semestralidade. Caso esteja em atraso, regularize já!!! O tempo voa, organize já a sua chapa. Em breve enviaremos o calendário. É uma incrível história do brasileiro que deu a volta ao mundo em uma bicicleta, durante três anos e meio. Passando pela Europa, África, Ásia e América (total de 34 países e 46.620 km) http://www.olinto.com.br/ livro.htm O Caminho do Guerreiro da Rocha, de Arno Ilgner Excelentes dicas para esvaziarmos nossas mentes durante a escalada, aceitarmos novos aprendizados e melhorarmos nossa habilidade na rocha! h t t p : / / w w w . companhiadaescalada. com.br/pt/livros-demontanhismo-escalada/ocaminho-do-guerreiro-darocha/ https://www.facebook.com/arno.ilgner Montanhismo Brasileiro: Paixão e Aventura, de Antônio Paulo Faria O livro fala sobre a evolução da escalada brasileira, dentro do contexto mundial. Ilustrada com histórias interessantes e algumas até inusitadas. Uma excelente leitura para quem quer conhecer mais a fundo o montanhismo brasileiro. Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 3 artigo Meteorologia para Montanhismo Por Alex Figueiredo Vários elementos da natureza sempre exerceram fascínio ao homem, principalmente pelo fato dele estar sujeito a estes elementos. O clima é justamente um destes elementos, pois sempre influenciou o homem, modelando suas moradias, seus plantios, suas viagens e migrações. No montanhismo, observar o clima acaba remontando a esse “que” primitivo nosso, de olhar ao céu e pensar “posso ir nessa montanha hoje!” O clima é um estudo que, por incrível que pareça, envolve estatística e cartografia. Já a meteorologia, envolve física e matemática, pois o estudo das condições meteorológicas envolve o conhecimento de densidade do ar, deslocamento de massas, etc. Mas também tem o conhecimento que nos chega de mais próximo, que é o empírico, o qual aprendemos em nossas caminhadas pela troca, pelo “ouvi falar”, que é extremamente funcional em diversas situações. De conhecimento popular, temos: • Vento este-sudoeste – Nevoeiro (pescadores de Itaipu); • Nuvens baixas no Elefante e no Telégrafo (PESET) – Chuva (uma coroa em Itacoatiara); • Andorinhas voando baixo – Chuva (meus avós); • Aro de nuvens na lua – sol forte no dia seguinte (meus avós); • Rabo de galo no céu (Cirrus) – Tempestade (um pedreiro em 2010); • Vento sudoeste – Chuva com mar mexido (qualquer playboy em Niterói); • Viração de formigas – quando as formigas fazem a mudança de seu formigueiro de lugar (Salinas em 2005); • Etc. Entretanto, temos também a ciência como conhecemos hoje, que nos auxilia diretamente em nossas atividades, pois podemos monitorar a chegada de uma frente fria com grande facilidade pelos radares meteorológicos hoje existentes e acessados via web, assim como as imagens de satélites e outras fontes. O clima em montanha sempre nos prega peças pelas suas particularidades, como é o caso de Itatiaia, onde temos temperaturas negativas com facilidade no inverno (a cada 100 metros de altitude a temperatura cai cerca de 0,7 graus, logo... se a gente sobe 2.000 metros, temos no mínimo uma temperatura de 14 graus a menos que o nível do mar). Da próxima vez que verem um termômetro de temperatura na sua casa, imagine a temperatura lá em cima e a neve como visitante ocasional! Mas não é sempre que temos a neve, pois ao contrário do que a maioria acha, não basta o frio intenso, temos que ter umidade no ar, logo, a última nevasca aconteceu em SETEMBRO, no fim do inverno, e não no seu auge! Quando pensarmos em montanha, pensemos então na ciência, usando o que temos acessível, tal como os sites de previsão climática, que atualmente possuem uma ótima exatidão, mas nunca, repito nunca, ignorem o conhecimento popular, pois o caboclo que encontramos na roça, ou o montanhista das antigas, muitas vezes tem um conhecimento extremamente acurado para o “aqui e agora” na montanha. Fotos de atividades Via Visão oposta - morro do morcego 4 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 SEGURANÇA/TÉCNICA Temos que cuidar de nosso equipamento Por Leandro do Carmo Olá pessoal! Há algumas semanas atrás, recebi um e-mail em uma das listas da qual participo, relatando um caso sobre uma deformidade em uma corda de escalada, conforme texto abaixo: E-mail 1 “Amigos, vejam tenho uma corda da marca Roca, 9,8mm, 60m, uso em escaladas de paredes, esportivas e top rope, sempre após uma escalada costumo verificar sua integridade, esta semana após escalar a Via Chaminé Stop, fiz uma limpeza com pano úmido e junto fazendo um exame da mesma, foi que verifiquei um leve desgaste da capa, porém percebi uma depressão que fez suspeitar que houve um rompimento da alma, procurei e li várias informações em sites de escalada sobre o assunto, tais informações apontam para o rompimento talvez parcial da alma. Em tempo: Corda em uso regular semanal por 1 ano e 3 meses! O trecho esta a 5m de uma das pontas!” E-mail 2 “Blz galera, (...) verifiquei toda a extensão da corda e não há outros trechos comprometidos como este, retirei a capa com extremo cuidado para não afetar a alma no momento do corte, há sim um tipo de “mastigado” nas tramas da alma, e tocando com os dedos percebe-se uma falha, um afinamento do tecido, com certeza estava com algum dano, já evoluindo para um rompimento total ou parcial!” Bom, mas o que podemos fazer? Todo equipamento possui um prazo de validade determinado pelo fabricante. É claro que não nos cabe agora discutir sobre esses prazos. Mas o que devemos ter consciência é que mesmo dentro do prazo de validade, dependendo ou não de como é utilizado, eles podem apresentar alguma falha. É claro que nem todas as falhas podemos perceber, mas uma simples inspeção visual após a escalada deve ser obrigatória! Quantas vezes chegamos em casa e nem desarrumamos a mochila para o próximo dia de escalada? E se o nosso amigo não tivesse feito essa inspeção em sua corda? São simples cuidados que podem fazer a diferença! Então, depois da escalada: 1 – Ao chegar em casa, pendure todo o seu equipamento em local arejado e abrigado do calor e raios solares, mesmo que ele tenha ficado dentro da mochila; 2 – Verifique o gatilho e as roscas de todos os mosquetões e depois procure por fissuras que possam ter aparecido, principalmente após pancada ou queda; 3 – Verifique as costuras, principalmente na parte onde ela fica em contato com o mosquetão, retirando a sujeira, caso tenha; 4 – As fitas, cordeletes, cadeirinhas e solteiras também devem passar pela inspeção, retirando-se toda sujeira e verificando sua integridade; 5 – Para as cordas, procure por nódulos internos, dobras incomuns ou pontos de avaria na capa, faça movimentos de arco em toda sua extensão em busca de dobras formando quinas, o que identifica avarias na alma da corda; 6 – Nunca lave o equipamento com produtos químicos, utilize sempre o recomendado pelo fabricante; 7 – Em caso de dúvida, entre em contato com o fabricante, mesmo que esteja fora da garantia; 8 – Não tenha pena de aposentar seu equipamento, sua vida vale muito mais que ele!!! Boas escaladas! Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 5 Relato ATM PARNASO - UM DIA DE VÁRIOS CUMES! Alguns grupos foram de carro, outros de van, outros acamparam, enfim, cada um deu seu jeito. Chegamos no Parque por volta das 7:40h da manhã e fomos para a Barragem, início de nossa aventura. O grupo do Collares já havia subido, ficando o grupo do meu irmão, que seguiria para o Sino. Eles saíram na frente e nós, um pouco depois, pois ainda ficamos aguardando o Vinícius Araújo, mas como havíamos marcado as 07:30h e já era 08:30h, resolvemos subir também. Se ele chegasse, nos alcançaria ainda no caminho. A Abertura da Temporada de Montanhimo do Parque Nacional da Serra dos Órgãos aconteceu no dia 17 de maio. Vários clubes marcaram presença e muitos montanhistas também. Vários cumes foram alcançados, deixando as trilhas do parque bem povadas!!! O CNM não poderia ficar de fora! Fomos 17, fazendo vários cumes, entre eles: Mirante do Inferno, Passagem da Neblina, Pedra do Sino, Verruga do Frade e Agulha do Diabo. Abaixo, seguem alguns relatos dessas belíssimas atividades: mirante do inferno Por Leandro do Carmo Participantes: Leandro do Carmo, Ary Carlos, Alessandra Neves, Marcelo Sá, Patrícia Lima e Vinícius Araújo. Aproveitei o evento da Abertura da Temporada de Montanhismo do Parque – ATM PARNASO, e abri a atividade no Clube Niteroiense de Montanhismo para o lugar na qual sempre tive vontade de ir. Na verdade, queria conhecer o caminho que faria para uma possível investida na Agulha do Diabo, um sonho de 11 entre 10 escaladores!!! Outros guias do clube abriram atividades. Estávamos em vários grupos indo para diferentes lugares do parque, entre eles: Pedra do Sino, com o meu irmão, Leonardo Carmo; Passagem da Neblina, com o Leandro Collares; Verruga do Frade, com o Alfredo Castinheiras (este em uma atividade do CET); e o Luiz Coelho Rala Bota, de surpresa, no cume da Agulha do Diabo. Começamos a caminhada. Um dos acessos para o Mirante do Inferno é seguindo pela trilha do Sino até a Cota 2000, onde pegaríamos o Caminho das Orquídeas. E foi esse que fizemos. Seguimos subindo e com uns 15 minutos de trilha, o Vinícius me ligou, avisando que estava entrando no Parque. Avisei que já tínhamos começado e ele sugeriu que o esperássemos na cachoeira Véu da Noiva. Como teríamos que esperar o Vinícius, tratamos de andar um pouco mais lento. Assim, passado algum tempo, chegamos na cachoeira, onde fizemos nossa primeira parada. Como era um evento, o parque estava cheio. Tinha gente para tudo quanto é lado! No Véu da Noiva, não seria diferente. Vários grupos foram chegando e parando para descansar. O Vinícius chegou uns 15 minutos depois, suando bastante, apesar da temperatura amena. Mas andar rápido é assim mesmo! Continuamos subindo, agora com o grupo completo. Estávamos em um grupo de 6, o que tornou a caminhada muito agradável e engraçada. Todos num alto astral!!!!! Passamos pela Cachoeira do Papel, o local do antigo Abrigo 2 e chegamos em nossa segunda parada, o antigo Abrigo 3. Alí, aproveitamos para fazer um lanche. O Marcelo e a Patrícia foram no Mirante, mas as nuvens não permitiram ver muita coisa. Ficamos ali durante mais alguns minutos e continuamos a subida. Ao longo da subida avistamos algumas cordadas que estavam no Paredão Paraguaio, na Pedra da Cruz. Foi um desafio achar os escaladores entre vegetação e em outros pontos da via. Andamos mais e chegamos na Cota 2000, o começo do Caminho das Orquídeas. Aqui, realmente a trilha do dia começava! Começamos a descer e logo chegamos num mirante, onde dali já teríamos uma vista 6 alucinante do caminho, mas vista que era bom nada. Somente nuvens!!! Tudo branco, meio cinza... Continuamos descendo até chegarmos ao ponto onde provavelmente deu no nome ao caminho. Mas cadê as orquídeas? Nem sinal... Falo isso, pois conta a história que Salomyth, Minchetti e Thiers, todos montanhistas do CEB, ao procurarem um novo e mais fácil acesso a Agulha do Diabo, se depararam com uma pedra de bom tamanho coberta de musgo, batizada com nome de “Pedra do Tapete”, na qual pendia uma imensidão de orquídeas em flor. De tanta beleza, resolveram dar o nome do caminho de “Caminho das Orquídeas”. (Leia mais) (http://www.celight.org.br/ artigos/caminhodasorquideas.php) Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 Como o tempo estava fechado, todos ficaram desanimados, pensando que não fosse possível ver nada! Falei que daqui a pouco o tempo iria abrir, ficaria algum tempo aberto, tempo suficiente para batermos bastante fotos e depois fecharia novamente. E não é que minhas palavras se tornaram realidade!!! Aos poucos as nuvens foram diminuindo. A visibilidade foi melhorando... e em minutos ela estava lá! Ainda não dava para vê-la perfeitamente, mas pelo menos tínhamos certeza que estava ali! A Agulha do Diabo se mostrava mas bela do que nunca. Eleita uma das 15 escaladas mais espetaculares do planeta, a Agulha foi conquistada em junho de 1941, por escaladores do Centro Excursionista Brasileiro – CEB. O caminho a partir dali ficava mais difícil, porém melhor, com mais emoção. Cruzamos córregos, andamos dentro do córrego, pulamos pedras, abaixamos, levantamos e finalmente chegamos no “Acampamento Paquequer”, uma pequena clareira que serve de acampamento para quem vai escalar a Agulha. Dali continuamos subindo. Nem havia dito, mas encontramos três bifurcações no caminho, umas mais óbvias, outras nem tanto, mas na ida, deve-se ficar sempre na direita, e na volta, a esquerda. Mais uma subida e chegamos a beira de um penhasco e foi só contornar uma pedra a esquerda e subi-la pelo lado oposto para estarmos no Mirante do Inferno! O tempo estava bastante fechado e não dava para ter muita noção do que veríamos pela frente. Aos poucos todos foram subindo. Aproveitei para esquentar a água e preparar um café. Alguns minutos depois, chegou mais um grupo grande, por coincidência, todos também de Niterói. O café estava pronto e para acompanhá-lo, um delicioso sanduíche com uma pasta especial, preparado pela Patrícia, a primeira atração do dia!!!! Foi um verdadeiro almoço... Ah se toda escalada fosse assim... Assim que as nuvens se dissiparam, percebi alguma coisa no cume. Eram duas pessoas. Estavam sentadas, contemplando aquela vista, que somente agora se mostrou tão bela. Como havia visto o Cabra Macho, esse é o nome do carro do Coelho Rala Bota, estacionado lá na Barragem, pensei logo que poderia ser ele. Ainda mais que eu sabia que o Coelho tinha programado de subir a Agulha na semana anterior, mas que devido a chuva foi adiado. Apesar das evidências, não tinha certeza. De repente, o tempo abriu totalmente e vi que um deles usava um capacete Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 7 pedra do sino Por Leonardo Carmo Participantes: Mariana Silva Abunahman, Paulo Ruas Pereira Coelho, Renata Batista Garcia, Stephanie Maia A nossa expedição começou uma semana antes com os preparativos. A Stephanie e o Paulo nunca tinham feito o Sino. Com certeza rolou uma expectativa por parte deles e confesso que da minha parte também. amarelo, o mesmo que o Coelho usa, o outro, que estava em pé, parecia o David. Não tive dúvida! Gritei bem alto: “RAAALLLLLLAAAAA BOOOOTTTTAAAA”. Na mesma hora tive a resposta!!!! “Quem é???? E eu respondi: “PITBULLLLLLLL” Eram realmente eles!!! O David me pediu para bater algumas fotos, o que é claro, já havia feito! Fiquei muito feliz por eles e me deu uma vontade imensa de estar lá... Mas essa ficará para a próxima! Aproveitei para tirar algumas fotos de outros grupos que estavam em outros cumes: o São João, Pedra da Cruz e Verruga do Frade. Um visual de tirar o fôlego! O tempo começou a fechar novamente. E em pouco minutos não víamos mais nenhum cume a nossa volta. Sem visibilidade, resolvemos descer. E assim caminhamos de volta. Mas quem disse que o dia terminou? De volta à Barragem, nos dirigimos à Casa dos Montanhistas, local onde seria realizada a parte social do evento. Tinha bastante gente e o clima era super agradável. Não tivemos tempo para arrumar o stand do clube, mas nem por isso desanimamos. Do clube, fomos os primeiros a chegar. Depois veio o Alfredo, junto com o pessoal do CET. Encontrei o Luiz Coelho e o David, cumprimenteios pela grande conquista! Aos poucos todos foram chegando. Preparamos mais um café e fizemos um lanche merecido! Ao cair da noite, todos já estavam reunidos. A banda que animou a festa, só tocou clássicos do rock, de Led Zeppelin a Guns n’Roses. Foi um grande evento. Um dia para ficar na história!!!!! Valeu pessoal, até a próxima!!!! Trocamos e-mails durante toda a semana. Foi bom que conseguimos alinhar todos os detalhes. Stephanie, Mariana e eu, partimos para a expedição de carro. O Paulo foi de van com parte do pessoal do CNM e a Renata foi com o Collares e Eny no carro deles. Na van estava mais um grupo formado por Leandro Carmo, Ary, Alessandra, Marcelo e Patricia rumo ao Mirante do Inferno. Saímos de Niterói pontualmente como havíamos combinado. Quando chegamos em Terê, paramos para tomar uma café, até porque fazer isso às 5:00h da manhã é difícil. Eu, como a qualquer hora, tenho um apetite sinistro (rsrsrs). Enquanto a gente saboreava um café com leite e pão com manteiga, a Renata já nos esperava no ponto de encontro, na Barragem, e o pessoal da van ia chegando. Depois de todo mundo pronto, o nosso grupo, dominado por mulheres, deu início a expedição rumo ao Sino. Saímos às 8:20 h. 8 Os primeiros metros da trilha têm muitas pedras e ali alguns joelhos começam a gritar por socorro. Já prevendo isso, pedi para a Renata puxar a fila, pois as minhas passadas são um pouco fora do padrão (rsrsrsrs). Dali em diante foi assim, ela puxando a fila e eu dando uma pressão na galera rsrsrs. Chegamos ao Véu da Noiva às 9:05h onde fizemos nossa primeira parada para algumas fotos e abastecer de água e comer alguma coisa. A parada foi bem rápida, mas deu tempo de dar uma aliviada. Sem perder muito tempo, começamos a subir novamente. A partir dali, a trilha foi melhorando. As pedras foram diminuindo e o terreno ficando mais regular. A Renata continuou na frente, seguida pelo Paulo, Mariana, Stephanie e eu. No meio do caminho o Paulo resolveu tentar derrubar uma árvore com a cabeça, momento tenso. Não sabia que ele tinha essa habilidade toda (rsrsrs). Feita a revisão na testa, verificou-se que estava tudo bem. Continuamos a subir numa boa. Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 do abrigo estava vendendo brigadeiro. A Renata não se conteve e partiu pra dentro do doce. Depois de uma boa e merecida pausa, partimos pro ataque ao cume. Chegamos lá às 13:13h. Ficamos curtindo o visual coberto por nuvens e explorando a área por uns 50 minutos. Muitas fotos, etc... Resolvemos descer e às 15:06h chegamos novamente ao Abrigo 4. Lá já estava o outro grupo que fez a Passagem da Neblina (Collares, Eny, Michael e Marcelo). Depois de mais uma pausa os dois grupos resolveram descer juntos. Às 15:40h partimos para a descida. Continuei fechando a fila. Sem forçar muito, Mariana, Stephanie e eu descemos mais devagar. Quando foi às 16:41h chegamos ao Abrigo 3. Parte do grupo já estava esperando a gente. Depois de 45 minutos chegamos à Cachoeira do Papel. Passamos direto, pois todos estavam bem. Às 10:57h chegamos ao Abrigo 3. Fomos até o mirante onde fizemos um lanche. Algumas fotos, mas o tempo estava fechando. Ficamos ali até às 11:11h. Continuamos a subida no mesmo esquema, mas dessa vez sem tentativa de derrubar árvores dando cabeçada. A partir dali, todos já com lanternas na cabeça, continuamos. Novamente sem forçar muito, Mariana, Stephanie e eu descemos mais devagar. Uns 5 minutos depois a Mariana resolveu metabolizar a pimenta que tinha comido um dia antes e disparou, se juntando ao pelotão da frente. Fiquei então com a Stephanie. O tempo ia passando, a escuridão aumentando e a vontade de chegar também. Depois de algumas derrapagens, bico no próprio pé e risadas, chegamos ao Véu da Noiva às 18:14h, para alívio da Stephanie que nesse momento já achava que eu era maluco, pois toda hora eu falava que já estava chegando. Foi minha tática (rsrsrs). Às 12:43 chegamos ao Abrigo 4 onde paramos para comer e dar uma descansada. Curiosamente o carinha O outro pelotão já estava lá descansando. Depois de Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 uns minutinhos de descanso e reabastecimento de água resolvemos continuar. 9 passagem da neblina: um outro ângulo da serra Por Leandro Collares Nesse momento o organismo da Mariana já tinha consumido toda a pimenta do dia anterior e ela então foi caminhando com a gente. As derrapagens e risadas foram aumentando, pois o terreno foi ficando irregular e elas já sabiam que estava chegando realmente. A Stephanie por algumas vezes tentou me jogar pra fora da trilha (rsrsrs), mas consegui me safar. Depois de quase uma hora a Mariana avistou o portão da entrada da trilha. As duas numa euforia só nem lembraram de mim. O Guia não serve para esses momentos (rsrsrsrsrs). Finalizamos a trilha às 19:10h. Depois, nem lembro mais... sei que fomos pro carro para que a Mariana e Stephanie trocassem de roupa e o Paulo trocasse o tênis. Partimos para a confraternização na Casa do Montanhista. Ali, bebemos uma merecida gelada e um “suco de cana destilado”. Os grupos se juntaram para fotos, conversas, etc. Em seguida pegamos o carro e voltamos para casa. A Mariana ainda sob efeito do ar da montanha veio delirando. Ela só pensava em comer pimenta com pão. A expedição correu super bem. Parabéns para todos que fizeram parte de um momento tão especial. Após alguns bons anos de adiamentos e desencontros, finalmente tivemos a oportunidade de agendar a famosa “Passagem da Neblina” (ou Travessia da Neblina) dentro da programação da abertura de temporada de 2014 no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. O dia foi 17 de maio e seguimos com Eny Hertz, Michael Rogers e Marcelo Sant’Anna no grupo. Preparação: Para mim seria um trajeto desconhecido, sob o qual apenas escutei falar por colegas que a percorreram em outras excursões. Busquei mais informação, mais detalhes principalmente sobre os trechos de escalada. Além do Guia do PARNASO, do Waldyr Neto (cuja descrição de percurso era no sentido contrário do programado), somente encontrei uma única referência pela internet no relatório de uma excursão do Clube Excursionista Carioca (CEC), que foi bastante esclarecedor e muito útil quanto ao trajeto em si e aos equipamentos necessários. O objetivo era evitar o excesso de carga ou a falta de equipamento. Diante de um planejamento mais claro, bastava esperar a data e programar o acesso ao ponto de partida. Optei por seguir de carro a fim de buscar manter o horário de início previsto para a excursão – havia previsão de chuva para aquela tarde e, por não conhecer o trajeto e entrar nas escaladas da Passagem da Neblina guiando à vista, não queria correr o risco de pegar a parede mais molhada do que encontramos – e ter franquia de voltar para casa em horário a ser decidido pelos participantes que seguiram junto. Ainda havia a chance de encontrarmos pelo menos mais dois grupos programados na ATM PARNASO (um do Centro Excursionista Teresopolitano e outro do Centro Excursionista Brasileiro) que também usariam o trajeto e isso poderia nos obrigar a atrasar bastante nossa programação de, quem sabe, fazer outro cume depois de chegarmos ao final da Passagem da Neblina. A saída: Partimos de Niterói, junto com Eny, Michael e Renata (que participaria da caminhada à Pedra do Sino) às 6:00h em ponto. Marcelo estava no grupo que seguiria na van 10 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 programada pelo CNM, mas que atrasou. Em função disso, também foi para Teresópolis em seu carro. Nos encontramos no Paraíso da Serra, onde parou o Leonardo do Carmo que levava Mariana e Stephanie para a excursão à Pedra do Sino que ele guiaria. O acesso ao PARNASO foi tranquilo e super organizado. A franquia de ingresso, vinculada à inscrição prévia junto ao Parque, funcionou perfeitamente. Bastou nossa identificação e seguimos para a barragem onde, felizmente, conseguimos estacionar. Cumprimos a outra praxe com a apresentação do Termo de Responsabilidade da nossa excursão e partimos para a trilha. Eny, por se considerar mais “lenta”, iniciou a trilha um pouco antes. Cumpridas as burocracias e um breve alongamento, seguimos, então às 7:55h, em direção ao local onde ficava o antigo Abrigo 2. Renata permaneceu na Barragem à espera do guia de sua atividade que seguiu até Teresópolis para lanchar. meia hora de caminhada em ritmo normal, chegamos a um ponto do caminho onde se começa um trecho cheio de galhos e raízes, na parte mais vertical desse início de caminho. Muita atenção nessa hora: há alguns marcos (que reforçamos) nesse ponto e que indicam o caminho para cima. A trilha aparenta seguir em frente, mas acaba logo. Subimos. Raízes, galhos, pedras... enfim, depois de 20 minutos, chegamos ao colo daquele trecho e paramos para recuperar um pouco. Tomamos à direita, conforme o relato do CEC. Trilha bem marcada, com elevação leve a moderada, por uma crista bonita, revelando a paisagem da encosta da Pedra da Cruz e das montanhas por onde segue a trilha da Pedra do Sino. Passamos por um trecho onde as árvores têm musgos “pendurados”, promovendo um visual bastante interessante e peculiar... espetacular. Paredão Roi-roi: A caminhada: Em alguns minutos alcançamos a Eny, depois de passar por outros grupos que seguiam para a Pedra do Sino. O dia estava bom, com algumas nuvens e o frio suportável. Chegamos à cachoeira do Véu da Noiva nos 45 minutos habituais desse trecho e paramos para um rápido descanso. O céu já mostrava nuvens mais pesadas do que no início da manhã. Nada fora da expectativa, pois esperava chuva para depois das 14:00h e, nesse horário, pretendia já estarmos na trilha do Sino. Revezamos o equipamento pesado e em cerca de 15 minutos depois de reiniciarmos a caminhada, chegamos ao antigo Abrigo 2. Ali tomamos a bem marcada trilha à esquerda, que tinha evidências de manutenção recente. Ela começa antes que o cano de cobre que abastecia o abrigo aflore no caminho. Felizmente o caminho estava muito bem limpo e aberto, sem maiores complicadores além de um tapete de folhas de bambu secas pelo chão. A trilha começa em descida. Passamos cerca de 5 veios de água. Alguns não aparentam ser perenes, mas estavam bastante molhados por conta das chuvas daquela semana. Atravessamos dois riachos, um bem pequeno e outro um pouco maior, provavelmente aquele que passa pela Cachoeira do Papel na trilha do Sino. Em cerca de Mais 20 minutos e chegamos a um dos mais bonitos mirantes onde já estive até hoje. A visão que se tem do contraforte do Nariz do Frade, com sua Verruga — um monolito imponente bem acima de nós — e da face norte do Dedo de Deus e do Cabeça de Peixe é ímpar! Lamentamos apenas o dia com muitas nuvens: me senti na obrigação de voltar... Algumas fotos e partimos. Foi rápido dali até o Paredão Roi-roi e seus grampos peculiares de fabricação artesanal e muito diferentes do que estamos acostumados: são tarugos de ferro com uma espécie de “clipe” fazendo a função de olhal. Usamos cerca de 5 costuras, entre curtas e longas, nesses grampos “especiais” e grampos tipo “P”. A rota não é complicada e tem a rocha bastante aderente. Montei a parada no primeiro platô ao lado de uma árvore. Usei seu tronco para montar o backup Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 para o restante do grupo subir em corda fixa. Os dois rapazes subiram em corda fixa, com autossegurança em prussik. A parada, para os participantes, era em um platô acima do ponto onde a corda fora fixada. Eny fechou a escalada e, por isso, escalou com segurança de cima. Acabou que trouxe, nas costas, a mochila do Michael que, ansioso, deixou-a na base do paredão. Quase no final dessa etapa, tivemos contato com o esperado grupo do CEB que chegava à base do Roi-roi com cerca de seis a oito particpantes. O Nariz do Frade: Paredão Roi-roi ficou para trás. Durante o caminho avistamos um outro grupo, esse do CET (que encontraríamos no Queixo do Frade), nas imediações da trilha do Sino. Eles estavam no mirante que fica próximo ao Abrigo 3. Na base do Nariz do Frade estava um outro grupo do CET, do qual participava nosso sócio Alfredo Castinheiras (ouvimos sua voz ecoando pelo vale!). Eram cerca de 11:30h. Protocolos de praxe, uma pequena dúvida sobre o caminho prontamente esclarecida — com direito a uma boa dica sobre trecho de escalada em horizontal à frente —, e descemos a pequena crista que une o Nariz ao Queixo do Frade. Vale destacar que a paisagem desse ponto também é espetacular! Avistamos o Santo Antônio, São João, Mirante do Inferno, Agulha do Diabo e uma parte do São Pedro. 11 A segunda escalada Esse trecho da trilha é pequeno e bem mais fechado; em cerca de 15 minutos chegamos à parede e alcançamos uma base generosa. Ali foi possível identificar duas vias: uma bem acima do primeiro grampo, à esquerda, mais vertical e exigente em termos de graduação; a outra seguia para a direita em horizontal, conforme a orientação do colega do CET. Encontramos mais um grupo do CET, que concluía o trecho em rapel. Facilmente se vê a sequência de grampos no chão e ao final da horizontal bem tranquila há um degrau que, nesse dia, tinha um veio d’água com um pouco mais de meio metro de largura antes de ser alcançado. Apenas nos reequipamos com a sapatilha e os materiais de guiada porque mantivemos o EPI após o Roi-roi. Como estávamos com apenas uma corda de 60 metros, escolhemos escalar intermediando os participantes ao longo da corda “dividida” em mais dois seguimentos aproximadamente iguais, equipados com nós tipo oito direcionado para fixação de dois mosquetões de rosca instalados em oposição entre si. Eny ficou encarregada da segurança e coordenou a entrada dos outros dois participantes na cordada que começou em torno das 12:00h. Essa escalada foi bem tranquila e rápida, apesar da umidade do dia. Em sua maioria é feita em aderência mas há poucas agarras espalhadas. A rocha é bastante generosa em termos de atrito com a sapatilha, o que deixa os lances bem mais confortáveis. Depois da horizontal, a via segue em leve diagonal para a direita. Seus grampos ficam um pouco fora da visão por conta de tufos de bromélias, mas nenhum está escondido pelo mato e são visíveis na medida em que se progride ficando alinhados verticalmente. Podese considerar a via como II/3º. São oito proteções no total e, ao final, uma parada dupla. A saída se dá por uma pequena trilha na rocha protegida pelo mato e se conclui num costão de pedra até a chegada ao acesso à trilha que leva ao cume. Terminamos a escalada por volta das 12:40h. Algumas poucas passagens desse costão que liga o final da escalada a um mirante no Queixo do Frade tem inevitáveis veios d’água escorrendo, ainda mais porque havia chovido bastante durante aquela semana... eu, que terminei o trecho todo de sapatilha, tive que encará-los de qualquer forma. Felizmente não estava escorregadio. 12 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 O Queixo do Frade O CET estava em peso no PARNASO! Encontramos aquele grupo avistado mais cedo no mirante do Abrigo 3 no ponto de parada ao final do costão do Queixo do Frade, onde chegamos logo depois sair da parede. Fomos super bem recebidos pelos colegas do clube de Teresópolis. Ali organizamos o equipamento, que foi redistribuído e revezado novamente. Foi a vez do Michael levar a corda. Calçamos as botas e continuamos em direção ao cume, que estava próximo. Na hora de partir, um momento marcante: o grupo que estava no Nariz do Frade desfraldou uma bandeira do Brasil! Arrepiante!!! Passamos pelo cume do Queixo às 13:05h. O caminho também estava um tanto fechado na trilha que passa pelo colo que liga o Queixo à Pedra da Cruz, mas o caminho é bastante óbvio e bem marcado. Não vi chance de erros de orientação. Ao sair do cume do Queixo se faz uma descida relativamente íngreme e escorregadia. Quando se atinge a encosta da Pedra da Cruz começa uma nada generosa subida, que se mostra bastante puxada para quem já percorreu uma boa quantidade de subidas com a mochila pesada. O percurso entre o cume do Queixo e da Cruz foi de cerca de 25 minutos, pois às 13:30h já estávamos no ponto final dessa travessia. Agora era hora de um descanso um pouco mais longo, alimentação, contemplação e de planos para o retorno. Pedra da Cruz: Quando chegamos à pedra da Cruz, ali estavam grupos do CEB e CERJ... parecia haver mais de 30 pessoas no cume! Muito bom. Tivemos a oportunidade de avistar a outra excursão do CNM que estava no cume do Mirante do Inferno. Alimentados, hidratados e descansados, era hora de decidir nosso caminho e partir. Iniciei essa atividade com a intenção de seguir ao pico do Papudo depois de concluir a Passagem da Neblina, mas o clima não estava convidativo. Conforme a previsão, começava a chover naquele início de tarde e não compensaria seguir em direção àquele cume. A extensão ao abrigo 4: Estávamos a cerca de 2 km do Abrigo 4, quando chegamos à trilha principal. Decidimos, então, seguir até lá na esperança de encontrar a outra excursão do CNM à Pedra do Sino. Foram cerca de 40 minutos até o abrigo, apesar de nosso grupo já apresentar algum sinal de cansaço. Michael, que ainda não havia conseguido um bom visual do cume da Pedra do Sino nas últimas vezes que passou por lá, não resistiu e fez um ataque leve ao cume. Deixou sua mochila e partiu para um bate-e-volta “solo” ao ponto mais alto daquela serra. Ele tinha até as 15:30h para retonar e cumpriu o horário. Quando chegamos ao abrigo, o grupo da Pedra do Sino não estava, mas não demoraram a aparecer: voltavam do cume onde, apesar do dia nublado, conseguiram uma paisagem compensadora. Foi bom conseguir juntar as tropas para batermos em retirada, mas não sem antes degustar um belo brigadeiro feito pelo guarda parque e vendido a uma pequena fortuna... mas valeu o preço. A volta: Começamos a descida às 15:40h e em cerca de uma hora chegamos ao abrigo 3. Tocamos em um bom ritmo até a cachoeira do Véu da Noiva. Paramos ponto de descanso por volta das 18:00h — cerca de 1h10 depois de sair do Abrigo 3 — e chegamos à barragem por volta das 19:00h. A festa: Dali seguimos para a confraternização promovida pelo PARNASO, com direito a mesa de frutas, bolo, banda de rock’n roll e um bom caldo verde servido na cantina. Lá nos encontramos com o terceiro grupo do CNM, que esteve no Mirante do Inferno e a equipe que subiu a Agulha do Diabo. Permanecemos na festa por cerca de 40 minutos e, satisfeitos, retornamos para Niterói. Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 aconteceu Iniciamos o CBE 2014! Por Leandro do Carmo Nesse ano, iniciamos duas turmas do Curso Básico de Escalada. Já estamos bem adiantados e em breve teremos novos escaladores em nossas montanhas. Seguem algumas fotos dessas aulas. 13 14 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 saúde Os cuidados com as mãos Por Alessandra Neves, editado por Leandro do Carmo Antes e depois de escalar é importantíssimo tomarmos alguns cuidados. Devemos sempre fazer exercícios de alongamento, principalmente nas mãos e braços, onde ocorrem as principais lesões. Segue abaixo uma relação de exercícios. Boas escaladas!!!!! alongamentos antes e depois se a escalada foi mais puxada, massageie a mão e o antebraço P = Área Passiva, para ser massageada A = Área Ativa, para fazer a massagem Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 15 Fotos de atividades Via alan marra - morro do tucum travessia petrópolis X teresópolis Via Entre quatro paredes - tucum morro das andorinhas 16 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 croqui Moby Dick, Uma Via Esquecida no Morcego Por Leandro do Carmo Via Moby Dick – 3º IV E1 D1 205m Essa era uma daquelas vias quase esquecidas!!!! Sem repetição há muito tempo, devido aos problemas de acesso, conseguimos colocá-la de novo no circuito. Aproveitei que o Claudney Neves está tocando um projeto de catalogação das vias do Clube Excursionista Light e aceitei o convite de buscar um novo acesso e conseguir escalá-la. Com uma caminhada agradável e bonita, exceto por alguns trechos com muito capim, conseguimos chegar à base da via. A via é muito boa. Escalamos com um dia super agradável e visual ímpar! Material necessário: 7 costuras e corda de 50m Acesso: Pode ser acessado de duas maneiras: uma, por um sítio, no final da praia de Jurujuba, no ponto final do ônibus 33, próximo a Igreja (mas essa é uma opção que não tentamos, pois há um tempo atrás, um amigo meu teve problemas com o acesso por ali); a outra, é contornando o Morro do Morcego, a partir da praia de Adão, seguindo pelo costão (esse foi o caminho que fizemos). Segue a imagem com o caminho: Vermelho: Acesso à base, a partir da praia de Adão Amarelo: Verde após o rapel Dicas: A via é bem tranquila e bem protegida, porém muito suja em alguns trechos, mas nada que prejudique a escalada. Na caminhada, em alguns pontos, tem que abrir caminho no capim, principalmente num platô na Face Norte, mais ou menos no ponto da base da via Morcego Nervoso. Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 17 Ambiente Montanhismo nos parques estaduais do RJ Por André Ilha preconizados por Muir, conservação e uso público: “O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.” (Art. 11 da Lei 9.985/00 – Grifo nosso)! Cume da Agulha Guarischi - P. E. Serra da Tiririca (Foto - Alexandre Lorenzetto) O montanhismo começou a ser praticado no estado do Rio de Janeiro bem antes da criação dos primeiros parques nacionais brasileiros, Itatiaia (1937) e Serra dos Órgãos (1939). Estas duas áreas protegidas espelhavam no Brasil os ideais defendidos pelo pai do conceito de parques nacionais, o montanhista e naturalista norte-americano John Muir, fundador da organização conservacionista Sierra Club e inspirador da criação dos parques nacionais de Yosemite e Sequoia, dentre outros. Para ele, parques deste tipo visavam tanto à preservação de largas porções intactas dos ecossistemas nativos quanto às oportunidades de desfrute destes ambientes pelas pessoas por meio de caminhadas, escaladas e outras atividades ao ar livre. O primeiro parque estadual do Rio de Janeiro foi o do Desengano, com 22.400 hectares, criado em 1970 pelo governador Geremias Fontes nos municípios de Santa Maria Madalena, Campos e São Fidélis. De lá para cá muitos outros foram criados, e hoje a área compreendida em parques e reservas estaduais é superior a 117.000 hectares, 65% dos quais tive a ventura de ver criados em minhas gestões à frente do extinto Instituto Estadual de Florestas (IEF/RJ) e, depois, no Instituto Estadual do Ambiente (INEA). Mais tarde, a Lei Federal nº 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), regulamentou as diversas categorias de unidades de conservação que o integrariam, conferindo aos parques nacionais, estaduais e municipais os mesmos objetivos Ocorre que depois de Itatiaia e Serra dos Órgãos o processo de criação de novos parques foi conduzido por gestores com uma visão muito estrita, que viam com muita suspeita o uso público e enxergavam em qualquer visitante um vândalo em potencial, criando uma política de visitação, ou melhor, de não-visitação, que foi apelidada de política dos “parques-fortaleza”, que ignorava por completo uma das duas principais funções destas áreas que é precisamente a (re)aproximação do homem, especialmente os habitantes das grandes cidades, com a natureza selvagem da qual procedemos. Esta política federal, como seria de se esperar, se infiltrou insidiosamente nos órgãos ambientais estaduais e municipais, e alguns passaram a gerir parques como se fossem reservas biológicas, unidades de conservação que, segundo o SNUC, só admitem a visitação com fins de pesquisa científica ou pedagógicos (grupos acompanhados por um professor ou monitor). Esta visão demófoba, previsivelmente, só gerou ressentimentos, privando moradores locais do acesso a áreas de lazer que seus pais e avós frequentavam há décadas; mantendo tais áreas fora de qualquer possibilidade de geração de renda, empregos e pequenos negócios locais; e transformando montanhistas e outros usuários em forasda-lei. Os mais antigos se lembram bem dos tristes e longos 14 anos em que o acesso às montanhas da parte alta do Parque Nacional da Serra dos Órgãos foi proibido, e as caminhadas e escaladas ali no período foram, em tese, clandestinas! Só que, devido à notória deficiência de fiscalização efetiva, nos “parques-fortaleza” a fortaleza era apenas para as pessoas de bem, pois para caçadores, palmiteiros e outros criminosos ambientais tais áreas se converteram em verdadeiros parques de diversão onde podiam delinquir com tranquilidade, pois não seriam vistos e denunciados por ninguém! 18 Felizmente aqui no Rio de Janeiro, sob a gestão de Carlos Minc na Secretaria de Estado do Ambiente, conseguimos, corajosamente (dadas as reações contrárias), subverter por completo esta visão tacanha e nociva, estabelecendo uma política de visitação nos nossos parques estaduais que enxerga as pessoas, em princípio, como potenciais aliados da causa da preservação de nossa exuberante mata atlântica, e não como inimigos a serem afastados, combatidos e penalizados. É uma política demófila, que convida as pessoas a visitarem, de forma ordenada e responsável, consoante o disposto nos planos de manejo destas unidades, nossos magníficos parques estaduais - Desengano, Três Picos, Ilha Grande, Costa do Sol, Pedra Selada e tantos outros. Desta forma, pelo menos uma parte destes visitantes, caso tenha uma experiência positiva, de acordo com o seu interesse e a sua aptidão física, levantará a sua voz em defesa dos parques visitados, pedindo mais verbas, mais estrutura e mais fiscalização contra os verdadeiros criminosos, e protestando contra leis que venham a reduzi-los, ou mesmo extingui-los, para atender a poderosos interesses econômicos. Esta política, consubstanciada no Decreto Estadual nº 42.83, de 27 de maio de 2010, que “estabelece diretrizes para o uso público nos parques estaduais administrados pelo INEA”, resgata o espírito da máxima conservacionista “Conhecer para preservar” e princípios básicos relacionados ao conceito de parque que são deliberadamente “esquecidos” pelos defensores remanescentes dos “parquesfortaleza”. Ela vem sendo saudada em todo o país como a ponta de lança de uma profunda mudança paradigmática que, ao valorizar nossas áreas protegidas perante parcelas crescentes da população, devido ao deslumbramento que cada visitante sente perante tais belezas naturais, talvez seja a única esperança de termos apoio político futuro capaz de demover o Congresso Nacional e as assembleias estaduais de aprovarem medidas que, ao atender a interesses escusos do capital, as rifem sem oposição ponderável. Os montanhistas do Rio de Janeiro tiveram participação destacada neste processo, sugerindo aprimoramentos no texto do decreto citado e cooperando ativamente com as administrações dos principais parques do estado na elaboração dos seus planos de manejo; participando de seus conselhos consultivos; e empreendendo ações concretas de defesa e recuperação ambiental, sendo que a relação do CNM e dos demais montanhistas de Niterói e Maricá com o Parque Estadual da Serra da Tiririca é Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 exemplar nesse sentido. Escalada na Serra de Bangu - P. E. da Pedra Branca (Foto: André Ilha) Fotos de atividades santo inácio Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 19 aconteceu CBE CNM 2014 Iniciamos duas turmas do Curso Básico de Escalada. Já estamos em nossa 7º aula. Em breve mais escaladores em nossas montanhas!!!! ATM URCA RJ 2014 Mais uma vez marcamos presença na Abertura da Temporada de Montanhismo. O tradicional evento acontece anualmente na Urca e marca o início da melhor época para prática do esporte. Tivemos o campeonato de escalada esportiva em muro, oficinas, cursos, exposição nos stands dos clubes e patrocinadores, entre outras atividades. PALESTRAS O CNM iniciou um projeto piloto com um ciclo de palestras, onde abordamos alguns temas interessantes para a prática do Montanhismo. O espaço foi gentilmente cedido pelo Partido Verde. As palestras tiveram os seguintes temas: 1. Metereologia Básica Aplicada ao Montanhismo, por Alex Figueiredo; 2. Pontos de Escalada em Niterói, por Leandro do Carmo; 3. Legislação Ambiental Aplicada as Diversas Unidades de Conservação Ambiental, por Alex Figueiredo; NOVO QUADRO DE ETAPAS A Diretoria Técnica concluiu o trabalho de revisão do quadro de etapas para formação de guias do clube. Foram meses de pesquisas, troca de idéias e várias reuniões, até que conseguimos chegar ao documento final. Para quem não conhece, o Quadro de Etapas é o conjunto de requisitos obrigatórios para que o sócio se torne guia em uma ou mais modalidades do clube, sendo: caminhada, escalada e ciclismo. Em breve será divulgado. EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA Em comemoração ao dia do Meio Ambiente, o CNM organizou uma exposição com as fotos selecionadas em nosso último concurso, realizado em 2013. Foi um sucesso!!! Nossas fotos ficaram expostas no Parque da Cidade e em seguida no Campo de São Bento. exposição fotográfica parque da cidade 20 Clube Niteroiense de Montanhismo – Boletim Informativo nº 25 Avisos Corpo de guias Reuniões sociais As reuniões sociais do CNM são realizadas sempre na primeira quinta-feira de cada mês ímpar e na primeira quarta-feira de cada mês par, às 19:30h, em local a ser definido e divulgado. Os encontros acontecem em clima de total descontração e informalidade, quando os sócios e amigos do CNM aproveitam para colocar a conversa em dia, trocando experiências, relatando excursões e vivências ou, simplesmente, desfrutando a companhia de gente simpática e fraterna. Periodicamente acontecem reuniões e seminários técnicos com o intuito de possibilitar miores detalhes e informações atualizadas aos sócios e interessados. Informem-se sobre os temas das palestras técnicas e reuniões acessando o site: http://www.niteroiense.org.br Compareçam e sejam muito bem vindos!!! aniversariantes A todos muita saúde e felicidade! Giovani Souza Neto Marcelo Santanna Leandro do Carmo Alan Marra Patrícia Lima Bruna Novaes Adriano Paz Marcos Duarte Nei Rivello Diogo Grumser Maria de Fátima Tauan Nunes Maia Marcos Leonardo Leandro Collares Leonardo Carmo Mauro de Mello Rafael Pereira Alex Figueiredo Alexandre Rockert Michael Patrick Andréa Vivas 01/abr 07/abr 10/abr 11/abr 13/abr 17/abr 26/abr 08/mai 08/mai 12/mai 16/mai 21/mai 22/mai 23/mai 26/mai 28/mai 04/jun 15/jun 22/jun 23/jun 27/jun Adriano Paz Alan Marra Alessandra Neves Alex Figueiredo Alfredo Castinheiras Andrea Rezede Ary Carlos Carlos Penedo Diogo Grumser Eny Hertz Leandro do Carmo Leandro Collares Leandro Pestana Leonardo Carmo Luiz Alexandre Mauro de Mello Neuza Ebecken Vinicius Ribeiro Expediente CNM – CLUBE NITEROIENSE DE MONTANHISMO Início das Atividades em 26 de Março de 2003 Fundado em 20 de Novembro de 2004 Website: www.niteroiense.org.br e-mail: [email protected] Contato: 98621-5631(Alex Figueiredo) Presidente: Alex de Faria Figueiredo Vice: Eny Hertz Bittencourt Tesoureiro: Leandro Guimarães Collares Conselho Fiscal Efetivos Adriano de Souza Abelaria Paz; Alan Renê Marra Junior; Neuza Maria Ebecken de Araújo; Suplente: Mariana Silva Abunahman Diretoria Técnica Caminhada - Alex Figueiredo Escalada - Eny Hertz; L eandro do Carmo; Ary Carlos; Carlos Penedo Ciclismo - Adriano Paz Diretoria Social - Andrea Vivas Diretoria Ambiental - Neuza Ebecken Coordenador Ambiental - Marcelo Sá Representante do CNM no PESET Alex Figueiredo e Eny Hertz Informativo Nº 25: As matérias aqui publicadas não representam necessariamente a posição oficial do Clube Niteroiense de Montanhismo. Ressaltamos que o boletim é um espaço aberto a todos aqueles que queiram contribuir. Envie sua matéria para [email protected]. Participe!!! Edição e Diagramação: - Leandro Collares - Leandro do Carmo Revisão Ortográfica: Vinícius Araújo